Gestão e Administração O NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A PERCEPÇÃO DOS CONTADORES E DE SEUS CLIENTES, EM VISCONDE DO RIO BRANCO – MG, FRENTE A NOVA ATUAÇÃO DOS CONTADORES Diva Ester Okazaki Rowe, (Orientadora) [email protected], Nelsio Rodrigues de Abreu, (Orientador), Rosemeire Aparecida Toledo Ferraz, Maria Aparecida Sartori, Diana Sartori de Melo, José Geraldo Ferreira Batista Depto. de Administração e Ciências Contábeis/UNIPAC – Univ. Pres. Antônio Carlos, Visconde do Rio Branco/MG (INTRODUÇÃO) Em época de tantas crises e muito desemprego, o número de micro e pequenas empresas têm aumentado. E geralmente são nos contadores que os novos empresários buscam apoio de informações para a sobrevivência, frente a concorrência do mercado. Atualmente, com a elevada carga tributária, leis reformas constitucionais, decretos e normas, é necessário que os contadores se mantenham atualizados. De uma maneira geral, a imagem atual do contador não se assemelha ao de “guarda-livros” ou de mero auxiliar para assuntos fiscais como os contabilistas eram conhecidos. Com a globalização da economia e com a revolução tecnológica, a classe contábil, assim como as demais profissões, vem passando por profundas mudanças. Para agregar valor aos seus serviços e não tornarem obsoletos. Neste contexto de turbulência, o presente estudo tem como objetivo principal verificar o nível de satisfação dos clientes dos escritórios de contabilidade de Visconde do Rio Branco – MG e a qualidade dos trabalhos dos mesmos, verificando se os empresários utilizam a contabilidade para tomar decisões, uma vez que o mercado está cada vez mais competitivo e os clientes mais exigentes. (METODOLOGIA) O estudo foi classificado como exploratório, qualitativo e com levantamentos quantitativos, simultaneamente. O universo da pesquisa foram os contadores que têm escritórios de contabilidade em Visconde do Rio Branco e seus clientes. Foram entrevistados os 12 contadores existentes e aplicado questionário para 230 empresários. Esta população foi representada com 95% de confiança e 5,31% de erro amostral, garantindo a confiabilidade estatística. Quanto à dimensão temporal, o estudo contempla um corte transversal, representando a população num ponto de tempo determinado, que foram os meses de agosto a novembro de 2001. A análise constituiu em procedimentos estatísticos simples e complexos, como análise de fatores, utilizando o software SPSS. (RESULTADOS) A maioria dos empresários entrevistados têm até 9 funcionários. 45,5% dos empresários afirmaram que ficam sabendo sobre as mudanças em relação a tributação/legislação, por outros meios, não sendo informados em primeiro lugar pelo seu escritório de contabilidade. Entretanto, os contadores afirmaram que procuram manter-se atualizados e transmitir as informações ao seu cliente. Segundo os contadores, a burocracia é um entrave para a profissão e a constante mudança na legislação impede acompanhar com exatidão o cumprimento delas. Uma parcela significativa dos empresários, 45,3%, não utilizam os relatórios contábeis na tomada de decisão, o que pode indicar que os mesmos não entendem os relatórios, podendo resultar em negligência na gestão financeira da empresa. 25% dos contadores afirmaram que não mantêm funcionários, com curso superior e nível técnico, pois resultaria em salários maiores, o que condiz com 48,5% dos empresários que escolheram seu serviço contábil, tendo como principal fator o valor dos honorários. 54,3% dos empresários afirmaram que quando procuram seu contador, são bem atendidos. A análise fatorial foi utilizada para verificar as correlações entre as variáveis apresentadas no conjunto de questões aplicadas aos empresários. Foi feita através do método dos componentes principais e rotação ortogonal varimax, com critério eigenvalue igual a 1 e supressão dos valores absolutos menores do que 0,30, obtendo-se 3 fatores que explicam 44,47% da variância total. Diante disto, dos 13 itens, nenhum foi eliminado. O fator 1, composto de 5 itens, apresentou um alpha de cronbach de 0,70, considerado satisfatório, que se refere a satisfação dos empresários com seus contadores, o que comprova a fidedignidade da escala utilizada e a consistência semântica do instrumento utilizado. (CONCLUSÃO) As empresas maiores apresentam-se mais insatisfeitas com seus contadores do que as microempresas. Na ótica dos contadores, eles desempenham seus serviços de forma satisfatória para seus clientes, mas estes analisaram os serviços deficitários, tendo muito o que melhorar. Este estudo vem demonstrar que é relevante pesquisar a opinião dos clientes, que neste caso, difere da percepção dos contadores. É necessário que os empresários entendam de contabilidade, para que cada vez mais possam utilizá-la para tomada de decisão. Aconselha-se que os escritórios de contabilidade deixem de ser apenas o elo entre as empresas e o governo, cumprindo as exigências fiscais e legais, e passem também a assessorar as empresas, gradativamente. É fundamental que os contadores acompanhem as mudanças de sua profissão. O ideal seria que os contadores visitassem seus clientes, orientando como funciona a tributação e outros fatores relevantes. Os escritórios de contabilidade procuram cuidar mais da parte burocrática, sem muito contato com a empresa, enquanto poderiam exercer mais a função de assessores, consultores e orientadores. (Agência Financiadora) UNIPAC TRABALHO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 54ª Reunião Anual da SBPC - Goiânia, GO - Julho/2002