Marília Brasil Xavier REITORA Prof. Rubens Vilhena Fonseca COORDENADOR GERAL DOS CURSOS DE MATEMÁTICA MATERIAL DIDÁTICO EDITORAÇÃO ELETRONICA Odivaldo Teixeira Lopes ARTE FINAL DA CAPA Odivaldo Teixeira Lopes REALIZAÇÃO BELÉM – PARÁ – BRASIL - 2011 - APRESENTAÇÃO. SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 05 SISTEMA NUMÉRICO E ERROS ................................................................................................. 09 1.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 09 1.2. ERROS NA FASE DE MODELAGEM ....................................................................................... 09 1.3. ERROS NA FASE DE RESOLUÇÃO............................................................................................ 09 MUDANÇA DE BASE .................................................................................................................... 09 1.4. 2. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 12 12 RESOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES NÃO LINEARES ..................................... 12 2.1. RAIZ DE UMA EQUAÇÃO ........................................................................................................... 2.2. 2.3. ISOLAMENTO DE RAÍZES ........................................................................................................... 13 TEOREMA DE BOLZANO.............................................................................................................. 14 2.4. EQUAÇÕES TRANSCENDENTES............................................................................................ 14 2.5. MÉTODO GRÁFICO........................................................................................................................ 15 EXERCÍCIOS ..................................................................................................................................... 16 2.6. MÉTODO DA BISSEÇÃO ............................................................................................................ 16 2.7. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 18 MÉTODO DAS CORDAS ............................................................................................................. 19 2.8. 3. EXERCÍCIOS ................................................................................................................................... 22 MÉTODO DE NEWTON ............................................................................................................. 22 EXERCÍCIOS ..................................................................................................................................... 24 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES ................................................................................ 25 3.1. TRANSFORMAÇÕES ELEMENTARES .................................................................................... 26 3.2. MÉTODOS DIRETO ...................................................................................................................... 26 3.2.1. Método de Gauss-Jordan ................................................................................................................. 26 3.2.2. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 28 Cálculo da Inversa de uma Matriz .................................................................................................... 28 3.2.3. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 29 Cálculo do determinante de uma Matriz ......................................................................................... 30 3.3. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 31 MÉTODOS ITERATIVOS ............................................................................................................. 31 3.3.1. Método de Jacobi .................................................................................................................................. 32 EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 34 3.3.2. Método de Gauss-Deidel ..................................................................................................................... 34 4. 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. 4.6. EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 36 INTERPOLAÇÃO LINEAR ............................................................................................................. 37 CONCEITO DE INTERPOLAÇÃO .............................................................................................. 37 INTERPOLAÇÃO LINEAR ............................................................................................................. 37 INTERPOLAÇÃO QUADRATICA ................................................................................................ 38 ERRO DE TRUNCAMENTO .......................................................................................................... 39 TEOREMA DE ROLLE .................................................................................................................... 39 INTERPOLAÇÃO DE LAGRANGE ............................................................................................ 39 EXERCÍCIOS..................................................................................................................................... 4.7. 43 INTERPOLAÇÃO DE NEWTON COM DIFERENÇAS DIVIDIDAS................................. 44 EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................... 47 AJUSTE DE CURVAS ............................................................................................................................ 48 5.1. AJUSTE LINEAR ............................................................................................................................... 48 5. 5.2. EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 50 AJUSTE POLINOMIAL ................................................................................................................. 50 EXERCÍCIOS ................................................................................................................................... 53 INTEGRAÇÃO NUMÉRICA ............................................................................................................ 55 6.1. REGRA DOS TRAPÉZIOS ............................................................................................................ 55 6.2. EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 58 59 PRIMEIRA REGRA DE SIMPSON ............................................................................................ 6. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................. 62 6.3. SEGUNDA REGRA DE SIMPSON .............................................................................................. 62 EXERCÍCIOS ..................................................................................................................................... 63 6.4 INTEGRAL DUPLA ...................................................................................................................... 64 EXERCÍCIOS ................................................................................................................................... 67 QUESTÕES COMPLEMENTARES ............................................................................................. 68 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 72 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 1. SISTEMA NUMÉRICO E ERROS 1.1. INTRODUÇÃO A solução de muitos problemas passa pela modelagem matemática, para isto devem ser representado por uma fórmula ou procedimento matemático, que expressam as características principais deste problema. A seqüência lógica da solução de um problema, segue o diagrama a baixo. Problema Modelagem Modelo Matemático Resolução Solução É importante ressaltar, que em certas situações a solução estimada, pelos métodos numéricos, se afasta da verdadeira solução do problema. Isto ocorre devido a presença de fontes de erro que podem ocorrer na fase de modelagem do problema ou na fase resolução do problema. 1.2. ERROS NA FASE DE MODELAGEM Os erros na fase de modelagem ocorrem quando desconsideramos ou desprezamos alguma variável presente no problema. 1.3. ERROS NA FASE DE RESOLUÇÃO Nesta fase, o erro é gerado no momento que se fazer os cálculos na calculadora ou computador devido aos processos de arredondamentos. 1.4. MUDANÇA DE BASE Todo número na base dez pode ser decomposta da seguinte forma m a i . 10 i a m . 10 m ... a 2 . 10 2 a1 . 101 a 0 . 10 0 a 1 . 10 1 a 2 . 10 2 ... a n . 10 n i n ai n, m é 0 ou 1 números inteiros, com n 0 e m 0 Exemplo: 8052 ,406 8*10 3 0*10 2 5*101 2*10 0 4*10 1 0*10 2 6*10 3 De forma semelhante. um número na base 2 pode ser escrito por: m a i . 2i a m . 2 m ... a 2 . 2 2 a1 . 21 a 0 . 2 0 a 1 . 2 1 a 2 . 2 2 ... a n . 2 n i n Exemplo: 1011,101 1 . 23 0 . 22 1 . 21 1 . 20 1 . 2 1 0 . 2 2 1 . 2 3 Para transformar um número inteiro da base 10 para a base 2, utiliza-se o método de divisões sucessivas, que consiste em dividir o número por 2, a seguir dividi-se por 2 o 9 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância quociente encontrado e assim o processo é repetido até que o último quociente seja igual a 1 . O número binário será, então, formado pela concatenação do último quociente com os restos das divisões lidos em sentido inverso ao que foram obtidos, ou seja, N r1 2 q1 r2 2 Q2 R3 2 q3 qn-1 rn-1 2 1 N10 1 . rn 1 . ... . r3 . r2 . r1 Para transformar números fracionários da base 10 para a base 2, utiliza-se o método das multiplicações sucessivas, que consiste em: 1º Passo – multiplicar o numero fracionários por 2; 2º Passo – deste resultado, a parte inteira será o primeiro dígito do número na base 2 e a parte fracionária é novamente multiplicada por 2. O processo é repetido até que a parte fracionária do último produto seja igual a zero. Exemplo: transforme 0,1875 10 para a base 2 logo 0,187510 0,1875 2 0,375 2 2 2 0,3750 0,750 1,50 1,00 0,75 0,50 0,0011 2 Exemplo: transforme 13,2510 para a base 2 13 1 2 6 0 2 3 1 2 1 1310 = 11012 0,25 0,50 2 2 0,50 1,00 0,2510 = 0,012 logo 13,2510 1101,012 10 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação De maneira geral, o número x em uma base d1 x di exp I, S d1 d2 d3 2 3 é representado por: dt ... . exp t são os números inteiros contidos no intervalo 0 d i , i 1, 2, ... , t representa o expoente de e assume valores entre I exp S , os limites inferior e superior, respectivamente, para a variação do expoente d2 d3 2 3 ... dt é chamado de mantissa e é a parte do número que representa t seus dígitos significativos e t é o número de dígitos significativos do sistema de representação, comumente chamado de precisão da máquina. Exemplo: Sistema decimal 3 5 0,357 10 10 10 2 29,357 10 7 10 2 9 10 10 2 . 10 0 3 3 10 5 3 10 7 4 10 . 10 2 5 Observação: a mantissa é um número entre 0 e 1. Sistema binário 1 2 11001 2 1 2 11001 ,012 1 0 0 1 2 3 4 5 2 2 2 2 . 25 1 0 0 1 0 1 2 3 4 5 6 7 2 2 2 2 2 2 . 25 Saiba que cada dígito do computador é chamado de bit. Apresentaremos abaixo uma maquina fictícia de 10 bits para a mantissa, 4 bits para o expoente e 1 bit para o sinal da mantissa e outro bit para o sinal do expoente. Expoente Sinal da Mantissa Sinal do Expoente Mantissa Para você entender melhor faremos um exemplo numérico. Exemplo: Numa maquina de calcular cujo sistema de representação utilizado tenha t 10 , I 15 e S 15 , o número 25 na base decimal é representado por 2510 1 1 1 0,11001 . 25 11001 2 0 0 1 0 0 11 2, 0,11001 . 2101 0 0 0 0 1 0 1 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Observe que utilizamos bit = 0 para positivo e bit = 1 para negativo. Um parâmetro muito utilizado para avaliar a precisão de um determinado sistema de representação é o número de casas decimais exatas da mantissa e que este valor é dado pelo valor decimal do último bit da mantissa, ou seja, o bit de 1 maior significado, logo: PRECISÃO t E xercício (01) Os números a seguir estão na base 2, escreva-os na base 10. (a) 11011 2 (b) 111100 2 (c) 100111 2 (d) 11,011 2 (e) 10,112 (f) 110,001 2 (02) Os números a seguir estão na base 10, escreva-os na base 2. (a) 1510 (b) 1210 (c) 3610 (d) 15,6210 (e) 10,2510 (f) 30,12510 (03) Considere uma máquina de calcular cujo sistema de representação utilizado tenha 2 , t 10 , I 15 e S 15 .Represente nesta máquina os números: (a) 3510 (b) 8,210 (c) 2410 (d) 4,610 2. RESOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES NÃO LINEARES 2.1. RAIZ DE UMA EQUAÇÃO Os métodos numéricos são usados na busca das raízes das equações, ou os zeros reais de f(x). Em geral, os métodos, utilizados apresentam duas fases distintas: Fase I – Localização ou Isolamento das Raízes Está fase consiste em obter um intervalo que contém a raiz da função f(x) = 0, e em seguida iremos para a segunda fase. Fase II – Refinamento Nesta fase definimos a precisão que desejamos da nossa resposta e escolhemos as aproximações iniciais dentro do intervalo encontrado na Fase I. Em seguida melhoramos, sucessivamente, a aproximação da raiz da função f(x) = 0, até se obter uma aproximação para a raiz dentro de uma precisão pré-fixada. 12 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 2.2. ISOLAMENTO DE RAÍZES Os métodos numéricos utilizados para calcular raízes da equação f(x) = 0, só calculam uma raiz de cada vez. Esta é a razão porque devemos determinar um intervalo para cada raiz que desejamos calcular. Teorema “Se uma função contínua f ( x ) assume valores de sinais oposto nos pontos extremos do intervalo [ a , b ] , isto é, f (a) . f (b) 0 , então o intervalo conterá, no mínimo, uma raiz da equação f (x ) 0 , em outras palavras haverá no mínimo um número , pertencente ao ( a , b ) , tal que, f ( ) 0 ” intervalo aberto ( a , b ) , Exemplo: Neste exemplo apresentamos uma função f ( x ) que possui dentro do intervalo [ a , b ] três raízes: 1 , 2 e 3 . Isto é, são três valores de x , para os quais a função f ( x ) tem imagem igual a zero, isto é: f ( 1 ) 0 , f( 2 ) 0 e f( 3 ) 0. y f(x) a 0 2 1 3 Observe no exemplo que f (a) 0 e f (b) b x Se a função possui imagem zero nos pontos 1 , 2 e 3 , o gráfico da função f ( x ) , nestes pontos, intercepta o eixo dos x. 0 , logo o produto f (a) . f (b) 0 y f(b) f(x) a 0 b x f(a) Observe que toda vez que dentro de um intervalo [ a , b ] , tivermos f (a) . f (b) 0 , significa que neste intervalo temos pelo menos uma raiz da função f ( x ) , como vemos na figura a seguir. 13 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância y f(x) Quando uma função possui um número par de raízes dentro do intervalos [ a , b ] , temos f (a) . f (b) 0 a 0 b 1 x y y f(x) f(b) f(a) a 0 a 0 1 2 x b 2 b x 1 f(a) f(b) f(x) f ( a) 0 f (b) 0 logo f (a) . f (b) f ( a) 0 f (b) 0 0 logo f (a) . f (b) 0 Quando uma função não possui raízes dentro do intervalos [ a , b ] , temos f (a) . f (b) y y 0 a f(x) f(b) x f(a) b a f(a) b x 0 f(b) 0 f(x) f ( a) 0 f (b) 0 logo f (a) . f (b) f ( a) 0 f (b) 0 logo f (a) . f (b) 0 0 2.3. TEOREMA DE BOLZANO Seja P( x ) 0 uma equação algébrica com coeficientes reais e x ( a , b ) . Se P(a) . P(b) 0 , então existem um número ímpar de raízes reais no intervalo ( a , b ) . Se P(a) . P(b) 0 , então existem um número par de raízes reais no intervalo ( a , b ) ou não existem raízes reais no intervalo ( a , b ) . 2.4. EQUAÇÕES TRANSCENDENTES Saiba que a determinação do número de raízes de funções transcendentes é quase impossível, pois algumas equações podem ter um número infinito de raízes. Função Seno Função Cosseno 14 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 1 0.8 0.8 0.6 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 0 Y Y 0 -0.2 -0.2 -0.4 -0.4 -0.6 -0.6 -0.8 -0.8 0 2 4 6 X 8 10 12 0 2 Função Tangente 4 6 X 8 10 12 Função Exponencial 10 20 9 15 8 7 10 6 5 Y Y 5 0 4 3 -5 2 1 -10 0 -1 -15 -20 -4 0 1 2 3 4 5 6 7 8 -3 -2 -1 0 X 9 1 2 3 4 X 2.5. MÉTODO GRÁFICO Lembre que uma raiz de uma equação f (x ) 0 é um ponto onde a função f ( x ) toca o eixo dos x . Outra forma de identificarmos as raízes da equação é substituir f (x ) g(x ) h(x ) , onde g( x ) h( x ) 0 . As raízes de f (x ) 0 corresponderam a interseção das funções g( x ) e h( x ) . x2 Observe o exemplo a seguir, onde utilizamos a função f (x) raízes 2 e 5. Se fizermos f (x ) g(x ) h(x ) , onde interseção de g( x ) com h( x ) acontece em 2 e 5. g(x) x 2 e h(x ) f (x) x2 7x 10 temos a 7x 10 Y 10 7x 10 que possui 0 -10 0 1 2 3 4 5 6 7 g(x) x2 40 Y 30 20 10 h( x ) 0 -10 -1 0 1 2 3 X 4 15 5 6 7x 10 7 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício (01) Dada a função f ( x) 0.2 x 2 sen x , separe esta em duas funções e aproxime pelo menos uma de suas raízes pelo método gráfico. (02) Dada a função f ( x) x 2 4 x , separe esta em duas funções e aproxime pelo menos uma de suas raízes pelo método gráfico. (03) Dada a função f ( x) x 2 cos x , separe esta em duas funções e aproxime pelo menos uma de suas raízes pelo método gráfico. (04) Dada a função f ( x) x3 sen x , separe esta em duas funções e aproxime pelo menos uma de suas raízes pelo método gráfico. 2.6. MÉTODO DA BISSEÇÃO Para utilizarmos este método devemos primeiro isolar a raiz dentro de um intervalo [ a , b ] , isto é, devemos utilizar o método gráfico para aproximar visualmente a raiz para em seguida isolá-la pelo intervalo ( a , b ) , onde esta raiz pertença a este intervalo. Para utilizarmos o método das bisseção é necessários que a função f ( x ) seja uma continua no intervalo [ a , b ] e que f (a) . f (b) 0 . Para aplicamos o método da bisseção devemos dividir o intervalo [ a , b ] ao meio, obtendo assim x o , com isto temos agora dois intervalos [ a , x o ] e [ x o , b ] y x a xo b x o ; Caso contrário, a raiz estará no subintervalo onde a função tem Se f ( x o ) 0 , então, sinais oposto nos pontos extremos, ou seja se f(a) . f(xo ) 0 implica que a raiz esta no intervalo [ a , x o ] . f ( x o ) . f (b) 0 implica que a raiz esta no intervalo [ x o , b ] . 16 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação y a1 x x1 b1 A partir daí construiremos um novo intervalo [ a1 , b1 ] O novo intervalo [ a1 , b1 ] que contém é dividido ao meio e obtém-se x 1 onde se f (a1 ) . f ( x1 ) 0 implica que a raiz esta no intervalo [ a1 , x 1 ] . f ( x1 ) . f (b1 ) 0 implica que a raiz esta no intervalo [ x 1 , b1 ] . O processo se repete até que se obtenha uma aproximação para a raiz exata , com a tolerância desejada. Tolerância ( ) é um valor que o calculista define. A partir da tolerância, definimos o critério de parada, onde se para de refinar a solução e se aceita o valor aproximado calculado. A tolerância , é muitas vezes avaliada por um dos três critérios abaixo: | f (x n ) | E | xn xn 1 | E | xn xn 1 | E | xn | Exemplo: (01) Calcular a raiz da equação f (x) x 2 3 com E 0,01 . Solução Primeiro devemos determinar um intervalo onde esta a raiz que desejamos calcular, para isto devemos fazer uma no seu gráfico. 14 12 10 Intervalo de busca Raiz procurada 8 y 6 4 2 0 -2 -4 -4 -3 -2 -1 0 x 1 2 3 4 A raiz procurada está próxima de 2 e esta dentro do intervalo [ 1 3 ] . Logo N an bn xn 17 f (xn) E Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 0 1 2 3 4 5 6 7 1.0000 1.0000 1.5000 1.5000 1.6250 1.6875 1.7188 1.7188 3.0000 2.0000 2.0000 1.7500 1.7500 1.7500 1.7500 1.7344 2.0000 1.5000 1.7500 1.6250 1.6875 1.7188 1.7344 1.7266 1.0000 -0.7500 0.5000 0.0625 0.2500 -0.3594 0.1250 -0.1523 0.0625 -0.0459 0.0313 0.0081 0.0156 -0.0190 0.0078 Construção da tabela 1ª linha: Na iteração inicial ( N = 0 ) temos [ ao bo ] [ 1 3 ] sendo o ponto médio x o 2 . [1 2 ] 0 , substituímos b1 xo , logo [ a1 b1 ] 2ª linha: ( N = 1 ) Como f(ao ) . f(x o ) sendo o ponto médio x1 1,5 . [ 1,5 2 ] 3ª linha: ( N = 2 ) Como f ( x1 ) . f (b1 ) 0 , substituímos a 2 x1 , logo [ a 2 b 2 ] sendo o ponto médio x 2 1,75 . 8ª linha: ( N = 7 ) Como f (a 6 ) . f ( x 6 ) 0 , substituímos a 7 x 6 , logo E ). [ a7 b7 ] [ 1.7188 1.7344 ] sendo o ponto médio x7 1.7266 ( 0.0078 Como o erro é menor que tolerância então a aproximação final é x 1,7266 . E xercício (01) Calcular a raiz da equação f (x) x2 ln x com E (02) Calcular a raiz da equação f ( x) x3 x2 0,01 . 4 com E 0,01 . (03) Calcular a raiz da equação f ( x) 2 x 2 10 0,01 utilizando o método da (04) Calcular a raiz da equação f ( x) 2x 3 5 0,01 utilizando o método da (05) Calcular a raiz da equação f ( x) x2 0,01 utilizando o método da com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 0 , 3 ] ) 3 com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) (06) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 16 sen x (07) Calcular a raiz da equação f ( x) x2 com E da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 3 , 5 ] ) 5 sen x com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) 18 0,01 utilizando o método 0,01 utilizando o método da Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 2.7. MÉTODO DAS CORDAS Para utilizarmos este método devemos primeiro isolar a raiz dentro de um intervalo [ a , b ] , isto é, devemos, novamente, utilizar o método gráfico para aproximar visualmente a raiz para em seguida isolá-la pelo intervalo [ a , b ] , onde esta raiz pertença a este intervalo ( a , b ) . No método das cordas, ao invés de se dividir o intervalo [ a b ] ao meio, ele é dividido em partes proporcionais à razão f (a) / f (b) . A fórmula de recorrência para a aproximação da raiz enésima é f (x n ) xn 1 xn x n c , onde n 0, 1, 2, ..., f (x n ) f (c) onde o ponto fixado c (ou “ a ” ou “ b ”) é aquele no qual o sinal da função f ( x ) coincide com o sinal da segunda derivada f ' ' ( x ) , ou seja f ' ' (c) . f (c) 0 . | xn xn 1 | E | xn | A existência da corda da y origem a dois triângulos semelhantes, que permitem f(b) estabelecer a seguinte relação: Corda h1 b a h1 f (a) f (b) f (a) esta relação nos conduz a uma x a x o 1 b x valor aproximado da raiz x1 f(a) x1 a a h1 f (a) (b a) f (b) f (a) y f(b) h1 a xo x1 b x f(a) Ao se aplicar este procedimento ao novo intervalo que contém , como mostra a figura a seguir, [ a x1 ] ou [ x1 b ] , obtém-se uma nova aproximação x 2 da raiz pela aproximação apresentada acima 19 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância y f(b) Corda h2 a x1 x2 x b f(a) Nas figuras a seguir, como no método das cordas é escolhido o extremos do intervalo [a , b] que deve ser igual ao valor x o . y y f(a) f(b) h1 a h1 x1 x1 xo x b f(a) b a x f(b) f ' ' (x) 0 f (a) 0 e f (b) c b f ' ' (x) 0 f (a) 0 e f (b) c a 0 y 0 y f(a) f(b) a x1 x xo h1 x a b x1 b h1 f(b) f(a) f ' ' (x) 0 f (a) 0 e f (b) c b f ' ' (x) 0 f (a) 0 e f (b) c a 0 20 xo 0 xo Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Exemplo: (01) Calcular a raiz da equação f (x) x 2 3 com E 0,01 . Solução Primeiro devemos determinar um intervalo onde esta a raiz que desejamos calcular, para isto devemos fazer uma no seu gráfico. 14 Intervalo de busca 12 10 Raiz procurada 8 y 6 4 2 0 -2 -4 -4 -3 -2 -1 0 x 1 2 3 4 A raiz procurada está próxima de 2 e esta dentro do intervalo [ 1 3 ] . Logo N an 0 1 2 3 4 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 bn 3.0000 1.5000 1.8000 1.7143 1.7368 xn f (xn) E 3.0000 6.0000 1.5000 1.5000 -0.7500 0.3000 1.8000 0.2400 0.0857 1.7143 -0.0612 0.0226 1.7368 0.0166 0.0061 Construção da tabela f ' ' (3) 2 0 e f (3) 32 3 6 0 0 de onde temos que c a 1 f (x n ) usando a fórmula de recorrência x n 1 x n xn f (x n ) f (c) Como f ' ' ( x ) 2 logo f ' ' (3) . f (3) x0 b x1 x0 x2 x3 x4 c temos que 3 f (x 0 ) x 0 1 1.5000 f (x 0 ) f (1) f ( x1 ) x1 x1 1 1.8000 f (x1 ) f (1) f (x 2 ) x2 x 2 1 1.7143 f (x 2 ) f (1) f (x 3 ) x3 x 3 1 1.7368 f (x 3 ) f (1) [a b] [ 1.0 1.50 ] [a b] [ 1.0 1.80 ] [a b] [ 1.0 1.7143 ] [a b] [ 1.0 1.7368 ] E ) então a aproximação final é x Como o erro é menor que tolerância ( 0.0061 21 1,7368 . Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício (01) Calcular a raiz da equação f ( x) x2 ln x com E (02) Calcular a raiz da equação f ( x) x3 x2 0,01 . 4 com E (03) Calcular a raiz da equação f ( x) 2 x 2 10 com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) 0,01 . 0,01 utilizando o método da (04) Calcular a raiz da equação f ( x) 2x 3 5 com E 0,01 utilizando o método da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 2 ] ) (05) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 3 com E 0,01 utilizando o método da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) (06) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 16 sen x com E 0,01 utilizando o método da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 3, 5 ] ) (07) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 5 sen x , com E 0,01 utilizando o método da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1.5 , 2.5 ] ) 2.8. MÉTODO DE NEWTON Semelhantes aos métodos da bisseção e da corda, devemos primeiro isolar a raiz que desejamos procurar dentro de um intervalo [ a , b ] utilizando para isto o método gráfico. Para utilizarmos o método de Newton é necessários que a função f ( x ) seja uma continua no intervalo [ a , b ] e que o seu único zero neste intervalo; as derivada f ' ( x ) [ f ' (x ) 0] e f ' ' ( x ) devem também ser contínuas. Para se encontrar a expressão para o cálculo da aproximação x n para a raiz devemos fazer uma expansão em série de Taylor para f (x ) 0 , de onde temos f ( x ) f ( x n ) f ' ( x n )( x x n ) se fizermos f ( x ) f ( x n 1 ) 0 , obteremos a seguinte expressão f ( x n ) f ' ( x n )( x n 1 x n ) 0 , isolando o termo x n 1 na temos f (x n ) xn 1 xn . f ' (x n ) onde x n 1 é uma aproximação de . 22 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação y y f(a) f(b) b a b x0 x 2 x1 a x f ' ' (x) 0 f ' (x) 0 b x0 f(a) x f ' ' (x) 0 f ' (x) 0 a x0 f(b) y y f(a) f(b) x 2x1 b a f(b) x 0 x1 x 2 x x o x1 x 2 a x0 b x b f ' ' (x) 0 f ' (x) 0 b x0 f ' ' (x) 0 f ' (x) 0 a x0 f(a) Exemplo: (01) Calcular a raiz da equação f (x) x 2 3 com E 0,01 . Solução Primeiro devemos determinar um intervalo onde esta a raiz que desejamos calcular, para isto devemos fazer uma no seu gráfico. 14 12 10 Intervalo de busca Raiz procurada 8 y 6 4 2 0 -2 -4 -4 -3 -2 -1 0 x 1 2 3 4 A raiz procurada está próxima de 2 e esta dentro do intervalo [ 1 3 ] . Logo 23 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância N 0 1 2 3 an 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 bn 3.0000 2.0000 1.7500 1.7321 Observe a construção da tabela: f ' (3) 6 Como f ' ( x ) 2 x x0 b 3 usando a expressão x n 1 xn xn 3.0000 2.0000 1.7500 1.7321 f (xn) E 6.0000 1.0000 0.2500 0.0625 0.0179 0.0003 0.0001 0 e como f ' ' ( x ) 2 0 logo temos f (x n ) , temos a seguinte recorrência f ' (x n ) f (x 0 ) [ a b ] [ 1.0 2.0 ] 2.0000 f ' (x 0 ) f ( x1 ) [ a b ] [ 1.0 1.75 ] x 2 x1 1.7500 f ' ( x1 ) f (x 2 ) [ a b ] [ 1.0 1.7321 ] x3 x2 1.7321 f ' (x 2 ) E ) então a aproximação final é x Como o erro é menor que tolerância ( 0.0001 x1 x0 E 1,7321 . xercício (01) Calcular a raiz da equação f ( x) x2 ln x com E (02) Calcular a raiz da equação f ( x) x3 x2 0,01 . 4 com E 0,01 . (03) Calcular a raiz da equação f ( x) 2 x 2 10 com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) 0,01 utilizando o método da (04) Calcular a raiz da equação f ( x) 2x 3 5 com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 2 ] ) 0,01 utilizando o método da (05) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 3 com E bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1, 3 ] ) 0,01 utilizando o método da (06) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 16 sen x com E da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 3, 5 ] ) 0,01 utilizando o método (07) Calcular a raiz da equação f ( x) x 2 5 sen x , com E 0,01 utilizando o método da bisseção. (Sugestão utilizar intervalo de busca [ 1.5 , 2.5 ] ) 24 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 3. SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES Para entendermos os métodos de resolução de sistemas lineares, devemos primeiro compreender que um sistema linear Sn é uma coleção de n equações lineares, como mostraremos a seguir a11 x1 a12 x 2 a13 x 3 ... a1n x n b1 Sn a 21 x1 a 22 x 2 a 23 x 3 ... a 2 n x n b2 .......................................................... a n1 x 1 an 2 x 2 an3 x 3 ... ann x n bn que pode, também, ser representado por Ax b onde A é uma matriz quadrada de ordem n , x e b não matrizes n 1 , isto é, com n linhas e uma coluna. A matriz A tem a seguinte forma a11 A a12 a13 ... a 21 a 22 a 23 ... a 2n .... .... .... .... a n 1 a n2 an3 a1n .... ... ann onde ai j é chamado coeficiente da incógnita x j e os b i são chamados termos independentes. Com a matriz dos coeficientes e a matriz dos termos independentes montamos a matriz B , denominada de matriz ampliada, que pode ser escrita por B [ A:b] ou seja a11 a12 a13 ... a1n b1 x1 a 21 a 22 a 23 ... a 2n b 2 x2 x B .... .... .... .... .... .... an1 an2 an3 ... ann bn xn Uma solução do sistema Sn , são os valores x1 , x 2 , ... , x n , que constituem a matriz coluna x , denominada de matriz solução que pode ser escrita por Os sistemas lineares Sn podem ser classificados da seguinte forma: Homogêneo Possível Determinad o Indetermin ado Sn Impossível Não Homogêneo Possível 25 Determinad o Indetermin ado Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Um sistema Sn ( A x b ) é denominado de homogêneo quando a matriz b , dos termos independentes, é nula, o sistema Sn ( A x b ) é denominado de não-homogêneo quando a matriz b , não é nula, isto é, existe pelo menos um termo em b , que não é nulo. Um sistema é dito impossível quando não há nenhuma solução que satisfaça o sistema, isto é, sua solução é o vazio. Um sistema é dito possível quando há, pelo menos, uma seqüência de valores x1 , x 2 , ... , x n que satisfaça o sistema, isto é, a sua solução nunca é o vazio. Se existir uma única seqüência de valores que satisfaça o sistema Sn , então este sistema é dito Possível e determinado, se existir mais de uma seqüência de valores x1 , x 2 , ... , x n que satisfaça o sistema Sn , estão podemos afirmar que o sistema é Possível e indeterminado. 3.1. TRANSFORMAÇÕES ELEMENTARES O cálculo da solução de sistemas através de métodos interativos, consiste em uma seqüência de transformações, onde um sistema mais complexo é transformado em outro mais simples com a mesma solução. As transformações utilizadas para modificar os sistemas de equações lineares são formadas pelas seguintes operações elementares: (1) Trocar a ordem de duas equações do sistema. (2) Multiplicar uma equação do sistema por uma constante não numa. (3) Adicionar duas equações do sistema. A partir das operador apresentadas podemos transformar um sistema S1 em um sistema S 2 . Isto é, S1 e S 2 são equivalentes. 3.2. MÉTODO DIRETO Consiste de métodos que determinam a solução do sistema linear com um número finito de transformações elementares. 3.2.1. Método de Gauss-Jordan Exemplo: Calcule a solução do sistema x y z x y z x y z 6 4 2 Solução Como já explicamos, para melhor aplicar o método de Gauss-Jordan devemos escrever o sistema na forma matricial: x y z x y z x y z 6 4 2 1 1 1 x 6 1 -1 -1 y -4 1 -1 1 z 2 26 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação A ampliada B é modificada segundo as expressões à direita gerando um novo sistema sempre posto abaixo 1 B0 B1 B1 B2 B3 B3 1 6 1 -1 -1 - 4 1 2 L(21) 1 1 6 m(20) 1 0 - 2 - 2 - 10 1 -1 1 2 1 1 6 1 0 - 2 - 2 - 10 0 -2 0 -4 1 1 6 1 0 - 2 - 2 - 10 0 0 1 1 2 0 1 0 3 1 -4 6 0 1 0 -2 0 -4 0 0 0 2 m1(2) m(22) 6 2 L(32) 3 2 0 -2 0 m1(1) L(13) 0 0 1 L(31) 6 0 - 2 - 2 - 10 6 0) a(21 m1(0) 1 -1 0 0 B4 1 L(23) (0) a11 m1(0)L(10) 0) a(31 (0) a11 m(20)L(10) ( 2) a13 2) a(33 m1(2)L(32) 2) a(23 2) a(33 m(22)L(32) ( 2) 2 L(15) L(25) 1 2 L(12) ( 2) 2 L(22) 1 2 L(13) L(14) L(14) ( 4) a11 1 L(24) L(24) 4) a (22 2 L(34) L(34) 4) a (33 2 1 0 0 1 x 1 0 1 0 2 y 2 0 0 1 3 z 3 27 1 L(31) 3) a(22 m1(3)L(23) 1 L(30) (3) a12 L(35) B5 1 1 1) a(22 m1(1)L(21) 1 L(20) 1) a(32 m1(3) L(14) 1 1 1 2 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício (01) Calcule a solução do sistema x y z 6 (a) x y z 4 x y x 2y x (c) (e) 2x 2y x 2z 3 z 5 0 z 7 2y 2y x (d) z 3z 5y 2x 2z 2y 1 x 2 y 3z 2z 5 (f) x z 0 2x z 2z y 18 2t z 3t 2y y 12 3z t x 2 y 3z x 5y y x 5 2y 2y (b) x 2 3z 5y 2x x z x t 23 17 12 8 5 z 1 3.2.2. Cálculo da Inversa de uma Matriz O método de Gauss-Jordan pode calcular a inversa de uma matriz. No calculo da inversa de uma matriz ( M 1 ), a matriz ampliada B é montada utilizando a matriz M e uma matriz identidade I da dimensão da matriz M . Isto é, a matriz identidade I substitui a matriz dos termos independentes b , utilizada na resolução de sistemas lineares. Deste modo, a matriz B fica da seguinte forma: B [M : I] 1 B0 B1 B2 1 2 1 0 m1(0) 0 0 -1 4 0 1 0 1 1 1 0 0 1 L(31) 1 1 2 1 0 0 0 -1 4 0 1 0 m1(1) 0 0 -1 -1 0 1 1 1 0 -1 0 L(22) m(21) 2 0 -1 4 0 1 0 0 0 -1 -1 0 1 L(22) m1(2) 28 L(13) 0) a(31 (0) a11 m1(0)L(10) 1) a(23 1) a(33 m1(1)L(31) 1) a(23 1) a(33 1 L(30) 2 L(21) 4 m(21)L(31) L(21) ( 2) a12 1 2) a(22 m1(2)L(22) L(12) Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 1 B2 1 0 -1 0 2 0 -1 0 -4 1 4 0 -1 -1 0 1 0 L(15) B3 B3 1 0 0 -5 1 6 0 -1 0 -4 1 4 0 0 -1 -1 0 1 1 0 0 -5 1 0 1 0 4 -1 - 4 0 0 1 1 L(25) L(35) 6 0 L(14) ( 4) a11 1 L(24) L(24) 4) a (22 1 L(34) L(34) 4) a (33 1 -1 1 M E L(14) 1 2 0 -1 4 1 1 1 -5 M e 1 1 4 -1 - 4 1 0 -1 xercício (01) Determine a inversa das matriz abaixo 1 (a) (c) 1 1 1 -1 -1 1 -1 1 1 2 3 -1 5 2 -2 2 1 (b) (d) (02) Determine a inversa das matrizes abaixo 1 2 3 (a) 1 5 2 2 2 1 (b) 1 2 -1 1 1 1 -1 2 3 1 2 3 1 -1 5 2 2 -1 2 1 3 1 2 1 1 1 2 3 1 1 2 2 1 1 29 6 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância (c) 1 2 1 1 1 1 1 2 3 1 1 5 2 2 (d) 2 2 1 3 2 1 1 1 2 1 1 3.2.3. Cálculo do determinante de uma Matriz O método de Gauss-Jordan, também pode ser utilizado para calcularmos o determinante de uma matriz. Para isto, devemos escalonar a matriz ampliada B , como fizemos no cálculo da solução do sistema e na determinação da matriz inversa, porém não devemos fazer o último passo, que é a normalização da matriz pelos elementos da diagonal principal. Exemplo 02 – Calcule o determinante da matriz M 1 B0 3 0 2 1 2 -1 1 0 0 2 1 0 0 1 1 2 -1 L(31) 0) a(31 2.00 m1(0)L(10) 1.00 0 0 2.00 0 0 0 - 0.50 m1(3) L(14) B4 det(M) 1.00 0 0 0 2.00 0 0 0 - 0.50 1.00 * 2.00 * ( 0.50) 1) a(22 0.5 m1(1)L(21) L(31) 2) a(23 m1(2) 2 ( 2) a 33 L(23) B3 1) a(32 L(30) L(32) 0 0 - 0.50 1.00 3.00 1 (0) a11 m1(1) -1 -1 1.00 3.00 B2 0 2 m1(0) 3 0 3 0 0 1 B1 1 1.00 30 m(22)L(32) (3) a12 3) a(22 m1(3)L(23) L(22) - 1.5 L(13) Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação E xercício (01) Determine o determinante das matriz abaixo (a) (c) 1 1 1 1 -1 -1 1 -1 1 1 2 3 -1 5 2 -2 2 1 (b) 1 2 -1 1 1 1 -1 (d) 2 3 1 2 3 1 -1 5 2 2 -1 2 1 3 1 2 1 1 3.3. MÉTODOS ITERATIVOS A outra forma de se determinar a solução de um sistema A x b , que é através dos métodos iterativos. Os métodos iterativos consistem em determinar uma seqüência de aproximações x (1) , x (2) , ... , x (k) , para a solução do sistema x , a partir de uma dada aproximação inicial x (0) . Segundo este raciocínio, o sistema A x outro sistema equivalente com a seguinte forma x (k 1) Fx (k) b , é transformado em um d onde F é uma matriz n n , x e d são matrizes n 1 . x (k 1) é uma aproximação obtida a partir da aproximação x (k ) . Sendo a seqüência de aproximações obtida da seguinte forma x (1) Fx (0) d x (2 ) Fx (1) d x (3) Fx (2) d ...................... x (k 1) Fx (k) As aproximações são calculadas até que se tenha x (k) Se lim x (k) x x d max x i(k) 1 i n xi 0 , então a seqüência x (1) , x (2) , ... , x (k) converge para a solução x . k 31 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 3.3.1. Método de Jacobi Para entendermos o método de Jacobi tomemos o sistema a11 x1 a12 x 2 ... a1n x n b1 a 21 x1 a 22 x 2 ... a2 n xn b2 ................................................... an1 x1 a b2 x 2 ... ann x n bn em cada equação do sistema devemos isolar o valor de x i , isto é, na primeira equação devemos isolar x 1 , na segunda equação devemos isolar x 2 , e assim por diante, com isto teremos: x1 b1 ( a12 x 2 ... a1n x n ) ... a2 n xn ) a11 b2 x2 a13 x 3 (a 21 x1 a13 x 3 a 22 ................................................... bn xn (an1 x1 a b2 x 2 a13 x 3 ann ... ann 1 x n 1 ) Observação: Os elementos a ii devem ser diferentes de zeros a ii 0, i , se não teremos divisão por zero. Caso isto não ocorra devemos reagrupar o sistema para que se consiga esta condição Podemos colocar o sistema na seguinte forma x (k 1) Fx (k) b1 a11 x1 x x2 d b2 a 22 xn F d , onde bn ann 0 a12 / a11 a13 / a11 ... a1n / a11 a 21 / a 22 0 a 23 / a 22 ... a 2 n / a 22 0 ... a 3 n / a 33 a 31 / a 33 a 32 / a 33 ............................................................................... an1 / ann an2 / ann an 3 / ann ... O método de Jacobi funciona da seguinte forma: 1º Passo: Devemos escolher uma aproximação inicial x (0) . 2º Passo: Devemos gerar as aproximações x (k) a partir das iterações 32 0 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação k 0, 1, 2, ... x (k 1) Fx (k) d , 3º Passo: Paramos de calcular as aproximações quando um dos critérios de parada abaixo for satisfeito. 1º critério: max | x i(k 1) 1 i n 2º critério: k x i(k) | E , onde E é a tolerância . M , onde M é o número máximo de iterações. Observação: A tolerância E fixa o grau de precisão das soluções. Exemplo – Resolva pelo método de Jacobi o sistema 2x1 x2 1 k 10 . com E 10 2 ou x1 2 x 2 3 Solução Isolando o valor de x 1 na primeira equação e x 2 na segunda equação, temos as equações de iteração 1 x1k 1 (1 x k2 ) 2 k 0,1, 2, ... onde 1 k 1 k x2 (3 x 1 ) 2 0 Utilizaremos como aproximação inicial x (0) para calcular x (1) , como mostraremos a 0 seguir Para k 0 1 1 x11 (1 x 02 ) x11 (1 0) 0.5 0.5 2 2 x (1) 1.5 1 1 x12 (3 x10 ) x12 (3 0) 1.5 2 2 Para k 1 1 1 x12 (1 x12 ) x11 (1 0.5) 1.25 1.25 2 2 x ( 2) 1 1.25 1 x 22 (3 x11 ) x12 (3 1.5) 1.25 2 2 repetiremos estes cálculos para k 2, 3, .... e colocamos os valores obtidos na tabela abaixo: k x1k x k2 0 0.0000 0.0000 0.0000 1 0.5000 1.5000 1.5000 2 1.2500 1.2500 0.7500 33 E Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 10 2 0.0029 ou k 10 ? E 3 1.1250 0.8750 0.3750 4 0.9375 0.9375 0.1875 5 0.9688 1.0313 0.0938 6 1.0156 1.0156 0.0469 7 1.0078 0.9922 0.0234 8 0.9961 0.9961 0.0117 9 0.9980 1.0020 0.0059 10 1.0010 1.0010 0.0029 x1 1.0010 x2 1.0010 y z 1.0010 1.0010 xercício (01) Resolva o sistemas, com x0 iterações. 2x y z 2 (a) x 2 y z 4 2x y 2z 5 3x x [0 0 0] , E 10 2 ou k 10 , onde k é o número de 4x y 5 (b) x 2 y z 5 x 3y 3z 4 3x y z t 2 (c) 2 x 5 y z 15 x y 3z 12 z (d) 2x x x 5y z 2 t y 3z t 2y z 5t 19 16 28 3.3.2. MÉTODO DE GAUSS-SEIDEL O método iterativo de Gauss-Seidel consiste em: 1º Passo: Definirmos uma aproximação inicial x (0) . 2º Passo: Calcula-se a seqüência de aproximações x (1) , x (2) , ... , x (k) utilizando-se as seguintes fórmulas: 34 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação x1(k 1) 1 b1 a11 a12 x (2k) x (2k 1) 1 b2 a 22 a 21 x1(k 1) a 23 x (3k) x (3k 1) 1 b3 a 33 a 31 x1(k 1) a 32 x (2k 1) a 34 x (4k) 1 bn ann an1 x1(k 1) an2 x (2k 1) an4 x (4k 1) a13 x (3k) a13 x (3k) a1n x n(k) a 23 x (3k) a 2 n x n(k) a 3n x n(k) x n(k 1) an,n 1 x n(k 11) No cálculo da aproximação x n(k 1) , utilizamos as aproximações x1(k 1) , x (2k 1) , ... , x n(k 11) . Isto faz com que este método tenha convergência mais rápida. Exemplo 01 – Resolva pelo método de Jacobi o sistema 2x1 x2 1 x1 2 x2 3 com x (0) [0 0] , E 10 2 ou k 10 . Solução Isolando o valor de x 1 na primeira equação e x 2 na segunda equação, temos as equações de iteração 1 x1k 1 (1 x k2 ) 2 k 0,1, 2, ... onde 1 k 1 k 1 x2 (3 x 1 ) 2 O calculo das aproximações é feito da seguinte forma Para k 0 (1ª iteração) 1 1 x1( 1 ) (1 x (20 ) ) x1( 1 ) (1 0) 0.5 0.5 2 2 x (1) 1.25 1 1 x (21 ) (3 x1( 1 ) ) x (21 ) (3 0.5) 1.25 2 2 Para k 1 (2ª iteração) 1 1 x1( 2 ) (1 x (21 ) ) x1( 2 ) (1 1.25) 1.125 1.125 2 2 x ( 2) 0.9375 1 1 x (22 ) (3 x1( 2 ) ) x (22 ) (3 1.125 ) 0.9375 2 2 repetiremos estes cálculos para k 2, 3, .... e colocamos os valores obtidos na tabela a seguir. 35 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância x1k k 0.0006 10 2 ou k 10 ? E x k2 E 0 0.0000 0.0000 0.0000 1 0.5000 1.2500 1.2500 2 1.1250 0.9375 0.6250 3 0.9688 1.0156 0.1563 4 1.0078 0.9961 0.0391 5 0.9980 1.0010 0.0098 6 1.0005 0.9998 0.0024 7 0.9999 1.0001 0.0006 x1 0.9999 x2 1.0001 0.9999 x 1.0001 xercício (01) Resolva o sistemas, com x0 [0 0 0] , E 10 2 iterações. Utilize o método de Gauss Seidel. 2x y z 2 4x y (a) x 2 y z 4 (b) x 2 y 2x y 2z 5 x 3y 3x y z z 5 z 5 3z 10 , onde k é o número de 4 3x y z t 2 (c) 2 x 5 y z 15 x y 3z 12 ou k (d) 2x x x 36 5y z 2 t y 3z t 2y z 5t 19 16 28 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 4. INTERPOLAÇÃO LINEAR 4.1. CONCEITO DE INTERPOLAÇÃO Seja a função y f ( x ) , cujos valores estão em uma tabela. Se desejarmos determinar f ( x ) sendo: 0, 1, 2, ... , n (a) x ( x 0 , x n ) e x x i onde i (b) x ( x 0 , x n ) O item (a) representa um problema de interpolação, isto é, x está dentro do intervalo amostrado, logo devemos calcular um polinômio interpolador, que é uma aproximação da função tabelada. O item (b) representa um problema de extrapolação, isto é, x está fora do intervalo amostrado. Nos trataremos apenas de problemas de interpolação neste capítulo. 4.2. INTERPOLAÇÃO LINEAR Exemplo - Na tabela está a produção seguir está assinalado o número de habitantes de uma cidade A em quatro censos. Tabela 1 ANO 1950 1960 Nº de Habitantes 352.724 683.908 Determinar o número aproximado de habitantes na cidade A em 1955. Solução Neste caso, o polinômio interpolador terá grau 1, isto é, será da forma P1 ( x ) a1 x a 0 Para se determinar os coeficientes, a0 e a1 devemos fazer P1 ( x 0 ) a1 x 0 a0 y0 a1 x 0 a0 y0 P1 ( x1 ) a1 x1 a0 y1 a1 x1 a0 y1 Para x 0 1950 e y0 a1 1950 a0 352.724 temos que 352.724 Para x 1 1960 e y1 683.908 temos que a1 1960 a0 683.908 Com isto temos o seguinte sistemas a1 1950 a 0 352.724 a1 1960 onde a1 P1( x ) a0 683.908 33118,40 33118,40 x a0 64228156 64228156 e 37 logo teremos Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância como queremos saber o número aproximado de habitantes na cidade A em x P1( x ) 33118,40 1955 64228156 518.316 habitantes 1955 , temos 4.3. INTERPOLAÇÃO QUADRATICA Exemplo - Na tabela a seguir está assinalado o número de habitantes de uma cidade A em quatro censos. Tabela 1 ANO 1950 1960 1970 Nº de Habitantes 877500 901600 925900 Determinar o número aproximado de habitantes na cidade A em 1965. Solução Neste caso, o polinômio interpolador será de 2º grau, isto é, será da forma P2 (x) a2 x 2 a1 x a0 Para se determinar os coeficientes, a0 , a1 e a 2 devemos fazer P2 (x 0 ) a 2 x 02 a1 x 0 y0 a 2 x 02 a1 x 0 a0 y0 P2 (x1) a 2 x12 a1 x1 a 0 y1 a 2 x12 a1 x1 a 0 y1 P2 (x 2 ) a 2 x 22 a1 x 2 y2 a 2 x 22 a1 x 2 y2 a0 a0 a0 Para o problema em questão temos: 1950 2 a 2 1950 a1 a 0 877500 1960 2 a 2 1950 a1 a 0 901600 1970 2 a 2 1950 a1 a 0 925900 cuja solução, através de escalonamento ensinado no capítulo anterior é a2 1 a1 1500 a0 2.25 logo teremos P2 (x) x2 1500 x 2.25 como queremos saber o número aproximado de habitantes na cidade A em x P2 (1965) 1965 2 1500 1965 2.25 913725 habitantes 38 1965 , temos Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 4.4. ERRO DE TRUNCAMENTO Para que você entenda o erro de truncamento, observe o gráfico mostrado a figura a seguir. f(x) P1( x ) y1 Valor Aproximado y0 Valor real x0 x x1 Figura. f ( x ) é a função tabelada e P1( x ) um polinômio interpolador de 1º grau. Podemos observar que, neste caso, P1( x ) não aproxima bem a solução. O erro de truncamento cometido no ponto x é dado pela fórmula ET (x) (x x0 ) (x x1) A , onde A é uma constante a determinar, como a função erro de truncamento. No calculo de A , utilizaremos a função auxiliar G( t) definida por: G( t) f ( t) P1( t) E T ( t) . 4.5. TEOREMA DE ROLLE Se a função f ( x ) é contínua no intervalo [ a ,b ] e diferenciável no intervalo ( a , b ) e f (a) f (b) , então, existe um ( a , b ) , tal que f ' ( ) 0 4.6. INTERPOLAÇÃO DE LAGRANGE As interpolações apresentadas anteriormente (interpolação linear e quadrática) são casos particulares da interpolação de Lagrange. Agora vamos determinar, o polinômio interpolador P( x ) de grau menor ou igual a n , sendo dado para isto, n 1 pontos distintos. Teorema Sejam ( x i , y i ) , i 0, 1, 2, ... , n, n 1 pontos distintos, isto é, xi Existe um único polinômio P( x ) de grau não maior que n , tal que p( x i ) polinômio P( x ) pode ser escrito na forma: Pn (x) a0 a1 x a2 x 2 a3 x 3 ... an xn ou da seguinte forma n Pn ( x ) i 0 39 a i xi xj para i j. y i , para todo i . O Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Observe que P( x ) é, no máximo, de grau n , se a n 0 . Para determinar o polinômio P( x ) devemos conhecer os valores a0 , a1, a2, ... , an . Como P( x ) contém os pontos ( x i , y i ) podemos escrever p( x i ) S: y i , da seguinte forma a0 a1 x 0 a 2 x 02 a 3 x 30 ... an x n0 y0 a0 a1 x 1 a 2 x 12 a 3 x 13 ... an x 1n y1 a0 a1 x 2 a 2 x 22 a 3 x 32 ... an x n2 y2 .............................................................. a0 a1 x n a 2 x n2 a 3 x n3 ... an x nn yn A solução do sistema S são os valores a0 , a1, a2, ... , an , com os quais determinamos o polinômio Pn (x) a0 a1 x a2 x 2 a3 x 3 ... an xn . Para verificarmos que tal polinômio é único, basta calcularmos o determinante da matriz A (matriz dos coeficientes) e verificar que ele é diferente de zero. A 1 x0 x 02 ... x n0 1 x1 x 12 ... x 12 ... ... ... ... ... 1 x n2 ... x n2 xn Observe que a matriz A , tem a forma da matriz de Vandermonte, também conhecida como matriz das potências. Seu determinante, segundo a Álgebra Linear, é dado pela expressão: det(A) (x i x j ) , com xi x j i j Sabemos que det(A) 0 , logo isto prova que P( x ) é único. Obtenção da Fórmula Para que você entenda a interpolação de Lagrange é necessário que compreender como é obtida a fórmula de recorrência deste método. O teorema fundamental da Álgebra garante que podemos escrever o polinômio P( x ) da seguinte forma P(x) (x x0 ) (x x1) (x x 2 ) (x x3 ) ...(x xn ) onde x 0 , x1, x 2, x3 , ... , xn são as raízes do polinômio P( x ) . Montaremos agora, uma seqüência de polinômios auxiliares da seguinte forma 1º polinômio: se retirarmos ( x x 0 ) obteremos o polinômio p0 (x) (x x1) (x x 2 ) (x x3 ) ...(x xn ) 2º polinômio: se retirarmos ( x x 1) obteremos o polinômio p1(x) (x x0 ) (x x 2 ) (x x3 ) ...(x xn ) 40 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 3º polinômio: se retirarmos ( x x 2 ) obteremos o polinômio p2 (x) (x x0 ) (x x1) (x x3 ) ...(x xn ) Seguindo este raciocínio obteremos os polinômios p0 (x), p1(x), p2 (x), ... , pn (x) . Estes polinômios podem ser escritos na forma sintética: n pi ( x ) (x ( i 0, 1, 2, 3, ... , n) x j) , j 0 j i Tais polinômios possuem as seguintes propriedades (a) pi ( x i ) 0 , para todo i. (b) pi (x j ) 0 , para todo j i . e são conhecidos como polinômios de Lagrange. O polinômio P( x ) pode ser escrito como uma combinação linear dos polinômios p0 (x), p1(x), p2 (x), ... , pn (x) , da seguinte forma: P(x) b0 p0 (x) b1 p1(x) b2 p2 (x) ... bn pn(x) ou n P( x ) bi pi ( x ) i 0 Mas, como pi (x j ) 0 , para todo j i e pi ( x i ) Pn ( x n ) 0 , para todo i, temos que bnpn ( x n ) logo e como Pn ( x i ) bn Pn (x n ) pn (x n ) bi yi pi ( x i ) y i , teremos substituindo este valor no somatório será n yi pi ( x ) pi ( x i ) P( x ) i 0 de onde teremos n P( x ) yi i 0 pi ( x ) pi ( x i ) n como pi ( x ) (x x j ) então j 0 j i n P(x ) n yi i 0 (x x j) j 0 (x i j i x j) denominada de fórmula de interpolação de Lagrange. 41 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Exemplo - A partir das informações existentes na tabela, determine: i 0 1 2 3 xi 0.0 0.2 0.4 0.5 yi 0.000 2.008 4.064 5.125 (a) O polinômio interpolador de Lagrange (b) P(0.3) Solução (a) Como temos 4 pontos, o polinômio interpolador será de grau 3, logo 3 3 (x x ) j , ou seja P3 ( x ) yi ( x x ) i j i 0 j 0 j i P3 ( x ) y0 ( x x 1) ( x x 2 ) ( x x 3 ) ( x 0 x 1) ( x 0 x 2 ) ( x 0 x 3 ) y1 (x x 0 ) (x x 2 ) (x x 3 ) (x1 x 0 ) (x1 x 2 ) (x1 x 3 ) y2 ( x x 0 ) ( x x 1) ( x x 3 ) ( x 2 x 0 ) ( x 2 x 1) ( x 2 x 3 ) y3 ( x x 0 ) ( x x 1) ( x x 2 ) ( x 3 x 0 ) ( x 3 x 1) ( x 3 x 2 ) substituindo os valores da tabela, teremos ( x 0.2) ( x 0.4) ( x 0.5) P3 ( x ) 0.000 (0.0 0.2) (0.0 0.4) (0.0 0.5) 2.008 ( x 0.0) ( x 0.4) ( x 0.5) (0.2 0.0) (0.2 0.4) (0.2 0.5) 4.064 ( x 0.0) ( x 0.2) ( x 0.5) (0.4 0.0) (0.4 0.2) (0.4 0.5) 5.125 ( x 0.0) ( x 0.2) ( x 0.4) (0.5 0.0) (0.5 0.2) (0.5 0.4) simplificando a expressão, temos o seguinte polinômio interpolador P3 (x) x3 (b) P3 (0.3) 10 x 0.33 10 0.3 3.027 42 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação E xercício (01) A partir das informações existentes na tabela, determine: xi yi I 0 0.0 0.0000 1 0.2 1.0400 2 0.4 2.1600 3 0.6 3.3600 (a) O polinômio interpolador de Lagrange (b) P(0.3) (02) A partir das informações existentes na tabela, determine: xi yi I 0 0.1 0.1010 1 0.3 0.3270 2 0.5 0.6250 3 0.7 1.0430 (a) O polinômio interpolador de Lagrange (b) P( 0.4) (03) A partir das informações existentes na tabela, determine: xi yi I 0 0.0 0.0000 1 0.2 0.4080 2 0.4 0.8640 3 0.6 1.4160 (a) (b) O polinômio interpolador de Lagrange P( 0.5) (04) A partir das informações existentes na tabela, determine: xi yi I 0 0.1 0.0110 1 0.3 0.1170 2 0.5 0.3750 3 0.7 0.8330 (a) O polinômio interpolador de Lagrange (b) P( 0.6) 43 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 4.7. INTERPOLAÇÃO DE NEWTON COM DIFERENÇAS DIVIDIDAS Conceito de Diferenças Divididas Seja y f ( x ) uma função que contém n pontos distintos ( x i , yi ) , onde i 0, 1, 2, ... , n . Representaremos diferença divididas, por f [ ] . Definiremos diferença dividida de ordem zero a própria função, isto é, f 0 [x1] f (x1) y1 . A diferença dividida de 1ª ordem para os argumentos x 0 e x 1 é uma aproximação da 1ª derivada, isto é, f ( x 1) f ( x 0 ) , f 1 [ x 0 , x1 ] x1 x 0 onde temos a seguinte propriedade f [ x1 , x0 ] f [ x0 , x1 ] . Considerando y i f ( x i ) , podemos escrever as diferenças divididas de 1º ordem, de forma geral, por: yi 1 yi . f 1 [ xi , xi 1 ] xi 1 xi A diferença dividida de 2ª ordem para os argumentos x 0 , x 1 e x 2 é dada por: f 1 [ x1 , x 2 ] f 1 [ x 0 , x1 ] . x2 x0 A diferença dividida de 3ª ordem para os argumentos x 0 , x 1 , x 2 e x 3 é dada por: f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] f 2 [ x1 , x 2 , x 3 ] f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] . x3 x0 Genericamente, a diferença dividida de ordem n é dada por: f 3 [ x 0 , x1 , x 2 , x 3 ] ] f n 1 [ x i , x i 1 , x i 2 , ... , x i xi n xi Exemplo - Dada a função tabelada calcule a diferença dividida de segunda ordem. f n [ xi , xi 1 , xi 2 , ... , x i n] fn i 0 1 2 1 [ xi 1 , xi 2 , xi 0.3 1.5 2.1 ... , x i n n 1] . yi 3.09 17.25 25.41 Solução Devemos calcular as diferenças divididas de primeira ordem y1 y 0 17.25 3.09 f 1 [ x 0 , x1 ] 11.80 x1 x 0 1.5 0.3 y 2 y1 25.41 17.25 f 1 [ x1 , x 2 ] 13.60 x 2 x1 2.1 1.5 com todas as diferenças divididas de primeira ordem calculadas, vamos então calcular a de segunda ordem 44 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação f 1 [ x1 , x 2 ] f 1 [ x 0 , x1 ] x2 x0 f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] 13.60 11.80 2.1 0.3 1.0 Para facilitar os procedimentos numéricos e organizar os nossos cálculos colocaremos na própria tabela o desenvolvimento do calculo da seguinte forma: f 1 [ xi , xi 1] f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] 3.09 f 1 [ x 0 , x1 ] f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] 17.25 25.41 f 1 [ x1 , x 2 ] i xi yi 0 0.3 1 2 1.5 2.1 Fazendo a substituição numérica temos: i xi yi 0 1 2 0.3 1.5 2.1 3.09 17.25 25.41 f 1 [ xi , xi 1] 11.80 13.60 f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] 1.00 A fórmula de recorrência de interpola, de Newton com diferenças dividida, depende do número de pontos existente na tabela. 1º Caso: Existem só dois pontos na tabela A fórmula, de interpolação, é obtida a partir da expressão de diferença divididas de primeira ordem, f ( x 1 ) f ( x 0 ) f ( x 0 ) f ( x 1) f 1 [ x 0 , x1 ] x1 x 0 x 0 x1 onde isolando f ( x ) , para obter a fórmula de interpolação: f (x 0 ) assumiremos x f (x1) (x 0 x1) f 1 [ x 0 , x1 ] x 0 , onde x é qualquer valor dentro do intervalo [ x 0 , x1 ] . 2º Caso: Existem só três pontos na tabela A fórmula de interpolação, neste caso, é obtida a partir da expressão de diferença divididas de segunda ordem, f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] f 1 [ x1 , x 2 ] f 1 [ x 0 , x1 ] x2 x0 f 1 [ x 0 , x1 ] f 1 [ x1 , x 2 ] x0 x2 onde isolando f 1 [ x1 , x 2 ] , obtemos: f 1 [ x 0 , x1 ] f 1 [ x1 , x 2 ] ( x 0 x 2 ) f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] Substituindo na primeira fórmula de interpolação, temos f (x 0 ) f (x1) (x 0 x1) {f 1 [ x1 , x 2 ] (x 0 x 2 ) f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ]} 45 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância que pode ser escrita por f (x 0 ) f (x1) (x 0 x1) f 1 [ x1 , x 2 ] (x 0 x 2 ) f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] x1)( x 0 que é a fórmula de interpolação para este caso, onde assumiremos x valor dentro do intervalo [ x 0 , x 2 ] . x 0 , onde x é qualquer 3º Caso: Existem só quatro pontos na tabela A fórmula de interpolação, neste caso, é obtida a partir da expressão de diferença divididas de terceira ordem, 3 f [ x 0 , x1 , x 2 , x 3 ] f 2 [ x1 , x 2 , x 3 ] f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] x3 x0 f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] f 2 [ x1 , x 2 , x 3 ] x0 x3 onde isolamos f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] , para obter: f 2 [ x 0 , x1 , x 2 ] f 2 [ x1 , x 2 , x 3 ] ( x 0 x 3 ) f 3 [ x 0 , x1 , x 2 , x 3 ] Substituindo na segunda fórmula de interpolação, temos f ( x 0 ) f ( x 1) ( x 0 x 1) f 1 [ x 1 , x 2 ] ( x 0 x 1)( x 0 x 2 ) { f 2 [ x 1 , x 2 , x 3 ] ( x 0 que pode ser expresso por: f ( x 0 ) f ( x 1) ( x 0 x 1) f 1 [ x 1 , x 2 ] (x 0 x 1)( x 0 x 2 ) f 2 [ x1 , x 2 , x 3 ] (x 0 x 3 ) f 3 [ x 0 , x1 , x 2 , x 3 ] } x 1)( x 0 x 2 )( x 0 que é a fórmula de interpolação para este caso, onde assumiremos x valor dentro do intervalo [ x 0 , x 3 ] . x 3 ) f 3 [ x 0 , x1 , x 2 , x 3 ] x 0 , onde x é qualquer 4º Caso: Generalização para n pontos na tabela Para uma tabela de n pontos, a fórmula de interpolação pode ser expressa, segundo o mesmo raciocínio, por: n f (x 0 ) f ( x 1) i 1 f i [ x 0 , ..., x i ] i 0 onde assumiremos x (x x j) j 0 x 0 , onde x é qualquer valor dentro do intervalo [ x 0 , x n ] . Exemplo - Determinar o valor aproximado de f (0.4) , usando todos os pontos tabelados i 0 1 2 3 4 xi 0.0 0.2 0.3 0.5 0.6 46 yi 1.008 1.064 1.125 1.343 1.512 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Solução xi I 0 1 2 3 4 yi f[ ] f 1[ ] 0.0000 1.0080 0.2800 0.2000 1.0640 0.6100 0.3000 1.1250 1.0900 0.5000 1.3430 1.6900 0.6000 1.5120 0.0000 f 2[ ] 1.1000 1.6000 2.0000 0.0000 0.0000 f3[ ] 1.0000 1.0000 0.0000 0.0000 0.0000 f 4[ ] -0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 Utilizamos os valores em azul no momento as substituição f (0.4) f [ ] (0.4 x 0 ) f 1[ ] (0.4 x 0 )(0.4 x 1) f 2 [ ] (0.4 f (0.4) x 0 )(0.4 x 1)(0.4 x 2 ) f 3 [ ] (0.4 x 0 )(0.4 x 1)(0.4 x 2 )(0.4 1.2160 E xercício (01) Determinar o valor aproximado de f ( 0.3) , usando todos os pontos tabelados xi yi I 0 0.0 0.0000 1 0.2 0.0480 2 0.4 0.2240 3 0.6 0.5760 4 0.8 1.1520 (02) Determinar o valor aproximado de f (0.4) , usando todos os pontos tabelados xi yi I 0 0.1 0.1010 1 0.3 0.3270 2 0.5 0.6250 3 0.7 1.0430 4 0.9 1.6290 (03) Determinar o valor aproximado de f ( 0.3) , usando todos os pontos tabelados xi yi i 0 0.0 0.1000 1 0.2 0.1080 2 0.4 0.1640 3 0.6 0.3160 4 0.8 0.6120 47 x3 ) f 4[ ] Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 5. AJUSTE DE CURVAS 5.1. AJUSTE LINEAR O ajuste linear consiste em ajustar uma função do primeiro grau no dados y 0 1 x, onde 0 e 1 são denominados parâmetros do modelo. Y ŷ di Yi 1x 0 ŷi ŷi 1 xi 0 xi Figura – As bolinhas representam os valores amostrados no campo e a reta representa a função ajustada nos pontos amostrados. No ponto x i o valor y i representa o valor amostrado, e ŷ i o seu valor estimado pela função ajustada e di y i ŷ i é a diferença entre o valor amostrado (valor real do campo) e o valor estimado. Para estimarmos a função ŷ 0 1 x , o erro entre o valor amostrado y i e o valor estimado ŷ i deve ser mínimo, para isto a soma dos quadrados do erro de todos os pontos deve ser a menor possível. Para você entender melhor, primeiro definiremos a função que representa a soma do quadrado dos erros: n D yi ŷ i 2 , i 1 onde temos n é o número de pontos amostrados. A magnitude de D depende da reta ajustada, ou seja depende de 0 e 1 . Assim como ŷ 0 1 x , podemos escrever: n D( 0 , 1 ) yi ( 0 1 x) 2 . i 1 Então para determinarmos 0 e 1 da função ŷ D( 0 , 1 ) 0 e 0 1 x , devemos fazer D( 0 , 1 ) 0, 0 1 O que resulta nas expressões: n n n 1 xi yi i 1 n n i 1 xi i 1 x i2 n n n yi i 1 2 n yi e 0 i 1 xi i 1 1 . n xi i 1 Exemplo: Encontre o número de habitantes de uma cidade no ano de 1970 considerando os dados do censo mostrado na Tabela 2. 48 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Ano( x i ) Número de habitantes( y i ) 1940 19600 1960 19800 1980 20000 1990 20100 2000 20200 Tabela – Censo feito na cidade hipotética A. Para calcularmos 1 e 0 devemos primeiro completar a tabela com as colunas i 1 2 3 4 5 n contendo informação de xi2 , xi yi , n n xi , x i2 yi , i 1 i 1 n x i y i que são obtidos e i 1 i 1 simplesmente pela soma dos elementos de cada coluna. i Ano ( xi ) 1 2 3 4 5 1940 1960 1980 1990 2000 Número de habitantes ( yi ) 19600 19800 20000 20100 20200 n n n xi 9870 yi 99700 i 1 i 1 Tabela – Estão os valores de x i , y i , xi2 , x i y i , xi2 xi yi 3763600 3841600 3920400 3960100 4000000 38024000 38808000 39600000 39999000 40400000 x i2 i 1 n n 19485700 n xi , i 1 xi yi 196831000 i 1 n yi , i 1 x i2 i 1 Com os valores da Tabela podemos calcular os coeficientes n xi yi . e i 1 1 e 0, da seguinte forma: n n n 1 xi yi i 1 n n i 1 n x i2 0 5 * 196831000 9870 * 99700 5 * 19485700 196831000 i 1 2 10 i 1 n yi i 1 yi xi i 1 n n xi xi i 1 1 99700 n 9870 10 5 200 . Com isto a função de ajuste é ŷ 200 10 x ; O número de habitantes em 1970 é obtido pela fórmula ŷ 200 10 x , da seguinte forma: ŷ 200 10 * 1970 19900 , Logo tivemos 19900 habitantes em 1970. 49 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício (01) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.5 , segundo uma aproximação linear. xi yi i 1 0.0000 -0.2000 2 0.2000 0.8000 3 0.4000 1.8000 4 0.6000 2.8000 5 0.8000 3.8000 6 1.0000 4.8000 7 1.2000 5.8000 (02) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.6 , segundo uma aproximação linear. xi yi i 1 0.1000 0.5000 2 0.3000 1.1000 3 0.5000 1.7000 4 0.7000 2.3000 5 0.9000 2.9000 6 1.1000 3.5000 7 1.3000 4.1000 5.2. AJUSTE POLINOMIAL O ajuste linear é um caso particular do ajuste polinomial, onde ajustaremos aos pontos amostrados um polinômio, ŷ , de grau n. ŷ Os são coeficientes 0, 1, 0 1x 2, 3, ..., 2 x2 3x 3 ... n n são obtidos através de um sistema: XA B. Para ajustarmos uma reta (polinômio do 1º grau) ŷ n função D( 0 , 1 ) yi ( 0 1 x) xn . 2 1 x , devemos minimizar a 0 , para isto devemos fazer i 1 D( 0 , 1 ) n 0 n 0 xi 0 D( 0 , 1 ) 1 n n 0 n xi 0 i 1 50 yi 1 i 1 1 i 1 x i2 i 1 n xi yi i 1 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Podemos escrever este sistema na forma matricial n n n xi i 1 n n xi i 1 Comparando com o sistema X A yi 0 i 1 n 1 x i2 xi yi i 1 i 1 B , temos que: n n X n xi i 1 n n xi i 1 yi 0 A , e i 1 n B 1 x i2 xi yi i 1 i 1 Com a resolução do sistema, encontraremos A que possibilitará a determinação do polinômio interpolador ŷ 0 1 x . Para entendermos como interpolar um polinômio de grau n, observe a tabela a seguir: Polinômio a interpolador Sistema a ser determinado n n n ŷ 1x 0 xi i 1 n n xi i 1 x i2 n 2 x2 xi i 1 n n 1x xi i 1 n x i2 i 1 i 1 n x i2 x i3 i 1 xi 1x 2 x2 3x 3 i 1 n i 1 n i 1 x i2 x i3 i 1 n i 1 n n xi i 1 n n 0 xi yi i 1 n i 1 n i 1 51 n x i2 yi 0 x i3 x i2 x i3 x i4 i 1 n i 1 n i 1 n i 1 i 1 n xi yi 1 2 x i4 i 1 n n ŷ 1 i 1 n 0 i 1 n i 1 n ŷ yi 0 i 1 n x i2 y i i 1 x i2 x i3 x i4 x i5 n i 1 n i 1 n i 1 n i 1 n x i3 x i4 x i5 x i6 yi 0 1 2 3 i 1 n xi yi i 1 n i 1 n i 1 x i2 y i x i3 y i Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Seguindo o raciocínio da tabela, podemos afirmar que para ajustarmos o polinômio: ŷ 0 Devemos resolver o sistema: n n n xi i 1 n i 1 n x i2 x i3 i 1 n i 1 n x i2 x i3 x i4 2 n x i2 xi i 1 n n 1x i 1 n i 1 n i 1 n x i3 i 1 n x i3 i 1 n x i4 i 1 n x i5 i 1 i 1 i 1 i 1 n n n n x ni i 1 x ni 1 i 1 x2 x i4 x i5 x i6 3x i 1 ... n n xn n x ni yi i 1 n x ni 1 i 1 n i 1 n x ni 3 i 1 i 1 n xi yi 0 i 1 n 1 x ni 2 2 i 1 n 3 x ni 3 n i 1 x ni 2 3 n i 1 n x i2n x i2 y i x i3 y i x ni y i i 1 i 1 Exemplo - Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 3 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 xi 0.5000 1.0000 1.5000 2.0000 2.5000 3.5000 4.0000 0 1x 2 x2 . yi 1.2500 3.0000 5.2500 8.0000 11.2500 19.2500 24.0000 Solução: Para montarmos o sistema devemos completar a tabela com as informações: i xi yi xi2 x i3 xi4 xi yi xi2 yi 1 2 3 4 5 6 7 0.5000 1.0000 1.5000 2.0000 2.5000 3.5000 4.0000 1.2500 3.0000 5.2500 8.0000 11.2500 19.2500 24.0000 0.2500 1.0000 2.2500 4.0000 6.2500 12.2500 16.0000 0.1250 1.0000 3.3750 8.0000 15.6250 42.8750 64.0000 0.0625 1.0000 5.0625 16.0000 39.0625 150.0625 256.0000 0.6250 3.0000 7.8750 16.0000 28.1250 67.3750 96.0000 0.3125 3.0000 11.8125 32.0000 70.3125 235.8125 384.0000 15 72 42 135 467.2500 219 737.2500 n i 1 52 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Desta forma o sistema para o ajuste do polinômio ŷ 1x 0 2 7 15 42 0 72 15 42 135 1 219 2 737 .2500 42 135 467 .2500 x 2 , adquire a forma: De onde obtemos o seguinte polinômio ŷ 0 2 x x 2 , cujo gráfico esta mostrado na Figura ŷ 15 . juntamente com os pontos amostrado. Logo quando x 3 30 25 20 15 10 5 0 0 0.5 1 1.5 Figura – Polinômio interpolador ŷ E 2 2.5 3 3.5 4 4.5 0 2 x x 2 e pontos amostrados. xercício (01) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 3 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 xi 0.5000 1.0000 1.5000 2.0000 2.5000 3.5000 4.0000 53 0 1x yi 0.7500 2.0000 3.7500 6.0000 8.7500 15.7500 20.0000 2 x2 . Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância (02) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.3 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 1x 0 xi 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 1.2000 2 x2 . yi 0.0000 -0.1600 -0.2400 -0.2400 -0.1600 0.0000 0.2400 (03) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.5 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 xi 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 1.2000 1x 0 2 x2 3x 3 . yi 0.0000 0.1280 0.1440 0.0960 0.0320 0.0000 0.0480 (04) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 3 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 xi 0.5000 1.0000 1.5000 2.0000 2.5000 3.5000 4.0000 0 1x 2 x2 3x 3 . yi -0.1250 0.0000 -0.3750 -2.0000 -5.6250 -21.8750 -36.0000 (04) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.7 , segundo o polinômio interpolador ŷ i 1 2 3 4 5 6 7 xi 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 1.2000 54 yi 0.0000 0.1200 0.0800 -0.1200 -0.4800 -1.0000 -1.6800 0 1x 2 x2 . Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação (05) Com base dos dados amostrados dispostos na tabela a seguir encontre o valor quando x 0.5 , segundo o polinômio interpolador ŷ xi 0.0000 0.2000 0.4000 0.6000 0.8000 1.0000 1.2000 i 1 2 3 4 5 6 7 1x 0 2 x2 3x 3 . yi 0.0000 0.2320 0.4960 0.7440 0.9280 1.0000 0.9120 6. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA Se a função f ( x ) é contínua em um intervalo [ a , b ] e sua primitiva F( x ) é conhecida, então a área é calculada pela integral definida desta função no intervalo definido e é dada por: b a onde F ' ( x ) f ( x )dx F(b) F(a) , f (x) . 6.1. REGRA DOS TRAPÉZIOS Neste método, substituímos a rachurada que se deseja calcular pela área de um trapézio como ilustra a figura a seguir. y y f(x0) f(x) f(x0) f(x) f(x1) x0 h x1 f(x1) x0 x (a) x1 h x (b) Figura – (a) Área rachurada compreendida pela função f ( x ) e o eixo do x no intervalo [ x 0 x1 ] . (b) Trapézio utilizado para aproximar a área rachurada do item (a). O trapézio utilizado para aproximar a área rachurada é determinado, utilizando os dois pontos do intervalo, onde passamos uma reta. Da geometria sabemos que a área deste trapézio é dada por: h A f ( x 0 ) f ( x1 ) . 2 55 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância A diferença entre a integral exata de f ( x ) (área sob a curva f ( x ) ) e a integral aproximada (área do trapézio) é denominada de erro de integração. Uma forma de se melhorar o resultado estimado, isto é, diminuir a diferença entre o resultado estimado e o exato na regra do trapézio é subdividir o intervalo [ x 0 x1 ] em n intervalos de amplitude h e em cada intervalo aplica-se a regra dos trapézios. y f(x) h h x2 a = x 0 x1 Figura – h h x3 h x4 xn-1 b= xn x Área compreendida pela função f ( x ) e o eixo do x no intervalo [ x 0 x1 ] é aproximada pela soma de n áreas dos trapézios de mesma base compreendidos no intervalo [ x 0 x1 ] . Desta forma, a área aproximada é calculada pela expressão: A h (y0 2 h ( y1 2 y1 ) y2 ) h ( yn 1 2 ... yn ) , Que pode ser simplificado para A h (y0 2 2 y1 2 y3 ... 2 yn 1 yn ) . Onde E i é o erro cometido na aplicação da regra dos trapézios no intervalo cujos extremos são x i e x i 1 , ou seja, h3 f ''( ) ; 12 Ei Com isto o erro total cometido é a soma dos erros cometidos em cada intervalo, logo E h3 n 1 f ''( i), 12 i 1 e pela continuidade de f ' ' ( ) , existe n em a Ei (b a)3 12n 2 b , tal que: f ' ' ( ) , onde a 56 b. Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Exemplo – Calcule a área entre o gráfico v 4 t t 2 e o eixo do x , dentro do intervalo [0 4]. A precisão do valor aproximado depende do número n de trapézios, observe 5 Resolução analítica: 4 4 3 2 A 2 ( 4t t )dt 0 1 A 0 -1 -0.5 ( 2t 2 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 (2 * 42 t3 4 )0 3 43 ) (2 * 02 3 03 ) 3 32 A 3 10 .6667 4 5 Aproximação para n = 2 4 A 3 2 E 1 0 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 h ( y1 2y 2 2 (b a)3 12n2 y3 ) A 8 f ''( ) E 2.6667 4 5 Aproximação para n = 4 4 A 3 2 E 1 h ( y1 2y 2 2 (b a)3 12n2 2y 3 f ''( ) 2y 4 E A y5 ) 10 0.6667 0 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 5 Aproximação para n = 6 4 h ( y1 2y 2 2 A 10.3704 A 3 2 1 E 0 -1 -0.5 5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 (b a)3 12n2 2y 3 f ''( ) 2y 4 2y 5 2y 6 E 0.2963 E 0.0119 y7 ) 4 Aproximação para n = 30 4 A 10.6548 3 2 E 1 (b a)3 12n2 f ''( ) 0 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Figura 5 – Mostrando a aproximação pela regra dos trapézios para diferentes valores de n. 2 , logo f ' ' (0) 2 em todas as Com v ' ( t ) 4 2t , e como v ' ' ( t ) 4. expressões, onde 0 57 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício x 2 calcular o valor da integral I (01) Dada a função f ( x) 3 0 f ( x ) dx , usando a regra dos trapézios e dividindo o intervalos 6 partes. ln x calcular o valor da integral I (02) Dada a função f ( x ) 4 2 f ( x ) dx , usando a regra dos trapézios e dividindo o intervalos 6 partes. x 3 calcular o valor da integral I (03) Dada a função f ( x) 3 0 f ( x ) dx , usando a regra dos trapézios e dividindo o intervalos 6 partes. e x calcular o valor da integral I (04) Dada a função f ( x) 4 2 f ( x ) dx , usando a regra dos trapézios e dividindo o intervalos 6 partes. Utilizamos uma aproximação de primeira ordem do polinômio interpolador de GregoryNewton Pn ( x ) para representar a função f ( x ) . Pn ( x ) y0 z ( z 1) * 2y0 2! z y0 z ( z 1)( z 2) * 3 y 0 ... 3! z ( z 1)( z 2) * ... * ( z n 1) * 2y0 (n 1) ! Isto é, utilizamos na regra do trapézio, utilizamos P2 (x) y0 aproximar f ( x ) , com isto a integral passou a ser determinada por b I b f ( x )dx y0 a z y 0 dx a x x0 h e considerando a x 0 e b Como z dx h dz , x1 , temos que para x a z x0 para x b z x1 x0 h 0, x0 1 h substituindo os limes na integral temos b I 1 y0 a z y 0 dx y0 z y 0 h dz h z y0 0 58 z2 2 1 y0 0 z y0 (n = 1), para Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação I h 1* y0 I h 1 2 y0 y I h 12 2 y0 h 0 * y0 02 2 y0 y0 I 1 (y 2 h y0 y0 ) y0 , foi esta a expressão utilizada no método dos trapézios. 2 6.2. PRIMEIRA REGRA DE SIMPSON A vantagem, de revermos o método dos trapézios usando o polinômio interpolador de Gregory-Newton ( Pn ( x ) ) e que na primeira regra de Simpson, utilizamos uma aproximação z (z 1) de 2ª ordem deste polinômio, isto é, faremos: f ( x) y 0 z y 0 * 2 y 0 , onde 2! x x0 . z h Com isto o valor da integral ser: b I b f ( x )dx y0 a z y0 a z ( z 1) * 2 y 0 dx 2! x0 dx h dz , h Para se aproximar a função f ( x ) por um polinômio do 2º grau, serão necessários 3 pontos: x 0 , x1 e x 2 (Figura). Como z x y f(x) f(x0) f(x2) P2(x) f(x1) x0 h x1 h x2 x Figura – Gráfico de f ( x ) juntamente com a aproximação de segunda ordem P2 ( x ) . Considerando a x0 e b x 2 , temos que : a a 0, h b a x b z 2 h Com isto, a integral será resolvida da seguinte forma x a z 59 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância b I 2 f ( x )dx y0 a z y0 0 z ( z 1) * 2 y 0 h dz 2! Cujo resultado é: I h 2 y0 2 y0 Como babemos que 1 2 y0 3 y 0 y1 2 y0 y2 y0 2 y1 y0 , então com a substituição teremos h y 0 4 y1 y 2 que é denominado de 1ª regra de Simpson. 3 y y0 I h , foi esta a expressão utilizada no método dos trapézios. 2 I Para diminuir o erro, isto é, a diferença do valor estimado e do valor real, devemos subdividir o intervalo de integração, da mesma forma que fizemos no método dos trapézios, b com isto, a integral I f ( x )dx , será aplicada em cada dupla de intervalos da seguinte forma: a I h y 0 4 y1 y 2 3 1º sub int ervalo h y 2 4 y3 y 4 3 h yn 2 4 yn 1 yn 3 ... último sub int ervalo 2 º sub int ervalo O erro total cometido será a soma dos erros cometidos em cada aplicação da 1ª regra de Simpson nas duplas de subintervalos e são determinados por: (b a)5 (IV ) f ( ) , onde a 180 n 4 E Exemplo 1. Calcule o valor da integral 1 01 dx x 2 b. 10 4 . , com Solução 1 1 0.8 0.8 0.6 0.6 0.4 0.4 0.2 0.2 0 0 0 0.2 0.4 0.6 Figura – Gráfico da função f ( x ) 0.8 0 1 1 1 x2 0.2 0.4 , onde a área rachurada é 60 0.6 1 01 0.8 dx x2 1 . Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Devemos definir qual dever ser o número n de subintervalos devemos usar, para isto utilizaremos a nossa fórmula do erro total E Como f ( x ) f IV ( x ) (b a)5 (IV ) f ( ) , onde a 180 n 4 1 , então temos que 1 x2 24 288 x 2 384 x 4 1 x b. 2 3 1 x 2 4 1 x 2 5 , onde 0 1 Sabemos que o maior erro total será obtido quando x 0 , logo f IV ( x ) max 24 , e 10 4 , então temos: (1 0)5 24 4 n 6.042 * 24 10 4 n4 10 180 180 n 4 Isto é, devemos escolher um número de subintervalos maior que 7, e escolheremos para este caso n 8 . O valor da aproximação foi obtido, para n 8 , a partir da tabela a seguir. i xi yi ci 0 0.0000 1.0000 1 1 0.1250 0.9846 4 2 0.2500 0.9412 2 3 0.3750 0.8767 4 4 0.5000 0.8000 2 5 0.6250 0.7191 4 6 0.7500 0.6400 2 7 0.8750 0.5664 4 8 1.0000 0.5000 1 Tabela - ci são os coeficientes que devem ser aplicados yi para determinar a aproximação do valor da integral. considerando Para calcularmos o valor da integral pela seguinte expressão 1 dx 1 y 0 4y1 2y 2 4y 3 2y 4 4y 5 2y 6 4y 7 0 1 x2 h 1 dx Substituindo os valores da tabela teremos 0.7854 0 1 x2 61 y8 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância E xercício dx 1 (01) Calcule o valor da integral 01 2x 2 , com 10 4 , usando a primeira regra de Simpson. (02) Calcule o valor da integral 2 1 ln(1 x ) dx , com 10 4 , usando a primeira regra de Simpson. dx 1 (03) Calcule o valor da integral 01 2x 3 , com 10 4 , usando a primeira regra de Simpson. (04) Calcule o valor da integral 2 1 ln(1 x 2 ) dx , com 10 4 , usando a primeira regra de Simpson. 6.3. SEGUNDA REGRA DE SIMPSON Na segunda regra de Simpson utilizamos uma aproximação de terceira ordem no polinômio interpolador de Gregory-Newton ( Pn ( x ) ) o que resulta na expressão : Pn ( x) y0 z y0 z (z 1) 2 * y0 2! z (z 1)( z 2) 3 * y 0 , onde z 3! x x0 . h Com isto o valor da integral ser: b I b f ( x)dx a como z x y0 z (z 1) * 2y0 2! z y0 a x0 h dx z ( z 1)( z 2) 3 * y 0 dx 3! h dz , Desta forma a solução da integral é: I 3h y0 8 3 y1 3 y 2 y3 O erro total neste método é dado pela expressão E 3 x 5 IV f ( ), a 80 62 b. Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Para diminuir o erro quando o intervalo não for muito pequeno, devemos subdividir o intervalo de integração da seguinte forma: I 3h y 0 3 y1 3 y 2 y 3 8 1º sub int ervalo 3h 3h y 3 3 y4 3 y 5 y 6 ... y n 3 3 yn 2 3 y n 1 y n 8 8 2 º sub int ervalo 4 ln( x 3 Exemplo 1 – Calcule o valor da integral I último sub int ervalo e x ) dx 1 Solução Calcular esta integral significa determinar a área compreendida entre o gráfico e o eixo x, como mostra a Figura 8. O valor da integral é obtido pela seguinte expressão: 4 3h ln( x3 e x ) dx y 0 3y1 3y 2 2y3 3y 4 3y 5 2y 6 3y 7 3y8 y 9 1 8 Os valores de y0, y1, y 2, ... , yn são obtidos na tabela a seguir, O valor da aproximação foi obtido, para n 9 , a partir da tabela a seguir. I xi yi ci 0 1.0000 1.3133 1 1 1.3333 1.8187 3 2 1.6667 2.2950 3 3 2.0000 2.7337 2 4 2.3333 3.1362 3 5 2.6667 3.5072 3 6 3.0000 3.8520 2 7 3.3333 4.1754 3 8 3.6667 4.4821 3 9 4.0000 4.7757 1 Tabela - ci são os coeficientes que devem ser aplicados yi para determinar a aproximação do valor da integral. Substituindo os valores da tabela teremos E 4 1 ln( x 3 e x ) dx 9.6880 xercício 1 (01) Calcule o valor da integral 01 dx 2x 2 , com 10 4 , usando a segunda regra de Simpson. (02) Calcule o valor da integral 2 1 ln(1 x ) dx , com Simpson. 63 10 4 , usando a segunda regra de Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância dx 1 (03) Calcule o valor da integral 01 2x 3 10 4 , usando a segunda regra de , com Simpson. 2 (04) Calcule o valor da integral 1 ln(1 x 2 ) dx , com 10 4 , usando a segunda regra de Simpson. 6.4. INTEGRAL DUPLA y e o plano xy , mostrado na Para calcularmos o volume entre a função f ( x, y ) x figura, devemos calcular uma integral dupla Volume f ( x, y) dxdy . D Calcularmos numericamente a integral dupla apresentada significa aplicarmos os métodos apresentados nas duas direções, isto é, nos dois eixos, x e y. Sabendo que D é um retângulo limitado por a x b e c y d , podemos escrever a integral da seguinte forma: b d V f ( x, y ) dy dx a c d b f ( x, y ) dy Fazendo G( x ) , temos que V G( x ) dx . c a Observação: Observe que temos na direção dos dois eixos uma integral definida, cuja solução numérica já foi abordada anteriormente. O problema agora é como implementar nas duas direções (x e y) ao mesmo tempo. Exemplo - Para calcular o volume compreendido entre a função f ( x, y ) x y , no intervalo 55 x 0 y 5e 0 (x 5 (Figura 9), devemos calcular a integral y )dxdy . 00 10 10 8 8 6 z z 6 4 4 2 2 0 0 0 0 1 1 2 2 5 3 4 4 2 5 x 3 n intervalos 5 3 4 4 1 2 5 0 x y 64 1 3 m intervalos 0 y Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Figura 10 – Superfície gerada pela função f ( x, y ) x y e representação gráfica da divisão o intervalo 0 x 5 em n subintervalos e 1 y 5 e m subintervalos. 55 (x Para calcularmos a integral y )dxdy , seguiremos os seguintes passos: 00 1º Passo: Dividiremos o domínio D , em n m retângulos, nos quais calcularemos o valor da função f ( x, y ) x y . No exemplo dividimos o intervalo 0 x 5 em n 4 subintervalos e o intervalo 0 y 5 em m 4 subintervalos como mostra a figura 10. logo teremos as seguintes índices i 0, 1, 2, 3, 4 e j 0, 1, 2, 3, 4 , e a função f ( x, y ) será avaliada nos seguintes valores de x e y: x = { 0, 5/4, J yi 0 0 1 5/4 2 5/2 3 15/4 4 5 5/2, 15/4, 5} e y = { 0, 5/4, 5/2, 15/4, 5} . i 0 1 2 3 4 xi 0 5/4 5/2 15/4 5 2º Passo: Escolher o método a ser usado no cálculo da integral definida em cada eixo, o que implicará em estipularmos quais serão os índices que ficarão na área rachurada na tabela anterior. Escolheremos, neste exemplo, usar ao longo do eixo x a regra do trapézio ( c i { 1, 2, 2, 2, 1 } ), e ao longo do eixo y usarmos a primeira regra de Simpson ( c j { 1, 4, 2, 4, 1 } ), como mostra a próxima tabela i 0 1 2 3 4 xi 0 5/4 5/2 15/4 5 1 2 2 2 1 ci j yi 0 0 1 1 5/4 4 2 5/2 2 3 15/4 4 4 5 1 cj 65 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 3º Passo: Faremos agora o produto dos índices e guardaremos o resultado dentro dos retângulos rachurados na próxima tabela. Por exemplo Para c i 0 1 e c j 0 1 a00 1 * 1 1 Para c i 1 2 e cj 1 4 a11 2*4 8 i 0 1 2 3 4 xi 0 5/4 5/2 15/4 5 1 2 2 2 1 ci j yi 0 0 1 1 2 2 2 2 1 5/4 4 4 8 8 8 8 2 5/2 2 2 4 4 4 2 3 15/4 4 4 8 8 8 8 4 5 1 1 2 2 2 2 cj 4º Passo: Para concluir a tabela só nos resta calcular o valor da função dentro de cada retângulo rachurada (próxima tabela), para isto utilizaremos os valores de x e y já mostrados f (0,0) 0 0 0 na tabela, da seguinte forma: Para x 0 e y 0 i 0 1 2 3 4 xi 0 5/4 5/2 15/4 5 ci yi j 1 2 2 2 1 cj 2 1 0 0 1 4 1 8 1.25 2 5/2 4 15/4 5 1 3.75 3.75 3.75 5.0 5.0 5.0 5.0 6.25 6.25 6.25 7.5 4 7.5 2 7.5 6.25 2 8 2 5.0 4 4 8 2 3.75 8 4 8 1 4 8 4 1 2 2.5 2.5 2.5 4 3 1.25 4 5/4 2 2 0.0 2 8.75 1 8.75 10.0 55 (x 5º Passo: Para calcularmos o valor da integral y )dxdy iremos somar todas as 00 multiplicações entre o valor da função (área rachurada na tabela anterior) pelo produto dos índices (pequeno quadrado em branco dentro das áreas rachuradas), o que pode ser expresso pelo somatório: 66 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 55 n m (x y )dxdy k xk y c i c j f ( xi, y j ) , i 1j 1 00 onde k x e k y são os fatores existentes nos métodos da regra do trapézio(h/2), 1º regra de Simpson (h/3) e 2º regra de Simpson (3h/8) que multiplica o somatório e neste problema são: k x 0.6250 e k y 0.4167 O somatório é determinado por n m c i c j f ( x i , y j ) 1 * 0 2 * 1,25 2 * 2,5 2 * 3,75 1 * 5,0 i 1j 1 4 * 1,25 8 * 2,5 8 * 3,75 8 * 5,0 4 * 6,25 2 * 2,5 4 * 3,75 4 * 5,0 4 * 6,25 2 * 7,5 4 * 3,75 8 * 5,0 8 * 6,25 8 * 7,5 4 * 8,75 1 * 5,0 2 * 6,25 2 * 7,5 2 * 8,75 1 * 10,0 Cujo resultado é n m c i c j f ( xi, y j ) 480 i 1j 1 Com isto, o valor da integral é: 55 (x y )dxdy 0.6250 * 0.4167 * 480 125 00 E xercício 21 (x 2 (01) Calcule o valor da integral 00 /21 (02) Calcule o valor da integral y 3 )dxdy (e x cos y )dxdy 0 0 2 /2 (sen y ln x )dydx (03) Calcule o valor da integral 1 0 21 ( x 2 y 2 )dxdy (04) Calcule o valor da integral 00 67 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância Q UESTÕES COMPLEMENTARES 1) Na tabela abaixo, d é a distancia, em metros, que uma bala percorre ao longo de um cano de canhão em t segundos. Encontrar a distancia percorrida pela bala 5 segundos após ter sido disparada. Tempo de disparo(s) 0 Distancia percorrida ao longo do cano. 0,000 2 0,049 4 0,070 6 8 0,087 0,103 2) Durante três dias consecutivos foram tomadas as temperaturas ( em º C) numa região de uma cidade, por quatro vezes no período das 6 às 12 horas. Determinar, usando todos os dados da tabela abaixo, a média das temperaturas dos três dias às 9 horas. Hora 1º dia 2º dia 3º dia 6 18 17 18 8 20 20 21 10 24 25 22 12 28 27 23 3) Determinar, usando todos os valores das tabelas abaixo o valor de F(G(0,25)) X 1 1,1 1,3 1,6 2 4) F(x) 0 0,21 0,69 1,56 3 X 0 0,2 0,4 0,6 0,8 G(x) 1,001 1,083 1,645 3,167 6,1293 (altitude de 2890m), sabendo que O ponto de ebulição da água varia com a altitude, conforme mostra a tabela abaixo. a) Determinar, usando os cinco primeiros pontos da tabela, o ponto de ebulição da água em um local que possui altitude de 1000m. b) Determinar, usando os cinco pontos mais próximos de 2890, o ponto de ebulição da água em um local que possui altitude de 2890m. Altitude(m) 850 950 1050 1150 1250 - Ponto de ebulição da água ( º C) 97,18 96,84 96,51 96,18 95,84 - 68 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação 2600 2700 2800 2900 3000 5) 91,34 91,01 90,67 90,34 90 A velocidade do som na água varia com a temperatura, usando os valores da tabela abaixo, determinar o valor aproximado da velocidade do som na água a 100ºC. Temperatura ( ºC ) 86 93,3 98,9 104,4 110 6) Velocidade (m/s) 1552 1548 1544 1538 1532 Um automóvel percorreu 160 km numa rodovia que liga duas cidades e gastou, neste trajeto, 2horas e 20 minutos. A tabela abaixo dá o tempo gasto e a distancia percorrida em alguns pontos entre as duas cidades. Determinar: a) Qual foi aproximadamente a distancia percorrida pelo automóvel nos primeiros 45 minutos de viagem, considerando apenas os quatro primeiros pontos da tabela? b) Quantos minutos o automóvel gastou para chegar à metade do caminho? TEMPO (em minuto) 0 10 30 60 90 120 140 7) DISTANCIA ( em metro) 0,00 8,00 27,00 58 100 145 160 A tabela abaixo relaciona a quantidade ideal de calorias, em função da idade e do peso, para homens e mulheres que possuem atividade física moderada e vivem a uma temperatura ambiente média de 20ºC. Peso ( kg) 40 50 60 70 Cota de calorias ( em kcal) Idade (em anos) homens. Idade (em anos) mulheres. 25 45 65 25 45 65 1750 1650 1400 2500 2350 1950 2050 1950 1600 2850 2700 2250 2350 2200 1850 3200 3000 2550 2600 2450 2050 69 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância 80 3550 3350 2800 - - - Determine a cota aproximada de calorias para um homem de: a) 30 anos que pesa 70 quilogramas; b) 45 anos que pesa 62 quilogramas; c) 50 anos que pesa 78 quilogramas. Determine a cota aproximada de calorias para uma mulher de: a) 25 anos que pesa 46 quilogramas; b) 30 anos que pesa 50 quilogramas; c) 52 anos que pesa 62 quilogramas. 8) O gráfico da figura foi registrado por um instrumento usado para medir uma qualidade física. Estime as coordenadas-y dos pontos dos gráficos e exprime a área da região sombreada usando ( com n = 6 ). (a) a regra do trapézio e (b) a regra de Simpson. 9) Um lago artificial tem a forma da figura, com mensurações eqüidistantes de 5 m. Usa a regra do trapézio para estimar a área da superfície do lago. 9m 6m 6m 8m 10 m 9m 7m 7m 5m 10) Um aspecto importante na administração de água é a obtenção de dados confiáveis de sobre o fluxo de corrente, que é o número de metros cúbicos que passam por uma seção transversa da corrente ou rio. O primeiro passo neste calculo é a determinação da velocidade média a uma distância x metros da margem do rio. Se k é uma profundidade da corrente em um ponto a x metros da margem e v(y) é a velocidade (em m/s) a uma profundidade y metros (ver figura), então 1 k vx v( y) dy k 0 com o método dos seis pontos, fazem-se as leituras da velocidade na superfície, nas profundidades 0,2k, 0,4K, 0,6k e 0,8k e próximo do leito do rio.Usa-se então a regra do trapézio para estimar v x com os dados da tabela Y (m) 0 0,2k 0,4k 0,6k 0,8k k V(y) (m/s) 0,28 0,23 0,19 0,17 0,13 0,02 70 Universidade Estadual do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Lm xm 0,2k k 11) Com referência ao exercício anterior, o fluxo de corrente F ( m 3 / s ) pode ser aproximado pela fórmula L Fx 0 v x h( x) dx onde h(x) é a profundidade da corrente a uma distância x metros da margem e L é o comprimento da seção transversa. Com os dados da tabela abaixo, use a regra de Simpson para estimar F. x (m) h(x) (m) v x (m/s) 12) 0 0 0 3 0,51 0,09 6 0,73 0,18 9 1,61 0,21 x (m) 15 18 21 h(x) (m) 2,02 1,53 0,64 v x (m/s) 0,32 0,19 0,11 A figura exibe um diagrama específico carga-tensão 12 2,11 0,36 24 0 0 Tensão 7 5 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Carga (esforço) Estime as coordenadas-y e aproxime a área da região delimitada pelo laço de histerese, usando, com n = 6. (a) regra do trapézio (b) regra de Simpson 71 Departamento de Matemática, Estatística e Informática Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância BIBLIOGRAFIA DEMIDOVICH. B. P. e MARON, L. A. “Cálculo Numérico Fundamental” –Madri: Paraninfo 1977. DORN. W. S. e CRAKEN. D. D. Mc, “Cálculo Numérico com Estudos de Casos em Fortran ZV /– São Paulo : Ed. da Universidade de São Paulo – 1978. RUGGIEIRO. M. A. G., e LOPES V. L. de R. “Cálculo Numérico – Aspectos Teóricos e Computacionais– São Paulo : Ed. McGraw - Hill. 1988. MORAES. D. C., MARTINS J. 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