Introdução ao
Tratamento de Esgoto
Prof. Dra Gersina Nobre da R.C.Junior
INTRODUÇÃO
Esgoto Sanitário
Características variáveis em função:
de sua origem;
da hora de produção;
da extensão da rede coletora e do estado de
conservação da mesma.
Usos da Água e Geração de Esgotos
Esgotos
domésticos
Abastecimento Doméstico
Água potável
+
Impurezas
devido ao uso
=
Esgotos
sanitários
Esgotos
comuns
Abastecimento Industrial
Água consumo
industrial
+
Impurezas
devido ao uso
=
Efluentes
Industriais
Mecanismos de poluição das
águas
Fonte: Costa, 2002
Poluição dos Rios Por Despejos
Rio Totalmente Limpo
Ecossistema em Condições Naturais
•elevada diversidade de espécies
•elevado número de espécies
•reduzido número de indivíduos em cada espécie
Rio com Início de Poluição
Rio Poluído
Ecossistema em Condições Perturbadas
baixa diversidade de espécies
reduzido número de espécies
elevado número de indivíduos em cada espécie
Rio Totalmente Poluído
Apenas algumas espécies de
bactérias e vírus são capazes de
viver
A autodepuração envolve:
Diluição
 Sedimentação
 Estabilização bioquímica

Autodepuração dos corpos receptores
Esgoto
Curso d’água
Estes padrões estão baseados em princípios de manutenção
e/ou restabelecimento do equilíbrio físico, químico e biológico
e na capacidade de autodepuração do corpo.
CONAMA
357/2005
Para não saturar a capacidade de
autodepuração dos corpos de água: os
esgotos devem ser tratados e os corpos
aquáticos
impactados
devem
ser
despoluídos.
Os sistemas de tratamento de esgotos
reproduzem os fenômenos que ocorrem na
natureza em um menor espaço físico e em
menor tempo.
Portanto, os engenheiros otimizam os
processos naturais.
Atualmente se busca melhorar os
tratamentos, diminuindo os tempos de
duração dos processos, ocupando menor
espaço físico e produzindo efluentes de
melhor qualidade.
PRINCIPAIS RISCOS AMBIENTAIS
ASSOCIADOS AOS ESGOTOS “IN NATURA”
Matéria
Orgânica
Diminuição dos Níveis de Oxigênio
Dissolvido das Águas
Nutrientes
Eutrofização de Lagos e Represas
Sólidos
Suspensos
Formação de bancos de lodo e
deterioração das condições estéticas
PRINCIPAIS RISCOS À SAÚDE PÚBLICA
ASSOCIADOS AOS ESGOTOS “IN NATURA”
Vírus
Hepatite infecciosa,
gastroenterite, poliomielite etc.
Bactérias
Disenterias bacilar, cólera,
leptospirose, salmonelose etc.
Protozoários
Disenteria amebiana, giardíase,
criptosporidíase
Helmintos
Ascaridíase, esquistossomose,
teníase, ancilostomíase,
filariose etc.
Parâmetros de Qualidade
São grandezas que indicam as características da
água, ou dos esgotos, ou dos corpos d’água.
Padrão de Qualidade
Constitui um valor do parâmetro que não deverá
ser excedido em determinado intervalo de tempo.
Parâmetros de Qualidade
Para o tratamento de esgoto
São aqueles relacionados às exigências legais, e
às necessidades para:
Projeto;
operação e;
Avaliação do desempenho das ETEs.
Evidentemente , interessará conhecer também os
parâmetros dos corpos receptores, nos quais os
efluentes tratado são lançados.
Exigências Legais
Os principais textos legais, no Brasil, de natureza federal,
indicativos de padrões, e portanto de parâmetros de
qualidade:
Resolução CONAMA 357/2005
Define padrões a se manter nos corpos dágua, e padrões de
lançamento de efluentes;
Resolução CONAMA 274/2000
Define padrões de balneabilidade em corpos dágua;
Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde
Define o Padrão de Potabilidade para águas de consumo.
Principais constituintes do esgoto doméstico
Água (99,9%)
Responsável pela poluição e
contaminação dos cursos de
água,
resultando
na
necessidade de tratamento.
Sólidos (0,1%)
Sólidos Suspensos
Sólidos Dissolvidos
Matéria Orgânica
Nutrientes (N, P)
Organismos Patogênicos
(vírus,bactérias,protozoários,
helmintos)
LODO
CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO
Projeto de Estação de Tratamento de Esgoto
CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO
PARÂMETROS INDIRETOS
Traduzem o caráter ou
potencial poluidor do despejo
o
Físicos, Químicos e Biológicos
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Temperatura
Cor
Turbidez
Odor
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Temperatura
Ligeiramente
abastecimento;
superior
à
da
água
de
Variação conforme as estações do ano (mais
estável que a temperatura do ar), sendo típica a
faixa de 20 a 25º C.
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Temperatura
Em relação aos processos de tratamento
Nas operações de natureza biológica
A velocidade da decomposição do esgoto aumenta com
a temperatura, sendo a faixa ideal para a atividade
biológica 25 a 35 ºC, sendo ainda 15º C a temperatura
abaixo da qual as bactérias formadoras de metano se
tornam inativas na digestão anaeróbia.
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Temperatura
Em relação aos processos de tratamento
Nos processos de transferência de oxigênio.
A solubilidade dos gases é menor nas temperaturas
mais elevadas.
Nas operações em que ocorrem fenômeno de
sedimentação
O aumento da temperatura faz diminuir a viscosidade,
melhorando as condições de sedimentação.
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Cor
Esgoto fresco: ligeiramente cinza
Esgoto velho (séptico): cinza escuro ou preto
Pode apresentar outra cor quando ocorre
contribuição importante de despejos industriais, por
exemplo, industria têxtil ou de tintas.
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Turbidez
Causada por uma grande variedade de sólidos
em suspensão;
Esgotos mais frescos e mais concentrados:
maior a turbidez.
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Odor
São causados pelos gases
processo de decomposição.
formados
no
Tipos principais de odores:
Odor de mofo, razoavelmente suportável, típico de
esgoto fresco;
Odor de ovo podre, “insuportável”, típico de esgoto
velho ou séptico, devido a formação de gás sulfídrico
(H2S);
Proveniente da decomposição anaeróbia do lodo contido nos despejos
PARÂMETROS FÍSICOS DO ESGOTO
Odor
Tipos principais de odores:
Odores variados de produtos podres, como
repolho (sulfetos orgânicos), legumes, de matéria
fecal, de produtos rançosos e amoniacais (amônia,
NH3) etc.
Quando ocorre odores específicos, o fato
se deve à presença de despejos
industriais.
PARÂMETROS QUÍMICOS DO ESGOTO
Sólidos
pH
Matéria Orgânica(MO)
Nitrogênio Total
Fóforo Total
PARÂMETROS QUÍMICOS DO ESGOTO
Sólidos
Classificação por tamanho:
Sólidos em suspensão; e
Sólidos dissolvidos
Classificação pelas características químicas:
Sólidos voláteis; e
Sólidos fixos
Classificação pela decantabilidade:
Sólidos em suspensão sedimentáveis; e
Sólidos em suspensão não sedimentáveis
PARÂMETROS QUÍMICOS DO ESGOTO
Sólidos Voláteis
(matéria orgânica)
Sólidos Totais(ST)
Sólidos Fixos
(matéria inorgânica)
Em suspensão (SS)
Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que não são
filtráveis (não dissolvidos)
Fixos (SSF)
Voláteis (SSV)
Componentes minerais, não Componentes orgânicos
incineráveis, inertes, dos dos
sólidos
em
sólidos em suspensão.
suspensão.
Dissolvidos (SD)
Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que são
filtráveis. Normalmente considerados com dimensões
inferior a 10-3
Fixos (SDF)
Componentes
minerais
dos sólidos dissolvidos.
Voláteis (SDV)
Componentes orgânicos
dos sólidos dissolvidos
Sedimentáveis (SS)
Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos que
sedimenta em 1 hora no cone imhoff. Indicação
aproximada da sedimentação no tanque de
decantação.
Balanço de Sólidos
DO BALANÇO DE SÓLIDOS
Temos que:
ST = SST + SDT
SST = SSV + SSF
SDT = SDV + SDF
SVT = SSV + SDV
SFT = SSF + SDF
DISTRIBUIÇÃO DOS SÓLIDOS NO ESGOTO BRUTO
Relações importantes ao tratamento de esgoto
Relações SF/SV, SSF/SSV, SDF/SDV
elevadas
indicam a predominância
absoluta de material inerte
na água residuária
necessidade de separação prévia
Relações importantes ao tratamento de esgoto
A concentração de SSF
indicação da necessidade de desarenador
Concentrações elevadas de sólidos dissolvidos
fixos (SDF) em comparação com sólidos dissolvidos
voláteis (SDV)
indicação de alta salinidade
tratamento físico-químico
Concentrações de sólidos em esgotos. Fonte: Metcalf & Eddy (1991)
Característica
Forte
Médio
Fraco
Sólidos Totais (mg/L)
1.200
720
350
Sólidos Dissolvidos (mg/L)
850
500
250
Sólidos Dissolvidos Fixos (mg/L)
850
500
250
Sólidos Dissolvidos Voláteis (mg/L)
525
300
145
Sólidos em Suspensão Totais (mg/L)
350
220
100
Sólidos em Suspensão Fixos (mg/L)
75
55
20
Sólidos em Suspensão Voláteis (mg/L)
275
165
80
Sólidos Sedimentáveis (mL/L)
20
10
05
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parâmetros físicos do esgoto - Departamento de Engenharia