Introdução INTRODUÇÃO AO M ANUAL DE T RABALHO I. Iniciando Os gases tratados nas Diretrizes são os gases de efeito estufa diretos: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), os gases de efeito estufa indiretos: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx ), compostos orgânicos voláteis não-metânicos (COVNMs), halocarbonos (HFCs, PFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6) e dióxido de enxofre (SO2). Os compostos halogenados (ou seja, clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbono 22 (HCFC-22), os halons, cloroformiato de metilo e tetracloreto de carbono) não são incluídos por causa das necessidades de elaboração de relatórios paralelos pelos países, em cumprimento de compromissos no âmbito do Protocolo de Montreal. Embora métodos de estimativa não sejam fornecidos, os países são incentivados a relatar qualquer emissão ou remoção para as quais tenham dados e que considerem significativas para a mudança do clima. Os procedimentos para relatar outros gases são discutidos no Volume I das Diretrizes, Instruções para a Elaboração de Relatórios. Para estimar as emissões e remoções de gases de efeito estufa, você deve começar desenvolvendo um plano ou estratégia. O primeiro passo é identificar a variedade de possíveis atividades de fontes e sumidouros existentes no seu país. Em seguida, você precisará estabelecer prioridades para o trabalho de inventário com base em várias considerações. Uma consideração são as prioridades entre os vários gases de efeito estufa. O IPCC recomendou que os gases de efeito estufa diretos, CO2, CH4 e N2O, tivessem prioridade. Uma segunda consideração é a importância relativa das atividades de fontes e sumidouros dentro do país e da disponibilidade de informações pertinentes. Finalmente, logo que as prioridades iniciais tiverem sido desenvolvidas, o analista deve identificar e alocar recursos para desenvolver o inventário. Uma descrição das atividades de fontes e sumidouros de gases de efeito estufa é apresentada no Volume I. As Avaliações Científicas do IPCC de 1990, 1995 e o Suplemento de 1992 apresentam a compreensão atual das contribuições de várias atividades de fontes e sumidouros nos balanços atmosféricos globais de CO2, CH4 e N2O. Essas informações podem ser utilizadas por especialistas nacionais ao priorizar os esforços de realização de um inventário nacional. Entretanto, a importância relativa Diretrizes Revisadas do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 1996: Manual de Trabalho Introdução das categorias de fontes e sumidouros para um determinado país pode ser substancialmente diferente da importância em um nível global. Os estágios são: PASSO I – PLANEJAMENTO DO INVENTÁRIO 1. Releia as Instruções para a Elaboração de Relatórios Releia as Instruções para a Elaboração de Relatórios (Volume I das Diretrizes do IPCC) para saber quais são os dados necessários. Observe detalhadamente o Capítulo I: Entendendo a Estrutura Comum de Relato, em que são discutidas as definições padrões de poluentes, unidades, categorias de fontes/sumidouros e períodos de tempo. 2. Identifique as fontes/sumidouros e os gases de efeito estufa prioritários. Por último, cada país deve relatar todas as fontes e sumidouros importantes de todos os gases de efeito estufa. Entretanto, na prática, os países com pouca experiência anterior e que estejam começando seus inventários nacionais podem preferir priorizar os possíveis gases e fontes em termos da importância relativa para todos os totais globais e nacionais. Começar com as fontes de maior prioridade reduzirá a carga inicial sobre os especialistas nacionais e permitirá que os resultados principais sejam relatados mais rapidamente em fóruns internacionais. As prioridades gerais para os países que estiverem preparando inventários são (listados em ordem decrescente em termos de prioridade): • CO2 das Fontes de Energia • CO2 da Mudança no Uso da Terra • CH4 das principais categorias de fontes: Produção de Arroz; Mineração de Carvão; Petróleo e Gases Naturais; Fermentação Entérica e Resíduos Animais; Aterros Sanitários e Outros Resíduos e Queima de Biomassa. • N2O da Agricultura • Outros Gases de Efeito Estufa Este Manual de Trabalho fornece métodos simples para todas as categorias de CO2, CH4 e N2O listadas acima para ajudar os especialistas nacionais nas áreas de alta prioridade. Os países podem modificar as prioridades sugeridas com base na importância dessas atividades de fontes e sumidouros no seu contexto nacional. PASSO 2 – UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS/DADOS PADRÃO DO IPCC O Manual de Trabalho trás os métodos padrão para a estimativa de cada uma das principais categorias de fontes para CO2, CH4, N2O, halocarbonos (HFCs, PFCs), Diretrizes Revisadas do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 1996: Manual de Trabalho Introdução hexafluoreto de enxofre (SF6) e precursores de ozônio e aerossóis. O Manual de Referência contém informações sobre esses métodos e opções mais detalhadas. Esses métodos encontram-se em diversos estágios de teste, estando, portanto, associados a diferentes níveis de confiança ou “qualidade”. A metodologia padrão do IPCC visa fornecer os procedimentos realistas mais simples para uso dos países na realização de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Valores padrão são fornecidos para fatores de emissão e (alguns) dados de atividade. Como as informações padrão são freqüentemente gerais e aplicáveis a todos os países do mundo, elas podem não compreender as variações nas atividades nos níveis regional e nacional que possam influenciar de forma significativa os níveis de emissões. O Manual de Trabalho, contudo, é um ponto de partida para muitos países que estejam preparando inventários de gases de efeito estufa pela primeira vez. Os países podem utilizar metodologias, fatores de emissão ou dados de atividade mais detalhados quando esses forem compatíveis com as categorias de fonte do IPCC e demonstrarem apresentar resultados consistentes e precisos. Os fatores de emissão e os dados de atividade padrão também fornecem pontos de comparação úteis para suposições nacionais. Se os dados de um país diferirem significativamente dos dados padrão, o IPCC pede que a diferença seja explicada. PASSO 3 – UTILIZAÇÃO DO MANUAL DE TRABALHO O Manual de Trabalho O Manual de Trabalho foi elaborado para ser um documento de trabalho. Você o utiliza como uma parte integrante da elaboração de um inventário das emissões e remoções de gases de efeito estufa do seu país. Ele está dividido em seis módulos, cada um com seu próprio ícone: • Energia • Processos Industriais • Uso de Solventes e Outros Produtos [O Uso de Solventes e Outros Produtos está incluído nesta versão do Manual de Trabalho apenas para constar. Nenhum método de estimativa simples é fornecido para essa categoria.] • Agricultura • Mudança do Uso da Terra e Florestas • Resíduos Dentro de cada módulo, uma série de fontes de emissões é identificada. Cada fonte de emissão contém uma (ou mais) Planilhas, que são formulários em branco para realizar o inventário, devendo ser preenchidas e devolvidas ao IPCC. Diretrizes Revisadas do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 1996: Manual de Trabalho Introdução Para ajudá-lo a usar as Planilhas, cada seção de fonte de emissão também contém: • uma breve introdução • uma pesquisa de fontes de dados • uma visão geral da metodologia recomendada para a fonte • instruções para preencher a Planilha Se você quiser saber mais sobre uma fonte de emissão específica, consulte o Manual de Referência para Inventários de Gases de Efeito Estufa do IPCC. PASSO 4 – FORNECIMENTO DA DOCUMENTAÇÃO Em cada caso, uma documentação por escrito deve ser fornecida, juntamente com os resultados do inventário, explicando as fontes de quaisquer dados apresentados que não forem tirados dos dados padrão incluídos no Manual de Trabalho. Por exemplo, os dados de gases de efeito estufa relacionados à energia compreendem dados de energia, fatores de conversão, fatores de emissão, dados de produção para produtos que armazenam carbono e qualquer outra informação que possa afetar os resultados do inventário. Preferencialmente, a documentação deve citar relatórios publicados como fonte dos dados. Ministérios, institutos ou empresas privadas que tenham fornecido dados devem ser identificados com um endereço para correspondência e uma pessoa para contato. Veja o Volume I: Instruções para a Elaboração de Relatórios para obter detalhes dos requisitos de documentação. PASSO 5 – RELATO DE NÍVEIS MAIS DETALHADOS NAS PLANILHAS Para fins de simplicidade e clareza, o Manual de Trabalho trata do cálculo de emissões em nível nacional, com categorias de fontes divididas em relativamente poucas subcategorias. O nível de detalhe das subcategorias foi planejado para combinar com as fontes disponíveis de dados padrão, conteúdos de carbono e outras suposições. Entretanto, como usuário das Diretrizes de metodologia de emissões, você é incentivado a realizar seu inventário nacional com o maior nível de detalhamento possível. Se o seu país dispuser de informações sobre qualquer uma das categorias de fonte mais detalhadas do que as empregadas na construção dos valores padrão deste Manual de Trabalho, você é incentivado a utilizá-las. Isso pode ser feito de duas formas: • Maior detalhamento geográfico Os especialistas podem achar necessário dividir o país em regiões diferentes para compreender as diferenças entre ecossistemas e densidades de biomassa, práticas agrícolas, taxas de queimada, etc. • Maior detalhamento por subcategoria Diretrizes Revisadas do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 1996: Manual de Trabalho Introdução Quando houver dados disponíveis, os especialistas podem subdividir as categorias de atividade para refletir diferenças importantes na atividade econômica, na ecologia ou em espécies, no uso da terra ou nas práticas agrícolas, na taxa de queimada, etc. O fato de trabalhar com um nível mais detalhado de desagregação não modifica a natureza dos cálculos, embora dados e suposições desenvolvidos mais localmente sejam em geral exigidos. Use várias cópias das Planilhas para esses cálculos. Se você calculou emissões de gases de efeito estufa com um maior detalhamento, você também deve agregar resultados até o nível mais detalhado de informação requerida pela Metodologia do IPCC a fim de relatá-las. Isso permite que comparações sejam feitas entre os resultados dos países participantes do inventário. Você também é incentivado a elaborar relatórios no nível subjacente de detalhe, se possível. Certifique-se de que você relatou os dados e suposições ao IPCC, de forma a assegurar a transparência e a replicação dos métodos. As Instruções para a Elaboração de Relatórios (Volume I das Diretrizes) discutem essas questões mais detalhadamente. 2. Informações Básicas para Auxiliar o Trabalho com as Diretrizes do IPCC Prefixos e fatores de multiplicação Os seguintes fatores de multiplicação são utilizados nas Diretrizes: Fator de multiplicação 1 000 000 000 000 000 1 000 000 000 000 1 000 000 000 1 000 000 1 000 100 10 0,1 0,01 0,001 0,000 001 Abreviatura I5 10 I2 10 9 10 6 10 3 10 2 10 I 10 -I 10 -2 10 -3 10 -6 10 Prefixo peta tera giga mega quilo hecto deca deci centi mili micro Símbolo P T G M k h da d c m µ Abreviaturas dos Compostos Químicos As seguintes abreviaturas são utilizadas nas Diretrizes: CH4 N2O CO2 CO NOx COVNM Metano Óxido Nitroso Dióxido de Carbono Monóxido de Carbono Óxidos de Nitrogênio Composto Orgânico Volátil Não-Metânico Diretrizes Revisadas do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 1996: Manual de Trabalho Introdução NH3 CFCs HFCs PFCs SF6 CCL4 Amônia Clorofluorcarbonos Hidrofluorcarbonos Perfluorcarbonos Hexafluoreto de Enxofre Tetracloreto de carbono C2F6 Hexafluoretano SO2 Dióxido de enxofre Equivalências Padrão I tonelada equivalente de petróleo (tep) 3 I0 tep I tonelada curta I tonelada I tonelada I quilotonelada l megatonelada I kilograma I hectare I caloria IT I atmosfera I0 I x I0 calorias 4I,868 TJ 0,9072 tonelada I,I023 tonelada curta I megagrama I gigagrama I teragrama 2,2046 Ibs 4 2 10 m 4,I868 Joules I0I,325 kPa 1 Unidades e Abreviaturas As seguintes abreviaturas são utilizadas nas Diretrizes: 3 metro cúbico hectare m ha grama g tonelada t joule J grau Celsius °C caloria cal ano a capita cap galão gal material seco ms 1 Para prefixos decimais ver página anterior. 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