B.1.2- Engenharia Civil Análise comparativa do consumo de aço entre terças convencionais e treliças espaciais tubulares para coberturas. Izaac S. Dias1, Euler de O. Guerra2. 1. Estudante do curso de Engenharia Civil da PUC Minas 2. Professor Orientador do curso de Engenharia Civil da PUC Minas, Belo Horizonte, MG;*[email protected]. Palavras Chave: estruturas de aço, terças formadas a frio, treliças espaciais tubulares. Introdução Nas coberturas de edifícios industriais é comum a utilização de um sistema de terças com perfis em forma de U ou Z de aço, formados a frio, vãos máximos de 12m, que se apoiam em vigas transversais e servem de fixação para as telhas. O espaçamento entre terças situa-se em torno de dois metros, respeitando-se as limitações de tensão e deformação da telha. Recentemente criou-se um sistema de terças contínuas, altamente econômico, onde a continuidade das terças sobre os apoios é garantida por um sistema de luvas. Essas luvas têm a seção transversal com a mesma forma do perfil da terça e a ligação entre as partes é parafusada. Outro sistema econômico para as terças utiliza treliças espaciais tubulares, que admitem vãos bem maiores que o sistema convencional, variando de 20 a 40m. A treliça espacial é composta por pirâmides invertidas, com duas cordas superiores e uma corda inferior. O espaçamento entre as duas cordas superiores situa-se próximo a dois metros e as telhas são fixadas nessas cordas. Tal sistema apresenta como vantagens a estabilidade lateral do conjunto, o que propicia eliminação das linhas de corrente (sistema de contenção lateral) e, consequentemente, uma maior facilidade de montagem no canteiro por serem autoportantes. Como elementos isolados, são mais estáveis que as terças convencionais. O objetivo é analisar o consumo de aço médio por metro quadrado em coberturas metálicas, comparando-se um sistema convencional de terças e o sistema de treliça tubular espacial. Para proceder às análises definiu-se uma cobertura de galpão com dimensões em planta de 24m por 48m. Adotou-se carga de vento e uma sobrecarga comum às duas estruturas. Para as colunas e vigas dos pórticos utilizaram-se perfis em forma de I laminados. Resultados e Discussão O consumo de terças convencionais feitas com perfis de chapa dobradas totalizou 4325 kg e o consumo de terças feitas com treliça espacial totalizou 12175 kg. O consumo de aço total da estrutura convencional foi de 21926 kg enquanto na estrutura com terça espacial o consumo foi de 21840 kg. Se a análise for restrita apenas ao consumo de aço das terças, a solução convencional apresenta-se extremamente vantajosa, porém a viabilidade econômica de uma solução estrutural não deve se ater apenas ao consumo de um dos componentes da estrutura e sim ao consumo total. O consumo total das duas soluções estruturais analisadas é praticamente idêntico, com uma diferença de 0,4%. Quando se introduz na análise os custos de aquisição dos componentes de aço das estruturas, observa-se que a solução com terça espacial é 25% mais onerosa. Outro destaque na análise comparativa é o fato de que na solução convencional utilizaram-se cinco pórticos espaçados a cada 12m, determinados pelo vão máximo a ser vencido pela terça convencional. Como consequência são necessárias dez fundações para os pilares correspondentes. Na solução com treliça espacial utilizaram-se três pórticos espaçados a cada 24m em função do vão máximo a ser vencido pela terça espacial, gerando apenas seis fundações. Na análise do custo total do empreendimento a avaliação dos custos das fundações é relevante. A figura 1 mostra uma visão global das duas soluções. Figura 1. Treliça espacial e terça convencional. Conclusões Os resultados alcançados mostram que a análise comparativa de custos de soluções estruturais diferentes somente pode ser conclusiva quando se considera todos os componentes envolvidos. No caso em análise, foram comparados os custos dos componentes da estrutura e das fundações. Baseando-se no consumo de aço, a solução com treliça espacial é 12,7% maior. Considerando-se o custo dos materiais, a solução com treliça espacial é 24,9% maior que a solução convencional. Conclui-se que a solução convencional é economicamente mais atrativa tanto em relação ao consumo de aço quanto ao custo total. A principal causa dessa desvantagem dos tubos sem costura está no seu elevado custo de fabricação quando comparado ao custo dos perfis laminados ou formados a frio. Agradecimentos Ao MEC/SESu através do Programa de Educação Tutorial e a Vallourec Tubos do Brasil S.A. _____________________________________________ Referências Bibliográficas: - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR 16239 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edificações com perfis tubulares. Rio de Janeiro, 2013. - JOÃO ALBERTO VENEGAS REQUENA. Vallourec & Mannesmann Tubes (Org.). RELATÓRIO TÉCNICO: SISTEMA DE COBERTURA COM UTILIZAÇÃO DE TUBOS SEM COSTURA. Belo Horizonte, 2008.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NBR6355 – Perfis estruturais de aço formados a frio- Padronização. 2003. 67ª Reunião Anual da SBPC