TÍTULO: AVALIAÇÃO DO USO DOS ÓCULOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PELOS GRADUANDOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ODONTOLOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO AUTOR(ES): MARINA CARVALHO DE ANDRADE ROMERA ORIENTADOR(ES): LUCIANI APARECIDA DE SOUZA SILVA COSTA COLABORADOR(ES): JOSÉ CARLOS D SECCO LEANDRINI, MARIANA CARVALHO DE ANDRADE AMARAL, SILVIO ROCHA CORREA DA SILVA 1. Resumo Na odontologia os cirurgiões-dentistas estão constantemente em contato com microrganismos, devido ao sangue, saliva ou aerossóis que podem contaminá-los de diversas formas através da pele, mucosa, olhos, nariz e boca. Para o controle de infecções a biossegurança é indispensável, sendo um meio de prevenir a transmissibilidade do agente patogênico para o profissional, pacientes e a equipe de assistência. Desta forma, várias medidas devem ser empregadas, uma delas é o uso de equipamentos individuais como: luvas, máscara, óculos de proteção, jaleco e gorro. Este trabalho teve como objetivo avaliar por meio de um questionário se os graduandos de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto no período de junho a agosto de 2015, utilizam óculos de proteção individual nos procedimentos clínicos e se os mesmos têm o conhecimento da importância do EPI. Foram inicialmente entrevistados 40 alunos. Até meados de novembro serão entrevistados mais 40 alunos, totalizando 80 graduandos da quarta a oitava etapa, com idade média 30 anos (17 ± 43 anos). Os dados coletados foram submetidos à análise quantitativa. Palavras-Chave: Dispositivo de proteção dos olhos, Exposição a agentes biológicos, Equipamentos de proteção. 2. Introdução A biossegurança é definida como um conjunto de fatores que objetivam a prevenção, a proteção, a diminuição ou eliminação dos riscos, presentes nas atividades, pesquisas, prestações de serviços, visando a saúde sistêmica do ser humano, dos animais e preservando assim o meio ambiente (CARVALHO; FELICIO; FERRAZ, 2012). Para o atendimento dos pacientes os odontólogos devem realizar um controle efetivo das infecções. Seguindo algumas medidas, tais como: a assepsia, a utilização de antissépticos e desinfetantes, métodos adequados de esterilização, além da imunização recomendada pelas equipes de saúde (KATHER; MACHADO, 2002). Para a proteção e prevenção dos profissionais é indispensável o uso de barreiras mecânicas, de equipamentos de proteção individual (EPIs) e um dos principais meios de bloqueio epidemiológico, a vacinação (DUTRA; LIMA; NETO, 2013). As barreiras possuem a função de evitar a contaminação de forma indireta ou direta. Objetos que podem ser contaminados pelas mãos dos profissionais e da sua equipe devem ser recobertos, desinfetados e descartados a cada atendimento (GODOY; GONÇALES; TRIPODI, 2015). Os equipamentos de uso individual estão destinados a proteger e assegurar os profissionais da área da saúde. Em odontologia os EPIs indispensáveis são: luvas, máscara, gorro, óculos de proteção e jaleco (BUENO; GABARDO; KRIEGER, 2010). Os óculos de proteção têm como principal função proteger a face e a mucosa ocular, impedindo assim, que secreções contaminantes, produtos irritantes e materiais sejam lançados sobre o cirurgião-dentista, evitando possíveis traumas ou patologias oculares (DOCKHORN et al., 2006). 3. Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar por meio de um questionário se os alunos de graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, utilizam os óculos de proteção individual e se têm o conhecimento da importância do EPI. 4. Metodologia Neste trabalho foram entrevistados inicialmente 40 alunos da quarta a oitava etapa da graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto no período de junho a agosto de 2015, previamente assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, depois responderam 13 perguntas básicas sobre EPI. 5. Desenvolvimento Foram entrevistados inicialmente 40 alunos na clínica odontológica da Universidade de Ribeirão Preto. Utilizando questionários com perguntas básicas, como nome completo, endereço, telefone, cidade, estado civil, idade, raça e a etapa que estão cursando para que assim pudesse determinar os dados demográficos do grupo estudado. Este estudo foi finalizado somente após os entrevistados terem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados obtidos foram analisados quantitativamente quanto ao percentual de cada resposta e formaram um quadro de tendência para saber se os graduandos fazem uso dos óculos de proteção individual, se higienizam os mesmos e se sabem da importância do EPI. 6. Resultados Foram entrevistados 40 graduandos, com idade média 30 anos (17 ± 43 anos). Quanto ao gênero, 65% (n=26) feminino e 35% (n=14) masculino. No que diz respeito à etnia, alguns se declararam brancos, pardos e negros. No estado civil, os alunos se declararam casados e outros solteiros. Dos entrevistados 37,5% não sabem o que é EPI (Equipamento de Proteção Individual) e nem da sua importância, sendo que 87,5% dos entrevistados fazem uso dos óculos de proteção. A totalidade dos entrevistados sabem que se não for empregado os óculos de proteção individual isso poderá levar a uma reação alérgica ou a uma patologia mais grave no globo ocular, 97,5% dos entrevistados consideram que os dentistas deveriam colocar óculos de proteção individual em seus pacientes e 2,5% não consideram importante, 62,5% dos alunos sempre higienizam os óculos de proteção após o atendimento, já 12,5% higienizam as vezes, 12,5% nunca higienizam e 12,5% não usam óculos de proteção. Com relação a higienização 65% higienizam com álcool, 7,5% higienizam com água e sabão, 2,5% com água corrente, nenhum dos entrevistados higienizam de acordo com a especificação do fabricante e 25% não higienizam seus óculos de proteção individual. 7. Considerações finais Pode-se concluir que a 87,5 % dos alunos entrevistados utilizam os óculos de proteção individual, porém 37,5 % não sabem o que é EPI e nem da sua importância nos procedimentos clínicos odontológicos. Sendo que, 100 % dos graduandos não higienizam de forma correta (de acordo com a especificação de cada fabricante) os óculos de proteção. 8. Fontes consultadas BUENO, R. E.; GABARDO, M. C. L.; KRIEGER, D. Perspectivas de biossegurança em odontologia. Rev. Gestão & Saúde, v. 1, n. 2, p. 1-10, 2010. CARVALHO, J. T. C.; FELICIO, L. F.; FERRAZ, G. H. F. B. Biossegurança em Odontologia, 2012. 38 p. Monografia (Graduação em Odontologia). Faculdade de Pindamonhangaba. São Paulo. 2012. DOCKHORN, C. M. D.; MELLO, S. I. A; MEYER, M. R. K.; OSHIMA, S. M. H.; PAGNONCELLI, M. R. Manual de Biossegurança dos Ambulatórios da Faculdade de Odontologia da PUCRS. 2 ed. Porto Alegre: PUCRS, 2006. DUTRA, C. S.; LIMA, V.; NETO, A. E. P.; Prevalência de acidentes ocupacionais e perfil de vacinação contra Hepatite B entre estudantes e profissionais da odontologia: um estudo piloto. Rev. Arqui. Odontol., v. 49, n. 1, p. 32-38, 2013. GODOY, S. A. L.; GONÇALES, E. S.; TRIPODI, J. Manual de Biossegurança. 2 ed. Bauru: FOB-USP, 2015. KATHER, J. M.; MACHADO, G. L. Estudo do controle da infecção cruzada utilizada pelos cirurgiões-dentistas de Taubaté. Rev. Biociênc., v. 8, n. 1, p.37-44, 2002.