Folha Espírita Cairbar Schutel
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Divulgador da Doutrina Espírita - Ribeirão Pires, setembro de 2015 - Ano II
(Exemplar avulso: R$ 4,00)
“Adão e Eva” de Lucas Cranach (1513-15)
Doutrina do Pecado Original:
Real? uma invenção? ou apenas uma intuição distorcida? (pág. 4)
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Nesta Edição
PÁGINA 2
Editorial: O amor cobrirá a multidão dos pecados...
Folha Espírita Cairbar Schutel / Editora Dionisi
PÁGINA 3
O que está acontecendo no mundo Espírita
PÁGINA 4 A doutrina do Pecado Original [Fabio A. R. Dionisi]
PÁGINA 5 O Espírita consciente, trabalha com alegria e otimismo!
[Francisco Rebouças]
Lançamento do mês: Veredicto (Guaraci de Lima Silveira; pelo Espírito Menata)
PÁGINA 6
Mensagem da Irmã Scheilla: Deus sabe
Da obra “Luz” (Espírito Altamiro): Impermanência
Humanidade real [Lucy Dias Ramos]
Santo Agostinho: A verdadeira força
PÁGINA 7
Missões [Aécio Emmanuel César]
Abaeté: Homem de Respeito [Hugo P. Dionisi]
PÁGINA 8
Na vanguarda [Guaraci de Lima Silveira]
PÁGINA 9
E o semeador saiu a semear... [Simone Biaseto de
Oliveira]
PÁGINA 10 O que é psicofonia [José Dutra]
PÁGINA 11
Nossos Patrocinadores
PÁGINA 12
Nossos Patrocinadores
Assim pensava o Mahatma Gandhi
(1869-1948)
“A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor
que tenho para com toda a humanidade.”
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Folha Espírita Cairbar Schutel
Editorial
Folha Espírita Cairbal Schutel
O amor cobrirá a multidão dos pecados... (1 Pe, 4:8)
Caros todos, é muito comum ouvirmos nossos confrades e confreiras falarem dos resgates, na forma de provas e expiações, carmas, etc., como se fossem a única forma
possível de reajuste com as Leis Divinas.
Criou-se uma verdadeira panaceia em torno do sofrimento, como o derradeiro caminho para a redenção de nossas faltas.
É certo que a dor pode ser a mestra por excelência
para nosso desenvolvimento, tanto intelectual quanto
moral; mas, não podemos olvidar que é igualmente certo
que existem duas maneiras para voltarmos a nos harmonizar com a Lei: provas e expiações (a via da dor) ou por
meio do amor (a via da caridade).
Isso mesmo, a Misericórdia Divina pode dispensar da
Lei, conforme a conduta do Espírito encarnado, quando o
homem já demonstre expressões do “amor que cobre a multidão dos pecados”...
Mas parece que teimamos em admitir somente a primeira; embora, desde a introdução da Codificação Espírita,
muito tem sido escrito a respeito desta segunda forma.
Outro dia, pensando a respeito, ficamos curiosos em
saber se somente com o advento da Terceira Revelação o
homem “descobriu” a via do amor.
Sem delongas, fomos verificar se na revelação anterior
Jesus já nos houvera instruído a respeito.
Nossa primeira constatação positiva veio através da
Primeira Epístola do Apóstolo Simão Pedro, onde encontramos, curiosamente, a frase acima citada: “mas, sobretudo,
tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade
cobrirá a multidão dos pecados”. (1Pe, 4:8)
Trata-se de um verdadeiro incentivo a esperança e a fé,
para todos aqueles que erraram, uma vez que nos explica
que não é somente através das provas e expiações, isto é,
dores e dificuldades, que resgatamos nossas faltas pretéritas, como comumente é interpretada a Lei da Ação e Reação, por muitos espiritualistas e Espíritas.
Simão Barjonas, mesmo sem ser Espírita, já compreendera que a caridade, isto é, a prática do amor, é capaz de
“cobrir a multidão dos [nossos] pecados”. E, não deveríamos
estranhar este fato, pois também constatamos que o Nosso
Senhor Jesus Cristo já houvera passado esta fórmula há
dois mil anos, por ocasião de sua passagem aqui neste orbe.
Para citar um exemplo, podemos encontrá-la na oração que Ele nos deixou, o Pai Nosso; no seguinte trecho: “E
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos
nossos devedores”.
Outra passagem pode ser encontrada no capítulo 20
do Evangelho segundo João: “Se perdoardes os pecados de alguns, {os pecados} lhes são perdoados; se retiverdes de alguns,
estão retidos.” (Jo, 20:23)
Mais um motivo para pensarmos com muito carinho
sobre a prática do bem... Obviamente não por interesse,
mas como forma de anularmos os resgates programados
que até desconhecemos (por não lembrarmos...).
Fiquem na PAZ que o Cristo de Deus nos deixou!
O EDITOR
Divulgador da Doutrina Espírita
Fundador (23/03/2014)
Fabio Alessio Romano Dionisi
Diretor-Presidente
Fabio Alessio Romano Dionisi
Jornalista Responsável
Fabio Alessio Romano Dionisi
MTB n.º 0079855/SP
ASSINATURA ANUAL
Número avulso
R$ 42,00
R$ 4,00
ASSINATURA - EXTERIOR
Anual
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Tiragem 2.000 exemplares mensais
Publicação da EDITORA DIONISI
CNPJ 15.340.668/0001-55 | I.E. 581.062.850.115
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Quem somos
Fundada em 28/03/2012, dedica-se a edição e ao comércio varejista de livros, com o objetivo de levar, ao público leitor, obras
de conteúdo e qualidade.
Publicamos obras Espíritas, espiritualistas, auto-ajuda e tecnicos
Objetivos principais
1) Divulgação da Doutrina Espírita.
2) Auxiliar nos projetos do Recanto de Luz - Irmã Scheilla.
3) Contribuir para a construção de um Centro de Recuperação
para Dependentes Químicos, na Região de Ribeirão Pires, SP.
VOCÊ QUER PUBLICAR LIVROS?
Nós podemos ajudá-lo. Da capa, diagramação, revisão
ortográfica e gramatical, obtenção do ISBN e Ficha Catalográfica, ao acabamento final.
Parcele em até três vezes.
Orçamento: [email protected]
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Folha Espírita Cairbar Schutel
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O que está acontecendo no mundo Espírita
CARTAS CONSOLADORAS
NO IRMÃ SCHEILLA DIA 19.09
ENCONTRO ANUAL CAIRBAR
SCHUTEL – 5ª EDIÇÃO – 2015
RÁDIO VIVÊNCIA ESPÍRITA
Solicitação
de mensagens
dasSCHEILLA
8h às 11h
Local: RECANTO
DE LUZ – PSE IRMÃ
Rua Áustria,(limitado
57 (Jardim Alvorada)
–
ao
lado
do
Hospital
a 150 fichas) São Lucas
Local: Matão - SP
Data: 19 e 20 de setembro de 2015
Horários: sábado, das 14 às 21h e domingo, das 8 ás 12,30h
Inscrições: só pelo site
Podcast, Rádio Espírita 750 AM, TV e
Artigos a Luz da Doutrina Espírita
(A Rádio do Vale do Paraíba)
http://vivenciaespirita.com.br/
AME ABC - ASSOCIAÇÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO ABC
CONFRATENIZAÇÃO BRASILEIRA
DE JUVENTUDES ESPÍRITAS
4o CONGRESSO ESPÍRITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Presidente - Dra. Luciana Galvão
Secretária: Dra Maria Heloisa Bernardo [T. (11) 4344-2222]
Site: http://www.ameabc.org.br/
Local: Guarulhos - SP
Data: de 04/09 a 07/09/2015
Informações: www.febnet.org.br/combraje-sul
Esperanças e Consolações
10, 11 e 12 de outubro
Clube Monte Líbano
Av. Borges de Medeiros, 701 - RJ
VANSAN
NO IRMÃ SCHEILLA DIA 10.10
MARIA E VALDIR
NO IRMÃ SCHEILLA DIAS 12.09
DELCI ALVES
NO IRMÃ SCHEILLA DIA 24.10
Renomado Médium Músico
T. (11) 4722-8302
[email protected]
www.vansancantor.com.br
Esta dupla é um show
T. (11) 4347.0983
[email protected]
mvsom.blog.uol.com.br
Em carreira solo!
T. (11) 2569-0950 - C. (11) 9.8564-0568
[email protected]
https://www.facebook.com/delci.alves
Dias 18/09 e 19/09/2015 – Ribeirão Pires/SP
Dia 18 – Palestra com o médium Rogério H. Leite (às 20hs)
Dia
18 - Palestra com o médium RoDia 19 – Sessão de psicografia.
gério H. Leite (às 20hs)
- Solicitação de mensagens das 8h às 11h (limitado a 150 fichas)
DiaMusical:
19 - Sessão
de psicografia
- Harmonização
às 13h - Sessão
de Psicografia Pública: às 14h.
Ribeirão Pires/ SP – CEP 09402-080
Informações: 4268.0445 / 4823.4707
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Folha Espírita Cairbar Schutel
A Doutrina do Pecado Original
[Fabio Alessio Romano Dionisi]
[email protected]
Santo Agostinho foi defensor fervoroso deste dogma da Igreja
Católica Apostólica Romana, tanto que inicia o livro XIII de A Cidade
de Deus afirmando: “Prova-se nele que a morte dos homens é castigo e se
originou do pecado de Adão”.1 (p. 91)
Inicialmente, contudo, procuremos entender por que a Igreja estabeleceu dogmas, quando Nosso Mestre Amado Jesus não o fez em vida.
No livro Cristianismo e Espiritismo, do mestre Léon Denis, encontraremos o apoio necessário.2 (p. 68a71)
“(...) depois da morte do Mestre, os primeiros cristãos possuíam, em sua
correspondência com o mundo invisível, abundante fonte de inspirações (...).
Mas as instruções dos Espíritos nem sempre estavam em harmonia com as opiniões do sacerdócio nascente, que (...) nelas muitas vezes encontrava também
uma crítica severa (...). À medida que se constitui a obra dogmática da Igreja, nos
primeiros séculos, os Espíritos afastam-se pouco a pouco dos cristãos ortodoxos,
para inspirar os que eram então designados sob o nome de heresiarcas (...). Desde
o século III, afirmavam [os Espíritos] que os dogmas impostos pela Igreja (...)
não eram mais que um obscurecimento do pensamento do Cristo. Combatiam
[também] os faustos já excessivos e escandalosos dos bispos (...). Essa oposição
crescente tornava-se intolerável aos olhos da Igreja. Os ‘heresiarcas’, aconselhados e dirigidos pelos Espíritos, (...) interpretavam o Evangelho com amplitude
de vistas que a Igreja não podia admitir, sem cavar a ruína dos seus interesses
materiais. Quase todos [os heresiarcas] se tornavam neoplatônicos, aceitando a
sucessão das vidas do homem (...), punições proporcionais às faltas da alma, reencarnada em novos corpos para resgatar o passado e purificar-se pela dor (...).
Essa doutrina de esperança e de progresso não inspirava, aos olhos dos chefes da
Igreja, o suficiente terror da morte e do pecado. Não permitia firmar sobre bases
convenientemente sólidas a autoridade do sacerdócio. O homem, podendo resgatar-se a si próprio das suas faltas, não necessitava do padre. O dom de profecia,
a comunicação constante com os Espíritos, eram forças que (...) minavam o poder
da Igreja. Esta, assustada, resolveu pôr termo à luta, sufocando o profetismo. Impôs silêncio a todos (...). Depois de ter, durante três séculos, reconhecido no dom
de profecia (...) a Igreja chegou a declarar que tudo o que provinha dessa fonte
não era mais que pura ilusão ou obra do demônio. Ela se declarou (...) a única
profecia viva, a única revelação perpétua e permanente. (...) Os profetas eram
[passaram a ser] (...) ‘o bispo e o padre que julgavam, pelo dom do discernimento
e as regras da Escritura, se o que fora dito provinha do espírito de Deus ou do espírito do demônio’ (...). Mas os homens desinteressados, que amavam a verdade
pela verdade, não eram bastante numerosos nos concílios. Doutrinas, que melhor
se adaptavam aos interesses terrenos da Igreja, foram elaboradas por essas célebres assembleias, que não cessaram de imobilizar e materializar a Religião (...).
Essa pesada construção (...) surgiu na Terra em 325 com o concílio de Nicéia, e
foi concluída em 1870 com o último concílio de Roma. Tem por alicerce o pecado
original e por coroamento a imaculada conceição e a infalibilidade papal.”
Agora sim podemos entrar na questão equivocada do pecado original; um dos mais importantes dogmas adotados pela Igreja.
Léon Denis credita ao dogma do pecado original todo o edifício
construído pela Igreja para o exercício de seu poder temporal.
“O pecado original é o dogma fundamental em que repousa todo o edifício dos dogmas cristãos (...). O pecado original, que pune toda a posteridade de
Adão, isto é, a Humanidade inteira, pela desobediência do primeiro par, para
depois salvá-la por meio de uma iniqüidade inda maior - a imolação de um justo
- é um ultraje à razão e à moral (...).”2 (p. 80)
Como o homem conserva, intuitivamente, a ideia de que sofre na
presente encarnação pelas faltas cometidas em outras precedentes, não
é difícil compreender porque essa concepção do “pecado original”, e da
consequente expiação necessária, está presente em muitas crenças.
A Igreja aproveitou-se disso para criar todos os demais preceitos,
embora em contradição com a infinita bondade e perfeita justiça do Pai,
com vistas a estabelecer a sua autoridade.
“Dessa concepção errônea derivam as da queda, do resgate e da redenção
pelo sangue do Cristo, os mistérios da encarnação [ressureição], da virgem
mãe, da imaculada conceição (...).”2 (p. 80-81)
Construção na qual Agostinho dedicou muito esforço, embora revestido das melhores intenções, uma vez que não compartilhava com o
desejo de dominação que então a Igreja buscava.
E é mister registrar que o Hiponense só desejava a nossa salvação.
Aquela mesmo que ele perseguiu aguerridamente. Aliás, exemplo que
urge seguirmos também...
Portanto, podemos afirmar que o Cristianismo repousou, por
quase dois milênios, sob dois pontos capitais: o da queda da humanidade terrestre, com o equívoco de Adão e Eva, e da necessidade desta
reparação através da imolação de um anjo, o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Segundo a Igreja, Sua morte foi necessária para salvar os seres
humanos desse “pecado de origem”, que seria congênito e hereditário,
isto é, inato e passaria de uma geração para outra.
“Sem o dogma do pecado original não mais se concebe a necessidade do Redentor. Por isso, nada é ensinado mais explícitamente pela Igreja do que a queda
de Adão e as suas funestas consequências, para todos os seus descendentes.”2 (p. 81)
E porque é tão importante que o nó seja desfeito?
Porque o dogma do pecado original diminui o poder supremo do
Pai. Como pode um Ser perfeito condenar a humanidade terrestre por
um erro cometido por um único casal? E, em adição, setenciar seu filho
ungido ao sofrimento hediondo de uma flagelação e crucificação?
Além disso, com o pecado original e a necessidade da redenção,
por meio da imolação do Cristo, caímos na Doutrina da Graça.
Este dogma, cujo artífice foi Agostinho, destinado a combater os
maniqueus, partidários da doutrina de dois princípios opostos igualmente fortes: o bem e o mal, e os seguidores de Pelágio que proclamavam que o homem podia se salvar por si só, levou-nos à necessidade
de Deus para nos salvar.
E como a Igreja impunha o “fora da Igreja não há salvação”,
seus seguidores ficavam irremediavelmente dependentes desta para
poderem alcançar o Reino de Deus.
“Segundo S. Paulo, cuja teoria foi adotada sucessivamente por Agostinho, pelos reformadores do século XVI (...), o homem não pode obter a salvação
por suas próprias obras, arrastando-o sua natureza (...) ao mal. Essa inclinação
funesta é o resultado da queda do primeiro homem (...), tendo-se tornado a
herança de todos os filhos de Adão. É pela concepção que aos filhos se transmite o pecado dos pais (...). Todos os homens (...) seriam votados à condenação
eterna, se Deus, em sua misericórdia, não tivesse encontrado um meio de os
salvar. Esse meio é a redenção. O filho de Deus (...) cumpriu a vontade do Pai
(...) oferecendo-se em holocausto para salvação de todos os que se ligam à sua
igreja. Desse dogma resulta que os fiéis não são salvos por um exercício da sua
livre vontade, nem por seus próprios merecimentos (...), mas por efeito de uma
graça que Deus concede a seus eleitos. (...) poder-se-ia dizer: É Deus quem
atrai os escolhidos e quem endurece os pecadores. Tudo se faz pela predestinação divina. Adão, por conseguinte, não pecou por seu livre-arbítrio. Foi Deus,
absoluto soberano, que o predestinou à queda.”2 (p. 82-83)
Adicionalmente, como os pecados cometidos em vida, posteriores ao nascimento, só podem ser absolvidos através dos sacramentos da Eucaristia e da Extrema-Unção, a salvação do ser humano
depende sempre da Igreja... Enfim, sujeita a uma deliberação que somente seus padres e bispos podem conceder, ou não.
E, depois outorgamos à Niccolò Machiavelli (1469-1527) o epitáfio de maquiavélico...
AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
São Paulo: Federação Agostiniana Brasileira, 2009.
2
DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB,
1919.
1
Folha Espírita Cairbar Schutel
O Espírita consciente, trabalha
com alegria e otimismo!
[Francisco Rebouças]
[email protected]
Sabemos que não é fácil para ninguém nos dias de hoje,
seguir com fidelidade e esmero as Sublimes lições contidas
na codificação da doutrina espírita. Muitos são os obstáculos
e adversários dos dois planos da vida que se opõem a esse
intento acalentado por cada seguidor da filosofia ensinada
pelos Imortais da Vida Maior.
Mas, os próprios mensageiros do Alto, nos esclarecem no
sentido de que apesar dos entraves e adversidades, que afirmam ser naturais em um mundo como o nosso composto por
espíritos em processos de expiação e provas, e que por essa
razão, não devemos entrar em pânico nem desanimar em nosso
caminhar diário em busca de nossa melhoria como seres humanos a caminho da angelitude, que embora ainda bem distante
do nosso momento atual, é absolutamente certo que conquistaremos um dia.
Precisamos continuar na labuta regeneradora de hoje, com
muita disposição e confiança, fazendo tudo que estiver ao nosso alcance, com o pensamento positivo e as mãos operantes,
no trabalho imprescindível que nos cabe realizar na obra de
nossa própria regeneração como espíritos ainda bastante comprometidos com as Soberanas Leis que regem os destinos das
criaturas na Terra.
Em qualquer circunstância aflitiva, quando as coisas se
apresentem negativas ou infelizes, não deixes de fazer o que te
cabe fazer, considerando que a parte de Deus, Ele a fará.
Com frequência, quando o homem se vê a braços com os
desafios da vida, que surgem na figuração de problemas de
complexa envergadura, logo lhe acodem à ideia os pensamentos pessimistas, em convite inditoso à desistência da luta, ou à
rebeldia, ou à queda irreversível no abismo...
Nesse estado, recusa-se utilizar os preciosos dons da oração, que faculta paz; da meditação, que leva à confiança plena;
da submissão aos desígnios divinos, que proporciona humildade; da inalterável certeza de que Deus interfere da forma que
é melhor, com o que propicia intercâmbio inspirativo para atitudes corretas.
Conduzido na voragem dos desajustes de vária ordem, o
agitado não tem clima mental para raciocinar com acerto, do
que decorrem mais graves distúrbios que os causadores da inquietação.
Desta forma, concitado ao labor edificante, faze a tua parte; defrontando enfermidades a minar o organismo, realiza a
tua parte; incompreendido nos mais expressivos ideais de enobrecimento, prossegue com a tua parte; acoimado pela inferioridade, ajusta a tua parte; colhido pelo lodaçal das calúnias e
vis humilhações, avança com a tua parte; empurrado à tentação, coloca em pauta a tua parte; surpreendido por qualquer
acidente inesperado e trágico, executa a tua parte, porquanto a
de Deus chegará com segurança no momento oportuno, a teu
benefício.” ¹
Diante de esclarecimentos tão explícitos, entendamos definitivamente que o momento mais importante de nossas vidas,
é o que ora vivenciamos, pois, o tempo perdido não retorna, e
o futuro depende de nossas construções do presente. Urge empregar agora toda atenção e todos os recursos disponíveis ao
nosso alcance no investimento do projeto de nosso aperfeiçoa-
5
mento como Espíritos Imortais que somos contribuindo dessa
forma para o progresso de todos e para a definitiva implantação do bem e o estabelecimento da paz, em volta dos nossos
passos.
É preciso compreender também que a reencarnação é sem
dúvida valioso método educativo de que se utiliza a vida, com
o nobre propósito de nos proporcionar os meios de crescimento e desenvolvimento de aptidões e sabedoria ao espírito que
engatinha no rumo de sua finalidade grandiosa, para a qual
está determinado pela Soberana Sabedoria do Universo.
Que Deus nos abençoe e nos ajude a buscar as melhores
resoluções em prol do bem e da paz.
Bibliografia:
1- Franco, Divaldo Pereira – pelo Espírito Joanna de Ângelis –
Livro: Celeiro de Bênçãos - Cap. 7.
EDITORA DIONISI
LANÇAMENTO
Veredicto - Guaraci de Lima Silveira
Pelo Espírito Menata
16 cm x 23 cm - Páginas 262 - R$ 24,70
ISBN - 978-85-67524-08-5
Editora Dionisi
CNPJ 15.340.668/0001-55 - I.E. 581.062.850.115
Rua Itália, 47 - Bairro Vila Dionisi - (11) 4828-2923
CEP 09402-110 - Ribeirão Pires - SP
www.editoradionisi.com.br
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Mensagem da Irmã Scheilla
Espírito de Scheilla (Médium: Clayton B. Levy)
Deus Sabe
O mundo talvez ignore as dificuldades que enfrentas.
Mesmo assim, não te revoltes contra o mundo.
Deus sabe das lutas que travas na Terra.
É provável que os familiares te cerquem de incompreensão.
Mesmo assim, não te revoltes com os parentes difíceis.
Deus sabe das provas que enfrentas no lar.
É possível que a enfermidade te visite o corpo.
Mesmo assim, não te revoltes contra a doença.
Deus sabe das dores que carregas no veículo físico.
Diante das lutas, incompreensões e dores que a vida na Terra
possa te apresentar, não te revoltes, nem desanimes.
Confia em Deus e age no Bem, porque Deus sabe o que se
passa contigo e a ação no Bem será sempre a garantia da conquista da paz imperecível.
Nota: Esta mensagem e as do livro citado foram recebidas pelo médium
Clayton B. Levy, entre 1991 e 1997, no CE Allan Kardec de Campinas - SP
Luz
Espírito de Altamiro (Médium: Japer)
Impermanência
Todos pedem alívio aos céus. As cargas a suportar vão,
muitas vezes, além das forças presumíveis. Os fatos se apresentam como avalanche, ameaçando soterrar as mais íntimas
esperanças. Porém, na realidade, são apenas aparências e não
concretude. Eles se dissolvem e, passados os momentos difíceis,
fica fácil compreender que nada permanece. A impermanência
é o selo de todas as coisas e de todos os eventos. Sob este ponto
de vista, fica mais fácil aceitar as dificuldades do caminho.
O homem, ciente de que a sua própria passagem pela Terra é apenas transitória, não tentará jamais se impor com prepotência. Sabe que, ele mesmo, é manifestação de forças que
desconhece, e uma peça singela na grande engrenagem. Sua
atuação é apenas restrita e provisória. Sente-se impotente ante
o augusto mistério que o criou.
De que vale rebelar-se, entrar em desarmonia, provocar
atritos múltiplos e desgastantes? O silêncio é a grande arma
capaz de vencer a todas as batalhas. Não o silêncio orgulhoso
que afasta, mas o silêncio piedoso que perdoa. Nada subsiste à
calmaria de um lago sereno.
Mantém-te em silencioso e nobre estado de alerta, vigilante, atento, desprovido de vaidades inúteis. Não queiras
dominar as circunstâncias. Espera a ocasião de falar moderadamente. No imenso turbilhão de idéias agressivas, encontra o
meio de assimilar o que te faz bem ao coração.
Não te deixes desgastar, porque após o desgaste do desencanto, vem a ferrugem, apegada à tua essência. E a ferrugem
corrói as mais íntimas fibras. Nunca te permitas a desilusão dos
reais valores. A impermanência da existência terrestre te leva a
pôr os pés no chão da realidade. Deves alcançar vitórias e valores acima e além de ti mesmo, e então vencerás no transcurso
da tua passagem atual pelo orbe.
Humanidade real
[Lucy Dias Ramos]
Aprendemos com Jesus, através de Seus exemplos de
amor na grandeza de Seus gestos, as diretrizes seguras para
a conquista das luzes da razão e do discernimento diante das
lutas e desagravos da vida.
Seus ensinamentos nos demonstram a coerência dos acontecimentos que, aparentemente, seriam julgados como perdas ou fracassos, mas que estão a nos concitar ao crescimento
espiritual, despojando de nosso mundo íntimo o orgulho e a
presunção de que somos privilegiados ou melhores que nossos
irmãos de humanidade.
Na longa caminhada através das vidas sucessivas que se
entrelaçam e se completam no concerto da imortalidade, vamos depurando nossas almas, registrando fatos e vivências que
enriquecem nossos espíritos à luz da racionalidade.
Se errarmos e nos comprometermos diante da Lei natural, retornaremos para a correção devida, para os reajustes necessários que nossa consciência ética impõe.
Vamos, assim, passo a passo, vivendo e aprendendo com
os desacertos, com os enganos, com as possibilidades que se
descortinam diante de nós como ensejos de desenvolvimento
moral. Amplia, em cada fase, a compreensão do sentido real da
vida e da nossa destinação espiritual.
Jesus, diante de Pilatos, com a fronte erguida e superior a
tudo e a todos que o acusavam, sofre os apupos do povo desvairado e ignorante, mas diante do sofrimento moral a que
estava sendo submetido, recebe a mais expressiva designação, quando Pilatos diz: eis o homem, numa lição inesquecível
demonstrando como devemos nos portar diante de situações
desesperadoras.
Com Sua supremacia moral, Jesus exemplificou como
deveríamos nos conduzir quando submetidos a julgamentos
injustos, diante da calúnia, do desamor e desdenhados pela
inveja... E de maneira insuperável após a crucificação, prova
nossa condição de seres imortais, retornando ao convívio dos
discípulos.
Aprendemos com este exemplo, a temporalidade da vida
física, quando nos alerta para a conquista da humanidade real,
sublimada pelo amor.
Através do amor, libertamo-nos das algemas do ódio, do
orgulho e do egoísmo.
Caminharemos livres e seguros buscando a libertação espiritual, digna daqueles que vencendo o mundo, venceram a
si mesmos, elegendo a paz e a fraternidade como diretrizes de
vida.
Compreenderemos então que a humanidade real é a meta
de todos nós, filhos de Deus!
(Extraído do livro “Arquivos do coração” – Editora Solidum)
“A verdadeira força consiste em ter a coragem de
agir quando se tem fortes medos, dúvidas ou desejos
alternativos.”
Santo Agostinho
Folha Espírita Cairbar Schutel
Missões
[Aécio Emmanuel César]
[email protected]
Como poderemos considerar meritória a participação de
homens destinados a missões redentoras em mundos como
o nosso de provas e expiações? Como Jesus nos alertou que
apareceriam falsos deuses e falsos profetas, complemento aqui
àqueles falsos missionários. Com certeza eles existem e não são
poucos aqueles que assim se classificam. Não será, portanto,
que por um “posto” adquirido numa determinada religião que
se transformará, de um dia para outro, um homem comum
para um verdadeiro missionário em nome de Jesus. Aqui demandam, tempo, vivências, doações ao próximo, merecimentos.
Não é fácil a estrada que conduz à verdadeira causa missionária, pois que existem missionários e Missionários. No
trajeto desses segundos, são conquistadas e praticadas várias
vertentes do Bem Genuíno, ou seja, a paciência, a piedade, a
compreensão, a humildade, a persistência, a simplicidade, o
ânimo sempre forte... Nessas várias nuanças da Caridade, os
Espíritos esclarecidos conquistam, por competência, o patamar
daqueles propriamente Missionários, na mesma comunhão de
ideias e ideais onde se encontram hoje Espíritos enviados por
Jesus: Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Chico
Xavier...
No livro, “Obreiros da Vida Eterna” do espírito André
Luiz, psicografado pelo médium Chico Xavier o qual faço
meus humildes comentários, analisávamos a palestra do instrutor Albano Metelo, onde ele fortalecia os laços dos irmãos
ali reunidos nos planos espirituais para a prática do verdadeiro
amor. Nesse auditório, estavam reunidos espíritos consagrados
a muitas missões principalmente aquelas voltadas tanto para o
socorro no mundo físico quanto para o mundo espiritual. Entre
elas iremos analisar algumas.
Após o término da palestra, o instrutor despediu-se dos
vários caravaneiros que tinham se agrupado segundo seus
objetivos próprios. Segundo André Luiz nos relata: “Consagravam-se alguns ao amparo de criminosos desencarnados...”. Como
podemos observar nesse trecho, ninguém permanece no inferno eterno segundo algumas religiões. Todos têm chances de
apurar suas dívidas. Até os criminosos são amparados com o
objetivo único de reaverem as suas faltas e a de procurarem se
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adequar à Justiça Divina diante das suas vítimas do passado.
“... outros ao socorro de mães aflitas, colhidas inesperadamente pelas
renovações da morte...”. Como é triste para essas mães ao chegarem ao mundo espiritual e defrontar com a morte – sendo Vida
Eterna – a recapitular as suas descrenças, agora em aflições com
os filhos deixados no mundo. “... outros, ainda, interessavamse pelos ateus...”. Surpreenderá a muitos, tal narrativa, em que
até mesmo aquelas criaturas que negam a presença de um Pai
Criador e Justo em suas vidas, sejam auxiliadas a encarar um
erro tão grave. Tenho comigo que não existem ateus na significação do termo, onde cada um deles classifica Deus, como uma
Força, uma Energia, uma Presença, mas sem denominação alguma. São as inúmeras vertentes da fé que se faz angariar a
Espiritualidade Maior para aproximar os filhos ainda sem instrução espiritual, inconscientes, provisoriamente, do Seu verdadeiro valor. Entendeu bem o que lhes passei Leitor Amigo?
Cartas Consoladoras
- 18 e 19/09/2015 -
Dias 18/09 e 19/09/2015 – Ribeirão Pires/SP
Dia 18 – Palestra com o médium Rogério H. Leite (às 20hs)
Dia 19 – Sessão de psicografia.
- Solicitação de mensagens das 8h às 11h (limitado a 150 fichas)
- Harmonização Musical: às 13h - Sessão de Psicografia Pública: às 14h.
Local: RECANTO DE LUZ – PSE IRMÃ SCHEILLA
Rua Áustria, 57 (Jardim Alvorada) – ao lado do Hospital São Lucas
Ribeirão Pires/ SP – CEP 09402-080
Informações: 4268.0445 / 4823.4707
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Folha Espírita Cairbar Schutel
Na Vanguarda
[Guaraci de Lima Silveira]
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Gosto muito desta palavra: vanguarda. Ela deriva do
francês avant-garde e tem como significado a guarda avançada
ou a parte frontal de um exército. Outrora, grandes nomes que
postulavam o bem estiveram à frente de grandes eventos que
construíram as bases de um futuro melhor para a humanidade.
Muitos deles passaram despercebidos. Não estavam à frente
de holofotes às vezes enganosos, mas, no silêncio de suas convicções e galhardias trabalharam e suas marcas ficaram. Desde o oriente à antiguidade clássica do ocidente, desde os primeiros cristãos até os nossos dias, vemo-los destemidos, quase
sempre escrevendo com sangue suas postulações em torno do
Evangelho de Jesus.
- Abjura... Abjura... Ordenava o carrasco a Joana de Cusa,
atada ao poste, próxima da fogueira a ser acesa. Ao seu lado
estava o filho que lhe pedia a salvação do seu corpo físico e ela,
firme e decidida optou por Jesus e ambos foram queimados
vivos. Pedro, crucificado. Paulo decapitado, outros esquartejados, apedrejados... O corpo de Lívia destroçado pelas garras
das feras e o sorriso de todos eles, felizes pelo encontro com o
Mestre Jesus.
Mundo físico. Mundo espiritual. Hoje podemos estudálos. Hoje os temos como dimensões integradas. Um tanto lá.
Um tanto aqui. Afazeres diversos, aprendizagens sem fim. Estando na carne surge-nos um leque de possibilidades. Estando
fora dela outros horizontes se descortinam. Somos os construtores das nossas colheitas. Hoje o Espiritismo é farol seguro,
mesmo que as tormentas avancem em nossas direções.
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o
propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar;
tempo de derrubar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de
rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras,
e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se
de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar,
e tempo de lançar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de
estar calado, e tempo de falar;tempo de amar, e tempo de odiar; tempo
de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?”
Que belo poema! Que estrutura literária que nos encanta
até hoje...
Encontramos este belo e profundo texto no Velho Testamento em um livro chamado Eclesiastes, capítulo 3: versículos 1
a 9. O livro começa assim: “Palavras de Coélet, filho de Davi, rei em
Jerusalém.” Por isso, durante algum tempo, alguns atribuíram
à Salomão a autoria do livro (filho de Davi, que se tornou o segundo rei de Israel). Todavia, Coélet não é um nome próprio,
mas provavelmente indica aquele que fala durante o culto, na
assembléia, ou seja, o pregador. É daí que nasce o termo “Eclesiastes” significando assembléia.
Não nos importa hoje saber quem escreveu o livro e sim
o que ele nos diz. E nos fala sobre o tempo, lembrando-nos
este novo ciclo que se inicia necessitando vanguardeiros, necessitando arautos da nova era. Nós, espíritas, podemos e
devemos tomar nossa parte neste trabalho. Jesus necessita
de pessoas firmes e decididas. Daqueles que são capazes de
“pegar da charrua e não olhar para trás”. Daqueles que “deixam
aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”. Daqueles que
suportam com firmeza as três perguntas iguais feitas por Jesus a Pedro, quando se despedia do plano físico: “Pedro, tu me
amas?” E em seguida a ordem: “Se me amas, apascenta as minhas
ovelhas”.
É tudo muito grandioso quando lemos. É tudo emocionante quando nos permitimos um tempo para perpassar os
olhos nesses escritos, nessas elucubrações que vem do divino.
Contudo... Ah! Quando a batuta se ergue e a orquestra necessita iniciar o concerto, ainda há os que pedem um tempo
para tomar água, resolver pendências bancárias, familiares,
profissionais... Ainda há os que necessitam fazer um passeiozinho, um encontro com amigos, no bar, na esquina, na mansão, na mansarda. Ainda há os que acreditam devagar. Que
duvidam, que zombam, que perguntam ao leal trabalhador
quando é que ele vai se mudar em definitivo para o Centro
Espírita onde presta seus serviços.
É preciso uma decisão. Lá no futuro a história dirá do nosso tempo e quem dele, de fato, se aproveitou. Dos versos do
Eclesiastes gosto muito daqueles que dizem:
“... Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo
de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar...” Não é sem razão
que Emmanuel nos diz, respondendo a questão 267 do livro
O Consolador: “... O Velho Testamento, apesar de suas expressões
altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis ao raciocínio comum,
deve ser considerado como a pedra angular, ou como a fonte máter da
revelação divina.”
Sejamos, pois vanguardeiros do mundo de regeneração.
Cada um dentro das suas possibilidades e doando um tanto
mais de tempo para suas ações nos campos da fraternidade
cristã. É tempo de amar, perdoar, realizar, falar sobre o bem,
escrever sobre ele, entende-lo e trabalhar por sua implantação
neste mundo de bênçãos. É tempo das indulgências e das benevolências. É tempo de postar-se como verdadeiro Espírita
que luta por domar suas más inclinações. Façamos, pois, parte
do frontal do exército que luta pela implantação definitiva da
luz nesta Terra de Deus.
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Folha Espírita Cairbar Schutel
E o semeador saiu a semear...
[Simone Biaseto de Oliveira]
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“Eis aí que saiu o que semeia a semear. (...) E o que recebeu a semente em
boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende, e dá fruto, e assim um dá
cento, e outro sessenta, e outro trinta por um.” (Mateus, XIII: 19-23)
Se um agricultor pegasse sementes de trigo e as semeasse na
beira de uma estrada, ou sobre pedras, ou sobre espinhos, para só
depois semeá-las em terra fértil, pensaríamos que esse agricultor, no
mínimo, é esquisito. Pois nos parece que ele tem consciência de estar
jogando fora muitas sementes. Por que razão faria isso?!
Certamente, caro leitor, já deve estar imaginando, que nossa
conversa de hoje é sobre a parábola do semeador, uma das parábolas
mais conhecidas de Jesus e também uma das poucas explicadas por
Ele mesmo, a pedido dos discípulos. Jesus afirmou que a semente é a
palavra de Deus e que o semeador é Ele, Jesus. Por que então ele não
escolheu terrenos melhores para semear? Pois pelo texto do Evangelho, 75 % das sementes foram perdidas e só 25% deram algum fruto.
E, ainda, mesmo as que deram fruto, não deram da mesma forma,
umas deram 30, outras 60, outras 100.
Em primeiro lugar, todos nós sabemos que o mais importante
na parábola não é o símbolo material, não é o terreno, mas o símbolo espiritual. Ou seja, o terreno da semeadura de Jesus é a alma
humana. E a alma humana é imprevisível, pois Deus dá a todos nós
a possibilidade de escrever a própria história, de fazer escolhas para
nossa vida, o que costumamos chamar de livre-arbítrio. Não há como
prever o resultado de nenhuma semeadura. Nem mesmo Jesus, nosso Mestre, foi capaz de prever, tanto que Ele escolheu Judas Iscariotes
para ser seu apóstolo. Parece absurdo Jesus não fazer essa previsão?!
Não! A Doutrina Espírita nos afirma que os Espíritos superiores não
impõem nada a ninguém, Eles simplesmente nos aconselham, nos
mostram opções e nos permitem escolhas. Jesus, um Espírito altamente evoluído sabe que ninguém impõe mudanças a ninguém, que
simplesmente podemos ajudar o outro a perceber as vantagens de
mudar. Sempre apostando tudo no outro, sem esperar resultado predeterminado.
Lembro de um amigo que me contou a luta que fez para ajudar
seu irmão a deixar de beber. Percorreu todos os lugares frequentados
por seu irmão pedindo ajuda. Foi aos bares e pediu para não venderem bebidas para ele, falou com os amigos que costumavam acompanhá-lo no vício para lhe ignorarem, fiscalizava constantemente se
havia bebidas em casa, mas, mesmo assim, seu irmão sempre achava
um jeito de beber. Então tirou uma licença do trabalho e resolveu passar alguns meses em um apartamento na praia, onde não havia conhecidos e poderia vigiá-lo 24 horas por dia. Passado algum tempo,
estava feliz pensando que havia alcançado o resultado esperado. Mas
que nada! Certo dia, quando andavam na praia, um vizinho do prédio da frente, perguntou a ele por que pendurava garrafas de bebida
na janela. Seria algum processo para deixá-las mais saborosas? Foi
neste momento que descobriu a dura verdade: seu irmão continuava
bebendo as escondidas. Ficou decepcionado! E compreendeu que
não poderia forçar seu irmão a fazer o que não queria. Mas, como
demonstrou tamanha decepção, seu irmão se compadeceu e resolveu
esforçar-se para livrar-se do vício. Ou seja, só podemos ajudar os outros a mudarem, quando o outro aceita a ajuda e resolve mudar.
Na parábola, a semente que foi lançada à beira do caminho, nem
sequer germinou; foi logo pisoteada pelas pessoas e comida pelas
aves. No Evangelho de Mateus (XII, 1-9) essas aves são colocadas
como o mau, em Marcos (IV, 1-9) como o diabo; em Lucas (VIII, 4-15)
como o satanás. Porém, todos os três evangelistas referem-se ao ego
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humano, ao nosso egoísmo, ao mau uso do livre-arbítrio. Esse solo
representa aqueles que não dão atenção aos ensinamentos de Jesus,
veem a busca do desenvolvimento da religiosidade como ocupação
para tolos. A plantinha nem brota, porque é devorada, antes disso,
pelos maus pensamentos, pelo orgulho excessivo, pela prepotência.
As sementes que caíram no meio do pedregulho, cresceram rápido, mas as raízes eram muito pequeninas e veio o calor do sol e as
queimou e morreram. Aqui são representados aqueles que se empolgam, a princípio, com os ensinamentos, acham tudo muito lindo,
mas não tem perseverança e mudam rapidamente de opinião com os
primeiros problemas. Podemos citar como exemplo aquela pessoa
que procura a Casa Espírita e fica maravilhada com as mensagens,
com as psicografias, mas só fica nisso, achando tudo muito bonito,
sem aplicação prática. Ou aquela que fica interessadíssima nos fenômenos espíritas, nos fenômenos físicos, nas “incorporações”, mas se
esquece de que o maior objetivo do intercâmbio do nosso mundo
físico com o mundo dos espíritos não é distração ou diversão, mas o
auxílio ao despertar para as razões da existência, a fim de evoluirmos
como Espíritos que somos.
As sementes que caíram nos espinheiros também nasceram,
mas entre elas cresceram os espinhos e as sufocaram. Aqui são representadas aquelas que despertam um interesse real pelos ensinamentos do evangelho, pela reforma íntima, mas se deixam levar pelas
coisas do mundo e passam a dar maior valor ao lucro, ao acúmulo
dos bens materiais, aos prazeres fúteis do mundo material e não encontram tempo para exercitar o evangelho. Velha frase: “Eu gostaria,
mas não tenho tempo!” Vale lembrar: podemos exercitar o evangelho
em qualquer lugar, não necessariamente num templo religioso.
E, finalmente, as sementes semeadas em terra fértil, desenvolvem-se e dão frutos. Aqui são representadas as almas que levam
a sério os ensinamentos de Jesus, os estudam e procuram colocá-los
em prática.
Notemos ainda, que Jesus, quando contou a sua parábola e explicou-a aos discípulos, não disse que o semeador ficou frustrado por
ter perdido tantas sementes. Existe na filosofia oriental uma palavra
sânscrita chamada falasanga, que quer dizer “mania de resultados”.
Todos nós normalmente só trabalhamos por amor a algum resultado
palpável. Parece até estupidez trabalhar sem esperança de resultado.
Alguns, é verdade, trabalham sem esperança de resultados materiais,
dinheiro, propriedade, etc., mas esperam resultados de caráter social,
mental ou emocional, como aplausos, reconhecimento, gratidão, um
nome de benfeitor no jornal, na rádio ou na tv, ou a perpetuação de
sua beneficência em forma de monumento, ou numa placa comemorativa. Outros, mais sublimados, não esperam nada disso no mundo
presente, mas trabalham na certeza de que no outro mundo serão
recompensados por Deus em forma de eterna glória e felicidade ou,
como dizemos nós espíritas, bônus hora para, quem sabe, habitar o
Nosso Lar ou outra colônia semelhante. Quase todos nós fazemos
negociatas com Deus. Ou seja, todos ainda somos egoístas e de certa
forma praticamos falasanga terrestre ou celeste.
Somente aquele que é capaz de semear o bem sem nenhuma
segunda intenção, sem especular por retribuição alguma, torna-se liberto do egoísmo e torna-se alguém muito mais feliz. Uma pessoa de
bem com a vida, como Jesus, nosso Mestre.
A parábola do semeador prega a todos nós o esforço para fertilizar a nossa alma e semear a Verdade e o Bem, sem esperança de
assistir a uma festa de colheita, mas contribuindo, de alguma forma,
na semeadoura em qualquer lugar, de todas as formas possíveis.
Kardec, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução: J.Herculano
Pires. 54ª ed. São Paulo: Lake,1999.
Rohden, Huberto. Sabedoria das Parábolas. 12ª ed. SP: Martin Claret.
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Folha Espírita Cairbar Schutel
O que é psicofonia?
[Jose Dutra]
[email protected]
1) O que é psicofonia?
É a comunicação da mensagem do espírito utilizando os
órgãos vocais do médium, vista na quinta fase - manifestação.
Aquele que possui esta faculdade é chamado de médium falante, médium psicofônico ou médium de incorporação.
Não confundir com voz direta, que é a produção da voz
diretamente pelo espírito, sem a utilização do aparelho fonador
do médium. Para a produção da voz direta, às vezes observa-se
uma garganta fluídica, criada pelos espíritos com o ectoplasma
do médium. A voz direta também é chamada de pneumatofonia. Na Bíblia há vários exemplos de voz direta. Um deles
está em Mateus 3:13-17, que relata o batismo de Jesus por João
Batista, quando uma voz vinda do céu disse: “Este é o meu filho
amado, em quem me comprazo”.
2) O termo incorporação é adequado?
Não, porque a ligação ocorre entre o perispírito do comunicante e o perispírito do médium. O termo incorporação
surgiu porque tem-se a impressão de que o espírito comunicante entrou no corpo do médium, mas o espírito comunicante
não entra no corpo do médium, ou seja, ele não incorpora no
médium. A entidade comunicante utiliza o aparelho fonador
do médium através do seu perispírito, e não diretamente no
corpo.
3) Como são classificados os médiuns psicofônicos quanto ao
grau de consciência?
Podemos classifica-los em três grupos: conscientes, inconscientes e semiconscientes.
4) Médium consciente
O médium permanece consciente enquanto transmite a
mensagem do espírito comunicante e tem consciência prévia
do que o espírito vai falar.
Após a comunicação, o médium tem completa lembrança do que falou.
Os médiuns conscientes também são chamados de
médiuns intuitivos, e são os mais comuns.
5) Médium inconsciente
O espírito comunicante age diretamente sobre o aparelho
fonador do médium, e este fala sem ter consciência do que fala.
Ao recobrar a consciência, o médium nada se lembra do
que falou ou apenas tem uma vaga sensação, mas sem lembrar
de detalhes.
Os médiuns inconscientes também são chamados de
médiuns sonambúlicos, e são muito raros.
6) Médium semiconsciente
É uma combinação do consciente com o inconsciente. O
grau de envolvimento do médium não é tão profundo que produza a inconsciência, mas também não é tão superficial que ele
fique completamente consciente. O médium toma consciência
do pensamento do espírito no mesmo instante em que fala.
Ao recobrar completamente a consciência, o médium não
tem lembrança de tudo que falou.
Os médiuns semiconscientes são menos comuns que os
conscientes.
7) O que é xenoglossia?
É a habilidade do médium de falar em uma língua que ele
desconhece na atual existência.
O médium pode ter tido conhecimento da língua em outra
existência, mas isso não é uma regra, conforme ensina a Codificação Espírita: “Certamente isso pode acontecer, mas não é uma regra. O espírito pode, com algum esforço, superar momentaneamente a
resistência material. É o que se verifica quando o médium escreve, na
sua própria língua, palavras que não conhece.” (O livro dos médiuns, segunda parte, capítulo XIX, item 223/17)
Um exemplo de xenoglossia está na Bíblia, em Atos dos
apóstolos, capítulo 2, quando, no dia de Pentecostes, os apóstolos começaram a falar em outras línguas. A palavra pentecostes
vem do grego e significa quinquagésimo dia, ou seja, cinquenta
dias depois da Páscoa. A Páscoa é o dia em que se comemora a
ressurreição de Jesus.
Os médiuns xenoglóssicos também são chamados de
médiuns poliglotas, e são muito raros.
Bibliografia
1) Allan Kardec - O livro dos espíritos, questões 473 e 474.
2) Allan Kardec - O livro dos médiuns, parte II, cap. XII, itens 150 e 151;
cap. XIV, item 166; cap. XVI, item 190; cap. XIX, item 223/17.
3) Allan Kardec - Obras póstumas, primeira parte, capítulo Manifestações dos espíritos, parte VI, itens 38, 39 e 44.
4) Hermínio Corres de Miranda - Diversidade dos carismas, capítulo I,
item 3; capítulo II, item 24; capítulo XIII, itens 9 e 14; capítulo XV.
5) Therezinha Oliveira - Livros: Mediunidade, Orientação mediúnica.
Reuniões mediúnicas.
6) Marlene Nobre - O dom da mediunidade, capítulo 23.
7) Luiz Gonzaga Pinheiro - Mediunidade tire suas dúvidas, parte I e II.
8) José Dutra - Espiritismo para iniciantes e iniciados, cap. 28.
9) Richard Simonetti - Mediunidade, tudo o que você precisa saber.
10) Silvia C.S.C. Puglia - Curso para dirigentes e monitores de desenvilvimento prático mediúnico, aulas 6, 11 e 13.
11) FEESP - Curso de educação mediúnica, 2° ano, 13. ed., aulas 2, 5, 6 e 9.
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