PERFIL DOS PACIENTES USUÁRIOS DE OXIGENOTERAPIA
DOMICILIAR PROLONGADA DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
Zilza Carolina de Arruda Lacerda1, Larissa Di Oliveira Santhome2, Talita de Oliveira Leão 3,
Rosana Tannus de Freitas4, Angelina Freitas Siqueira5, Giulliano Gardenghi6
Resumo
Introdução: A oxigenoterapia pode melhorar a qualidade de vida e sobrevida de pacientes
com hipoxemia crônica assim como diminuir o número de internações. Objetivo: descrever o
perfil dos usuários de de oxigenoterapia domiciliar prolongada do município de Goiânia,
assim como a forma de prescrição e a adesão ao tratamento. Métodos: a amostra de 190
pacientes, que foram visitados por fisioterapeutas em visitas pré agendadas onde foi
respondido um questionário com perguntas direcionadas ao perfil geral e clínico do
paciente, a interação terapêutica e a adesão ao tratamento. Resultados: a amostra final com
111 pacientes sendo que a maioria do sexo masculino e com a idade média de 66,7 anos. A
doença mais comum foi o DPOC e 38,7% dos pacientes não foram internados no ano de
2009. A prescrição foi realizada por pneumologistas em 89% dos casos. sendo que ultima
consulta foi na maioria dos casos ocorreu no ultimo mês. quanto ao fluxo a maioria dos
pacientes usam fluxo de 2l/mim e não tiveram uma precrição diferente para exercícios ou
durante o sono. O tempo de uso era de 18horas por dia porem os pacientes não conseguiam
seguir corretamente a prescrição medica (49,5%). A principal causa da falta de adesão foi a
imobilidade e o principal incomodo foi o ressecamento das narinas (8,1%).somente 23, 4
pacientes realizam fisioterapia cardiopulmonar. Conclusão: os usuários de ODP do
município de Goiânia são a maioria do sexo masculino com a idade media de X anos, e
portadores de DPOC. Aprescrição é feita por pneumologistas com um fluxo de 2l/min,
durante 18 horas por dia. Os pacientes tem dificuldades na adesão do tratamento devido
pricipalmente ao imobilismo e não realizam reabilitação cardiopulmonar.
Palavras-chave: Oxigenoterapia domiciliar prolongada, Doença pulmonar obstrutiva
crônica, oxigenoterapia.
1.Graduação em Fisioterapia pela Universidade Salgado de Oliveira, Especialização em Fisioterapia Cardiopulmonar do Centro de Estudos
Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Brasil . Email: [email protected]
2.Mestrado em Ciências Médicas pela Universidade de Brasília, Brasil(2005)
Fisioterapeuta do CEREST do Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás , Brasil. Email:[email protected]
3.Graduação em fisioterapia pela Universidade Católica de Goiás, Brasil(2009)
Integrante da secretaria municipal de saúde - GOIÂNIA , Brasil. Email: [email protected]
4.Graduação em Fisioterapia pela Universidade Estadual de Goiás, Brasil (2009)
Fisioterapeuta da Associação das Pioneiras Sociais , Brasil. Email: [email protected]
5.Graduação em Fisioterapia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil(2007)
Especialista em Saúde - Fisioterapeuta do Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasil. Email: [email protected]
6.Doutorado em Ciências, Área de concentração pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil(2006)
Professor da Faculdade Unida de Campinas , Brasil. Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
A insuficiência respiratória crônica costuma ser a fase final de diversas
enfermidades respiratórias entre as quais podemos citar a fibrose pulmonar, doença pulmonar
obstrutiva crônica e a bronquiectasia. Os pacientes que apresentam este tipo de complicação
cursam com hipoxemia e/ou hipercapnia e podem manifestar importante comprometimento
psíquico, social e físico com deteriorização da qualidade de vida (Sociedade brasileira de
tisiologia e pneumologia,2010; Tanni,2010).
A doença pulmonar avançada tem como consequência final a DPOC (doença
pulmonar obstrutiva crônica. O segundo consenso brasileiro de DPOC define essa doença
como, uma enfermidade respiratória previsível e tratável, que se caracteriza pela presença de
obstrução crônica ao fluxo aéreo é geralmente progressiva e esta associada a uma resposta
inflamatória anormal nos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causa
primeiramente pelo tabagismo (Sociedade brasileira de tisiologia e pneumologia,2004).
A hipoxemia pode causar taquicardia, dispnéia, aumento da pressão da artéria
pulmonar, devido a vasoconstrinção hipóxia e o aumento da secreção de eritropoietina,
causando eritrocitse na tentativa de aumentar o transporte de oxigênio (Kim,2012).
Nos pacientes com insuficiência respiratória crônica e sobrecarga cardíaca que
podem evoluir para o Cor Pulmonale está indicada a oxigenoterapia domiciliar prolongada
(ODP) que consiste na administração de oxigênio suplementar com intuito terapêutico. Entre
os benefícios da ODP estão: 1) Reversão da policitemia secundária à hipoxemia; 2) Melhora
da hipertensão arterial pulmonar, assim como da fração de ejeção do ventrículo direito (VD);
3) Diminuição de arritmias cardíacas; 4) Redução da dispnéia e aumento da tolerância aos
exercícios; 5) Melhora da função neuromuscular e neuropsíquica. Sendo assim, a ODP é
considerada um tratamento não farmacológico de suma importância para estes pacientes
podendo melhorar sua qualidade de vida, aumentar a sobrevida e reduzir o número de
internações (Tanni,2010; Kim,2012; Sociedade brasileira de tisiologia e pneumologia,2005;
Koo,2009; Zieliński,2005).
A indicação de ODP na hipoxemia crônica é baseada em exames de gasometria e
oximetria de pulso. Para ser indicada a ODP, a PaO2 na gasometria deve estar menor ou igual
a 55 mmHg; ou entre 56 e 59 mmHg com sinais de cor pulmonale, insuficiência cardíaca
congestiva ou eritrocitose; e a saturação periférica deve ser menor que 90% à oximetria de
pulso. Após o início do uso de ODP o paciente deve ser reavaliado a cada três meses. Neste
período, a oximetria de pulso costuma ser o método de avaliação mais utilizado para titular os
fluxos ideais de oxigênio, em repouso, durante o sono ou aos esforços, e relacionar quais os
pacientes necessitam ou não de gasometria (Sociedade brasileira de tisiologia e
pneumologia,2010; Secretaria municipal de saúde de Ribeirão Preto, 2010; Secretaria
municipal de saúde de São Paulo 2010).
A maioria dos pacientes que tinham indicação para ODP não estavam fazendo o uso
adequado desta, o que resultou em gastos elevados devido à frequentes internações
hospitalares, por complicações decorrentes da hipoxemia crônica não corrigida (Sociedade
brasileira de tisiologia e pneumologia,2010).
O uso inadequado da ODP ou a não adesão do paciente ao tratamento prescrito
costuma ser frequente, devido a falta de orientação ao paciente pelo médico responsável,
sobre a importância do tratamento. No intuito de se evitar isto, os critérios de sua indicação
devem ser muito bem conhecidos pelos médicos responsáveis, e os pacientes devem estar
orientados sobre o uso da ODP, uma vez que esta consiste num tratamento de alto custo
(Sociedade brasileira de tisiologia e pneumologia, 2010).
Portanto, os objetivos deste trabalho foram descrever o perfil do paciente portador de
hipoxemia crônica usuário de ODP do município de Goiânia, bem como as formas de
prescrição do oxigênio, e a adesão destes pacientes a este tipo de tratamento.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo prospectivo, quantitativo e qualitativos
dos usuários de ODP do município de Goiânia realizado no período de dezembro de 2009 á
fevereiro de 2010.
Os critérios de inclusão do paciente na pesquisa foram: 1) Ser usuário de ODP
concedida pela SMS de Goiânia; 2) Ter domicílio localizado na zona urbana deste município.
Entre os critérios de exclusão podemos citar: 1) Recusa em receber o pesquisador ou assinar o
TCLE; 2) Incapacidade de responder os questionários por motivos físicos e/ou mentais.
A listagem com nomes e endereços dos usuários da ODP, no município de Goiânia,
composta de 190 pessoas foi entregue ao grupo de pesquisa após apreciação do
CEPHA/HGG. Com a listagem em mãos, os pacientes foram distribuídos em rotas por
aproximação de endereço, sendo que dos 190 pacientes contidos inicialmente na lista, 79
foram excluídos pelos seguintes motivos: números de telefone incorretos 17,5%, recusou a
visita 7,7%, internação hospitalar 3,5%, não reside em Goiânia 2,2%, devolveu o
concentrador 0,7%, óbito 9,5% e 13,2% recusarão a responder a pesquisa. Estes restando ao
final 111 pacientes participantes da pesquisa.
Os usuários da ODP do município de Goiânia receberam visitas domiciliares feitas
por fisioterapeutas, graduados (as) e familiarizados com o questionário. Tais visitas foram
previamente agendadas pelo telefone. Na residência do paciente, após explicação e assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1) aplicou-se inicialmente o
questionário com perguntas direcionadas ao perfil geral e clínico do paciente, interação
terapêutica e adesão diária de ODP. O questionário foi composto por 22 questões, sendo 14
questões quantitativas e 8 qualitativas. (Apêndices 1 e 2).. A seguir, foram coletados os sinais
vitais dos pacientes em repouso, na postura sentada, ao final da entrevista. Os sinais vitais
verificados foram: 1) Frequência Cardíaca (FC); 2) Pressão Arterial (PA); 3) Frequência
Respiratória (FR); 4) Oximetria de pulso (SpO2). Todas as medidas foram colhidas de
maneira não-invasiva, sem nenhum tipo de desconforto para o paciente. Na aferição da PA
utilizou-se o esfignomanômetro da marca BD e para SpO2 o oxímetro Nonin.
RESULTADOS
A amostra final foi constituída por 111 pacientes, com a idade média de 66,7 anos,
sendo predominante usuários do sexo masculino com 56,8%, enquanto o número de usuários
do sexo feminino foi de 43,2% (Figura 1)
Figura 1 – Características dos usuários de ODP quanto ao gênero
70
60
50
Feminino
40
Masculino
30
20
10
0
número
%
ODP – Oxigenoterapia domiciliar prolongada
A patologia mais frequente foi a DPOC (67,6%), seguida de fibrose pulmonar
(3,6%), e DPOC associado à asma (1,8%). A patologia de base em 78,4% dos casos foi
diagnosticada há mais de três anos.
Quanto à última internação, esta havia ocorrido em 27,9% dos casos, nos últimos três
meses antes da pesquisa, enquanto 38,7% dos pacientes não relataram internação no último
ano
O estudo demonstrou que 44,1% dos pacientes faziam uso da ODP há mais de dois
anos. A ODP foi prescrita por pneumologistas em 89,2% dos casos, sendo que a última
consulta com o médico que prescreveu a ODP havia ocorrido, nos últimos três meses antes da
pesquisa,em 30,6% dos casos, há menos de um mês dem 30,6% dos pacientes e há mais de
dois anos em 12,6% dos pacientes.
Em 36,9% dos casos, a última consulta com o
pneumologista havia ocorrido no último mês, 35,1% nos últimos três meses, 8,1% entre seis
meses e um ano.
O uso de 2L de O2/min pelos pacientes foi observado em 50,5% dos casos, seguido
de 3L/min (17,1%) e 2,5L/min (13,5%). O tempo de uso de O2 foi de 18 horas em 25,2% dos
pacientes e 15 horas em 22,5%. Os pacientes tiveram diferentes prescrições de O2 em 36,9%
dos casos, se formos considerar o período do dia e da noite, sendo que em 25,2% destes foram
prescritos a quantidade de 3L de O2/min durante o dia e 4L/min à noite. A prescrição de O2
não é seguida corretamente em 49,5% dos casos devido ao imobilismo em 7,2%, gastos com
energia elétrica (2,7%), e falta de paciência (1,8%).
Tabela 1 - Prescrições do tempo de uso do oxigênio dependendo do período do dia (n=81)
1,5L/min
Dia
Noite
2,5 L/min
n (%)
2 (1,80)
2,5L/min
3,5 L/min
1 (0,90)
2L/min por 3 horas
3L/min por 12 horas
1 (0,90)
2L/min por 3 horas
3L/min por 15 horas
3 (2,70)
2L/min por 6 horas
3L/min
1 (0,90)
2L/min por 6 horas
3L/min por 12 horas
1 (0,90)
2L/min
3L/min
8 (7,20)
2L/min e 3L/min durante atividades
2 (1,80)
Sem indicação
Sem indicação
2L/min
3,5L/min
4 L/min
25 (2,50)
3L/min
3,5 L/min
5 (4,50)
3L/min
28 (25,20)
Sem indicação
4 L/min
3L/min
4L/min
3L/min
1 (0,90)
1 (0,90)
2 (1,80)
Os principais incômodos relacionados ao tratamento com oxigenoterapia domiciliar
relatados pelos pacientes foram: ressecamento das narinas (8,1%), imobilismo (6,3%), e
ressecamento das narinas associados à presença do cateter (5,4%). Porém, 27% dos pacientes
relatam que não sentem incômodo algum durante o tratamento.
O tamanho do catéter, associado ao látex, utilizado pelos pacientes foi de 2 metros
em 20,7% destes, 6 metros em 17,1%, 3 metros em 6,3% e 10 metros em 3,6%. O número de
cômodos na residência dos pacientes foi 4 à 6 em 53,2% dos casos, sendo que o número de
cômodos alcançados com o catéter de O2 foram de 2 à 3 em 29,7%.
No presente estudo, somente 24,3% dos pacientes usam o O2 durante o banho. O
principal motivo dos pacientes não utilizarem ODP durante o banho, em 15,3% dos casos, foi
a não prescrição deste na realização de atividades que requeiram um maior gasto energético.
Outras causas foram relato pelos próprios pacientes: não necessidade (14,4%) e pequena
extensão do cateter e látex (2,7%).
A reabilitação cardiorrespiratória é realizada como tratamento coadjuvante à
oxigenoterapia domiciliar prolongada por 23,4% dos pacientes.
DISCUSSÃO
A amostra foi constituída, em sua maioria, por pessoas do sexo masculino, com
diagnóstico de DPOC. Os pacientes possuíam o diagnóstico há mais de três anos, com uso de
oxigenoterapia domicilar há mais de dois anos.
Não houve internação no último ano na maioria dos casos. Nos casos onde pacientes
foram internados, a internação ocorreu nos últimos três meses. A oxigenoterapia domiciliar
foi prescrita por pneumologista sendo que a última consulta aconteceu no ultimo mês.
O tempo de uso do oxigênio pelos pacientes foi de 18 horas por dia, porém a grande
parte não consegue seguir corretamente a prescrição médica, devido ao imobilismo, gasto
com a energia elétrica e falta de paciência. A quantidade de oxigênio foi de 2 L/min diários.
Os pacientes que receberam diferentes prescrições utilizam 3L/ min durante o dia, e durante o
sono 4L/min.
Em um estudo 26% dos pacientes que não tiveram uma boa adaptação no tratamento
com a ODP necessitaram de ir a emergência devido a problemas respiratórios, sendo que 46%
dos pacientes houve necessidade de internação.
Em um estudo realizado com 105 pacientes em 2009 observou-se que a maioria dos
usuários de ODP era do sexo masculino com o diagnóstico de DPOC. O tempo de utilização
do oxigênio foi de 9,8 ± 7,3 horas, menor do que a prescrição (15 horas diárias), não sendo
utilizado em atividades fora de casa. Houve diferentes prescrições da quantidade de O2 de
acordo com o estado de repouso (1,6± 0,7 L/min), durante o exercício ( 2,1± 0,9 L/min) e
durante o sono (1,5± 0,8 L/min). Sobre as inconveniências no tratamento com ODP foram
citados limitações das atividades diárias (38,4%), desconforto relacionados aos equipamentos
geradores de O2 (14%), ruído do gerador (41%) (Koo,2009).
Park e colaboradores em um estudo realizado com 197 pacientes na Coréa do Norte
conclui que a prescrição de oxigenoterapia domiciliar era feita por pneumologistas. Os
métodos usados para definir fluxo de oxigênio foram a oximetria de pulso, gasometria arterial
ou teste de função pulmonar. Os concentradores de oxigênio foram utilizados por 98,3% dos
pacientes. As queixas mais comuns foram a limitação de atividade de vida diária (53%) e
ruído do concentrador (41%).
Um estudo realizado em 2012 com uma amostra de 80 pacientes no estado de São
Paulo demonstrou pacientes de maioria sexo feminino,e os pacientes hipoxemicos apresentam
um maior quadro álgico corporal (Cedano,2012).
Estudos mostram que para obter os objetivos terapeuticos da oxigenoterapia
domiciliar, o paciente deve fazer uso do mesmo por no mínimo 15 horas por dia durante três
meses consecultivos (Cedano,2012; Koo, 2009, Huh2005, Barejoux,1994).
É recomendado que haja diferentes prescrições de fluxo de oxigênio,durante o dia, a
exercício e durante o sono para que mantenha uma saturação periférica de 90% e seja evitada
a hipoventilação dos pacientes (Rous,2008).
O tamanho médio do cateter foi de dois metros sendo que a quantidade de cômodos
dos pacientes foram de 4 a 6 cômodos e o número de cômodos alcançados com o cateter foi
entre 2 e 3. O cateter juntamente com o tubo de extensão devem chegar ao máximo 20 metros
(de preferência uma peça única), deve-se evitar vazamentos. O conector deve ser limpo
semanalmente com água e sabão (Sociedade brasileira de tisiologia e pneumologia, 2010;
Godoy, 2012).
Em um outro estudo com a mesma população observou-se que a ODP foi prescrita
por pneumologistas utilizando a oximetria de pulso e a gasometria arterial em 74,6% dos
casos e houve uma melhora da dispnéia em 81,2% dos pacientes. A saturação periférica era
verificada regularmente através de visitas a hospitais ou oximetros de uso pessoal. Entretanto
houve uma baixa adesão dos usuários ao ODP (Park,2009).
Huh e col em 2011 na Coréia, observou que a média da idade de prescrição de O2 de
61,3 anos sendo predominante no sexo masculino com o DPOC como doença de base
predominante. Antes da prescrição de oxigenoterapia foram realizados exames de gasometria
arterial, teste de função pulmonar, ecocardiograma. E durante a utilização da ODP foi
observado uma melhora da função pulmonar e pressão arterial. Em 16,5% dos pacientes
houve uma monitorização freqüente da saturação periférica sendo realizadas por médicos ou
enfermeiros. A quantidade de O2 inalado foi de 1,5L/min por um tempo médio de 14,5 horas.
Em 72% dos pacientes houve melhora do desconforto respiratório, 50% relataram melhora da
sensação de desconforto respiratório e melhora do sono.
A maioria dos pacientes da amostra não realizaram exames fisioterapêuticos para a
prescrição da quantidade de oxigênio. E somente, a minoria dos pacientes realizam
reabilitação cardiopumonar.
Pacientes que participam que de reabilitação cardiopulmonar tem como benefícios a
redução da dispneia, redução do número de internações, melhora da qualidade de vida, e
melhora da sobrevida (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease, 2010).
A oxigenoterapia domiciliar prolongada ameniza as alterações causadas pela
hipoxemia, devido a diminuição da sensação de dispnéia, redução do volume minuto e
diminuição da hiperinsuflação nos pacientes com DPOC. Durante a insuficiência respiratória,
a administração de oxigênio previne a fadiga dos músculos respiratórios, diminui a frequência
respiratória devido a estimulação dos receptores das vias aéreas superiores, do nervo facial e
trigêmeo e de modo reflexo inibi o drive respiratório (Budweiser, 2008).
Os pacientes que recebem oxigenoterapia de forma continua apresentam melhor
sobrevida. No entanto paciente, que recebem oxigenoterapia somente durante a noite,
apresentam melhor sobrevida que os pacientes que não recebem oxigênio suplementar. (Kim,
2012).
Em um estudo feito por Josephine e Col. em 2010 concluiu que a ODP não teve
efeito na sobrevida de pacientes com hipoxemia leve a moderada ou em pacientes com
somente dessaturação noturna. Porém, houve uma melhora na sobrevida dos pacientes com
hipoxemia severa, onde foi considerada quando o PaO2 encontrava- se inferior a 55 mmHg.
CONCLUSÃO
O perfil epidemiológico dos usuários de oxigenoterapia domiciliar prolongada da
cidade de Goiânia deste estudo foi de maioria masculina com o diagnóstico de DPOC. A
prescrição foi realizada por pneumologistas, onde a maioria dos pacientes não estiveram
internados no último ano. O tempo de uso da ODP foi de 2L/min por 18 horas por dia sendo
que os pacientes não conseguem seguir a prescrição do uso de O2 pelo imobilismo. Os
pacientes não realizaram exames fisioterapêuticos para prescrição do oxigênio e não realizam
reabilitação pulmonar. Melhorias são necessárias para que haja maior conscientização e
adesão ao tratamento de oxigenoterapia domiciliar prolongada, bem como a diferenciação dos
fluxos de oxigênio em diferentes situações (repouso, durante a atividade e durante o sono).
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Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD001744.pub2/full
ABSTRAT
Profile of Patients prolonged home oxygen users in the city of Goiânia
Introduction: Oxygen therapy can improve quality of life and survival of patients with
chronic hypoxemia and decrease the number of hospitalizations. Objective: To describe the
profile of users of home oxygen therapy prolonged the city of Goiânia, as the prescription
form and adherence to treatment. Methods: The sample de190 patients who were visited by
physiotherapists in pre scheduled visits where he answered a questionnaire directed to the
general profile of the patient and clinician, the therapeutic interaction and treatment
adherence. Results: The final sample of 111 patients and the majority of males with a mean
age of 66.7 years. The disease was the most common COPD and 38.7% of patients were
admitted in 2009. The prescription was performed by pulmonologists in 89% of cases. being
that last query was in most cases occurred in the last month. as to flow most patients use
2l/mim flow and not to have had a precrição different exercises or during sleep. The usage
time per day was 18horas put patients could not properly follow the prescription medication
(49.5%). The main cause of non-compliance was the main immobility and discomfort was
dryness of nostrils (8.1%). Only 23,4% patients perform cardiopulmonary physiotherapy.
Conclusion: ODP users of Goiânia are mostly male with a mean age of 65 years, and COPD.
The prescription is made by pulmonologists with a stream of 2L/min for 18 hours. Patients
have difficulty in adhering to treatment due to immobility and pricipalmente not perform
cardiopulmonary rehabilitation.
Keywords: Domiciliary oxygen therapy prolonged, chronic obstructive pulmonary disease,
oxygen therapy.
APÊNDICE 1
QUESTIONÁRIO PERFIL DESCRITIVO ATUAL DO PACIENTE
Paciente:
___________________________________________________________________________
Idade: ________ Sexo:
□Masc □Fem
Diagnóstico
clínico:__________________________________________________________________
Entrevistado (a): _________________________ Data: ___ / ____ / _______ Horário: ____ :
Entrevistador (a): ________________________
1. Quanto tempo de uso do oxigênio em casa?
□ 1 mês ou menos
□ 3 meses a 6 meses
□ 6 meses a 1 ano
□ Mais de 1ano
□ Mais de 2 anos
2. Há quanto tempo foi diagnosticada a doença?
□3 meses ou menos
□ 6 meses a 1 ano
□ Mais de 1ano
□ Mais de 2 anos
□ Mais de 3 anos
3. Quando foi a última internação hospitalar?
□ 1 mês ou menos
□ 3 meses a 6 meses
□ 6 meses a 1 ano
□ Mais de 1ano
□ Mais de 2 anos
4. Qual foi a especialidade médica que lhe prescreveu o uso do O2 em casa?
__________________________
5. Quando foi a última consulta com este médico?
□ 1 mês ou menos
□ 3 meses a 6 meses
□6 meses a 1 ano
□ Mais de 1ano
□ Mais de 2 anos
6. Quando foi a última consulta com o médico pneumologista?
□ nunca
□ 1 mês ou menos
□ 3 meses a 6 meses
□ 6 meses a 1 ano
□ Mais de 1 ano
□ Mais de 2 anos
7. Quando você fez a última gasometria arterial?
□ 1 mês ou menos
□ 3 meses a 6 meses
□ 6 meses a 1 ano
□ Mais de 1 ano
□ Mais de 2 anos
8. Fez algum exame com o fisioterapeuta para calcular a quantidade de oxigênio necessária?
□ Sim
□ Não
Qual exame? _______________________
9. Quantos litros de oxigênio você utiliza diariamente?
□ 1 L/min
□ 3 L/min
□ 5 L/min
□ 2 L/min
□ 4 L/min
□ mais 0,5 L/min
10. Tem diferentes prescrições de oxigênio para dormir ou realizar suas AVD’S?
□ Sim
□ Não
Qual? _______________________
10. Consegue seguir a prescrição de ODP que foi receitado pelo seu médico?
□ Sim
□Não. Por quê?
Quando foi receitado? ___ / ____ /______
11. Apresenta algum problema cardíaco decorrente da doença pulmonar?
□ Sim. Qual? ____________________________
□ Não
12. Usa algum medicamento?
□ Sim. Quais: __________________
□ Não
13. O que incomoda no tratamento com o O2?
□ O cateter
□ Ressecamento das narinas
□ Medo de viciar
□ Dificuldade para conseguir o oxigênio
□ Custo
□Outros: __________________________
□ Nada
14. Faz Reabilitação Cardiorrespiratória?
□ Sim
□ Não
Se fez, foi há quanto tempo? ________________
15. Quantos cômodos têm sua casa?
□3 ou menos
□3 a 6
□ Mais de 6
16. Quantos cômodos você alcança com o O2?
□1
□2a3
□ Mais de 3
Por quê? ________________________________
17. Você usa o O2 para o banho?
□ Sim
□ Não
SINAIS VITAIS em repouso:
FC: _____ bpm
Sat O2: ______ %, a ____ L/min de O2
FR: _____ ipm
PA: ___________ mmHg
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO COMITÊ DE ÉTICA E
PESQUISA EM PESQUISA HUMANA E ANIMAL
CEPHA / HOSPITAL GERAL DE GOIÂNIA
CONTATOS: 62 3201-8217, www.hgg.go.gov.br
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título da Pesquisa: “Perfil dos usuários de oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP)
concedida pelo município de Goiânia-GO¨.
Pesquisadora Responsável: Larissa Di Oliveira Santhomé e Zilza Carolina de Arruda Lacerda
Telefones para contato: (62) 9628-7466 e (62) 3942-4738 ou [email protected]
Eu, _______________________________________________ , declaro que fui informado do
protocolo de pesquisa que será constituído da aplicação de um questionário em uma única
visita a minha casa com horário previamente agendado. Além do questionário serão medidas
minha pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio; todas as
medidas são não invasivas e, portanto, não trazem risco previsível. Sei ainda que o objetivo
deste estudo é caracterizar o usuário de oxigenoterapia domiciliar prolongada no município de
Goiânia.
Fui esclarecido do fato de que a minha identidade e os outros dados fornecidos por
mim serão mantidos em sigilo absoluto. Se, em algum momento eu precisar de mais
esclarecimentos relacionados à pesquisa ou ao questionário, posso pedir à pesquisadora.
Por este documento, dou o meu consentimento à exploração dos dados coletados
nesta pesquisa, da qual participarei, voluntariamente, como sujeito. Sei que não vai haver
nenhuma forma de reembolso de dinheiro, já que com a participação na pesquisa não vou ter
nenhum gasto.
A mim foi reservado o direito de me recusar a participar ou de retirar meu
consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer tipo de penalização ou prejuízo à
minha pessoa.
Assim, declaro estar de acordo e ciente e fico com uma via deste termo.
Goiânia, _____ de ________ de 20___.
Nome do sujeito ou responsável: __________
_____________________________________
R.G.: ________________________________
Assinatura: ___________________________
_____________________________________
TESTEMUNHAS:
Nome: ____________________________
Assinatura: _________________________
Nome: ____________________________
Assinatura: _________________________
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perfil dos pacientes usuários de oxigenoterapia