Câmara Municipal de Sines Programa de Acção para a Regeneração Urbana Pátio das Artes Memória Descritiva O Centro de Arte de Sines constituiu uma das intervenções mais marcantes efectuadas nos últimos tempos no tecido urbano da Cidade. Projectou Sines como cidade criativa e consolidou uma nova imagem de qualidade que se tem vindo a afirmar. Uma das componentes do Programa de Acção para a Regeneração Urbana de Sines pretendeu assim aproveitar os efeitos indutores da construção do Centro de Artes, para renovar o tecido edificado envolvente, este fortemente marcado pela degradação das construções e ocupação dos logradouros com anexos e barracas. Por outro lado pretende criar-se um novo espaço exterior polivalente que complemente os espaços do próprio CAS, destinado a uma utilização estival e mais informal, com maior número de participantes, atendendo ao pico de presença de turistas. Esta estratégia está já definida há alguns anos, tendo a Câmara adquirido algumas parcelas de terreno confinante com o CAS. O presente projecto centra-se na criação de um pátio pavimentado, enquadrado por muros que resolvam a relação com a envolvente edificada de forma harmoniosa. Este projecto deixa aberta a hipótese de se adquirirem novas parcelas confinantes onde se possam edificar oficinas e ateliers de apoio ao ensino artístico. O pavimento da praça será realizado em calçada de vidraço com uma quadrícula de lajes de granito, onde se integram as grelhas de escoamento de águas pluviais. As paredes confinantes com os quintais vizinhos serão tratadas de forma a se criar um enquadramento uniforme e harmonioso, que se coadune com a presença monumental do Centro de Artes. A parede a Poente será apenas rebocada, com a marcação de uma grelha que crie ritmos musicais e que poderá servir se suporte ao crescimento de plantas trepadeiras. Esta intervenção será bastante leve pois prevê-se a abertura de futuras ligações aos espaços vizinhos. Do lado Sul será demolido o anexo da “casa amarela” adquirida recentemente pela Câmara. Nesta serão construídas duas instalações sanitária, de apoio às actividades a realizar no pátio e uma arrecadação para cadeiras e outros materiais. Os muros dos edifícios vizinhos serão rebocados e pintados a branco para uma melhor integração no conjunto. A Nascente surge o maior problema, com uma grande quantidade de anexos abarracados que não é possível tratar caso a caso, por isso se preconiza a criação de um muro “biombo” em grelhas de betão, que escondam a envolvente sem bloquear completamente a luz e vista dos vizinhos. O muro será executado em betão parcialmente rebocado e pintado a branco. Na base existe um canteiro, que permite a plantação de árvores, arbustos e plantas trepadeiras que contribuam para o conforto do espaço, a frescura e alguma sombra necessárias a uma utilização estival. As aberturas no muro serão executadas de acordo com as peças desenhadas, procurando sugerir um ritmo “musical”, numa linguagem marcadamente contemporânea mas de raízes na tradição arquitectónica do Alentejo. Pretende-se assim garantir a articulação entre a escala monumental contemporânea do CAS e a pequena escala vernacular dos edifícios antigos. A iluminação será feita por projectores encastrados nos muros, numa solução que repete as soluções de iluminação do interior do CAS. Serão instalados portões em gradeamento de aço inox em todas as entradas do pátio para garantir a segurança e a boa conservação do espaço durante a noite. Ricardo Pereira 14.09.2010