O DESENHO OPERACIONAL NO PROJETO DE PRODUTO INDUSTRIAL Luiz Vidal Gomes UEFS – Mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade [email protected] Ligia Sampaio de Medeiros UEFS – Mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade [email protected] Marcos Brod Junior UFSM – Curso de Desenho Industrial [email protected] Rodrigo Cury Teixeira Estudante BIC do Curso de Design UniRitter, RS [email protected] Resumo Partido da noção de que somente o conhecimento explicitado pode ser gerenciado, e que a Área dos Desenhos carece de linguagem que permita tal gerenciamento, este artigo se alinha com pesquisa básica sobre códigos visuais e expressão gráfica aplicada ao projeto de produtos industriais. Uma tipologia da Linguagem do Desenho é oferecida bem como uma categorização da Expressão Gráfica em Desenho Industrial. Destaca-se o papel do Desenho Operacional na formação técnica do desenhador, profissional encarregado de construir a estrutura formal, funcional e informacional da cultura material em sociedades industriais. Palavras-chave: Conhecimento em Desenho; Categorias da Expressão Gráfica; Desenho Operacional. Abstract A premise for this piece of work is the notion that only the explicit knowledge can be managed, and that the Designing Area lacks a language to assist such management. The article is aligned with a basic research about general principles of communication applied to product design. A typology for the design language and categories of graphic expression are offered. The role of operational drawing if emphasized as a means of empowering the designer in the creation of the material culture in industrial societies. Keywords: Design Knowledge; Categories for Graphic Expression; Operational Drawing. 1 Do conhecimento humano ao conhecimento em Desenho industrial Ken Friedman, pensador de questões educacionais para projeto de produto, afirma que a ―pesquisa pode ser básica (busca dos princípios gerais), aplicada (adaptação dos fundamentos gerais a categorias de problemas), ou clínica (relacionada a casos específicos) (FRIEDMAN, 2000, p.18). Tomando essa terminologia como referência, este artigo se alinha com pesquisa básica sobre códigos visuais e expressão gráfica aplicada ao projeto de produtos industriais. Uma tipologia da Linguagem do Desenho é oferecida bem como uma categorização da Expressão Gráfica em Desenho Industrial. Destaca-se o papel do Desenho Operacional na formação técnica do desenhador, profissional encarregado de construir a estrutura formal, funcional e informacional da cultura material em sociedades industriais. Em discussões sobre a natureza do conhecimento em Desenho industrial no Brasil nem sempre fica claro o papel crucial que esta área desempenha no entendimento dos problemas em produtos e em sistemas de produtos. Isso talvez decorra do fato de que a sociedade brasileira não se perceba como uma ―civilização industrial‖, nos termos de Saint-Simon (cf. PETITFILS, 1977). Por outro lado, ela também não se aceita como subdesenvolvida, agrícola, e antropologicamente dependente da metrópole (seja esta portuguesa, inglesa ou americana). Há concordância em torno da ideia que o modelo de colônia não nos serve, há muito tempo, pelo menos em termos de ―cultura de comportamento‖, nos termos de Dolores Newton (cf. RIBEIRO et alii, 1987). A inexistência de um corpo de conhecimentos plenamente desenvolvido e reconhecido como próprio da Área dos Desenhos no Brasil, com uma linguagem específica que permita seu gerenciamento, deixa o Desenho industrial na dependência e à sombra de outros saberes, sobretudo de pensamentos estrangeiros, que são arrogantes para com os tecnologicamente dependentes, e camuflam a confusão que fazem com seus próprios termos (confirme, somente como exemplo, intermináveis discussões em língua inglesa sobre conceitos bastante voláteis, efêmeros e superficiais de ―design‖ http://www.fastcodesign.com/1663558/design-thinking-was-afailed-experiment-so-whats-next). Nossa definição de conhecimento em Desenho industrial está baseada na Teoria de Engenharia definida por Staudenmaier: Teoria da Engenharia é um corpo de conhecimentos que usa métodos experimentais para construir um sistema intelectual de estruturas matemáticas e formais. Esse sistema é capaz de explicar as características comportamentais de uma classe particular de artefatos ou de materiais relacionados a artefatos (STAUDENMAIER, 1989, p.108). Analogamente, o Conhecimento em Desenho Industrial (Di) trata do conjunto de teorias e práticas que se valem de métodos intelectuais e criativos para construir a estrutura formal, funcional e informacional de um produto ou sistema de produtos. Esse conhecimento pode ser usado para explicar, com base em pesquisa apropriada: (i) como o usuário/consumidor se comporta em relação aos produtos; (ii) o que e como industrialistas e desenhadores projetam para cultura material; ou (iii) o estado da arte da sociedade tecnológica, entre outros tópicos de interesse. O conhecimento em Desenho industrial (Di) tem se baseado nas sombras deixadas em livros sobre os outros vários saberes humanos (H). Valendo-nos das idéias do contador de histórias tecnológicas John Staudenmaier (1989), temos desenvolvido reflexões – e tentado ilustrá-las (Figura 1) – levando em consideração os quatro cantos do conhecimento: o científico (cie), o tecnológico (tec), o tácito (tac), e o de problemáticas de coisas (pro) relacionadas à cultura material. Figura 1: A inexistência de um corpo de conhecimentos para Área dos Desenhos deixa o Desenho industrial à sombra de outros saberes. Dentre esses quatro tipos de conhecimento apenas o ―tácito‖ prescinde de um sistema de comunicação codificada e exata e, por isso mesmo, não pode ser eficientemente gerenciado. Na nossa busca por um maior desenvolvimento da Área dos Desenhos e da atividade do Desenho industrial, retomamos, neste artigo, o papel do Desenho Operacional na formação técnica do desenhador. Para isso, a codificação do conhecimento é imperativa, e passa pelo desenvolvimento da linguagem verbal acompanhando a linguagem visual. 2 Códigos visuais: expressão gráfica aplicada ao Desenho industrial O Jornal Internacional de Educação da Arte e do Desenho (The International Journal on line) apresenta uma classificação para tipos de comunicação (Quadro 1). Quadro 1: Códigos Verbais e Visuais CÓDIGOS VERBAIS CÓDIGOS VISUAIS Expressão Oral: Expressão Corporal: Expressão Gráfica: Linguagem Falada Cinética Linguagem do Desenho Linguagem Sinalizada Vocalização Linguagem da Escrita Todos esses códigos, em alguma medida, são úteis ao conhecimento em Desenho mas, no presente artigo atenção será dada aos códigos visuais relativos à Expressão Gráfica e, dentro desta, à Linguagem do Desenho. Preocupação maior reside na estruturação desta linguagem para uso na atividade do Desenho industrial, com destaque para o desenho operacional. Apresenta-se adiante um modelo estrutural para a Linguagem do Desenho cuja base é aquele modelo proposto por Gomes (1991), mas que está em constante evolução (Quadro 2). Quadro 2: Estrutura da Linguagem do Desenho, que contem o uso para Desenho industrial Uso <-------------------- ------> Pragmática <----- -------------> Estrutura Desenho Espontâneo Indígena Infantil Ingênuo Desenho Artístico Pintura Escultura Gravura Desenho Industrial Expressional (codificação; estruturação e geração) Operacional (Imitação; Definição e Convenção) Projetual (Ambientes, Artefatos e Comunicação) Fatores Projetuais Antropologia () Economia () Ecologia () Ergonomia () Filosofia () Geometria () Mercadologia () Psicologia () Tecnologia () Gramática Morfologia (forma) Fisiologia (sintaxe) Semiologia (significado) Semântica Léxico (flexibilidade) Vocabulário (fluência) Discurso (fabulação) Transmissão Quirofatura (mão livre) Manufatura (mão equipada) Maquinofatura (ações mistas) O Quadro 3 apresenta exemplificação para cada um dos usos da Linguagem do Desenho, em suas categorias, especialidades e atividades projetuais, com destaque para o Desenho Operacional. Quadro 3: Usos da Linguagem do Desenho Desenhos Espontâneos (naturais; intrínsecos; assistemáticos de...) Indígena Infantil Ingênuo Desenhos Artísticos (artificiosos; aprendidos; sistemáticos para...) Pintura Escultura Gravura Desenhos industriais (industriosidade; industrialidade; industrialização presentes no...) Expressional Operacional Projetual Codificação Imitação Ambientes Estruturação Definição Artefatos Geração Convenção Comunicação 3 O desenho operacional no projeto de produto industrial Antes de abordarmos as questões de Desenho operacional, vale a pena ressaltar que este só tem sentido quando diretamente relacionado ao ―desenho expressional‖ e ao ―desenho projetual‖. O Desenho expressional está divido em (i) Desenho de concepção, conception sketching — geralmente, conjunto de grafismos privados, restritos ao divagar criativo do desenhador, comumente compostos por rabiscos, rascunhos e rasuras; (ii) Desenho de desenvolução, informational drawing — conjunto de imagens gráficas particulares, limitadas ao âmbito das análises da equipe de desenhadores, essencialmente, formados, por diagramas, esquemas e leiautes, bosquejos e esboços; (iii) Desenho de apresentação, interpretational rendering — ilustrações públicas, abertas e de fácil compreensão a todos aqueles interessados na compreensão das ideias para o projeto, por isso, caracterizam-se por diversos tipos de técnicas gráfico-visuais como perspectivas, vistas explodidas, detalhes de acabamentos, visão de pássaro, entre outras. O Desenho projetual se caracteriza por conjuntos de atividades de projetação que servem de orientação criativa para o desenho de produtos relativos a: (i) Desenho de ambiente; environmental design — criação, ambientação ou sinalização de prédios, praças, jardins etc., em que trabalhamos, abrigamo-nos ou compartilhamos com outros cidadãos; (ii) Desenho de artefato; artifact design — utensílios, ferramentas, máquinas etc., com os quais nos servimos ou realizamos tarefas; (iii) Desenho de comunicação; communication design — elementos e suportes gráfico-visuais/virtuais que informam e promovem ideias sobre consumo, comportamentos. Esses conjuntos de desenhos são resultantes de projetos e interdependentes por questões mercadológicas e antropológicas, pois uma alteração na cultura material pode mudar, para sempre, o comportamento e as ideias de uma comunidade ou país. O Desenho operacional, por sua vez, está dividido em: (i) Desenho de imitação gráfico-visual — esboços ou ilustrações nos quais se apresentam as características perceptivas e físicas (configurações e formas), observadas nas perspectivas ou acabamentos do produto; (ii) Desenho de definição matemática — esboços ou ilustrações resultantes de cálculos e de geometria que definem as proporções do produto; (iii) Desenho de convenção técnica — esboços ou ilustrações que objetivam apresentar e comunicar detalhes do produto à industrialização, por meio de vistas, cortes e seções, baseadas em normas das ABNT, para compreensão e adequação do produto à fabricação. O professor Steve Garner se refere às principais habilidades a serem desenvolvidas na educação projetual daqueles que desenham produtos industriais: ―Desenhar e debuxar são as ações gráficas fundamentais para o desenhador‖ (2006, p.9). As denominações oferecidas por Garner para os resultados dessas duas ações gráficas encontram alguma correspondência com as que utilizamos, e que são apresentadas a seguir. 3.1 Desenho de imitação Também chamado de desenho de observação, ou, ainda em inglês, sketch renderings (GARNER, 2006) revelam uma categoria de resultados da expressão gráfica destinados à valorização em detalhes de uma ideia, antes apenas bosquejada pelo desenho expressional. No desenho de imitação os produtos podem ser ilustrações sofisticadas, pois se ajustam linhas àquilo que antes não passava de traços e riscos rápidos do desenho expressional. Cores, tons, e detalhes de acabamentos e texturas são expressos para conferir realismo à imagem. Ilustrações, na realidade, funcionam como elementos rápidos e baratos para se chegar próximo, por mimese gráfica, ao realismo do produto. Há, na atualidade, vários livros tratando de técnicas clássicas e contemporâneas de desenho de imitação (cf. JULIAN; ALBARRACIN, 2007). 3.2 Desenho de definição É também conhecido como desenho geométrico, ou, ainda em inglês, geometrical drawing. Para explicar a importância deste tipo de representação gráfica no desenvolvimento de desenhos para projetos de produtos industriais, encontramos uma passagem no último livro de Nigel Cross (2011) que merece destaque e poderá falar melhor do que dezenas de explicativas. No final dos anos de 1980, o desenhador francês Phillipe Starck foi à Itália, para visitar a Alessi, a indústria que o havia contratado para desenhar um novo espremedor de frutas cítricas. Na costa da Toscana está localizada a pequena ilha de Capraia, lugar onde Starck foi jantar. Enquanto aguardava o serviço, Starck começou a bosquejar sobre a pequena toalha de papel amarelo, impressa em verde e vermelho com nome do restaurante Il Corsaro e outros elementos decorativos, alusivos à especialidade da casa: frutos do mar. Com desenhos expressionais compostos por rascunhos bem simples, Starck começou a representar espremedores manuais tradicionais. Contudo, depois de desenhar um esquema das funções básicas de um espremedor de cítricos tradicional (sito ao lado esquerdo das palavras impressas em garrafais CAPRAIA ISOLA), possivelmente, as imagens impressas de um peixe com cauda tripartite (no canto superior direito da toalha de papel) e a imagem visual de lulas que provavelmente ordenara para saborear, a forma do espremedor assume configuração totalmente inusitada: uma gota alongada com um tripé para sua base. Depois de uma série fantástica de desenhos expressionais, Starck, sem qualquer tipo de pudor gráfico, no dia seguinte, telefona para a direção da Alessi informando que o desenho do novo espremedor estava pronto. Como assim, pronto? Claro que há alguns detalhes para trabalhar, dimensões exatas, materiais a serem utilizados, como obter o sumo do limão siciliano ou galego eficientemente. Mas esses detalhes são sub-problemas, algum [desenhista] poderá resolver. O principal problema está resolvido (CROSS, 2011, p.18). Nossa sorte é que Starck deixou registrado na base, um pouco antes do canto esquerdo inferior, um quase desenho de imitação do produto final e, melhor, as suas proporções são muito próximas daquela que irá configurar o Juicy Salif (Alessi, 1989). É dessa ―forma‖ que trata o desenho operacional de definição matemática. O Juicy Salif tem o seu desenho definido pela geometria do ―Modulor‖ de Le Corbusier (1953). A sequência das ilustrações que compõem a Figura 2 permite se observar o quão próximo estava o desenho expressional de Starck, do possível desenho operacional de um dos funcionários da equipe de projetação da Alessi. Figura 2: (a) Desenho expressional, quase desenho operacional de imitação; (b) Desenho operacional de definição matemática, geométrica; (c) Juicy Salif, fabricado pela Alessi, desenhado por Phillipe Starck, 1989. Dentre os vários livros tratando do assunto, recomenda-se ter na biblioteca de qualquer estudante de Desenho industrial, a fim de auxiliar na compreensão e realização de desenhos operacionais de definição matemática, o livro de Benjamim de A. Carvalho (1972), especialmente para traçado geométrico. Para compreender a geometria das relações entre retângulos harmônicos, sugere-se a busca nos sebos de um livro alemão chamado ―Das Buch von Rechteck‖ (Von WERSIN, 1956). 3.3 Desenho de convenção Ou desenho técnico, ou, ainda, conventional rendering (GARNER, 2006), é aquela representação gráfica realizada com o objetivo de tornar-se pública, seja em catálogos, livros e, especialmente, em apresentações para impressionar funções, esclarecer detalhes do produto, valorizar texturas de acabamentos, entre outros aspectos passíveis de apreciação de diretores de planejamento de produto, chefes de equipes de desenvolvimento de projeto e/ou clientes em geral. Esse tipo de representação é de grande responsabilidade, pois é demandada quando se apresenta o projeto ao cliente, a fim de que este decida se o produto segue ou não em direção à modelação, prototipação e fabricação. Nada de desespero, portanto, por parte do desenhador: ele pode pagar a alguém para, com base nos seus esboços para o desenho do projeto, fazer os desenhos de convenção. Estas ilustrações seguem normas estritamente técnicas, códigos gráfico-visuais populares e estilos estereotipados de gráfica-computacional. O entendimento e a valorização da linguagem do Desenho, como tentamos demonstrar, podem apresentar significativo impacto no ensino projetual, pois o desenho posiciona o projetista em papel de destaque e liderança quando ele chega a ter convicção de suas capacidades mentais e habilidades manuais. Steve Garner lembra que desenhadores devem desenvolver suas capacidades e habilidades para levar a cabo uma prática profissional na qual o ―desenho é compreendido como produto e o ato de projetar é tomado como um processo‖, pois ―Desenho trata dos planos específicos, debuxos de instruções que contêm toda a informação necessária para a fabricação de um produto, processo industrial ou sistema de produção. O desenho trata de particularizar a materialização física de um produto industrial. Ressaltamos que, ao ―projetarmos produtos, estamos convertendo processos de generalização de ideias em desenhos industriais‖ (GARNER, 2006, p.9). 4 Conclusão Nos últimos anos muito se tem evoluído em aspectos basilares da expressão gráfica, principalmente ao relacioná-la com o raciocínio projetual, o pensamento visual e o desenho industrial. Nesse quesito, pode-se dizer que o Graphica tem contribuído significativamente para promover uma renovação nas disciplinas do Desenho Operacional, estabelecendo uma ligação entre aspectos do conhecimento humano e do conhecimento desenhístico. A existência de um espaço para registro dos progressos no pensamento dos autores é fundamental no desenvolvimento da Área dos Desenhos. A relevância de uma terminologia para a Área dos Desenhos fica evidenciada pelo exemplo obtido com a divulgação recente dos ID-Cards, da Loughborough Design School (Figura 3). Esse material consiste em conjunto de cartas desenvolvido como trabalho de doutorado e de pós-doutorado de Eujin Pei e orientado pelos doutores Ian Campbell e Mark Evans. Com os ID-Cards, os autores esperam auxiliar a comunicação em desenvolvimento de novos produtos. A metodologia empregada aplicou revisão de literatura, pesquisa-ação, sondagem e observações para concepção e validação do uso dos cartões. Os pesquisadores britânicos contaram com financiamento que possibilitou a reprodução e distribuição em grande escala para refinamento do projeto. Já foram distribuídos dez mil conjuntos de ID-Cards e a teoria que embasa o projeto, bem como a metodologia estão publicados em artigos (PEI et al, 2010, p.139-166). Figura 3: ID-Cards, desenvolvido na Loughborough Design School por Pei e Evans (2010). Os ID-Cards foram produzidos no formato de cartões de crédito que se dobram em uma folha formato A3 com nome, exemplo e descrição de 32 representações-chave utilizadas durante o projeto de produto. As cartas indicam os estágios do desenvolvimento projetual em que podem ser melhor empregadas. São agrupadas em categorias e não distinguem técnicas convencionais das técnicas digitais. As cartas foram distribuídas em toda a Grã-Bretanha pela Sociedade de Desenhistas Industriais da América (Industrial Designers Society of America) para utilização por estudantes, profissionais e pesquisadores. O material foi bem recebido pelos usuários e pode ser acessado http://www.lboro.ac.uk/departments/lds//research/groups/design-practice/. Evastina Björk e Stig Ottosson afirmam que a pesquisa e a produção de conhecimento em Desenho industrial ―são importantes e complexas, pois tratam de temas relativos aos processos de desenvolvimento de produto e este setor muda com o tempo e de maneira inesperada e imprevisível‖ e que o ―desenvolvimento de produto é uma atividade social na qual a comunicação desempenha um papel importantíssimo‖ (BJÖRK; OTTOSSON, 2007, p.195-196). O papel importantíssimo da comunicação ressaltado na referência anterior nos permite dizer que (i) a comunicação eficiente permitirá o gerenciamento e o avanço necessário da Área dos Desenhos, e que (ii) o desenvolvimento desta Área é crucial para que a sociedade brasileira se perceba como uma civilização industrial (em seus aspectos de industriosidade, industrialidade e industrialização) Em vista disso, enfatizamos a urgência de se instalar um fórum de conferência e de convenção para a Linguagem do Desenho no Brasil, e o Graphica é o espaço que se mostra mais apropriado para essa finalidade. Referências BEAKLEY, George; CHILTON, Ernest. Design Serving the Needs of Man. New York: Macmillan, 1974. BJÖRK, Evastina; OTTOSSON, Stig. Aspects of consideration in product development research. Journal of Engineering Design. Vol.18, n.3, June 2007, p.195-207. CARVALHO, Benjamim de A. Desenho Geométrico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1972. CROSS, Nigel. Design Thinking. Oxford: Berg, 2011. FRIEDMAN, K. Creating Design Knowledge: from research into practice. Idatel 2000. Loughborough: Loughborough University, 2000. JULIAN, Fernando; ALBARRACÍN, Jésus. Dibujo para Diseñadores Industriales. Barcelona: Parramón, 2007. GARNER, Steve et alii. Workbook 1: Modeling workbook, Milton Keynes: The Open University, 2006. GOMES, L.V.N. An Examination of Design Language Structural Model as a Basis for Teaching. Unpublished PhD Thesis. London: Institute of Education University of London, IEUL, March 1991. LE CORBUSIER. O Modulor. Buenos Aires: Poseidon, 1953. MEDEIROS, Ligia Maria Sampaio de; GOMES, Luiz Vidal. A Typology of sketches as an instrument for classification and definition of diagrams, schemes and illustrations. Milton Keynes: Open University Seminar, Department of Design and Innovation, 13 July 2007. NEWTON, Dolores. Cultura Material e História Cultural. In RIBEIRO, Darcy (Ed.) et. alii. Suma Etnológica Brasileira. 2 ed. Petrópolis: Vozes/FINEP, 1987. 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