RIO GRANDE DO SUL BAGÉ, PELOTAS, RIO GRANDE, SANTA MARIA e URUGUAIANA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL INTEGRADO PDMI VOLUME I DOCUMENTO BÁSICO Versão Preliminar Dezembro, 2006 2 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL INTEGRADO PDMI Luiz Fernando Mainardi Prefeito de Bagé Adolfo Fetter Júnior Prefeito de Pelotas Janir Souza Branco Prefeito de Rio Grande Antônio Valdeci Oliveira Prefeito de Santa Maria José Francisco Sanchotene Felice Prefeito de Uruguaiana 2006 3 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL INTEGRADO PDMI Equipe de Preparação do Programa Jair Seidel Coordenador Jerônimo Oliveira Junior Assessor Técnico Luis Cláudio da Silva Assessor Técnico Lauro Bassi Assessor Técnico Deise Bondanza Oliveira Assessora Administrativa Apoio Municipal André Lemos Ianzer, Igor Bernardi Sonza, Júlio César Ferreira Tietbohl, Raul Odone Azevedo Gonçalves, Ronald Rolim de Moura Consultores 4 LISTA DE SIGLAS ALL – América Latina Logística ANA – Agência Nacional de Água BANRISUL – Banco do Estado do Rio Grande do Sul BIRD – Banco Internacional para o Desenvolvimento e Reconstrução CDL – Clube de Diretores Lojistas CEEE – Companhia Estadual de Energia Elétrica CIEN – Companhia de Interconexão Energética COFIEX - Comissão dos Financiamentos Externos COREDE – Conselho Regional de Desenvolvimento CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento CRT – Companhia Riograndense de Telecomunicações ELETROSUL - Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural FEE – Fundação de Economia e Estatística FMR – Financial Monitoring report FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental FUNASA – Fundação Nacional de Saúde IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICB – International Competitive Bidding IDESE - Índice de Desenvolvimento Socioeconômico IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal M&A – Monitoramento e Avaliação MEC – Ministério de Educação e Cultura NBF – Not Bank-financed NCB – National Competitive Bidding ONG – Organização Não Governamental PCH – Pequena Central Hidrelétrica PDMI – Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado PIB – Produto Interno Bruto PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento POA – Plano Operativo Anual PRONAF – Programa Nacional de Agricultura Familiar PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUSM – Perímetro Urbano de Santa Maria SANEP - Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Pelotas SBQC – Seleção Baseada em Qualidade e Custo SBQ – Seleção Baseada em Qualidade SCP – Secretaria de Coordenação e Planejamento SEAIN – Secretaria Especial de Assuntos Internacionais SEBRAE - Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas SMC – Seleção de Menor Custo SNIS - Sistema Nacional de Informações Sanitárias SQC – Seleção Baseada nas Qualificações do Consultor SOE – Statement of Expence SUS – Sistema Único de Saúde TOR – Terms of Reference UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul UGP – Unidade Gestora do Programa/Projeto VAB – Valor Agregado Bruto 5 SUMÁRIO 1APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................8 2RESUMO EXECUTIVO............................................................................................................................................9 3ANTECEDENTES.................................................................................................................................................... 10 4CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA............................................................................................... 11 4.1CARACTERIZAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL......................................................................................... 11 6.1.14.1.1 Físico-Geográficos............................................................................................................................ 11 6.1.24.1.2 Econômicos........................................................................................................................................12 6.1.34.1.3 Social................................................................................................................................................. 13 6.1.44.1.4. Educação.......................................................................................................................................... 14 6.1.54.1.5 Infra-Estrutura...................................................................................................................................14 6.1.5.14.1.5.1 Transporte............................................................................................................................................... 14 6.1.5.24.1.5.2. Telecomunicação.................................................................................................................................... 15 6.1.5.34.1.5.3. Energia................................................................................................................................................... 15 4.2CARACTERIZAÇÃO DA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL........................................................ 16 4.3CARACTERIZAÇÃO DOS CINCO MUNICÍPIOS..........................................................................................18 6.3.14.3.1 Bagé................................................................................................................................................... 18 6.3.24.3.2 Pelotas............................................................................................................................................... 20 6.3.34.3.3 Rio Grande........................................................................................................................................23 6.3.44.3.4 Santa Maria...................................................................................................................................... 25 6.3.54.3.5 Uruguaiana.......................................................................................................................................26 4.4POLÍTICAS E METAS DO GOVERNO ESTADUAL..................................................................................... 30 6.4.14.4.1. Diretrizes Estratégicas da Administração Estadual.........................................................................30 6.4.24.4.2. Programa Desigualdades Regionais (BIRD)................................................................................... 30 6.4.2.24.4.2.1. Estratégia do Programa Desigualdades Regionais.................................................................................. 31 6.4.44.4.3. RS Biodiversidade (BIRD)................................................................................................................ 32 6.4.4.14.4.3.1. Objetivo Geral........................................................................................................................................ 32 6.4.4.24.4.3.2. Objetivos Específicos............................................................................................................................. 33 6.4.4.34.4.3.3. Componentes do Projeto......................................................................................................................... 33 6.4.54.4.4. Projeto Rumos 2015 (BIRD).............................................................................................................33 4.5JUSTIFICATIVA DO PROGRAMA................................................................................................................. 37 5DESCRIÇÃO DO PROGRAMA.............................................................................................................................37 7.15.1 CONCEPÇÃO..............................................................................................................................................37 7.25.2 OBJETIVOS O PROGRAMA.....................................................................................................................39 7.2.15.2.1. Geral................................................................................................................................................. 39 7.2.25.2.2. Específicos........................................................................................................................................ 39 7.35.3 ESTRUTURA DO PROGRAMA (COMPONENTES SUBCOMPONENTES E ATIVIDADES)............40 7.3.15.3.1. Componente 1 – Desenvolvimento Institucional (U$ 14.487.435,00)..............................................40 7.3.1.15.3.1.1. Subcomponente Qualificação da Gestão Pública.................................................................................... 40 7.3.1.25.3.1.2. Subcomponente Gerenciamento e Monitoramento do Programa............................................................ 41 7.3.25.3.2. Componente 2 – Geração de Trabalho e Renda (U$11.946.099,00)...............................................41 7.3.2.15.3.2.1. Subcomponente Reestruturação do Micronegócio.................................................................................. 41 7.3.2.25.3.2.2. Subcomponente Alternativas de Produção Trabalho e Renda................................................................. 42 7.3.2.35.3.2.3. Subcomponente Inovação e Modernização Tecnológica........................................................................ 42 7.3.35.3.3. Componente 3 – Qualificação Territorial (U$ 77.208.381,00)....................................................... 42 7.3.3.15.3.3.1. Melhoramento Urbano............................................................................................................................ 43 7.3.3.25.3.3.2. Melhoramento Rural............................................................................................................................... 43 7.3.3.35.3.3.3. Melhoramento Ambiental....................................................................................................................... 44 7.45.4 USOS E FONTES DE RECURSOS............................................................................................................ 44 7.55.5 ÁREA DE ABRANGÊNCIA, BENEFÍCIOS E BENEFICIÁRIOS........................................................... 47 7.65.6 LIÇÕES APRENDIDAS..............................................................................................................................47 6EXECUÇÃO DO PROGRAMA..............................................................................................................................48 8.16.1 ARRANJOS INSTITUCIONAIS................................................................................................................ 49 6 8.1.16.1.1 Unidades de Gestão do Programa.................................................................................................... 49 8.1.26.1.2 Ações institucionais.......................................................................................................................... 54 8.1.3 6.1.3 Mecanismos de Participação............................................................................................................54 8.26.2 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA................................................................................ 55 8.46.3 PLANO FINANCEIRO DO PROGRAMA................................................................................................. 55 8.4.16.3.1 Custo Total.........................................................................................................................................55 8.4.2Atualizada em dezembro de 2006............................................................................................................... 58 8.4.46.3.2 Fluxograma Financeiro.....................................................................................................................58 8.4.56.3.3 Cronograma Financeiro.................................................................................................................... 59 8.4.66.3.4 Plano de Aquisições...........................................................................................................................59 8.56.4 IMPACTOS ESPERADOS ........................................................................................................................60 8.5.16.4.1 Associados ao Componente Desenvolvimento Institucional............................................................. 60 8.5.26.4.2 Associados ao Componente Geração de Renda................................................................................ 61 8.5.36.4.3 Associados ao Componente Qualificação Territorial....................................................................... 61 8.5.3.16.4.3.1 Melhoramento Urbano............................................................................................................................. 61 8.5.3.26.4.3.2 Melhoramento Rural................................................................................................................................ 62 8.5.3.36.4.3.3 Melhoramento Ambiental........................................................................................................................ 62 8.66.5 DESEMBOLSO, AUDITORIAS E RELATÓRIOS FINANCEIROS ....................................................... 62 8.6.16.5.1 Desembolso........................................................................................................................................62 8.6.26.5.2 Contas e Auditorias........................................................................................................................... 63 8.6.36.5.3 Relatórios Financeiros (FMR – Financial Monitoring Report)........................................................63 8.76.6 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO..............................................................................63 8.7.16.6.1 Objetivos........................................................................................................................................... 63 8.7.26.6.2 Gerenciamento das ações e manejo das informações...................................................................... 64 8.7.36.6.3 Alcance geográfico........................................................................................................................... 64 8.7.46.6.4 Resultados.........................................................................................................................................64 8.7.56.6.5 Indicadores....................................................................................................................................... 64 8.7.66.6.6 Beneficiários..................................................................................................................................... 64 8.7.76.6.7 Estratégia operacional..................................................................................................................... 64 8.7.86.6.8 Avaliação.......................................................................................................................................... 65 8.86.7 PARTICIPAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS E DA SOCIEDADE EM GERAL..........................................66 7RESUMO DAS AVALIAÇÕES.............................................................................................................................. 66 9.17.1 ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................................................. 66 9.27.2 TÉCNICA..................................................................................................................................................... 67 9.37.3 SOCIAL........................................................................................................................................................ 68 9.47.4 INSTITUCIONAL........................................................................................................................................ 69 9.57.5 AMBIENTAL............................................................................................................................................... 70 9.67.6 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO.....................................................................................70 9.77.7 FISCAL E TRIBUTÁRIA ........................................................................................................................... 71 8SUSTENTABILIDADE E RISCOS........................................................................................................................ 73 10.18.1 SUSTENTABILIDADE............................................................................................................................ 73 10.1.18.1.1 Sustentabilidade Financeira...........................................................................................................75 10.1.28.1.2 Sustentabilidade Institucional........................................................................................................ 77 10.28.2 RISCOS E MEDIDAS MITIGATÓRIAS................................................................................................. 77 9DOCUMENTOS CONSULTADOS........................................................................................................................ 78 7 1 APRESENTAÇÃO Este documento tem como objetivo fornecer as informações necessárias para o entendimento da fundamentação, da concepção, da estruturação e da execução do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado, a ser desenvolvido com empréstimo do Banco Mundial, nos municípios de Bagé, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Uruguaiana, localizados na Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A forma de apresentação está constituída por um documento síntese e diversos anexos, onde são aprofundadas e detalhadas as questões mais complexas da proposta. Os capítulos iniciais se constituem de um Resumo Executivo, após são relatados os Antecedentes do Programa, a seguir no capítulo quatro é feita a Caracterização Geral, na qual se apresenta uma contextualização estratégica e as justificativas com um resumo das principais informações que definem a situação atual do estado, da região e dos municípios no que tange aos aspectos territoriais, ambientais sociais e econômicos. São apresentadas as políticas estratégicas do governo estadual, com quatro eixos e dois programas de desenvolvimento nos quais estarão inseridas as ações deste Programa de Desenvolvimento Regional. Num segundo momento, no capitulo cinco, consta a Descrição do Programa, contendo a concepção, objetivos, componentes, a composição de custos e fontes de financiamento, área de abrangência, beneficiários e lições aprendidas durante a preparação. No capítulo relativo à Execução do Programa, é apresentado o arranjo institucional necessário para o seu gerenciamento e implementação, com a descrição do Plano de Implementação, que contempla as diversas etapas do trabalho. Também, são descritos os mecanismos de monitoramento e avaliação do Programa, os seus indicadores de performance, o Plano Financeiro, o Plano de Aquisições, além da forma de participação da Sociedade. O sétimo capítulo, Resumo das Avaliações, faz uma síntese das avaliações incluindo os elementos específicos das diretrizes e salvaguardas estabelecidas pelo Banco. No oitavo capítulo, Sustentabilidade e Riscos, são explicitados como se sustentarão as ações desenvolvidas no futuro e a que riscos estas ações estarão sujeitas. Os Anexos a este documento são: Anexo 1 marco lógico; Anexo 2 descrição dos componentes; Anexo 3 custos do Programa; Anexo 4 plano de implementação do Programa; Anexo 5 cronograma físico-financeiro; Anexo 6 plano de aquisições para os primeiros 18 meses; Anexo 7 arranjos institucionais; Anexo 8 arranjos para o monitoramento e avaliação; Anexo 9 avaliações e políticas de salvaguarda e Anexo 10 plano operativo anual – POA do primeiro ano de execução do Programa. Por fim, cabe observar que na nomenclatura utilizada pelo BIRD, o PDMI é denominado Projeto. Porém, de acordo com a terminologia técnica utilizada no Estado do Rio Grande do Sul, este se caracteriza como um Programa. Portanto, neste e nos demais documentos produzidos o PDMI será designado Programa. 8 2 RESUMO EXECUTIVO O Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI) que será desenvolvido de forma conjunta pelos municípios de Bagé, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Uruguaiana, foi concebido a partir da existência de demandas locais, cujas soluções não são possíveis com recursos próprios, dada sua escassez. A previsão do custo total do Programa é de US$ 103.641.915,00 (cento e três milhões, seiscentos e quarenta e um mil e novecentos e quinze dólares americanos), considerando todas as ações a serem desenvolvidas. A fonte externa de recursos é o Banco Mundial (BIRD) e a fonte interna os recursos orçamentários dos cinco municípios a serem beneficiados. O Banco Mundial (BIRD) financiará 60% dos investimentos e os municípios 40 % do valor previsto como contrapartida. O empréstimo terá um período de desembolso de cinco anos e um período de amortização de 15 anos. Tem por objetivo melhorar a eficiência e a eficácia da gestão pública dos municípios envolvidos, ampliar as oportunidades de trabalho e geração de renda e disponibilizar uma melhor infra-estrutura urbana e rural com equilíbrio ambiental. O Programa atuará em cinco frentes convergentes de ação, distribuídas em três componentes: a primeira relacionada à melhoria e a qualificação do serviço público, prestado pelas administrações municipais aos cidadãos; a segunda para o aumento da renda e melhoria das condições de vida das pessoas seja de forma direta através do crédito subsidiado e capacitação ou por meio de processos de inovação tecnológica; a terceira relacionada à qualificação urbanística mediante investimentos de melhoria do sistema viário, facilitando a trafegabilidade dos veículos e a mobilidade das pessoas; a quarta voltada para melhorias no espaço rural facilitando o deslocamento de pessoas e o transporte de produtos e também possibilitando o acesso à água para consumo e produção; a quinta direcionada à gestão ambiental com vistas ao manejo da água, esgotos, resíduos sólidos e preservação da Biodiversidade. Como resultado do programa, espera-se o desenvolvimento da região, fundamentado na replicação dos benefícios, decorrentes das ações realizadas nos municípios beneficiários. Os principais resultados que deverão ocorrer são: (i) maior eficiência e eficácia dos serviços públicos, oferecidos aos cidadãos pelas administrações municipais; (ii) qualificação do espaço urbano, de forma que seja oferecida à população, condições mais adequadas para o acesso aos serviços, comércio, turismo e lazer; (iii) melhoria das condições viárias e melhor aproveitamento dos recursos hídricos do meio rural, para facilitar o deslocamento e o uso correto da água pela população; (iv) reestruturação da microeconomia, por meio da capacitação e disponibilização de recursos financeiros, modernização de sistemas de produção agrícolas, com incentivos a novas alternativas de produção e inovação tecnológica através de mecanismos de produção de novas tecnologias, atração e criação de empresas de base tecnológicas; (v) recuperação de ecossistemas degradados e estabelecimento de mecanismos e processos adequados de manejo da água, esgoto e lixo para oferecer condições sanitárias mais apropriadas às pessoas. 9 Resumo das Informações do Programa Programa Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado – PDMI Financiador Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD Mutuários Prefeituras Municipais de Bagé, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Uruguaiana. Gestores Unidades Gestoras Municipais – UGPs Articulador Unidade Articuladora do Programa – UAP Objetivo Melhorar a eficiência e a eficácia da gestão pública dos municípios envolvidos, ampliar as oportunidades de trabalho e geração de renda e disponibilizar uma melhor infra-estrutura urbana e rural com equilíbrio ambiental. Duração Valor do Financiamento Valor do Programa . 5 (cinco) anos US$ 62.185.052,00 US$ 103.641.915,00 3 4 3 ANTECEDENTES O histórico do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado contempla ações desde janeiro de 2003, primeiramente com reuniões de esclarecimento junto ao Banco Mundial em razão de correspondência do Diretor do BIRD às administrações municipais que possibilitou aos municípios apresentassem projetos. Posteriormente foram realizados debates entre os técnicos e lideranças dos cinco municípios objetivando a identificação das demandas prioritárias, culminando com a seguinte seqüência de fatos e ações: (i)as cartas consultas foram elaboradas no período de setembro a dezembro de 2003; (ii) em 18 de abril de 2004 foi criado o Conselho Superior do Programa composto pelos cinco prefeitos para funcionar como órgão deliberativo do Programa; (iii) também e 18 de abril de 2004 foi criado o Conselho Técnico com um titular e um suplente de cada município, para funcionar como fórum de debates e tomadas de decisão fundamentais na concepção do integrado e coletivo; (iv) em março, abril e maio de 2004 cada município apresentou sua proposta à SEAIN (Secretaria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), para encaminhamento à COFIEX (Comissão dos Financiamentos Externos); (v) nos meses de junho a outubro de 2004 os municípios ajustaram suas propostas conforme recomendação da SEAIN; (vi) no dia 06 de dezembro de 2004 a COFIEX aprovou as Cartas Consultas, o que foi referendado pela SEAIN que autorizou a elaboração dos Projetos, definindo os valores a serem financiados e as respectivas contrapartidas; (vii) o Banco Mundial tomou conhecimento das aprovações no dia 08 de dezembro de 2004; (viii) no dia 18 de janeiro de 2005 o Banco Mundial lançou em Brasília o Programa de Apoio aos Municípios Brasileiros, e firmou o primeiro contrato direto com um município do Brasil, mais precisamente, com o Município de Betim; (ix) de fevereiro a agosto de 2005 o Banco Mundial realizou através de seus técnicos e consultores missões nos cinco municípios para definição da estrutura dos projetos, seus componentes e atividades; (x) no dia 25 de junho de 2005 foi assinado pelo Diretor do Banco Mundial e pelo Prefeito de Bagé, representando os 10 demais, o Acordo de Subvenção destinando US$ 700.000,00 do governo do Japão para custear a preparação do Programa; (xi) no mês de julho de 2005 os cinco municípios assinaram entre si um convênio para normatizar os procedimentos gerenciais e administrativos para a utilização dos recursos do Acordo de doação do Governo do Japão/BIRD TF 055121; (xii) em novembro de 2005 foi estruturada a UPP (Unidade de Preparação do Programa) por meio de um Escritório montado na cidade de Porto Alegre e com a contratação de nove consultores sendo quatro sediados no escritório na capital e cinco no interior, um em cada município; (xiii) em fevereiro e março de 2006 foram contratados três consultores individuais e o SEBRAE (Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio Grande do Sul) para realização de Estudos visando a preparação do Programa; (xv) em junho de 2006 foram contratadas quatro Empresas para realização de estudos que apresentavam maior complexidade; (xvi) os relatórios finais das consultorias individuais foram apresentados em junho e das consultorias de Empresas em setembro e outubro de 2006; (xvii) a preparação do programa encerrou-se em janeiro de 2007 com a missão de appraisal. 4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA Neste capítulo é feita uma descrição com as principais informações do Estado do Rio Grande do Sul, da região onde estão localizados os cinco municípios, dos próprios municípios, das políticas e principais Programas estaduais que tem objetivos coincidentes ou relacionados aos PDMI. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL O Estado do Rio Grande do Sul localiza-se na extremidade meridional do Brasil, com uma população total de 10.749.595 habitantes, perfazendo 6% do total da população brasileira, e uma superfície de 281.748,5 km² correspondendo 3,32% do território brasileiro. Apresenta grande diversidade cultural e formação étnica decorrente dos povos indígenas, africanos e europeus. A densidade populacional do estado é de 36 hab/km², acima da brasileira de 19,9 hab/km². Por outro lado, a densidade apresenta-se não uniforme dentro do estado uma vez que as regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Sul apresentam densidade em torno de 10 hab/km². Referente distribuição geográfica populacional o estado possui 496 municípios sendo que 330 apresentam menos de 10 mil habitantes, perfazendo 67% do total. 6.1.1 4.1.1 Físico-Geográficos O clima é subtropical com baixas temperaturas, classificado como mesotérmico úmido. As temperaturas apresentam grande variação sazonal, com verões quentes e invernos muito frios, ocorrendo geada e na região serrana, ocorrência de neve. As temperaturas médias variam entre 15 e 18 ºC, com mínimas de até -10 ºC e máximas de até 40 ºC. 11 Referente às precipitações pluviométricas a distribuição não é bem equilibrada ao longo do ano. Com relação ao volume a região sul do estado apresenta média entre 1.299 e 1.500 mm e a região nordeste com médias que variam de 1.500 e 1.800 mm, sendo que a encosta do planalto apresenta a maior precipitação no estado. 6.1.2 4.1.2 Econômicos A participação do estado do Rio Grande do Sul no Produto Interno Bruto (PIB) do país atinge o valor de R$ 152,7 bilhões correspondendo 7,8% e coloca o estado como a quarta economia nacional. O PIB per capita em ascensão nos últimos anos é superior à média brasileira, situando-se em R$ 14.081,00 no ano de 2005, sendo que o nacional, em 2004, situava-se em R$ 9.728,83, Tabela 1. Tabela 1 - Produto Interno Bruto, total e per capita, Participação do Estado no PIB Nacional e taxas de crescimento no Brasil e Rio Grande do Sul – 1994/1995. Rio Grande do Sul (1) PIB Anos 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total (R$ milhões) 31.129 53.653 63.263 69.221 70.542 75.450 85.138 94.084 104.451 128.040 150.121 152.714 Per capita (R$) 3.297,79 5.623,58 6.564,10 7.006,34 7.062,83 7.440,68 8.301,52 9.071,21 9.958,06 12.070,53 13.995,44 14.081,00 Taxas de Crescimento (%) Per Total capita 5,2 4,1 -5,0 -6,0 0,5 -0,5 6,1 3,5 -0,5 -1,6 3,0 1,4 4,4 3,2 3,1 1,9 1,1 -0,1 4,8 3,6 3,0 1,8 -4,8 -5,8 Participação RS/BR (%) PIB 8,30 8,12 7,95 7,72 7,75 7,73 7,85 7,76 8,23 8,50 7,80 Brasil PIB Total (R$ Per capita (R$) milhões) 349.205 2.232,32 646.192 4.067,30 778.887 4.828,11 870.743 5.316,55 914.188 5.498,81 973.846 5.770,82 1.101.255 6.429,56 1.198.736 6.896,35 1.346.028 7.630,93 1.556.182 8.694,47 1.766.620 9.728,83 - Taxas de Crescimento (%) Total (2) 5,9 4,2 2,7 3,3 0,1 0,8 4,4 1,3 1,9 0,5 4,9 2,6 Fonte: IBGE/Coordenação de Contas Nacionais. FEE/Núcleo de Contabilidade Social. (1) Estimativas preliminares para 2004 e 2005. (2) Para 2005 a taxa é acumulada até o terceiro trimestre. O Valor Agregado Bruto (VAB) do estado está distribuído, conforme a sua composição, entre setores: industrial com 45,00%; serviços com 39,10% e agropecuário com 15,90% associado com o setor agroindustrial. Por outro lado, o PIB do estado não se apresenta de forma homogênea em todos os municípios, visto que as regiões Nordeste, Serra e Metropolitana apresentam crescimento acima da região Litoral e Sul. O desenvolvimento nestas regiões está relacionado diretamente com maior ou menor índice de industrialização. Como principal segmento econômico a indústria de transformação, fortemente exportadora, está consolidada nos setores de mecânica, transporte, química, mobiliário, vestuário, calçados e alimentos. Geograficamente encontra-se concentrada no eixo Porto Alegre – Caxias do Sul que polarizam os principais seguimentos industriais gaúchos. Considerando os municípios localizados na metade Sul do Estado, Rio Grande apresenta o maior PIB, uma vez que, excepcionalmente, a economia se encontra alicerçada na atividade industrial a qual corresponde a 65,11% do Valor 12 Adicionado Bruto (VAB). O restante dos principais municípios que integram esta região, ou seja, Pelotas, Santa Maria, Bagé e Uruguaiana as atividades de serviço e agropecuária constituem-se como principais segmentos no desenvolvimento local, como comprova a Tabela 2. Tabela 2 – PIB total e per capita dos municípios do rs com mais de 100 mil habitantes PIB Municípios Porto Alegre Canoas Caxias do Sul Rio Grande Gravataí Novo Hamburgo Santa Cruz do Sul Pelotas Passo Fundo São Leopoldo Santa Maria Cachoeirinha Sapucaia do Sul Viamão Uruguaiana Guaíba Bagé Alvorada PIB per capita Estrutura do VAB (%) Relativos (R$ 1000) Variação (%) Part (%) 2003 (R$) A I S 2003 2002 14.655.093 10,6 11,45 10.437 0,86 0,96 0,17 27,31 72,52 7.605.191 31,0 5,94 23.704 1,96 1,84 0,06 59,30 40,64 6.613.409 5,17 17.028 5,01 58,33 36,66 3.812.737 2,98 19.838 2,51 65,11 32,39 3.248.540 2,54 12.826 0,72 69,84 29,45 2.949.087 2,30 11.872 0,64 51,78 47,59 2.642.925 2,06 23.139 4,76 65,40 29,84 2.115.030 1,65 6.321 6,67 33,60 59,73 1.786.216 1,40 9.968 5,80 36,84 57,36 1.752.523 1,37 8.599 0,12 50,10 49,79 1.554.394 1,21 6.026 7,09 22,87 70,04 1.550.608 1,21 13.447 0,07 51,47 48,46 1.483.825 1,16 11.423 0,07 67,40 32,53 1.338.783 1,05 5.439 9,77 32,63 57,60 1.185.244 0,93 8.976 30,30 27,35 42,36 798.251 0,62 7.940 3,73 56,12 40,15 716.288 0,56 6.021 16,28 26,14 57,57 612.527 0,48 3.051 0,22 24,64 75,14 Total 56.420.672 Rio Grande do Sul 128.039.611 44,07 100,00 12.071 População Nº Part (%) 1.404.086 320.835 388.374 192.195 253.275 248.408 114.221 334.594 179.202 203.807 257.938 115.315 129.900 246.130 132.040 100.533 118.965 200.744 13,24 3,02 4.940.562 18,69 40,33 40,99 10.607.617 Fonte: FEE/Núcleo de Contabilidade Social IBGE/Coordenação de Contas Nacionais 6.1.3 4.1.3 Social Com relação aos indicadores sociais do Estado a Fundação de Economia e Estatística elaborou o Índice de Desenvolvimento Sócio Econômico (IDESE). São considerados os indicadores domicílio e saneamento (proporção de domicílios abastecidos com água tratada, domicílios atendidos pela rede geral de esgoto sanitário e pluvial e média de moradores por município), educação (taxa de analfabetismo de pessoas com mais de 15 anos de idade, taxa de evasão e reprovação do ensino fundamental e taxa de atendimento no ensino médio), saúde (percentual de crianças nascidas com pouco peso, taxa de mortalidade de menores de 5 anos e expectativa de vida ao nascer) e renda (Produto Interno Bruto per capita e Valor Adicionado Bruto per capita do comércio e alimentação). Desta forma, os municípios gaúchos foram classificados em três grupos, ou seja, baixo desenvolvimento (menor que 0,499), médio desenvolvimento (0,500 a 0,799) e alto desenvolvimento (maior que 0,800). Constata-se que o estado apresenta valores altos referentes aos indicadores de educação (0,849) e saúde (0,844), valor médio no bloco renda (0,759) e valor baixo no que se refere ao indicador domicílio e saneamento (0,564) o que demonstra a necessidade de investimentos públicos neste setor. 13 6.1.4 4.1.4. Educação O Rio Grande do Sul encontra-se entre os cinco estados brasileiros com menor índice de analfabetismo, apresentando 6,7% da sua população acima de 15 anos de idade enquanto que a média do país situa-se em 13,6%. Por outro lado, internamente existem diferenças regionais acentuadas uma vez que 65% dos municípios possuem percentuais acima da média estadual. Referente à educação infantil (0 à 6 anos) os municípios gaúchos são responsáveis por 51,6% dos estabelecimentos de ensino, o setor privado contribui com 27,1%, o sistema estadual com 21,3% e sob coordenação do governo federal apenas 0,03%. Com relação ao ensino fundamental, novamente os municípios gaúchos apresentam expressivo número de estabelecimentos totalizando 4.916 (59,28%), o governo do estado contribui com 2.888 (34,83%), o sistema de educação privada com 485 (5,85%) e o governo federal com 0,04% dos estabelecimentos. A taxa de escolarização (população matriculada no nível de ensino adequado à faixa etária) é de 96,5%, enquanto que no país situa-se em 94,3%. Relativo ao ensino médio os estabelecimentos escolares estão concentrados no governo estadual com 934 unidades (68,68%), subordinados ao sistema privado são 398 (29,26%), sob controle dos municípios em número de 15 (1,10%) e sob coordenação do governo federal são 13 (0,96%) instituições de ensino médio. A taxa de escolarização do ensino médio no estado (população de 15 a 17 anos matriculada no nível de escolaridade adequada) compreende 45,3% (MEC/INEP). Finalmente, com relação ao ensino superior os índices brasileiros apresentam-se baixos, ou seja, 10,8% da população com idade entre 18 e 24 anos alcança as universidades. O estado do Rio Grande do Sul obtém índices muito acima quando comparado com o país, visto que apresenta 16,9% da população referida acima matriculadas no ensino superior. Atualmente estão instaladas no estado cerca de 16 Universidades, 6 centros universitários, 48 faculdades e/ou institutos de educação e 3 centros tecnológicos. 6.1.5 4.1.5 Infra-Estrutura 6.1.5.1 4.1.5.1 Transporte O transporte do estado está concentrado no sistema rodoviário o qual é responsável por 85,3% do total transportado enquanto que no país o índice baixa para 62%. O transporte ferroviário é responsável por 8,8%, o hidroviário por 3,7% e o dutoviário por 2,2% do transporte de cargas. No que se refere ao transporte de passageiros este sistema é responsável quase pela totalidade. A malha rodoviária está constituída por 153.960 km sendo 137.255 km de rodovias sob jurisdição dos municípios, 11.023 km estaduais e 5.682 km de rodovias federais. Deste total, em torno de 141.352 km não são pavimentadas, como demonstra a Tabela 3. TABELA 3 - Malha rodoviária – RS 14 Característica Pavimentadas Não-Pavimentadas Total (km) Rodovias Estaduais (km) 6.593 4.430 11.023 Rodovias Federais (km) 5.316 366 5.682 Rodovias Municipais (km) 699 136.556 137.255 Total (km) 12.608 141.352 153.960 Fonte: Secretaria dos Transportes RS (2004) Com relação ao transporte ferroviário o estado possui 3.259 km de linhas e ramais servindo, na sua totalidade, somente ao transporte de cargas que anualmente Transporta em torno de 6 milhões de toneladas. A concessão dos serviços encontra-se sob responsabilidade da empresa América Latina Logística (ALL) tendo como principais produtos transportados, a soja para a exportação, fertilizantes originários das importações e internamente transporte de combustíveis. Os principais problemas da malha ferroviária gaúcha estão relacionados à pequena quantidade de estações, com alta concentração de cargas e a baixa velocidade média devido às rampas e traçados sinuosos. Relativo à malha hidroviária o estado possui 1.100 km de hidrovias navegáveis. As principais bacias são a Litorânea e a Sudeste, formadas pelo Lago Guaíba, a Laguna dos Patos e os rios Jacuí, Taquari e dos Sinos os quais unem as principais regiões industrializadas do estado ao oceano Atlântico. A bacia formada pelos rios Uruguai e Ibicuí possuem restrições quanto à navegabilidade devido ao baixo calado dos seus leitos. O Porto de Rio Grande apresenta-se como o segundo porto brasileiro em transporte de containeres e o terceiro em movimentação de cargas, alcançando em média 22 milhões de toneladas ao ano. Por outro lado, o transporte aéreo está constituído por 52 aeroportos, sendo 04 sob jurisdição da União, 09 estaduais e 39 aeroportos municipais em atividade. O transporte de passageiros e de carga está alicerçado basicamente no Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital, movimentando anualmente em torno de 2,8 milhões de passageiros e 47 mil toneladas de carga. 6.1.5.2 4.1.5.2. Telecomunicação A operação do sistema de telecomunicações por telefonia fixa é realizada pelas empresas Brasil Telecom, GVT, Intelig e Embratel. Atualmente encontra-se instalada em 59% dos domicílios urbanos e 20,4% dos domicílios rurais, apresentando uma densidade de 24,6 telefones por cada 100 habitantes. Por outro lado a telefonia móvel apresenta uma densidade de 55,2%, sendo operacionalizada pelas empresas CRT Celular, Brasil Telecom, Telet e TIM. Salienta-se que em torno de 150 municípios com população abaixo de 5.000 habitantes ainda não dispõem deste serviço. O sistema de transmissão de dados, além das empresas citadas, também é realizado pela Impsat, Telemar e Geodex. Cabe salientar, que o estado possui uma rede de fibra ótica que atende 200 municípios formando uma rede integrada de serviços. 6.1.5.3 4.1.5.3. Energia Na geração de energia elétrica o estado possui uma capacidade instalada de 4.235,3 MW sendo 61,2% através de usinas hidrelétricas, 32,8% termelétricas, 5,2% proveniente de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), 0,4% de mini centrais 15 hidrelétricas e 0,4% de usinas termelétricas de biomassa. Por outro lado a demanda de energia no estado corresponde a 24.210 MWh correspondente a 2.760 MW anual. A transmissão de energia encontra-se interligada ao sistema nacional e conectada aos sistemas Argentino e Uruguaio. Atualmente existem três empresas, ou seja, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil (ELETROSUL) e a Companhia de Interconexão Energética (CIEN). A distribuição de energia é realizada em sua grande maioria pelas empresas CEEE, RGE e AES SUL. Todavia alguns municípios contam com pequenas empresas concessionárias e em torno de 15 cooperativas prestando o serviço em todo o estado. 4.2 CARACTERIZAÇÃO DA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL O Estado do Rio Grande do Sul encontra-se dividido em duas grandes regiões, a Metade Sul e a Metade Norte tendo como marcos divisórios os Rios Jacuí e Ibicuí. Na Metade Sul predomina a economia alicerçada basicamente na produção primária no cultivo do arroz e pecuária de corte, ambas estabelecidas na média e grande propriedade. Na pequena propriedade destaca-se o cultivo do milho e a pecuária leiteira. Na metade Norte predomina a economia agrária formada pela pequena e média propriedade e tendo a soja, milho e trigo como principais atividades agrícolas e a criação de bovinos de leite aves e suínos como principais atividades pecuárias. Na área industrial destaca-se a indústria metal-mecânica voltada à produção de máquinas e equipamentos agrícolas. No nordeste desta região encontrase o eixo Caxias do Sul – Porto Alegre que apresenta grandes concentrações urbanas e uma economia caracterizada basicamente na indústria coureiro-calçadista, metalmecânica, química, petroquímica, agro-alimentar, fumageira e recentemente a indústria automobilística e de informática. Referente à região da Metade Sul, em meados do Século XIX, a economia ocupava grande destaque na geração de riquezas para o estado, tendo na indústria do charque sua principal atividade, sendo consumido no centro do país principalmente pelas classes mais pobres e pelos escravos. A produção do charque concentrado nas charqueadas do município de Pelotas eram abastecidas por animais provenientes da região da Campanha (Pampa Gaúcho) e, após a industrialização, eram exportados pelo porto de Rio Grande, tornando estas cidades os principais centros urbanos do interior do estado, consolidando o desenvolvimento econômico, proporcionando a concentração da propriedade rural e gerando emprego e renda à população urbana. Posteriormente, na metade do Século XX, em decorrência das várias crises na cadeia da pecuária de corte, devido à baixa tecnologia na produção e industrialização da carne, nas dificuldades da região em adequar-se às novas matrizes, na diversificação econômica e nas exigências sociais crescentes, determinou a estagnação e perda da dinâmica econômica da Metade Sul do estado. Conforme PEREIRA, J.M.; ARENDT, M. (2002) a economia charqueadora, desde aproximadamente metade do século XIX começou a enfrentar sucessivas crises face à concorrência do charque platino de melhor qualidade. Este produto chegava aos principais portos brasileiros com o preço inferior ao charque gaúcho. Por outro lado, em contraste com a economia decadente pecuáriacharqueadora, a sociedade colonial, localizada na metade Norte do estado, desenvolve um rápido crescimento e diversificação da sua produção agrícola. Caracterizada pela 16 pequena propriedade rural e pelo elevado contingente populacional, a zona colonial encontrava-se em vigorosa expansão das exportações gaúchas de produtos coloniais. Neste sentido, de forma contundente, a evolução das exportações dos produtos primários apresenta-se francamente favorável aos produtos de origem coloniais como se constata na Tabela 4. Tabela 4 – Participação percentual de alguns produtos no valor das exportações do Rio Grande do Sul de 1861 a 1927. Descrição a- Charque b- Couros Total (a+b) c- Arroz d- Banha e- Farinha de Mandioca f- Feijão g- Vinho Total (c+d+e+f+g) Fonte: ALMEIDA (1992, p. 553) 1861 37,70 37,20 74,90 1,40 4,00 5,40 1890 30,30 24,40 54,70 11,50 6,50 9,20 29,90 1923 19,20 14,30 33,50 7,80 13,30 2,70 1,40 2,50 31,90 1927 17,70 6,80 24,50 13,00 19,70 1,80 3,30 2,90 43,90 Desta forma, começa a partir do final do século XIX a diferenciação das duas grandes regiões do estado, por um lado a Metade Sul apresentando uma economia com crescimento lento e especializado basicamente na produção primária e a metade Norte com uma economia empreendedora e de caráter diversificado. Por outro lado, juntamente com a desaceleração econômica da Metade Sul ocorreu uma diminuição do contingente populacional. A imigração para a Metade Norte do estado decorrente dos assentamentos dos imigrantes europeus, a existência de uma economia diversificada e o desenvolvimento de uma economia industrial, constituem-se objeto principal do crescimento populacional desta região como se comprova na Tabela 5. Tabela 5 – População total e participação de cada Metade no total do estado do Rio Grande do Sul 1890 – 2000 Ano 1890 1920 1950 1970 2000 População Metade Norte Metade Sul 415.681 481.774 1.142.268 851.100 2.755.862 1.408.959 4.730.042 2.025.416 7.012.367 3.169.382 Participação % Metade Norte Metade Sul 46,32 53,68 57,30 42,70 66,17 33,83 70,02 29,98 68,87 31,13 Fonte: Núcleo de Indicadores Sociais/FEE. Considerando a disparidade entre as duas regiões, a Assembléia Legislativa criou, em 1995, a Comissão Especial para o Desenvolvimento da Metade Sul. Foi delimitada a área geográfica para esta região em 136.403 km² (48,41% do 17 total do RS), 65 municípios. A Metade Norte ficou com 51,59% da área do estado e 361 municípios. Constata-se que o estado apresenta acentuada divisão econômica e populacional onde 81,22% do PIB e 74,1% da população encontram-se na Metade Norte enquanto que apenas 18,78% do PIB e 25,6% da população encontram-se na Metade Sul (Tabela 6). Tabela 6 - Área, População (2002), PIB total (2001) e PIB per capita da Metade Norte e Metade Sul do estado do Rio Grande do Sul Região Superfície Km² % População Hab. % M. Sul 136.403,40 48,41 2.693.442 25,9 M. Norte 145.345,14 51,59 7.704.691 74,1 PIB Total (R$ 1.000) PIB per R$ % capita 18.279.695,3 18,78 6.786,74 9 79.030.499,1 81,22 10.257,45 1 Fonte: FEE,2004. 4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS CINCO MUNICÍPIOS 1 6.3.1 4.3.1 Bagé Bagé localiza-se na Região da Campanha, distante 380Km de Porto Alegre, ocupando uma área de 4.095Km². As coordenadas geográficas da cidade são: Latitude sul 31° 20’ 13” e Longitude oeste 54° 06’ 37”. Distância em linha reta de Porto Alegre é de 316 Km. Altitude média é de 212 metros acima do nível do mar. O Município está limitado ao: Norte: Caçapava do Sul e Lavras do Sul; Oeste: Dom Pedrito; Leste: Hulha Negra, Pinheiro Machado e Candiota; Sul: República do Uruguai e Aceguá. As principais estradas de acesso à Bagé são: BR 293, BR 290 e BR 153. A densidade demográfica, conforme dados do IBGE (2000) é de 20,9 habitantes/Km². Os primeiros registros sobre o município de Bagé aparecem nos mapas jesuíticos e assinalam uma tentativa de contato dos missionários de Buenos Aires com os infiéis Guenoas, cujo cemitério existiu em Aceguá. Consta depois a chegada dos índios de São Miguel, os quais estabeleceram um posto de estância na Serra de Santa Tecla. A partir desses contatos iniciais, começa a fase histórica de Bagé já com essa denominação segundo os mapas mais antigos. Na língua indígena, Bagé significa “cerros”, retratando, desta forma, a topografia da área. Quando da fixação das fronteiras, por força do “Tratado de Madrid”, penetraram no território as comissões demarcadoras que, em Santa Tecla, encontraram a reação dos índios comandados por Sepé Tiarajú, iniciando-se assim, a Guerra Guaranítica, que trouxe para o local, os exércitos de Portugal e da Espanha. Essas forças acamparam na localidade junto às nascentes do Rio Negro, no Campo das Mercês e no Rincão Dele Rei. 1 As informações para a caracterização dos municípios foram extraídas do “Relatório Parcial de Diagnóstico dos Empreendimentos (RP-01)”, elaborado pela ACL – Assessoria & Consultoria Ltda – Agosto, 2006. 18 Quando os espanhóis tentaram ocupar o Rio Grande do Sul, construíram o Forte de Santa Tecla, ao norte da atual cidade e Rafael Pinto Bandeira o destruiu em março de 1776. Embora permanentemente disputado por portugueses e espanhóis com suas guardas de fronteira, a fundação de Bagé, como povoado, ocorreu em 17 de julho de 1811, quando Dom Diogo de Souza, governador e capitão geral do Rio Grande do Sul, depois de reunir aqui o seu exército pacificador, chamou Pedro Fagundes de Oliveira, comandante da guarda de São Sebastião, entregando-lhe o comando do campo e o distrito de Bagé. Em 1827 o povoado de Bagé foi invadido pelas forças republicanas do general Carlos Alvear, durante o decênio farroupilha e em seus campos foi proclamada a República Farroupilha Riograndense, além de ter sido palco de inúmeros encontros imperiais e republicanos. As inquietações externas, resultantes de guerras com países vizinhos, fizeram de Bagé um permanente acampamento militar, onde estiveram Caxias, Osório, Mallet, Sampaio, Marquês de Souza e inúmeros outros heróis do Brasil. Em 5 de julho de 1846, o então povoado foi elevado a município, tendo sua câmara de vereadores, sido instalada somente em 2 de fevereiro de 1847. Foi elevada a categoria de comarca em 21 de dezembro de 1858. Cenário dos principais acontecimentos da Revolução Federalista de 1893, Bagé foi teatro do cerco realizado pelas forças revolucionárias chefiadas pelo general João Nunes da Silva Tavares, enquanto que a defesa esteve a cargo do general Carlos Maria da Silva Telles, participou também, dos movimentos armados de 1923 a 1930. Tendo a sua economia tradicionalmente alicerçada pela pecuária, com a Segunda Guerra Mundial, iniciou a fase industrial através do aproveitamento das reservas carboníferas de Candiota, tornando-se um dos principais pólos energéticos do Rio Grande do Sul. Em 1949, com a chegada de um grupo de aproximadamente 100 pequenos produtores rurais imigrantes e filhos de imigrantes alemães, advindos de Santa Catarina, foi iniciada, com maior ímpeto, a fase agrícola de Bagé. O clima da região de Bagé, segundo classificação de KOPPEN, corresponde a um clima mesotérmico, tipo subtropical. A precipitação média anual é de 1.493,3 mm podendo haver uma variação de até 20% no outono e 16% no verão. A temperatura média anual é de 17,6ºC. A média do mês mais quente (janeiro) é de 24ºC e do mês mais frio (junho) 12,5ºC. As temperaturas extremas são de - 4ºC no mês mais frio e 41ºC no mês mais quente. A umidade relativa do ar oscila de 75 a 85% e a insolação anual é de 2.444 horas. A formação de geadas ocorre de abril a outubro, com maior incidência de junho a agosto. Os ventos predominantes de setembro a abril são do sudeste e de maio a agosto do noroeste. O município tem enfrentado nas últimas décadas intensas estiagens que iniciam nos meses de novembro e dezembro e prolongam-se pelo outono até o inverno, causando grandes prejuízos em todos os setores primários (lavouras de verão, pastagens e reservatórios de água). A Região da Campanha do Rio Grande do Sul tem sua maior caracterização na estância, estabelecimento este que se caracterizava principalmente há algumas décadas passadas, por ser formado de grandes glebas de terra. Bagé, com estas características, acrescida à condição de possuir solos de excelente vocação para a pecuária, transformou-se num pólo regional de produção de carne. Com o passar dos tempos, agregou indústrias ligadas ao setor primário, desde os tempos das charqueadas, até a era frigorífica de exportação; chegando a 19 uma infra-estrutura urbana, rede hoteleira, que junto a presença de uma Universidade (URCAMP - Universidade Regional da Campanha), faz com que a população de outros municípios, principalmente jovens, venha residir em Bagé, tornando-a uma cidade de grande porte. A economia é centralizada no setor primário, sendo o arroz a cultura de maior vulto de produção. A pecuária, tradicionalmente reconhecida no país e exterior, devido aos altos níveis zootécnicos de seus rebanhos sejam estes, bovinos, ovinos ou eqüinos, ocupa um espaço de relevância na economia regional. O cenário político e econômico atual, esta fazendo com que todos os setores da produção primária local estejam passando por um período de constante avaliação que deverá em breve fazer com que haja mudança nos sistemas sócio produtivos, provavelmente com a inclusão de outros setores como a fruticultura, piscicultura e a mudança dos modelos já existentes. O grande desafio é alavancar a agroindústria. As ações e serviços de saúde do município funcionam através do Sistema Único de Saúde - SUS, gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde e supervisionado pela 7ª Delegacia de Saúde. Postos com atendimento completo de enfermagem e médico: Conforme dados do Censo de 2004 do IBGE, o município conta com 34 estabelecimentos de saúde, sendo 22 públicos e 12 privados. Estes estabelecimentos disponibilizam para a população 677 leitos, onde 261 são destinados aos pacientes do SUS. No censo demográfico de 1991, foi constatado que existiam 35.845 domicílios no município, sendo 35.764 particulares e 81 condomínios. Com o crescimento populacional, a situação das pessoas que dependem de submoradias tem se agravado tendo como conseqüência um aumento da quantidade de habitações na periferia da cidade com casas mal construídas e sem as condições básicas de saneamento. No meio rural o sistema de habitação ainda é arcaico, com a maioria das pessoas morando de agregados em estâncias. O Sistema de Abastecimento de Água de Bagé teve sua implantação iniciada em 1912 e foi sendo expandido à medida que a cidade se desenvolvia. No ano de 1956 o tratamento foi ampliado através da construção de filtros circulares operando por gravidade. Somente 20 anos depois, em 1976, o sistema de tratamento sofreu melhoramentos com a construção de uma nova represa e uma Estação de Tratamento de Água. A partir desta data foram projetadas e executadas, sob a supervisão da CORSAN, obras de melhoria no sistema de distribuição, constando de 08 subsistemas compostas por reservatórios apoiados, estações elevatórias e reservatórios elevados. 6.3.2 4.3.2 Pelotas A cidade de Pelotas localiza-se na encosta sudeste do Estado do Rio Grande do Sul, às margens do Canal São Gonçalo, a 31º46’19” de latitude Sul e 52º20’33” de longitude Oeste e está distante aproximadamente 252 km da Capital. Pelotas faz limite com os municípios de Turuçu e São Lourenço do Sul ao norte, Rio Grande e Capão do Leão ao sul, Canguçu e Morro Redondo a oeste e com a Lagoa dos Patos a leste. De acordo com a sua localização o município está inserido na Mesorregião Sudeste Riograndense e Microrregião Pelotas. O município evoluiu, historicamente, em fins do século XVIII, quando o comércio do gado existente na capitania de São Pedro do Rio Grande já se 20 transformara em ótima fonte de renda. A exportação de carne e outros produtos derivados para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais era bastante ativa. Surgem, então, numerosas estâncias e charqueadas dedicadas às atividades de criação de gado e processamento dos seus derivados comerciais. Coube ao cearense José Pinto Martins, em 1780, fundar o primeiro desses estabelecimentos e o litoral do canal de São Gonçalo foi todo partilhado em nada menos que sete estâncias. Em 1812 a região se achava tão povoada, que D. João VI buscou erigir uma nova freguesia na localidade, desmembrando-a da freguesia de São Pedro do Rio Grande. No ano seguinte, se iniciou a construção da Capela dedicada a São Francisco de Paula, no local onde se situa, atualmente, a cidade. Não tardou para que ali se transferissem os moradores das margens do Arroio Pelotas e do Laranjal. Em 1830, foi a freguesia elevada à categoria de vila e sede municipal. A grande expansão das charqueadas fez com que Pelotas fosse considerada a verdadeira capital econômica da província, vindo a se envolver em várias grandes causas cívicas. Com relação aos acessos, o município de Pelotas contempla rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Pelotas situa-se na confluência das rodovias BR-116, BR-392 e BR-471, que juntas fazem a ligação aos países do Mercosul e todas as capitais e portos do país. O ramal ferroviário dá acesso ao Porto de Rio Grande, às fronteiras da Argentina e Uruguai, entre outros estados brasileiros, via Santa Maria. O aeroporto internacional está equipado para receber aviões de grande porte. O porto de Pelotas está localizado à margem do Canal São Gonçalo, que liga as lagoas dos Patos e Mirim. Integra o complexo portuário do Rio Grande do Sul, formado pelos portos de Rio Grande (marítimo), Porto Alegre, Pelotas e Cachoeira do Sul (fluvial), além da integração rodo-ferro-hidroviário de Estrela, no rio Taquari. Em termos populacionais e demográficos, o município apresenta uma das maiores populações do estado do Rio Grande do Sul, a qual vem apresentando um crescimento contínuo desde os anos 70 com redução na taxa de crescimento a partir de 1991. A população de Pelotas é de cerca de 335 mil habitantes, com uma área de 1.921,80 km2, onde 93,16% é área urbana e 6,84% é área rural. Caracteriza-se por apresentar uma densidade demográfica média, 196,18 hab/km2. A taxa de analfabetismo é 6,20% e a expectativa de vida ao nascer é de aproximadamente 72 anos. Desde a sua fundação, o município apresenta uma boa diversidade de ações econômicas e aumenta cada vez mais os seus focos de produção. As principais atividades econômicas são: (i) Setor Primário: arroz, milho, feijão, tomate, batatainglesa, laranja, pêssego, bovinos, suínos, aves; (ii) Setor Secundário (indústria): alimentícia, minerais não metálicos, metalurgia, cerâmica, química, mecânica, vestuário, calçados e tecelagem; (iii) Setor Terciário (comércio): atacadista, varejista e transportes. Resumidamente, o município responde por aproximadamente 28% da produção de arroz do Estado, 10% da produção de grãos, 16% do rebanho bovino de corte, detém a maior bacia leiteira e expressiva criação de cavalos e ovelhas. Além da tradição na cultura do pêssego indústria. Comercialmente, a cidade é um grande centro que atrai habitantes de toda a região para as suas modernas galerias, calçadões e comércio de bairros. 21 Possui 7.507 estabelecimentos, incluindo lojas, agências bancárias, seguradoras, casas de câmbio e empresas de transporte, que ocupam aproximadamente 60% da população ativa. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE) o PIB total do município para 2003 era de R$ 2.115.030.000 e o PIB per capita de R$ 6.321. Houve um crescimento de 12,2% comparado a 2002, porém a participação no PIB do Estado foi de 1,65% que é menor do que o de 1,80% observado em 2002. Os dados do PIB municipal indicam uma curva equilibrada, porém com um decréscimo nos últimos anos, o que vem prejudicando a posição do município no ranking estadual. A empresa responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação de resíduos sólidos e drenagem urbana, é o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Pelotas (SANEP). Quanto ao sistema de água, o SANEP atende 99% da cidade com os 86.500.000 litros de água potável produzidos por dia. A água chega as 103.556 economias, através de 857 km de rede. O sistema consta basicamente de 3 estações de tratamento, 20 reservatórios, linhas adutoras e redes de distribuição. Com relação ao esgotamento sanitário o município possui 349 quilômetros de redes coletoras atendendo 67% das residências e empresas. A cidade conta com duas estações de tratamento de esgoto que atendem apenas 40% da demanda do esgoto coletado. A ausência de tratamento em parte dos efluentes sanitários originam problemas de poluição dos recursos hídricos, alagamentos e impactos visual e de maus odores. Diariamente são coletadas 150 toneladas de lixo, ou aproximadamente 800 m³/dia de resíduos sólidos, sendo que são depositados em aterros controlados. A qualidade das vias urbanas não está em bom estado de conservação, além de apresentar ruas estreitas nas regiões mais antigas do centro da cidade. Nas ruas não pavimentadas os condutos de esgoto são formados por valetas a céu aberto. Pelo fato do município estar localizado numa planície costeira, relevo plano e com altitude baixa em relação ao nível do mar, o sistema de drenagem pluvial é caracterizado por alta complexidade. O sistema é composto por nove canais coletores e condutores, seis diques de contenção e oito casas de bombas com capacidade total de bombeamento de 33.408.000 litros/dia. O sistema de iluminação pública apresenta 24.072 pontos de iluminação, representando 90% do total necessário para abrangência total no perímetro urbano. De acordo com o IBGE (2003) a infra-estrutura de saúde do município está equipada com 142 estabelecimentos de saúde, sendo 6 unidades hospitalares. Quanto ao número de leitos, do total de 1.425, o número disponível pelo SUS é de 1.098. Em termos de desenvolvimento social e econômico, pode-se utilizar os índices de avaliação IDHM. Verifica-se, em termos de indicadores sócio-econômicos, que o município apresenta bons valores de IDHM, ficando em torno de 0,816. 22 6.3.3 4.3.3 Rio Grande Cidade mais antiga do Estado do Rio Grande do Sul, teve a sua formação a partir de longas lutas pela posse, entre espanhóis e portugueses do local, a meio caminho do Prata, foi escolhido, em 1737, para instalação de um forte. Dessa missão foi incumbido o fundador Brigadeiro José da Silva Paes, que construiu o forte Jesus Maria José e promoveu a vinda de 120 índios catequizados e famílias do Rio de Janeiro e Laguna. Formava-se, assim, Rio Grande de São Pedro, que não tardou a ser alvo dos ataques castelhanos. Cessadas as lutas, medidas foram tomadas para reerguimento da antiga vila que, em 1809, foi escolhida para sede municipal. Em 1680, com a fundação da Colônia de Sacramento, Portugal pretendeu assegurar e demarcar seu limite sul, à margem esquerda do Prata. Estas delimitações geraram grandes conflitos entre as coroas de Portugal e Espanha. Marco inicial dos pampas, Rio Grande, perpetua-se como berço de cidades ilustres, das praças e monumentos, no viés arquitetônico/histórico edificado pelos colonizadores e imigrantes, que nestas edificações, manifestaram sua cultura própria, na busca de aproximá-los de um tempo e espaço de onde eram oriundos. A População Total do Município era de 192.195 habitantes, de acordo com informações da FEE/2004. Com uma Área de 2.813,91 km² representa 1,0465% da área do Estado, 0,4993% da Região e 0,0331% de todo o território brasileiro. A área compreendida pelo município está dividida em cinco distritos: 1º) Cidade do Rio Grande e Balneário Cassino; 2º) Ilha dos Marinheiros e ilhas menores (das Pombas, dos Cavalos, da Pólvora, Leonídio, Caldeirão, das Cabras e Constância); 3º) Povo Novo, Torotama, Mosquito e Martin Coelho; 4º) Taim; e, 5º) Vila da Quinta. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,793 segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). A cidade de Rio Grande está localizada nas margens da região estuarina da Laguna dos Patos, numa restinga limitada nos quadrantes sul e noroeste por enseadas rasas marginais (Saco da Mangueira, do Martins e do Justino), ao norte pelo Canal do Norte e ao leste pelo canal de acesso da laguna ao Oceano Atlântico (Canal do Rio Grande). Rio Grande possui uma rede hidrográfica interna, formada por lagoas e arroios, com muitos banhados permanentes e temporários, resultantes da dificuldade de escoamento superficial, conseqüência da baixa declividade e da permeabilidade do solo arenoso (Duarte, 1997). O município de Rio Grande possui um clima subtropical úmido, com forte influência do oceano (STRAHLER e STRAHLER, 1996 em BRAGA, 1997, Apud ACL, 2006). Neste município, o predomínio de ventos com direção nordeste foi observado para a maioria dos meses do ano, excetuando-se os meses de maio, junho e julho onde a maior ocorrência foi da direção norte, sendo verificado nestes meses uma grande incidência de ventos de sudoeste e oeste (BRAGA, 1997, Apud ACL, 2006). A cidade do Rio Grande tem parte de sua economia voltada para o mar, sendo privilegiada por sua localização e pelo porto marítimo de importante valor para toda a região sul. Seu parque industrial está formado por três indústrias de pescado, cinco de fertilizante (quatro de processamento e uma de mistura), uma têxtil, três de extração e refino de óleo vegetal, uma refinaria de petróleo, uma de moagem e benefício de farinha, um frigorífico e uma de conservas alimentícias, distribuídas na Área Urbana de Ocupação intensiva e no seu Distrito Industrial (modificado de TAGLIANI e ASMUS, 1997, Apud ACL, 2006). Outra atividade importante do município é a agricultura, principalmente o arroz e a cebola. A população urbana do 23 município dedica-se às atividades dos setores secundário e terciário da economia, predominando as atividades de movimentação de cargas no porto, produção de fertilizantes, derivados do petróleo e indústrias de pesca e cereais (HABIAGA, 1998, Apud ACL, 2006). Sobre a movimentação do porto, ela está dividida em granéis sólidos (soja e fertilizantes), granéis líquidos (derivados de petróleo e produtos químicos) e carga geral (contêineres contendo fumo, calçados, arroz, resinas termoplásticas, móveis, couro, borracha, celulose, entre outros). No período de 1991 a 1998, o total geral destes produtos transportados pelo porto (importação/exportação) foi, em média, de 11 milhões de toneladas, sendo que o maior volume ocorreu em 1998, com o total de 13,9 milhões de toneladas. Deste volume, cerca de 15% correspondem a cargas gerais, 25% a granéis líquidos e 60% a granéis sólidos (SUPRG, 1999a, Apud ACL, 2006). Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Governo do Estado a partir do seu IDESE, o “Índice de desenvolvimento sócio-econômico do Rio Grande do Sul”, buscou dirimir questões ligadas à saúde, educação, renda e outros aspectos que evidenciavam a situação político-social do Município. Assim, observa-se que a posição de Rio Grande no IDESE renda é superior a do IDESE geral, uma vez que o PIB per capita do município, impulsionado pela Refinaria Ipiranga, é um dos maiores do Rio Grande do Sul. No caso de educação e saúde, embora os indicadores de Rio Grande sejam altos (0,84 e 0,82), a situação relativa de Rio Grande é ruim, estando o município em 211º e 376º lugares, em relação ao estado. Essa colocação é conseqüência da pouca variância dos indicadores de saúde e educação no Estado. Os municípios do Rio Grande do Sul apresentam condições de educação e saúde bastante semelhantes, o que faz com que uma diferença de um centésimo no IDESE educação ou saúde faça o município ficar muito abaixo de seus pares. Em relação ao IDESE educação, observa-se que o Rio Grande tem taxas de reprovação e evasão do ensino fundamental regulares em torno de 11%, ou seja, são taxas que podem ser diminuídas, mas que não são expressivamente altas. A taxa de analfabetismo é baixa, mas o percentual de jovens entre 15 e 17 anos no ensino médio é baixo, o que sinaliza um problema. O IDESE saúde é composto por três indicadores: percentagem de crianças com baixo peso ao nascer, mortalidade das crianças com menos de cinco anos por mil crianças nascidas vivas e esperança de vida ao nascer, medida em anos. Observa-se que os indicadores de saúde podem melhorar, principalmente no que diz respeito à mortalidade infantil e à esperança de vida, que é menor que a média do Estado (72 anos) e menor que a do município em último lugar no IDESE saúde. O índice de mortalidade infantil do município – de cada mil crianças nascidas vivas, 25 crianças morrem até completar cinco anos de idade – é elevado para os padrões do Estado. Em relação a situação domiciliar e de saneamento, relativo a carência de iluminação, abastecimento de água, instalação sanitária ou coleta de lixo, o índice é da população atendida é de 21%, sendo bem abaixo da média do estado que é de 36%. Há um percentual elevado de adensamento, ou seja, domicílios com mais de três moradores por dormitório, e o déficit habitacional - somatório dos domicílios improvisados, domicílios com mais de uma família residente ou moradia em cômodos cedidos ou alugados – é de 6,5%, igual à média do Estado. 24 Em relação à pavimentação de ruas, verifica-se que somente 40% das ruas de Rio Grande são pavimentadas, sendo que quase metade é calçada com paralelepípedo. Destacam-se como problema ambiental a geração e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos gerados pelo município. Embora a quase totalidade dos domicílios urbanos possua coleta de lixo (98,5%), apenas 10% desse lixo é reciclado. 6.3.4 4.3.4 Santa Maria Os aspectos históricos do município são de acentuada riqueza e diversidade. A primeira referência escrita sobre a região em que se localiza a sede municipal deve-se a José Saldanha, astrônomo que integrava a Comissão Demarcadora de Limites que, entre 1784 e 1797 esteve empenhado de fixar os limites de Portugal e Espanha na América do Sul. Em 1810 a doação de vários estancieiros possibilitou a instituição de Capela Curada. Em 1837, tornou-se freguesia com o nome de Santa Maria da Boca do Monte. Vinte anos depois, foi elevada à vila. Tornou-se município em 16 de dezembro de 1857, instalado em 17 de maio de 1858. Santa Maria esta situada na região central do estado do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas geográficas 53°45’00’’ e 53º52’30’’, de longitude Oeste e 29º40’00’’ e 29°45’00’’ de latitude Sul. Constitui o centro geográfico do estado do Rio Grande do Sul, localizado no Arenal, distrito do Passo do Verde, distante 500 metros da BR 392 (Santa Maria/São Sepé) na Longitude 53º 46´02,01"W e Latitude 29º 51 ´02,48". Possui uma população próxima a 250 mil habitantes, dos quais cerca de 80% residem na área urbana, resulta da colonização da área por portugueses, espanhóis, alemães, judeus, árabes, italianos, bem como as etnias indígenas que já habitavam o local. O município de Santa Maria está articulado em Distritos distintos que podem ser sistematizados como: 1º Distrito Sede compreende a área urbana com cerca de 230 mil habitantes; 2º Distrito São Valentim com cerca de 500 habitantes; 3º Distrito Pains com aproximadamente 2.500 habitantes; 4º Distrito Arroio Grande com cerca de 2.700 habitantes; 5º Distrito Arroio do Sol com aproximadamente 1.200 habitantes; 6º Distrito Passo do Verde com aproximadamente 500 habitantes; 7º Distrito Boca do Monte com 4.000 habitantes; 8º Distrito Palma com cerca de 860 habitantes; 9º Distrito Santa Flora com aproximadamente 1.000 e o 10º Distrito denominado Santo Antão com 300 habitantes. A zona urbana esta construída sobre o interflúvio que divide as subbacias hidrográficas do Vacacaí-Mirim e Arroio Cadena. O PUSM (Perímetro Urbano de Santa Maria) se constitui na área urbana e área de expansão urbana e compreende 12.548ha. A população de Santa Maria, de 257.938 habitantes em 2004 (FEE), apresenta um crescimento progressivo porém em taxas contínuas e equilibradas desde a década de 70. A densidade demográfica do município é de 144,1 hab/km², sendo que 96,70% da população localizam-se na zona urbana. Dentre os principais indicadores do município destacam-se a elevada taxa de alfabetização (95,40%) da população e a expectativa de vida no município de aproximadamente 74 anos. 25 Deve-se ressaltar que a implementação da Universidade Federal (UFSM) tem aumentado de forma acentuada o desenvolvimento cultural, científico e tecnológico em Santa Maria e impulsionado o desenvolvimento integrado no município. Em termos econômicos, verifica-se que a matriz do município é composta por um setor de comércio e serviços que atende a região central do estado e por uma produção agropastoril padrão da região da Metade Sul do Estado. Observa-se uma produção diversificada com áreas de plantio consideráveis, destacando-se o arroz irrigado, a soja e o milho. Em relação ao PIB municipal, pode-se colocar que após um período continuado de PIB crescente, a curva de crescimento exibiu uma tendência de queda desde a segunda metade da década de 1990. Por outro lado, o município mantém-se entre os vinte maiores PIB´s municipais do Estado do Rio Grande do Sul ao longo das últimas duas décadas. Com relação às utilidades urbanas, Santa Maria exibe bons indicadores de transportes/mobilidade urbana, energia e saneamento básico. Aproximadamente 91% dos domicílios são atendidos por abastecimento de água e 55,96% são atendidos por rede coletora de esgotos geral. No tocante à coleta de lixo, aproximadamente 95% dos domicílios contam com coleta regular dos resíduos sólidos e 5,11% têm os resíduos com outra destinação. Os períodos de estiagem que aconteceram nos últimos anos têm afetado acentuadamente o município, tanto em termos de prejuízos à produção, quanto e principalmente, no que se refere ao abastecimento das comunidades urbanas e rurais, afetadas, inclusive por racionamento. A partir da avaliação dos índices IDHM e IDESE, observa-se que o município exibe uma posição intermediária nos fatores educação e renda, pois está respectivamente em 115º e 192º lugares em relação ao Estado. Já com valores menos marcados para o item saúde, 282º lugar. O conjunto das variáveis indica um IDESE considerável para Santa Maria, entre os trinta maiores do Estado. 6.3.5 4.3.5 Uruguaiana O Município de Uruguaiana está localizado no extremo Oeste do Estado do Rio Grande do Sul, a 29º 46' 55" de latitude Sul e 57º 02' 18" de longitude Oeste, exatamente a 634 km da capital. A cidade, a oeste da capital do Estado, faz limite com os municípios de Alegrete, Itaqui, Barra do Quarai, Quarai, Paso de Los Libres (República da Argentina) e Artigas (República do Uruguai). De acordo com sua localização, o município está inserido na Mesorregião Sudoeste Riograndense e Microrregião Campanha Ocidental, mas segundo classificação do Conselho Regional de Desenvolvimento – COREDE – o município faz parte da Fronteira Oeste. A área urbana da sede de Uruguaiana, acrescida de área destinada à zona industrial, segundo Lei Municipal n.º 1004/69, situa-se à margem esquerda do arroio Salso de Baixo, entre a BR- 472 e a margem do Rio Uruguai. O limite sul é estabelecido por uma linha normal ao eixo da BR- 472, distando 3 (três) quilômetros do ponto de intersecção desta com o arroio Salso de Baixo. Esta privilegiada localização se deve, historicamente, a D. Diogo de Souza que em 1814 doou a primeira sesmaria entre os rios Ibicuí e o Ibirocai. Porém, a idéia da fundação do povoado só ocorreu em plena Revolução Farroupilha. Um dos sesmeiros, Manuel Joaquim do Couto doou meia légua para edificação do povoado. Ali foi, em 1843, criada uma Capela Curada, denominada Capela do Uruguai para onde 26 se transferiram os moradores de um lugarejo denominado Santana do Uruguai. Dois anos após, o novo povoado já possuía cerca de 100 casas e a denominação fora alterada para Uruguaiana. Uma Lei Provincial de 1846 criou o município e freguesia de Santana do Uruguaiana, desmembrando de Alegrete. Quanto aos aspectos de transporte, Uruguaiana está situada, estrategicamente, no sistema de transportes que integra rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do Mercosul. O acesso ao município via rodovias ocorre pelas BR-290 e BR-472 e através da ponte de 2,4 km da qual ocorre a ligação de Paso de Los Libre, na Argentina. A estação aduaneira, uma das maiores do Brasil, localiza-se próxima à ponte internacional. O trabalho aduaneiro faz com que o comércio sobre rodas do Mercosul passe preferencialmente por Uruguaiana, tendo seu porto seco como o maior da América Latina. O Aeroporto local é Internacional, possui uma pista pavimentada e opera com linhas de cargas courrier (pequenas encomendas), mas está habilitado a receber aviões cargueiros do porte do Boeing 737. A rede ferroviária possui um terminal de cargas em Uruguaiana, com capacidade para estocagem e transbordo, com conexão à Argentina, através de ferrovia pela Ponte Internacional, dando assim plenas condições de uso desse tipo de transporte. A população de Uruguaiana, cerca de 132.040 habitantes em 2004 (FEE), estava distribuída numa área de 5.713 km² e com densidade de aproximadamente 22 hab/km², sendo que 93,4% dos habitantes estão localizados na área urbana, cuja área é de 45,3 km². Comparando o ano de 2000 com o ano de 1991, observa-se que a taxa de crescimento da população ficou em torno de 0,89% ao ano, o que significa baixas taxas de crescimento ao longo dos últimos anos. A área urbana está dividida em 36 bairros, segundo a Prefeitura, e de acordo com o cadastro de imóveis, existem nestes bairros 25.083 economias prediais e 6.044 terrenos não ocupados. Com relação ao relevo, a região é caracterizada por vastas planícies que formam o Pampa Gaúcho. A base econômica do município é a produção agropastoril, sendo que o principal produto agrícola é o arroz irrigado. O plantio do arroz ocupa 12,53% da área do município e, segundo UFRGS, produz 511.010 toneladas. Os demais produtos produzidos no município são: laranja, mandioca, milho, tomate e uva. Destacam-se, também, as atividades comerciais, em especial as vinculadas à acentuada movimentação de cargas e materiais devido ao posicionamento fronteiriço do município. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE) o PIB total do município para 2003 era de R$ mil 1.185.244 e o PIB per capita de R$ 8.976. Houve um crescimento de 11,6% comparado a 2002, porém a participação no PIB do Estado foi de 0,93% que é menor que o 1,02% observado em 2002. Em termos da evolução do PIB municipal, observa-se que o município está posicionado entre os vinte maiores PIB´s do Estado ao longo das últimas duas décadas. Os serviços referentes a água e esgoto são realizados pela concessionária CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento. O sistema de água implantado pela empresa cobre 89,3 % da população e o restante é atendido por 27 poços artesianos. Os períodos de estiagem que aconteceram nos últimos anos têm afetado acentuadamente o município, tanto em termos de prejuízos à produção, quanto e principalmente, no que se refere ao abastecimento das comunidades urbanas e rurais, afetadas, inclusive por racionamento. Do total de domicílios existentes no município, 34.558, ou 27% são atendidos pelo sistema de esgotamento sanitário e, aproximadamente 4% não possuem banheiro. O sistema existente na cidade é a rede mista, no qual se considera que os efluentes passam necessariamente por fossas sépticas. Porém, a realidade mostra que a maioria dos domicílios lança o esgoto diretamente na rede pluvial originando problemas de poluição dos corpos hídricos. O município coleta 91% dos resíduos sólidos, porém a destinação final é problemática, em razão das características ambientalmente frágeis dos locais onde estão instalados os aterros. Por outro lado, o sistema de drenagem pluvial urbana apresenta-se deficitário, uma vez que está constituído por uma rede de drenagem formada por galerias e tubulações, as quais são insuficientes para o escoamento das águas das chuvas. No que se refere ao atendimento de energia elétrica, todo o perímetro urbano e a área rural são atendidos pela rede elétrica que é operada pela AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia Elétrica SA. A iluminação pública conta com 6.800 pontos distribuídos em 270 Km de vias urbanas, sendo em média um ponto a cada 40 metros. Com relação à saúde, o atendimento à população é realizado basicamente por órgãos públicos. A Secretaria Municipal da Saúde e Meio Ambiente possui 16 postos de atendimento incluindo o Centro de Saúde de Uruguaiana e o Pronto Atendimento Municipal operados por 235 servidores. Uruguaiana possui dois hospitais, ambos conveniados ao SUS, sendo que possuem 268 leitos, sendo 176 conveniados aos SUS e 92 particulares, isto é, 66% do número de leitos são destinados para o Sistema Único de Saúde. A rede de ensino, por sua vez, possui excelentes escolas públicas e privadas, além do município contar com os serviços nacionais de aprendizagem industrial e comercial. A rede escolar municipal é composta por 27 escolas sendo 10 urbanas e 17 rurais, com 567 professores que atendem 6.222 alunos urbanos e 485 alunos rurais. Nas escolas rurais estão lotados 30 professores. O município possui cursos de graduação e pós-graduação pela PUCRS Uruguaiana. Os cursos ofertados, a nível de graduação, são: Zootecnia, Veterinária, Agronomia, Filosofia, Letras, Ciências Contábeis, Administração de Empresas, Informática, Direito, entre outros. Em termos de desenvolvimento social e econômico, podem-se utilizar os índices de avaliação IDHM e IDESE, para uma contextualização do município. Verificase na avaliação destes indicadores, que Uruguaiana possui índices intermediários de desenvolvimento sócio-econômico, com melhorias necessárias nos itens educação, saúde e renda, o que concretamente reflete a atual situação local. O IDHM do município, em 2000, teve um aumento de 7,8% em comparação a 1991, ficando em 0,788, enquanto que o IDESE apresentou um índice de 0,748. Considerações Finais 28 As cidades de Bagé, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Uruguaiana são caracterizadas como Cidades-Pólos da Metade Sul necessitando de intervenções distintas para a retomada do desenvolvimento sócio-econômico. Constata-se que os indicadores econômicos, sociais e de potencialidade da Metade Sul encontram-se entre os de pior situação, abaixo das médias do estado. Fatores como a localização, pouco empreendedorismo e infra-estrutura deficitária contribuem para a manutenção dos desequilíbrios regionais. Neste diapasão, os estudos realizados pelo programa estadual de desenvolvimento ”Rumos 2015” aponta como estratégia de desenvolvimento o fortalecimento das cidades-pólo, ou seja: “Trata-se de fortalecer uma rede de cidades distribuídas em todo o território estadual que têm recebido as maiores imigrações urbanas na última década, confirmando a sua atratividade socioeconômica sobre o restante do território estadual. Nessa rede devem ser incentivadas as localizações industriais e os serviços mais complexos de apoio a ela, além de terciários mais sofisticados e também aqueles que agreguem escalas às demandas dos seus espaços sofisticados...” (RS. SCP. Relatório Final de Propostas, vol. I,p.43 ). Como cidades-pólos das suas microrregiões, os cinco municípios apresentam caracterizações socioeconômicas de certa forma hegemônicas. Com relação ao PIB per capita, com exceção do município de Rio Grande, os demais situam-se um pouco acima de 50% da média estadual e decresceram relativamente nos anos de 2002/2003. Relativo à estrutura de participação do Valor Adicionado Bruto (VAB) por setores de atividade municipal, a indústria apresenta importância somente no município de Rio Grande (65,11%), nos demais municípios ficou abaixo da média do estado, sendo Santa Maria o município que apresenta o menor índice (22,87%). Com relação à participação do setor terciário no VAB, Santa Maria apresenta o maior índice (70,04%), por outro lado o município de Rio Grande apresenta-se abaixo da média e Uruguaiana na média estadual. Cabe salientar, que o VAB relativo à agropecuária do município de Uruguaiana é o que apresenta o maior índice, ou seja, (30,30%) do total do produto. Conforme Tabela 7. Tabela 7 - População, PIB Total e Valor Adicionado Bruto dos municípios População Municípios Bagé Pelotas Rio Grande Santa Maria Uruguaiana Total RS Nº PIB total (1.000) % Nº % 118.965 334.594 192.195 257.938 132.040 1.035.732 1,12 3,15 1,81 2,43 1,24 9,75 716.288 2.115.030 3.812.737 1.554.394 1.185.244 9.383.693 0,56 1,65 2,98 1,21 0,93 7,33 10.607.617 100 128.039.611 100 PIB per capta (R$) 6.021 6.321 19.838 6.026 8.976 VAB % A I S 16,28 6,67 2,51 7,09 30,30 26,14 33,60 65,11 22,87 27,35 57,57 59,73 32,39 70,04 42,36 Fonte: FEE – Fundação de Economia e Estatística do RS/2004. Com relação aos indicadores sociais, mais precisamente ao Índice de Desenvolvimento Humano, os municípios apresentam-se próximos aos coeficientes alcançados pelo estado e acima dos índices do país. O município de Santa Maria 29 apresenta os melhores índices, comparado com os demais municípios. Por outro lado, o município de Uruguaiana no que diz respeito aos IDHs renda e educação encontrase abaixo dos valores dos demais municípios e, juntamente com o IDH longevidade, abaixo dos valores atingidos pelo estado, como se observa na Tabela 8. Tabela 8 - IDH municipal, Educação, Renda e Longevidade 2000. Municípios Bagé Pelotas Rio Grande Santa Maria Uruguaiana Rio Grande do Sul Brasil IDH Renda 0,722 0,748 0,735 0,785 0,719 0,754 0,723 IDH Longevidade 0,786 0,777 0,727 0,817 0,753 0,785 0,727 IDH Educação 0,898 0,922 0,918 0,932 0,892 0,904 0,849 Desta forma, considerando as particularidades sócio-econômicas dos cinco municípios, as demandas e as potencialidades existentes parece que o encaminhamento das soluções dos problemas se viabiliza com muito maior facilidade se for feito através de um processo de cooperação intermunicipal. 4.4 POLÍTICAS E METAS DO GOVERNO ESTADUAL 6.4.1 4.4.1. Diretrizes Estratégicas da Administração Estadual O Governo do estado do Rio Grande do sul estabeleceu para a administração do período 2003/2006, diretrizes estratégicas para nortearem a gestão pública, baseadas em quatro eixos: - Promoção da Inclusão Social; - Atração de Investimentos e Fomento ao Desenvolvimento Econômico; - Combate às Desigualdades Regionais; - Modernização da Gestão e do Serviço Público 6.4.2 4.4.2. Programa Desigualdades Regionais (BIRD) É uma tendência geral do desenvolvimento econômico a concentração espacial das atividades econômicas devido à ocorrência de externalidades positivas oriundas de uma aglomeração urbana. Isso vale para o Estado do Rio Grande do Sul, pois basta observar a dinâmica econômica característica da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Aglomeração Urbana do Nordeste – essa no entorno de Caxias do Sul – e compará-las com as demais regiões do Estado. Essas situações implicam vantagens locacionais significativas para essas aglomerações urbanas em relação a outras regiões. No entanto geram uma série de problemas de ordem econômica, social e ambiental que foge à lógica individual das decisões microeconômicas, podendo restringir o bem-estar da população de uma região ou de um país como um todo. A continuidade desse processo prejudica a eficiência produtiva do Estado de dois modos. De um lado, há a baixa produtividade das áreas menos dinâmicas, tendo em vista que os fatores produtivos de maior capacitação produtiva dessas regiões (mão-de-obra qualificada, por exemplo) se direcionam para as áreas mais dinâmicas em busca de maiores oportunidades. De outro lado, nas regiões de maior concentração econômica surgem fatores característicos de economias de aglomeração. Ao propiciarem a elevação do preço da terra e dos aluguéis, 30 congestionamentos, elevação dos índices de criminalidade, desequilíbrio entre oferta e demanda de bens públicos, também comprometem a eficiência das áreas dinâmicas. A constatação desses fatos e o entendimento de que o Estado pode e deve interferir nos rumos da economia é parte do que justifica uma postura pró-ativa na criação de um programa para se enfrentar este problema. Busca-se desenvolver ações que propiciem o aproveitamento das vocações regionais, aqui entendidas como o melhoramento e a ampliação sustentável das especializações com base nos recursos naturais. Isso parece possível devido ao baixo custo social dessa exploração e, também, por possibilitar a utilização de mão-deobra excedente. Sobre essas vantagens naturais o Estado precisa trabalhar em conjunto com as comunidades locais e regionais para promover a capacitação competitiva dessas regiões, por meio da atividade inovadora, o que possibilita a obtenção de vantagens criadas, condição indispensável ao resgate da dinâmica econômica de uma região. A transformação dos fatores existentes em dinâmicos exige uma profunda e constante interação entre o Estado, os governos municipais e a iniciativa privada local na busca de novas oportunidades do desenvolvimento regional. O Programa está alicerçado em três fontes de desenvolvimento endógeno destinadas a superar o atraso relativo das regiões, a saber: mobilização do excedente de poupança privada e pública; reorientação do papel dos entes públicos; valorização dos fatores de produção local, inserindo-se aqui, além da terra, capital e trabalho, o capital humano, as instituições, o conhecimento e informação, a pesquisa e desenvolvimento e o respeito ao meio ambiente. 6.4.2.1 6.4.2.2 4.4.2.1. Estratégia do Programa Desigualdades Regionais A estratégia geral do Programa consubstancia-se no Fomento às atividades econômicas regionais, em especial às inseridas em cadeias produtivas locais de caráter inovador, ou destinadas à exportação, utilizando-se da oferta de crédito, complementado por ações nas áreas de infra-estrutura e ações específicas voltadas à capacitação para a competitividade empresarial e ao desenvolvimento técnico e institucional. Apoio à implantação, ampliação ou recuperação de atividades produtivas com impacto na região. A criação de linhas de crédito propostas por essa estratégia tem como sustentação a necessidade de gerar poupança inicial externa na região associada à poupança própria do tomador do crédito, fazendo com que se impulsione o processo de acumulação de capital e de geração de valor agregado local. A operacionalização da estratégia utiliza-se do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (BANRISUL) como agente financeiro, colocando-o na condição de propulsor de investimentos promovidos pelos agentes públicos e privados dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs) onde se verificam os indicadores menos favoráveis. As experiências recentes no Rio Grande do Sul, tais como o Reconversul, mostram ser o crédito, por si só, insuficiente para dinamizar uma região deprimida, o 31 que corrobora a necessidade de ações complementares. Por isso, associado a uma política de crédito, outras estratégias serão adotadas. Apoio à ampliação e à melhoria das redes de infra-estrutura As ações de infra-estrutura visam à criação de economias externas como estímulo adicional à promoção do investimento nessas regiões. O crédito oferecido por meio dessa ação tem o objetivo de estimular os municípios a resolver cooperativamente problemas atinentes à região onde se encontram inseridos, ampliando as condições de infra-estrutura pública regional. Também compreendem as ações do Governo do Rio Grande do Sul com vistas a prover a infra-estrutura de competência estadual nos municípios/regiões abrangidos pelo Programa, ações relacionadas às estradas e soluções em acumulação de água e irrigação. Implementação de programas de capacitação e cooperação entre os agentes produtivos locais e regionais Os programas de capacitação e cooperação empresarial têm o objetivo de articular e configurar uma rede de capacitação para o empreendedor (potencial ou já estabelecido), ampliando a eficiência e eficácia das ações de apoio a micro, pequena e média empresas. Com abrangência estadual e multi-setorial, busca incentivar as vocações de empreendedores e a ampla difusão da cultura do desenvolvimento e da ética empresarial e dar apoio à elaboração de planos de negócios e ao ensino de técnicas gerenciais. Além disso, por meio dessa estratégia, será estimulado o desenvolvimento das capacidades locais, promovendo-se ações de qualificação e preparação técnica de mão-de-obra e apoio ao funcionamento das estruturas de suporte às redes regionais. Em suma, a política de combate às desigualdades regionais é extremamente importante como contribuição para a redução das disparidades regionais do RS. Todavia tal política não pode ser considerada como suficiente para recuperar as extensas áreas em atraso no território Riograndense, podendo ser entendida como um instrumento potencializador do crescimento econômico nas regiões elegíveis pelo Programa. 6.4.3 6.4.4 4.4.3. RS Biodiversidade (BIRD) O Projeto Conservação da Biodiversidade como Fator de Contribuição ao Desenvolvimento do RS insere-se nas políticas do Estado de proteção e conservação dos recursos naturais e busca promover a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas. A estratégia é identificar, registrar, planejar e monitorar a biodiversidade, incentivando práticas compatíveis com a sua conservação, promovendo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul nas oito áreas priorizadas no Projeto. 6.4.4.1 4.4.3.1. Objetivo Geral Promover a conservação e recuperação da biodiversidade mediante o gerenciamento integrado dos ecossistemas e a criação de oportunidades para o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento regional integrado. 32 6.4.4.2 4.4.3.2. Objetivos Específicos Promover o desenvolvimento de sistemas de gestão e práticas de produção que conservem a biodiversidade. Promover ações de recuperação em áreas prioritárias definidas pela fragilidade, pelo grau de ameaça e pela riqueza da biodiversidade existente. Garantir função, dinâmica e evolução dos ecossistemas, particularmente das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Fomentar a conscientização sobre a biodiversidade, integrando o tema nas atividades produtivas, educando e capacitando. Desenvolver instrumentos de gestão integrada para o manejo eficiente e sustentável dos recursos naturais. 6.4.4.3 4.4.3.3. Componentes do Projeto Gerenciamento da biodiversidade: produção de conhecimento e elaboração de instrumentos para apoio à gestão da biodiversidade, incluindo criação e definição de corredores ecológicos, elaboração de Zoneamento Ecológico-Econômico, Atlas da Biodiversidade e Sistema de Informações Geográficas. Remoção de Riscos: implementação de ações para proteção e conservação de áreas e espécies ameaçadas, reduzindo os riscos, e incluindo ações de divulgação e educação sobre a biodiversidade. Integração setorial e uso sustentável: implantação de unidades demonstrativas e apoio à utilização de práticas compatíveis com a conservação da biodiversidade, como manejo de campos nativos, sistemas agroflorestais e agricultura sustentável. Fortalecimento institucional: capacitação técnica e institucional dos órgãos envolvidos no Projeto, incluindo o gerenciamento da execução. 6.4.5 4.4.4. Projeto Rumos 2015 (BIRD) O Projeto RumoS 2015, concebido pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, consiste em dotar o poder público e privado de um plano de desenvolvimento regional sustentável a partir do ordenamento territorial gaúcho, visando uma distribuição de renda mais equânime entre as regiões. Como principal produto figura o conjunto de propostas estratégicas para a implementação de novos investimentos estruturantes, bem como a reorientação ou realocação dos existentes. Neste enfoque, foram definidas nove regiões funcionais de planejamento levando em conta os limites dos COREDEs, uma vez que apresentam importante forma da organização do capital social das regiões e constituem consagrado processo democrático-participativo da população (Figura 1). Por outro lado, objetivou-se buscar uma divisão regional que reflita as homogeneidades existentes no que se refere à economia, o ambiente e o meio social. 33 Figura 1 Visualização de COREDEs e regiões funcionais do RS Por sua vez, o estudo realiza um verdadeiro inventário dos indicadores socioeconômicos analisados através da definição de três eixos, ou seja, o desempenho econômico, desenvolvimento social e as potencialidades regionais. Compõem o eixo de “desempenho econômico” os indicadores: evolução do PIB total, PIB per capita e percentual do PIB industrial. Referentes ao segundo eixo de “desenvolvimento social”, foram analisados os indicadores: percentual de pobreza, renda per capita, percentuais de domicílios com coleta de esgotos via rede geral, percentual de analfabetismo de pessoas acima de 14 anos e saldo migratório. Finalmente, o terceiro e último eixo de “potencialidades regionais” considera os indicadores ambientais, localização relativa à distância de portos e mercados, empreendedorismo, capacitação pessoal, infra-estruturas de transportes e energia. O estudo também indica como fundamental o papel das cidades de porte médio para a promoção do desenvolvimento regional alicerçada em uma economia cada vez mais urbana e sujeita a produção e difusão de conhecimentos técnicocientíficos. Desta forma, foi elaborado um plano estratégico de ações, juntamente com a definição de um conjunto de programas e projetos inter-relacionados, para ser implementado nas várias regiões ou espaços do território gaúcho, respeitando as características socioeconômicas e ambientais. Referente à estratégia para o “Aumento da Competitividade Estadual”, consiste em fomentar ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades regionais e pessoais através dos programas com ações de estímulos econômicos, suprimento de infra-estrutura de apoio, fortalecimento e alinhamento de 34 informação e conhecimento à produção e, finalmente, a capitalização do meio ambiente rural. Com relação à estratégia de “Fortalecimento da Rede de CidadesPólos do RS”, serão desenvolvidos os programas de “Capacitação Social Urbana e Dinamização e Suprimento de Serviços de Apoio à Base Urbano-Industrial”. Para tanto, espera-se a promoção de ações mais efetivas e concentradas nos principais municípios, que representam pólos urbanos regionais, relacionadas à atração de atividades secundárias e terciárias, consolidação de uma rede urbana de padrões sócio-ambientais adequados, constituição de ações compensatórias de inclusão social, fortalecimento como ponto de logísticas dos transportes, prover as áreas industriais para inclusão do setor secundário e inclusão na sociedade de informações (Tabela 9). Tabela 9 - Pólos a serem fortalecidos na rede urbana de cidades médias do RS Como terceira estratégica para o Estado apresenta-se a “Inclusão Social”, tendo os municípios restantes como prioritários, a qual visa o desenvolvimento 35 de projetos para atendimento em educação básica, atendimento à saúde, melhoria das condições de habitação, ampliação do atendimento em saneamento e combate à pobreza. Para tanto, os estudos apontaram para a implementação do programa de “Suprimento dos Serviços Sociais”. Relativo a estratégia “Manutenção do Potencial Ambiental” esta trata das ações que potencializem o meio ambiente para o uso econômico sustentável e, ao mesmo tempo, preserve os recursos naturais. Neste sentido, deverão ser desenvolvidas ações que minimizem a ocupação das áreas de risco, a destinação do esgotamento sanitário doméstico e industrial, o esgotamento da diversidade biológica, bem como propor soluções para o uso dos recursos naturais de forma sustentável e eficiente no meio rural. Desta forma foram previstos ao programas de “Gestão Ambiental Rural, Apoio ao Planejamento e Gestão de Recursos Naturais e Conservação Ambiental”. A estratégia que trata da “Estruturação da Governança Moderna e Participativa” refere-se às ações estruturantes da administração pública no intuito de promover a melhoria da prestação dos serviços, diminuindo as superposições das funções que resultam em perdas de eficiência e indefinições decisórias. Neste sentido foram apontadas as ações de atuação do estado visando a definição clara das responsabilidades dos órgãos setoriais, coordenação das iniciativas inter-secretarias para diminuição das superposições das ações setoriais, atuação nos termos das Regiões Funcionais, capacitação das estruturas centrais e regionais de ordenamento territorial, criação de interlocutores inter-setoriais relativo ao planejamento e adoção da governança operacional (agrupamento de projetos e programas regionais que congregue os atores intervenientes). Finalmente, a estratégia que compreende os “Planos Regionais para o Desenvolvimento e Superação de Desigualdades” refere-se aos Planos Regionais Estratégicos para as regiões funcionais no sentido de buscar a competitividade, fortalecer as cidades médias, conservar os recursos naturais, estruturar a governança e promover a inserção social visando à redução das desigualdades no Estado. Cabe salientar a importância dos municípios no que se refere ao desenvolvimento das políticas públicas no país, uma vez que se tratando dos gastos governamentais, são eles que apresentam as maiores inversões em investimentos dentro das três esferas de governo (Tabela 10). Tabela 10 Investimento médio anual das três esferas de Governo no RS (1999/2003) Esfera Municípios Estado União Total Valor: 1.000 (R$) 965.915 561.050 129.143 1.656.108 Participação no total 58% 34% 8% 100% Fonte: SCP,2005; TCE,2004; Análises Consórcio Booz Allen – FIPE – HLC. Ao proceder-se a análise e a avaliação das políticas e estratégias de desenvolvimento, propostas pelo governo do Estado nos três Projetos descritos anteriormente, com recursos do Banco Mundial, verifica-se que existe uma evidente correlação de objetivos e complementariedade de ações, propostas nas atividades constantes no Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI). 36 4.5 JUSTIFICATIVA DO PROGRAMA O conceito de desenvolvimento integrado tanto no âmbito local como regional se apóia na idéia de que as localidades e municípios dispõem de recursos econômicos, humanos, institucionais, ambientais e culturais, além de economias de escala não exploradas, que constituem seu potencial de desenvolvimento. A existência de um sistema produtivo, com boa infra-estrutura é capaz de gerar rendimentos crescentes, mediante a utilização dos recursos disponíveis e a introdução de inovações, garante a criação de riqueza e a melhoria do bem-estar da população local. Nesse novo cenário, as experiências de desenvolvimento local surgem como a constituição de uma ambiência produtiva inovadora, na qual se desenvolvem e se institucionalizam formas de cooperação e integração das cadeias produtivas e das redes econômicas e sociais. Objetiva neste contexto a ampliação das oportunidades locais, a geração de trabalho e renda, atração de novos negócios e criação de condições para um desenvolvimento humano sustentável. O Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado constitui uma iniciativa regional que busca estruturar um sistema de ordenamento territorial, que esteja fundamentado no desenvolvimento socioeconômico integrado e com sustentabilidade. Como resultado do programa, espera-se o desenvolvimento da região, fundamentado na replicação dos benefícios, decorrentes das ações realizadas nos municípios beneficiários. Os principais resultados que deverão ocorrer são os seguintes: Maior eficiência e eficácia dos serviços públicos, oferecidos aos cidadãos pelas administrações municipais. Qualificação do espaço urbano, de forma que sejam oferecidas à população, condições mais adequadas para o acesso aos serviços, comércio, turismo e lazer. Melhoria das condições viárias e melhor aproveitamento dos recursos hídricos do meio rural, para facilitar o deslocamento e o uso correto da água pela população. Reestruturação da microeconomia, por meio da capacitação e disponibilização de recursos financeiros, modernização de sistemas empresariais, de produção agrícolas, com incentivos a novas alternativas de produção e inovação tecnológica através de mecanismos de produção de novas tecnologias, atração e criação de empresas de base tecnológicas. Recuperação de ecossistemas degradados e estabelecimento de mecanismos e processos adequados de manejo da água esgoto e lixo para oferecer condições sanitárias mais apropriadas às pessoas. 5 DESCRIÇÃO DO PROGRAMA No presente capítulo procede-se à descrição geral do Programa, sendo que um resumo do mesmo consta no Anexo 1 (Marco Lógico). 7.1 5.1 CONCEPÇÃO O Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado que será desenvolvido de forma conjunta pelos municípios de Bagé, Pelotas, Rio Grande, Santa 37 Maria e Uruguaiana, foi concebido a partir da existência de demandas locais, cujas soluções não são possíveis com recursos próprios, dada sua escassez. A capacidade de investimentos dos municípios é limitada, não havendo possibilidade de atendimento da demanda existente, somente com recursos da própria municipalidade, motivo determinante da busca de financiamentos em instituições financeiras. A estratégia para buscar a solução foi elaborar um programa conjunto entre os cinco municípios que são Cidades Pólos, da região, com uma proposta de desenvolvimento integrado, compatibilizando as principais necessidades de cada um com a respectiva capacidade de endividamento. Os municípios vêm desenvolvendo uma gestão orçamentária responsável, o que resultou no equilíbrio das contas, estando todos habilitados a pleitear empréstimos internacionais para viabilizar programas de investimento, a curto e médio prazo. Nesse contexto, está sendo considerado um elenco de ações passíveis de serem financiadas pelo Banco Mundial. Nos componentes previstos algumas das atividades serão comuns e ou compartilhadas, mas a maioria será específica de cada município, devido às peculiaridades de cada um. O Programa atuará em cinco frentes convergentes de ação, distribuídas em três componentes: a primeira relacionada à melhoria e a qualificação do serviço público, prestado pelas administrações municipais aos cidadãos; a segunda para o aumento da renda e melhoria das condições de vida das pessoas seja de forma direta através do crédito subsidiado e capacitação ou por meio de processos de inovação tecnológica; a terceira relacionada à qualificação urbanística mediante investimentos de melhoria do sistema viário, facilitando a trafegabilidade dos veículos e a mobilidade das pessoas; a quarta voltada para melhorias no espaço rural facilitando o deslocamento de pessoas e o transporte de produtos e também possibilitando o acesso à água para consumo e produção; a quinta direcionada à gestão ambiental com vistas ao manejo da água, esgotos, resíduos sólidos e preservação da Biodiversidade. A constituição dos projetos, os investimentos propostos para cada atividade, são resultados de um efetivo processo de participação da sociedade dos municípios integrantes do Programa no período compreendido entre os anos de 2003 a 2005. Em pelotas foi realizado o Congresso da Cidade, que contou com a expressiva participação de aproximadamente 400 lideranças governamentais e não governamentais, resultando desse processo as bases para o planejamento urbano e rural do município e os investimentos prioritários. Foi também realizada uma pesquisa de opinião pública para ouvir a população sobre a aceitação dos projetos. Na elaboração do novo Plano Diretor da cidade foram realizadas 17 audiências públicas, com a participação média de 200 pessoas, lideranças e técnicos, onde foram definidos os investimentos previstos no Projeto Municipal. Em Bagé foram estabelecidas ações variadas de participação popular para identificar as prioridades a serem inseridas no Projeto Municipal de desenvolvimento integrado. Foram realizadas 14 Conferências da Cidade com 660 pessoas onde foi priorizada a agricultura familiar, mobiliário urbano, tratamento de esgotos, nova política do imposto territorial urbano, planejamento ambiental, acesso ao micronegócio e regularização de áreas de preservação permanente. Foram feitas 05 audiências públicas com 280 pessoas, para elaboração do novo Plano Diretor, diversas reuniões comunitárias no meio urbano e rural além de reuniões preparatórias e a Conferência Municipal de meio ambiente. Estas metodologias foram fundamentais 38 para identificação dos problemas e no estabelecimento dos objetivos, indicadores e metas para o Projeto. No município de Uruguaiana a identificação dos investimentos que farão parte do projeto local foi feita por ocasião da elaboração do Plano Plurianual (PPA), que foi concebido por meio de 34 reuniões comunitárias com 770 participantes, 04 Audiências Públicas com 325 pessoas. Para adequação do Plano Diretor, foram feitas 02 Conferências da Cidade com a participação de 173 líderes e representantes de organizações governamentais e não governamentais. No município de Santa Maria todas as atividades previstas no PDMI foram retiradas do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental que foi concebido com os seguintes objetivos: promover o desenvolvimento sustentável do território Municipal; promover o desenvolvimento não só na região urbana e rural, mas também da macro região em que se insere Santa Maria; entender a sustentabilidade como a harmonização entre o desenvolvimento econômico, o manejo permanente e em longo prazo de seus recursos naturais e culturais e a justiça social que possibilite o aumento da inclusão social e promover a participação social. Foram realizadas 317 reuniões com a participação cerca de 30 mil pessoas, nas 51 microrregiões e nas 10 regiões em que está estruturado o município. Foram também realizadas 40 Audiências Públicas em conjunto com a Câmara de Vereadores local, com a participação média de 150 pessoas por evento. A área rural esta organizada em nove distritos, com os conselhos distritais atuantes. Estão em funcionamento 32 conselhos municipais, que fazem reuniões mensais e que também tiveram participação decisiva na eleição das prioridades do Projeto. Em Rio Grande, a cada quatro anos toda a comunidade é convidada através dos meios de comunicação e das Associações de Bairros a participar de reuniões que são realizadas em escolas públicas de cada região. Nestas oportunidades a administração leva toda sua equipe de secretários para junto com a comunidade definir as prioridades de investimos. O processo de identificação das ações prioritárias teve início durante a elaboração do primeiro Plano Plurianual Cidadão do Município em 1997. O município está dividido em 19 regiões onde são realizadas as reuniões de participação da população local. Para elaboração do PPA de 2001 foram feitas 13 reuniões e no ano de 2006 11 reuniões. Todo este processo e ratificado a cada ano, nas audiências públicas da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). 7.2 5.2 OBJETIVOS O PROGRAMA 7.2.1 5.2.1. Geral Melhorar a eficiência e a eficácia da gestão pública dos municípios envolvidos, ampliar as oportunidades de trabalho e geração de renda e disponibilizar uma melhor infra-estrutura urbana e rural com equilíbrio ambiental. 7.2.2 5.2.2. Específicos 39 5.2.2.1. Promover a qualificação da gestão pública municipal melhorando a gestão interna e os serviços prestados à população; 5.2.2.2. Dotar os municípios de uma infra-estrutura social e produtiva mais adequada, na área urbana, proporcionando melhoria na qualidade de vida das pessoas. 5.2.2.3. Melhorar a infra-estrutura básica e produtiva do meio rural, visando facilitar o trabalho e a vida das pessoas. 5.2.2.4. Estimular a Geração de Renda através do aumento de oportunidades de trabalho e da criação de mecanismos impulsores dos negócios, tanto no meio urbano como rural. 5.2.2.5. Melhorar o meio ambiente com a adequada utilização e manejo dos recursos naturais, por meio de processos de recuperação de áreas comprometidas e redução de impactos em futuros processos de ocupação. 7.3 5.3 ESTRUTURA DO PROGRAMA (COMPONENTES SUBCOMPONENTES E ATIVIDADES) O Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado foi estruturado em três Componentes, que se dividem em subcomponentes que, por sua vez, se subdividem em atividades. Neste capítulo é feita uma abordagem sucinta, sendo que maiores detalhes estão contidos no Anexo 2 deste documento. 7.3.1 5.3.1. Componente 14.487.435,00) 1 – Desenvolvimento Institucional (U$ Constitui o eixo de ação principal do Programa e financiará as atividades relacionadas ao melhoramento do serviço público municipal e a estrutura necessária para a implantação e execução do Programa. O componente trata da qualificação da gestão pública das cinco administrações municipais, da definição dos Arranjos Institucionais para a Implementação do Programa e do estabelecimento dos mecanismos de gestão, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações previstas nos cinco municípios, considerando a necessidade imperiosa de integração entre os mesmos. Busca-se uma administração municipal eficiente e eficaz, com estrutura moderna e qualificada, onde os serviços prestados aos cidadãos proporcionem o desenvolvimento social e econômico do município. 7.3.1.1 5.3.1.1. Subcomponente Qualificação da Gestão Pública Com a Constituição de 1988, os municípios tiveram aumento de suas receitas, através do aumento do retorno dos tributos, mas também passaram a assumir um maior número de serviços prestados aos cidadãos. A busca da eficiência e eficácia na aplicação dos recursos públicos precisa ser uma constante tendo como instrumentos os avanços tecnológicos, o banco de informações, a capacitação dos recursos humanos e a seriedade administrativa. 40 Contempla as atividades para melhorar o serviço público prestado pelos municípios considerando os serviços de gestão interna, os serviços prestados à população, o aumento da arrecadação e a redução de custos. Os principais objetivos deste subcomponente, considerando as atividades pelas quais está constituído, podem ser assim enunciados: Unificar um sistema de informações que possa ser acessado por todas as secretarias e órgãos municipais; Qualificar o fluxo de informações e processos entre os diversos níveis da administração; Promover a informatização de toda a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal; Qualificar o corpo funcional nos diversos segmentos da administração; Melhorar a fiscalização dos serviços prestados à população local; Melhorar a arrecadação e a receita do município; Melhorar os serviços oferecidos pela administração municipal. 7.3.1.2 5.3.1.2. Subcomponente Gerenciamento e Monitoramento do Programa O Programa apresenta uma complexidade diferenciada, primeiro por utilizar recursos internacionais, o que requer o uso de procedimentos em conformidade com as diretrizes do órgão financiador. Segundo por ser uma ação compartilhada por cinco municípios com realidades e necessidades diferenciadas. Terceiro por ser um programa com uma grande diversidade de atividades nos componentes dos projetos. Aqui são, portanto, definidos os arranjos institucionais para a Implementação do Programa, que contará com uma estrutura própria para o funcionamento do Programa, um sistema de acompanhamento e monitoramento através de indicadores de resultados e indicadores de impacto. O objetivo é promover a adequada execução, implantação e avaliação do Programa, observados o planejamento das atividades e os procedimentos recomendados pelo órgão financiador e a legislação brasileira. 7.3.2 5.3.2. Componente (U$11.946.099,00) 2 – Geração de Trabalho e Renda A economia dos municípios está baseada na agropecuária e no comércio. A indústria possui pouca expressão precisando ser estimulada. Parte considerável do PIB (produto interno bruto) tem origem na microeconomia com muita informalidade nos pequenos negócios. Busca-se com as diversas ações deste componente uma maior rentabilidade das economias locais por meio da qualificação dos micronegócios, estímulo à criação de unidades empresariais inovadoras de base tecnológicas e criação de novas alternativas geradoras de renda. 7.3.2.1 5.3.2.1. Subcomponente Reestruturação do Micronegócio O micronegócio nos cinco municípios possui características semelhantes, sendo constituído principalmente por pequenos industriais, pequenos comerciantes de produtos e serviços, vendedores ambulantes, camelôs, e artesãos. 41 Estas atividades estão no meio rural e urbano, grande parte é desenvolvida na informalidade, necessitam de uma política pública que organize este segmento, qualifique a mão de obra e possibilite maior renda ao negócio. Serão implementadas ações para facilitar o acesso ao microcrédito, equalização dos custos financeiros, capacitação dos microempresários com enfoque em gestão do negócio e divulgação e apoio na comercialização. O objetivo é estabelecer um processo de reestruturação e qualificação dos pequenos negócios que são desenvolvidos nos cinco municípios a serem contemplados com o projeto. 7.3.2.2 5.3.2.2. Subcomponente Alternativas de Produção Trabalho e Renda Tradicionalmente a região possui pouca diversificação da produção agrícola na pequena propriedade, e normalmente é trabalhado somente um elo da cadeia produtiva, a produção, resultando em pouca rentabilidade da atividade aos agricultores. Na área urbana os vendedores ambulantes e catadores de resíduos sólidos carecem de melhor organização e condições de trabalho, incluindo o local para desempenho de suas atividades. Este subcomponente foi planejado para criar novas alternativas de produção agropecuária, estimular a agroindústrialização e apoiar a comercialização dos produtos oriundos da agricultura. Com relação aos ambulantes e catadores serão adquiridos equipamentos e construídos prédios para o desenvolvimento das atividades. 7.3.2.3 5.3.2.3. Subcomponente Inovação e Modernização Tecnológica Os municípios integrantes do programa têm sua economia baseada na agropecuária e nos serviços com uma atividade industrial de pouca expressão. Para reverter este quadro e tornar os municípios pólos propulsores da economia regional é necessário desenvolver a indústria de diversos segmentos, com geração de novos produtos e serviços. Deverão ser criados, com recursos do Programa, dois Parques Tecnológicos nos municípios de Pelotas e Santa Maria, que deverão se constituir em locais geradores de inovação tecnológica, gerando uma sinergia entre o meio acadêmico e o empresarial para a criação de novas empresas com tecnologia e gestão avançadas. Neste caso o principal objetivo é criar mecanismos para transformar o conhecimento científico em inovação industrial e promover o desenvolvimento de empresas de base tecnológica na região de abrangência do Programa. 7.3.3 5.3.3. Componente 3 – Qualificação Territorial (U$ 77.208.381,00) As cidades de porte médio no Brasil, não tiveram um adequado planejamento urbano, com as migrações populacionais dos pequenos municípios esta questão se acentuou, devido ao crescimento desordenado que se verificou para atender a demanda de infra-estrutura. Neste componente estão contidas atividades e ações distribuídas em três subcomponentes que abrangem a qualificação do meio urbano, a qualificação do meio rural e o melhoramento ambiental, os quais estão a seguir descritos. 42 7.3.3.1 5.3.3.1. Melhoramento Urbano O crescimento populacional, o fluxo crescente de pessoas de outros municípios que transitam nas Cidades Pólos em função do comércio, turismo e outros serviços, demandam melhorias estruturais, especialmente nos principais eixos viários, para que se estabeleçam as necessárias condições de conforto e segurança para a população. As atividades a serem desenvolvidas pelo Programa prevêem a definição de vias estruturantes para o transporte coletivo, pavimentação de vias, drenagem pluvial, construção de ciclovias, mobiliário urbano, melhorias na iluminação e sinalização, para desta forma estimular o desenvolvimento do comércio, indústria e o turismo local com reflexos positivos na qualidade de vida da população. Estão também programados a qualificação de prédios históricos, duas praças, dois calçadões, e construção de moradias populares. Outro importante tema deste subcomponente é o sistema de abastecimento de água do município de Bagé, o qual apresenta perdas consideráveis em volume, pois uma grande extensão das tubulações é de ferro fundido com mais de 70 (setenta) anos. Por outro lado algumas das extensões de redes de zonas periféricas não foram tecnicamente projetadas. Estão previstos investimentos para a substituição de redes esclerosadas ou mal dimensionadas. Também está prevista a construção de um novo reservatório para ampliar a capacidade de tratamento e distribuição, além da desobstrução da tubulação da rede adutora hoje existente. Com estes procedimentos objetiva-se aumentar a vazão da captação da água bruta, ampliar o volume de água tratada, reduzir as perdas físicas e dar sustentabilidade ao sistema de distribuição de água à população. 7.3.3.2 5.3.3.2. Melhoramento Rural O público beneficiário no meio rural serão as famílias que se dedicam à agricultura de base familiar cuja matriz produtiva geradora de renda está constituída principalmente de pequenas culturas, hortifrutigranjeiros e pequenos animais. Os investimentos desse subcomponente estão direcionados a dois eixos: (i) o primeiro centrado na melhoria das condições de logística da área rural através da construção de casas populares e melhoria das estradas para facilitar o escoamento da produção; (ii) o segundo na implantação de sistemas de armazenamento de água para irrigação das culturas, piscicultura, dessedentação animal e consumo humano. As estradas constituem a infra-estrutura mais importante no meio rural sendo prioridade para a população em todas as consultas populares, via de regra apresentam condições precárias pela falta de maquinário nos municípios. Serão, portanto, canalizados recursos para aquisição de máquinas e equipamentos que serão usados na reestruturação e manutenção de estradas, construção de pontes e pavimentação de estradas rurais. O clima subtropical característico do Estado apresenta especialmente na Metade Sul, onde o programa deverá ser implantado, uma precipitação média anual de 1400 mm, porém mal distribuídas ao longo do ano, ocasionando estiagens periódicas com prejuízos consideráveis à agropecuária. As ações previstas são para o estabelecimento de um adequado sistema de reservação e distribuição de água no meio rural. Serão construídos açudes destinados a melhorar a produtividade das culturas por meio da irrigação e abastecimento dos animais, tanques para produção de peixes e poços para o abastecimento de água potável às famílias. 43 7.3.3.3 5.3.3.3. Melhoramento Ambiental O Processo de urbanização e expansão agrícola regional tem ocasionado impactos negativos ao meio ambiente principalmente na qualidade da água. Este subcomponente foi definido, considerando que num planejamento em longo prazo a solução da problemática ambiental é condição indispensável para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Assim as atividades e ações a serem desenvolvidas estão focadas no tratamento dos esgotos, no tratamento do lixo, manejo da água e preservação da biodiversidade. Quanto aos aspectos do saneamento ambiental, os municípios proponentes apresentam em média, aproximadamente 20% do esgoto tratado e canalizado, notadamente nas áreas mais centrais das cidades. Esta situação facilita a ocorrência de doenças e determina riscos à saúde pública, principalmente para as pessoas que vivem nos bairros mais periféricos. Estão previstos investimentos para construção de redes coletoras de esgoto, estações elevatórias e estações de tratamento de esgoto, juntamente com limpeza e construção de galerias pluviais. Também será realizada a transformação de um lixão municipal em aterro controlado e a construção de uma central de tratamento de resíduos urbanos composta por unidade de triagem, unidade de compostagem, aterro sanitário e estação de tratamento de efluentes. Estão ainda previstos, reassentamentos de famílias, que possuem casas em áreas que apresentam risco social e ambiental, situadas nas margens de arroios e da Laguna dos Patos, garantido assim maior segurança e melhores condições de saúde a estas famílias. Outra ação importante é a estruturação de um Parque em Santa Maria que será transformado em Unidades de Preservação da Biodiversidade, voltados para a educação ambiental, lazer e turismo. 7.4 5.4 USOS E FONTES DE RECURSOS A previsão do custo total do Programa é de US$ 103.641.915,00 (cento e três milhões, seiscentos e quarenta e um mil e novecentos e quinze dólares americanos), considerando todas as ações a serem desenvolvidas. A fonte externa de recursos é o Banco Mundial (BIRD) e a fonte interna os recursos orçamentários dos cinco municípios a serem beneficiados. A Tabela 11 apresenta a distribuição dos recursos por fonte de financiamento e por componentes do Programa. O Banco Mundial (BIRD) financiará 60% dos investimentos e os municípios 40 % do valor previsto como contrapartida. O empréstimo terá um período de desembolso de cinco anos e um período de amortização de 15 anos. Tabela 11 – Usos e Fontes de recursos do Programa por Componente Usos Componentes do Programa 1 – Desenvolvimento Institucional 2 – Geração de Trabalho e Renda Fontes US$ BIRD Municípios 7.492.753,00 6.774.897,00 7.045.570,00 2.027.386,00 Total do Programa US$ % 14.267.650,00 13,77% 9.072.956,00 8,75% 44 3 – Qualificação Territorial Total Geral Percentual (%) 47.646.729,00 62.185.052,00 60,00% 32.654.419,00 41.456.702,00 40,00% 80.301.148,00 103.641.754,00 77,48% 100,00% Na Tabela 12 estão discriminadas as informações de cada município participante do Programa, onde consta a distribuição dos valores entre os componentes. 45 Tabela 12 - Usos e Fontes de Recursos por Município Fontes US$ Usos Municípi o Componentes do Programa – Desenvolvimento Institucional – Geração de Trabalho e Renda – Qualificação Territorial Total Geral Percentual (%) BAG É Componentes do Programa – Desenvolvimento Institucional – Geração de Trabalho e Renda – Qualificação Territorial Total Geral Percentual (%) PELOT AS Componentes do Programa – Desenvolvimento Institucional – Geração de Trabalho e Renda – Qualificação Territorial Total Geral Percentual (%) RIO GRANDE Componentes do Programa – Desenvolvimento Institucional – Geração de Trabalho e Renda – Qualificação Territorial Total Geral Percentual (%) SANTA MARIA Usos Municípi o 0,00 3.673.299,0 0 4.400.000,00 40,00% BIRD 1.835.890,00 1.649.671,0 0 15.414.439,0 0 18.900.000,00 60,00% Contrapartida 2.483.154,00 527.526,00 9.589.320,0 0 12.600.000,00 40,00% BIRD 1.791.668,00 587.308,0 0 13.521.024,0 0 15.900.000,00 60,00% Contrapartida 2.102.979,00 239.238,00 8.257.783,0 0 10.600.000,00 40,00% Fontes US$ Usos Municípi o 726.701,00 Fontes US$ Usos Municípi o 361.000,00 320.000,0 0 5.919.000,0 0 6.600.000,00 60,00% Contrapartida Fontes US$ Usos Municípi o BIRD Componentes do Programa BIRD 2.920.274,00 3.644.574,0 0 7.385.152,0 0 13.950.000,00 60,00% Contrapartida 1.208.123,00 911.144,00 7.180.733,0 0 9.300.000,00 40,00% Fontes US$ BIRD Contrapartida Total do Programa US$ 1.087.701,00 320.000,00 9.592.299,00 11.000.000,00 100,00% Total do Programa US$ 4.319.044,00 2.177.197,00 25.003.759,00 31.500.000,00 100,00% Total do Programa US$ 3.894.647,00 826.546,00 21.778.807,00 26.500.000,00 100,00% Total do Programa US$ 4.128.397,00 4.555.718,00 14.565.885,00 23.250.000,00 100,00% Total do Programa US$ 46 – Desenvolvimento Institucional – Geração de Trabalho e Renda – Qualificação Territorial URUGUA IANA 7.5 Total Geral Percentual (%) 583.921,00 844.017,0 0 5.407.114,0 0 6.835.052,00 60,00% 253.940,00 837.861,00 349.478,00 3.953.284,0 0 4.556.702,00 40,00% 1.193.495,00 9.360.398,00 11.391.754,00 100,00% 5.5 ÁREA DE ABRANGÊNCIA, BENEFÍCIOS E BENEFICIÁRIOS A área de abrangência definida para as ações do Programa envolve o meio urbano e rural dos cinco municípios participantes, com maior ênfase para a infraestrutura e serviços das zonas urbanas. Os benefícios esperados são: (i) melhoria dos serviços públicos prestados à população através da qualificação dos servidores públicos e da melhora da infraestrutura de gestão; (ii) maior geração de trabalho,emprego e renda; (iii) melhoria da infra-estrutura urbana e rural com maior acesso a bens e serviços e; (iv) maior qualidade ambiental para a população. Por meio do Componente Desenvolvimento Institucional serão Beneficiados 1620 servidores públicos através de capacitação em gestão pública. Está previsto o atendimento anual a XXX munícepes. No Componente de geração de renda, está previsto reestruturar 1280 micronegócios. Na Qualificação Territorial o Programa buscará atender a 50% da população urbana dos cinco municípios de aproximadamente 950 mil pessoas beneficiários no âmbito urbano com diversas ações com destaque para a infraestrutura viária, água e esgoto. No âmbito rural estão previstas aquisições e obras para 36 mil pessoas residentes no interior dos municípios, já as ações no melhoramento ambiental atingirão indiretamente toda a população dos municípios. 7.6 5.6 LIÇÕES APRENDIDAS Importantes lições foram assimiladas na fase de elaboração do Programa, as quais são relatadas a seguir: As informações necessárias à elaboração dos projetos não estão disponíveis na sua totalidade ou suficientemente organizadas no âmbito dos municípios. É necessário aprimorar a integração ainda deficiente entre as diversas instâncias das administrações municipais para tornar o trabalho mais eficaz. Foi constatada a necessidade de melhorar o preparo e qualificação dos quadros de pessoal dos municípios, na elaboração de projetos de desenvolvimento com maior grau de complexidade e especialmente quando envolvem recursos internacionais. Constatou-se, considerável grau de dificuldades no processo de integração entre os municípios, especialmente na realização de ações conjuntas e compartilhadas, na busca de objetivos comuns. As organizações e a população têm boa disposição de participação na elaboração de propostas e políticas públicas, desde que sejam utilizadas metodologias adequadas. 47 A abordagem holística para projetos de desenvolvimento local, precisa ser realizada com critérios e muito cuidado, para não produzir projetos com tal número de atividades que estabeleçam uma complexidade de difícil execução e resultem pouco eficazes. As experiências também sugerem que financiamentos em nível local/regional pode ser uma estratégia mais efetiva para impulsionar políticas de desenvolvimento. Abordagens integradas contemplando aspectos econômicos, sociais, ambientais e institucionais são necessárias para vencer os complexos desafios do desenvolvimento territorial. O reassentamento de famílias é uma ação inerente aos projetos de urbanização de vilas e bairros. A necessidade de prover direitos à infra-estrutura e remover famílias de áreas de risco ou de áreas ambientalmente frágeis eleva os custos dos Projetos. Os indicadores do sistema de monitoramento e avaliação dos Projetos de desenvolvimento local deverão ser claros, fáceis de medir e entender, para que se tenha facilidade no engajamento e comprometimento das pessoas envolvidas no processo. 6 EXECUÇÃO DO PROGRAMA A estratégia geral do Programa está consubstanciada na organização, capacitação e participação das pessoas envolvidas e na disponibilização de recursos para investimentos em infra-estrutura, gestão, geração de emprego e renda e melhorias ambientais. Serão utilizados mecanismos facilitadores com o objetivo de conferir eficácia e agilidade no processo de implementação das diversas atividades que compõem o Programa, conforme arrolados a seguir: a) Conscientização e envolvimento da população e organizações sociais e de representação dos cidadãos no encaminhamento das demandas sociais e tecnológicas. b) Capacitação de funcionários e técnicos municipais para realizarem as atividades relativas à implantação dos projetos. c) Promoção da integração entre os diferentes atores dos diferentes segmentos envolvidos na execução dos projetos. d) Articulação de ações compartilhadas entre os cinco municípios, visando promover o desenvolvimento regional, com consistência social e econômica e com economicidade e eficiência nos procedimentos. e) Implantação de uma ação, para desenvolver a conscientização da importância da preservação dos recursos naturais, utilizando uma metodologia massal de comunicação. f) Implantação dos investimentos, obedecendo a um planejamento estratégico compatibilizando a disponibilidade de recursos e a capacidade de operacionalização. 48 8.1 6.1 ARRANJOS INSTITUCIONAIS Os arranjos institucionais para a gestão e execução estarão baseados no co-gerenciamento o qual se constitui num processo colaborativo e participativo de tomada de decisão para estabelecer normas, entre os representantes das instituições governamentais, setores usuários, instituições de pesquisa e ensino e demais instituições parceiras. Contará com uma coordenação descentralizada, envolvimento dos atores locais no processo de decisão, clareza e transparência dos objetivos e ações, bem como mecanismos de monitoramento e avaliação. O desenho do arranjo para a implementação do Programa pode ser observado em duas dimensões: o arranjo político-institucional para a gestão e o controle social; e o arranjo para a execução das ações. A dimensão político-institucional do arranjo de implementação refere-se à gestão do Programa, tanto nos aspectos técnicos de direção, planejamento, coordenação técnica e administrativo-financeira, monitoramento e avaliação, quanto no aspecto político de deliberação e controle sobre a implementação. A dimensão do arranjo institucional para a execução das ações tem como princípio a valorização de pessoas e instituições que têm acúmulo de conhecimento aplicado à realidade da região, em harmonia com a cultura local e visando demonstrar a viabilidade de uma vida digna na metade sul do Estado. 8.1.1 6.1.1 Unidades de Gestão do Programa A estrutura institucional seguirá o desenho apresentado na Figura 2, contanto com uma Unidade de Articulação do Programa (UAP), cinco Unidades Gestoras Municipais (UGM) e Entidades Executoras das ações e atividades de cada componente. Conselho Superior Conselho Técnico Comissão de licitação Coordenador Geral UAP UGM 49 Coordenador de Infra-estrutura Coordenador da Área Econômica Coordenador da Área Adm. Financeira Coordenador da Área Ambiental Coordenador da Área Social Assistente de Comunicação e Informação Execução Entidades Executoras Figura 2 - Organograma de articulação e execução do Programa 50 a) Conselho Superior O Conselho Superior será composto pelos Prefeitos dos cinco municípios e se constituirá na instância máxima de decisão do Programa. A presidência será exercida por um dos Prefeitos sendo rotativa com escolha anual do Presidente. Realizará uma reunião ordinária trimestral e reuniões extraordinárias sempre que necessário. Em linhas gerais o Conselho Superior desempenhará os seguintes papéis: (i) servirá como um fórum para integrar o Programa com as estratégias de desenvolvimento regional; (ii) aprovará os Relatórios de Avanço Anual e as modificações ao Manual Operativo, (iii) acompanhamento global do programa, definindo medidas para seu aperfeiçoamento. b) Conselho Técnico O Conselho Técnico será composto por dez membros: os cinco Secretários, responsáveis pelo Planejamento Municipal em cujas secretarias estão vinculadas as UGPs e pelos cinco Coordenadores Gerais das Unidades de Gerenciamento dos Projetos. A coordenação será exercida por representante do mesmo município do Presidente do Conselho Superior. Serão realizadas reuniões bimestrais e tantas extraordinárias quanto necessárias. Este órgão de apoio gerencial terá como atribuições as seguintes atividades: (i) servirá como fórum para debater as estratégias de implementação do Programa; (ii) articulará o desenvolvimento das ações conjuntas e comuns aos cinco municípios; (iii) supervisionará a Unidade de Articulação do Programa, (iv) deliberará sobre os avanços e dificuldades da implantação do programa; (v) revisará os indicadores de avanço físico-financeiro e deliberará sobre os Relatórios de Avanço Anual, (vi) poderá propor ao Conselho Superior os ajustes e modificações nas atividades do Programa e do seu Manual Operativo; (vii) definirá necessidades comuns de assistência técnica, apoiará a UAP na elaboração dos TDRs, contratação e acompanhamento dos consultores,(viii), buscará através do debate a convergência dos interesses regionais. c) Unidade de Articulação do Programa A Unidade de Articulação do Programa será responsável primordialmente pela capacitação e assistência técnica das equipes municipais e pela articulação entre os cinco municípios nos aspectos relacionados com a troca de experiência e desenvolvimento das ações conjuntas. Perante o Banco Mundial, atuará como interface entre este os municípios facilitando atividades de supervisão e orientações, compilação de informações em relatórios, revisão de documentos e demais providências referentes a ações comuns dos cinco municípios, monitoramento e integração. A Unidade de Articulação será executada por uma Empresa ou instituição contratada e será constituída de um Secretário Executivo e consultores também contratados e desenvolverá as seguintes funções: Capacitar as equipes municipais, com ênfase em procedimentos fiduciários e de aplicação de salvaguardas do Banco Mundial; 51 Apoiar no planejamento e articular a execução das ações comuns aos cinco municípios; Elaborar Termos de Referência e identificar consultores para executar as ações comuns Analisar os relatórios técnicos e financeiros preparados pelas UGMs para identificar e expandir boas práticas; Liderar os processos contínuos de monitoramento e avaliação do programa, começando pela estruturação do marco-zero; Compilar e sintetizar relatórios técnicos e financeiros para o Governo Federal e Banco Mundial; Apoiar na articulação de eventos de divulgação e promoção do Programa no âmbito regional e estadual; Facilitar e apoiar na articulação e programação de missões de supervisão do Banco Mundial; Estruturar e gerenciar o Banco de Dados geral do Programa; d) Unidade Gestora Municipal A Unidade Gestora Municipal será responsável pela coordenação municipal, supervisão, aprovação de serviços e monitoramento das atividades implementadas pelas Entidades Executoras. Caberá à Unidade Gestora Municipal: Preparar e coordenar a execução do Plano de Aquisições municipal junto com as Entidades Executoras e a sociedade. O Plano de Aquisições deverá ser atualizado sempre que necessário, no mínimo anualmente; Ordenar e coordenar a execução das obras, serviços e aquisições previstas no plano de Execução do Programa; Elaborar o Plano de Monitoramento e Avaliação para monitorar e avaliar as realizações e os avanços dos projetos, por meio dos indicadores de resultado e de impacto contidos no Marco Lógico; Estruturar um Banco de Dados local, disponibilizando as informações aos diversos níveis de tomada de decisão; Elaborar relatórios técnicos e financeiros de avanços dos Projetos; O gerenciamento financeiro e os respectivos relatórios para assegurar que todas as despesas respeitem os critérios fiduciários e de elegibilidade do Banco Mundial. Sempre que possível, o sistema de relatórios de gerenciamento financeiro será interligado com os processos normais usados pelo município. Maximizar a utilização dos fundos e recursos existentes e buscar novas fontes de recursos; Promover, através de encontros, a avaliação periódica e o aprimoramento do Programa; Promover a divulgação das informações e dos resultados à sociedade; Dar andamento ao fluxo financeiro no seu nível de responsabilidade. 52 Perfil da equipe que compõe a Unidade Gestora Municipal A Unidade Gestora Municipal será composta pelos seguintes membros: Coordenador Geral: Com experiência de no mínimo dois anos em gerência de projetos e habilidade em integrar e liderar equipes multidisciplinares. Atuará em tempo integral no Programa. Estará diretamente responsável pelo manejo das informações garantindo o funcionamento do monitoramento e do banco de dados para a gestão eficiente do Programa. Coordenador da Área de Infra-estrutura: Profissional experiente da área de engenharia ou arquitetura, com conhecimento sobre planejamento e execução de projetos urbanísticos e de infra-estrutura em geral. Com habilidade em supervisionar trabalhos técnicos da área específica, avaliar tecnicamente obras e projetos, analisar relatórios técnicos e emitir pareceres. Coordenador da Área Econômica: Profissional com experiência comprovada em projetos de Desenvolvimento Econômico, baseados em atividades que ampliem as oportunidades de trabalho com incremento de renda. Conhecimento da realidade do município, das oportunidades e dos sistemas de produção contidos no Programa. Com habilidade na supervisão e avaliação de projetos na análise e aprovação de relatórios técnicos e emissão de pareceres. Coordenador da Área Ambiental: Profissional com formação e experiência comprovada na área de meio ambiente. Conhecimento da legislação, procedimentos para licenciamentos e avaliação ambiental. Com experiência na elaboração e análise de projetos, relatórios técnicos e emissão de pareceres. Coordenador da Área Social: Profissional da área de Assistência Social, com conhecimento em políticas de reassentamento de famílias. Com experiência na elaboração e análise de projetos, relatórios técnicos e emissão de pareceres. Coordenador Administrativo-Financeiro: Profissional da área de Administração, com experiência e conhecimento em procedimentos administrativofinanceiros, legislação do Banco Mundial, legislação Nacional e demais procedimentos afins. Conhecimento de sistemas de acompanhamento físico-financeiro de projetos. Assistente de Comunicação e Informação: Profissional com conhecimento na Gestão da Informação e Comunicação. Conhecimento em informática e de programas como Word, Excell, Internet. Habilidade na organização administrativa e em procedimentos administrativos em geral. Os coordenadores, servidores municipais ou funcionários de instituições parceiras serão designados em tempo parcial, sem custos adicionais para o Programa. Comissão Permanente de Licitações (CPL): Para as aquisições do Programa, a comissão, preferentemente deverá ser a mesma, já existente para os procedimentos rotineiros das administrações municipais acrescida de um integrante da UGP. Para garantir uma atuação eficiente tanto em âmbito regional como municipal, as Unidades Gestoras receberão um treinamento inicial sobre os aspectos relacionados com o gerenciamento do Programa e os procedimentos exigidos em cada área, tanto por parte do Banco Mundial, como da legislação nacional. Também serão 53 orientados sobre sistemas de manejo da informação, elaboração de planos e relatórios. Os custos deste treinamento devem estar previstos no subcomponente gerenciamento e monitoramento que integra o Componente Desenvolvimento Institucional. Agências executoras A execução das atividades do Programa se dará pela contratação de empresas através de processos licitatórios conforme consta no capítulo relativo aos procedimentos para execução deste Programa, deste documento. Para as atividades de implantação de infra-estrutura poderão ser contratados serviços de consultoria para a elaboração dos projetos executivos, os quais serão posteriormente executados por empresas também contratadas através dos mecanismos previstos nas normas do Banco Mundial. Poder Legislativo Municipal (Câmaras de Vereadores) O Programa poderá estar sujeito à alterações e/ou criação de novas leis municipais, para poder ser operacionalizado em determinadas atividades que apoiará, as quais ainda não estejam amparadas por legislação específica. Neste caso, deverá contar com a Câmara de Vereadores para a aprovação da legislação necessária. 8.1.2 6.1.2 Ações institucionais Elaborar o Plano de Gestão para o Programa, de forma participativa, nos municípios. Gerenciar, monitorar e avaliar o Programa de forma participativa, nos municípios envolvidos e nas áreas de intervenção. Construir e negociar uma estratégia de sustentabilidade dos resultados e ações com uma proposta de mecanismos financeiros e institucionais, apoiados na participação social, a ser implantada com o do Programa. 8.1.3 6.1.3 Mecanismos de Participação Como passo inicial para a garantia do envolvimento das instituições será realizado um workshop em cada município, com a participação dos potenciais integrantes do Programa. Estes se constituem em universidades, ONG’s, empresas privadas, representações de classe, associações de moradores, associações comunitárias, entre outros. Neste evento será definido o papel de cada ator, detalhadas as atividades a serem realizadas, assim como validado o cronograma de execução. O resultado dos workshops será a finalização e validação do Plano de Gestão de cada município, incluindo o plano de execução do Programa e a descrição das funções e das responsabilidades de cada instituição. Este Plano será divulgado, de maneira ampla, à sociedade, sendo que, os resultados serão disseminados através de eventos anuais. 54 Os resumos das responsabilidades institucionais, e em quais etapas estarão envolvidas as instituições responsáveis pela executarão, estão contidos no Anexo 7. Por fim, considerando a abrangência e caráter de integração do Programa, o mesmo exigirá um arcabouço institucional que envolve e mobiliza toda a municipalidade, acima dos interesses institucionais individuais, privilegiando as ações interinstitucionais voltadas ao objetivo maior e comum do desenvolvimento local/regional. 8.2 6.2 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA A implementação do PDMI se dará considerando o Plano de Aquisições e os Planos Operativos, através dos seus componentes, subcomponentes e atividades. Para orientação será elaborado um Manual Operativo do Programa no qual estarão definidos todos os procedimentos e ações a serem desenvolvidas em cada atividade, as responsabilidades dos envolvidos e as estratégias técnica e metodológica a serem adotadas. A execução se dará num período de 5 anos. Apresenta-se no Anexo 4 as tabelas por município com a execução do Programa. 8.3 8.4 6.3 PLANO FINANCEIRO DO PROGRAMA 8.4.1 6.3.1 Custo Total O PDMI está orçado em aproximadamente US$ 103 milhões, sendo US$ 62 milhões de financiamento do Banco Mundial (60%) e US$ 41 milhões de contrapartida dos municípios (40%). Na Tabela 14, apresenta-se por município a forma como estão distribuídos os recursos entre os componentes, subcomponentes e atividades, bem como a respectiva contrapartida. O Componente 3 – Qualificação Territorial terá a maior alocação de recursos, com 74,50% do total do Programa. O componente 1 – Desenvolvimento Institucional será contemplado com 13,98% dos recursos e o componente 2 – Geração de Renda com 11,53 % dos recursos do Programa. Tabela 14 - Composição dos custos do programa, por município e por fontes de financiamento Município de Bagé Componentes, Subcomponentes e Atividades 1. Desenvolvimento Institucional Total (US$) 811.711,00 % 44,47% Fontes (US$) BIRD % Municípios 361.000,00 55,53% 450.711,00 55 1.1. Qualificação da Gestão Pública: 450.711,00 1.1.1. Modernização do Serviço Público 450.711,00 1.2. Gerenciamento e Monitoramento dos Projetos: 361.000,00 1.2.1. Gestão do Projeto 361.000,00 2. Geração de Renda 320.000,00 2.1. Reestruturação do Micronegócio 80.000,00 2.1.1. Qualificação do Micronegócio 80.000,00 2.2. Alternativas de Produção, Trabalho e Renda: 240.000,00 2.2.1. Produção Programada de Hortifrutigranjeiros 240.000,00 0,00% 0,00 100,00 % 0,00 100,00 % 361.000,00 450.711,00 450.711,00 0,00% 0,00 361.000,00 100,00 % 100,00 % 0,00 320.000,00 0,00% 0,00 80.000,00 0,00% 0,00 80.000,00 100,00 % 240.000,00 0,00 0,00% 0,00 240.000,00 0,00 3. Qualificação Territorial 9.868.450,00 59,98% 5.919.000,00 40,02% 3.949.450,00 3.1. Melhoramento Urbano 5.593.870,00 59,44% 3.324.900,00 40,56% 2.268.970,00 3.1.1. Qualificação de Vias Públicas e Mobiliário Urbano 3.505.390,00 3.1.2. Ampliação e Reestruturação do Sistema de Abastecimento de Água 2.088.480,00 100,00 % 2.778.000,00 727.390,00 546.900,00 1.541.580,00 3.2. Melhoramento Rural 1.497.580,00 3.2.1 . Manutenção e Melhorias de Estradas Rurais 1.497.580,00 1.497.580,00 2.777.000,00 1.096.520,00 3.3. Melhoramento Ambiental 3.3.1. Ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário 39,49% 2.777.000,00 TOTAL Município de Pelotas Componentes, Subcomponentes e Atividades 11.000.161,00 Total (US$) 1.497.580,00 0,00% 0,00 60,51% % 6.600.000,00 1.680.480,00 1.680.480,00 1.096.520,00 60,00% 0,00 40,00% 4.400.161,00 Fontes (US$) BIRD % Municípios 1. Desenvolvimento Institucional 6.022.023,00 31,12% 1.874.197,00 68,88% 4.147.826,00 1.1. Qualificação da Gestão Pública: 5.232.609,00 20,73% 1.084.783,00 79,27% 4.147.826,00 1.1.1. Modernização do Serviço Público 5.232.609,00 1.084.783,00 100,00 % 789.414,00 2.476.124,00 87,27% 2.1. Reestruturação do Micronegócio 326.087,00 33,33% 2.1.1. Fortalecimento do Micronegócio 326.087,00 1.2. Gerenciamento e Monitoramento dos Projetos: 789.414,00 1.2.1. Gestão do Projeto 789.414,00 2. Geração de Renda 4.147.826,00 0,00% 0,00 2.160.869,00 12,73% 315.255,00 108.696,00 66,67% 217.391,00 789.414,00 0,00 108.696,00 100,00 % 217.391,00 2.2. Alternativas de Produção, Trabalho e Renda: 552.173,00 2.2.1. Implantação de Centro de Beneficiamento e Comercialização 334.782,00 334.782,00 2.2.2. Implantação de Centro de Inclusão Social 217.391,00 217.391,00 0,00 1.597.864,00 1.500.000,00 97.864,00 2.3. Inovação e Modernização Tecnológica 2.3.1. Implantação de Parque Tecnológico e Sistema de Transmissão de Informações 1.597.864,00 552.173,00 0,00% 0,00 0,00 1.500.000,00 97.864,00 3. Qualificação Territorial 23.001.853,00 64,62% 14.864.934,00 35,38% 8.136.919,00 3.1. Melhoramento Urbano 14.466.133,00 75,55% 10.929.083,00 24,45% 3.537.050,00 3.1.1. Qualificação e requalificação dos espaços Públicos 3.924.578,00 3.1.2. Qualificação de Vias Públicas e Mobiliário Urbano 1.591.304,00 10.541.555,00 3.2. Melhoramento Rural 3.041.305,00 3.2.1 . Manutenção e Melhorias de Estradas Rurais 3.041.305,00 3.3. Melhoramento Ambiental 5.494.415,00 3.3.1. Construção de Sistema de Esgotamento Sanitário e Limpeza de Galerias Pluviais 3.3.2. Construção de sistema de Abastecimento de Água (Captação, Ampliação e Implantação) TOTAL Município de Rio Grande Componentes, Subcomponentes e Atividades 9.337.779,00 54,68% 41,37% 1.203.776,00 45,32% 2.272.807,00 58,63% % 18.900.000,00 3.221.608,00 2.562.281,00 272.807,00 60,00% 1.378.261,00 1.378.261,00 2.000.000,00 932.134,00 Total (US$) 1.663.044,00 1.663.044,00 4.562.281,00 31.500.000,00 2.333.274,00 659.327,00 40,00% 12.600.000,00 Fontes (US$) BIRD % Municípios 1. Desenvolvimento Institucional 3.770.200,00 57,56% 2.170.200,00 42,44% 1.600.000,00 1.1. Qualificação da Gestão Pública: 1.930.200,00 40,42% 780.200,00 59,58% 1.150.000,00 56 1.1.1. Modernização do Serviço Público 1.1.2. Implantação do Projeto Educação Cidadã 1.294.500,00 194.500,00 635.700,00 585.700,00 1.100.000,00 50.000,00 1.2. Gerenciamento e Monitoramento dos Projetos: 1.840.000,00 1.2.1. Gestão do Projeto 1.840.000,00 2. Geração de Renda 2.870.000,00 73,87% 2.120.000,00 26,13% 750.000,00 475.000,00 78,95% 375.000,00 21,05% 100.000,00 72,86% 1.745.000,00 2.1. Reestruturação do Micronegócio 2.1.1. Fortalecimento do Micronegócio 75,54% 2.395.000,00 24,46% 1.390.000,00 475.000,00 2.2. Alternativas de Produção, Trabalho e Renda: 1.390.000,00 450.000,00 450.000,00 375.000,00 100.000,00 27,14% 650.000,00 2.2.1. Produção Programada de Hortifrutigranjeiros 925.000,00 715.000,00 210.000,00 2.2.2. Incentivo à Fontes Alternativas de Combustível 375.000,00 275.000,00 100.000,00 2.2.3. Produção de Pescado, Camarão e Siri 490.000,00 340.000,00 150.000,00 2.2.4. Reorganização e Fomento do Turismo Local 605.000,00 415.000,00 190.000,00 3. Qualificação Territorial 19.859.800,00 58,46% 11.609.800,00 41,54% 8.250.000,00 3.1. Melhoramento Urbano 14.466.830,00 69,59% 10.066.830,00 30,41% 4.400.000,00 3.1.1. Qualificação de Vias Públicas e Mobiliário Urbano 14.466.830,00 3.2. Melhoramento Rural 1.785.000,00 3.2.1 . Manutenção e Melhorias de Estradas Rurais e Mobiliário 10.066.830,00 21,57% 385.000,00 32,09% 1.157.970,00 1.785.000,00 3.3. Melhoramento Ambiental 3.607.970,00 3.3.1. Recuperação da Orla da Laguna dos Patos TOTAL 26.500.000,00 Total (US$) 1.400.000,00 67,91% 2.450.000,00 385.000,00 3.607.970,00 Município de Santa Maria Componentes, Subcomponentes e Atividades 4.400.000,00 78,43% 1.400.000,00 2.450.000,00 1.157.970,00 60,00% % 15.900.000,00 40,00% 10.600.000,00 Fontes (US$) BIRD % Municípios 1. Desenvolvimento Institucional 3.145.640,00 63,33% 1.992.275,00 36,67% 1.153.365,00 1.1. Qualificação da Gestão Pública 1.928.050,00 62,28% 1.200.841,50 37,72% 727.208,50 1.1.1. Modernização do Serviço Público 880.230,00 572.149,50 1.1.2. Implantação do Projeto Educação Cidadã 1.047.820,00 628.692,00 1.2. Gerenciamento e Monitoramento dos Projetos 1.217.590,00 1.2.1. Gestão do Projeto 1.217.590,00 2. Geração de Renda 308.080,50 419.128,00 65,00% 791.433,50 5.086.480,00 62,26% 2.1. Reestruturação do Micronegócio 2.889.560,00 57,65% 2.1.1. Implantação de um Centro Social de Inclusão Social 1.100.000,00 487.377,00 612.623,00 136.960,00 95.872,00 41.088,00 2.1.2. Fortalecimento de Atividades Empresariais 2.1.3. Produção, agroindustrialização e comercialização de Alimentos da Zona Rururbana 35,00% 426.156,50 3.167.023,00 37,74% 1.919.457,00 1.665.699,00 42,35% 1.223.861,00 791.433,50 426.156,50 1.117.400,00 726.310,00 391.090,00 2.1.4. Fortalecimento do Micronegócio 370.000,00 240.500,00 129.500,00 2.1.5. Implantação de Sistema de Produção Agrícola Urbana 165.200,00 2.2. Alternativas de Produção, Trabalho e Renda 803.920,00 2.2.1. Estruturação do trabalho dos Selecionadores de Resíduos Sólidos 803.920,00 562.744,00 241.176,00 1.393.000,00 938.580,00 454.420,00 1.393.000,00 938.580,00 2.3. Inovação e Modernização Tecnológica 2.3.1. Implantação de Incubadora Empresarial e Parque Tecnológico 3. Qualificação Territorial 115.640,00 70,00% 562.744,00 49.560,00 30,00% 241.176,00 454.420,00 15.017.880,00 58,53% 8.790.702,00 41,47% 6.227.178,00 3.1. Melhoramento Urbano 7.646.130,00 43,58% 3.332.130,00 56,42% 4.314.000,00 3.1.1. Qualificação de Vias Públicas e Mobiliário Urbano 7.646.130,00 3.2. Melhoramento Rural 2.471.740,00 3.2.1 . Manutenção e Melhorias de Estradas Rurais 1.921.740,00 1.345.218,00 550.000,00 357.500,00 3.2.2. Construção de Sistemas de Abastecimento de Água no Meio Rural 3.3. Melhoramento Ambiental 4.900.010,00 3.332.130,00 68,89% 76,65% 1.702.718,00 3.755.854,00 4.314.000,00 31,11% 769.022,00 576.522,00 192.500,00 23,35% 1.144.156,00 3.3.1. Recuperação dos Arroios Cadena e Cancela 3.584.560,00 2.867.648,00 716.912,00 3.3.2. Recuperação da Microbacia do Rio Vacacaí Mirim 1.315.450,00 888.206,00 427.244,00 TOTAL Município de Uruguaiana 23.250.000,00 Total 60,00% 13.950.000,00 40,00% 9.300.000,00 Fontes (US$) 57 Componentes, Subcomponentes e Atividades (US$) % BIRD % Municípios 1. Desenvolvimento Institucional 737.861,00 65,58% 483.921,00 34,42% 253.940,00 1.1. Qualificação da Gestão Pública: 437.861,00 42,00% 183.921,00 58,00% 253.940,00 1.1.1. Modernização do Serviço Público 437.861,00 1.2. Gerenciamento e Monitoramento dos Projetos: 300.000,00 1.2.1. Gestão do Projeto 300.000,00 2. Geração de Renda 183.921,00 100,00 % 300.000,00 253.940,00 0,00% 0,00 300.000,00 0,00 1.193.495,00 70,72% 844.017,00 29,28% 349.478,00 2.1. Reestruturação do Micronegócio 553.910,00 60,00% 332.346,00 40,00% 221.564,00 2.1.1. Fortalecimento do Micronegócio 553.910,00 2.2. Alternativas de Produção, Trabalho e Renda: 639.585,00 2.2.1. Implantação de Hortas Comunitárias no Meio Urbano 154.370,00 2.2.2. Produção e Agroindustrialização de Hortifrutigranjeiros 332.346,00 80,00% 511.671,00 221.564,00 20,00% 123.496,00 485.215,00 127.914,00 30.874,00 388.175,00 97.040,00 3. Qualificação Territorial 9.460.398,00 58,21% 5.507.114,00 41,79% 3.953.284,00 3.1. Melhoramento Urbano 6.179.042,00 57,09% 3.527.869,00 42,91% 2.651.173,00 3.1.1. Qualificação de Vias Públicas e Mobiliário Urbano 6.179.042,00 3.2. Melhoramento Rural 1.030.000,00 3.2.1 . Construção de Sistemas de Abastecimento de Água no Meio Rural 1.030.000,00 3.3. Melhoramento Ambiental 2.251.356,00 3.3.1. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos 3.527.869,00 60,00% 618.000,00 2.651.173,00 40,00% 618.000,00 60,46% 1.361.245,00 412.000,00 412.000,00 39,54% 890.111,00 1.000.000,00 620.000,00 380.000,00 3.3.2. Implantação de Esgoto Sanitário em Bairros de Baixa Renda 602.281,00 361.369,00 240.912,00 3.3.3. Construção de Galeria Pluvial 649.075,00 379.876,00 269.199,00 TOTAL 11.391.754,00 60,00% 6.835.052,00 40,00% 4.556.702,00 TOTAL GERAL 103.641.915,00 60,00% 62.185.052,00 40,00% 41.456.863,00 8.4.2 Atualizada em dezembro de 2006. 8.4.3 8.4.4 6.3.2 Fluxograma Financeiro A operacionalização financeira do Programa se dará sob a orientação articulada entre as Unidades de Gestão Municipal e as Secretarias da Fazenda dos cinco municípios. Serão abertas cinco contas em Nova York, uma para cada contrato, para recebimento dos recursos dos empréstimos em Dólares Americanos. No Brasil em cada município beneficiário serão abertas duas contas operativas, uma para receber os recursos externos, em Reais, e outra para recebimento dos recursos das contrapartidas municipais. À medida que as administrações municipais forem realizando a comprovação das despesas por meio de SOE (Statment of Expenses), baseadas em uma previsão de fluxo de caixa, o Banco Mundial depositará os valores correspondentes em Dólares nas contas dos Empréstimos em New York. A partir das necessidades, os municípios internalizarão os recursos, que serão depositados nas contas operativas em reais. Os pagamentos aos fornecedores e executores do programa serão operacionalizados através destas duas contas operativas. As Contas Operativas estarão em nome das Secretarias das Fazendas Municipais e o ordenador de despesas será o Prefeito Municipal, o Secretário da Fazenda ou delegado que tenha sido designado para tal. O fluxograma é apresentado na Figura 3. 58 Figura 3 - Fluxograma proposto para o Programa 8.4.5 6.3.3 Cronograma Financeiro O cronograma financeiro geral do Programa para os cinco anos de execução consta no Anexo 5. 8.4.6 6.3.4 Plano de Aquisições Todas as aquisições de bens, obras e serviços dentro do Programa serão efetuadas de acordo com o documento “Diretrizes, Aquisições sob Empréstimos do Bird e Créditos do IDA” bem como com as provisões estipuladas no Contrato de Empréstimo. Os consultores serão contratados de acordo com o documento Diretrizes, Seleção e Contratação de Consultores por Mutuários do Banco Mundial e com as provisões estipuladas no Contrato de Empréstimo. A descrição detalhada dos procedimentos metodológicos a serem utilizados nas aquisições, as quantias estimadas para cada método, bem como os valores limites de contratos para o uso de cada método estarão contidos no Manual Operativo. Responsabilidade e capacidade O gerenciamento e monitoramento do Programa serão de responsabilidade da Unidade de Articulação do Programa, das Unidades Gestoras Municipais, em conjunto com as estruturas das Prefeituras Municipais. As aquisições serão de responsabilidade das Prefeituras Municipais, assistidas pela Unidade de Articulação do Programa. As equipes responsáveis de cada município, bem como os membros das UGMs receberão treinamento na área financeira e para aquisições, conforme estipulado no Plano de Fortalecimento Institucional constante no Anexo 5. Poderão também ser contratadas consultorias de curto prazo que dominem os 59 procedimentos do Banco com relação a aquisições, para complementar a capacidade das Prefeituras Municipais. As providências necessárias para as aquisições, as responsabilidades e os documentos de licitação padrão a serem adotados no Programa, conforme acordado com o Banco, farão parte do Manual Operativo. Plano de Aquisições do Projeto para os primeiros 18 meses A partir da identificação das principais atividades que deverão ser implementadas pelo Projeto e, uma vez definidas as formas de aquisição, foi elaborado um plano preliminar de implementação para os primeiros 18 meses do PDMI, considerando as principais atividades por componentes/subcomponentes, o responsável pela operacionalização, a forma de contratação e o trimestre (momento) em que a ação deverá ocorrer. No Anexo 6 estão descritas as atividades, por municipalidade, a serem implementadas nos primeiros 6 trimestres. 8.5 6.4 IMPACTOS ESPERADOS Os impactos do programa estão considerados em cada componente e subcomponente e se concentram nas dimensões socioeconômica, ambiental e da gestão de políticas públicas. 8.5.1 6.4.1 Associados ao Componente Desenvolvimento Institucional O componente está focado na qualificação do serviço público municipal tendo como eixo central a modernização do desenho e estratégia de gestão pública, causando impactos positivos. As ações previstas neste componente sejam por meio de consultorias específicas, a partir da capacitação e treinamento dos quadros técnicos ou a partir da disponibilização das informações de bancos de dados, deverão ocasionar impactos positivos no fortalecimento institucional. Outros importantes impactos associados a este componente são esperados: a) Maior eficiência e transparência na administração pública. b) Melhores condições de acesso da população aos serviços públicos, sendo estes de melhor qualidade. c) Capacitação do quadro de funcionários da administração pública, levando a um melhor desempenho de suas funções. d) Maior acesso a informações permitindo melhorar a gestão pública, a tomada de decisão, o planejamento e o monitoramento das ações do poder público. e) Maior participação da sociedade nas decisões e políticas de desenvolvimento municipal. f) Aumento nas receitas municipais levando a uma maior sustentabilidade dos resultados do programa. 60 8.5.2 6.4.2 Associados ao Componente Geração de Renda Este componente tem por objetivo promover e apoiar ações e atividades produtivas baseadas no aproveitamento das potencialidades locais. Os principais impactos são: a) No processo de produção i) Difusão e adoção de tecnologias modernas visando formas produtivas sustentáveis. ii) Melhoria no processo de industrialização de produtos das indústrias em geral envolvidas. iii) Melhoria no layout da produção industrial. iv) Qualificação do processo produtivo no setor do micronegócio. b) Socioeconômicos i) Aumento de oportunidades de ocupação e da renda no contexto familiar. ii) Viabilização de micronegócios e de cadeias produtivas com produtos hortifrutigranjeiros focadas na agregação de valor pela industrialização e venda direta ao consumidor. iii) Aumento na arrecadação de tributos pela redução da informalidade nos micronegócios. iv) Aumento da renda familiar, refletindo positivamente no aumento do Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios envolvidos. Os resultados das avaliações econômicas de projetos pilotos, elaborados durante a fase de preparação do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado, apontaram indicadores de sustentabilidade bastante favoráveis, tais como: TIR superior a 12%, conduzindo aos objetivos propostos pelo Componente. 8.5.3 6.4.3 Associados ao Componente Qualificação Territorial 8.5.3.1 6.4.3.1 Melhoramento Urbano Os impactos se darão principalmente em: a) Maior e melhor acesso ao transporte público. b) Melhores condições de transito pela qualificação de avenidas e construção de ciclovias. c) Maior e melhor escoamento de águas pluviais, evitando transtornos à população. d) Maior oferta e acesso a água de melhor qualidade. e) Melhores condições de moradia para a população de baixa renda com a construção de casas populares. f) Melhores condições de laser e mobilidade pela qualificação de praças, calçadões e ciclovias. 61 g) Melhores condições para a prática do comércio ambulante pela sua organização, estruturação e localização adequada. h) Melhores condições de infra-estrutura em geral e qualidade de vida da população. 8.5.3.2 6.4.3.2 Melhoramento Rural Neste componente os impactos esperados incluem: a) Melhores condições de tráfego e escoamento da produção agrícola. b) Redução no processo erosivo e produção de sedimentos pela adequação de estradas rurais. c) Maior disponibilidade de água para o consumo humano e animal e para o processo produtivo, pelo aumento da capacidade de captação e armazenamento, incluindo melhor gestão dos recursos hídricos em geral. 8.5.3.3 6.4.3.3 Melhoramento Ambiental Os processos de ocupação das bacias hidrográficas e de expansão urbana desordenada e o uso dos recursos naturais estão fortemente interligados. A conseqüência destes processos se manifesta tanto na integridade dos ecossistemas como na saúde da população. Com as ações deste componente são esperados os seguintes impactos: a) Redução na poluição e contaminação dos recursos hídricos pela coleta e tratamento de esgotos e resíduos sólidos. b) Melhoria na qualidade do ecossistema aquático da Laguna dos Patos, com impactos positivos sobre a biodiversidade aquática. c) Redução dos níveis de doenças decorrentes da degradação ambiental, principalmente junto às famílias reassentadas e população em geral, pela melhoria da qualidade da água e melhorias ambientais em geral. d) Recuperação da biodiversidade em áreas que serão transformadas em Unidades de Preservação. e) Maior conhecimento e consciência ambiental como resultado das atividades de educação ambiental. 8.6 6.5 DESEMBOLSO, AUDITORIAS E RELATÓRIOS FINANCEIROS 8.6.1 6.5.1 Desembolso Os desembolsos serão efetuados com base nos Relatórios de Despesas (SOEs As informações exigidas para compilação dos SOEs serão mantidas no banco de dados tanto do Programa como de entidades executoras. Os SOEs serão apresentados ao Banco conforme exigências de fluxo de caixa. A conta operacional a 62 ser estabelecida terá uma alocação autorizada de 10% do valor do empréstimo para iniciar os pagamentos de acordo com a metodologia tradicional de desembolso. 8.6.2 6.5.2 Contas e Auditorias Imediatamente após a efetividade do Programa e anteriormente ao depósito inicial deverá ser providenciada a abertura de conta e estabelecimento do sistema de controle interno (conforme fluxo financeiro estabelecido de acordo na Figura 3). Seguindo providências estabelecidas pelo Banco Mundial no Brasil, a auditoria financeira anual das contas do Programa para o período de 1º de Janeiro a 31 de Dezembro de cada ano será realizada por um Auditor Independente, aceito pelo Banco para realizar auditoria nos Programas por ele financiados. 8.6.3 6.5.3 Relatórios Financeiros (FMR – Financial Monitoring Report) O Programa submeterá as auditorias financeiras anuais ao Banco no máximo até 30 de Junho do ano seguinte ao ano para o qual foi elaborado o relatório das contas do Programa. Os seguintes Relatórios de Monitoramento Financeiro serão preparados para relato e desembolso: RSF 1 – Aplicação e fonte dos fundos por custo e categoria. Este relatório incluirá balanços de abertura e fechamento das Contas Operativas. RSF2 – Gastos do Programa por componente, subcomponente e atividades. RSF3 – Fluxo de caixa – desembolso. RSF4 – Previsão quadrimestral de desembolso. RSF5 – Estrato de reconciliação da conta operativa. Os RSF devem ser apresentados da seguinte forma: Todos os relatórios serão em R$ (reais) e preparados em base quadrimestral e submetidos ao Banco até 45 dias após o fechamento de cada quadrimestre. Conterão informações de cada quadrimestre, dados acumulados do ano e acumulados ao longo da vida do Programa. Recomenda-se que pelo menos uma Missão de Supervisão de Monitoramento Financeiro seja efetuada por ano durante a implementação do Programa. 8.7 6.6 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 8.7.1 6.6.1 Objetivos Os objetivos do Sistema de Monitoramento e Avaliação são: (i) medir os impactos das ações do Programa; (ii) monitorar os avanços do seu dia-a-dia e; (iii) disponibilizar as informações para a gestão, estimulando sua apropriação por parte dos 63 interessados (beneficiários, instituições parceiras e sociedade) na auto-gestão local do processo de desenvolvimento. 8.7.2 6.6.2 Gerenciamento das ações e manejo das informações Com o objetivo de facilitar o gerenciamento das ações do Sistema de Monitoramento e Avaliação e contribuir ao gerenciamento geral do Programa, as informações serão disponibilizadas aos diversos níveis permitindo a tomada de decisão em tempo hábil em relação ao andamento das ações. A informação será disponibilizada através de eventos, documentos e diversos meios de comunicação. 8.7.3 6.6.3 Alcance geográfico O sistema de monitoramento será implementado junto aos cinco municípios e nestes, onde se desenvolverão as atividades previstas para cada componente e subcomponente, sendo que a disseminação de resultados, experiências e lições aprendidas se dará nos âmbitos Regional, Estadual, Nacional. 8.7.4 6.6.4 Resultados Ao longo da implementação dos projetos, espera-se contar com: (i) um sistema de monitoramento dos resultados e impactos; (ii) um banco de dados geográfico; (iii) um sistema físico-financeiro implantado; (iv) avaliações externas realizadas no meio-termo e no final. 8.7.5 6.6.5 Indicadores Para medir os resultados e os impactos do Programa, serão considerados indicadores do marco lógico (Anexo 1) que serão coletados através de metodologias e ferramentas com a efetiva participação dos moradores locais. 8.7.6 6.6.6 Beneficiários Os beneficiários do Monitoramento e Avaliação aos quais será propiciada a participação efetiva nas atividades e acesso às informações geradas serão: (i) âmbito interno do Programa: estrutura gerencial, componentes e poder público municipal; (ii) âmbito do público local, suas famílias e suas organizações; (iii) âmbito das instituições parceiras: Universidades, ONG’s e Governamentais; (iv) projetos parceiros; (v) sociedade civil. 8.7.7 6.6.7 Estratégia operacional a) Seminário inicial Por ocasião do seminário inicial que marcará o início formal do Programa, serão também tratados os temas relativos ao M& A. b) Elaboração do marco zero 64 O marco zero deverá ser elaborado para conhecer a situação dos indicadores selecionados por ocasião do início do Programa e permitir acompanhar sua evolução em decorrência das ações dos mesmos. c) Monitoramento do dia-a-dia dos Projetos A partir do marco zero e do início da execução do Programa iniciará o processo de monitoramento. Os dados coletados serão remetidos ao banco de dados geográficos. As informações serão disponibilizadas através de boletins, folders, rádio, televisão, internet e eventos para sua apropriação pela comunidade e sua utilização no processo de geração de conhecimento local e na auto-gestão. i) Relatórios Anualmente, será apresentado pelas equipes responsáveis do monitoramento de cada município, um relatório sobre o andamento das ações e cumprimento das metas estabelecidas no plano de trabalho, os quais também identificarão os ajustes necessários para o ano seguinte. Relatórios intermediários e específicos serão elaborados durante o ano, sempre que necessário, a critério das equipes e instituições envolvidas. Além disso, anualmente serão submetidos ao Banco Mundial relatórios de implementação do Programa. ii) Eventos Para manter as equipes técnicas e as comunidades mobilizadas e estimuladas à ação, bem como a sociedade informada sobre os resultados do Programa, serão realizados seminários municiais e regionais. O detalhamento dos arranjos para o monitoramento é apresentado no Anexo 8. Na Tabela 8.1 do mesmo anexo consta a matriz de resultados do monitoramento e na Tabela 8.2 constam as atividades, metas, indicadores de resultado, coleta de dados e relatórios, específicos do monitoramento. 8.7.8 6.6.8 Avaliação a) Avaliação de Meio Termo A avaliação permitirá conhecer os avanços na obtenção dos resultados e cumprimento dos objetivos, indicando possíveis ajustes no rumo do Programa, além de focar a eficácia e o cumprimento dos prazos de implementação, indicando as áreas e componentes que necessitam de ajustes, bem como destacando as lições aprendidas até então, que poderão guiar as ações na fase final e a serem incorporadas na elaboração de futuros projetos. b) Avaliação Final Enfocada às mesmas questões e indicadores da avaliação de Meio Termo, será efetuada uma avaliação externa e independente ao final do Programa. Esta buscará também identificar os impactos e a sustentabilidade dos resultados e o grau de alcance dos objetivos de longo prazo. Além disso, terá o propósito de indicar futuras ações no sentido da continuidade do processo de auto-gestão local na tarefa de buscar o desenvolvimento. 65 8.8 6.7 PARTICIPAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS E DA SOCIEDADE EM GERAL O Programa se caracteriza por adotar em todas as suas fases, uma abordagem metodológica baseada na efetiva participação e envolvimento dos beneficiários como uma forma de empoderamento local. Este processo é apoiado por treinamento, gerenciamento e assistência do Programa, bem como por mecanismos de feedback entre os beneficiários. A participação dos beneficiários e da sociedade em geral se dá através dos seguintes elementos estratégicos: (i) extenso programa de divulgação do Programa, explicando objetivos, regras, estratégias e procedimentos para todos os estratos de interessados (stakeholders) da sociedade local e regional propiciando transparência e dinamismo; (ii) constante processo de formação e treinamento, motivação e mobilização de beneficiários que será desenvolvido ao longo de toda a execução do Programa; (iii) formação de conselhos, associações e organizações locais de beneficiários garantindo o co-gerenciamento do Programa; (iv) sistema de tecnologia de informação para garantir que as mesmas sejam utilizadas em tempo oportuno para tomada de decisão e gestão das ações; (v) integração e ação interinstitucional, levando à geração de responsabilidade, fortalecimento, multidisciplinaridade e aprendizado; (vi) garantia de sustentabilidade pelas características de participação local, compromisso institucional e constante fluxo de informações. As lições aprendidas serão disseminadas no âmbito do projeto e da sociedade, com a expectativa de que sejam incorporadas nas políticas públicas relacionadas ao processo de desenvolvimento local e regional, garantindo sua continuidade após a conclusão do Programa. 7 RESUMO DAS AVALIAÇÕES Apresenta-se a seguir o resumo das avaliações e análises efetuadas em diferentes temas de atuação do Programa, como, econômico, financeiro, fiscal, técnico, institucional, ambiental e políticas de salvaguarda do Banco Mundial, além da arrecadação dos municípios. Avaliações detalhadas constam no Anexo 9. 9.1 7.1 ECONÔMICA E FINANCEIRA Avaliação Financeira Avaliar financeiramente um programa consiste em considerar um conjunto sistemático de informações financeiras para a tomada de decisão de um investimento futuro. Este método de avaliação antecipa os resultados econômicos das ações específicas planejadas. Para isso, estimam-se os custos e receitas decorrentes da sua execução, comparando-os e determinando, em última instância, a factibilidade dos investimentos previstos dentro de horizonte temporal definido. Deve-se fazer a avaliação financeira combinando as atividades por sistemas produtivos, abrangendo: i) fluxo de caixa com estimativas de custos, receitas e investimentos; ii) análise de viabilidade financeira: pelo cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) positivo ou da Taxa Interna de Retorno (TIR) superior à taxa de desconto. 66 A viabilidade poderá ser demonstrada se o fluxo de caixa for positivo a partir do segundo ou terceiro ano do subprojeto/plano e o VPL for positivo (>1) ou a TIR for maior que a taxa de desconto praticada no mercado, ou seja, o custo de oportunidade do capital for menor que a TIR. Avaliação Econômica Diferentemente da análise financeira, que analisa a rentabilidade líquida dos investimentos sob a ótica empresarial ou privada, a análise econômica avalia o impacto do Plano sob o ponto de vista da sociedade como um todo. Para isso é necessário isolar as interferências de natureza particulares dos indivíduos, famílias, empresas e regiões. No fluxo de caixa econômico, quando for o caso deverão ser computados os custos da mão de obra familiar, devido ao custo de oportunidade (calculado em função dos níveis de emprego do município), bem como também introduzir todos os investimentos previstos, tanto os de cunho produtivo como aqueles que indiretamente afetam a produção (estradas, energia, etc), excluindo, no fluxo de caixa, transferências tais como: auto consumo, subsídios e tributos. Feito isso, a análise econômica deverá ser realizada em um único fluxo de caixa, considerando todos os investimentos. Poderá ser demonstrada se a relação B/C for maior que 1 (mais usual), o fluxo de caixa for positivo a partir do segundo ou terceiro ano do plano, ou o VPLE for positivo (>1), com a adoção de custo de oportunidade do capital (taxa de desconto econômica de 12% a.a., para 20 anos). O detalhamento desta avaliação estará contido no Anexo 9.1 deste documento. 9.2 7.2 TÉCNICA A estratégia técnica do Programa está focada às particularidades das atividades a serem executadas em cada componente, sempre respeitando as normas mais avançadas para garantir qualidade, segurança, boa relação benefício-custo e menor impacto possível. Maior detalhamento da avaliação técnica consta no Anexo 9.2. A tecnologia padrão das atividades específicas estará garantida através de desenhos que incluem aspectos de engenharia, técnicos, financeiros e de viabilidade econômica, ambiental e parâmetros de custos, imprimindo qualidade e sustentabilidade. Todas as atividades serão acompanhadas pelas equipes das diversas secretarias municipais às quais estejam afetas e supervisionadas pela Unidade Gestora Municipal. Serão contratadas empresas qualificadas para o desenho e execução de obras e serviços. Durante a preparação do Programa, foram conduzidos os estudos necessários para garantir qualidade e sustentabilidade às atividades que serão executadas, os quais estão a seguir relacionados: Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos. Qualificação da Gestão Pública e Arranjos Institucionais do Programa. Reestruturação do Micronegócio. 67 9.3 Implantação de Parques Tecnológicos. Sistema de Tratamento, Armazenamento e Distribuição de Água e Esgotamento Sanitário. Mobilidade Urbana e Qualificação de Avenidas. Implantação de Sistemas Agroindustriais e de Comercialização de Produtos Agrícolas. Concepções Técnicas, Econômicas e Ambientais de Projetos. 7.3 SOCIAL A análise da situação social dos municípios envolvidos no programa aponta para a necessidade de ações focadas nos seguintes temas: a) Realização de melhorias no meio urbano e rural. A elevada concentração da população no âmbito urbano justifica a demanda por atividades planificadas para o mesmo, enquanto que no meio rural, as ações garantirão maior qualidade de vida e resultados socioeconômicos que mantenham a população, evitando novas emigrações para os centros urbanos. b) As análises do IDH e do IDESE ressaltam a fragilidade do indicador Renda. Este panorama está associado à estagnação da economia da Metade Sul. Em conseqüência, são demandadas ações orientadas pela busca do incremento da renda. c) Acompanhando a necessidade de atividades voltadas para a geração de renda, a expansão dos postos de trabalho configura-se, igualmente, como um objetivo na busca pelo desenvolvimento da Metade Sul, agindo diretamente sobre o desemprego na região. d) A análise do IDESE para o indicador Saneamento e Domicílios denota a necessidade de desenvolver ações voltadas para o mesmo, em seus dois componentes. Os dados do SNIS reforçam este panorama, acentuando a precariedade do atendimento relativo às redes de esgoto. O Programa de Desenvolvimento Integrado contempla ações direcionadas aos gargalos do processo de desenvolvimento da Metade Sul, apontados pela Avaliação Social. Assim, os diferentes componentes contemplam ações projetadas de acordo com o panorama e as demandas apresentadas. Os impactos sociais esperados derivam diretamente de tais atividades. Em relação ao componente Desenvolvimento Institucional, a melhoria objetivada dos serviços públicos, deverá refletir-se nos demais componentes, sendo esta fundamental à consagração das iniciativas locais de desenvolvimento. Avaliação Social detalhada consta no Anexo 6.3. a) Infra-estrutura e serviços O Componente Qualificação Territorial projeta ações de infra-estrutura e serviços, entre as quais estão planificadas atividades de melhorias no saneamento, como a ampliação nos sistemas de abastecimento de água, na estrutura viária municipal e a construção de moradias. As atividades vão de encontro à demanda levantada pela Avaliação Social. Exemplificando: i) Qualificação de Vias Públicas e 68 Mobiliário Urbano; ii) Sistemas de Esgotamento Sanitário; iii) Implantação de Lotes Urbanizados/Unidades Habitacionais; iv) Ampliação e Reestruturação do Sistema de Abastecimento de Água Urbano e Rural. b) Empregos Decorrente das ações do Programa nos seus diferentes componentes e subcomponentes serão gerados aproximadamente 14.500 empregos diretos em todos os municípios envolvidos no Programa. Os empregos gerados estarão associados principalmente às seguintes atividades: (i) fortalecimento de micronegócios, 400 empregos gerados; (ii) inovação e modernização tecnológica (incluindo centros de eventos e de inclusão social, atividades empresariais e incubadoras, bem como parques tecnológicos), 9.000 empregos gerados; (iii) atividades agrícolas em geral (incluindo produção, processamento e comercialização de hortifrutigranjeiros), 1.850 empregos gerados; (iv) melhoria de infra-estrutura rural e urbana, 200 empregos, sendo parte destes, temporários; (v) atividades relacionadas com a melhoria da gestão pública, 240 empregos; (vi) alternativas de trabalho (selecionadores de resíduos sólidos), 1.800 empregos. c) Renda Quanto ao eixo temático Renda, a dinamização das economias locais – com conseqüentes reflexos em âmbito regional – é o objetivo de diversas atividades planificadas, estando às mesmas vinculadas tanto ao componente específico – Geração de Renda – quanto aos demais. As ações em questão estão voltadas para o incentivo da produção, do comércio, da industrialização, dos micronegócios e do turismo. Como exemplos, citam-se: (i) Produção Programada de Hortifrutigranjeiros; (ii), Implantação de Centro de Inclusão Social; (iii) Fortalecimento do Micronegócio; (iv) Implantação de Agroindústrias e; (v) Reorganização e Fomento do Turismo Local. Destaca-se ainda que através do fortalecimento do micronegócio serão tirados da informalidade aproximadamente 550 micro-empreendedores diversos, incluindo artesãos, camelôs e vendedores ambulantes, entre outros. d) Índice de Desenvolvimento Humano O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. A expectativa é de lograr um aumento no IDH como resultado do Programa. 9.4 7.4 INSTITUCIONAL De maneira geral existe conhecimento institucional local para a gestão e execução do Programa, pois estão envolvidos municípios antigos que acumularam experiências de administração ao longo de sua história e contam com boa presença institucional local e representações de instituições estaduais que estarão envolvidas no 69 suporte às prefeituras municipais na condução do Programa. Por outro lado, muitas das ações a serem apoiadas com os recursos do Programa ou estão planejadas ou já se encontram em fase de implementação, por iniciativa local. Para sua consecução, o Programa contará com a seguinte estrutura institucional local: (i) prefeituras municipais, através de suas secretarias; (ii) instituições do estado, presentes nos municípios ou acionadas para apoiar ações específicas, das quais citam-se: CORSAN, CEEE, FEPAM, EMATER; (iii) representações dos interessados locais: CDL, sindicatos, associações de bairros e comunidades, cooperativas; (iv) ONG’s que atuam nos municípios ou que venham a se integrar durante a execução do Programa; (v) poder legislativo local (Câmaras de Vereadores). O envolvimento efetivo, com aporte de conhecimento e apoio logístico das diferentes instituições garantirá a execução e sustentabilidade dos resultados do Programa através de mecanismos de auto-gestão, sistema de monitoramento e manejo das informações, distribuição de compromissos e responsabilidades que estão destacados na matriz de responsabilidade institucional (Anexo 7). Para suprir deficiências institucionais já identificadas ao longo da elaboração do Programa, será implementado um plano de capacitação institucional, acoplado ao componente 1, cujo desenho será finalizado por ocasião da elaboração do manual operativo e constará no POA. 9.5 7.5 AMBIENTAL Considerando as Políticas de Salvaguarda do Banco (OP 4.01), o Programa está classificado como categoria B, para o caso dos impactos ambientais. Para detalhes ver Anexo 9.4. As intervenções do Programa através de seus diferentes componentes e subcomponentes são em geral positivas do ponto de vista ambiental e buscam corrigir situações que atualmente estão causando externalidades ambientais negativas, tais como aquelas associadas a: (i) coleta e disposição final de resíduos sólidos municipais; (ii) tratamento e destino final de esgotos domésticos; (iii) reassentamento de famílias que vivem em locais de risco e áreas frágeis do ponto de vista ambiental; (iv) manejo de águas pluviais; (v) uso e manejo de ecossistemas naturais em bacias hidrográficas; (vi) estradas rurais. Para aquelas atividades que poderiam causar impactos ambientais negativos, como o caso da implantação de obras de infra-estrutura diversas, já estão previstas as ações mitigatórias as quais estão associadas ao próprio processo de construção e manutenção. 9.6 7.6 POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO As salvaguardas relacionadas com o Programa (Habitats Naturais, Ambiental, Reassentamento Involuntário, Propriedade Cultural e Manejo de Pragas) foram todas adequadamente consideradas na preparação do Programa e estão refletidas no seu desenho. Os estudos técnicos conduzidos indicaram os procedimentos ambientais necessários tanto do ponto de vista das salvaguardas acionadas como da própria legislação ambiental local e estadual. Para maiores detalhes ver Anexo 9.4.2. Na Tabela 19 constam às políticas de salvaguarda do Banco indicando as que têm relação com o Programa. 70 Tabela 19 Políticas de salvaguarda do Banco Mundial relacionadas com o Programa Política de Salvaguarda acionadas pelo Programa Avaliação Ambiental (OP/BP/GP 4.01)2 Habitats Naturais (OP/BP 4.04) Manejo de Pragas (OP 4.09) Propriedade Cultural (OPN 11.03, revisada para OP 4.11) Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12) Povos Indígenas (OD 4.20, revisada para OP 4.10) Florestas (OP/BP 4.36) Segurança de Barragens (OP/BP 4.37) Projetos em Áreas Disputadas (OP/BP/GP 7.06) Projetos em Cursos de Água Internacionais (OP/BP/GP 7.50) 9.7 Sim X X X x X Não X X X X X 7.7 FISCAL E TRIBUTÁRIA A avaliação fiscal de projetos é de grande importância e indispensável para que possa ser feita a análise de solvência do mutuário, a avaliação se o órgão financiador respeita à Lei de Responsabilidade Fiscal, e avaliação do impacto da operação de crédito sobre as finanças públicas. Esta avaliação também permite estabelecer reformas na gestão pública municipal, bem como obter o aval da Secretaria do Tesouro Nacional para viabilizar o empréstimo. a) Conteúdo da análise fiscal Para determinar se o município apresenta as condições de tomar o empréstimo, são necessárias as seguintes providências: 1. Realizar uma análise da Evolução das Finanças Subnacionais, que consiste em: Apresentação de balanços primários e operacionais – para identificar a eficiência ou deficiência financeira: Decomposição das variações dos resultados – para identificar os fatores determinantes de sua evolução – Continuidade e sustentabilidade da situação fiscal. Receita: Composição – Receitas próprias em comparação com as Transferências Capacidade de Ajustamento: Identificar se existe uma excessiva dependência financeira em transferências. Despesa: Composição, gastos com pessoal, gastos operacionais e investimentos – Rigidez de despesa. 2. Analisar a evolução do endividamento do estado/município, que consiste em: Verificar a estrutura da dívida consolidada, dívida financeira, ativos financeiros, dívida consolidada líquida; Perfil do serviço da dívida; Composição da dívida em termos de moeda, taxa de juros, prazos; Análise de sustentabilidade da dívida: identificar o nível de primário necessário para garantir sustentabilidade através da fórmula: Bp = [(r-g)*d/y]/(1+r)*(1+g). 2 Neste caso, considerando a classificação do Programa como categoria B, a avaliação ambiental é simplificada para os aspectos gerais. Para o caso da atividade de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Uruguaiana foi elaborada, como parte dos estudos preliminares, uma avaliação ambiental conforme legislação vigente para este tipo de empreendimento, a qual se constitui num dos documentos apresentados ao Banco. 71 3.Respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e situação fiscal do estado. Para que seja cumprida, é necessário analisar os seguintes indicadores-chave: Dívida Consolidada Líquida: A Receita Corrente Líquida deve ser menor que 1.2; Serviço da Dívida – A Receita Corrente Líquida deve ser menor que 0.115-0.13; Operações de Crédito – A Receita Corrente Líquida deve ser menor que 0.08; Gastos com Pessoal – A Receita Corrente Líquida deve ser menor que 0.60. 4. Verificar a capacidade de endividamento e de Repagamento: Deve-se considerar que a capacidade de endividamento e repagamento, que é obtida através da divisão das despesas pela receita do município, seja menor que 1,2, a qual garante que o município terá condições de arcar com um financiamento e continuar com a gestão de suas atividades. 5. Impacto fiscal do projeto sobre receitas, despesas, endividamento e serviço da dívida. Deve-se considerar o impacto fiscal do financiamento: (i) sobre receitas; (ii) sobre os fluxos futuros – taxas/impostos; (iii) sobre despesas; (iv) curto prazo sobre os investimentos; (v) médio prazo sobre o custeio/gastos operacionais; (vi) sobre dívida; (vii) sobre serviços da dívida – comparação entre obrigações financeiras e receitas geradas pelo projeto. 6.Análise de Risco: Deve-se verificar a consistência fiscal da operação, identificando o comportamento das variáveis fundamentais através da distribuição de probabilidades para cada uma das variáveis. 7. Escolha da modalidade de empréstimo O Banco Mundial fornece várias opções e instrumentos financeiros, como EMF, EMV e cobertura de risco, com o objetivo de proteger o município contra riscos e minimização do custo financeiro. A definição da modalidade do produto financeiro depende de: (i) risco de taxas de juros e cambial; (ii) características do fluxo de receitas futuras; (iii) flexibilidade; (iv) produtos financeiros do Banco Mundial; (v) empréstimo de margem variável; (vi) empréstimo de margem fixa Adicionalmente, o Banco possui produtos destinados à cobertura de riscos: swaps de taxas de juros, câmbio, tetos de juros. b) Desenho do componente de gestão fiscal/pública Para realizar a análise do componente de gestão fiscal e pública do município, deve-se: (i) identificar áreas de intervenção; (ii) garantir disciplina fiscal; (iii) alocação mais eficiente de recursos; (iv) melhora da eficiência na provisão de serviços públicos. c) Áreas de cooperação técnica As áreas de cooperação técnica para a análise fiscal são 72 Gestao tributaria é necessário analisar:(i)eficiência de arrecadação ISS/IPTU; (ii) taxas e contribuições de melhoria; (iii) fiscalização das Transferências de ICMS; (iv) gestão da divida ativa. Administração de divida/ativos é necessário analisar: (i) defesa jurídica do município – precatórios; (ii) administração de divida - custos versus riscos; (iii) dividas com o INSS; (iv) outras dividas – BNDES/CEF; (v) administração de ativos. Controle de pessoal é necessário analisar: (i) administração de folha de salários; (ii) revisão de legislação – consolidação; (iii) banco de horas/horas extras; (iv) sistema de previdência municipal; (v) sistema de saúde dos servidores municipais. Fortalecimento do ciclo planejamento-orçamento-execucao: É voltado para a gestão por resultados. Neste item, é necessário que se faça uma avaliação dos Instrumentos de Planejamento municipal, como: (i) plano diretor; (ii) PPA; (iii) Orcamento; (v) execucao orçamentária. Para realizar a avaliação dos instrumentos de planejamento municipal, é sugerida a utilização do sistema de Arcabouço fiscal de Médio prazo, que consiste em um instrumento de controle fiscal que facilita uma alocação mais efetiva de recursos integrando objetivos de política com as decisões de alocação de recursos públicos num contexto plurianual. Os objetivos deste instrumento são: (I) manter sustentabilidade fiscal. Evitar expansão de despesas – Limites de despesa global e por setores; (ii) aumentar a eficiência do gasto público ao associar prioridades a alocação de recursos. Fluxo de informação: Acima pra baixo e abaixo pra cima (iv) estabilização automática Suavização de trajetórias de despesas dado o caráter plurianual. Estrutura simplificada do AFMP que consiste em: (i) estimação dos recursos disponíveis para o governo num contexto plurianual; (ii) estimação dos custos das políticas, programas e atividades do governo num contexto plurianual; (iii) compatibilização das informações obtidas, levando em consideração as restrições e os custos para melhorar a eficiência do setor público. Ao final da análise fiscal, deve-se ter como resultados: (i) a construção de cenários macro-fiscal; (ii) a análise de despesa – programas existentes, despesas obrigatórias vinculação; (iii) a contabilidade de custos-secretarias setoriais; (iv) a liderança das secretarias centrais; (v) e o compromisso político. 8 SUSTENTABILIDADE E RISCOS Neste capítulo são destacados os elementos que integram a sustentabilidade dos resultados do Programa bem como os riscos que refletem as hipóteses críticas do Marco Lógico. 10.1 8.1 SUSTENTABILIDADE A estratégia principal incluirá a formação/sensibilização das populações locais e suas lideranças sobre a importância em manter os resultados do Programa na busca do desenvolvimento local e regional, pela incorporação das estratégias nas 73 políticas públicas tanto no âmbito do estado como dos municípios envolvidos diretamente e dos pólos que os mesmos representam. Por outro lado, o arranjo institucional e a produção de material informativo darão suporte à continuação das ações, apoiados com a estratégia de sustentabilidade proposta. Os mecanismos que serão reforçados na vigência do projeto para garantir a continuidade de suas ações e resultados são: (i) compromisso governamental para incorporar os resultados nas políticas públicas; (ii) envolvimento dos moradores locais para a auto-gestão a partir de um processo de educação, formação e capacitação; (iii) envolvimento de ONG’s; (iv) envolvimento de instituições de ensino e pesquisa; (v) formação de banco de dados e sistema de informações geográficas (SIG) que possa ser acessado pelos diferentes atores envolvidos na tomada de decisão sobre o processo de desenvolvimento local/regional; (vi) desenvolvimento de processo metodológico e estratégias para a garantia de recursos financeiros. a) Compromisso governamental – Acima de tudo, o apoio ao desenvolvimento local e regional deve ser de interesse do governo, cujas experiências e lições, precisam ser incorporadas nas políticas públicas no âmbito municipal e estadual. b) Envolvimento dos moradores locais – A auto-gestão não ocorre sem um forte processo de sensibilização, formação e capacitação dos moradores locais sobre a necessidade do envolvimento de todos no processo de construção do desenvolvimento. A criação de mecanismos de facilitação e estímulo à participação da população local é fundamental para a continuidade dos resultados do Programa. Destes mecanismos destacam-se: (i) adoção de metodologias simples, que busquem gerar responsabilidade local; (ii) envolvimento de escolas e escolares, com a inclusão dos temas do Programa na pauta dos professores; (iii) constante processo de formação, profissionalização, treinamento e educação ambiental e, (iv) distribuição de material educativo. c) Envolvimento de ONG’s – Nos municípios envolvidos existem ONG’s diretamente ligadas às comunidades locais e atuando em prol do desenvolvimento e inclusão social. A grande capilaridade e experiência destas instituições poderão ser de grande valia para a continuação dos resultados do Programa, desde que firmados convênios com as instituições do governo para uma atuação conjunta, definindo claramente os papéis e a responsabilidade de cada um. d) Fontes de recursos – Os recursos devem ser garantidos através de planejamento orçamentário e disponibilizados em tempo oportuno para garantir a continuidade das atividades e resultados do Programa. Deverá ser prestada conta dos recursos aplicados e a comunidade deve ser informada dos resultados. e) Envolvimento de instituições de ensino e pesquisa – Estas instituições são fundamentais para conduzir estudos e pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre os processos de desenvolvimento local. f) Formação de banco de dados e sistema de informações geográficas (SIG) – Este é um dos grandes desafios do Programa, que deverá iniciar pela organização das informações existentes e a criação de um banco de dados que possa ser manejado em forma eficiente para a tomada de decisão, tanto do governo como das comunidades locais. Via de regra, as informações existentes estão em poder de instituições e grupos de técnicos e não são traduzidas e disponibilizadas ao público e para os tomadores de decisão. Deverão ser rompidos estes vícios e criar um banco de dados que possa ser acessado por todos os envolvidos nos processos de auto-gestão local, na qualificação da gestão pública e no planejamento de atividades relacionadas 74 ao processo de desenvolvimento. Alguns aspectos mais relevantes da estratégia de sustentabilidade dos resultados são descritos a seguir em forma detalhada. 10.1.1 8.1.1 Sustentabilidade Financeira Será adotada uma abordagem metodológica para desenvolver uma matriz de sustentabilidade financeira e estratégias para permitir que as atividades do Programa continuem e que os resultados sejam sustentáveis após o término dos mesmos. A abordagem envolve duas linhas básicas: 1) Construção de alianças e parcerias – Através da orientação da Gestão do Programa, haverá um diálogo temático, ao longo de sua execução, com parceiros potenciais e que tenham meios para apoiar atividades complementares e/ou adicionais durante a implementação e após sua conclusão. 2) Identificação de mecanismos de financiamento e/ou receitas públicas – Serão identificadas uma variedade de fontes de recursos públicos e privados com potencial para canalizar fundos, a fim de cobrir os custos recorrentes das atividades do Programa (aquelas que não geram retorno econômico, mas são atividades essenciais para a manutenção de resultados benéficos gerais). Estas fontes poderiam incluir as seguintes opções: i. Fundos de instituições e programas públicos nacionais e estaduais (por exemplo: projetos da ANA - Agência Nacional de Água; FUNASA - Fundação Nacional de Saúde; Ministério das Cidades; Secretaria Estadual de Recursos Hídricos; Ministério do Meio Ambiente; PRONAF – Programa Nacional de Agricultura Familiar); ii. Fundos públicos e privados existentes (por exemplo: fundos disponíveis para fomento ao desenvolvimento local; fundos gerenciados por meio de associações de usuários locais da água mantidos com taxas de pagamento pelo uso da água); iii. Fundos/mecanismos financeiros novos e/ou inovadores (por exemplo: fundos locais ou regionais abastecidos por multas ambientais decorrentes de atividades ilegais que causem danos aos ecossistemas); Implementação da estratégia de sustentabilidade financeira O objetivo é iniciar a implementação da estratégia nos anos 4 e 5 do Programa para garantir que a mesma possa superar dificuldades durante sua execução. Resultados esperados da estratégia de sustentabilidade: uma matriz de sustentabilidade financeira indicando as fontes monetárias e compromissos, recursos humanos e eventualmente suporte político e o engajamento de instituições/organizações públicas e privadas para sustentar os resultados e atividades focadas numa visão de futuro de pelo menos 10 a 15 anos após a conclusão. Durante a implementação do Programa será desenvolvida uma seqüência de atividades, a seguir destacadas, sob a coordenação das Unidades Gestoras com apoio de consultorias e organismos locais: 75 a) Identificar e estabelecer diálogo com parceiros e atores interessados: esta atividade promoverá um lobbing ao nível nacional, estadual e local para estabelecer um diálogo com parceiros e interessados que tenham manifestado interesse em se envolver com a continuidade e financiamento das atividades do Programa após sua conclusão. Este diálogo será entabulado com agências governamentais locais, estaduais e nacionais; municipalidades; organizações da sociedade civil; agências de desenvolvimento; organizações não governamentais; fundações privadas; organizações do setor privado; instituições acadêmicas, etc. Parte do diálogo estará focada na definição de como os resultados se enquadram no Projeto Rumos 2015, Projeto Desigualdades Regionais e nos demais planos e mecanismos governamentais para o desenvolvimento regional, notadamente da metade sul do Estado. b) Definição de resultados e atividades a serem continuadas após o período do Programa: Esta ação tem por objetivo a identificação de atividades e resultados do Programa que deveriam ser continuadas3 de acordo com os interesses locais e regionais após a sua finalização. Este processo se dará através de consulta local: (i) quais atividades são economicamente auto-finanaciáveis no longo prazo e quais necessitarão de fundos externos; (ii) quais atividades serão desenvolvidas e por quem; quais serão os custos recorrentes envolvidos; (iii) quais compromissos poderão ser assumidos pelas diferentes instâncias envolvidas no Programa. c) Determinar perfis e características dos resultados e o potencial para estabelecer sua sustentabilidade: Esta ação estará focada na determinação de perfis de resultados e atividades desejáveis para avaliar seu potencial em gerar recursos para sua auto-sustentabilidade ou para atrair recursos externos. Incluirá: (i) avaliação da relevância dos resultados gerais do Programa para a metade Sul do Rio Grande do Sul, para o Estado e para o Mercosul; (ii) difusão dos resultados no âmbito regional, estadual e do Mercosul. d) Identificar e/ou desenhar mecanismos financeiros viáveis: Esta ação apoiará a identificação da existência de fontes públicas e acesso a mecanismos financiadores existentes e o desenho de novos fundos para financiar os resultados do Programa e as atividades a serem continuadas. Dentro desta ação serão seguidos os seguintes passos: Passo1: Programas e orçamentos públicos - Identificar e discutir como diferentes programas governamentais e de instituições públicas podem integrar as atividades do Programa em seus planos e mecanismos de financiamento: (i) fundos de programas regulares estaduais e nacionais (ANA, FUNASA, PRONAF, Ministério das Cidades, Secretaria de Recursos Hídricos, Ministério do Meio Ambiente); (ii) Projeto Rumos 2015; (iii) Programa Desigualdades Regionais. Passo 2: Fundos públicos e privados existentes - Identificar fundos existentes e com adequado funcionamento para dar seguimento a atividades. Em particular esta etapa incluirá: (i) avaliação do funcionamento de fundos rotativos locais para o desenvolvimento, no nível municipal e regional; (ii) avaliação dos potenciais da tarifa nacional sobre o uso da água (lei de outorga da água) para coletar recursos e estabelecer fundos a serem manejados localmente pelos usuários da água. 3 Uma lista de critérios para atividades piloto deverá ser desenvolvida no âmbito do subcomponente de gerenciamento dos Projetos/Programa. Dentre os critérios um deveria considerar: os custos recorrentes das atividades são garantidos após a conclusão do Projeto, por exemplo, por um fundo rotativo local no município x ou y. 76 Passo 3: Novos fundos/mecanismos de financiamento - Baseado nas avaliações anteriores, desenhar novos fundos para apoiar a implementação de atividades locais, de forma economicamente viável e sustentável. Passo 4: Melhorar o acesso dos produtos locais/regionais ao mercado, através de rótulos, selos e marcas – Será avaliada a possibilidade de estabelecer uma marca de produtos da Metade Sul do Estado (produtos orgânicos, etc..). e) Desenvolver e implementar um plano de ação para efetivar os mecanismos financeiros: Esta ação tem por objetivo a finalização, promoção e implementação da matriz de estratégia de sustentabilidade financeira durante os anos 04 e 05, indicando os compromissos políticos, recursos humanos e monetários para dar sustentabilidade aos resultados do Programa a partir de instituições públicas e privadas e dos diversos atores, para os próximos 10 a 15 anos. Para facilitar a implementação da Estratégia de Sustentabilidade Financeira as Unidades Gestoras, organizações locais e atores envolvidos serão capacitados no manejo de fundos, mecanismos financeiros e elaboração de projetos para captação de recursos externos, através de seminários a serem implementados pelo Componente 1 – Desenvolvimento Institucional. 10.1.2 8.1.2 Sustentabilidade Institucional O Programa está ligado institucionalmente às Prefeituras Municipais e suas diferentes secretarias que têm a responsabilidade de conduzir o processo de desenvolvimento local, em parceria com organizações locais, Universidades, ONG’s, as empresas privadas, o poder legislativo e a sociedade em geral. Em nível regional/estadual, o Programa está ligado ao Governo do Estado e às diferentes secretarias e instâncias e outros programas relacionados com os seus objetivos (Desigualdades Regionais, Rumos 2015, etc). O Programa tem por objetivo apoiar o processo de desenvolvimento local/regional, pelo fortalecimento e qualificação da gestão pública; apoio aos processos e mecanismos geradores de renda e melhoria da infra-estrutura física, capacidade técnica e gerencial, com impactos ambientais minimizados Neste contexto, a estrutura institucional de gestão promoverá a integração de ações já existentes e a mobilização de recursos para a continuidade das atividades, conforme destacado anteriormente, sempre considerando a integração entre os municípios, garantindo a unidade necessária na execução dos Projetos e a troca constante de experiências e assimilação das lições aprendidas. As principais intervenções do projeto que poderão contribuir para alcançar a sustentabilidade institucional incluem: (i) atividades de planejamento de políticas públicas, as quais poderiam resultar numa plataforma institucional para impulsionar o desenvolvimento da Metade Sul do Estado; (ii) um sistema de monitoramento e avaliação abrangente, o qual irá fortalecer a capacidade institucional para administrar, coordenar intervenções do setor público e disseminar experiências e lições aprendidas. 10.2 8.2 RISCOS E MEDIDAS MITIGATÓRIAS Na Tabela 20 são apresentados em forma sucinta os possíveis riscos extraídos dos pressupostos críticos constantes no marco lógico, bem como as medidas mitigatórias a serem adotadas. Observa-se que quanto à classificação, na sua grande maioria, os riscos são classificados como baixos e médios. 77 Tabela 20– Riscos e medidas mitigatórias propostas Risco Classificação do risco Medidas para mitigar o risco Falta de interesse nas administrações municipal e estadual e de vontade política para a qualificação da gestão pública M e, portanto as mudanças não serão sustentáveis, após a finalização do Programa. Sensibilização das administrações municipais para a necessidade de capacitação e adoção de mecanismos modernos de gestão. As melhorias na infra-estrutura rural e urbana não são de interesse e prioridade do meio empresarial e da sociedade B e não proporcionarão as condições de produção, geração de renda e melhorias na qualidade de vida esperadas. Os diferentes atores interessados no Programa (stakeholders), além de participarem efetivamente nas ações, estarão usufruindo dos melhoramentos promovidos, com isto poderão avaliar a importância dos mesmos para o desenvolvimento local. Fluxos irregulares de contrapartida, gerando atrasos na implementação das ações e frustrando expectativas dos A envolvidos. Capacidade institucional insuficiente para implementar os arranjos necessários à execução dos projetos e sua M sustentabilidade. A sociedade local não está totalmente consciente da importância das melhorias ambientais para que o crescimento rural e urbano e o processo produtivo sejam M sustentáveis garantindo a disponibilidade de recursos hídricos com qualidade e quantidade. Falha em sustentar os compromissos políticos após as eleições nos diferentes níveis de envolvimento com o B Programa. Deficiente capacidade técnica e gerencial disponível para a B gestão do Programa. Falta de estrutura e mecanismos legais para a contratação dos serviços de infra-estrutura e capacidade técnica e B empresarial para a execução. Falta capacidade local e experiência em organização para B a produção e comercialização. Falta capacidade técnica e conhecimento para a implantação de atividades produtivas no meio rural e B urbano visando à geração de renda. Serão garantidos os recursos de contrapartida nos orçamento municipais. Capacitação e fortalecimento institucional visando a qualificação para as funções previstas, de acordo à matriz de responsabilidades institucionais. A estratégia metodológica prevê o envolvimento da sociedade e de suas organizações. Também estão previstos eventos de sensibilização e formação sobre os temas tratados. Há o comprometimento dos municípios com os segmentos da sociedade civil em executar o Programa independente de mudanças políticas nas administrações. As equipes que integrarão a estrutura gerencial, nos diferentes âmbitos, serão capacitadas para exercerem suas funções e receberão assessoria periódica do Banco Mundial. As instâncias municipais serão estruturadas e aparelhadas. Serão encaminhados ao Poder Legislativo Municipal os Projetos de Lei necessários para viabilizar a execução do Programa. Caso seja necessário serão ministrados cursos específicos para melhorar a organização local visando às demandas do Programa. Haverá um processo de formação de técnicos das instituições envolvidas na orientação dos projetos de produção agrícola e na operação de sistemas produtivos. Classificação do risco: A – Risco Alto; M – Risco Médio; B – Risco Baixo 9 DOCUMENTOS CONSULTADOS ALMEIDA, Pedro F. C. A gestação das condições materiais da implantação da indústria gaúcha – 1870-1930. IN: Ensaios FEE. Porto Alegre (13)2, 1992. BRAGA, M. F. S. Análise da variabilidade do vento em Rio Grande – RS, no período de 1992 a 1995. Monografia. Graduação em Oceanografia. Fundação Universidade de Rio Grande, 1997. 71p. Apud ACL, Relatório parcial de diagnóstico dos empreendimentos (RP-01), Agosto, 2006. HABIAGA, L. A. G. P., MADUREIRA, M.S.P. e SALVATORI, E. Aspectos sociais e urbanos das margens da Lagoa dos Patos. Documentos Técnicos da FURG, 1998, nº 7, 67p. Apud ACL, Relatório parcial de diagnóstico dos empreendimentos (RP-01), Agosto, 2006. SUPRG. Página eletrônica do Porto de Rio Grande. Superintendência do Porto de Rio Grande, 1999a. Apud ACL, Relatório parcial de diagnóstico dos empreendimentos (RP01), Agosto, 2006. TAGLIANI, P. R. A. & ASMUS, M. L. Estudo de impacto ambiental do Porto de Rio Grande: FURG, 1997. 850p. Relatório Final. Apud ACL, Relatório parcial de diagnóstico dos empreendimentos (RP-01), Agosto, 2006. 78 Relatórios do estudo: Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Qualificação da Gestão Pública e Arranjos Institucionais do Programa, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Reestruturação do Micronegócio, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Implantação de Parques Tecnológicos, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Sistema de Tratamento, Armazenamento e Distribuição de Água e Esgotamento Sanitário, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Mobilidade Urbana e Qualificação de Avenidas, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Implantação de Sistemas Agroindustriais e de Comercialização de Produtos Agrícolas, PDMI, 2006. Relatórios do estudo: Concepções Técnicas, Econômicas e Ambientais de Projetos, PDMI, 2006. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Programa RS RURAL. Manuais operativos, 2003. (4 volumes). ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Coordenação e Planejamento. Programa Desigualdades Regionais. Documento preliminar do Programa. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Coordenação e Planejamento. Programa RS BIODIVERSIDADE. Versão Preliminar do PDA (Project Appraisal Document). Consórcio Booz Alen – FIPE – HLC. Projeto RumoS 2015., Porto Alegre, 2005. BANCO MUNDIAL. Diretrizes para aquisições no Âmbito de Empréstimos do BIRD e créditos da AID. Washington, USA. Banco Mundial, 2004. BANCO MUNDIAL. Diretrizes para Seleção e Contratação de Consultores pelos Mutuários do banco Mundial. Washington, USA. Banco Mundial, 2004. BANCO MUNDIAL. Relatórios de supervisão financeira para projetos financiados pelo Banco Mundial: Diretrizes para os mutuários. Banco Mundial, novembro de 2002. BANCO MUNDIAL. Manual de Administração Financeira de Projetos. Washington, USA.Departamento de Empréstimos. Banco Mundial, fevereiro de 1999. MUNICÍPIO DE RIO GRANDE. Versão preliminar do Documento do Projeto de Desenvolvimento Municipal Integrado – PDMI. Rio Grande, 2006. MUNICÍPIO DE PELOTAS. Versão preliminar do Documento do Projeto de Desenvolvimento Municipal Integrado - PDMI. Pelotas, 2006. MUNICÍPIO DE URUGUAIANA. Versão preliminar do Documento do Projeto de Desenvolvimento Municipal Integrado - PDM. Uruguaiana 2006. MUNICÍPIO DE SANTA MARIA. Versão preliminar do Documento do Projeto de Desenvolvimento Municipal Integrado - PDMI. Santa Maria, 2006 79 MUNICÍPIO DE BAGÉ. Versão preliminar do Documento Desenvolvimento Municipal Integrado - PDM. Bagé, 2006. do Projeto de 80