FORUM DANÇA VERÃO 2015 / ARTISTAS DA PENHA O Forum Verão reúne, este ano, um conjunto de propostas de pesquisa criativa e de treino orientadas, na sua maioria, pelos artistas que habitam o Espaço da Penha. JULHO, de 27 a 31 PEDRO RAMOS 10h30-12h30 Prática Corpo O território de investigação deste trabalho surge do cruzamento de diferentes áreas, nomeadamente, o Yoga, a Psicologia, a Alquimia e a Dança Contemporânea. Procuro uma visão alargada sobre o Corpo (performativo) enquanto uma unidade psico-física, como “um pedaço de natureza a ser conhecido”. Nas diferentes etapas do processo alquimico tenho encontrado o fundamento e inspiração para a criação de uma metodologia de criação artística e trabalho de corpo performativo. - Treino sensorial e perceptivo. - Desenvolvimento da extensão da consciência ao corpo, ao espaço e ao grupo. - Estudo da anatomia do movimento na relação do centro com a periferia do corpo, com o chão na construção da verticalidade. -Exploração de diferentes qualidades de movimento -“Qualidades Alquímicas”. -Compreensão da improvisação enquanto forma de pesquisa artística, cujos resultados podem ser úteis para outras áreas de conhecimento. VERA MANTERO © Agnieszka Wojtun 14h00-17h00 O Corpo Pensante | Composição e Interpretação A relaxação, o uso da voz, a escrita, a respiração e a associação livre são alguns dos meios a serem usados neste workshop por forma a chegarmos aos movimentos, acções, estruturas e desejos de composição que se encontram neste momento em nós. Exploraremos alguns deles separadamente de forma a incorporá-los mais tarde em processos de improvisação mais longos ou complexos, ou mesmo em processos de composição. Serão também importantes os estados particulares de consciência, a atenção a sinais exteriores e interiores (awareness), o uso do espaço e a exploração de objectos e materiais. Ironia e mãos vazias levar-nos-ão mais longe ainda. The thinking body | Composition and Interpretation Relaxation, the use of voice, writing, breathing and free association are some means to be used in this workshop in order to find the movements and actions going on inside us. We will explore some of them separately first in order to incorporate them later in longer and more complex improvisational processes. The idea of getting inside a particular state of consciousness will be very important. Awareness and use of space, and the exploration of objects and materials will not be forgotten. Irony and empty hands will take us further. MIGUEL LOUREIRO © Pedro Filipe Marques 17h30-20h30 Exercícios de Oralidade Construir a palavra dita através do texto, da composição cénica, dos mecanismos do discurso. Discursos épicos, líricos e dramáticos. Volumes, timbres, harmónicos, dicções, tons, intenções, recortes, fraseados. Levantamento de cena pela apropriação oral dos 'textos'. Quase canto. Quase música. Métricas estivais. AGOSTO, de 3 a 7 ELIZABETE FRANCISCA © Antonia Buresi 10h30-12h30 Prática Corpo Durante estas aulas serão propostos vários exercícios que têm como objectivo criar um corpo disponível, atento e aberto. Uma prática enraizada por um lado na consciência das diferentes partes do corpo e na pesquisa de movimento que partem da activação do imaginário individual de cada um, recorrendo ao uso da voz/respiração e de exercícios rítmicos impulsionadores de estados físicos. Uma prática que permita um “ready fire aim”, um estar permeável aos vários estímulos. Que se deixe atravessar. During these classes several exercises will be proposed aiming to create an attentive, open and ready body.A practice rooted in the awareness of the joints and different parts of the body in a movement research that also activates each one's personal imaginary. A practice that allows a “ready, fire, aim”, a way of being that is permeable to all stimulus. That allows itself to be crossed. MIGUEL PEREIRA © Cláudia Mateus 14h00-17h00 Laboratório de Pesquisa e Criação Trabalho sobre a representação do corpo dentro e fora de cena, através da exploração de conceitos como os de identidade, artificialidade e/ou naturalidade. Pesquisa no espaço do estúdio e no contexto do espaço exterior (a rua ou lugares públicos por exemplo). Ser observador e observado, espectador e actuante, alterar ou destabilizar ordens ou convenções. Abordagem e construção de novos sentidos dramatúrgicos e/ou padrões coreográficos. TEATRO DO VESTIDO | ROSINDA COSTA ©TdV 18h00-21h00 Coisas Mínimas | práticas dramatúrgicas a partir de tudo Uma oficina de construção de materiais cénicos e dramatúrgicos a partir de praticamente tudo. Tendo como base as metodologias de trabalho do Teatro do Vestido, são explorados neste workshop uma série de exercícios para gerar material cénico que partem de uma observação atenta da realidade, bem como de materiais autobiográficos e radiografias interiores. Coordenação pedagógica: Equipa TdV – Joana Craveiro, Tânia Guerreiro, Rosinda Costa PREÇOS Práticas | Pedro Ramos, Elizabete Francisca | 40€/ workshop Pesquisa | Vera Mantero, Miguel Loureiro, Miguel Pereira, Teatro do Vestido | 55€/workshop Desconto de 10%, na frequência de 2 ou mais workshops BIOGRAFIAS | BIOGRAPHIES ELISABETE FRANCISCA Nasceu em Joanesburgo, África do Sul. Licenciada em Design Industrial (ESAD-CR), estudou dança no Fórum Dança (PEPCC) e na Escola Superior de Dança de Lisboa. Desde 2009 o seu trabalho tem-se centrado na interpretação e na criação na área das artes performativas, tendo participado em diversos projectos como colaboradora artística, bailarina, performer e actriz. Como intérprete e/ou como colaboradora artística destaca o trabalho com Vera Mantero (“Bons Sentimentos, Maus Sentimentos”, “ Sub - Reptício Corpo Clandestino” e “Mais Pra Menos que Pra Mais” ); com Ana Borralho & João Galante (“Sexy MF”, “I Put a Spell on You”, “Untitled Still Life”, “Amigos Coloridos”, “Art Piss on money and politics”; “Purgatório” e “Aqui estamos nós”); Rita Natálio ( “ Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas”); Loic Touzé (“Ô Montagne”; “Around the Table”); Tânia Carvalho ( “Icosahedron”), Mariana T. Barros ( “Peça do Coração”) e Mark Tompkins (“Improvisações e Colaborações: Improvisação a partir de IN C de Terrey Riley”), entre outros. Cria os os duetos "Leva a mão que eu levo o braço" e "Um Espanto Não Se Espera" em colaboração com Teresa Silva e "TSUNAMISMO, recital para duas cordas em M". É artista apoiada da estrutura O Rumo do Fumo de Vera Mantero. Elizabete Francisca was born in Johannesburg, South Africa. She completed a degree in Industrial Design (ESAD-CR), and studied at Fórum Dança (PEPCC) and at Escola Superior de Dança of Lisbon. She works as a performer and creator in the field of performing arts since 2009. She participated in several projects as a performer, dancer and actress. As interpreter and/or artistic collaborator she highlights the work with Vera Mantero (“Good Feelings, Bad Feelings”, “Surreptitious - clandestine body” and “Rather Less Than More” ); with Ana Borralho & João Galante (“Sexy MF”, “I Put a Spell on You”, “Untitled Still Life”, “Art Piss on money and politics”; “Purgatory” and “Here we are”); Rita Natálio (“I don't understand and I am afraid of understanding, the world scares me with its planets and cockroaches”); Loic Touzé (“Ô Montagne”; “Around the Table”); Tânia Carvalho (“Icosahedron”), Mariana T. Barros ( “Piece of the Heart”) and Mark Tompkins (“Improvisations and collaborations : Improvisation on the basis of Terry Riley`s IN C”), among others. She created the duets "Take the hand that I take the arm" and "No waiting for wonder" in collaboration with Teresa Silva and the solo "TSUNAMISM, recital for two strings in M". She is an artist supported by the structure O Rumo do Fumo of Vera Mantero. MIGUEL LOUREIRO Fez formação em teatro no IFICT, na Escola Superior de Teatro e Cinema e na GulbenkianCapitals; Actor profissional desde 1995, trabalhou com a maioria dos encenadores e colectivos teatrais portugueses. Actividade também no ensino artístico, na performance, dança e ópera. Textos teóricos editados em publicações de artes performativas. Desde 2011 dirige o colectivo 3/quartos, onde cria espectáculos em que o trabalho sobre a palavra é central (Antiguidade Clássica, Enunciados Teológicos e Performance Art). MIGUEL PEREIRA Frequentou a Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e a Escola Superior de Dança de Lisboa. Foi bolseiro em Paris (Théâtre Contemporain de la Danse) e em Nova Iorque com uma bolsa do Ministério da Cultura. Como intérprete trabalhou com, entre outros, Francisco Camacho e Vera Mantero. Participou na peça e no filme “António, Um Rapaz De Lisboa” de Jorge Silva Melo. Trabalhou com Jérôme Bel em “ Shirtologia (Miguel)” (1997). Como criador destaca os trabalhos “Antonio Miguel”, peça com a qual recebeu o Prémio Revelação José Ribeiro da Fonte do Ministério da Cultura e uma menção honrosa do prémio Acarte/Maria Madalena Azeredo Perdigão (2000), “Notas Para Um Espectáculo Invisível” (2001), Data/Local (2002), “Corpo de Baile” (2005), “Karima meets Lisboa meets Miguel meets Cairo”, uma colaboração com a coreógrafa egípcia Karima Mansour (2006), “Doo” (2008), “Antonio e Miguel”, uma nova colaboração com Antonio Tagliarini (2010) e mais recentemente “Op. 49” (2012). Em 2003 e 2007 criou para o repertório da Transitions Dance Company/Laban Centre as peças “Transitions” e “Transitions II” que integraram a tournée nacional e internacional da companhia (2003/2004 e 2007/2008). O seu trabalho tem sido apresentado em toda a Europa e no Brasil e no ano de 2003 foi alvo de uma mini-retrospectiva nas Caldas da Rainha, integrada no ciclo “Mapas” organizado pela Transforma-AC em colaboração com a ESTGAD. É professor convidado em diferentes estruturas nacionais e internacionais. Desde 2000, convidado por Vera Mantero, é artista associado da estrutura O Rumo do Fumo. Miguel Pereira attended Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa and Escola Superior de Dança de Lisboa. Received a scholarship from the Portuguese Ministry of Culture to continue his studies in Paris (Théâtre Contemporain de la Danse) and in New York. As performer he worked with, among others, Francisco Camacho and Vera Mantero. He made part of the theatre play and film “António um rapaz de Lisboa” by Jorge Silva Melo, and worked with Jerôme Bel in the piece “Shirtologia/Miguel” in 1997. In 2000 Miguel choreographed the esteemed work “Antonio Miguel” for which he received the Revelation Prize José Ribeiro da Fonte/Ministry of Culture and an honour for the prize of Acarte/Madalena de Azeredo Perdigão (2000), “Notes for an invisible show” (2001), the performance that is only announced by date and place (2002), “Corpo de Baile” (2005), “Karima meets Lisboa meets Miguel meets Cairo” a collaboration with the Egyptian choreographer Karima Mansour (2006), “Doo” (2008), “Antonio & Miguel” (2010) a collaboration with Antonio Tagliarini and recently “Op. 49” (2012). In 2003 and 2007 Miguel created for the repertoire of Transitions Dance Company/Laban Centre the pieces “Transitions” and “Transitions II” that integrated the nacional and internacional tour of the company (2003/2004 and 2007/2008). His work has been presented across Europe and Brazil and in 2003 was the subject of a miniretrospective in Caldas da Rainha, as part of the cicle “Mapas"" organized by Transforma-AC in colaboration with ESTGAD. Miguel is regularly invited to teach in composition labs and workshops in Portugal and abroad. In 2000 Vera Mantero, invited him to become an associated artist of the company O Rumo do Rumo, which he continues to be involved in. PEDRO RAMOS Coreógrafo/Bailarino, Investigador, Músico, Professor de Dança e Hatha Yoga. É Licenciado pela Escola Superior de Dança, tendo frequentado a Pós-graduação em Dança Movimento Terapia e comunicação não Verbal na UAL. Lecciona Composição na Escola de Dança do Concervatório Nacional e Oficina de Corpo na ESAD, nas Caldas da Rainha. É Aluno de Mestrado de Teatro do Movimento, na Escola Superior de Teatro e Cinema. Como intérprete tem trabalhado com vários criadores nacionais e internacionais. É Director e fundador da Ordem do O - Associação Cultural. Tem feito várias criações como “Diário Metafísico”, “Memória de uma Origem”, “InAdega“ (cocriação com Sofia Belchior), "Orbita do Cérebro na Planta da Mão", “Atractor Estranho”, "Anatomia do Piano"( Co-criação com Paulo Rodrigues e Ana Guedes)," Matriz Arcaica da Sublimação de um Corpo" e " Quadratura do Espaço Curvo". Ao longo da sua carreira profissional tem sido várias vezes premiado e reconhecido, tanto a nível individual (melhor bailarino contemporâneo 2008- Gala Dance Awards-RTP1; Medalha de Mérito IPL- 2009) como no Colectivo ( Caruma- espectáculo do Ano 2006; Aqui- Espectáculo do ano 2009, Saga - Opera extravagante- Globos de Ouro; Txt - 1o Prémio Exprimenta Desing, Corpo Todo-15o Caminhos cinemas Português,Menção, Quixote 1º prémio da SPA.) Ordem do O, apela a um entendimento daquilo que está presente nos ciclos da vida, daquilo que é essencial e se repete de forma renovada Trata-se de uma plataforma para o desenvolvimento, produção e divulgação de uma nova linguagem coreográfica, e metodologia de criação artística assente no trabalho de pesquisa que Pedro Ramos tem levado a cabo nos últimos anos em colaboração com outros companheiros de percurso. www.ordemdoo.org TEATRO DO VESTIDO O Teatro do Vestido é um colectivo teatral fundado em 2001, que realizou até momento 36 criações, bem como diversas outras iniciativas de partilha dos seus métodos de trabalho e leituras encenadas. O trabalho da companhia pauta-se pela pesquisa e experimentação, bem como pelo desenvolvimento de uma dramaturgia original, com base em diversos pontos de partida. Caracteriza-se ainda por uma forte relação com espaços de apresentação variados, tanto em contextos urbanos quanto rurais, bem como com o desenvolvimento de iniciativas que visam a criação de uma comunidade de espectadores atentos e implicados na reflexão acerca da realidade. A companhia trabalha em colaboração, com direcção artística de Joana Craveiro. Em 2012, o Teatro do Vestido recebeu uma menção honrosa atribuída pela APCT – Associação Portuguesa de Críticos de Teatro por “uma actividade aberta a todas as formas de arte, atenta a todos os cidadãos e curiosa de tudo o que se passa no mundo em que as pessoas vivem.” A sua mais recente criação, “Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas”, foi nomeada para melhor espectáculo de teatro de 2014 pela Sociedade Portuguesa de Autores e considerado um dos melhores 10 espectáculos do ano pelos jornais Público e Expresso. ROSINDA COSTA Licenciada em Teatro - Actores pela Escola Superior de Teatro e Cinema, com o Curso Profissional de Teatro de Cascais e o Curso Básico de Piano. Encontra-se de momento a realizar o mestrado em Arte Multimédia (audiovisuais) na Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa. É membro da estrutura do Teatro do Vestido, com quem colabora desde 2008, destacando o seu trabalho nos projectos Labor#2, Retornos, Exílios e Alguns que Ficaram, Até Comprava o teu amor, mas não sei em que moeda se faz essa transacção, Esta é a minha cidade e eu quero viver nela, Tropeçar, Chegadas, Pássaro, Porque na noite terrena sou mais fiel que um cão, dirigidos por Joana Craveiro. Do seu trabalho recente fazem ainda parte Sobre Rodas e O Nada, coreografia Ana Rita Barata, produção Voarte, Lan em Fuga, enc. Rosinda Costa, co-produção MãoSimMão/Voarte, Nós Matámos o Cão Tinhoso, enc. Nuno Pino Custódio, produção Teatro O Bando, Donde Esta La Frontera, video-performance, projecto de residência no Laboratorio Arte Alameda, Cidade do México, apoiado pela GDA e pela Casa da América Latina, Jerusalém, enc. João Brites, co-produção Teatro O Bando e CCB, Companhia de Bailarinas, enc. Nuno Pino Custódio, FIAR 2008 e Contos Contados com Som, Teatro Electroacústico, produção Miso Music. VERA MANTERO Estudou dança clássica e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Começou a sua carreira coreográfica em 1987 e desde 1991 tem mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Dos seus trabalhos destacam-se os solos “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” (1991), “Olympia” (1993) e “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings*” (1996), “O que podemos dizer do Pierre” (2011) assim como as peças de grupo “Sob” (1993), “Para Enfastiadas e Profundas Tristezas” (1994), “Poesia e Selvajaria” (1998), “Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza” (2006), “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” (2009) e mais recentemente “Os Serrenhos do Caldeirão, exercícios em antropologia ficcional” (2012) e “Salário Máximo” (2014). Em 2013 e 2014 criou as instalações performativas “Oferecem-se Sombras” e “Mais Pra Menos Que Pra Mais”, esta última uma parceria entre a Culturgest e o Maria Matos Teatro Municipal. Participa regularmente em projectos internacionais de improvisação ao lado de improvisadores e coreógrafos como Lisa Nelson, Mark Tompkins, Meg Stuart e Steve Paxton. Desde 2000 dedicase igualmente ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e co-criando projectos de música experimental. Em 1999 a Culturgest organizou durante um mês uma retrospectiva do seu trabalho realizado até à data com o título “Mês de Março, Mês de Vera”. “Comer o Coração”, trabalho criado em parceria com o escultor Rui Chafes, representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete. Para mim a dança não é um dado adquirido, acredito que quanto menos o adquirir mais próxima estarei dela, uso a dança e o trabalho performativo para perceber aquilo que necessito de perceber, vejo cada vez menos sentido num performer especializado (um bailarino ou um actor ou um cantor ou um músico) e cada vez mais sentido num performer especializadamente total, vejo a vida como um fenómeno terrivelmente rico e complicado e o trabalho como uma luta contínua contra o empobrecimento do espírito, o meu e o dos outros, luta que considero essencial neste ponto da história. Vera Mantero studied classical dance and worked in Ballet Gulbenkian in Lisbon between 1984 and 1989. She started creating her own choreography in 1987 and since 1991 she has been showing her solo and group work all over Europe, Argentina, Brazil, Canada, Singapore, South Korea and USA. From her choreographic work she points out her solos “Perhaps she could dance first and think afterwards” (1991), “Olympia” (1993), “one mysterious Thing, said e.e.cummings*” (1996), “What can be said about Pierre” (2011), as also her group pieces “Under” (1993), “For Boring and Profound Sadnesses” (1994), “Poetry and Savagery” (1998), “Until the moment when God is destroyed by the extreme exercise of beauty” (2006), “We are going to miss everything we don’t need” (2009) and more recently “The Caldeirão highlanders, exercises in fictional anthropology” (2012) and “Maximum Wage” (2014). In 2013 and 2014 she created the performance installations “Shadows being offered” and “More for Less than for More”, the latter one in partnership with Culturgest and Maria Matos Teatro Municipal. Vera Mantero participates regularly in international improvisation projects alongside improvisers and choreographers as Lisa Nelson, Mark Tompkins, Meg Stuart and Steve Paxton. Since the year 2000 Vera Mantero is dedicating herself also to vocal work by singing the repertoire by several authors and co-creating experimental music projects. In 1999 the Culturgest in Lisbon organized during one month a retrospective of her work created until then, which was entitled “Month of March, Month of Vera”. “Eating your heart out”, a work created in collaboration with the sculptor Rui Chafes, represented Portugal at the 26th Biennial of São Paulo 2004. In 2002 Vera Mantero was awarded the Almada Prize (IPAE/Ministry of Culture) and in 2009 the prestigious Gulbenkian Art Prize for her career as a performer and choreographer. For me, dance is not a given fact; I believe that the less I acquire it, the closer I will be to it; I use dance and performance work to understand what I need to understand; I see less and less sense in a specialized performer (a dancer or an actor or a singer or a musician) and more and more sense in an especially trained total performer; I see life as a terribly rich and complicated phenomena and work as a continuous fight against the spirits' impoverishment, mine and the of the others, a fight which I consider essential at this point of history. www.orumodofumo.com