Handset Subsidies –
an Empirical Investigation
Handset subsidies an empirical
investigation
Pedro Pita Barros
Faculdade de Economia
Universidade Nova de Lisboa
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Trabalho realizado ao abrigo de “concurso de
ideias” lançado pela ANACOM
Realizado com patrocínio da ANACOM, que
se agradece, mas em total liberdade
académica
A visão apresentada corresponde às opiniões
do autor, não reflectindo qualquer posição da
ANACOM
Motivação
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Concorrência no serviço de
telecomunicações móveis:
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Preço - visível nos anúncios de tarifários
Publicidade - sobretudo persuasiva - “até já” da
TMN, “now” da Vodafone
Subsidiação de equipamentos - menos anunciada,
presente nos panfletos e informações
Que características tem essa subsidiação?
Motivação
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Será que essa prática deverá dar lugar a uma
intervenção em termos de regulação?
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Actualmente, a subsidiação não é proibida, apesar
de estar associada a contratos de fidelização que
diminuem a capacidade de mudança de operador
dos consumidores
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Perceber o que está subjacente a essa prática de
subsidiação é, por isso, relevante.
Motivação
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Regulação, tendencialmente
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Mercado de retalho não regulado
Mercado grossista poderá ser objecto de
regulação
Será que a subsidiação de equipamentos
enquanto prática no mercado de retalho
justifica algum tipo de regulação?
Que evidência temos?
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Venda de equipamentos:
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O mesmo telefone vendido a preço diferente consoante a
rede com que se encontra associado
Venda de telefone livre, sem estar associado a uma rede
Esta característica existe noutros países, até de
forma mais evidente:
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Alemanha - equipamentos (telefone) vendidos a 1 euro
Espanha - Movistar - oferece Nokia 3220 (119 € no
mercado) ou Motorola C390 (101,49€ no mercado), ou SE
K700i por 19 € (173,95 € no mercado): Vodafone oferece
Nokia 6030 (79 € no mercado), Sharp GX25 (129 € no
mercado), etc...
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Esta subsidiação surge também nos novos
telefones que suportam a 3G e a 3.5G (high
speed downlink packet access)
Mais uma vez, os preços com e sem contrato
de fidelização são muito diferentes
A prática regulatória
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Oftel (2002) - podem existir motivos para a
subsidiação de equipamentos (e para os
contratos de fidelização associados)
Dada a incerteza sobre os efeitos desta
prática para o bem-estar dos consumidores opção por uma atitude regulatória
“benevolente”: limitar-se a chamar a atenção
dos consumidores para a existência da
fidelização
Estratégia de análise
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Usar preços anunciados com e sem operador
associado
E verificar se têm alguma relação com
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As características dos aparelhos
As características dos operadores
Usar informação publicamente disponível e
tentar inferir as estratégias implícitas das três
operadoras deste mercado
Aspectos prévios
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Teoria:
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A) valor dos consumidores para a empresa - dissipado
pelo “esforço” da sua aquisição via subsidiação do
equipamento
B) valor de pertencer a uma rede - externalidades de rede
- importância de criar base de clientes para ter essa
externalidade (reflectida por exemplo em diferentes tarifas
on-net and off-net) - Birke and Swann (2006) - rede maior
pode subsidiar menos
C) se cada consumidor escolher a rede preferida,
“subsidiação” de equipamento é um ganho líquido.
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Teoria
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D) subsidiação como forma de discriminação
entre grupos de consumidores - os mais
“tecnológicos” tendem a adoptar mais cedo e
serão provavelmente utilizadores mais intensivos
- mais interessantes em serem atraídos - sugere
“subsidiação” decrescente com a idade do
modelo
Duas implicações:
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Subsidio deve ir desaparecendo ao longo do tempo
Preço deve ir decrescendo ao longo do tempo
Hipóteses testáveis:
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1. Idade do modelo - a diferença de preço
entre “bloqueado” (numa operadora) ou
“livre” deve diminuir ao longo do ciclo de vida
do produto
2. Equipamentos com características que
atraiam consumidores que sejam geradores
de maior receita devem ter “subsídio” maior
3. A rede de maior dimensão deve subsidiar
menos (por a externalidade de rede já servir
como argumento para ganhar consumidores)
Metodologia
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Regressões hedónicas - explicar preços ou
diferenças de preços com base nas
características dos produtos
Unidade de análise - cada tipo de
equipamento de telefonia móvel
Variável crucial: a diferença de preço entre
“bloqueado” para uma rede ou livre; ou o
nível de preço do equipamento
(são abordagens complementares, como se verá)
Metodologia
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A noção de “subsídio ao equipamento” está
unicamente associada à diferença entre
“bloqueado para uma rede” ou “livre”
Não se tem informação sobre os custos de
produção dos equipamentos (o que permitiria
ter uma outra medida do subsídio presente)
Base de informação: panfletos publicitários
das operadoras e de vendedores
independentes de equipamentos
Dados
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Frequência mensal - todos os meses verificar o
preço de cada modelo, e se continua presente
Identificação das características técnicas de cada
produto
Kretschmer e Koski (2006) identificam que a
primeira década de telefonia móvel foi de
concorrência na dimensão e autonomia dos
equipamentos; a segunda parece vir a ser em
outras características técnicas, nomeadamente
serviços suportados
As variáveis explicativas
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“idade” do equipamento
Autonomia (stand-by)
Autonomia (conversação)
Capas removíveis
WAP
GPRS
Infra-vermelhos
Mãos-livres
Mês
MMS
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Écran a cores
Bluetooth
Toques polifónicos
Jogos
Fotografias
Radio
Kit para carro
Video
3G
Natal
Agosto
Dimensão da rede do
operador
Os resultados (I) funcionalidades
TMN
VODAFONE OPTIMUS
n.s.
n.s.
n.s.
+
n.s.
n.s.
MMS
n.s.
n.s.
n.s.
3G
+
+
+
Mãos-livres
+
+
+
Autonomia
(Stand-by)
Autonomia
(conversação)
Os resultados (II) características técnicas
TMN
VODAFONE OPTIMUS
GPRS
n.s.
n.s.
n.s.
INFRAVERMELHOS
BLUETOOTH
n.s.
n.s.
n.s.
n.s.
n.s.
n.s.
KIT CARRO
n.s.
n.s.
n.s.
CONECTIVIDADE n.s.
(BLT + IV)
n.s.
n.s.
Os resultados (III) características de lazer
TMN
VODAFONE OPTIMUS
Capas
-
-
-
Écran
n.s.
-
n.s.
Toques
polifónicos
Jogos
n.s.
n.s.
n.s.
+
n.s.
n.s.
Fotografias
+
n.s.
+
Radio
n.s.
-
-
Video
n.s.
n.s.
n.s.
Os resultados (IV) externalidades de rede
TMN
VODAFONE OPTIMUS
Número
total de
assinantes
-
n.s.
+
Novos
assinantes
(por
trimestre)
n.s.
n.s.
n.s.
Os resultados (V) Efeitos temporais
TMN
VODAFONE OPTIMUS
Idade do
modelo
Tendência
geral
3G
-
n.s.
n.s.
n.s.
n.s.
-
n.s.
n.s.
-
NATAL
n.s.
n.s.
n.s.
AGOSTO
n.s.
n.s.
n.s.
Análise complementar
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Regressões com base nos preços de cada
equipamento
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Características são valorizadas nos preços dos
equipamentos, mas não se traduzem necessariamente em
maior ou menor subsidiação
Efeitos de diminuição de custos de produção e logo de
preços dos equipamentos estão também presentes
Alguns efeitos de características nos preços são negativos
- colinearidades; efeitos da discriminação de preços “lazer” para grupos jovens, com menor rendimento - menor
preço
Conclusões
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Cada operadora segue a sua estratégia, mas
com pontos comuns:
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TMN: (+) - autonomia de conversação, 3G, mãos
livres, jogos, fotografias; (-) capas, dimensão da
rede, idade do modelo
VODAFONE: (+) 3G, mãos livres; (-) capas, écran
a cores, radio
OPTIMUS: (+) 3G, mão livres, dimensão da
rede; (-) capas, evolução temporal (seja 3G ou
não) [mas OPTIMUS tem quota de mercado a
descer]
Conclusões
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

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3G está a ser subsidiada
Redes maiores subsidiam menos - papel da
externalidade de rede
Rede menor tem vindo a subsidiar menos (e tem
vindo a perder quota de mercado)
Para a actividade de regulação: subsidios a cada
equipamento - transitórios e associados com o
lançamento de novos modelos e difusão de novas
tecnologias
Não levantam preocupações especiais, apesar de
também aqui a externalidade de rede ser relevante
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