APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO PARA O ANO 2016 Fátima – 29 de Novembro 2015 1 Plano de Atividades e Orçamento 2016 Introdução Caros Associados, A contínua degradação da relação do Estado com as instituições que operam no setor social, levou a que o ano de 2015 fosse, tal como prevíamos, um dos mais difíceis das últimas décadas. A falta de rigor e de organização de muitas associações, a sua proliferação sem critérios e a sua falta de dimensão, levaram a uma fatal distribuição de dinheiros públicos que, de pouco, serviu. Aos projetos considerados atípicos, cuja dificuldade de financiamento sempre existiu, juntou-se uma tipificação de regras que obrigaram muitas organizações a desistirem de muitos deles, entretanto apresentados, e a percorrerem um caminho de austeridade na sua sustentabilidade, ainda que com muitas ideias e soluções absolutamente milagrosas para não entrarem em rutura financeira. Para o ano de 2016, e face aos constrangimentos políticos e financeiros em que o país se vê envolvido, será necessário planear uma verdadeira cruzada contra a dificuldade e retirar de todas as iniciativas imaginadas, o melhor rendimento e o melhor aproveitamento possível. Tal como tem sido referido nos últimos anos, haverá uma pressão cada vez maior no setor social, por parte do Estado. A economia social, foi apenas o início. A legislação que se lhe seguiu trouxe mais seleção de organizações e obrigações maiores ao nível da responsabilidade administrativa. A APN tentou cumprir todos os requisitos de ONG de âmbito nacional, ultrapassando auditorias, inspeções a projetos realizados depois da sua classificação, como forma de estar apta a percorrer os difíceis corredores de uma nova seleção, que se avizinha; a apresentação de novas iniciativas e de projetos autossustentáveis. As metas que apresentamos de seguida, não são, e julgamos que nunca o poderão ser, diferentes dos anos anteriores. O objetivo de servir a causa, as pessoas portadoras de doença, as famílias e os cuidadores, esteve sempre na linha da frente desta instituição. Os meios para lá chegar é que estão a mudar ano após ano. Teremos, para o próximo ano, um desafio novo e muito exigente, o de tentar “vender”, a privados, a nossa imagem de marca e, com ela, os nossos grandes anseios. Sobreviver é, agora, a palavra de ordem. Sustentabilidade, rigor, ambição, dedicação, partilha, voluntariado e um sem número de qualidades exigidas a cada um de nós, serão as peças que vão completar o puzzle. A Direção conta com o empenho de todos, para que a causa se possa tornar verdadeiramente irreversível. 2 Metas a atingir em 2016 Para o ano 2016, elegemos como principais e prioritários, os seguintes objetivos: Continuar, ao longo de todo ano, com o plano de reforço da notoriedade da APN e das doenças Neuromusculares. Dado que as formas de tornar a ação da APN mais visível e com mais impacto na vida dos portadores destas doenças, são todas as iniciativas que incidem diretamente na melhoria da sua qualidade de vida, deveremos transformar o Projeto de Assistência Pessoal e a forma de o apresentar, num objetivo transversal a toda a atividade institucional. Deveremos, pois, utilizar publicamente todas as vantagens já demonstradas, para o transformar num projeto mediático e que marque a diferença relativamente a todas as iniciativas e a todos os outros projetos. Ainda no plano da notoriedade, a APN deverá continuar a desenvolver as ideias iniciadas em 2015, que pretendem dar visibilidade aos projetos e, simultaneamente, apelar ao donativo. Desta forma, e em todas as iniciativas a levar a cabo em 2016, o autofinanciamento deverá estar sempre presente. O alargamento das zonas de ação da APN, como a Grande Lisboa e a Cidade do Porto, onde se prevê, finalmente, beneficiar de um espaço onde se possam prestar alguns serviços e acompanhar alguns portadores e cuidadores, deve ser aproveitado como um fator de crescimento e como argumento para o apelo à responsabilidade social das empresas. Tal como já foi referido em Planos de Atividades de anos anteriores, a prestação de serviços aos associados deverá ser uma prioridade a implementar. Neste âmbito, dever-seão identificar os setores mais sensíveis e onde existam maiores carências de apoio. O apoio às famílias e o acompanhamento dos vários planos de intervenção já delineados, deverá prosseguir, de forma a dar continuidade à implementação de medidas que visem a melhoria da qualidade de vida dos portadores de doença neuromusculares. 3 Continuar a política de trabalho em rede, estabelecendo protocolos de colaboração com outras instituições que disponham de condições para acolherem doentes neuromusculares. Estas iniciativas deveriam incentivar todos aqueles que vivem em situação de isolamento ou solidão, a integrar-se com as comunidades locais e/ou familiares. Por outro lado, facilitaria o acompanhamento dos casos mais complexos. Apesar de se ter revelado difícil a realização de atividades descentralizadas nos diversos distritos do país, também não deve ser abandonada a possibilidade de realizar, pelo menos, alguns encontros regionais, permitindo, assim, a participação mais efetiva das várias famílias oriundas de cada região. Dar continuidade ao ciclo de “Conversas (Con)Sentidas”. Esta iniciativa deverá privilegiar a utilização dos espaços utilizados pela APN, sempre que possível, para chamar pessoas à Instituição. A informação acerca dos medicamentos órfãos, que começa a surgir com maior frequência, assim como os resultados de ensaios clínicos em doenças raras, que decorrem em todo o mundo, deverão ser um dos principais motivos de dinamização do Conselho Científico da APN, cuja composição e tarefas estão a ser reformuladas. Sugere-se que, neste âmbito, sejam realizadas várias ações de informação e de formação, com conteúdo técnico e destinadas essencialmente a técnicos de saúde. Estas, deverão fazer parte de vários projetos a apresentar às várias empresas apoiantes e a alguns serviços públicos, com vista ao seu financiamento. Finalmente, e apesar de repetidamente termos feito referência a esta necessidade, a APN deve continuar a criar condições para alargar a sua rede de voluntariado. A ação, da já apelidada de FORÇA T, torna-se cada vez mais importante para todas as iniciativas que a Instituição desenvolva. Seria muito interessante conseguir um movimento organizado. Para tal, torna-se necessário encontrar um grupo que o queira liderar 4 Propostas de atividades e ações a desenvolver Área Atividade Projeto Vida IN Atendimento Atendimento Geral Angariação de novos sócios e localizar novos doentes Diversificação dos serviços, nos vários locais de atendimento Conferência para divulgação de material recolhido ao longo do projeto de Vida IN a realizar no auditório do INR (a seu convite) Serviço de Assistência Pessoal: Candidatura a apresentar ao INR Conversas (Con)Sentidas Sol e Mar Período de férias na praia para os habituais grupos de doentes e de famílias Candidatura a apresentar ao INR Partilhar o espaço da “Casa da Sãozinha e do Manel” com outras instituições com quem tenhamos estabelecido parcerias Encontros temáticos em diversas zonas do país. Candidatura a apresentar ao INR Objetivos Aumentar a dinâmica de acompanhamento de casos. Acompanhamento de proximidade através de parcerias de rede local Dar continuidade à procura de doentes. As consultas hospitalares, deverão ser o meio privilegiado de procura Depois do levantamento de necessidades de atendimento, será necessário reajustar alguns procedimentos para a organização da prestação de serviços. Fazer uma divulgação do projeto junto dos media, com a sua presença. Procurar, com essa apresentação, sensibilizar empresas e organismos de Estado para o seu financiamento. Este projeto deverá ser continuado e deverão ser feitos todos os esforços para conseguir financiar a sua continuidade. Dado que as áreas públicas de financiamento em que seria possível candidatar o projeto estão completamente fechadas, tentaremos obter apoios na área privada, através da divulgação dos resultados obtidos até agora. Dado que nos últimos anos se têm deixado alguns doentes de fora, face aos critérios e ao regulamento, sugere-se que sejam realizadas mais semanas para doentes e menos semanas para famílias. Período de realização Ao longo do ano Ao longo do ano Ao longo do ano Janeiro de 2016 Ao longo do ano, no caso de se conseguir algum financiamento Entre Maio e Outubro 2015 A partilha com outras instituições permitiria fazer um intercâmbio em zonas onde não podemos fazer chegar o projeto, por falta de recursos. Encontros com vertente técnica e esclarecimento, quer aos profissionais de saúde, quer à população em geral. Estes encontros terão como objetivos fornecer aos profissionais conhecimentos e competências necessárias a um correto acompanhamento do doente/utente no sentido de promover uma sociedade mais inclusiva Lisboa, Fevereiro 2016 Coimbra, Maio 2016 Porto, Setembro 2016 Faro(??) Novembro 5 FORÇA T Campanha do e-Voluntário Organização do movimento e da equipa que o deverá liderar Conferências “Neuomusculares e Raros” Eu Ajudo! Aquisição de elevadores de transferência através da Recolha de Tampinhas (Projeto a apresentar a uma empresa de resíduos) Para além da cada vez maior necessidade de angariar voluntários que se dediquem à causa, é necessário encontrar quem a divulgue. O objetivo será o de aumentar a visibilidade da APN, a partir de pequenos gestos quotidianos. Atribuição deste produto de apoio a famílias onde seja detetada essa necessidade. (produto não comparticipado na lista oficial). OBJETIVO/ANO 6 unidades Recolha de “E-Lixo” – Lixo eletrónico como computadores, eletrodomésticos, baterias, etc. Transferência dos resultados para o “Fundo Social” Comparticipar na adaptação das habitações. Almoços solidários Vendas solidárias Angariar fundos Apelo à necessidade da APN obter apoio através das injunções (tribunais) Sensibilizar Juízes e Advogados para a causa da APN, de modo a que sugiram sempre a nossa instituição para beneficiária das coimas Recolha de donativos através de parcerias públicas ou privadas Campanha IRS Sensibilizar empresas, públicas ou privadas para a vantagem em ajudar projetos como o da APN Objetivo 25.000 TOC Obter endereços do maior nº de Gabinetes Presença de dois técnicos franceses, da AFM, já confirmados. Conferência conjunta entre a APN e a Associação Raríssimas. Ação de formação para Técnicos de Saúde. Integrado nas comemorações do 10º aniversário do tratamento da Doença de Pompe com “Myozyme”, da Genzyme. Ação de sensibilização e de informação sobre miosites. Envolvimento direto da APN com a NOVARTIS, com vista à localização de portadores Ao longo do ano Ao longo do ano Fev/Março/ Abril 2016 Lisboa, Abril 2016 Juntar os vários grupos de técnicos de saúde que convivem diariamente com os DN ou com Doenças raras e dar-lhes vários exemplos das melhores práticas em comunicação com as famílias. Formação sobre os avanços em novos medicamentos. Comemoração do 10º aniversário do tratamento da Doença de Pompe. Dar a conhecer esta doença rara e o trabalho científico que está a decorrer na perspetiva do tratamento. 6 3º Dia Internacional da Distrofia de Duchenne Encontro Nacional APN À semelhança dos anos anteriores, a ação da APN é fundamental para que a divulgação mediática desta doença neuromuscular atinja todas as camadas da população. A exposição mediática deverá ser tentada, de novo, captando o interesse das televisões, das rádios, jornais, entre outros. Lisboa ou Porto, 7 Setembro de 2016 Mantendo o tradicional formato de encontro de fim de semana, sugere-se que, no ano de 2016, esta festa seja organizada um pouco mais cedo. Assim, sugere-se que ele se realize em Outubro, de modo a aproveitar os dias um pouco maiores e correr menos riscos de cuva, ou frio. Com o propósito de captar o interesse no desenvolvimento de novos projetos na área da saúde, relacionados com portadores de doença neuromuscular, pretende-se organizar algumas ações de sensibilização de estudantes universitários, nas áreas da saúde (Medicina, Psicologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Assistência Social, etc.) Fátima 8 e 9 de Outubro Dinamização contínua do site apn.pt, como forma de divulgação privilegiada de toda a documentação a distribuir. Intensificar a campanha de notoriedade já iniciada em 2015 de forma a colocar a marca APN em locais estratégicos, como hospitais, Escolas, Centros de Saúde, etc Ao longo do ano Redes Sociais Partilhar cada vez mais informação Projeto CAETSU “ FORÇA” Lançar a campanha de divulgação da APN, fazendo uma ligação estreita entre o que existe e o que poderia existir se tivéssemos mais “FORÇA”. Esta ação prevê a participação de figuras públicas, por forma a penetrar mais eficazmente no tecido empresarial. Envolvimento da APN nas celebrações do 3º dia Internacional da Distrofia Muscular de Duchenne Realização do Encontro Nacional da APN Comunicar A APN no teu futuro Sensibilização dos estudantes Projeto BAR Ver datas com as universidades Lançar o Portal de venda solidária. O objetivo é gerar vendas de objetos que as pessoas já não utilizem e cujos resultados de vendas revertam integralmente para a APN, como forma de angariar fundos. 7 A APN lá fora A boa e contínua relação com as instituições congéneres, em Portugal, na Europa e no Mundo, trazem para a APN um conhecimento e uma experiência, que não deve ser desperdiçada. A criação de sinergias, gerada em 2015, será a melhor maneira de aprendermos com as boas práticas e, simultaneamente, demonstrarmos a nossa capacidade de intervenção e a defesa de ideias na proteção dos nossos associados. EURORDIS AFM - França TELETHON (França e Itália) PARENTS PROJECT (Europa) MDA–EUA, Canadá, Austrália ABDIM - Brasil ASEM - Galícia Raríssimas (Aliança P de Doenças Raras) (FEDRA) Todas as congéneres europeias e mundiais Ao longo de todo o ano Conclusão A apresentação dos Planos de Atividades, que ocorre ano após ano, remete-nos quase sempre para um imaginário que, todos, desejamos. A falta de recursos financeiros destinados ao terceiro setor, e as incertezas quanto ao aparecimento de novos projetos de apoio a atividades destinadas a pessoas com mobilidade condicionada, ou a programas mais arrojados, no âmbito do “Portugal 2020”, ou outras áreas de financiamento que visem o auxílio direto às famílias ou cuidadores, e a que a APN tem estado muito atenta, tem prejudicado o alargamento a iniciativas que nos permitiriam colocar em prática algumas das ideias já muito discutidas entre os associados, sobretudo, os que mais dependem de serviços personalizados, no âmbito da Assistência Pessoal. Muitos foram os projetos apresentados nos últimos anos, e muitas foram as entidades convidadas a apoiar iniciativas e a quem foram apresentados pedidos de auxílio, diretamente relacionados com a causa que todos defendemos. Lamentavelmente, quase todos eles tiveram resposta negativa, por razões que não conhecemos. Entendemos, por isso, que chegou a hora de demonstrarmos alguma capacidade de arrojo, de iniciativa, de inovação e de exigência. Ao longo do ano de 2016, tudo faremos para se conseguir a implementação de serviços especializados aos associados, convidando empresas, instituições, organizações de cúpula, profissionais de saúde e todos os agentes interessados em apoiar a nossa causa. Esperamos poder contar, também, como apoio de toda a massa crítica que a APN tem vindo a demonstrar, para que TODOS SE SINTAM IMPORTANTES! A Direção 8