UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE Formigas de serrapilheira da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia: efeito da estrutura da vegetação e da paisagem MAYANA SANTOS PASSOS ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Julho de 2013 MAYANA SANTOS PASSOS Formigas de serrapilheira da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia: Efeito da estrutura da vegetação e da paisagem Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade. Área de Concentração: Ecologia- Ações e planejamento em conservação Biodiversidade. Orientador(a): Dr. Sofia Campiolo ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Julho de 2013 da P289 Passos, Mayana Santos Formigas de serrapilheira da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia: efeito da estrutura da vegetação e da paisagem / Mayana Santos Passos. – Ilhéus, BA: UESC, 2013. 53 f.: il.; anexo. Orientadora: Sofia Campiolo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da biodiversidade. Inclui referências. 1. Formiga – Mata Atlântica. 2. Formiga – Comporta-mento. 3. Sociedades de insetos. 4. Biodiversidade – Conservação. I. Título. CDD 595.796 Dedico este trabalho ao meu grande mestre Deus que me presenteou com uma família dedicada e amorosa que sempre me cerca de apoio e incentivo na realização de todos os meus sonhos. AGRADECIMENTOS “Em um dos momentos mais difíceis de sua vida, Jesus estava tão triste com o que ia acontecer que implorou a Deus: “Afasta de mim esse cálice”. Mas, mesmo torturado e deprimido, decidiu aceitar a vontade de Deus para ele. E então aconteceu um fato muito interessante. Deus enviou um Anjo do céu para confortá-lo. Nem o filho de Deus tentou se erguer sozinho. E embora Deus não o tenha tirado daquela situação, lhe deu força para atravessá-la.” Primeiramente agradeço a Deus, meu maior mestre, por ter me enviado vários “anjos” que me auxiliaram direta e indiretamente na construção deste trabalho. Agradeço a todos aqueles que acreditaram em mim, quando nem eu mesma acreditava. E que apesar de todas as dificuldades destes últimos dois anos perseveraram comigo, propiciando que eu conseguisse concluir com êxito mais esta etapa da minha vida. Agradeço a toda a minha família, em especial a minha mãe Shirley, meu pai Eduardo e meu irmão Victor, pelo ânimo, incentivo e a presença constante em todos os projetos da minha vida. Um obrigada também ao meu sobrinho Ennzo que com seu olhar e sorriso de criança, dá um tom alegre a minha vida e me faz ver o lado bom das coisas não tão boas. Vocês são a base de tudo o que sou. (Amo vocês!!!!) Agradeço a Sofia Campiolo, por sua orientação no meu trabalho, colaboração na minha formação na pesquisa, pela paciência, amizade e incentivo. E pela confiança desprendida a mim nestes dois anos de trabalho. (Uma verdadeira mãezona !!! ) As minhas queridas amigas Maristela e Mariana, obrigada pela presença em minha vida, pelo carinho, pelo cuidado, pelo colinho, pela sincera e forte amizade de vocês. (Te amo irmãs!!!!) Agradeço a todos os meus amigos, que os caminhos desta universidade me apresentaram, tanto da graduação quanto do mestrado (Claudiane, Wallace, Deyna, Gerônimo, Daniele, Lucas, Gabi, Flora, Amandinha e tantos outros), pela companhia nas disciplinas, pelas bagunças, pelas muitas risadas, vocês tornaram tudo isso extremamente agradável. ( valeu meu povo!!) Um obrigado especial ao meu amigo Leandro, por sempre estar disposto a me auxiliar com os problemas (que não são poucos...) de computador, de estatística. Por seu este amigo super “Multiuso” (Oh Léo, prometo te incomodar bem “mais”! Obrigada por Tudo meu amigo!!!! ) Obrigada por todos os colegas da biologia EAD (Cinthia, Marcelle, Luciana, Kathia, Poliana e etc) sem nossas conversas seria difícil continuar nesta jornada, sem a contribuição de vocês não conseguiria chegar até aqui. (Cinthia, obrigada pela companhia, pelo ombro amigo, pelo apoio e estímulo especialmente na reta final do meu trabalho. Obrigada de coração por fazeres parte da minha vida!). Ao pessoal do projeto Arca que mesmo sem entender embarcaram neste propósito comigo. (Obrigada pelas orações!). Agradeço aos meus colegas da dança (Jacy, Urley, Marcia, Adriana, Jean, Dona Neusa e etc) que constantemente, me lembram, que o mais “importante não é a caminhada, mais sim os passos que vão sendo apreendido pelo caminho” (Vocês são demais!). Agradeço a CAPES, pela concessão da bolsa de pesquisa. Agradeço também a UESC por disponibilizar espaço e um corpo docente capacitado. Agradeço a todos os professores do PPG em Ecologia que contribuíram para meu crescimento intelectual (especialmente Alexandre Schiavetti, pelo apoio e pela torcida), a toda coordenação do programa, e ao pessoal da secretaria, em especial a secretária Iky, pelo apoio e ajuda nos tramites burocrático para defesa e entrega do meu trabalho. Enfim, obrigada a todos, que sempre acreditaram em minhas idéias e em meu potencial. SUMÁRIO EXTRATO .................................................................................................................... vi ABSTRACT..................................................................................................................viii INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 OBJETIVOS ................................................................................................................ 13 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 13 Área de estudo e delineamento experimental ........................................................... 13 Coleta de dados de formigas e de estrutura de vegetação ...................................... 16 Classificação e quantificação das variáveis de paisagem ......................................... 17 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 18 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... ........ 21 Composição da mirmecofauna .................................................................................. 21 Análises de paisagem ................................................................................................... 28 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 34 ANEXOS .................................................................................................................... 43 Tabela I. Freqüência média de espécies de formigas nas 16 áreas de fragmento florestal, com 40 amostras por áreas. EXTRATO PASSOS, Mayana Santos, M.S., Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, julho de 2013. Formigas de serrapilheira da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia: efeito da estrutura da vegetação e da paisagem. Orientador (a): Sofia Campiolo A Mata Atlântica é o ecossistema brasileiro que apresenta maiores índices de diversidade já encontrados em florestas tropicais e alto nível de endemismo. Estimativas recentes relatam que os remanescentes naturais da Mata Atlântica somam algo entre 11% e 16% de sua cobertura vegetal original. Segundo os mesmos autores mais de 80% desta fração de remanescentes são fragmentos menores de 50 ha, separados a uma distância média de quase 1,5 Km. Dessa forma, a Mata Atlântica tornou-se um dos biomas mais ameaçados do mundo. No nordeste, as maiores porções deste bioma ocorrem em remanescentes na região sul da Bahia que, por sua vez, apresentam de 3 a 4 % da cobertura nativa original. Inserido no domínio deste bioma se encontra a “Hiléia Baiana”, nome dado às florestas de tabuleiros do sul da Bahia e do norte do Espírito Santo, hoje restrita a apenas alguns fragmentos devido principalmente à ocupação e a conseqüente redução drástica da cobertura florestal. Tem-se, então, uma paisagem heterogênea, composta por diferentes unidades. De acordo com os fundamentos da ecologia da paisagem, estas unidades são interativas e sua riqueza e composição, ou tipos de unidade de paisagem, área, forma e distribuição espacial, compõem a estrutura da paisagem. Esta estrutura, por sua vez, determina processos dinâmicos de dispersão, extinção e recolonização de espécies que habitam as diferentes unidades. De forma geral, a supressão e o isolamento de remanescentes florestais alteram as comunidades em escalas distintas, desde modificações no microambiente até efeitos biogeográficos, com interações com distintos táxons e condições ecológicas variantes em diferentes escalas espaciais. Portanto, considerar a influencia da escala espacial no contexto de paisagem no qual cada um destes processos ocorre se faz necessário para compreensão da organização da comunidade sendo um fator de extrema importância em pesquisas de composição de comunidades. O presente trabalho verificou a influência dos estágios de sucessão vegetal sobre as comunidades de formigas, assim como a escala espacial na qual esta influência da paisagem é maximizada, baseando-se nos dados das coletas amostradas em 16 áreas em uma paisagem fragmentada e dominada por monocultura de Eucalyptus sp., nos municípios de Porto Seguro, Eunápolis, Belmonte e Santa Cruz de Cabrália, no extremo sul da Bahia, realizados durante dois períodos (out 2006 -jan 2007/mar - mai 2007). Em cada área foram coletadas 40 amostras em quadrados de 1 m2 x 1 m2 de serrapilheira. Cada amostra foi submetida a extratores do tipo mini-winkler, onde permaneceram por 48 horas. Foi identificado neste estudo um total de 272 morfoespécies/espécies de formigas distribuídas em 11 subfamílias, 29 tribos, 49 gêneros. A subfamília com maior representação foi Myrmicinae (n=173), seguida de Ponerinae (38) e Formicinae (28). O gênero representado pelo maior número de espécies foi Pheidole (n=38), seguido por Hypoponera (n=14), Solenopsis (n=13), Pachycondyla (n=12). A riqueza de espécies é bastante semelhante entre as áreas, apesar das mudanças na composição. No entanto, quase 50% das espécies ocorreram apenas em um dos tipos de ambiente. A db-MANOVA mostrou diferença significativa para abundância (F = 1,547; R2 = 0,0995; p = 0,0098;500 permutações) e presença/ausência (F = 2,1204; R2 = 0,1315; p = 0,0004; 500 permutações) da assembléia das espécies de formigas entre os remanescentes florestais inseridos nas áreas de plantio de Eucalipto sp. e nas Unidades de Conservação. O teste de correlação de Spearmann (regressão de postos) identificou que há uma associação negativa (rspearmann = - 0,52 ; p = 0.039) entre a quantidade total de floresta e a riqueza total de espécies de formiga, na escala local (300m). As comunidades de formigas estudadas responderam distintamente às classes de vegetação na paisagem circundante das áreas de amostragem na escala local (300m), sendo que, quanto menos homogêneo (menos floresta e maior presença de outros ambientes) maior a riqueza de espécies no remanescente. Portanto, podemos considerar que todos os fragmentos estudados são de extrema importância para a conservação da fauna regional de formigas, pela grande complementaridade observada entre eles quanto à composição. Este conhecimento é fundamental para subsidiar futuras ações de manejo de áreas e espécies, em escalas locais e regionais, que tenham em vista a conservação da biodiversidade. Palavras- chave: formigas; escala espacial; comunidades; paisagem; estágio sucessional; mata atlântica. ABSTRACT PASSOS, Mayana Santos, M.S., Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, julho de 2013. Formigas de serrapilheira da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia: efeito da estrutura da vegetação e da paisagem. Adivisor: Sofia Campiolo The Atlantic is the Brazilian ecosystem which has higher diversity indexes already found in tropical forests and high levels of endemism. Recent estimates report that natural remnant of the Atlantic add somewhere between 11% and 16% of its original forest cover. According to these authors more than 80% of this fraction remaining fragments are smaller than 50 ha, separated at an average distance of about 1.5 Km Thus, the Atlantic has become one of the most threatened biomes in the world. In the northeast, the major portions of this biome occur in remnants in southern Bahia, which, in turn, have 3-4% of the original native vegetation. Inserted in the area of this biome is the "Hiléia Bahia", the name given to the forests of trays of southern Bahia and northern Espírito Santo, now restricted to a few fragments mainly due to the occupation and the consequent drastic reduction of forest cover. There is, therefore, a heterogeneous landscape composed of different units. According to the fundamentals of landscape ecology, these units are interactive and its richness and composition, or types of landscape unit, area, shape and spatial distribution, make up the structure of the landscape. This structure, in turn, determines the dynamic processes of dispersion, dissolution and recolonization of species that inhabit the different units. In general, suppression and isolation of forest remnants alter communities in different scales, from changes in the microenvironment to biogeographic effects, with interactions with different taxa and ecological conditions variants at different spatial scales. Therefore, considering the influence of spatial scale on landscape context in which each of these processes occurs it is necessary to understand the organization of the community is a factor of utmost importance in research on community composition. The present study examined the influence of stages of plant succession on ant communities, as well as the spatial scale at which this influence is maximized landscape, based on data collected from sampled in 16 areas in a fragmented landscape dominated by monoculture Eucalyptus sp., in the municipalities of Porto Seguro, Eunápolis, Belmonte and Santa Cruz de Cabrália, in the extreme south of Bahia, during two periods (October 2006-Jan 2007/mar - may 2007). In each area, 40 samples were collected into squares of 1m2 x 1 m2 litter. Each sample was pullers mini-winkler, where they remained for 48 hours. Was identified in this study a total of 272 morphospecies / ant species distributed in 11 subfamilies, 29 tribes, 49 genera. The subfamily is greater representation Myrmicinae (n = 173), followed by Ponerinae (38) and Formicinae (28). The genus represented by the greatest number of species was Pheidole (n = 38), followed by Hypoponera (n = 14), Solenopsis (n = 13), Pachycondyla (n = 12). Species richness is quite similar among areas, despite changes in the composition. However, nearly 50% of the species occurred in only one type of environment. The db-MANOVA showed significant differences for abundance (F = 1.547, R2 = 0.0995, p = 0.0098; 500 permutations) and presence / absence (F = 2.1204, R2 = 0.1315, p = 0, 0004, 500 permutations) the assembly of ant species among forest areas included planting Eucalyptus sp. and the Conservation Units. The Spearman correlation test (regression stations) identified that there is a negative association (r spearmann = - 0.52, p = 0.039) between the total amount of forest and total species richness of ants in the local scale (300m). Ant communities studied responded distinctly to the classes of vegetation in surrounding areas of sampling at the local scale (300m), and the less homogeneous (less forest and greater presence of other environments) higher species richness in remnant. Therefore, we consider that all the fragments studied are of utmost importance for the conservation of the regional fauna of ants, the great complementarity observed between them as to the composition. This knowledge is critical to support future management actions for areas and species at local and regional scales, aiming at the conservation of biodiversity. Key words: ants; spatial scale, communities, landscape, successional stage; rainforest. 10 INTRODUÇÃO A Mata Atlântica destaca-se com os maiores índices de diversidade encontrados em florestas tropicais e por apresentar alto nível de endemismo (GIULIETTI & FORERO, 1990; MCNEELY et al. 1990). Este Bioma é considerado como um dos hotspots mais ameaçados e prioritários para conservação (GALINDO & CÂMARA, 2005). Estimativas recentes relatam que os remanescentes naturais da Mata Atlântica somam algo entre 11% e 16% de sua cobertura vegetal original (RIBEIRO et al, 2009). Segundo os mesmos autores mais de 80% desta fração de remanescentes são fragmentos menores de 50 ha, separados a uma distância média de quase 1,5 Km. No nordeste do Brasil, a maiores porções deste bioma ocorrem em remanescentes na região sul da Bahia. Inserido no domínio deste bioma, se encontra a “Hiléia Baiana”, nome dado as florestas de tabuleiros do sul da Bahia e do norte do Espírito Santo, hoje restrita a apenas alguns fragmentos, devido principalmente a ocupação humana e a conseqüente redução drástica da cobertura florestal original (MORI et al., 1981; THOMAS et al., 1998 ; PARDINI , 2001; FARIA, 2002). A fauna e flora encontradas nestes tabuleiros litorâneos são fortemente influenciadas por elementos amazônicos, padrão decorrente de conexões pretéritas contínuas entre a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica (e.g. BIGARELLA et al., 1975) o que resulta em um ambiente com características próprias de composição e estrutura. De acordo com os fundamentos da ecologia da paisagem, uma paisagem heterogênea é composta por diferentes unidades interativas e sua riqueza e composição, ou tipos de unidade de paisagem, área, forma e distribuição espacial, compõem a estrutura desta paisagem (BURGESS, 1988). Esta estrutura, por sua vez, determina processos dinâmicos de dispersão, extinção e recolonização de espécies que habitam as diferentes unidades (ROLSTAD, 1991; METZGER, 1997) Um aspecto relevante a ser considerado é a escala espacial em que os processos citados ocorrem. De forma geral, a supressão e o isolamento de remanescentes florestais alteram as comunidades em escalas distintas, desde modificações no microambiente até efeitos biogeográficos, com interações com distintos táxons e condições ecológicas 11 variantes em diferentes escalas espaciais (THOMPSON et al., 2002; SEKERCIOGLU et al., 2004). Para Metzger (2001), a definição das unidades e da extensão do mosaico depende das espécies: um mesmo espaço geográfico pode ser percebido como paisagens (mosaicos interativos) totalmente diferentes em função das características destas espécies. Assim, uma determinada espécie, em função de suas capacidades de deslocamento através da paisagem, de suas exigências de habitats específicos e de suas interações com outras espécies tenderia a perceber a paisagem numa determinada escala. Em particular, espécies com pequena capacidade de deslocamento ou dispersão vão perceber a paisagem num contexto mais local, ao contrário de espécies com maior capacidade de deslocamento, que tenderão a perceber a paisagem num contexto mais amplo; ou ainda espécies com habitats muito especializados que tenderão a ver a paisagem com um grau maior de detalhamento em relação a espécies mais generalistas (METZGER, op cit). Como todos os seres vivos, as formigas são sensíveis às alterações do seu habitat. Qualquer mudança neste último significa modificações do equilíbrio da comunidade de Formicidae. Formigas, fragmentação e estrutura de paisagem Entre as numerosas espécies que existem nos trópicos (KEMPF, 1972; BOLTON, 1995), é possível encontrar algumas espécies, gêneros, ou grupos de espécies, que podem ser consideradas características de determinadas situações de degradação ou de recuperação dos ecossistemas florestais, litorâneos, ou mesmo urbanos. É também possível caracterizar algumas espécies como típicas de uma situação de desequilíbrio passageiro ou duradouro. Assim, o estudo de uma comunidade de Formicidae permite avaliar o estado de equilíbrio, de conservação ou de degradação de qualquer ecossistema terrestre (ANDERSEN, 1987; MACKAY et al., 1991; KASPARI & MAJER, 2000). Por outro lado, numa comunidade de Formicidae, algumas espécies são menos sensíveis do que outras às alterações do meio natural, e graças à relativa estabilidade do grupo no ambiente (devido a suas características de nidificação, reprodução e sistemas de forrageamento, sendo insetos sociais), podem testemunhar, em 12 determinadas condições, a situação de equilíbrio ou de desequilíbrio anterior, do biótipo em estudo. Desta forma estudos direcionados para avaliar os impactos das modificações ambientais na fauna devem contemplar grupos de invertebrados. Além da importância ecológica existem vantagens em utilizar formigas para estudos de fragmentação, entre elas taxonomia relativamente bem resolvida. Estudos sobre os efeitos experimentais da fragmentação do habitat em formigas (GOLDEN & CRIST, 2000) concluem que as formigas respondem de maneira mais consistente com a quantidade de borda de habitat que de quantidade de habitat. Isto aponta para a importância de observar o efeito da fragmentação de habitat na distribuição de espécies no contexto do mosaico da paisagem e não como ilhas de habitat isolados (WIENS, 1994). A relação positiva entre a riqueza de formigas e a complexidade estrutural dos ambientes tem sido também amplamente sugerida (LEAL et al. 1993; LEAL 2002; MARINHO et al., 2002). Isso ocorre porque habitats mais heterogêneos disponibilizam maior variedade de sítios para nidificação, alimento, microclimas e interações interespecíficas (competição, predação, mutualismo) para as formigas se estabelecerem (BENSON & HARADA 1988; HÖLLDOBLER & WILSON 1990; REYES-LOPES et al., 2003) do que habitats menos complexos. A franca maioria dos estudos com estrutura de vegetação e escalas, assim como de todo o resto ainda é centrado em fragmentos (UEZU, 2006; FERRAZ et al., 2007; MARTENSEN, 2008), e não de paisagens e, de longe, os grupos mais estudados são aves e mamíferos (e.g. CUSHMAN E MCGARIGAL 2002, 2003, 2004A,B; FERRAZ et al. 2007; BARLOW et al., 2007B, BIERREGAARD et al., 1992, 1997; UEZU, 2006; BOSCOLO, 2007; MARTENSEN, 2008, BARLOW et al., 2007A; FARIA et al., 2006, 2007). Recentemente, entretanto, a fauna de invertebrados tem sido ressaltada como de fundamental importância para os processos que estruturam ecossistemas terrestres, especialmente nos trópicos (WILSON, 1987; LOREAU et al., 2002; FREITAS et al., 2003; 2005; CRIST, et al., 2009 ). No entanto, os estudos ainda são bastante escassos (BRIAN, 1957; SAMWAYS, 1983; CASTRO et al., 1989; 1990; CARVALHO & VASCONCELOS, 1999; RIBAS et al., 2003). Desta forma estudos direcionados para avaliar os impactos das modificações ambientais em diferentes escalas, na fauna devem contemplar grupos de invertebrados. Dentre os invertebrados as formigas é um grupo 13 ideal, pois além da importância ecológica, interagem com o seu meio ambiente em múltiplas escalas espaciais. No entanto, os efeitos da paisagem envolvente sobre as comunidades de formigas não foram investigados em profundidade, e se restringe apenas a alguns trabalhos (SCHULZE et al., 2004; SCHOEREDER et al., 2004; BIEBER et al, 2006; SANTOS et al, 2006; DEBUSE et al., 2007; SPIESMAN & CUMMING, 2008; GOMES, et al, 2010; LEAL, et al, 2012) O objetivo deste estudo foi analisar a influência da estrutura da vegetação e da paisagem, aqui definido pelas áreas totais dos estágios sucessionais avançado, médio e inicial, em diferentes escalas espaciais na assembléia de formigas da Mata Atlântica no extremo sul da Bahia. Portanto em um primeiro momento foi feita a descrição da assembléia de formigas dos fragmentos estudados para conhecer a composição e a estrutura da comunidade da fauna de formigas de serrapilheira em áreas de floresta e comparar os resultados encontrados em remanescentes florestais inseridos nas áreas de plantio de Eucalipto sp. e nas Unidades de Conservação (UCs), presentes na região a fim de avaliar a importância dos remanescentes florestais no contexto da conservação das mirmecofauna do Sul da Bahia, o passo seguinte foi verificar a influencia dos atributos de paisagem e da vegetação na composição, nas diferentes escalas determinando quais espécies entre as mais abundantes são afetadas pela variação na área dos diferentes estágios de sucessão florestal nas paisagens e qual o tipo de resposta, se positivo ou negativo. Estudos deste tipo é fundamental para a obtenção de conhecimento científico a respeito das conseqüências dos processos de alteração e supressão de habitats sobre as comunidades de formigas, estas informações são de fundamental importância para subsidiar futuras ações de manejo de áreas e espécies, em escalas locais e regionais, que tenham em vista a conservação da biodiversidade. MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo e Delineamento experimental Neste estudo foi utilizado um banco de dados gerados a partir das pesquisas realizadas pelo Instituto Dríades durante Programa de Monitoramento da Flora e Fauna (Campanha 2006/2007 -Veracel celulose S. A.) 14 A região de estudo compreende os municípios de Porto Seguro (entre o leste do litoral e o oeste da BR 101), Eunápolis, Belmonte (próximo ao norte da BA 275 ) e Santa Cruz de Cabrália, em uma poligonal com aproximadamente 4900 km2, demarcada pelas coordenadas extremas (NW - 435000, 8230000) e (SE - 510000, 8165000 – UTM 24S; datum “South American 1969”), no extremo sul da Bahia (Figura 1) São sítios muito heterogêneos quanto ao tamanho e à área de floresta na paisagem do entorno. Originalmente coberta por matas de tabuleiro, ou floresta ombrófila densa de terras baixas (VELOSO, 1991), a região tem a quase totalidade de sua superfície antropizada em diferentes graus. A configuração da paisagem compreende um mosaico de pequenos remanescentes florestais locados principalmente em encostas de vales de rios e parcialmente conectados por corredores ao longo destes cursos d’água, cercados por matriz de eucalipto e pastos. Ao longo do projeto foram coletadas informações biológicas de três grupos taxonômicos (vegetação, formigas, aves), para este estudo foram utilizados apenas os dados referentes as formigas e estrutura de vegetação. Foram amostradas dezesseis transecções em florestas em diversos estágios sucessionais (Figura 01; Tabela 01). Destas, sete áreas são inseridas nos principais remanescentes protegidos na região, com predomínio de floresta em estágio sucessional avançado. Cinco destas transecções foram alocadas na RPPN Estação Veracel (EVC), uma na Estação Experimental Gregório Boundar (EEGB - CEPLAC), e outra no Parque Nacional do Pau Brasil (PNPB). As demais dez transecções estão localizadas em pequenos remanescentes isolados ou com conectividade moderada, em distintos estágios sucessionais em função de histórico de alterações profundas na vegetação, como corte raso e fogo, ou moderadas, como extração seletiva de madeira, predominantemente cercados por matriz de Eucalyptus, que são potenciais mantenedores deste importante estoque biótico da região. 15 Figura 1. Região de estudo e remanescentes estudados com respectivos pontos centróides das transecções utilizadas nas amostragens da Mirmecofauna. As categorias de estágios sucessionais na legenda são descritas em Métodos – Classificação e quantificação das variáveis ambientais. Nos remanescentes selecionados foram demarcadas trilhas retas de 300 metros, os chamados transectos. Estas foram alocadas de forma a evitar áreas com sinais de perturbação e priorizar, dentro dos fragmentos, áreas bem conservadas. Além disto, as trilhas eram distantes no mínimo 70 metros das bordas do fragmento e dos ambientes ue circundam os remanescentes. 16 Tabela 01. Áreas amostradas nos períodos de out2006/jan2007 e mar/abr2007, no extremo sul da Bahia. As áreas no primeiro grupo estão em blocos florestais inseridos em unidades de conservação. Área de amostragem Município Long.* Lat.* ESTAÇAO VERACEL EVC A Santa Cruz Cabrália 482975 8194533 ESTAÇAO VERACEL EVC B Santa Cruz Cabrália 485722 8197584 ESTAÇAO VERACEL EVC C Santa Cruz Cabrália 486092 8196738 ESTAÇAO VERACEL EVC D Santa Cruz Cabrália 483239 8193701 ESTAÇAO VERACEL EVC E Santa Cruz Cabrália 482964 8196172 PARNA PAU BRASIL Porto Seguro 472773 8175122 EST. GREGÓRIO BONDAR-CEPLAC Santa Cruz Cabrália 477305 8220482 INHAÍBA II Santa Cruz Cabrália 471121 8200537 JUERANA II Eunápolis 441563 8203867 LIBERDADE Belmonte 475324 8222081 LIBERDADE III – A Santa Cruz Cabrália 483124 8218476 LIBERDADE III – B Santa Cruz Cabrália 476742 8217089 PEQUIZEIRO Santa Cruz Cabrália 455321 8198785 PEROBA Santa Cruz Cabrália 471274 8209337 PEROBA II Santa Cruz Cabrália 468697 8201421 SUCUPIRA II Santa Cruz Cabrália 469844 8203104 Coleta de dados de formigas e estrutura de vegetação As amostragens da comunidade de formigas de serapilheira foram realizadas com o auxílio do extrator de Winkler, seguindo protocolo descrito em Bestelmeyer et al, 2000. A coleta de serapilheira foi feita em quadrados de 1 m2 x 1 m2, sendo coletadas 20 amostras distante pelo menos 20 m uma da outra. Após o tratamento inicial, estas amostras foram deixadas no extrator por 72 h. A localização dos locais de amostragens foram aleatórias e restritas a, no máximo, 50 metros da trilha sem cair sobre esta. O material coletado foi levado para o Laboratório de Mirmecologia (convênio UESC/CEPLAC) onde foi triado, montado e identificado. A nomenclatura dos Formicidae segue Bolton (1994, 2003). Uma coleção de referência, com espécimes de cada espécie e localidade amostradas, foi incorporada à coleção do Laboratório. Neste trabalho foram utilizados os resultados das duas etapas de coletas unificadas, de forma que cada área representa 40 amostras de 1m2 de serapilheira. 17 A vegetação foi analisada através do método de parcelas (MUELLER-DUMBOIS & ELLENBERG, 1974). Em cada sítio amostral foram demarcadas 15 parcelas retangulares de 10 x 20 metros, utilizando a trilha como base para a demarcação. Cada parcela foi alocada a 2m do centro da trilha, a 10m de distância umas das outras, dispostas ora em um lado, ora em outro da trilha. Dentro das parcelas foram registradas todas as plantas com diâmetros a altura do peito (dap), tomado a 1,30 m do solo, maior ou igual a 5 cm (cinco centímetros). Além disso, foram registrados o número de árvores mortas em pé com d.a.p.>=5. O número de tocos de árvores cortadas (cepas), também foi computado, porém em todo o trabalho foram achados apenas dois, dentro do PARNA Pau Brasil, e eram antigos. Desta forma, por ausência, estes dados foram eliminados da análise. Foi avaliada também a área amostrada das parcelas que estão sob clareiras. As clareiras são aqui definidas como aberturas na cobertura do dossel decorrentes da queda ou quebra de uma ou várias árvores, e cujos limites, para este trabalho, serão considerados como as projeções no solo, ou na cobertura remanescente, das árvores circunvizinhas (BrOKAW, 1982; TABARELLI & MANTOVANI, 1998; MARIANONETO, 2004). Foi registrada, em m², a área da parcela sob a clareira, e determinada a sua origem, se natural ou antrópica - decorrente do corte de árvores, porém não encontramos clareiras devidas ao corte seletivo nas áreas amostradas. Classificação e quantificação das variáveis de paisagem A partir de uma base de dados georreferenciada em formato vetorial (shapefile) interpretado a partir de imagens de satélite (Companhia VERACEL – dados disponibilizados), com a classificação de uso do solo e vegetação, foram realizados agrupamentos das categorias originalmente presentes em três tipologias gerais de remanescentes e uma de matriz, utilizando-se para tal o programa ArcMap - 9.2 (ESRI software). As categorias são: 1) Estágio avançado – EA, que inclui áreas nos estágios sucessionais mais tardios, como trechos de floresta primária e áreas exploradas com pouca intensidade e abandonadas há mais de 30 anos; 18 2) Estágio médio – EM, com áreas secundárias exploradas por extração de essências que mantém uma estrutura florestal de dossel baixo, mas denso e contínuo, e alta representatividade de espécies clímax pela presença de indivíduos jovens; 3) Estágio inicial – EI, que inclui áreas degradadas por corte raso no passado com predominância de espécies heliófilas e elementos pioneiros ou mesmo áreas de vegetação em solo arenoso com formações de estrutura e composição florística muito distintas de estágios mais avançados. A acuidade da classificação de vegetação foi verificada nos remanescentes estudados durante os períodos de coleta de dados biológicos e estudo florístico, realizados concomitantemente. Estas verificações foram baseadas em observações em campo e levaram em consideração o compartilhamento de características de riqueza e estrutura dos remanescentes, bem como histórico de exploração, inferidos pela idade de regeneração das estradas abandonadas e por quantidade e grau de decomposição de vestígios de tocos e toras de árvores cortadas. Para a elaboração dos Buffers foram incorporadas as coordenadas exatas do centro do transecto de cada uma das 16 áreas de amostragem. A partir destes pontos centrais foram traçados círculos concêntricos com raios em metros e foi feita a intersecção dos dados vetoriais inseridos em cada circunferência dos diferentes raios para calcular as áreas de todos os remanescentes nas categorias de vegetação (EA, EM, EI) em cada tamanho de buffer (300, 500, 800, 1000, 1500 m). Para o calculo do total de vegetação em cada buffer foi utilizado a ferramenta Hawths tools, ArcGIS 9.3 (ESRI, 2008) ANÁLISE DOS DADOS Para observar se houve suficiência amostral durante o estudo e demonstrar se o número de coletas foi representativo em relação à comunidade de formigas, foi construída uma curva de riqueza acumulada em função do número de registro de ocorrência (GOTELLI & COLWELL, 2001) a partir do número de espécies encontrada nas 40 amostras das 16 áreas. Através do uso do estimador CHAO 2, que é baseado na ocorrência, sendo influenciado pelas espécies que ocorrem em apenas uma amostra (únicas) e por aquelas que ocorrem em apenas duas amostras (duplicadas) (CHAO, 19 1987). Elaborada a partir do programa EstimateS (Statistical Estimation of Species Richness and Share Species from Samples), versão 7.5 (COLWELL, 1997). O índice de dominância de Berger-Parker (MAY, 1975) foi calculado a partir da freqüência observada da espécie mais abundante em cada área (número de amostras com presença da referida espécie), dividido pelo número total de observações naquela área. Para este cálculo, foi utilizada a freqüência de cada espécie (i.e., em quantos pontos do transecto ela foi encontrada) ao invés de sua abundância em cada fragmento. Esse método é recomendado no caso de insetos sociais porque assim é contado o número de colônias e não o número de indivíduos, para evitar a superestimação da abundância de espécies com colônias grandes (LEAL & LOPES 1992; LEAL et al. 1993; LEAL, 2002). Para verificar a existência ou não de correlação espacial entre as comunidades amostradas, foi primeiramente realizado um teste de Mantel (LEGENDRE; LEGENDRE, 1998). A princípio, através das coordenadas geográficas (UTM) de cada área, foi gerada uma matriz de distância euclidiana entre todas as combinações aos pares dos sítios amostrados. Posteriormente, foi gerada também com índice de Bray-Curtis outra matriz de dissimilaridade contendo a comparação aos pares da composição de espécies de formigas entre todas as áreas amostradas. Por fim, através da análise de Mantel, foi avaliado o grau de associação da distância euclidiana entre as áreas com a distância da composição de espécies entre estas áreas. A significância da associação entre estes parâmetros foi avaliada também através de 999 permutações utilizando o pacote estatístico Vegan utilizado para análises ecológicas (OKSANEN et al., 2007) do software livre R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012). Após análise de Mantel, uma db-MANOVA (Distance Based Multivariate Analysis of Variance; ANDERSON, 2001) foi realizada utilizando como variável resposta a matriz de espécies de formigas e como variável preditora as categorias de remanescentes florestais ( inseridos nas áreas de plantio de Eucalipto sp. nas Unidades de Conservação (UCs)). Esta análise foi realizada tanto com a matriz de abundâncias e de presença/ausência de espécies de formigas. Todas as db-MANOVA foram realizadas utilizando o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis e a significância dos resultados do 20 modelo foram avaliados através de 500 permutações. Essa análise foi feita para testar se há diferença significativa entre os dois tratamentos. A db-MANOVA permite o uso de índices de distâncias não euclidianas (não lineares) e não exige como premissa a normalidade multivariada dos dados, já que a significância dos resultados é avaliada através de permutações (ANDERSON, 2001). Para realização desta analise foi utilizado o pacote estatístico Vegan utilizado para análises ecológicas (OKSANEN et al., 2007) do software livre R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012). Para avaliar a associação entre os parâmetros de riqueza e a quantidade de floresta total nas diferentes escalas (300, 500, 800, 1000 m2), foi realizado um teste nãoparamétrico de correlação de Spearmann, conhecido também como análise de regressão de postos que pode ser utilizada para as variáveis medidas no nível ordinal. As análises estatísticas foram realizadas no software “PAST”, ver. 1.89 (HAMMER; HARPER; RYAN, 2001). Para avaliar as relações entre a composição de espécies de formigas dos sítios amostrados e a estrutura de vegetação e de paisagem (áreas dos diferentes estágios sucessionais) em diferentes escalas, utilizamos a análise de correspondência canônica CCA (FAYE et.al., 1997). A CCA é uma técnica de análise de gradiente direto baseada na CA, em que os eixos interpretativos são obtidos dentro do algoritmo interativo de ordenação usando um conjunto de variáveis ambientais. Na realidade, é uma ordenação que considera a restrição extra de que os eixos de ordenação sejam combinações lineares de variáveis ambientais (MANLY, 1994). E a significância dos resultados foram avaliados através, através do teste de Monte Carlo – 100 permutações (HOPE, 1968, citado por TER BRAAK, 1988), testando os eixos associados com as variáveis usando os autovalores como teste estatístico (SMITH, 1995). Está analise foi feita utilizando o software “PAST ”, ver. 1.89 (HAMMER; HARPER; RYAN, 2001). 21 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi identificado neste estudo um total de 272 morfoespécies/espécies de formigas distribuídas em 11 subfamílias, 29 tribos, 49 gêneros, listadas no Anexo 1. A subfamília com maior número de espécies foi Myrmicinae (n=173), seguida de Ponerinae (37) e Formicinae (28) (Figura 2). Essa é a seqüência que normalmente é observada em levantamentos de formigas na região Neotropical (ver, por exemplo, CONCEIÇÃO et al., 2006; MARTINS et al., 2006; SANTOS et al., 2006). Estes resultados refletem a diversidade geral dos diferentes grupos de formigas (HÖLLDOBLER & WILSON ,1990; BOLTON, 1994, 2003), mostrando que as amostras foram bastante representativas em relação à diversidade taxonômica dos diferentes grupos de formigas. O gênero representado pelo maior número de espécies foi Pheidole (n=38), grupo de formigas que apresenta a maior diversidade na Região Neotropical e que foi qualificado como megadiverso (WILSON, 2003) e é o gênero melhor representado em coletas de formigas de serapilheira de áreas florestadas (LEAL,2002; VASCONCELOS, 1999; BIEBER, et al. 2006). Este foi seguido por Hypoponera (n=14), Solenopsis (n=13), Pachycondyla (n=12) que são geralmente também os gêneros mais diversos no bioma Mata Atlântica (ver, por exemplo, DELABIE et al., 2007; SILVA et al., 2007). Figura 2. Distribuição de ocorrências das espécies (n) por subfamílias de Formicidae obtida nas coletas dos 16 sítios estudados do extremo Sul da Bahia. 22 O significativo número de espécies esporádicas e ocasionais comparado ao total de espécies encontradas vai ao encontro dos resultados de Ferreira (1986) e Lutinski & Garcia (2005) que argumentam que esta instabilidade pode estar relacionada com fatores ambientais e com a interferência antrópica, advertindo que espécies nesta condição podem vir a desaparecer devido a qualquer agravamento nos fatores bióticos ou abióticos locais. Neste trabalho a única espécie ameaçada de formiga registrada para o sul da Bahia, a formiga gigante do corredor central da Mata Atlântica, Dinoponera lucida Emery, foi localizada nas áreas de estudo, tanto em áreas de Unidade de Conservação, como em outros fragmentos florestais. Um dos mais importantes resultados do trabalho foi descoberta de vários espécimes (aproximadamente 80 indivíduos) de um novo gênero pertencente à subfamília Myrmicinae, batizada com o nome científico de Diaphoromyrma sofiae que está presente nas áreas Liberdade, Pequizeiro, Peroba II, Inhaiba II e EVC-E (FERNÁNDEZ et al 2009) Este dado evidencia a importância da manutenção de tais ambientes, pois no que se refere ao grupo de animal analisado, podem existir ainda espécies não descritas. O valor estimado obtido com a curva de acumulação médio foi de 310 espécies (Desvio padrão de 297 entre 324). Sendo assim a curva não está totalmente estabilizada, não atingindo a assíntota (Figura 3). Isto indica que o esforço amostral não foi suficiente para quantificar totalmente as comunidades locais e que existem muitas espécies a serem coletadas, sendo possível encontrar uma riqueza ainda maior nos fragmentos estudados. Entretanto segundo Santos et al. (2006), a não estabilização da curva do coletor para comunidades de formigas é evento comum e pode estar ligada à distribuição agregada das espécies, quanto também à raridade de várias espécies (LONGINO et al., 2002; LEPONCE et al., 2004). 23 Figura 2. Curva de acumulo de espécies de formigas de serrapilheira das 16 áreas de coleta, no extremo sul, Bahia. A linha preta é a riqueza esperada de acordo com o programa EstimateS (Statistical Estimation of Species Richness and Share Species from Samples), versão 7.5 (Colwell, 1997), com 999 aleatorizações. E as em cor cinza é o desvio padrão da média. Silva & Silvestre (2000) destacam que para grupos hiperdiversos como os das formigas normalmente são necessárias um grande esforço amostral para que a assíntota seja atingida. Vale ressaltar que os protocolos definidos para pesquisas sobre diversidade de formigas de serapilheira definem o número de 50 amostras como o ideal para obtermos uma curva de acumulação de espécies satisfatória. (ver DELABIE, 1999; BESTELMEYER et al., 2000; DELABIE et al., 2007). No entanto, para obtermos um inventário completo (número de espécies observado = estimado) das espécies de formigas da serapilheira de uma área de Mata Atlântica são necessárias até 500 amostras (ver DELABIE et al., 2000). O número de espécies encontrado para cada área, bem como o número de espécies encontrado apenas uma vez (singletons), apenas duas vezes (doubletons), a riqueza estimada com seu desvio padrão e o índice de diversidade encontrada estão apresentados na tabela 2. 24 Tabela 2: Número de espécies encontrado para cada área amostrada, bem como o número de espécies encontradas apenas uma vez (singletons), apenas duas vezes (doubletons), a riqueza estimada com seu desvio padrão e o índice de diversidade (Shannon) Riqueza observada Singletons Doubletons FRAGMENTOS FORA DAS UCS PEROBA PEROBA II SUCUPIRA II JUERANA PEQUIZEIRO LIBERDADE LIBERDADE III – A LIBERDADE III – B INHAIBA II FRAGMETOS INSERIDOS EM UCS EVC – A EVC – B EVC – C EVC – D EVC – E PAU BRASIL CEPLAC Riqueza estimada Índice de diversidade (Chao 2) DP Chao 2 Shannon 89 81 82 91 84 93 92 89 84 36 33 21 37 25 39 28 29 23 14 12 12 15 21 13 18 16 15 129,95 120,6 97,75 131,58 97,3 144,61 111,4 112,29 99,42 18,36 18,63 9,11 17,89 7,1 22,55 9,69 11,44 8,52 4,04 3,83 3,97 4 3,91 4,09 4,11 4,01 4 83 82 76 84 84 87 100 26 28 23 29 27 36 32 14 6 13 10 16 15 12 104,13 134,65 93,62 119,99 104,13 125,39 137,2 10,87 28,34 9,73 18,11 10,24 17,12 17,72 3,95 3,94 3,88 3,97 3,99 3,9 4,23 Os índices de diversidade (Tabela 2) não diferem grandemente dos encontrados para outras áreas de florestas da Bahia (ver p.ex. MARTINS et al., 2006), podendo ser um pouco maior (CONCEIÇÃO et al, 2006). A presença de grandes predadoras generalistas em todos os sítios, como as espécies de Odontomachus e Pachycondyla, geralmente exigentes quanto à estratificação vegetal como verificado em ambiente de Mata Atlântica (FOWLER & PESQUERO, 1996), indica um baixo estado de degradação dos ambientes amostrados. Outro detalhe é o fato dos gêneros Dorymyrmex, muito encontrado em áreas perturbadas e de baixa heterogeneidade ambiental (FOWLER & PESQUERO, 1996; SOARES et al., 2006; MATOS et al., 1994), não ser observado em nenhuma das áreas o que corrobora a semelhança entra a riqueza e os índices de diversidade encontrados. O índice de Dominância de Berger& Parker (Tabela 3), mostra quatro espécies que se apresentam como dominantes: Pyramica denticulata, Solenopsis sp02, Octostruma stenognatha e Wasmannia auropunctata, todas da subfamília Myrmicinae. Segundo Fowler et al. (1991), os mirmicíneos constituem um dos grupos de formigas mais 25 diversificados em relação aos hábitos de alimentação e de nidificação, apresentando elevada riqueza de espécies em ambientes Neotropicais e com mais de 55% das espécies no mundo (FERNÁNDEZ, 2003; SILVESTRE et al., 2003). Tabela 3: Índice de Dominância observado e espécie correspondente para cada área amostrada. Freqüência Freqüência Berger & SITIOS AMOSTRAIS Espécie dominante da espécie total Parker CEPLAC Pyramica denticulata 20 417 4,8 EVC –B Pyramica denticulata 36 381 9,4 EVC –D Pyramica denticulata 30 361 8,3 EVC-A Pyramica denticulata 29 370 7,8 EVC-C Solenopsis sp.02 26 317 8,2 EVC-E Octostruma stenognatha 29 364 7,9 JUERANA Wasmannia auropunctata 23 369 6,2 LIBERDADE Pyramica denticulata 23 391 5,8 PEQUIZEIRO Pyramica denticulata 34 380 8,9 PEROBA Solenopsis sp.02 22 352 6,2 PNPB Pyramica denticulata 36 395 9,1 SUCUPIRA II Solenopsis sp.02 29 412 7,0 PEROBA II Solenopsis sp.02 33 351 9,4 LIBERDADE III-B Pyramica denticulata 29 384 7,51 LIBERDADE III-A Solenopsis sp.02 21 359 5,8 INHAIBA II Solenopsis sp.02 27 407 6,69 Os valores encontrados para o índice de dominância de Berger-Parker, se apresentam menores dos que os encontrados em outros estudos de comunidades de formigas de serapilheira, conforme informado por Sofia Campiolo. Pyramica denticulata, espécie predadora especializada de Colêmbola (FOWLER et al., 1991) foi dominate em 50% das áreas amostradas. Essa espécie está entre as mais frequentes da Mata Atlântica (FEITOSA E RIBEIRO, 2005) e comum em remanescentes de Mata Atlântica do Sul da Bahia (CONCEIÇÃO et al. 2006). Espécies de outros gêneros que apareceram como dominantes (Solenopsis e Wasmannia) já foram relatadas também como dominantes em estudos feitos na serapilheira em área de Mata Atlântica conforme informado por Sofia Campiolo. Destaque para a Wasmannia auropunctata , também conhecida como “pixixica” (DELABIE, 1988), que é uma espécie de formiga invasora e aparece como dominante no sitio amostral de Juerana. Esta formiga é originária da América Central e do Sul (LE BRETON et al. 2004; HARRIS, et al. 2006), e já se instalou no oeste da África, na Flórida, em várias ilhas do Caribe e do Pacífico 26 (DELABIE, 1998), senso freqüentemente relacionada à degradação do habitat (RAMOS et al. 2001 ; DELABIE et al., 2007), que parece não é o caso aqui. A análise de correlação espacial (teste de Mantel) não revelou resultados significativos para abundância (r = - 0,3218; p = 0,26; 999 permutações) nem para presença/ausência (r = 0,276; p = 0,283; 999 permutações) das composição de espécies de formigas das 16 áreas amostradas, indicaram que houve independência espacial entre os sítios amostrais. A db-MANOVA mostrou diferença significativa para abundância (F = 1,547; R2 = 0,0995; p = 0,0098;500 permutações) e presença/ausência (F = 2,1204; R2 = 0,1315; p = 0,0004; 500 permutações) da assembléia das espécies de formigas entre os remanescentes florestais inseridos nas áreas de plantio de Eucalipto sp. e nas Unidades de Conservação. (Figura 3). A comparação entre os parâmetros da comunidade (Riqueza observada, índice Índice de diversidade Shannon e de dominância Berger-Parker), listados na tabela 1 e 3, e a quantidade de floresta total nas diferentes escalas (300,500,800,1000 m2), obteve um p> 0,05 para todas as escalas, exceto para o raio de 300 m2 (escala local). O teste de correlação de Spearmann (regressão de postos) identificou que há uma associação negativa (rspearmann = - 0,52 ; p = 0.039) entre a quantidade total de floresta e a riqueza total de espécies de formiga, na escala local (300 metros quadrados). 27 a f_uc uc 0.15 0.05 Coordinate 2 f_uc uc 0.1 f_uc uc f_uc f_uc f_uc 0 -0.05 f_uc uc uc f_uc -0.1 -0.15 f_uc uc -0.2 -0.25 uc -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 Coordinate 1 0.15 0.2 0.25 b f_uc 0.25 0.2 0.15 Coordinate 2 f_uc 0.1 uc uc 0.05 f_uc f_uc 0 f_uc f_uc f_uc -0.05 f_uc uc uc uc uc -0.1 f_uc -0.15 -0.2 -0.2 uc -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 Coordinate 1 0.15 0.2 0.25 Figura 3. Representação gráfica da db-MANOVA entre os remanescentes florestais amostrados, inseridos nas áreas de plantio de Eucalipto sp.(F_uc) e nas Unidades de Conservação (UC) do extremo Sul da Bahia. a) resultados da db-MANOVA para análise de abundância; b) resultados da db-MANOVA para análise de presença/ausência de espécies de formigas. 28 Verificando a configuração da paisagem dentro deste buffer (figura 4), foi constatado que este efeito negativo pode ser explicado pela heterogeneidade de ambiente encontrada nas outras áreas, o que poderia está levando a uma maior riqueza nestas áreas (ANDOW, 1991). Já se é de consenso teórico que a complexidade da vegetação (MACARTHUR & MACARTHUR, 1961) e as perturbações de diversas origens sofridas pelo ambiente (OSMAN, 1977; CONNELL, 1978) estão entre os fatores determinantes de diversidade de diversos ambientes. Muitos taxa, em especial vertebrados (TEW et al. 2004), tendem a alcançar sua maior diversidade em ambientes estruturalmente mais complexos, onde espécies com características diversas podem coexistir (AUGUST, 1983; SCHWARZKOPF & RYLANDS, 1989; JOHNS, 1991). Esse padrão, no entanto, parece ser real apenas em situações onde a divisão de recursos entre espécies com vistas à diminuição de competição se aplica, ou seja, a partição de recursos permite que um número maior de espécies coexista. Em comunidades de insetos que utilizam recursos efêmeros e espacial e temporalmente imprevisíveis (SALE, 1977),essa relação não parece ser obrigatória. Figura 4: Proporção dos diferentes estágios sucessionais dos 16 sítios de coletas de formigas no extremo Sul da Bahia no raio de 300 m2 (Matriz – predominantemente eucaliptal; Área EA - estágio avançado; Área EM - estágio médio; Área EI - estágio inicial). As áreas EVC A, EVC B, EVC C, EVC D, PAU BRASIL apresentam apenas estágio avançados no raio de 300m, já o sitio amostral da Ceplac (Estação Experimental Gregório Bondar), apesar de estar inserido em uma área protegida apresenta uma matriz 29 bastante diversificada, pois na mesma é desenvolvido um programa de diversificação de várias culturas, tais como: coco, banana, acerola, graviola, dendê, abacaxi, laranja , melancia e cacau, o que possivelmente explica seu valor mais alto na riqueza de espécie. Já nas outras áreas a matriz predominante é a monocultura de eucalipto, apresentando uma heterogeneidade de ambientes, favorecendo a substituição de espécies, tendência comum em áreas fragmentadas e isoladas, neste casos espécies exclusivamente encontradas no interior de florestas são substituídas por outras com maior flexibilidade na capacidade de ocupação de ambientes. Mesmo áreas com histórico de corte seletivo podem apresentar riqueza de espécies semelhantes a áreas de floresta primária. O resultado da CCA (analise correspondência canônica) avaliando as relações entre a composição de espécies de formigas dos sítios amostrados e a estrutura de vegetação não deu significativo. Verificando a relação entre a paisagem (estágios sucessionais) e a composição de espécies de formiga em diferentes escalas, apresentouse significativos apenas para o raio de 300 metros (escala local). Para a escala de 300 m, os dois primeiros eixos da analise de correspondência canônica revelaram dois padrões diferentes (Figura 5), sendo que o primeiro eixo explicou 54,54% (p= 0,03941 ; 99 permutações), da variação total dos dados e o segundo eixo explicou 45,19% (p= 0,009 ; 99 permutações). Todos os sítios inseridos em UCs, ficaram do lado direito, associados aos maiores valores de área estágio avançado. Indicando uma similaridade entre a composição de espécies destas áreas. No lado esquerdo da ordenação tivemos os sítios inseridos em matriz de eucalipto, associados ao estágio médio de regeneração. Exceto o sítio, Peroba II que apresentou uma composição mais diferente que os outros e mais associada ao estágio inicial. 0,8 Peroba_II300 30 EA 0,6 EI 0,4 EVC_B300 EVC_C300 EVC_D300 EVC_A300 CEPLAC300 Pau_Brasil300 Axis 2 0,2 0,0 Liberdade_III-B300 Inhaíba_II300 -0,2 EVC_E300 Pequizeiro300 Sucupira_II300 Juerana_II300 Liberdade_III-A300 -0,4 Peroba300 Liberdade300 -0,6 -0,8 -1,8 -1,5 -1,2 -0,9 -0,6 -0,3 EM 0,0 0,3 0,6 Axis 1 Figura 5: Diagrama de ordenação produzido pela análise de correspondência canônica para o raio de 300m, baseada na composição de espécies de formigas em 16 áreas de remanescentes florestais do extremo sul da Bahia. Os sítios estão representados pela nomeação correspondente e as variáveis ambientais, por vetores (EI – estágio inicial; EM= estágio médio; e EA= estágio avançado) O resultado da CCA avaliando as relações entre a composição de espécies de formigas dos sítios amostrados e a estrutura de paisagem (estágios sucessionais) em diferentes escala, excluindo as espécies, com freqüência de ocorrência de menos de 25% dos sítios amostrados (figura 6), apresenta também resultado significativo apenas para o raio de 300m (escala local). O eixo principal explica 68.81% da variação dos dados (p= 0.02, 99 permutações). em 0.48 0.32 SUCUPIRA_II 0.16 EVC_E EVC_D ea 0 Axis 2 EVC_B PAU_BRASIL EVC_C CEPLAC PEQUIZEIRO PEROBA LIBERDADE JUERANA_II EVC_A LIBERDADE_III_-_A INHAÍBA_II -0.16 -0.32 LIBERDADE_III_-_B -0.48 PEROBA_II -0.64 -0.8 ei -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 Axis 1 Figura 6: Diagrama de ordenação produzido pela análise de correspondência canônica para o raio de 300m, baseada na composição de espécies de formigas (com no mínimo 75% de freqüência de ocorrência) em 16 áreas de remanescentes florestais do extremo sul da Bahia. Os sítios estão representados pela nomeação correspondente e as variáveis ambientais, por vetores (EI – estágio inicial; EM= estágio médio; e EA= estágio avançado) 31 Observa-se que apenas o transecto EVC E se destaca como um pouco diferente em relação as demais áreas inseridas em UCs, isto pode acontecer em decorrência das características ambientais particulares presentes neste sitio amostral, já que o mesmo situa-se em uma área de mussununga arbórea, caracterizada pela presença de um solo franco arenoso superficial, apresentando em algumas áreas também impermeabilização e acumulo de água. De forma geral, os resultados corroboram a influência determinante da qualidade da vegetação sobre as respostas apresentadas pela composição das comunidades de formigas analisadas e como a composição da paisagem em diversas escalas espaciais ao redor das áreas amostradas influencia estas respostas. Quando tentamos separar os efeitos de distintos estágios de regeneração da vegetação apenas utilizando suas áreas totais, uma série de características que descrevem a paisagem é ignorada. Entretanto, deve-se considerar que outras medidas realizadas também estariam sujeitas à mesmas associações entre paisagens e variáveis. Em nosso caso, paisagens com predominância de estágios inicial e média são mais fragmentadas e mais complexas em relação à quantidade, arranjo espacial e características de conectividade / isolamento dos remanescentes. Neste estudo, ao utilizarmos as áreas totais de cada categoria de vegetação nos buffers, a própria discriminação entre categorias de vegetação já traz implícita informação descritiva das outras características de paisagem em cada subregião amostrada. Quanto maior a proporção de vegetação em estágios iniciais, maior deve ser a interferência de processos diretamente relacionados à estrutura da paisagem, como isolamento e forma dos remanescentes. Assim, deve haver uma sobreposição de explicação da variância entre estes dois tipos de informação, em função da provável correlação entre estas métricas de paisagem e o estágio sucessional predominante. Por outro lado, a utilização dos buffers nos permitiu padronizar paisagens para amostragem, uma vez que estas se apresentam distintas entre os grandes blocos de reserva e os remanescentes inseridos em meio à matriz de Eucalyptus e pasto. As comunidades de formigas estudadas responderam distintamente às classes de vegetação na paisagem circundante das áreas de amostragem nas escala local. Neste estudo, a influência da paisagem, ou ambiente circundante, foi considerada como proporcional à quantidade de floresta em distintos raios de distância do centro das transecções amostradas. Mesmo com alta correlação entre as variáveis ambientais em raios distintos, 32 houve alteração no padrão geral de descrição do ambiente pelos eixos do CCA nas maiores distâncias, o que se refletiu na forma como os modelos descrevem as relações da comunidade em diferentes distâncias. A presença de corredores de conexão são características importantes na manutenção de populações (METZGER, 1997; MARTENSEN, 2008) e também da riqueza de espécies em fragmentos (VIEIRA et al., 2009) em outras regiões de Mata Atlântica. Estas características da paisagem não foram quantificadas diretamente neste estudo, mas a configuração da região é particular: nenhum fragmento estudado é completamente isolado – ao contrário, todos exibem corredores com conexões regionais que extrapolam os limites estabelecidos pelos raios de amostragem. A grande diferença, e provavelmente fator limitante para o estabelecimento efetivo de conectividade para táxons florestais, é a qualidade da vegetação destes corredores. Outros fatores são que para as comunidades de formigas de serapilheira, os efeitos negativos da baixa temperatura (ANDERSEN, 2000), da alta pluviosidade (diária e acumulada), além dos efeitos positivos da alta umidade relativa do sub-bosque, influenciam diretamente as atividades de forrageio e nidificação (KASPARI & WEISER, 2000) e determinam as atividades fenológicas de muitas colônias (KASPARI, 2000; KASPARI et al., 2001). Alguns estudos (ANDERSEN, 2000; KASPARI, 2000; KASPARI &WEISER, 2000), afirmam que esses são parâmetros determinantes na estruturação de assembléias de formigas de serapilheira em florestas tropicais conjuntamente com o efeito positivo do aumento do volume de serapilheira (HÖEFER et al., 1996). Análises que incorporem parâmetros locais (e.g. variáveis descritivas de estrutura da vegetação) provavelmente terão ainda mais capacidade explicativa dos dados analisados neste estudo (CUNNINGHAM E JOHNSON 2006). O maior contraste entre as categorias de vegetação utilizadas neste estudo. Muitas das áreas estudadas e classificadas como estágio médio ou inicial apresentam graus variados de heterogeneidade na sua composição espacial, em função de distintos históricos de alteração pretérita. 33 CONCLUSÃO A riqueza de espécies é bastante semelhante entre as áreas, apesar das mudanças na composição. Isto indica uma provável substituição de espécies e até mesmo de grupos ecológicos ligados à ambientes específicos do interior de florestas estruturadas, por um conjunto mais generalista, capaz de colonizar ambientes alterados, e sobreviver às pressões antrópicas. No entanto, é importante lembrar que os dados aqui apresentados são um retrato da comunidade amostrada, mais estudos devem ser empreendidos com outras metodologias de coleta, para a determinação mais precisa dos padrões de distribuição e diversidade de espécies de formigas na região. De maneira geral com estudo podemos constatar que as comunidades de formigas estudadas responderam distintamente às classes de vegetação na paisagem circundante das áreas de amostragem na escala local (300m), sendo que, quanto menos homogêneo (menos floresta e maior presença de outros ambientes) maior a riqueza de espécies no remanescente. As áreas que foram perturbadas, mas que agora estão inseridas dentro de um programa de conservação têm graus muito variados de qualidade em relação à composição de suas comunidades. Porém, pela sua localização, tamanho, contexto de paisagem, são fundamentais para quaisquer planos de manutenção ou aumento da conectividade estrutural e funcional na região. Pelos dados disponíveis até o momento podemos considerar que todos os fragmentos estudados são de extrema importância para a conservação da fauna regional de formigas, pela grande complementaridade observada entre eles quanto à composição. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSEN, AN. 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Subfamília/espécie CEPLAC EVC A EVC B EVC C EVC D EVC E INHAÍBA II JUERANA II LIBERDADE LIBERDADE III - A III - B LIBERDADE PAU BRASIL PEQUIZEIRO PEROBA PEROBA II SUCUPIRA II AMBLYOPONINAE Amblyopone agostii 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 Amblyopone elongata 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Prionopelta antillana 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 Prionopelta sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0 Prionopelta sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 Azteca sp.01 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 Azteca sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Azteca sp.03 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Dolichoderus imitator 3 10 11 5 5 4 6 8 14 22 11 8 7 13 4 5 Linepithema humile (Mayr, 1866) 7 4 4 6 9 0 5 5 1 11 5 4 2 0 7 3 Linepithema sp.01 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Linepithema sp.02 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 CERAPACHYINAE Cerapachys splendens DOLICHODERINAE ECITONINAE Labidus coecus 44 ECTATOMMINAE Ectatomma edentatum (Roger, 1863) 10 2 0 1 2 0 1 3 1 0 4 0 0 0 0 0 Ectatomma permagnum (Forel, 1908) 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Ectatomma suzanae 0 0 0 0 0 0 4 0 3 0 0 0 2 0 0 1 Ectatomma tuberculatum 8 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 2 Gnamptogenys continua 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Gnamptogenys gracilis 0 0 0 1 0 0 1 0 5 0 0 0 5 2 3 0 Gnamptogenys horni 0 3 0 0 1 1 0 1 1 0 1 2 0 0 1 0 Gnamptogenys minuta 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 Gnamptogenys sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 1 1 0 1 0 0 Gnamptogenys sp.07 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Gnamptogenys sp.08 0 0 1 0 0 0 3 0 1 0 0 2 0 0 1 1 Gnamptogenys sp.09 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Gnamptogenys sp.10 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Gnamptogenys sp.11 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Gnamptogenys striatula 3 0 0 0 0 1 3 0 1 0 0 0 2 1 1 3 Typhlomyrmex pusillus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Typhlomyrmex sp.02 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Acropyga sp.01 7 0 0 2 13 2 0 0 0 5 2 4 11 0 0 0 Acropyga sp.02 0 0 18 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 5 2 0 Acropyga sp.03 0 0 1 3 0 3 9 0 0 0 0 11 0 1 0 0 Acropyga sp.04 0 25 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachymyrmex sp.01 0 0 0 0 0 0 0 13 0 0 0 0 4 0 3 0 Brachymyrmex sp.02 3 0 4 0 4 5 7 15 1 8 10 3 3 5 8 3 Brachymyrmex sp.03 2 1 1 0 0 4 3 0 7 1 4 4 0 7 1 4 FORMICINAE 45 Brachymyrmex sp.04 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 4 0 0 1 0 1 Brachymyrmex sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 Brachymyrmex sp.06 0 0 0 0 2 0 0 0 6 0 0 2 0 1 0 8 Brachymyrmex sp.07 2 2 0 1 0 0 0 0 10 1 0 2 0 0 0 0 Brachymyrmex sp.08 0 0 0 0 0 0 0 0 1 13 0 0 0 0 0 0 Brachymyrmex sp.09 0 0 0 0 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachymyrmex sp.10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Camponotus bidens 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Camponotus canescens 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Camponotus cingulatus (Mayr, 1862) 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 Camponotus godmani 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Camponotus myrmothrix sp 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Camponotus novogranadensis 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Camponotus punctulatus minutior Camponotus trapezoideus (Mayr, 1870) 0 0 0 0 0 1 0 1 2 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Paratrechina sp.01 6 13 17 8 8 6 10 3 9 6 11 12 18 13 4 8 Paratrechina sp.02 5 4 5 9 14 15 7 14 6 14 1 2 2 1 4 7 Paratrechina sp.03 1 4 0 0 0 1 4 3 0 0 0 4 0 17 0 0 Paratrechina sp.04 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 Paratrechina sp.05 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 Paratrechina sp.06 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 1 1 0 0 0 0 0 1 3 1 3 0 0 2 0 Acanthognathus sp.01 0 1 0 0 0 3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Acromyrmex sp.01 3 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 HETEROPONERINAE Heteroponera mayri MYRMICINAE 46 Acromyrmex coronatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Apterostigma auriculatum 4 2 6 0 1 0 4 0 1 4 6 1 1 1 2 3 Apterostigma ierense 1 0 4 0 1 0 1 1 0 2 2 0 4 0 1 0 Apterostigma sp complexo pilosum 4 6 3 0 5 5 7 7 9 4 1 3 8 1 0 5 Apterostigma sp prox. epinotalis 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Apterostigma sp prox. venusta 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Apterostigma sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 1 1 0 0 0 Apterostigma sp.04 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 4 0 Apterostigma sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Apterostigma sp.06 0 0 0 0 0 0 2 5 0 0 0 0 0 4 2 0 Apterostigma sp.09 1 3 0 0 0 1 0 0 0 0 0 5 0 0 0 1 Apterostigma sp.10 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Carebara brasiliana 0 1 0 4 1 2 2 1 0 0 3 0 4 2 0 0 Carebara panamensis 5 0 2 0 2 5 0 0 0 5 3 0 0 2 1 1 Carebara urichi 1 4 6 1 4 3 4 1 1 0 3 3 3 1 2 2 Cephalotes opacus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 Cephalotes sp.01 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Cephalotes sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Crematogaster sp.01 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 3 0 0 0 Crematogaster sp.02 0 0 0 0 0 0 0 1 6 0 0 0 1 7 0 0 Crematogaster sp.03 2 0 0 1 3 1 5 0 4 9 3 0 1 0 4 1 Crematogaster sp.04 3 1 0 0 0 6 10 3 3 0 6 5 0 0 11 12 Crematogaster sp.05 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 Crematogaster sp.06 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Crematogaster sp.07 1 0 3 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Crematogaster sp.08 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Crematogaster sp.09 1 0 7 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 Crematogaster sp.10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 47 Crypthomyrmex longinodus 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Cyphomyrmex peltatus (Kempf, 1965) 2 6 5 2 2 4 7 5 0 0 4 14 3 5 0 2 Cyphomyrmex rimosus 4 7 15 7 6 8 5 12 9 4 12 10 10 7 8 9 Cyphomyrmex sp.04 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 2 Cyphomyrmex sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 Cyphomyrmex sp.06 0 0 0 0 0 0 0 2 4 0 0 0 0 1 0 0 Cyphomyrmex sp.07 0 0 0 0 4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Cyphomyrmex sp.08 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cyphomyrmex sp.09 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cyphomyrmex sp.10 Diaphoromyrma sofiae (Fernández, Delabie & do Nascimento, 2009) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 0 1 0 0 0 2 0 1 10 Eurhopalothrix sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 Hylomyrma balzani (Emery, 1894) 1 5 5 4 1 0 0 2 1 6 6 12 0 0 0 4 Hylomyrma immanis 13 7 3 4 6 9 1 0 6 3 3 5 1 7 3 8 Hylomyrma sagax 18 0 0 0 0 2 2 0 2 1 1 0 2 1 1 0 Megalomyrmex drifti 4 5 3 1 0 1 0 0 0 0 0 2 0 1 0 0 Megalomyrmex goeldii 1 3 0 0 0 2 3 2 1 2 0 5 1 2 0 2 Megalomyrmex sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 Mycocepurus goeldii 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 2 0 0 0 0 3 Myrmicocrypta sp.01 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Myrmicocrypta sp.02 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2 0 Myrmicocrypta sp.03 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 Nesomyrmex sp.01 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Octostruma jheringhi (Emery, 1887) 0 2 0 2 3 1 1 2 2 1 2 0 0 0 0 0 Octostruma petiolata 1 0 1 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Octostruma sp.02 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 8 0 4 0 0 0 Octostruma sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 4 1 0 0 0 6 9 0 Octostruma sp.04 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 48 Octostruma sp.06 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 Octostruma sp.07 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Octostruma sp.08 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Octostruma stenognatha 13 6 5 19 17 29 19 0 10 13 14 20 8 0 20 22 Pheidole sp.01 12 4 6 4 6 2 7 2 9 5 7 1 2 9 8 4 Pheidole sp.02 9 13 10 7 15 21 20 17 12 11 19 16 17 14 8 15 Pheidole sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 Pheidole sp.04 0 5 0 1 0 0 5 1 12 2 4 2 12 4 2 8 Pheidole sp.05 15 10 8 17 13 9 14 7 4 12 15 16 17 10 7 10 Pheidole sp.06 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Pheidole sp.07 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 Pheidole sp.08 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 10 0 Pheidole sp.09 0 4 0 0 0 0 4 0 3 0 0 0 0 2 4 0 Pheidole sp.10 2 0 6 1 4 3 0 0 0 1 1 1 0 2 5 3 Pheidole sp.11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Pheidole sp.12 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 Pheidole sp.13 6 0 10 3 0 7 0 0 0 0 0 8 0 7 0 0 Pheidole sp.14 4 1 1 3 0 2 0 1 0 2 2 1 0 2 0 0 Pheidole sp.15 0 0 0 0 4 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.16 1 9 4 0 1 0 1 3 0 6 4 0 0 0 1 7 Pheidole sp.17 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 Pheidole sp.18 0 0 0 2 0 1 0 3 1 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.19 0 1 0 0 0 6 0 0 2 4 0 0 2 1 0 0 Pheidole sp.20 0 2 0 6 4 2 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.21 1 0 4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.22 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.23 0 0 0 4 0 0 4 0 0 8 2 3 0 0 1 1 Pheidole sp.24 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 49 Pheidole sp.25 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pheidole sp.26 3 2 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 4 0 0 Pheidole sp.27 0 0 4 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Pheidole sp.28 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.29 0 0 3 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.30 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.31 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.32 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Pheidole sp.33 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.34 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.35 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Pheidole sp.36 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Pheidole sp.38 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Pyramica denticulata (Mayr, 1887) 20 29 36 26 30 16 22 11 15 23 29 36 34 21 32 22 Pyramica rugithorax 5 3 9 0 1 1 2 0 1 2 3 2 0 0 0 3 Pyramica schulzi 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 4 0 5 Pyramica sp.02 0 0 1 0 0 2 2 1 0 1 0 0 5 0 0 2 Pyramica sp.03 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Pyramica sp.04 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Pyramica sp.07 0 0 4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pyramica sp.08 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Pyramica sp.09 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Pyramica sp.10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Pyramica subedentata 5 1 3 4 10 0 0 1 4 10 1 0 4 3 0 3 Rhopalothrix sp.01 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 Rhopalothrix sp.02 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Rhopalothrix sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 50 Rhopalothrix sp.04 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Rogeria sp.01 1 2 1 0 0 0 3 0 2 2 0 0 0 0 1 1 Rogeria sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 Rogeria sp.03 0 1 0 0 0 5 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 Rogeria sp.04 10 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Rogeria sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Rogeria sp.06 0 0 0 0 2 7 2 0 2 0 1 1 0 0 0 0 Rogeria sp.07 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 Rogeria sp.08 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Rogeria sp.09 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 Sericomyrmex bondari 2 0 1 0 4 0 0 2 1 0 0 1 2 1 1 4 Sericomyrmex sp.01 4 2 3 1 1 3 2 2 2 3 2 2 1 3 2 4 Sericomyrmex sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 Sericomyrmex sp.03 1 1 1 1 0 1 11 0 1 2 0 1 2 0 0 3 Sericomyrmex sp.04 1 0 0 3 0 0 8 1 0 2 13 0 0 0 0 0 Sericomyrmex sp.05 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Sericomyrmex sp.06 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Solenopsis globularia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Solenopsis gp. globularia sp.02 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Solenopsis sp.01 0 2 0 2 2 8 0 5 0 4 2 2 3 4 0 2 Solenopsis sp.02 13 22 22 26 23 15 27 21 21 15 27 20 21 22 33 29 Solenopsis sp.03 0 0 0 0 1 0 0 1 7 0 0 0 2 0 0 0 Solenopsis sp.04 2 2 4 5 2 5 0 8 5 2 6 0 3 4 15 4 Solenopsis sp.05 1 4 4 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 Solenopsis sp.07 5 0 2 8 8 0 1 0 0 0 1 8 1 0 3 2 Solenopsis sp.08 0 0 0 2 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Solenopsis sp.09 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Solenopsis sp.10 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 51 Solenopsis virulens 5 7 2 8 1 8 8 8 0 5 0 9 0 0 2 20 Stegomyrmex vizottoi 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 Strumigenys elongata 8 6 5 3 2 5 17 22 4 4 10 15 5 12 8 14 Strumigenys perpava 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Strumigenys sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 7 0 Strumigenys sp.03 0 0 0 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Strumigenys sp.04 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Strumigenys sp.05 4 0 0 0 4 6 1 0 1 2 0 2 2 0 1 1 Strumigenys sp.06 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 Strumigenys sp.08 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Strumigenys sp.09 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 Strumigenys sp.10 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Strumigenys sp.11 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Tetramorium sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Trachymyrmex cornetzi 3 1 1 5 1 4 3 6 3 2 6 3 1 4 1 2 Trachymyrmex relictus 0 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Trachymyrmex sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 1 Trachymyrmex sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Trachymyrmex sp.05 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Trachymyrmex sp.06 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Trachymyrmex sp.07 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Trachymyrmex sp.08 Wasmannia auropunctata (Roger, 1863) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 5 3 3 3 4 13 2 23 4 4 6 5 2 10 7 10 Wasmannia sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Wasmannia sp.02 1 0 4 1 5 0 2 0 1 0 0 2 2 0 2 0 Wasmannia sp.03 4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 Wasmannia sp.04 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Wasmannia sp.05 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 52 Wasmannia sp.06 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Anochetus mayri 5 5 9 0 0 0 5 2 8 5 9 12 8 7 0 9 Anochetus oriens 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Anochetus simoni 3 1 3 3 3 0 3 0 6 3 2 1 0 3 0 1 Anochetus sp.03 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Anochetus sp.04 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypoponera foreli (Mayr, 1887) Hypoponera distinguenda (Emery,1890) 5 6 10 10 4 0 9 23 25 7 11 3 6 13 5 9 3 2 1 3 0 4 4 4 0 0 1 1 0 1 0 2 Hypoponera sp.01 5 1 0 1 9 0 2 3 5 7 4 2 1 9 6 4 Hypoponera sp.04 8 24 19 11 10 2 19 10 1 4 6 20 28 0 2 8 Hypoponera sp.07 2 1 0 0 0 0 0 1 0 3 1 1 0 0 0 0 Hypoponera sp.08 10 0 1 5 8 2 0 0 0 4 3 7 4 3 0 0 Hypoponera sp.09 5 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2 Hypoponera sp.10 0 0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Hypoponera sp.11 1 1 0 0 0 14 0 0 0 9 3 0 0 0 0 12 Hypoponera sp.12 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 Hypoponera sp.13 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypoponera sp.14 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Hypoponera trigona 4 3 1 5 0 8 0 1 3 9 3 1 6 2 3 5 Leptogenys sp.01 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Leptogenys sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Odontomachus haematodus 1 3 1 2 4 1 4 4 2 2 2 1 4 2 6 0 Odontomachus meinerti 5 6 7 4 8 3 10 5 13 3 5 8 17 6 12 15 Pachycondyla apicalis 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pachycondyla arhuaca 1 2 2 0 0 1 0 0 0 2 1 0 0 0 0 1 Pachycondyla bucki 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 PONERINAE 53 Pachycondyla constricta 2 5 1 0 3 5 5 3 1 5 4 1 0 1 0 1 Pachycondyla crassinoda Pachycondyla ferruginea (Fr. Smith, 1858) Pachycondyla harpax (Fabricius, 1804) 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 6 5 4 2 3 5 2 3 5 1 3 2 3 4 9 5 Pachycondyla impressa 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Pachycondyla sp prox. magnifica 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pachycondyla sp prox. venusta 3 14 10 14 5 5 7 6 6 10 3 9 8 5 1 4 Pachycondyla unidentata 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pachycondyla venusta 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 3 Thaumatomyrmex contumax 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Thaumatomyrmex sp.01 1 2 0 0 2 3 0 1 0 1 1 0 1 2 0 5 Thaumatomyrmex sp.02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 2 0 1 6 4 1 5 5 0 2 2 2 2 Pseudomyrmex sp.01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Pseudomyrmex sp.03 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Pseudomyrmex termitarius 0 1 0 0 0 0 2 2 0 1 1 0 0 1 0 0 417 370 381 317 361 364 407 369 359 391 384 395 380 352 351 412 PROCERATIINAE Discothyrea sexarticulata PSEUDOMYRMECINAE Total geral