O Carteiro Distraído Proposta de Resolução Existem inúmeros problemas deste tipo, que costumam ser designados por “problemas lógicos”. Bem, realmente é preciso utilizar uma certa lógica para os resolver qualquer problema. O essencial nestes problemas, como em tantos outros, de resto, é não perder a calma, não desistir ao encontrar as primeiras dificuldades. Essa calma é precisa para organizarmos os nossos pensamentos, para irmos analisando os dados um a um. Por outro lado, convém também escolher um determinado esquema para representar as diversas implicações que o enunciado apresenta, para melhor descobrirmos as suas relações. Neste tipo de problemas é habitual utilizar uma tabela de duas entradas – neste caso, numa das entradas escreveríamos os nomes dos inquilinos e noutra entrada os nomes dos inquilinos a quem estavam endereçadas as cartas: Carta Albano Albano Bernardo Cruz Duarte Elizabete Bernardo Cruz Duarte Elizabete x No entanto, neste problema particular, não parece que este esquema seja o mais apropriado. A única informação que temos fácil de assinalar neste esquema é que a carta endereçada ao Albano foi para a casa do Bernardo (e portanto colocamos um x no cruzamento respectivo). Adoptemos em vez disso a seguinte notação: as letras maiúsculas A, B, C, D, E significam os inquilinos Albano, Bernardo, Cruz, Duarte, Elizabete, e as letras (a), (b), (c), (d) e (e) significam as cartas endereçadas respectivamente a A, B, C, D e E. Para exprimir que a carta (a) foi parar à casa de B, como é dito no enunciado, escreveremos: a B Tentemos então analisar as afirmações do enunciado, designando as cartas cujo endereço desconhecemos por letras minúsculas (x, y, z, t …) e os inquilinos que desconhecemos por letras maiúsculas (X, Y, Z, T …). Análise: Quanto à primeira informação teremos: a carta (x) que o Albano (A) recebeu estava endereçada para o inquilino (X) que recebeu a carta (y) que estava endereçada para a casa (Y) onde chegou a carta (c) para o Cruz. Em esquema, teremos: x y z A X Y Quanto à segunda informação: e o Cruz (C) recebeu a carta (z) dirigida ao inquilino (Z) que recebeu a carta (t) que devia ter sido posta na caixa do inquilino (T) a quem foi parar a carta (d) que era do Duarte. Em esquema: z t d C Z T Necessitamos agora ver a que inquilinos e a que cartas podem corresponder as letras X, x, Y, y, Z, z, T, t. Se repararmos onde chegámos até agora vemos que já temos como recebedores de cartas B, A e C, e que portanto X, por exemplo, apenas pode tomar os valores E ou D. a x y c z t d B A X Y C Z T Suponhamos então que X = E, e que Y = D. Teremos: a e d c z t d B A E D C Z T Mas então T tem que ser igual a Em pois a carta (d) não foi entregue a dois inquilinos diferentes. E se T=E, então Z=A, pois Z e A receberam a carta (e). Mas Z não pode ser A, senão a carta (a) iria parar a B e a C, o que não é possível. Continuando… Tentemos então a solução X=D e Y=E: a e d c z t d B A D E C Z T Mas então T tem que ser igual a A, onde foi parar a carta (d). Além disso, como a carta (t) – que já sabemos ser (a) – foi parar a B e a Z, então Z tem que ser B. Teremos então a solução final, a d e c b B A D E C Ou seja, a carta dirigida ao Albano foi parar ao Bernardo, a dirigida ao Duarte foi parar ao Albano, a dirigida à Elizabete foi parar ao Duarte, a dirigida ao Cruz foi parar à Elizabete e a dirigida ao Bernardo foi parar ao Cruz. Realmente, que carteiro !!!