Estudo do Modelo da força de Van der Waals entre dois átomos
(problema 15 da série III)
Ana Afonso nº 66174 Gonçalo Rodrigues nº 62827
Física Quântica da Matéria
Instituto Superior Técnico
Maio, 2010
Resumo
Considera-se um sistema com dois átomos em que cada electrão i está ligado ao seu
núcleo pesado por um potencial Vi(ri)=1/2 m w2 ri2. A interacção entre os dois electrões é
V12(x1,x2)= bx1 x2 e2/d3, em que xi é a projecção segundo o eixo dos xx do vector ri, e a distância
entre os dois núcleos, que definem o eixo dos xx, é d.
Conclui-se que a distância entre os electrões (d’= d+x1-x2) é aproximadamente igual à
distância entre os nucleos dos átomos, d.
Introdução:
O objectivo do exercício consiste
em fazer a estimativa da distância entre os
dois electrões. Considerando a função de
onda corrigida no estado fundamental,
começou por se calcular o valor médio de
(x1-x2)2 para facilitar os cálculos do valor
esperado da distância d’= d+x1-x2. Sabendo
que:
𝑑2 >>
Δ§
π‘šπœ”
estimou-se d’.
os mesmos. A distância considerada neste
problema é a projecção no eixo xx, da
distância dos electrões ao núcleo.
Como hipótese inicial, pode-se
esperar que a distância entre os electrões
seja igual à distância entre os núcleos, se a
perturbação tiver um pequeno efeito
quando comparada com o potencial Vi.
Uma vez que as orbitais dos átomos são
consideradas esféricas, o valor esperado,
no eixo dos xx, para a posição de cada
electrão vai coincidir com a posição do
próprio núcleo.
Desenvolvimento do problema:
Partiu-se da função de
corrigida no estado fundamental:
(0)
Ρ°0 = Ρ°0 +
onda
< 001 < 001 𝐻′ |100 > |100 > (0)
Ρ°1
𝐸0 βˆ’ 𝐸2
Do exercício anterior obtiveram-se
as seguintes relações:
O interesse deste problema está
em perceber qual o impacto da interacção
de Van der Waals, dada pela potencial V12
entre os dois electrões, na distância entre
(< 001 < 001 𝐻 β€² |100 > |100 >)2
1
𝑏ħ𝑒 2 2
= βˆ’
(
)
𝐸0 βˆ’ 𝐸2
2Δ§πœ” 2π‘šπœ”π‘‘ 3
π‘₯1 =
Δ§
(π‘Ž + π‘Žβˆ’1 )
2π‘šπœ” +1
π‘₯2 =
Δ§
(π‘Ž + π‘Žβˆ’2 )
2π‘šπœ” +2
projecção, no eixo dos xx, da distância dos
electrões tem, aproximadamente, o
mesmo valor esperado que a distância
entre os dois núcleos.
Assim sendo,
2
(0)
Ρ°0 = Ρ°0 βˆ’
2
𝑏𝑒
𝑏𝑒
(0)
Ρ° , π‘’π‘š π‘žπ‘’π‘’ πœ† =
.
4π‘šπœ”π‘‘ 3 1
4π‘šπœ”π‘‘ 3
𝑑′ = 𝑑 1 +
(I) Calcular o valor médio de (x1-x2)2:
2
2
Recorrendo ao Teorema de Taylor, é
possível chegar a uma conclusão
semelhante:
𝑑(1 +
2
< (π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 ) >=< π‘₯1 βˆ’ 2π‘₯1 π‘₯2 + π‘₯2 >= *
Como < π‘₯1 > = < π‘₯2 >, < π‘₯1 2 > = < π‘₯2 2 >,
*2 < π‘₯1 2 > βˆ’2 < π‘₯1 π‘₯2 >
2
Os cálculos dos valores esperados de < π‘₯1 >
(1) e de < π‘₯1 π‘₯2 > (2) encontram-se em anexo.
Com base nos cálculos efectuados em anexo
temos que,
Δ§
2
π‘šπœ”π‘‘
1+
𝑏𝑒2
2π‘šπœ”π‘‘3
β‰ˆ
1 Δ§
𝑏𝑒2
1
+
2 π‘šπœ”π‘‘2
2π‘šπœ”π‘‘3
11
Δ§ 2
𝑏𝑒2
+
(
)
1
+
..
2 2 π‘šπœ”π‘‘2
2π‘šπœ”π‘‘3
Se pensarmos numa aproximação em que não
se considera a perturbação, dβ€™β‰ˆ d. Se
quisermos ser mais exactos, têm que se
considerar as contribuições que resultam da
perturbação, e desta forma obter um resultado
mais exacto de d’ em função de d.
< (π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 )2 >= 2 < π‘₯1 2 > βˆ’2 < π‘₯1 π‘₯2 >=
Δ§
Δ§
Δ§
2
βˆ’ 2 βˆ’πœ†
=
(1 + 2πœ†)
2π‘šπœ”
π‘šπœ”
π‘šπœ”
(II) Estimar d’:
< 𝑑 β€² 2 >=
< 𝑑 + π‘₯1 βˆ’ π‘₯2
2
>=
Conclusões:
Após os cálculos efectuados nas secções
anteriores e da discussão de resultados
realizada estamos em condições de concluir
que o nosso objectivo foi atingido obtendose, assim, uma distância entre os electrões
aproximadamente igual à distância entre os
dois núcleos.
𝑑 2 + 2𝑑 < π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 > + < (π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 )2 > *,
Onde < π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 >= 0 (3),
* 𝑑 2 + 2𝑑 × 0 +
𝑑2 +
𝑑 1+
Δ§
π‘šπœ”
1+
Δ§
π‘šπœ”
𝑏𝑒 2
2π‘šπœ” 𝑑 3
1 + 2πœ† =
=
Δ§
𝑏𝑒 2
1
+
= 𝑑′
π‘šπœ”π‘‘ 2
2π‘šπœ”π‘‘ 3
Resultados e Discussão:
Como foi dito na introdução,
considera-se d2 >> ħ/(mω), logo
𝑑’ β‰ˆ 𝑑 1 + 0 = 𝑑. Isto significa que a
Referências:
[1]Quantum Physics, Stephen Gasiorowicz,
3rd Edition, 2003,editor or John Wiley &
Sons.
[2]Introduction to Quantum Mechanics, 2nd
Edition, David Griffiths, 2005, Pearson
International Edition, Pearson Prentice Hall.
[3]Problems and Solutions of Quantum
Mechanics, 1998, Singapore: World Scientific
Pub. Co., Ed. Yung-Kuo Lim.
Anexos:
(1) < π‘₯1 2 >=< πœ“0 π‘₯1 2 πœ“0 >=< πœ“0 (0) βˆ’ πœ†πœ“1 (0)
Δ§
2π‘šπœ”
π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1
2
πœ“0
0
βˆ’ πœ†πœ“1
0
>=
Sabendo que π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 2 = π‘Ž+1 2 + π‘Ž+1 π‘Žβˆ’1 + π‘Žβˆ’1 π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 2 e que o integral só será diferente de 0
quando temos funções pares ou funções ímpares, temos que:
Δ§
< Ρ„01 Ρ„02 π‘₯ 2 Ρ„01 Ρ„02 > βˆ’(βˆ’πœ†2 ) < Ρ„11 Ρ„12 π‘₯ 2 Ρ„11 Ρ„12 > =
2π‘šπœ”
Sendo que o primeiro valor do índice de Ρ„ se refere ao estado e o segundo valor à partícula em
questão,
Δ§
< Ρ„01 π‘₯ 2 Ρ„01 >< Ρ„02 |Ρ„02 > +πœ†2 < Ρ„11 π‘₯ 2 Ρ„11 >< Ρ„12 |Ρ„12 > =
2π‘šπœ”
Com < Ρ„02 |Ρ„02 > = 1 e < Ρ„12 |Ρ„12 > = 1,
Δ§
< 000 π‘Ž+1 2 + π‘Ž+1 π‘Žβˆ’1 + π‘Žβˆ’1 π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 2 000 > +πœ†2 < Ρ„11 π‘₯ 2 Ρ„11 >< Ρ„12 |Ρ„12 > =
2π‘šπœ”
Com π‘Ž+1 π‘Žβˆ’1 = < 000|000 > = 1,
Δ§
1 + πœ†2 < 001|π‘Ž+1 2 + π‘Ž+1 π‘Žβˆ’1 + π‘Žβˆ’1 π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 2 |100 > =
2π‘šπœ”
Com π‘Ž+1 π‘Žβˆ’1 100 >= π‘Ž+1 000 >= |001 >, logo < 001|100 >= 1 e π‘Žβˆ’1 π‘Ž+1 100 >= π‘Žβˆ’1 2 200 >=
2 2 100 >= 2 < 001 100 β‰₯ 2,
Δ§
(1 + 3πœ†2 )
2π‘šπœ”
Como a perturbação é muito pequena é desprezada. Deste modo, obtemos o seguinte resultado,
< π‘₯1 2 >=< π‘₯2 2 >β‰ˆ
Δ§
2π‘šπœ”
(2) < π‘₯1 π‘₯2 >=< πœ“0 π‘₯1 π‘₯2 πœ“0 >=< πœ“0 (0) βˆ’ πœ†πœ“1 (0) π‘₯1 π‘₯2 πœ“0
0
βˆ’ πœ†πœ“1
0
>=
O integral é ímpar, logo o produto das funções de onda tem que ser ímpar. Neste sentido,
vamos utilizar os termos cruzados,
βˆ’πœ† < πœ“0 (0) π‘₯1 π‘₯2 πœ“1 (0) > +< πœ“1 (0) π‘₯1 π‘₯2 πœ“0 (0) > =
βˆ’πœ† < Ρ„01 Ρ„02 π‘₯1 π‘₯2 Ρ„11 Ρ„12 > +< Ρ„11 Ρ„12 π‘₯1 π‘₯2 Ρ„01 Ρ„02 > =
βˆ’πœ† < Ρ„01 π‘₯1 Ρ„11 >< Ρ„02 π‘₯2 Ρ„12 > +< Ρ„11 π‘₯1 Ρ„01 >< Ρ„12 π‘₯2 Ρ„02 > =
βˆ’πœ† (< Ρ„01 π‘₯1 Ρ„11 >)2 + (< Ρ„11 π‘₯1 Ρ„01 >)2 =
βˆ’πœ†(
Δ§ 2
) (< 000 π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 000 >)2 + (< 001 π‘Ž+1 + π‘Žβˆ’1 000 >)2 =
2π‘šπœ”
βˆ’πœ†
Δ§
12 + 0 + 12 =
2π‘šπœ”
βˆ’πœ†
Δ§
=< π‘₯1 π‘₯2 >
2π‘šπœ”
3 < π‘₯1 βˆ’ π‘₯2 >=
< Ρ„01 Ρ„02 π‘₯1 Ρ„01 Ρ„02 > βˆ’πœ† < Ρ„11 Ρ„12 π‘₯1 Ρ„11 Ρ„12 > βˆ’< Ρ„01 Ρ„02 π‘₯2 Ρ„01 Ρ„02 > + πœ† < Ρ„11 Ρ„12 π‘₯2 Ρ„11 Ρ„12 > =
< Ρ„01 π‘₯1 Ρ„01 >< Ρ„02 Ρ„02 > βˆ’πœ† < Ρ„11 π‘₯1 Ρ„11 >< Ρ„12 Ρ„12 > βˆ’< Ρ„01 π‘₯2 Ρ„01 >
< Ρ„02 Ρ„02 > +πœ† < Ρ„11 π‘₯2 Ρ„11 >< Ρ„12 Ρ„12 >=
< Ρ„01 π‘₯1 Ρ„01 > βˆ’πœ† < Ρ„11 π‘₯1 Ρ„11 > βˆ’< Ρ„01 π‘₯2 Ρ„01 > +πœ† < Ρ„11 π‘₯2 Ρ„11 >= 0
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