Guitarra
Vista frontal e vista lateral de uma guitarra.
O nome guitarra refere-se a uma série de instrumentos de cordas beliscadas, que
possuem geralmente de 4 a 12 cordas tensionadas ao longo do instrumento e possuem
um corpo com formato aproximado de um 8 (embora também existam em diversos
outros formatos), além de um braço, sobre o qual as cordas passam, permitindo ao
executante controlar a altura da nota produzida. Existem versões acústicas, que possuem
caixa de ressonância e elétricas, que podem ou não possuir caixa de ressonância, mas
utilizam captadores e amplificadores para aumentar a intensidade sonora do
instrumento.
As guitarras, bem como a maior parte dos instrumentos de cordas são construídas pelo
luthier. O músico que a executa é chamado guitarrista .
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Desambiguações
Segundo os músicos e musicólogos, o termo correto para este instrumento seria
“guitarra” (em consonância com outras línguas), provavelmente com origem remota na
palavra grega kitara. Mas na língua portuguesa, o uso é completamente diverso.
No Brasil
O termo “guitarra” refere-se exclusivamente à guitarra elétrica e a palavra “violão” é
usada para se referir tanto à guitarra clássica, como a guitarra acústica, esta segunda
com cordas de nylon ou mesmo com cordas de aço, como no caso do violão folk, ou
como num violão ovation.
Em Cabo Verde
A guitarra clássica também é chamada de “violão”. Essa designação era comum em
Portugal até início do século XX.
A viola
Acredita-se que o nome "violão" derive diretamente do termo “violino”, que designa
vários instrumentos portugueses, da qual a viola caipira brasileira é uma evolução.
Embora possua várias diferenças de timbre e de número de cordas, a viola é muito
semelhante em formato à guitarra, apenas menor. É compreensível que, para um leigo,
uma guitarra seja apenas uma viola grande. Assim, apesar de referir-se ao mesmo
instrumento que a guitarra, a origem linguística do nome “violão” foi o termo “viola”,
acrescido do sufixo de aumentativo “—ão”.
Em Portugal
O termo mais comum usado actualmente é guitarra, tanto para as acústicas como para as
eléctricas. Ainda assim, o termo "viola" ainda é usado, embora incorrectamente. As
mais antigas guitarras ganharam nomes específicos conforme cada caso.
Terminologia genérica
Família das guitarras
O termo “guitarra” também é utilizado para se referir a famílias de instrumentos com
algumas similaridedes, embora nem sempre com a mesma acepção. Para alguns autores,
a família das guitarras engloba qualquer cordofone com braço e caixa de ressonância
cujas cordas são beliscadas. Isso inclui instrumentos tais como:
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O alaúde,
A balalaica,
O bandolim,
O banjo,
A guitarra portuguesa,
O siamise,
O sitar,
O vina, etc.
Instrumentos de cordas beliscadas
Mas outros autores apenas consideram como família das guitarras os instrumentos de
cordas beliscadas que têm a caixa em forma de “8”. Isso inclui instrumentos tais como:
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O cavaquinho,
O charango,
O cuatro,
e os tres da América Latina,
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O ukulele,
A viola caipira e
As violas portuguesas.
Origens e desenvolvimento
Um alaúde mourisco, com seis pares de cordas.
Instrumentos similares aos que hoje chamamos de guitarras existem ao menos há 5 mil
anos. A guitarra parece derivar de outros instrumentos existentes anteriormente na Ásia
Central. Instrumentos muito similares à guitarra aparecem em antigos alto-relevos e
estátuas descobertas em Susa, na Pérsia (atualmente no Irã).
A guitarra, em forma muito próxima à guitarra acústica atual, foi introduzida na
Espanha no Século IX, mas não se conhece com precisão toda a história deste
instrumento. No entanto há duas hipóteses mais prováveis para a introdução da guitarra
no ocidente.
A primeira hipótese é que a guitarra seria derivada da chamada khetara grega, que com
o domínio do Império Romano passou a se chamar cítara romana, e era também
denominada de fidícula. Teria chegado à Península Ibérica por volta do Século I com os
romanos. Esse instrumento se assemelhava à lira e posteriormente foram acontecendo as
seguintes transformações: os seus braços dispostos da forma da lira foram se unindo,
formando uma caixa acústica, à qual foi acrescentado um braço de três cravelhas e três
cordas, e a esse braço foram feitas divisões transversais (trastes).
A segunda hipótese é de que este instrumento seria derivado do antigo alaúde árabe,
nome originado da palavra al ud, (a madeira), e que teria sido levado para a Península
Ibérica através das invasões muçulmanas. O alaúde árabe que penetrou na península
nessa época foi um instrumento que se adaptou perfeitamente às atividades culturais e,
em pouco tempo, fazia parte das atividades da corte.
Outra hipótese é de que foram aplicadas as técnicas do alaúde (cordas beliscadas,
número de cordas, afinação, etc.) a instrumentos de corda friccionada (nessa altura
chamadas “violas”). Isso explicaria o fato de em espanhol ter havido a distinção entre
vihuela de arco (viola tocada com um arco) e vihuela de mano (viola tocada com a
mão).
Origem do nome
A palavra guitarra em português, se origina do espanhol guitarra e é utilizada, com
pequenas variações, na maior parte das línguas modernas (guitar em inglês, guitare em
francês, Gitarre em alemão, chitarra em italiano, entre outras). Acredita-se que o nome
se origine do termo grego khetara ou khitara (que também originou o nome cítara).
Pesquisas linguísticas levam a crer que guitarra pode derivar-se de duas raízes indoeuropéias também presentes no nome grego: guit-, similar ao sânscrito sangeet, que
significa "música", e -tar, uma raiz presente em várias línguas, que significa "corda" ou
"acorde". O alaúde iraniano tradicional chama-se tar em língua persa, o que colabora
esta versão. O tar existe há milhares de anos e pode ser encontrado em versões de 2, 3,
5, 6 , 7, , 8, 9 e 12 cordas.
A palavra guitarra também pode ser derivada do termo persa qitara, que dá nome para
vários membros da família dos alaúdes. O nome guitarra teria, assim, sido introduzido
pelos mouros durante as invasões muçulmanas no século X.
Na maior parte dos países de língua portuguesa, o termo guitarra pode se referir a
qualquer das variedades do instrumento, seja elétrica ou acústica. No Brasil e em Cabo
Verde existe a designação violão para o instrumento acústico com cordas de nylon. É
provável que o nome violão tenha surgido devido à semelhança com as violas no
formato do corpo. Como a então guitarra era maior, passou a ser chamada popularmente
de “violão” (como aumentativo de “viola”). Aos poucos o nome se consagrou no Brasil,
e o termo guitarra foi quase totalmente substituído. Apenas no século XX o nome
guitarra retornou ao vocabulário corrente dos brasileiros, mas apenas para designar a
versão eletrificada.
Desenvolvimentos posteriores
A guitarrista de Jan Vermeer van Delft (antes de 1670).
A vihuela espanhola parece ser um instrumento intermediário entre o alaúde e a guitarra
moderna, pois possui uma afinação semelhante ao alaúde, mas o corpo já tinha o
formato em 8 semelhante, sendo menor, que as guitarras atuais. No entanto não é certo
se esta é mesmo uma forma de transição ou apenas um instrumento que combina
características dos dois instrumentos. Em favor da segunda hipótese, argumenta-se que
a remodelagem da vihuela para se tornar parecida com a guitarra foi uma forma de
diferenciar visualmente o instrumento ocidental do alaúde árabe associado aos
invasores[carece de fontes?]. Esta variedade sofreu alterações em Portugal e deu origem às
violas modernas.
Durante vários séculos de história a guitarra acústica ganhou diversas variedades. Há
grandes variações em todas as características dos instrumentos: o tamanho e o formato
da caixa de ressonância, o formato e a quantidade de aberturas frontais, o comprimento
do braço, a quantidade das cordas, a extensão e a forma de afinação. Certas variedades
se desenvolveram separadamente e se tornaram instrumentos específicos.
Além disso há algumas variedades que são freqüentemente associadas ao género
musical em que são usadas, como as guitarras de blues, folk, jazz e a guitarra clássica.
Embora sejam fundamentalmente o mesmo instrumento, a variedade utilizada no
flamenco, por exemplo, é diferente daquela utilizada na música clássica.
Segundo Paco de Lucía, o inventor da guitarra tal como a conhecemos se chama Zyryab.
Nascido em Bagdá, ele viveu no fim do século VIII na corte de Córdoba. Ele introduziu
uma quinta corda ao 'ud árabe e fundou uma escola de música que exerceu influência
considerável sobre a música árabe-andaluz.
Foi Antonio de Torres, um luthier espanhol do século XIX que deu à guitarra a forma e
as dimensões da guitarra clássica atual, a partir do qual, diversas outras variedades
surgiram no século XX (como a guitarra de jazz, a guitarra folk e a elétrica).
A guitarra elétrica surgiu, independentemente, pela mão de diversas pessoas nos anos
30. Inicialmente a eletrificação consistia em usar o próprio instrumento acústico com
um microfone de voz dentro de sua caixa de ressonância. Mais tarde esse microfone foi
substituído pelo microfone de contato chamado captador ou, em inglês pickup.
Por nem sempre ser necessária uma caixa de ressonância acústica numa guitarra
eléctrica, surgiram as primeiras guitarras maciças (Fender Stratocaster e Gibson Les
Paul) nas décadas de 1950 e 60. As cordas passaram a ser metálicas e captadores
magnéticos de indução começaram a ser utilizados.
Estrutura da guitarra
Toda guitarra, elétrica ou acústica, é composta basicamente das mesmas partes. A
principal diferença entre elas está no corpo. As figuras abaixo mostram uma guitarra
elétrica e uma acústica, com suas partes indicadas. A construção do baixo é semelhante
à da guitarra elétrica. Para informações adicionais, consulte os artigos de cada uma das
partes. Para as diferenças construtivas, consulte os artigos de cada variedade de guitarra.
1. Mão ou paleta
ou cabeça
2. Pestana
3. Tarrachas ou
cravelhas
4. Trastes
5. Tirante ou
Tensor
6. Marcação
7. Braço
8. Tróculo (Junta
do braço)
9. Corpo
10. Captadores
11. Potenciometros
12. Cavalete (ou
ponte)
13. Protetor de
tampo (ou
escudo)
14. Fundo
15. Tampo
16. Lateral ou faixas
17. Abertura ou
boca
18. Cordas
19. Rastilho
20. Escala
Braço
O braço da guitarra é composto basicamente de uma barra maciça e rígida de madeira
fixada ao corpo. A madeira utilizada normalmente é de um tipo diferente da utilizada no
corpo. Madeiras de grande resistência à tração são preferíveis e uma das mais utilizadas
é o mogno. É responsável pela fixação de uma das extremidades das cordas e também
para permitir a execução das notas através da variação do comprimento das cordas.
Fazem parte do braço: a “mão”, a pestana, a escala, os trastes e alguns elementos
decorativos (geralmente de madrepérola, marfim ou ébano) utilizados na marcação.
Em guitarras acústicas e semi-acústicas, o braço é colado ao corpo. O tróculo é a
extremidade mais larga do braço usada para fixá-lo ao corpo e dar rigidez mecânica à
montagem. Em geral o tróculo é entalhado na mesma peça do braço, mas também pode
ser uma parte separada e colada ao braço e ao corpo. Em guitarras elétricas, o braço
pode ser fixado ao corpo por parafusos. Em alguns casos, um tirante é utilizado para se
opor à curvatura provocada pela tensão das cordas. A fixação do braço é crítica para a
afinação do instrumento, pois a variação no ângulo do braço em relação ao corpo pode
provocar variações na altura das notas. Embora indesejável na guitarra clássica, este
efeito pode ser usado propositadamente para obter certas inflexões na altura (bends),
sobretudo no blues.
Cabeça e tarrachas
A cabeça de uma guitarra elétrica com seis tarrachas em linha.
A cabeça ou paleta é responsável pela fixação das tarrachas, usadas para afinar o
instrumento. A cabeça é fixada na extremidade do braço formando um pequeno ângulo
para facilitar o posicionamento das cordas sobre a pestana. Em geral é feita da mesma
madeira do braço e entalhada com diversos motivos decorativos. A tarracha é um
mecanismo composto de um eixo sobre o qual a corda é enrolada e uma engrenagem
que permite girá-lo com os dedos até obter a tensão correta de cada corda. As
engrenagens garantem uma relação de forças tal que impeça o afrouxamento das cordas
durante a execução. Na maior parte das guitarras há três tarrachas de cada lado da
cabeça. Em algumas guitarras elétricas é utilizada a configuração de seis cravelhas em
linha em um dos lados da cabeça. Outras configurações são possíveis, como 4+2, 4+3
em violões de 7 cordas. 6+6 em guitarras de 12 cordas e 2+2 ou 4 em linha para baixos
e outros instrumentos de quatro cordas.
Pestana
A pestana é uma pequena barra de osso, plástico ou madrepérola, fixada entre o início
do braço e a cabeça. Possui um pequeno sulco entalhado para a passagem de cada corda.
Isso permite o posicionamento correto das cordas. A pestana serve para apoiar as cordas
na extremidade do braço. É o ponto de origem do comprimento das cordas e muitos o
consideram como o traste zero. Hoje, em alguns modelos de guitarras elétricas, há
pestanas especiais que possuem travas, como parafusos, que impedem que o
instrumento seja desafinado na execução de alavancadas (vibratos artificiais).
Escala
Dois exemplos de escalas, com os trastes e as marcas incrustradas.
Feita de uma madeira diferente do resto do braço, como ébano, a escala é a parte do
instrumento onde as cordas são apoiadas quando o músico quer dividir a corda. É sobre
a escala que os trastes são montados. Além disso possui várias marcas em forma de
círculo, losangos ou triângulos, incrustradas por marchetaria. As marcas são geralmente
de madrepérola, marfim ou ébano. Em alguns casos são simplesmente pintadas e
servem para ajudar o músico a identificar as casas na escala. Geralmente é usada uma
marca na 3ª, 5ª, 7ª, 9ª,12ª, 15ª, 17ª, 19ª,21ª e 24ª casas e duas marcas na 12ª, às vezes na
7ª e na 24ª (quando existente) casas. Em algumas guitarras elétricas estas marcas podem
ser luminosas, com LEDs ou fibras ópticas.
Alavanca
Parte da guitarra usada para efetuar um efeito chamado vibrato. Este efeito consiste em
alterar a altura das notas de forma que elas transpacem a ideia de uma onda fluindo.
Este efeito é muito utilizado em alguns ritmo agitados, porém é principalmente usado
em ritmo de rock.
Trastes
Os trastes ou trastos são pequenas barras (geralmente alpaca ou ligas de níquel)
montadas sobre a escala e que definem os pontos exatos em que a corda deve ser
dividida para obter cada uma das notas. Quando o músico encosta o dedo sobre uma
corda ela pousa sobre a escala e fica apoiada sobre o traste. O comprimento vibrante da
corda passa a ser aquele entre o traste e o rastilho.
Os trastes são montados nos instrumentos modernos para permitir que as guitarras
tenham temperamento igual. Consequentemente a razão entre as distâncias de dois
trastes consecutivos é
, cujo valor numérico é aproximadamente 1,059463. Como
essa razão é aplicada sucessivamente a cada intervalo, isso explica porque as casas
próximas à pestana são mais largas que aquelas próximas ao corpo do instrumento. O
12º traste divide a corda exatamente na metade e o 24º (se existente) divide a corda em
um quarto do comprimento total (entre a pestana e o rastilho). Cada doze trastes
representam um intervalo de exatamente uma oitava.
A distância entre o rastilho e o nésimo traste, ou seja o comprimento vibrante da corda
quando a corda pousa sobre o traste n é dada pela fórmula:
onde d é o diapasão da corda (comprimento total da corda entre o rastilho e a pestana).
Corpo
Guitarra acústica
Na guitarra acústica e também em algumas variedades semi-acústicas, o corpo tem as
funções de caixa de ressonância e de fixação das cordas. O corpo é uma caixa oca feita
de diversas madeiras. Geralmente tem uma abertura (chamada boca) na parte superior,
necessária para amplificar o som das cordas e permitir a vibração do ar. Abaixo da boca
é colado o cavalete, usado para fixar as cordas ao corpo. O cavalete possui furos para a
fixação das cordas. Sobre o cavalete, é montado o rastilho, uma barra de madrepérola,
osso ou plástico que serve para distanciar as cordas do corpo e da escala. Nas guitarras
de flamenco, usadas no flamenco, um protetor de tampo é montado na parte do tampo
abaixo da boca para que o músico possa realizar sons percussivos com os dedos.
Diversos elementos decorativos estão presentes no corpo, tais como mosaicos ou frisos
de cores diferentes. Alguns instrumentos populares podem ainda ser pintados em
diversas cores.
Guitarra elétrica
Na guitarra elétrica e no baixo, o corpo é uma peça maciça de madeira, geralmente
maciça ou nos modelos mais populares, madeira laminada, pois isso produz
instrumentos leves e muito rígidos, além de terem melhor sonoridade. As madeiras
brasileiras mais comuns são o cedro, mogno, marfim, caxeta ou freixo. Em outros países
são empregadas madeiras como ash, alder, basswood, jacarandá, ébano ou bordo entre
outras. Em geral estes instrumentos são revestidos por finas lâminas de madeiras mais
nobres ou pintados, muitas vezes com motivos bastante elaborados e multicoloridos. O
corpo é geralmente entalhado ou escavado para permitir a montagem dos equipamentos
eletrônicos, da Ponte(cavalete) e outros equipamentos. Um protetor de tampo, chamado
guarda unhas pode ser acrescentado para proteger o corpo do atrito com a palheta.
Encordoamento
O som da guitarra é produzido pela vibração das cordas, que para tanto devem ser
tensionadas e montadas de forma que possam vibrar livremente sem bater em nenhuma
outra parte do instrumento. As cordas dos alaúdes e das guitarras antigas eram feitas de
tripa (intestinos) de ovelhas cortadas em espessuras muito finas e torcidas. Atualmente
elas são feitas de nylon ou de aço. As cordas mais finas, usadas para as notas mais
agudas, são constituídas de um fio único. As mais grossas, na verdade, são cabos
constituídos de uma alma (que pode ser de nylon, de aço ou de seda) envolta por uma
espiral de um fio mais fino feito de aço. Esta construção permite maior resistência à
tração, maior estabilidade de afinação e maior flexibilidade do que seria possível caso se
usassem fios singelos também nas cordas mais grossas.
Guitarra elétrica, que usa cordas de aço.
Cordas de aço geralmente possuem uma pequena esfera fortemente fixada a uma de
suas extremidades para facilitar a fixação no instrumento. As cordas são fixadas aos
furos existentes no cavalete através de um nó ou pela esfera, que por ser mais larga que
o furo não consegue passar por ele, prendendo a corda. Em algumas guitarras ou baixos
as cordas passam por furos através do corpo do instrumento e são fixadas na parte
posterior do corpo. O rastilho é uma barra feita de osso ou plástico que é apoiada sobre
o cavalete e sobre a qual as cordas são assentadas. A altura do rastilho é importante para
definir a distância entre as cordas e a escala. O ajuste da altura é importante pois a
afinação do instrumento pode sofrer variações se a distância das cordas for muito
grande. Por outro lado, cordas muito próximas da escala podem encostar nos trastes ao
vibrar, o que produz um ruído desagradável (trastejamento). A outra extremidade da
corda passa sobre a pestana, depois é enrolada em espiral sobre o eixo das tarachas.
Como a ponte e a pestana são mais altas que o braço e o corpo do instrumento, as cordas
ficam estendidas e tensionadas entre essas duas peças e podem vibrar livremente quando
dedilhadas ou tangidas por uma palheta. Geralmente as guitarras são construídas para
serem tocadas com o braço na mão esquerda e o corpo na direita. Nesta posição, os
sulcos da pestana são dispostos de forma que a corda mais grossa fique em cima e as
mais finas embaixo. O rastilho ou ponte também não são simétricos. A distância entre
as cordas e o corpo é maior para as cordas graves do que para as mais finas. Isso é
necessário para evitar o trastejamento dos bordões, mas provoca alguns problemas de
afinação. Quando a corda é pousada sobre a escala ela é esticada. O aumento na tensão
aumenta ligeiramente a afinação da nota. Ainda que muito tênue esse efeito pode causar
desafinações em alguns acordes. Para compensar esse problema, o cavalete é colado
levemente inclinado. Assim, as cordas mais grossas (as que sofrerão maior
tensionamento durante a execução) são ligeiramente mais longas que as mais agudas.
Toda a montagem desses componentes é crítica e permite diferenciar a qualidade dos
instrumentos feitos por diferentes luthiers.
Todas essas assimetrias obrigam a construção de versões diferentes de instrumentos
para destros e canhotos. Muitos guitarristas e violonistas, no entanto adaptam o
instrumento para a execução invertida. Alguns músicos simplesmente viram o
instrumento e tocam com uma técnica espelhada. O problema desse método é que os
bordões, geralmente tocados pelo polegar precisam ser tocados pelo indicador. Outros,
como Jimi Hendrix fazem o encordoamento invertido em uma guitarra normal. Embora
funcional, esse método pode levar a pequenas falhas de afinação. Estilos como o blues,
o rock e o folk, que utilizam muitos bends e vibratos não sofrem tanto com esses
problemas de afinação, mas para a execução erudita com as mãos trocadas é essencial
utilizar um instrumento especialmente construído para canhotos.
Afinação
Muitas afinações diferentes são possíveis dependendo da variedade do instrumento. A
mais comum para instrumentos de 6 cordas é a “afinação padrão” (EADGBe). Note que
a guitarra é um instrumento transpositor. As notas soam uma oitava abaixo do que são
escritas. As notas abaixo correspondem à nota produzida pela corda solta:
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Sexta corda (a mais grave a que fica acima de todas as outras): Mi bordão (uma
décima terceira menor abaixo do Dó central — aprox. 82.4Hz)
Quinta corda: Lá (uma décima menor abaixo do Dó central — aprox. 110Hz)
Quarta corda: Ré (uma sétima menor abaixo do Dó central — aprox. 146.8Hz)
Terceira corda: Sol (uma quinta justa abaixo do Dó central — aprox. 196.0Hz)
Segunda corda: Si (uma segunda menor abaixo do Dó central — aprox.
246.92Hz)
Primeira corda (a mais aguda): Mi (uma terça maior acima do Dó central —
aprox. 329.6Hz)
A afinação padrão permite um dedilhado simples para a maioria dos acordes e também a
execução de escalas com o mínimo de movimentos de mão esquerda.
Variedades
Guitarra acústica
As guitarras acústicas possuem um corpo oco feito em madeira. São utilizadas em
diversos géneros da música, como o rock, bossa nova, country music, jazz, fado e
estilos folk de diversos países. Também há versões específicas para a música clássica e
para a música da Espanha (flamenco). Como possuem uma caixa de ressonância, têm
potência sonora suficiente para a execução sem amplificação, mas podem ser usados
microfones ou captadores quando necessário aumentar a potência sonora. Em geral,
esses instrumentos são tocados com as unhas ou palhetas e valoriza-se seu timbre
natural sem distorções elétricas.
Guitarra elétrica
Uma guitarra.
Esta, como dito, é uma versão elétrica da guitarra, porém, com braço maior e de maior
alcance, e com maior número de trastes (geralmente entre 20 e 27). Guitarras elétricas
podem possuir caixa de ressonância. Neste caso são chamadas de guitarras
eletroacústicas. Neste caso, os captadores são instalados dentro da boca. Uma vez que o
instrumento é amplificado, as guitarras elétricas não necessitam realmente da caixa de
ressonância, por isso atualmente elas são construídas em um bloco maciço de madeira
ou diversos tipos de plástico. As partes eletrônicas e demais acessórios são instaladas
em cavidades do corpo. Esta montagem tem ainda a vantagem de permitir uma maior
resistência à tração ao conjunto, fundamental quando são utilizadas cordas de aço muito
tensionadas. As guitarras elétricas são utilizadas principalmente no rock e metalmas
também são freqüentes no blues, jazz e música pop. Devido à tensão das cordas de aço
usadas nesses instrumentos, a execução mais frequente é com palhetas e diversos efeitos
eletrônicos podem ser aplicados durante a amplificação.
Baixo
Instrumento semelhante a uma guitarra elétrica, maior em tamanho e com um som mais
grave. Costuma ter quatro cordas de aço, todas do tipo bordão, mas podem ser montados
também com mais cordas. O corpo é feito de madeira maciça, em formatos semelhantes
às guitarras elétricas e já possui captadores instalados sob as cordas. O braço é mais
longo e largo que o de qualquer outra guitarra. A maior parte dos baixos possui trastes
que o tornam um instrumento temperado, mas também há versões sem trastes (fretless),
inspiradas no contrabaixo acústico. Usado em praticamente todos os estilos musicais
populares, o baixo costuma ser tocado com os dedos com técnica semelhante ao
pizzicato dos instrumentos com arco. Palhetas também podem ser usadas com menos
frequência.Contrabaixo é um instrumento de timbres graves .
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historia da guitarra