MINAS GERAIS TERÇA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2008 - 8 Meio Ambiente LÚCIA SEBE INVESTIMENTOS CHEGAM A 10,8 MI DESDE 2007 AS EQUIPES PERMANECEM DE PRONTIDÃO DURANTE O PERÍODO MAIS SECO DO ANO, QUE VAI DE JUNHO ATÉ NOVEMBRO CONTROLE REMOTO CONTRA INCÊNDIOS IEF avalia emprego de aeronaves não-tripuladas na vigilância das reservas florestas O trabalho de prevenção e combate a incêndios florestais em Minas pode ganhar uma nova ferramenta em 2009. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) estuda a aquisição de aeronaves não tripuladas para vigilância e fiscalização das unidades de conservação estaduais. Os veículos aéreos não tripulados (VANT) são pequenos helicópteros controlados manualmente ou por satélite e equipados com sofisticados equipamentos de detecção. Possuem câmeras de alta resolução, sensores térmicos e equipamento de visão noturna que podem detectar focos de calor, objetos e pessoas em distâncias de até dois quilômetros. Os dados são transmitidos em tempo real para uma central de monitoramento, fornecendo as coordenadas geográficas do local, o que facilita reação imediata das equipes de terra. As aeronaves têm capacidade para percorrer até 100 km ou quatro horas de vôo, com velocidade de cruzeiro de 90km/h. Segundo o diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcante, as aeronaves podem representar mais um avanço tecnológico nas ações do Governo de Minas para proteção da biodiversidade do Estado. “Além da prevenção aos incêndios, os VANT também podem ser empregados no monitoramento e fiscalização das áreas protegidas, no combate ao desmatamento e levantamento de informações sobre patrimônio natural de Minas”, observa. ECONOMIA DE CUSTOS Candeias afirma que as aeronaves também podem representar uma economia de recursos e esforços no combate aos incêndios florestais. “A identificação exata dos focos de incêndio, seu tamanho e localização permitirá um planejamento mais preciso da logística necessária para o trabalho”, explica. “As informações são valiosas para determinar o número de combatentes, equipamentos e aeronaves necessárias para apagar o incêndio e permitindo um tempo de resposta muito menor, evitando maiores prejuízos para o meio ambiente”, completa. Os aparelhos segundo o diretor-geral do IEF, também poderão ser uma solução mais econômica também para atender às necessidades de apoio aéreo nas missões. Podendo utilizar gasolina comum como combustível, os helicópteros têm um custo operacional muito menor do que as aeronaves tripuladas atualmente utilizadas. A hora de vôo de um helicóptero comum é de cerca de R$ 2 mil, enquanto o do VANT, segundo as especificações do fabricante, é de R$ 37,00. O VANT é um produto da empresa suíça Swissteps e os técnicos do IEF realizam uma série de avaliações sobre a eficácia do equipamento. “Serão realizados testes em todas as condições enfrentadas pelas equipes do IEF para definir as viabilidades do investimento”, afirma Cadeias. Cada unidade custa cerca de R$ 250 mil. Os investimentos do Governo de Minas em mecanismos para aumentar a eficácia do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) foram de cerca de R$ 10,8 milhões, desde 2007. Além da aquisição e melhorias na estrutura existente para o combate ao fogo, o trabalho inclui ações de prevenção executadas em todo o Estado. Os recursos estão previstos no Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica que direciona os investimentos e ações do Governo de Minas na proteção das florestas do Estado. Em 2005, o Governo de Minas criou a Força-Tarefa Previncêndio que reúne e otimiza as equipes e esforços para o combate a incêndios florestais em Minas Gerais. O trabalho, pioneiro na América Latina, é coordenado pelo IEF e tem como parceiros o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais. As equipes permanecem de prontidão durante o período mais seco do ano, que vai de junho até novembro. Desde 2007, os investimentos foram destinados à ampliação da base operacional da Força-Tarefa, no município de Curvelo, e na implantação de duas sub-bases, em Januária e Viçosa. Os recursos também foram aplicados no aumento do número de aeronaves, aquisição de veículos e equipamentos, capacitação de brigadistas e na implantação de sistemas de rádio-comunicação nas unidades de conservação estaduais. MAIS AERONAVES Ainda neste ano a Força-Tarefa contará com cinco helicópteros (dois do IEF, um da Polícia Militar, um da Polícia Civil e um do Corpo de Bombeiros), nove aeronaves de combate a incêndios (Air Tractor), uma para transporte de pessoal e equipamento e um avião de monitoramento de incêndios. Com as obras de ampliação, a Base Operacional da Força-Tarefa Previncêndio, em Curvelo, passa a ter novas salas destinadas à gerência da unidade, alojamentos para 26 pessoas e uma nova sala de monitoramento, que recebe os dados dos quatro satélites que identificam os focos de calor no Estado e fornecem imagens a cada 30 minutos. A criação das sub-bases de Januária e Viçosa permitirá que o trabalho de combate a incêndios nas áreas de preservação no Norte, Zona da Mata e Sul do Estado seja feito com maior rapidez. A previsão é de que uma nova sub-base seja instalada no próximo ano, em Governador Valadares, tornando mais eficazes as ações na região Leste.