MARKETING AMBIENTAL:
UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA
Taine Graziela Gern (ICPG – UNIASSELVI )
[email protected]
Graziele Beiler (ICPG – UNIASSELVI)
[email protected]
RESUMO
Este artigo aborda a importância das organizações em tomarem medidas corretivas ao meio
ambiente enfocando as necessidades dos consumidores ecologicamente conscientes
resultando na criação de uma sociedade sustentável. O desenvolvimento e uso desta
ferramenta possibilitam melhores resultados nas relações internas e externas, melhorias na
produtividade, na qualidade e nos negócios. Trata também da necessidade da criação de
processos sustentáveis de produção que, atualmente, têm se tornado um fator importantíssimo
na decisão de compra dos consumidores. O artigo busca evidenciar os fundamentos de
marketing, em especial o marketing ambiental ou verde e a importância da utilização desta
ferramenta que tem se tornado cada vez mais significante e refletindo também, numa
mudança global de consciência. Pode-se dizer que é uma ferramenta que deverá ser uma
necessidade futuramente as organizações, para se tornarem mais competitivas no mercado
trabalhando de forma ecologicamente correta.
Palavras-chave: Marketing Ambiental; Sustentabilidade; Estratégia.
ABSTRACT
This article discusses the importance of organizations to take corrective measures on the
environment focusing on the needs of environmentally conscious consumers resulting in the
creation of a sustainable society. The development and use of this tool results in the best
possible internal and external relations, improved productivity, quality and business. It also
addresses the need to create sustainable production processes which currently have become an
important factor in purchasing decisions of consumers. The article seeks to highlight the
fundamentals of marketing, especially the green marketing and the importance of using this
tool that has become increasingly significant and also reflects a global shift of consciousness.
You can say it is a tool that should be a future need for organizations to become more
competitive in the market working in an environmentally correct.
Key words: Environmental Marketing, Sustainability, Strategy.
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1 INTRODUÇÃO
Há muitos anos os seres humanos perceberam que a preservação do planeta Terra
significa também a preservação da sua própria vida. Inicialmente, a preocupação era pela
extinção dos animais, mais tarde a questão da derrubada das florestas, a poluição do ar, em
seguida, a poluição industrial e agrícola e também a preocupação com a poluição gerada pelos
países em desenvolvimento, pela falta de infra-estrutura. Finalmente foram identificadas as
grandes consequências da poluição mundial e seus riscos, como o efeito estufa e a camada de
ozônio.
A justificativa que leva ao estudo desse tema é conscientizar as pessoas que a gestão
ambiental é uma ferramenta de modernização e competitividade para as empresas,
contrariando a crença que existia por volta dos anos 70, na qual afirmava que a ideologia
ambientalista era inimiga do desenvolvimento econômico.
Se inicialmente tínhamos alguns idealistas alertando para problemas que pareciam não
existir, mais tarde passou-se a contar com organizações especialistas na questão ambiental,
organizações internacionais e alguns governos comprometidos com a preservação do planeta.
Hoje pessoas em todo o mundo lutam por esta causa nobre, tentando mostrar os
perigos de uma postura agressiva ao meio em que vivemos, e os riscos que a humanidade
pode vir a enfrentar. Esta consciência coletiva vem aumentando dia-a-dia, transformando
culturas e obrigando a todos a darem sua colaboração para o bem estar social e a saúde do
nosso Planeta.
O objetivo desse artigo é explorar de forma bibliográfica os conceitos e evoluções
relacionadas ao marketing e ao meio ambiente e considerar a importância para o futuro das
organizações, a ponto que se tornem mais competitivas utilizando-se do marketing verde
como estratégia competitiva.
A ideia principal é conscientizar indústrias, fábricas e engenheiros sobre a importância
de criar novos produtos que tenham fins positivos para a proteção ambiental, pois assim o
homem continuará a produzir, criar e inventar constantemente novos produtos ao mesmo
tempo respeitando o desenvolvimento da vida natural em longo prazo.
Essa prática permite a empresa mostrar para seus clientes, fornecedores,
consumidores, sociedade, funcionários e outros, todo um conjunto de processos que visam a
responsabilidade social e ambiental, através de políticas de ações e projetos sociais e a
sustentação do equilíbrio ambiental, bem como as políticas ambientais de controle e
preservação do meio ambiente.
2 O CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE MARKETING
Nesse item serão abordados os principais conceitos do marketing e também do
marketing ambiental, procurando em uma escala temporal perceber a evolução de idéias
expostas pelos autores.
2.1 MARKETING
O termo marketing, de acordo com Cobra (1988, p.34) é uma expressão anglo-saxônica
derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, comercializar
ou transacionar.
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Para Cobra (1992, p.29): “Marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e
adaptar produtos ou serviços – é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de
vida das pessoas [...]”.
Podemos definir o marketing como o processo social e gerencial através do quais
indivíduos e grupos obtém aquilo que desejam e de que necessitam criando e trocando
produtos e valores uns com os outros. (KOTLER, 1999, p.03).
Kotabe (2000, p.30) apresenta o conceito de marketing como:
[...] Uma visão corporativa criativa que envolve o planejamento e a execução da
concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de ideias, produtos e
serviços em uma troca que não apenas satisfaz às necessidades atuais dos
consumidores, mas também antecipa e cria suas necessidades futuras com
determinado lucro.
Segundo Las Casas (2001, p. 26):
Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às
relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos
consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e
considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações
causam no bem-estar sociedade.
A essência do marketing é um estado da mente. Em marketing os produtos de
negócios adotam o ponto de vista do consumidor. E essas decisões são apoiadas com a base
no que o cliente necessita e deseja. (COBRA, 2003, p.07).
Peattie e Charter (2005, p.18) o marketing está envolvido para o “processo holístico de
gerenciamento responsável por identificar, antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes
e da sociedade de um modo lucrativo e sustentável”.
Segundo Kotler (2006), o marketing envolve a identificação e a satisfação das
necessidades humanas e sociais e para defini-lo de maneira bem simples, dizemos que ele
supre a necessidades lucrativamente. Portanto podemos estabelecer definições diferentes de
marketing de acordo com as perspectivas sociais, econômicas, sócio-ambientais e gerenciais
de cada empresa.
2.2 MARKETING AMBIENTAL
A questão ambiental tem-se revelado cada vez mais importante nas relações de troca
entre os consumidores e empresas, por outro lado, é a sociedade em modo geral, que implica
na necessidade de aplicação do marketing para melhorar o desenvolvimento dessas relações.
“O Marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços –
é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas [...]” (COBRA
1992, p.29).
O Marketing verde ou ambiental consiste de todas as atividades designadas para gerar
e facilitar qualquer troca com o objetivo de satisfazer os desejos humanos, desde que a
satisfação dessas necessidades e desejos ocorra, com um mínimo de impacto prejudicial sobre
o meio ambiente. (POLONKY apud DIAS, 2007, p.74).
Dias (2007), relata que o marketing ambiental está forçando os profissionais de
marketing a não olharem apenas para os processos internos de produção ou externos em
relação aos consumidores, mas também para o impacto desta produção e consumo na
qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável da sociedade.
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Segundo Prakash (apud DIAS, 2007) o marketing ambiental é um conceito de
marketing na qual a redução dos impactos sobre o meio ambiente tem um papel importante no
processo de satisfação das necessidades dos clientes e também nos resultados da empresa.
A participação tanto de indivíduos quanto de organizações é um aspecto fundamental
para melhorar as condições do meio ambiente, “e para tanto são necessárias novas normas de
conduta na relação do homem com a natureza, ou seja, uma ética ecológica”. (DIAS, 2007, p.
114).
Peattie (apud DIAS,2007, p.74), considera o marketing ambiental “um processo de
gestão integrada, responsável pela identificação, antecipação e satisfação das demandas dos
clientes e da sociedade de uma forma rentável e sustentável.
A preocupação com os efeitos ou impactos ambientas decorrentes da ação do
homem no ambiente natural passou a merecer maior atenção a partir da década de
1950, motivada pela queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta.
Surgiram movimentos ambientalistas em diversos países e foram criadas entidades
não-governamentais voltadas para a proteção ambiental. O tema poluição passou a
ser discutido em conferências nacionais e internacionais (NASCIMENTO, LEMOS
e MELLO,2008, p.57).
O Marketing verde ou ambiental pode beneficiar uma organização de várias maneiras,
pois é simpático aos valores de muitas pessoas. (NASCIMENTO, LEMOS e MELLO, 2008,
p.42)
3 MARKETING AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA
De acordo com Hamel & Prahalad (1989), as empresas têm, frequentemente, seguido
uma das duas abordagens para a utilização da política ambiental como uma ferramenta
estratégica de vantagem competitiva;
• A abordagem do gerenciamento ambiental e qualidade total;
• O marketing ambiental podendo ser combinadas de modo que construa um modelo de
vantagem competitiva baseada na redução de custos e diferenciação do produto no
mercado.
Segundo Ottman (1993) e Polonsky (2001), o marketing ambiental é representado
pelos esforços das organizações em satisfazer as expectativas dos consumidores de produtos
que determinem menores impactos ambientas ao longo do seu ciclo de vida (produção,
embalagem, distribuição, consumo, descarte). A divulgação desses esforços deve ser feita
visando gerar um maior consumo desses produtos e maiores lucros para a empresa. Isto se
limita a promoção de produtos que tenham alguns atributos verdes, isto é, produtos recicláveis
e produtos que não destruam a camada de ozônio. Pois para uma empresa se posicionar como
ambientalmente responsável ou correta, ela deve organizar-se para permanecer desta forma
em todas as suas atividades.
As organizações que praticam o marketing verde procuram mostrar que seus produtos
causam menor ou nenhum dano ao meio ambiente[...] esse processo nem sempre é simples,
pois existem resistências dos próprios consumidores, alem de dificuldade técnicas[...]
(NASCIMENTO, LEMOS e MELLO,2008 p.42).
Uma gestão ambiental pode trazer ainda para as empresas que a priorizarem, tanto
benefícios econômicos, quanto estratégicos, que é o que traz o quadro abaixo:
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BENEFÍCIOS ECONOMICOS
Ecônomia de Custos
•
Economias devido à redução do consumo de água, energia e
outros insumos.
•
Economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de
resíduos e diminuição de efluentes.
•
Redução de multas e penalidades por poluição.
Incremento de Receitas
•
Aumento da contribuição marginal de "produtos verdes" que
podem ser vendidos a preço mais altos
•
Aumento da participação no mercado devido a inovação dos
produtos e menos concorrência.
•
Linhas de novos produtos para novos mercados.
•
Aumento da demanda para os produtos que contribuam para a
diminuição da poluição.
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
•
Melhoria da imagem institucional.
•
Renovação do "portofolio" de produtos.
•
Aumento da produtividade.
•
Alto comprometimento do pessoal.
•
Melhoria nas relações de trabalho
•
Melhoria e criatividade para novos desafios.
•
Melhoria das relações com os órgãos governamentais,
comunidade e grupos ambientalistas.
•
Acesso assegurado ao mercado externo.
•
Melhor adequação aos padrões ambientais.
Quadro 1: Benefícios ao adotar a Gestão Ambiental
Fonte; Adaptado de NORTH, K Environmental business management.
Genebra: ILO, 1992, apud. DONAIRE (199, p.59)
Lãs Casa e Garcia (2007) mencionam que atualmente vive-se um momento em que as
organizações, buscando diferenciais no mercado, acabam por se envolver em projetos sociais
ou ambientais. Essa forma de cidadania busca agregar valor à marca da instituição ou de
algum produto.
No Marketing verde, os consumidores desejam encontrar a qualidade ambiental nos
produtos e serviços que adquirem. Percebemos assim, que nenhum esforço por parte
das empresas tem sentido, se os consumidores insistirem em continuar determinados
bens que agridam a natureza (KOTLER, 2002, p. 94).
Teixeira (2002) sugere que o marketing ambiental pode incorporar a preocupação
ambiental em sua abordagem e contribuir para:
• A conscientização ambiental por parte do mercado;
• A preservação das espécies e seus habitats naturais;
• A preservação dos recursos escassos e
• A incorporação de características ambientais nos produtos.
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Dos quatros itens destacados por Teixeira (2002), a conscientização ambiental do
mercado consumidor esta interligada diretamente com o objetivo de uma empresa interessada
em utilizar o marketing como estratégia competitiva.
Ottman (1993, p.8) explica que já iniciamos um estágio onde os atributos considerados
na escolha de um produto não se limitam só no preço e na qualidade, mas também para a
responsabilidade social e ambiental dos fabricantes, uma vez que a qualidade é uma imagem
que não mais se separa do impacto ambiental.
No Brasil, o lucro através da venda de produtos com eco-qualidade será uma
consequência da mudança de valores por parte das organizações e seus consumidores.
Kotler (2002) afirma que a ferramenta de marketing verde ajuda na educação ambiental, mas
é fundamental que seja feito uma parceria entre empresa e consumidor.
As portas do mercado e do lucro se abrem cada vez mais para as empresas que não
poluem, poluem menos ou deixam de poluir – e não para as empresas que
desprezam as questões ambientais na tentativa de maximizar seus lucros e socializar
o prejuízo (NOVAES, 1991, apud DONAIRE, 1999,p.34).
Ottmann (1994) afirma que não existem produtos completamente verdes ou
ecologicamente corretos, visto que o desenvolvimento e a produção de qualquer produto
geram resíduo durante a fabricação, distribuição e duração, o próprio consumo e descarte.
Assim, Ottman afirma que existem quatro dimensões que devem ser consideradas para o
adequado e desenvolvimento de produtos ecologicamente correto:
• Aquisição e Processamento de Matérias-Primas: conservação de recursos naturais;
minimização dos resíduos e prevenção da poluição; uso de recursos naturais
renováveis; uso sustentáveis naturais e uso de materiais recicláveis.
• Produção e Distribuição: uso mínimo de materiais; redução do uso de produtos tóxicos
e da liberação de resíduo tóxicos; geração e manuseio de resíduo; uso de água;
emissões de poluentes.
• Produtos e Embalagens: eficiência energética; conservação de recursos naturais
associados ao uso do produto; saúde do consumidor e segurança ambiental.
• Uso e Descarte do Produto: reciclabilidade; facilidade de reutilização; durabilidade e
biodegradabilidade.
Dias (2007), acredita que a sustentabilidade do marketing significa que toda a sua
organização está voltada para a diminuição dos impactos negativos sobre os ecossistemas, e
ao mesmo tempo, continua atendendo ás necessidades dos consumidores, fornecendo-lhe os
produtos e os serviços que os beneficiem e a sociedade como um todo.
Junto com o marketing verde, também surgiram novos conceitos no âmbito do
marketing.
O movimento ambientalista em expansão foi apelidado de movimento verde; os
consumidores com consciência ambiental foram chamados de consumidores verdes;
produtos planejados para proteger o meio ambiente foram chamados de produtos
verdes; e é claro o marketing que apela para reivindicações ambientais de marketing
verde. (SCHIFFMAN E KANUK, 2000, P.443).
Para Castro (1996), um ambiente equilibrado e auto-sustentável tem merecido atenção
especial em recentes foros de discussão em várias partes do mundo. Onde se procura
harmonizar cada vez mais o relacionamento do homem com o meio ambiente das legislações
ambientais.
Ottman (1993, p.46) acredita que o marketing ambiental é mais complexo e requer
novas estratégias que, efetivamente, abordem desafios relacionados com a maneira de como
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são definidos os produtos verdes que os consumidores realmente apreciarão, e como
comunicar estes atributos. Os objetivos fundamentais para o marketing ambiental, segundo a
autora são:
• Desenvolver produtos que equilibrem necessidades dos consumidores, que tenham
preço viável e conveniência com compatibilidade ambiental, ou seja, que exerçam
um impacto mínimo sobre o ambiente;
• Projetar uma imagem de alta qualidade incluindo sensibilidade ambiental, quanto
aos atributos de um produto e quanto ao registro de trajetória de seu fabricante, no
que se refere a respeito ambiental.
Pahakad (1999) verifica que cada vez mais, a capacidade de reconhecer
descontinuidades iminentes e de aprender a ser inovador vão se tornando os verdadeiros
desafios da alta administração das empresas no novo milênio e aponta oito descontinuidades
que constituem a nova paisagem competitiva:
• Globalização;
• Desregulamentação e privatização;
• Volatilidade e produção flexível;
• Convergência de várias tecnologias;
• Fronteiras tênues entre setores;
• Novos padrões para os setores produtivos;
• Fim da intermediação;
• Consciência Ecológica.
Para a última o autor menciona “este será o tema mais importante do próximo milênio.
As empresas mudarão de uma perspectiva orientada para o mero cumprimento da lei para uma
postura impulsionada pelas oportunidades de negocio que levem em consideração as questões
ambientais.” (p.42)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mercado de hoje vem atuando como um agente impulsionador das atividades
ambientas. Ações dos concorrentes, imposições de clientes ou fornecedores, obrigações
legais, são algumas forças que influenciam e até mesmo direcionam as estratégias nas
empresas, na direção de estabelecer uma estratégia para a solução de questões ambientais.
Cada vez mais é cobrado das empresas um comportamento ético e responsável, tanto nas
ações sociais, quanto nas ações ambientais.
Ultimamente as empresas começaram a se preocupar mais com o meio ambiente, além
de serem forçadas por uma regulamentação que as obrigam a ter um controle da poluição. A
sociedade está cada vez mais preocupada com a degradação ambiental em escala e pressiona
de forma diretas as organizações.
O IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) Mídia levantou uma
série de informação por meio do Terget Group Index – estudo regular realizado pela empresa
– sobre como a população brasileira lida com questões relacionadas ao meio ambiente. Esta
pesquisa foi realizada no período de agosto de 2007 a janeiro 2008 e a amostra foi constituída
por 9.088 entrevistas com a população de 12 a 64 anos nas regiões metropolitanas de São
Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza,
Brasília e nos interiores de São Paulo e das regiões sul e sudeste.
No levantamento, o IBOPE detectou que a maior parte dos brasileiros se interessa pelo
assunto e deseja contribuir de alguma forma. Por exemplo, quando perguntaram sobre se
estariam dispostos a trabalhar como voluntário para uma causa nobre, 65% dos brasileiros
disseram que sim e a grande maioria deles (76%) valoriza a compreensão sobre a natureza.
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Há, ainda, 18% da população que afirma não ter muito interesse com a proteção do meio
ambiente.
Quando o assunto é reciclagem, os brasileiros também demonstram disponibilidade
para colaborar: 85% deles consideram reciclagem um dever de todo cidadão. Mesmo assim,
muitos ainda não fazem a sua parte. Pouco mais da metade (57%) dos brasileiros dizem fazer
um esforço consciente para reciclar.
O estudo também identificou uma maior abertura da população brasileira para
produtos que, de alguma forma, tragam vantagens para o meio ambiente. Quando
questionados se estariam dispostos a pagar mais por um produto que seja saudável para o
meio ambiente, 69% concordaram. Em relação ao consumo de alimentos orgânicos, menos da
metade (45%) disse que compensaria pagar um pouco mais por alimentos dessa natureza.
O relatório divulgado no final de 2005 por Walk the Talk, estudo elaborado pelo Pacto
Global (uma iniciativa da ONU em prol da responsabilidade social) destaca duas empresas
brasileiras: Natura e Pão de Açúcar.
A empresa de cosméticos é uma das cinco citadas como pioneiras do marketing verde
no mundo e bons resultados financeiros, O relatório menciona ganhos obtidos pela empresa:
crescimento de 32% nas vendas no período de 2002/2004, fazendo com que a fatia de
mercado da empresa alcançasse 19%, receita de US$ 604 milhões em 2004, e o valor da
marca equivalente a 113% do volume de vendas anual.
No caso da rede de hipermercados o relatório menciona, no capitulo sobre as grandes
empresas, o projeto Caras do Brasil, iniciativa do Pão de Açúcar que consiste em colocar
produtos de pequenos agricultores à disposição dos consumidores. O projeto é citado como
uma das dez iniciativas de grandes empresas, que, segundo o estudo, ainda não utilizam o
marketing verde em grande escala, mas já flertam com a proposta.
O Marketing pode não ser tão bem recebido pelos ambientalistas tendo em vista que
está ferramenta, em sua origem, fermenta o consumo. No entanto, incrementado, o marketing
ambiental pode ser uma valiosa ferramenta que pode influenciar diretamente na manutenção
benéfica ao meio ambiente. Uma vez que é a ferramenta mercadológica utilizada para
evidenciar as ações ambientalmente responsáveis tomadas pelas empresas levando-se então, a
uma postura sustentável.
As empresas gastam menos por trabalharem próximas a organizações da sociedade,
serrem o foco de atenção crescente da mídia e ainda terem o apoio de formadores de opinião.
Além disso, o grupo de consumidores responsáveis, que hoje é inferior a 10 do total de
compradores, tende a crescer nos próximos anos, os que pode fazer com que os pioneiros
tenham mais experiência e consigam com isso vantagem competitiva importante.
O Marketing ambiental tem com objetivo de não apenas responder as necessidades dos
clientes, mas também considerar o impacto que a produção e o consumo de produtos e
serviços terão o meio ambiente e na sustentabilidade do planeta.
A ferramenta é eficaz, tanto na relação dos negócios como para o aprimoramento do
conceito e da cultura empresarial e social como um todo. Utiliza-se tanto para formular uma
visão interna como uma visão externa da empresa, que chega ao mercado e ao consumidor
permitindo externar eticamente o interesse e a conduta empresarial aliados a um produto e
serviço na busca de excelência e no diferencial das relações de negócios e de resultados.
Como conseqüência da preocupação com o bem estar sócio ambiental, as empresas
junto com os profissionais de marketing passaram a enfrentar o desafio de relacionar questões
como responsabilidade social e ambiental com o desenvolvimento de ofertas competitivas.
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Em todo o mundo, empresas, empregados, governo, associações discutem sobre o
papel e a responsabilidade social das empresas, apoiados no consenso de que as empresas são
partes da sociedade e, portanto, tem responsabilidade sobre ela.
O marketing ambiental pode ser assimilado pelas empresas como uma ferramenta
estratégica. Para viabilizar este é necessário desenvolver uma cultura de comunicação capaz
de integrar conteúdos de vários departamentos técnicos ligados ao meio ambiente e qualidade
de vida. Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa
difundindo-a com uma nova visão de mercado, destacando sua diferenciação ecologicamente
correta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado. As empresas devem
informar a seus consumidores as vantagens de se adquirir produtos e serviços ambientalmente
responsáveis, estimulando e despertando o desejo de consumo para este tipo de produto.
Sendo instrumento de grande relevância em uma empresa, o marketing ambiental, atua
como uma ferramenta bem equiparada, capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa
perante o mercado, diferenciando-a das demais com uma visão voltada pro bem estar social,
além disso, destacando-se com sua diferenciação ecologicamente correta junto à sociedade,
fornecedores, clientes e funcionários.
Utilizando esta ferramenta, as empresas buscam a eficiência no uso dos materiais e
também ajudam a reduzir os custos. Empresas que não responderem às questões ambientais
com produtos mais seguros e ambientalmente mais saudáveis estão se arriscando a perder a
sintonia com os consumidores.
E o mais importante neste processo é que o cliente passa a confiar muito mais na
empresa e em seus produtos. Atuar de maneira responsável é ainda hoje um diferencial entre
as empresas, destacando-as neste competitivo mercado. Porém, em breve, este diferencial se
transformará em um pré-requisito e quando as empresas perceberem esta nova realidade
maior será a chance de se manterem no mercado.
Ainda pode-se dizer que é uma ferramenta que tende a ser uma necessidade para as
organizações, sendo uma organização poluidora ou eticamente e socialmente incorreta sob o
ponto de vista ambiental será gradativamente extinta do mercado consumidor.
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