XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG
CONSTRUÇÃO MAPA DE VULNERABILIDADE DE ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS ATRAVÉS DE METODO GOD,
CASO DE ANÁPOLIS - GO
Diogo Coelho Crispim(1)
Engenheiro Químico pela Universidade Federal de Uberlândia. Pós-Graduado em Engenharia
Sanitária e do Ambiental pelo IPOG. Mestrando em Engenharia de Meio Ambiente pela
Universidade Federal de Goiás (PPGEMA/UFG).
José Vicente Granato de Araújo(2)
Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Goiás (EEC/UFG). Master Of Science em
Engenharia Civil pela Oklahoma State University (EUA). Doctor Of Philosophy In Civil Engineering
- Water Resources and Environmental Engineering pela Oklahoma State University (EUA).
Gerente de Hidrogeologia da Saneamento de Goias S/A - SANEAGO e professor Associado da
Universidade Federal de Goiás em Goiânia, GO.
Nilson Clementino Ferreira(3)
Engenheiro Cartográfico pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Mestre em
Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo. Doutor em Ciências Ambientais pela
Universidade Federal de Goiás. Professor da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal
de Goiás.
Endereço(1): Rua 91, no. 771 - Setor Sul – Goiânia – GO - CEP: 74083-150 - Brasil - Tel: (62)
9686-3054 - e-mail: [email protected]
RESUMO
As atividades antrópicas e a crescente expansão urbana têm provocado um profundo desgaste
das águas superficiais e a busca de fontes alternativas de recursos hídricos. A crescente
utilização das águas subterrâneas para abastecimento público e para outras atividades produtivas
tem forçado os gestores a desenvolverem programas de preservação mais efetivos, bem como
ações de remediação. Devido aos elevados custos envolvidos em ambas as atividades, a
remediação se torna prioritária. A definição da vulnerabilidade das águas subterrâneas à
contaminação considera o conjunto de características físicas, químicas e biológicas da zona não
saturada e/ou da áreas confinantes que, juntas, controlam a chegada do contaminante ao
aquífero. O município de Anápolis, situado no estado de Goiás, é um município brasileiro que
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possui um dos maiores polos industriais do Estado. Pertence à Mesorregião do Centro Goiano e
à Microrregião de Goiânia, distante 151 km de Brasília, a capital nacional. Apresenta regiões de
vulnerabilidades
alta,
média,
baixa
e
insignificante,
sendo
aproximadamente
2%
de
vulnerabilidade insignificante, 34% área de vulnerabilidade baixa e 49% área de vulnerabilidade
média e 15% de vulnerabilidade alta.
Palavras-chave: Vulnerabilidade de Águas Subterrâneas; Planejamento Urbano; Controle de
Contaminação de Águas Subterrâneas.
INTRODUÇÃO
Os gestores são forçados a desenvolverem programas de preservação ambiental mais efetivos
bem como a adoção de medidas de remediação, visando a garantia da qualidade que atenda as
legislações conforme o uso pretendido (NOGUEIRA, 2010), tudo na tentativa de remediar a
crescente escassez dos mananciais de água, a dificuldade para utilização de fontes superficiais
com qualidade adequada.
Os responsáveis pela gestão dos recursos hídricos estão cada vez mais conscientes que é mais
conveniente proteger o aquífero a remediá-lo (HIRATA, 1994) embora os aquíferos subterrâneos
constituam em uma fonte naturalmente mais protegida. O resultado é a demanda cada vez maior
pelo desenvolvimento e uso de técnicas de mapeamento de vulnerabilidade à contaminação dos
aquíferos.
Assim sendo, a melhor estratégia para a eficácia destas atividades deve considerar, dentre outras:
a) a identificação das áreas mais susceptíveis a contaminação ou atividades que representem
maior ameaça à qualidade das águas; b) a capacidade de degradação de contaminantes que a
zona não saturada apresenta e c) o controle de ocupação de áreas mais sensíveis à
contaminação dos aquíferos e proteção de mananciais que são ou serão utilizados para
abastecimento público (FOSTER, 1987).
A cidade de Anápolis, situada no estado de Goiás, é um município brasileiro que possui um dos
maiores polos industriais do Estado. Pertence à Mesorregião do Centro Goiano e à Microrregião
de Goiânia, distante 151 km de Brasília, a capital nacional. Possui uma geografia contínua, com
poucos morros e baixadas, tendo terras planas na maior parte de seu território, com destaque
para o rio Meia Ponte. Situa-se no Planalto Central e é um importante polo econômico da região
(MIRAGAYA, 2001).
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OBJETIVOS DO TRABALHO
O objetivo deste trabalho é de aplicar a metodologia GOD e elaborar o Mapa de Vulnerabilidade à
contaminação das águas subterrâneas para o município de Anápolis, através do uso de dados
mais recentes e disponíveis nos cadastros de companhias responsáveis pela compilação destes
dados, utilizando técnicas de geoprocessamento para a manipulação e tratamento dos dados,
com a montagem de um banco de dados georeferenciado utilizando um Sistema de Informações
Geográficas - SIG.
METODOLOGIA
Para construção do Mapa de Vulnerabilidade Subterrânea para o caso da cidade de Anápolis,
serão seguidas etapas partindo da caracterização da área de estudo e posteriormente, uso da
Metodologia GOD conforme descrita em Crispim, 2014).
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLOGIA DA ÁREA DE ESTUDO
A Figura 01 ressalta a localização da região de estudo que tem como características de uso da
terra culturas diversificadas e criação, de terreno composto por latossolo vermelho (IBGE, 2006).
Figura 1 - Localização do Município de Anápolis, GO.
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Fazendo o uso do Mapa de Domínio/Subdomínios Hidrogeológico do Brasil (CPMW, 2006),
define-se a região composta por Metassedimentos/Metavulcânicas e Cristalino. Essa região tem
como características:
•
Metassedimentos/Metavulcânicas: baixa favorabilidade hidrogeológica: quase não existe
uma porosidade primária nestes tipos de rochas, a ocorrência de água subterrânea é
condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se
traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão (CPRM, 2001).
•
Cristalino: baixa/Muito baixa favorabilidade hidrogeológica: existe uma tendência de que
este domínio seja o que apresente menor possibilidade ao acúmulo de água subterrânea
dentre todos aqueles relacionados aos aquíferos fissurais (CPRM, 2001).
•
Poroso/Fissural:
baixa/Média
favorabilidade
hidrogeológica
possuindo
litificação
acentuada, forte compactação e fraturamento acentuado. Tem comportamento de aquífero
granular, fissural acentuado com porosidade baixa/média (CPRM, 2001).
ETAPAS DESENVOLVIDAS
Construção do mapa de Vulnerabilidade:
A Vulnerabilidade foi definida fazendo uso da metodologia GOD, que considera os parâmetros de
confinamento do aquífero, a litologia da zona não saturada e a profundidade da água subterrânea,
conforme esquema apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Sistema GOD para avaliação da vulnerabilidade do aquífero à contaminação
(Adaptado de Foster, 1987).
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Através de análises dos shapefiles obtidos no site da SIEG – Sistema Estadual de Estatística e de
Informações Geográficas de Goiás foram extraídos os dados para construção do Mapa de
Vulnerabilidade, usando a metodologia GOD.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Serão apresentados a seguir os resultados obtidos neste estudo contemplando as etapas da
avaliação da metodologia GOD, através de representação gráfica, iniciando pela 1ª Fase: Grau de
Confinamento da Água Subterrânea, seguida pela 2ª Fase: Ocorrência de Estratos de Cobertura,
continuando à 3ª Fase: Distância da Água Subterrânea à Superfície do Terreno e finalizando com
o cálculo do Índice da Vulnerabilidade em si, na 4ª Fase.
1ª FASE: GRAU DE CONFINAMENTO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
Os valores de porosidade eficaz e índice de fraturamento interconectado foram definidos a partir
da comparação direta com sistemas similares, Hidrogeologia do Estado de Goiás onde estudos
específicos para a determinação destes parâmetros foram realizados previamente (GOIÁS,
2006b).
Figura 3 – Características dos Sistemas Aquosos do município avaliado
Legenda:
Aquífero Freático Inexistente (valor assumido: 0,0)
Sistema Aquoso Freático II (valor assumido: 0,8)
Sistema Aquoso Freático III (rochas metamórficas 0,9)
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Aquífero Freático Inexistente – A inexistência de aquífero na região torna a avaliação de
vulnerabilidade desnecessária.
Sistema Aquoso Freático II - Esta classe de solo apresenta uma feição marcante relacionada à
presença de estruturas do tipo granular ou grumosa que faz com que todos os latossolos
independente de sua textura (muito argilosa, argilosa, franca, siltosa, etc.) resultem em materiais
com funcionamento hídrico similar, de forma geral, de alta condutividade hidráulica e elevada
porosidade efetiva (não inferior a 8%).
Este sistema aquífero raso inclui todas as classes de Latossolos e, portanto é o sistema de maior
expressão areal no estado. Encontra-se fortemente vinculado às Superfícies de Regionais de
Aplainamento - SRA, com padrão de relevo suave ondulado a plano.
Os valores da condutividade hidráulica variam, na superfície, na ordem de grandeza de 10-7 a 10-4
m/s, e em profundidade, de 10-9 a 10-4 m/s, sendo os valores médios de 3,3 x 10-5 m/s em
superfície, e 4,0 x 10-6 m/s em profundidade. A porosidade total pode ser superior a 20% e a
porosidade efetiva é estimada entre 7 a 9% em função da variação textural.
As espessuras totais dos regolitos associados ao Sistema F2 são geralmente menores que as do
Sistema F1, sendo 20 metros considerados como um valor de referência. Compõem aquíferos
intergranulares, contínuos, livres de grande distribuição lateral, com importância hidrogeológica
principalmente relacionada às funções filtro e reguladora.
Sistema Aquoso Freático III - Este sistema aquífero, em geral, sobrepõe sistemas fraturados
representados por rochas básicas e ultrabásicas e mais raramente carbonatos. Está distribuído
sobre relevo ondulado até forte ondulado ou sobre rebordos de chapadas. Quando os solos
apresentam-se ricos em fragmentos rochosos (rochosidade e/ou pedregosidade), a condutividade
hidráulica pode ser incrementada, melhorando as características gerais deste sistema aquífero
raso.
Este sistema inclui os solos com horizonte diagnóstico B textural e B nítico, classificados como
Argissolos e Nitossolos. De forma geral apresentam espessuras médias inferiores a 15 metros. Os
valores de condutividade hidráulica vertical, na superfície, variam entre 1,0 x 10-7 e 2,0 x 10-4 m/s
e, em profundidade, variam entre 4,1 x 10-9 e 9,4 x 10-5 m/s, com valores médios de 1,4 x 10-5 m/s
na superfície e 2,5 x 10-6 m/s em profundidade.
Devido à diminuição da condutividade hidráulica em profundidade, há uma tendência de
desenvolvimento de fluxo interno, que dificulta a recarga dos sistemas fraturados situados a
maiores profundidades.
A espessura saturada deste sistema intergranular é de, em média, 10 metros, com uma espessura
total de 20 metros. Considerando que a condutividade hidráulica da zona saturada seja igual à
média da zona vadosa, a transmissividade é da ordem de 2,5 x 10-5 m2/s.
O comportamento da porosidade é considerado similar ao dos latossolos, sendo que neste caso, a
porosidade efetiva pode sofrer uma diminuição nos horizontes que recebem a argila translocada a
partir dos horizontes mais rasos e o valor médio é de 6%.
O Sistema F3 constitui aquíferos intergranulares, livres, descontínuos e com distribuição lateral
ampla. Apresenta pequena importância hidrogeológica relativa à função reservatório, sendo
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aproveitado, principalmente, para abastecimento de pequenas propriedades rurais. Do ponto de
vista das funções recarga, filtro e reguladora, apresenta elevada importância hidrogeológica, uma
vez que os horizontes mais ricos em argila funcionam como depuradores de cargas
contaminantes e retardam o fluxo, ampliando a possibilidade de regular as descargas de base e
interfluxo.
2ª FASE: OCORRÊNCIA DE ESTRATOS DE COBERTURA
A natureza geológica constitui o principal componente da dinâmica dos processos relacionados às
águas subterrâneas na superfície terrestre. Nesse sentido destaca-se a litologia (tipos de rochas e
suas variações), estratigrafia (empilhamento das diversas unidades), tectônica e estruturação
(deformações por dobramentos e fraturamentos), sedimentologia (ambientes de formação das
rochas supracrustais) e geoquímica (composição química das diferentes rochas). Portanto, a
abordagem dos aspectos geológicos, no desenvolvimento de um trabalho sobre a hidrogeologia
de determinada região, é imprescindível e de relevante importância. A Figura 4 apresenta as
características litológicas da área de estudo.
Figura 4 – Características Litógicas do município avaliado.
Legenda:
Depósitos de silte, Depósitos de argila (valor assumido 0,5).
Depósitos de areia, Depósitos de cascalho (valor assumido 1,0)
Metatonalito, Metagranito (valor assumido 0,6)
Xisto, Clorita xisto, Muscovita biotita xisto (valor assumido 0,8)
Charnockito, Serpentinito, Talco xisto, Metanorito, Metapiroxenito, Metagabro (valor
assumido 0,7).
Rocha calcissilicática, Gondito, Gnaisse, Mármore (valor assumido 0,7)
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A Figura 4 ressalta a composição litológica da região ressaltando as seguintes características:
Depósitos de silte, Depósitos de argila – Bacia Bananal ocupa cerca de 68.000 km² e é
preenchida pelos sedimentos da Formação Araguaia, depositados pelo Rio Araguaia e compostos
de conglomerados, siltes e areias assentados sobre rochas do embasamento cristalino, formações
devonianas e intrusões alcalinas do Cretáceo. Dados sísmicos obtidos por Araújo & Carneiro
(1977) na ilha do Bananal registram que o substrato da bacia se situa entre 170 e 320 m de
profundidade. A investigação de uma anomalia magnetométrica por sondagem na Fazenda
Canadá, a norte de Montes Claros de Goiás, destinada à pesquisa mineral realizada pela CPRM,
alcançou o embasamento da bacia, composto de intrusão alcalina cretácea, após 50 m de
sedimentos.
Depósitos de areia, Depósitos de cascalho - Está situado no domínio das rochas granulíticas
paraderivadas, nas proximidades do contato com a Seqüência Metavulcano-sedimentar de
Silvânia, e sob influência de extensivas zonas de cisalhamento.
Metatonalito, Metagranito – A unidade inclui o Granito Jurubatuba (PIUZANA, 2002), localizado a
norte de Silvânia e rochas da Associação Ortognáissica Migmatítica (OLIVEIRA et al., 1997)
composta de gnaisses e migmatitos paleoproterozóicos. Sua distribuição é, em geral, descontínua
em extensa faixa NNWSSE do centro-sul de Goiás, onde abrange partes dos municípios de
Abadiânia, Anápolis, Leopoldo de Bulhões, Silvânia, Jaraguá e Petrolina de Goiás. Seus contatos
com as rochas do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, Grupo Araxá e a Sequência
Metavulcanossedimentar Silvânia são tectônicos. O seu contato com a Sequência Silvânia é
marcado por falha transcorrente, oblíqua e sinistral. Além do Granito Jurubatuba, a unidade inclui
metatonalitos, metagranitos e metagranodioritos bandados a foliados, calcissódicos a cálcioalcalinos de baixo potássio, metamorfizados na fácies anfibolito alto/granulito, e migmatitos com
restos de rochas supracrustais granulitizadas em contato lateral gradacional com gnaisses
quartzo-feldspáticos. A passagem gradual sugere fusão parcial de gnaisses paraderivados do
Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu (LACERDA FILHO & OLIVEIRA, 1995). Trata-se de granito
deformado com textura granoblástica (PIUZANA, 2002), com variação para granodiorito e tonalito.
É cinza a cinza-escuro e tem granulação média, pronunciada foliação e bandamento
composicional. Está, por vezes, migmatizado e pode apresentar termos com granada, sillimanita e
cianita. A presença de xenólitos de rochas básicas e metassedimentares, possivelmente da
Sequência Metavulcanossedimentar Silvânia, sugere que o granito é intrusivo na sequência.
Xisto, Clorita xisto, Muscovita biotita xisto - Os anfibolitos da Sequência Juscelândia originaram-se
por vulcanismo tholeiítico, com sedimentação química intercalada, que evoluiu para uma
associação bimodal, enquanto a sedimentação se tornava mais intensa e de natureza pelítica
(MORAES, 1992). Para o autor, a pilha vulcanossedimentar foi afetada por granitogênese, com os
corpos graníticos alojados principalmente nas porções basais e culminando com recorrência de
magmatismo básico, evidenciada por diques.
Charnockito, Serpentinito, Talco xisto, Metanorito, Metapiroxenito, Metagabro – Estas rochas
ocorrem em Goiás aflorando no Morro Feio, sua localidade-tipo, 25 km a sul de Goiânia, a norte
de Hidrolândia, em Água Fria, Morro da Magnesita, Morro da Platina, Dois Irmãos, Cromínia,
Maripotaba, Fazenda Souza próximo a Interlândia, a noroeste de Abadiânia e sul de Corumbá,
Pontalina, Morrinhos, Caldas Novas e Santa Cruz de Goiás. Consistem de serpentinitos, talco
xistos, clorita xistos, talco-actinolita xistos e talco-clorita xistos, por vezes com lentes de cromita
podiforme (MELLO & BERBERT, 1969). Serpentinitos são as rochas dominantes, em geral cinzaesverdeados, muito finos, fraturados, silicificados, foliados e contêm corpos de cromita podiforme
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e ocorrências de amianto, garnierita e disseminações de sulfeto. Clorititos e talco-clorita xistos em
geral ocorrem ao longo do contato dos serpentinitos com as rochas metassedimentares do Grupo
Araxá. Esta associação e sua intercalação tectônica no Grupo Araxá levaram Drake Jr. (1980) e
Strieder & Nilson (1992) a interpretá-la como melánge ofiolítica, e conseqüente presença de crosta
oceânica no segmento sul da Faixa Brasília obductada sobre a margem continental por transporte
de oeste para leste. A cromita destes depósitos ocorre em lentes e bolsões e é disseminada,
maciça ou nodular. Em Morro Feio há indícios de Platina com teores de 710 ppb nos cromititos e
470 ppb em serpentinito (MILLIOTTI, 1978).
Rocha calcissilicática, Gondito, Gnaisse, Mármore – O complexo está em contato tectônico,
marcado por extensas zonas de cisalhamento transcorrentes contracionais (ARAÚJO et al., 1994)
com o Grupo Araxá e zonas de cisalhamento transcorrentes NW-SE com a Sequência Silvânia e o
Granito Jurubatuba (PIUZANA, 2002). Consiste de granulitos paraderivados representados por
gnaisses sílico-aluminosos e quartzo-feldspáticos, granada gnaisses, granada quartzitos, rochas
calcissilicáticas, diopsídio mármores e gonditos associados com gnaisses graníticos resultantes
de anatexia (GOIÁS, 2006a).
3ª FASE: DISTÂNCIA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA A SUPERFÍCIE DO TERRENO
Para definição dos poços no estudo proposto foram utilizados os levantados pelo estudo
documentado pelo trabalho Hidrogeologia do Estado de Goiás (GOIÁS, 2006b) onde foram
observados que os poços na região do Município de Goiânia são de variadas profundidades,
existindo maior volume de poços de 20 a 50 metros de profundidade. Estes poços estão
apresentados na Figura 5.
Figura 5 – Distribuição de poços no município de Anápolis, GO.
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Legenda:
Profundidade: até 5 m (valor assumido: 1,0)
Profundidade: 5 a 20m (valor assumido: 0,8)
Profundidade: de 20 a 50m (valor assumido: 0,6)
Profundidade: > 50m (valor assumido: 0,4)
4ª FASE: ÍNDICE DE VULNERABILIDADE
O munícipio de Anápolis apresenta regiões de vulnerabilidades alta, média, baixa e insignificante,
sendo aproximadamente 2% de vulnerabilidade insignificante, 34% área de vulnerabilidade baixa
e 49% área de vulnerabilidade média e 15% de vulnerabilidade alta. A Figura 6 possibilita a
visualização de tais regiões. Fazendo o uso de tal informação a Prefeitura pode aprofundar a
análise do plano piloto e poupar os mananciais que serão contaminados por se apresentarem em
regiões de média ou alta vulnerabilidade.
Figura 6 – Mapa de Vulnerabilidade de água subterrânea do município de Anápolis
(MapWindow, 2012).
Legenda:
Vulnerabilidade Insignificante
Vulnerabilidade Baixa
Vulnerabilidade Média
Vulnerabilidade Alta
Vulnerabilidade Extrema
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CONCLUSÃO
A aplicação da metodologia proposta possibilitou a elaboração do Mapa de Vulnerabilidade à
contaminação das águas subterrâneas para o município de Anápolis, usando dados encontrados
em sites como o do SIEG - Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de
Goiás, da ANA - Agência Nacional de Águas e do CPRM - Serviço Geológico do Brasil os quais
são disponíveis sem custo para os usuários cadastrados. Com a incorporação de dados das
perfurações mais recentes de poços feitos pela companhia de saneamento e pela prefeitura
municipal, será possível à montagem de mapa mais preciso, atualizando a base de dados já
existente por meio do aplicativo de SIG desenvolvido. Dessa forma o mapa poderá ser
permanentemente atualizado, refleteindo a situação atual, à medida que mais informações vão
sendo disponibilizadas.
Com a existência do mapa de vulnerabilidade atualizado, os gestores terão uma ferramenta eficaz
visando proporcionar uma ocupação mais consciente do espaço urbano, podendo assim
estabelecer diretrizes condizente para o uso do solo visando à proteção do aquífero, reduzindo
custos futuros com remediação das águas subterrâneas contaminadas e a Prefeitura pode
aprofundar a análise do plano piloto e poupar as áreas que serão contaminadas por se
apresentarem em regiões de média ou alta vulnerabilidade.
Da mesma forma os órgãos gestores poderão tomar decisões técnicas mais embasadas em
função da situação atualizada quando forem emitir novas outorgas ou renovar as existentes.
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De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG
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ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento
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