"! #%$'&(*)+-,/.0%12+434567128 Programa de Pós-Graduação em Educação Mestrado em Educação: Resumo das Dissertações Defendidas no PPE/UEM DIAS, Ivone Aparecida. A EDUCAÇÃO FEMININA NA IDADE MÉDIA: DAMAS E RELIGIOSAS. Orientadora: OLIVEIRA, Terezinha. 2001. O estudo tem por objetivo compreender as atividades femininas e o processo educacional que envolvia as damas e as religiosas na Idade Média. Tomou-se como marco referencial da pesquisa o período que abrange desde o século IX ao XIII. Na época marcada pelo fortalecimento (séculos IX- XII) e início da crise (século XIII) do feudalismo na Europa ocidental, a mulher medieval desempenhou um importante papel como educadora, divulgadora de costumes, crenças, valores e normas de comportamento. Tanto as damas quanto as religiosas, ao mesmo tempo que sofriam as influências das mesmas questões que permeavam a vida dos homens naqueles séculos, por seu modo de ser, também influenciavam o comportamento dos mesmos. No século IX. Dhuoda, através do Manuel pour mon fils, expressa a crise vivida pelo império carolíngio. No processo de decadência desse império, que coincidiu com o fortalecimento do feudalismo, essa dama procura ensinar a seu filho, Guillaume. os valores morais e os comportamentos que, a seu ver, poderiam livrar aquela sociedade da ruína que se tornava evidente. No século X, a sociedade medieval encontra-se fragmentada. A única instituição que mantém traços universais e procura reforçá-los é a Igreja. Coloca-se como a responsável pela reforma da sociedade, tomando como ponto de partida a reforma dos costumes, da moral. O processo de renovação iniciou-se nos mosteiros, lugar privilegiado para a formação de mulheres e homens santos. E nesse contexto que se pode compreender a obra Sabedoria da monja Rosvita de Gandersheim. Nos séculos XI e XII, como nos tempos anteriores e posteriores, as mulheres aparecem envolvidas com as mesmas questões que envolviam os homens em seu conjunto: preocupações com os domínios, com as alianças matrimoniais, com a sucessão familiar, com o comportamento do cavaleiro, com as heresias, entre outras. O estudo das atividades da condessa Adélia e da rainha inglesa, Leonor, expressa alguns desses aspectos. Fica evidente, também, que a sociedade, ao mesmo tempo que revelava uma certa paz, uma certa estabilidade, começava a dar sinais de uma profunda transformação. As cidades iniciavam o seu desenvolvimento, recebendo grande impulso do comércio e, com essas alterações, um novo pensamento acerca da relação homem-Deus começou a ganhar espaço. Nesse contexto, novos e velhos hábitos, costumes e formas de pensamento coexistem, expressando, no período, traços profundos da crise de uma sociedade e o nascimento de outra. A Ordem dos Mendicantes, cujo representante maior é Francisco de Assis, expressa alguns aspectos dessa crise que os homens estavam vivendo no século XIII. Ao lado dos franciscanos, tem-se a versão feminina da espiritualidade mendicante com Clara de Assis. No longo período, abordado aqui, as mulheres, como os homens, mostraram-se tanto como agentes de manutenção, quanto de transformação dos valores da sociedade medieval. Assim, seu modo de ser, pensar e educar precisa ser entendido a partir da organização social do contexto em que viveram.