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BRUNA LUIZA P. N. VICENTI
JULIANA OCY SCHMITT
VERIFICAÇÃO DA PROPORÇÃO ÁUREA EM ESTUDANTES DE
ODONTOLOGIA DA UNIVALI QUE UTILIZARAM E NÃO UTILIZARAM
DISPOSITIVO ORTODÔNTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do título
de cirurgião–dentista do curso de Odontologia
da Universidade do Vale de Itajaí.
Orientadora: Prof. Dra. Denise A. A. Camargo
Itajaí (SC) 2006
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
BRUNA LUIZA P. N. VICENTI
JULIANA OCY SCHMITT
VERIFICAÇÃO DA PROPORÇÃO ÁUREA EM ESTUDANTES DE
ODONTOLOGIA DA UNIVALI QUE UTILIZARAM E NÃO UTILIZARAM
DISPOSITIVO ORTODÔNTICO
Itajaí, (SC) 2006
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente a Deus que foi nosso alicerce durante esta árdua
caminhada, nos ajudando e sustentando em todos os momentos.
Agradecemos aos nossos pais pelo apoio e suporte durante todo este tempo
de trabalho.
Agradecemos a nossas queridas amigas Ana Paula, Elaine, Eliandra e Karen
pelo companheirismo, amizade e pelos inesquecíveis momentos vividos durante
este período de formação.
Agradecemos a nossa orientadora, profª. Denise A. A. Camargo, pela
paciência, pela sabedoria em orientar e pelos conhecimentos transmitidos.
Agradecemos ao Setor de Apoio à Pesquisa pela orientação e ajuda na
execução deste trabalho.
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VERIFICAÇÃO DA PROPORÇÃO ÁUREA EM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA DA
UNIVALI QUE UTILIZARAM E NÃO UTILIZARAM DISPOSITIVO ORTODÔNTICO
Bruna Luiza Paiva Nascimento VICENTI e Juliana Ocy SCHMITT
Orientadora: Profª Denise Arliane Amarante CAMARGO
Data de defesa: abril de 2006
Resumo:
O conceito inicial da beleza foi atribuído à harmonia das proporções. O objetivo deste
trabalho foi verificar a presença de proporção áurea em adultos jovens que utilizaram e não
utilizaram dispositivo ortodôntico. Foram avaliados 40 modelos em gesso de estudantes do
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, sendo 20 do sexo masculino e 20
do sexo feminino, com a idade variando entre 18 a 24 anos, os quais foram divididos em 4
grupos. Para a verificação da proporção áurea, os modelos de gesso foram posicionados
sobre as grades de Levin, para aplicação bilateral. Os resultados obtidos foram: sem o uso
de dispositivo ortodôntico houve maior percentagem (60%) de indivíduos que não
apresentaram proporção áurea na análise em bloco no sexo masculino. Nos que utilizaram
dispositivo ortodôntico fixo, a maior percentagem (60%) foi de indivíduos apresentando
proporção unilateral, demonstrando que o tratamento ortodôntico aumentou a
proporcionalidade entre os dentes. O grupo feminino que não utilizou dispositivo ortodôntico
obteve maior percentagem (70%) de proporção áurea unilateral. No grupo que utilizou
dispositivo ortodôntico, a maior percentagem (70%) foi de indivíduos sem proporção,
demonstrando que o tratamento ortodôntico diminuiu a proporcionalidade entre os dentes
neste sexo. Concluiu-se que o grupo do sexo masculino que fez tratamento ortodôntico
apresentou maior percentagem de indivíduos em proporção do que o grupo sem tratamento.
Diferentemente do sexo feminino, que apresentou menor percentagem da proporção no
grupo que utilizou dispositivo ortodôntico, em relação ao grupo que não utilizou dispositivo.
Palavras-chave: estética dentária; proporção; ortodontia.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................
06
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................
09
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................
22
4 RESULTADOS....................................................................................................
26
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................................................
31
6 CONCLUSÃO...................................................................................................... 36
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................
37
APÊNDICE A.......................................................................................................... 39
APÊNDICE B.......................................................................................................... 40
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1 INTRODUÇÃO
O conceito de estética e beleza pode ser considerado abstrato e está
diretamente relacionado com os anseios individuais de cada um, sofrendo influência
da sociedade a qual o indivíduo pertence (COELHO et al., 2005).
Para a Odontologia, o conceito de estética inclui os aspectos morfofisiológicos
harmônicos. Embora a estética concentre a idéia de beleza e harmonia, muitas
vezes ocorrem contradições, tendo em vista que aspectos culturais a tornam um
caráter estritamente pessoal. A estética está intimamente relacionada à necessidade
do paciente e é regida pela forma e função (MONDELLI, 2003).
A Odontologia Estética vem merecendo cada vez mais destaque dentro do
contexto geral da odontologia. A forma, a posição e a proporção dos dentes, de
acordo com as características do paciente, têm sido alvo de muitos estudos, sendo
que a proporção dentária foi abordada de várias maneiras. Um método bastante
citado pelos autores e aplicado por muitos clínicos para realizar trabalhos
satisfatórios é baseado na teoria da “proporção áurea”, teoria esta que tem
encantado artistas, arquitetos, matemáticos e outros estudiosos desde a antigüidade
(FARIA et al., 2003).
A estética dental tem demonstrado alguma relação com o comportamento do
indivíduo. Uma estética dental insatisfatória poderá levar à falta de autoconfiança,
ocasionando desvantagem na vida social, cultural e educacional. O sorriso é uma
das expressões faciais mais importantes e é essencial para expressar sentimentos
de apreciação, amizade e concordância. Um sorriso atraente aumenta a aceitação
do indivíduo na sociedade, uma vez que melhora a impressão inicial no
relacionamento interpessoal (PAGANI; BOTINO, 2003).
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Tanto a estética quanto o sorriso estão intimamente relacionados e, de todas
as espécies animais, a humana é a única que pode sorrir. No corpo humano, as
várias partes de sua composição normalmente encontram-se proporcionais entre si,
o que contribui para a sua estética como um todo. Essa proporcionalidade é um fator
importante entre os dentes, favorecendo a aparência do sorriso. A proporcionalidade
entre os dentes depende de suas dimensões e posição no arco, da forma do arco e
da configuração do sorriso. Estas proporções são baseadas nos tamanhos
aparentes dos dentes, quando vistos frontalmente, não individualmente (BARATIERI
et al., 1998).
Um teorema aceito sobre a proporcionalidade dos dentes visíveis num sorriso
envolvendo o conceito da “proporção dourada” foi originalmente formulado com
elementos de Euclides. Este conceito tem sido usado como uma base geométrica
para a proporcionalidade na arte e na natureza. Usando esta fórmula, o sorriso é
considerado esteticamente mais agradável quando visto frontalmente, tendo cada
dente 60% do tamanho do dente imediatamente anterior a ele. Seguindo esta
fórmula, a proporção exata do canino para o incisivo lateral é de 0,618 para 1. Outro
conceito é a largura do incisivo central não exceder 80% do seu comprimento.
Estudiosos constataram que as pessoas preferem linhas e áreas que possam ser
divididas na proporção de 1 para 0,618 ou próximo de 5 para 3 (BARATIERI et al.,
1998).
A Odontologia é a ciência com ligação mais estreita com a recuperação do
sorriso e uma das especialidades que se empenha nisso é a Ortodontia, que tem
sido amplamente procurada pelos pacientes para este fim, além da Dentística
Restauradora. (FERREIRA, 2005).
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No que diz respeito à estética dental, a obtenção de melhores resultados
justifica a interação entre estas duas áreas (Ortodontia e a Odontologia
Restauradora), assim, a obtenção da estética e sua correlação com problemas
psicossociais tornam-se importantes, do ponto de vista das exigências da sociedade
moderna, cada vez mais influenciada pelos aspectos da valorização da beleza
individual (COELHO et al., 2005).
Baseados neste quadro, este trabalho tem por objetivo verificar a presença de
proporção áurea em adultos jovens que utilizaram e não utilizaram dispositivo
ortodôntico.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A idéia da beleza acompanha o pensamento humano desde os primeiros
registros de sua existência. Na busca de uma explicação racional para o belo ou
para a lógica da natureza, os gregos descobriram e estabeleceram os conceitos de
simetria, equilíbrio e harmonia como pontos-chave da beleza de um conjunto
(MONDELLI, 2003).
O conceito inicial da beleza foi atribuído à harmonia das proporções. Para
estabelecê-la, a matemática constituiu uma fonte inspiradora a filósofos que
desejavam
provar
a
hipótese
de
que
a
beleza
poderia
ser
expressa
matematicamente (MARGRAF, s.d.).
O termo belo deve ser considerado como um conceito filosófico, sendo assim,
é passível de várias definições e interpretações. Corresponde a uma reação sensível
do homem, que pode se manifestar de maneira imediata e espontânea. A doutrina
do belo como manifestação da verdade é própria do Romantismo, enquanto a
simetria foi apresentada pela primeira vez por Aristóteles, que afirma ser o belo
constituído pela ordem, pela simetria e por uma grandeza capaz de ser envolvida
por um só olhar (BERTOLLO et al., 2004).
O primeiro filósofo a se ocupar com a beleza foi Platão. Para ele, belo era
tudo aquilo em que as partes se agrupavam de um modo coerente para compor a
harmonia do conjunto. Aristóteles introduziu uma idéia-chave que é a simetria. Ela
pode ser entendida tanto de uma forma restrita, quando lados opostos de uma figura
dividida por um eixo central são exatamente iguais, quanto num sentido amplo, de
proporção e equilíbrio entre as partes. Plotino, um filósofo romano, acreditava que
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para algo ser realmente belo, não bastava sua aparência geral, a harmonia
precisava estar presente em cada detalhe (MONDELLI, 2003).
A forma humana tem sido mensurada devido a inúmeras razões, dentre elas,
descrevê-las por meio de esboços e desenhos. Desde que o homem tentou definir
os diferentes componentes da beleza, ele tem procurado suas fórmulas de
mensuração e de apreciação, porém, seria incorreto acreditar que todos os
indivíduos deveriam ser tratados de acordo com uma média para se alcançar uma
boa estética. A harmonia, o equilíbrio e a beleza não estão relacionados com
medidas absolutas, mas sim com a proporcionalidade entre as estruturas
(BERTOLLO et al., 2004).
Pitágoras determinou uma proporção numérica na qual a relação de 1/ 1,618
= 0,618 era reconhecida como bela. Tal relação ficou conhecida como proporção
áurea, dourada ou divina. Os primeiros relatos do emprego da proporção áurea
advêm de 1509 com o livro Divine Proportione, com ilustrações de Leonardo da
Vinci, escrito por Luca Pacioli (RUFENACHT, 1998).
Para Leonardo da Vinci, a perfeita harmonia do corpo humano deveria ser
atribuída à existência da proporção divina, tendo ilustrado essa idéia a partir dos
estudos de Marcus Vitruvius Pollo, com seu famoso desenho do diagrama do corpo.
O termo proporção divina ou proporção áurea refere-se a uma relação ordenada de
partes especialmente observadas na natureza que são, instintivamente, apreciadas
e definidas como belas. Apesar de ser documentada por meio de medidas
matemáticas ou teoremas geométricos, a proporção áurea é mais evidente no senso
natural que se possui sobre aquilo que se caracteriza como belo (BERTOLLO et al.,
2004).
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Goldstein (2000) entende que a proporção áurea foi traduzida em termos
matemáticos por Fillius Bonacci. Esta relação numérica divina ficou conhecida como
a série de Fibonacci, que não é uma progressão aritmética simples, mas segue uma
lei exponencial que pode ser aplicada a Odontologia Estética. Dessa forma,
tomando-se o incisivo central inferior como referência inicial, convém salientar que o
incisivo central superior tem uma proporção perfeita – de Phi ou de 1,618 – com o
incisivo inferior, e a largura total de ambos os incisivos inferiores é perfeita em
relação à dos incisivos superiores.
A utilização desta proporção na Odontologia foi primeiramente mencionada
por Lombardi (1973). Ele afirma que na discussão sobre o tamanho do dente, é
sempre necessário considerar o elemento da proporção. O valor real da proporção
da dentadura estética, é que ela é utilizada como ferramenta no suprimento do
quociente uniformidade-com-variação para a composição dental. Estudos adicionais
foram indicados para determinar a presença ou ausência de uma largura específica
da razão dental que é agradável. Para agora, tudo que pode ser feito é usar a razão
determinada entre a largura do incisivo central e lateral e continuar essa razão entre
os dentes e espaços restantes (LOMBARDI, 1973).
A proporção na Odontologia foi desenvolvida por Levin (1978), que observou
nas dentições esteticamente agradáveis, vistas de frente, a largura do incisivo
central em proporção áurea com a largura do incisivo lateral, que por sua vez está
em proporção dourada com a parte anterior visível do canino (MARGRAF, s.d.).
Levin (1978) demonstrou que a largura do incisivo central está em proporção
áurea com a largura do incisivo lateral. A largura do incisivo lateral com a largura do
canino está também em proporção áurea, assim como a largura do canino com o
primeiro pré-molar. As larguras dos incisivos estão em proporção áurea com cada
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um vistos frontalmente. A fundamentação deste relato pode ser testada colocando o
modelo da dentição natural esteticamente agradável nas grades ou por tentativas
delas na boca. Isto será encontrado em todos os dentes do segmento anterior
estético de pré-molar a pré-molar ajustando estas grades com notável precisão. O
número preciso refere-se à largura do espaço ocupado pelo incisivo central, na qual
podem ser diferentes em ambos os lados. Usando a grade apropriada para os
dentes, pode-se observar que o canto do sorriso aproxima-se à linha da beirada da
grade. A escolha da grade pode ser predeterminada pela mensuração da largura do
sorriso e dividida ao meio. Conclui-se que a proporção é o estudo da harmonia das
estruturas no espaço. A aplicação deste sistema na estética dental é facilitada pela
descrição e inclusão de uma grade dental para o segmento anterior estético.
Estas afirmações são reforçadas por Mondelli (2003), citando ainda que
nestas grades, os incisivos centrais são apresentados em uma ampla faixa de
largura (entre 7 e 10 mm) e os limites posteriores dos segmentos dentários esquerdo
e direito são fixados de acordo com o dente mais proeminente que contorna o canto
da boca, seja o canino ou o primeiro pré-molar. As grades de Levin são traçadas
com três ou quatro dentes, de acordo com o dente mais proeminente do segmento
dentário ântero-superior, que estabelece o limite posterior desse segmento e a
dimensão do corredor bucal, ambos em proporção áurea com a metade do sorriso.
O uso dessa grade auxilia o dentista no que pode estar esteticamente “errado” na
relação proporcional do segmento anterior e serve como um meio auxiliar durante as
fases de planejamento, restauração, acabamento e para apreciação visual do
resultado do tratamento.
Levin também desenvolveu um gráfico para auxiliar o dentista no momento de
reconstruções estéticas nos dentes anteriores. Posteriormente, compassos com
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divisores dourados ou ditos perfeitos foram desenvolvidos e puderam ser
empregados na Odontologia. Atualmente recebem o nome de “Régua de Proporção
Áurea” (GOLDSTEIN, 2000).
Dentre suas aplicações, destaca-se o estabelecimento das dimensões
proporcionais entre os dentes anteriores no momento de procedimentos de
reanatomização, como na transformação de incisivos conóides (PAGANI; BOTINO,
2003).
Ricketts (1982) mostrou a aplicação da matemática básica e princípios da
geometria para a morfologia normal das estruturas regularmente envolvidas na
ortodontia e dentística. Para a apreciação da beleza tem se falado que a mente
humana opera no seu nível límbico em atração às proporções em harmonia à seção
áurea. Esta é uma proporção de 1,618 e é recíproca em 0,618 na geometria.
Números
de
Fibonacci
expressam
precisamente
a
mesma
relação.
São
matematicamente únicos e misteriosos. Questões emergem com respeito a estas
relações matemáticas e geométricas em pacientes vivos. Estudos foram conduzidos
em medidas de modelos de dentes com oclusão normal, com fotografias de rostos
de modelos e condições encontradas em radiografias cefalométricas laterais e
frontais.
Variações de lindos modelos fotográficos foram analisadas junto com
composições computadorizadas de pacientes com oclusões ideais. Diversas
relações-chave foram encontradas. A investigação produziu relações úteis para
todos os aspectos da dentística e particularmente ortodontia e cirurgia ortognática. A
face normal e a oclusão dos dentes têm uma majestosa beleza. O estudo sugere
fortemente que a estética pode de fato ser feita cientificamente, do que apoiada em
percepções subjetivas como no passado.
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Mavroskoufis e Ritchie (1980) investigaram as variações no tamanho e na
forma dos incisivos centrais superiores direito e esquerdo e as diferenças entre os
dentes de homens e mulheres. As amostras consistem de 70 estudantes de
odontologia (41 homens e 29 mulheres) os quais cumpriram os seguintes critérios
em suas dentições naturais: 1) ambos os incisivos centrais superiores estavam
presentes razoavelmente bem alinhados; 2) ambos os incisivos não apresentavam
abrasão, restaurações, cáries ou deformações óbvias; 3) não apresentavam
inflamação gengival ou hipertrofia que pudesse impedir a medida exata do
comprimento da coroa e a largura cervical do incisivo central. Foram obtidos
modelos de gesso nos quais foi medido o diâmetro mesiodistal (DMD) usando como
referência o ponto de contato; máximo comprimento do dente (MCD) e o diâmetro
cervical (DC). Para comparar o tamanho e a forma dos dentes foram feitas
fotografias perpendiculares à face de cada dente. Sobre a fotografia foi colocado
papel transparente e feito o traçado do dente para possibilitar a comparação através
da superposição. Os resultados foram, respectivamente para o sexo masculino e
feminino e incisivo esquerdo e direito: DMD – 8,95 – 8,99 – 8,75 e 8,78 – médias
8,868 e 8,907; MCD – 8,31- 8,41 – 8,22 e 8,29 – médias - 8,27 e 8,36; DC – 10,63
– 10,57 – 10,27 e 10,07 – médias 10,48 e 10,36. A avaliação dos resultados
demonstrou que 86% e 90% do material examinado não possuem dimensões ou
forma idênticas entre os incisivos centrais superiores direito e esquerdo. Em menos
de 60% as diferenças são bastante substanciais.
Segundo Snow (1999), com o crescimento da aplicação do tratamento dental
cosmético surge a necessidade de um melhor entendimento de princípios estéticos.
Análises científicas de um sorriso bonito têm revelado repetidamente, princípios que
podem ser sistematicamente aplicados para avaliar e melhorar a estética dental de
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diversas maneiras. Simetria dada pela linha média, dentes anteriores ou centrais
dominantes e proporção áurea são três elementos necessários para proporcionar
função e estética em um sorriso. A proporção áurea tem sido sugerida como um dos
possíveis instrumentos para análise matemática por assegurar dominância e
proporção em uma vista frontal de um conjunto de dentes superiores. Isto tem sido
discutível no desenvolvimento de um sorriso esteticamente bonito e dificultoso para
avaliações simétricas. Este artigo considera uma análise bilateral da aparente
largura do segmento anterior e propõe o conceito da proporção áurea como a
aplicação usual em diagnóstico e desenvolvimento simétrico, dominância e
proporção para um sorriso estético e agradável.
De acordo com Morley e Eubank (2001), a macroestética tenta identificar e
analisar a relação e a proporção entre os dentes anteriores e os limites dos tecidos
adjacentes. Os elementos de design da macroestética são: Ameias Incisais – o
padrão da silhueta criado pelas beiras e separações entre os dentes anteriores
superiores contra o fundo mais escuro da boca ajuda a definir um sorriso bonito.
Estes espaços entre as beiras dos dentes seguem um padrão que se desenvolve
entre o incisivo central e depois progride lateralmente. O espaço da ameia incisal
entre o incisivo lateral e o central deve ser mais largo que a ameia incisiva entre os
incisivos centrais. A ameia entre o canino e incisivo lateral deve ser mais larga que a
ameia entre o incisivo central e lateral. Área de contato – os lugares nos quais os
dentes anteriores parecem se tocar têm sido chamados de área de contato. Há uma
distinção entre a área e ponto de contato. Os pontos de contato entre os dentes
anteriores geralmente são áreas menores e podem ser marcados passando um anel
articulado entre os dentes. A área de contato é mais larga e ampla, e pode ser
definida como uma zona na qual dois dentes adjacentes parecem se tocar. Espaço
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Vestibular – em um sorriso largo a superfície a ser revelada dos dentes súperoposteriores também pode se tornar uma consideração estética. Em pacientes com
um arco estreito e lábios compridos a visão dos dentes atrás dos caninos pode estar
obscurecida ou desaparecer completamente. Esta condição pode ter conseqüências
estéticas negativas em certos pacientes. Linha do sorriso – o plano das bordas
incisais dos dentes súpero-anteriores também pode ser relacionado a dois critérios
fundamentais. A linha de orientação tradicional do sorriso é paralela com uma linha
traçada entre as pupilas dos olhos. A criação de um plano incisivo que é
perpendicular à linha média facial produz uma confiável e reproduzível posição que
não depende da linha interpupilar. Uma vez determinada a orientação da linha do
sorriso pelo clínico pode-se desenhar sua curva ou forma. Quando as bordas dos
incisivos centrais superiores parecem estar abaixo das pontas dos caninos a linha
do sorriso tem uma aparência convexa que pode se aproximar e harmonizar com a
linha do lábio inferior. A chamada linha reversa do sorriso acontece quando as
pontas dos caninos ou pré-molares são mais longas que as bordas dos incisivos
centrais. Os autores concluem que o impacto visual total de um sorriso não pode ser
associado exclusivamente à beleza individual dos dentes. O desenho do sorriso é
uma nova disciplina na área da cosmética e envolve várias áreas de avaliação e
planejamento de tratamento. Os princípios macroestéticos são apenas uma parte
deste quadro: estética gengival, facial e microestética são outros três componentes
essenciais de um formato de sorriso perfeito. Além disso, problemas oclusais e
mecânicos também podem alterar o desenho do sorriso em dentições naturais e
restauradas e podem influenciar a longevidade do tratamento cosmético.
Reges et al. (2002) realizaram um caso clínico, enfocando a proporção dos
dentes anteriores, baseando-se na teoria da Proporção Áurea, associada às grades
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de Levin como um guia para obtenção da estética odontológica. Foi proposto como
plano de tratamento estético a seguinte seqüência clínica: profilaxia com pedrapomes e água e seleção da cor dos dentes anteriores superiores. Foi selecionada a
grade de Levin, na qual a relação entre as larguras do incisivo central, lateral e
canino estivesse dentro da área da grade, com objetivo de promover o fechamento
de
diastemas,
obtendo
o
total
preenchimento
da
largura,
levando
à
proporcionalidade dos dentes anteriores. Após isolamento absoluto, foi empregado
um sistema de união úmido, seguido da inserção do compósito restaurador
promovendo o aumento do diâmetro mesiodistal, seguido de acabamento e
polimento. Concluiu-se que a utilização da proporção áurea, por meio das grades de
Levin, serviu como guia do tratamento estético odontológico, atingindo o sucesso
clínico estético.
Chavez et al. (2002), analisaram e planejaram a realização de um caso clínico
envolvendo um lateral conóide (22) e um canino girovertido (23), que comprometiam
o sorriso como um todo. Com a anuência da paciente, foi decidido empregar apenas
o tratamento restaurador. Foram confeccionados modelos de gesso para
planejamento estético, nos quais foi verificado, através da utilização de um
compasso de ponta seca, o espaço disponível para a realização da transformação
do lateral conóide baseado no tamanho mesiodistal do dente homólogo (12),
seguido de enceramento de diagnóstico. Foi realizado desgaste da face distal do
canino, com o intuito de harmonizá-lo com os demais dentes. A medida do incisivo
central (aproximadamente 8 mm) serviu como parâmetro para a proporcionalidade
dos outros dentes, os quais devem ter aproximadamente 60% do tamanho do seu
antecessor. A largura do incisivo lateral deveria ser de aproximadamente 4,8 mm. O
mesmo procedimento é feito no canino, obtendo-se a medida de 2,9 mm, ou seja,
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60% da largura do incisivo lateral. Após a escolha de cor e isolamento absoluto foi
realizado o recontorno cosmético na distal do canino para posterior reanatomização
do incisivo lateral. Os autores concluíram que a proporção áurea é um elemento
auxiliar importante na busca pela excelência estética, juntamente com outros fatores
relacionados ao dente e à técnica restauradora empregada.
Segundo Pagani e Botino (2003), em busca do tratamento cosmético, faz-se
necessário um melhor entendimento dos princípios estéticos. O posicionamento da
linha do sorriso e da linha média, posicionamento da borda incisal de cada dente, o
contorno gengival, o ponto mais alto da gengiva marginal, o triângulo papilar, o
contato interdental, a textura de superfície do dente, a forma e o contorno dos
dentes e a forma dos espaços interdentais são alguns dos princípios considerados
no desenho do sorriso. É a composição estética, ou seja, o posicionamento, o
ordenamento e as dimensões dos dentes anteriores, que afeta as características da
personalidade, sexo e idade. A partir da década de 70, a utilização da proporção
áurea ultrapassou os limites da arte e da arquitetura, tendo aplicação em diversas
áreas do conhecimento, inclusive na odontologia estética. A porcentagem dourada,
claramente, é mais útil na análise das propriedades do sorriso, uma vez que esta
não depende da largura dos incisivos laterais apenas para sua análise. Pelo
contrário, ela avalia a largura de cada dente e contribui para simetria, dominância e
proporção do segmento anterior. Além disso, dentes com larguras idênticas geram
proporção idêntica nesta análise, enquanto a assimetria é claramente identificável e
quantificável. Classicamente, a aplicação da proporção áurea baseia-se na largura
mesiodistal aparente dos dentes anteriores quando vista frontalmente. Infelizmente,
a análise da proporção áurea tem sido aplicada de forma unilateral, correlacionando
as larguras do canino e do incisivo central à largura do incisivo lateral do mesmo
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lado. Uma dificuldade final na aplicação da análise da proporção áurea é que esta
requer um compasso e cálculos. Obviamente, para a proporção dourada ser mais
útil para a odontologia cosmética, esta deve ser adaptada para facilitar a análise
bilateral dos dentes.
Faria et al. (2003), selecionaram 120 estudantes de odontologia, 58 do sexo
feminino e 62 do sexo masculino de 18 a 22 anos de idade, com arcada dentária
completa, ausência de próteses, problemas ou aparelhos ortodônticos. Elaboraram
uma ficha para identificação, sendo anotada a medida do incisivo central, tomadas
como base para selecionar as grades de Levin. O objetivo da utilização das grades é
facilitar a aplicação das regras da proporção dourada nos segmentos estéticos
anteriores. A grade correspondente era colocada diretamente sob os dentes
anteriores, em vista frontal e através da comparação da dimensão mesiodistal do
incisivo lateral e canino com as respectivas demarcações no cartão, sendo anotados
os casos que estavam ou não de acordo com a referida proporção. Entre os 120
indivíduos avaliados, 91 apresentavam medidas proporcionais, correspondendo a
75,8% do total. Essa afirmação foi fortemente confirmada para a população
feminina, uma vez que 96,55% das mulheres analisadas tinham seus dentes
anteriores em proporção áurea. Considerando os fatos acima e as amostras
analisadas neste estudo, está comprovado que a proporção dourada é um princípio
interessante e aplicável que auxilia na realização de trabalhos clínicos esteticamente
agradáveis, particularmente na reabilitação de pacientes do sexo feminino.
Margraf (s.d.) relatou um caso clínico de uma paciente de 12 anos, que
apresentou-se com retenção dos incisivos laterais superiores. Após diagnóstico,
constatou-se que eram conóides, sendo estabelecido para o tratamento a integração
de procedimentos clínicos. Para a realização dos procedimentos restauradores,
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necessitaram ser considerados: o estabelecimento do valor da largura mesiodistal
dos laterais conóides numa relação de proporção áurea com os demais elementos
anteriores, a presença de desarmonia no contorno gengival e a existência do espaço
negativo ou negro na região das papilas gengivais. A aplicação da régua de
proporção áurea torna-se um auxiliar importante na determinação dos espaços
interproximais, de tal forma que a proporção áurea no momento da reanatomização
esteja garantida de forma objetiva e segura. Concluiu-se que a aplicação dos
princípios estéticos na odontologia pode conferir resultados extremamente
contempladores ao paciente e para a equipe de profissionais envolvidos na terapia.
No que diz respeito à estética dental, a obtenção de melhores resultados
justifica a interação entre a ortodontia e a odontologia restauradora. Um exemplo
disso é o trabalho realizado por Coelho et al. (2005) realizaram um caso clínico com
paciente de 20 anos de idade, sexo masculino, que apresentou queixa da aparência
dos seus dentes pela presença de laterais conóides e retenção de um dente decíduo
53. Devido às várias alterações estéticas, oclusais e funcionais executou-se um
planejamento interdisciplinar. Primeiramente foi indicado o tratamento ortodôntico
fixo completo, com tracionamento do dente 13. Concluído o tratamento ortodôntico,
o paciente foi submetido a um tratamento restaurador para lhe proporcionar uma
estética e função mais satisfatória. Após clareamento dental, foram realizadas
moldagens superior e inferior com alginato para obtenção de modelos em gesso
para o planejamento restaurador e enceramento de diagnóstico em articulador semiajustável, para então a realizar o tratamento restaurador com nos dentes 12, 22, 13
e 23.
Concluído o tratamento interdisciplinar, foi solicitada uma documentação
ortodôntica final, onde se constatou o correto posicionamento ortodôntico e um
resultado restaurador estético favorável. A odontologia contemporânea exige que os
21
procedimentos clínicos sejam realizados para a obtenção de uma odontologia
integral ao paciente. Para conseguirmos esta integração há necessidade do
desenvolvimento de uma filosofia interdisciplinar que envolva as diversas
especialidades, de acordo com as necessidades de cada individuo. Conclui-se que
conseguir adequar um sorriso e um perfil facial equilibrado, associado na obtenção
da oclusão funcional é atingir uma qualidade ideal de tratamento.
22
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, foram avaliados 40 modelos em gesso de
estudantes do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, sendo 20 do
sexo masculino e 20 do sexo feminino, com a idade variando entre 18 a 24 anos, os
quais foram divididos em 4 grupos, sendo n=10:
* Grupo 1: homens que não utilizaram dispositivo ortodôntico;
*Grupo 2: homens que utilizaram dispositivo ortodôntico;
* Grupo 3: mulheres que não utilizaram dispositivo ortodôntico;
* Grupo 4: mulheres que utilizaram dispositivo ortodôntico.
Após entrevista para leitura e esclarecimento do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, foram realizadas moldagens com alginato, do arco superior de
cada indivíduo (Fotografia 01). A partir disso foram obtidos modelos de gesso pedra,
os quais passaram a constituir a amostra da pesquisa (Fotografia 02).
Fotografia 01 – Moldagem com alginato
23
Fotografia 02 - Modelo de gesso pedra
Inicialmente foram confeccionadas grades com medidas pré-definidas,
chamadas grades de Levin, tendo como referência as medidas para incisivo central
superior de 7,0; 7,5; 8,0; 8,5; 9,0; 9,5 e 10 milímetros. Os materiais utilizados para
confecção destas grades foram: cartolina branca, papel transparente, régua
milimetrada, lápis e caneta preta (Fotografia 03).
Fotografia 03 - Grade de Levin com 9,5mm para IC
24
Para a verificação da proporção áurea, os modelos de gesso foram
posicionados sobre as grades de Levin, para aplicação bilateral.
As grades empregadas neste trabalho foram traçadas para seis dentes, sendo
possível a análise de canino a canino do segmento superior, em uma vista frontal. A
mensuração foi realizada da seguinte forma: o modelo foi posicionado sobre a grade
que melhor se adequou, tendo como referência o diâmetro mesiodistal dos incisivos
centrais superiores (Fotografia 04).
Fotografia 04 - Modelo de gesso posicionado sobre grade de Levin
Foram estabelecidos parâmetros para a medição dos elementos: nos incisivos
centrais superiores a medida mesiodistal foi estabelecida sendo a linha média a
referência mesial, e a ponta da papila entre o incisivo central superior e o incisivo
lateral superior a referência distal. Nos incisivos laterais, os limites mesial e distal
foram dados pela ponta da papila. Nos caninos, a referência mesial foi a ponta da
25
papila entre o incisivo lateral superior e o canino superior, e a referência distal foi a
crista cérvico-incisal (Fotografia 05).
Fotografia 05 - Parâmetros para medição dos elementos
Após a mensuração de cada elemento dental, os dados foram inscritos em
uma ficha de avaliação a qual foi formulada da seguinte maneira: nome do
estudante, sexo feminino ou masculino, usou dispositivo ortodôntico sim ou não,
está em proporção áurea unilateral ou bilateral, não está em proporção áurea,
dentes fora da proporção (13, 12, 11, 21, 22, 23), grade de Levin utilizada (7,0; 7,5;
8,0; 8,5; 9,0; 9,5 ou 10) (Apêndice A).
Os dados obtidos foram cadastrados e catalogados para então serem tratados
estatisticamente, através de uma análise percentual.
26
4 RESULTADOS
Após análise percentual, os resultados observados foram: para o sexo
masculino, um percentual de 30% em proporção unilateral, podendo ser do lado
direito ou esquerdo, 10% bilateral e 60% sem proporção no grupo que não utilizou
dispositivo ortodôntico, descritos na tabela 01 abaixo.
Tabela 01 - Análise percentual da proporção áurea de estudantes masculinos que não
utilizaram dispositivo ortodôntico
Proporção
Sim
Não
Unilateral
30
0
Bilateral
10
60
Para o grupo masculino que utilizou dispositivo ortodôntico os resultados
foram: 60% em proporção unilateral, 20% em proporção bilateral e 20% sem
proporção, descritos na tabela 02 abaixo.
Tabela 02 - Análise percentual da proporção áurea de estudantes masculinos que utilizaram
dispositivo ortodôntico
Proporção
Sim
Não
Unilateral
60
0
Bilateral
20
20
Foi possível observar que sem o uso de dispositivo ortodôntico havia uma
maior percentagem (60%) de indivíduos que não apresentaram proporção áurea na
análise em bloco. Entretanto, no grupo que utilizou dispositivo ortodôntico, a maior
percentagem
(60%)
foi
de
indivíduos
apresentando
proporção
unilateral,
demonstrando que o tratamento ortodôntico aumentou a proporcionalidade entre os
27
dentes no grupo do sexo masculino. Houve uma significativa redução na
percentagem de indivíduos sem proporção após o tratamento (de 60% para 20%), e
um discreto aumento na proporção bilateral (de 10% para 20%).
60
60
50
50
40
40
Sim
Não
30
20
Sim
Não
30
20
10
10
0
Unilateral
0
Bilateral
Gráfico 01 – Ilustração gráfica da análise
percentual da proporção áurea do grupo
masculino que não utilizou dispositivo
ortodôntico
Unilateral
Bilateral
Gráfico 02 – Ilustração gráfica da análise
percentual da proporção áurea do grupo
masculino que utilizou dispositivo
ortodôntico
Para o sexo feminino, os resultados observados foram: 70% em proporção
unilateral, 20% bilateral e 10% sem proporção no grupo que não utilizou dispositivo
ortodôntico, descritos na Tabela 03 abaixo.
Tabela 03 - Análise percentual da proporção áurea de estudantes femininos que não
utilizaram dispositivo ortodôntico
Proporção
Sim
Não
Unilateral
70
0
Bilateral
20
10
Para o grupo feminino que utilizou dispositivo ortodôntico, os resultados
observados foram: 20% em proporção unilateral, 10% em proporção bilateral e em
70% não foi encontrado proporção, conforme Tabela 04 abaixo.
28
Tabela 04 - Análise percentual da proporção áurea de estudantes femininos que utilizaram
dispositivo ortodôntico
Proporção
Sim
Não
Unilateral
20
0
Bilateral
10
70
Através destes dados, foi possível observar no grupo feminino que não
utilizou dispositivo ortodôntico uma maior percentagem (70%) de proporção áurea
unilateral após análise. Porém, no grupo que utilizou dispositivo ortodôntico, a maior
percentagem (70%) foi de indivíduos sem proporção, demonstrando que o
tratamento ortodôntico diminuiu a proporcionalidade entre os dentes neste sexo.
Houve um considerável aumento na percentagem de indivíduos sem proporção após
o tratamento (de 10% para 70%), e uma pequena redução na proporção bilateral (de
20% para 10%).
70
60
70
50
40
50
60
Sim
30
Não
20
10
40
Sim
30
Não
20
10
0
Unilateral
Bilateral
Gráfico 03 – Ilustração gráfica da análise
percentual da proporção áurea do grupo
feminino que não utilizou dispositivo
ortodôntico
0
Unilateral
Bilateral
Gráfico 04 – Ilustração gráfica da análise
percentual da proporção áurea do grupo
feminino que utilizou dispositivo
ortodôntico
A análise individual para cada elemento confirma a tendência da análise em
bloco. Para o sexo masculino, o elemento dental mais encontrado fora da proporção
foi o canino do lado esquerdo (23), aparecendo quatro vezes em indivíduos com
29
tratamento, e seis vezes em indivíduos sem tratamento ortodôntico. Foi observado
também que houve um aumento no número de vezes dos dentes fora da proporção
em indivíduos sem tratamento ortodôntico, comparado aos indivíduos que utilizaram
dispositivo ortodôntico.
Isto comprova que há um aumento na percentagem de
indivíduos que apresentam os elementos dentais em proporção áurea, no sexo
masculino após o uso do dispositivo ortodôntico. Para o sexo feminino, os elementos
dentais mais encontrados fora da proporção áurea foram os incisivos laterais direito
e esquerdo (12 e 22), aparecendo sete vezes cada em indivíduos com tratamento
ortodôntico. A análise individual confirma a tendência da análise em bloco no grupo
feminino, pois houve um aumento no número de vezes dos dentes fora da proporção
em indivíduos que utilizaram dispositivo ortodôntico, em comparação ao grupo que
não foi submetido ao tratamento (Tabela 05).
Tabela 05 – Freqüência de dentes encontrados fora da proporção áurea
DENTES
13
12
11
21
22
23
Masculino
Com Tratamento
Sem Tratamento
Ortodôntico
Ortodôntico
UNI
BI
UNI
BI
1
2
4
1
2
2
1
1
2
1
1
1
5
5
1
5
6
Feminino
Com Tratamento
Sem Tratamento
Ortodôntico
Ortodôntico
UNI
BI
UNI
BI
1
2
5
7
2
2
7
5
2
2
4
5
4
1
1
1
30
Foi possível observar que para o sexo masculino as grades mais utilizadas
foram as de número 8,0 e 8,5 e no sexo feminino a mais utilizada foi a de número
8,0. Mais uma vez confirma-se a tendência de que os dentes no grupo feminino são
menores que os dentes no grupo masculino.
Tabela 06 - Grades de Levin mais utilizadas – freqüência que cada grade foi utilizada, tendo
como referência o incisivo central superior
Grades de
Levin (mm)
10
9,5
9,0
8,5
8,0
7,5
7,0
Com tratamento ortodôntico
Masculino
Feminino
2
1
3
4
9
1
Sem tratamento ortodôntico
Masculino
Feminino
5
3
2
1
5
3
1
31
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A interdisciplinaridade tem sido empregada rotineiramente em tratamentos
odontológicos; neste estudo foi possível observar a importância da correlação
ortodontia / odontologia estética, não esquecendo o papel de cada uma delas
separadamente.
De acordo com Buttke e Proffit (1999 apud COELHO et al., 2005) os objetivos
do tratamento ortodôntico correspondem ao estabelecimento de uma oclusão
funcional adequada, preservar a saúde do periodonto e das estruturas de suporte,
estabelecer um tratamento estável dentro dos limites da fisiologia evolutiva e
conseguir uma harmonia estética e facial. No que diz respeito à estética dental, a
obtenção de melhores resultados justifica a interação supracitada. A oclusão
funcional está relacionada com a qualidade final e com a disposição estática dos
dentes, numa harmonia entre os arcos dentários e uma anatomia adequada de cada
grupo de dentes.
Segundo Baratieri et al. (1998), a proporcionalidade depende das dimensões
e posição dos dentes no arco, da forma do arco e da configuração do sorriso. A
proporção do segmento anterior está baseada no tamanho aparente dos dentes,
quando vistos frontalmente, não individualmente.
Entretanto, Ricketts (1982) e Baratieri et al. (1998) relatam que o arranjo dos
dentes pode ser agradável e não estarem em proporção áurea.
Isto ocorre, pois é o conjunto que será observado e não os dentes
individualmente, ou seja, um dente pode estar fora da proporção, mas o conjunto
continuar harmônico e esteticamente agradável.
32
A forma, a posição e a proporção dos dentes têm sido alvo de muitos estudos
sendo que a proporção dentária é abordada de várias maneiras. O “conceito da
forma típica” classifica os dentes naturais em ovóides, cônicos e quadrados. A
“proporção biométrica” relaciona a forma do incisivo central superior invertida com a
forma da face (FARIA et al., 2003).
Em concordância com os resultados obtidos por Faria et al. (2003), este
estudo observou que o sexo feminino apresenta mais freqüentemente os dentes
anteriores em proporção áurea naturalmente. Sugerimos que isto ocorre devido às
mulheres possuírem naturalmente uma forma dentária mais harmoniosa do que os
homens, pois estas apresentam os dentes com a medida cérvico-incisal maior que a
mésiodistal. Nos homens ocorre ao contrário, a medida cérvico-incisal é menor que
a mésiodistal. Isto foi observado por Mavroskoufis e Ritchie (1980). A forma
adequada está diretamente relacionada com a proporção (FARIA et al, 2003). Pelo
fato das mulheres apresentarem dentes mais delicados, estes se ajustam melhor no
arco dentário.
Segundo Faria et al. (2003) a proporção dourada é um princípio aplicável que
auxilia na realização de trabalhos clínicos esteticamente agradáveis, particularmente
na reabilitação de pacientes do sexo feminino.
Nesta pesquisa, 70% dos casos encontrados em proporção no sexo feminino
sem tratamento ortodôntico, eram unilaterais; 20% eram bilaterais, totalizando 90%
dos casos. Observamos que quando era encontrada proporção unilateral, a
assimetria mais encontrada era a diferença de tamanho, normalmente menor no
sentido mésiodistal. Observamos então que existe uma diferença significativa entre
os sexos masculino e feminino em relação à desproporcionalidade dos dentes
anteriores, pois no sexo masculino foram encontrados 60% dos casos sem
33
proporção bilateral, enquanto para o sexo feminino foi encontrado 10% dos casos,
os quais que não utilizaram dispositivo ortodôntico.
Para Snow (1999), um sorriso considerado esteticamente satisfatório deve
tender a exibir um alto grau de simetria através da linha média. Dentes exatamente
posicionados, num arranjo balanceado dentro do arco, contribuem individualmente
para a aparência de um conjunto unificado. Por outro lado, um arranjo assimétrico
dos dentes parece irregular, desbalanceado. Simetria dada pela linha média, dentes
anteriores ou centrais dominantes e proporção áurea são três elementos
necessários para proporcionar função e estética em um sorriso.
Neste estudo o grupo do sexo masculino com tratamento ortodôntico
apresentou maior número de indivíduos em proporção do que o grupo masculino
sem tratamento. Diferentemente do sexo feminino, que apresentou uma diminuição
da proporção no grupo com tratamento ortodôntico. Sugerimos que isto ocorre
devido à padronização do tratamento feito pelos ortodontistas tanto no sexo feminino
quanto no sexo masculino. Este tipo de tratamento tem alcançado resultados
favoráveis nos homens, porém, tem diminuído a proporcionalidade nas mulheres.
Podemos observar que o alinhamento dos dentes e finalização do tratamento
ortodôntico foi melhor para o sexo masculino do que no sexo feminino, pois notamos
várias vezes dentes fora da proporção áurea neste grupo.
Estes resultados são comprovados através da freqüência de dentes, fora da
proporção entre os grupos, que usaram dispositivo ortodôntico e que não usaram
(conforme tabela 05). Os elementos com maior freqüência fora da proporção foram:
o canino esquerdo (23) no sexo masculino e os incisivos laterais (12 e 22) no sexo
feminino. Estes valores mais encontrados foram: no sexo masculino sem tratamento
e no sexo feminino com tratamento respectivamente. Sugerimos que o canino
34
esquerdo (23) foi o que obteve a maior freqüência fora de proporção no sexo
masculino devido ao mau posicionamento deste elemento no arco e por este ser
muito volumoso neste sexo. Já no sexo feminino, com uso de dispositivo ortodôntico,
os incisivos laterais (12 e 22) obtiveram maior freqüência fora da proporção por
causa da tentativa dos ortodontistas de ocupar o espaço excedente entre o incisivo
lateral e o canino, fazendo desta forma um giro de modo que estes elementos
fiquem aparecendo mais frontalmente, prejudicando assim a proporcionalidade entre
os dentes do segmento anterior.
A cooperação interdisciplinar entre ortodontia e a dentística restauradora é
importante para a obtenção de alta qualidade dos resultados finais (COELHO et al.,
2005).
Sugerimos que uma forma de solucionar este problema é o ortodontista
finalizar o tratamento com o dente em posição e, para compensar o excesso de
espaço, encaminhar a um especialista em dentística restauradora que irá realizar a
técnica de reanatomização nos elementos que desta técnica necessitam,
respeitando assim a proporcionalidade.
De acordo com Faria et al. (2003) o método da proporção áurea pode ser uma
ferramenta que auxilia na reconstrução de dentes anteriores superiores.
Dentre as diversas técnicas existentes para o restabelecimento da estética
dos dentes anteriores, a restauração direta com sistema restaurador adesivo possui
vantagens que a tornam bastante utilizada pelos profissionais. Essas vantagens são:
a preservação da estrutura dentária e a necessidade de apenas uma sessão de
atendimento clínico (MARGRAF, s.d.).
No caso de dentes com tamanho abaixo da média, que comprometam a
correta relação de visualização dos elementos anteriores (proporção áurea), a
35
odontologia restauradora poderá lançar mão de materiais como o compósito direto,
para criar uma coroa de forma e tamanho normais (KOKICH, 1996 apud COELHO et
al., 2005).
A odontologia contemporânea exige que os procedimentos clínicos sejam
realizados para a obtenção de uma odontologia integral ao paciente. A correção das
más-oclusões permite melhorar as qualidades dos resultados do tratamento
restaurador e vice-versa. A maior vantagem evidente do fechamento de espaços
residuais após o tratamento ortodôntico corresponde a uma compatibilidade
permanente e biológica do resultado final. Conseguir adequar um sorriso e um perfil
facial equilibrado, associado na obtenção da oclusão funcional é atingir uma
qualidade ideal de tratamento (COELHO et al., 2005).
36
6 CONCLUSÃO
Através desta pesquisa foi possível concluir:
1 - O grupo do sexo masculino que utilizou dispositivo ortodôntico apresentou
maior percentagem de indivíduos em proporção áurea do que o grupo masculino
que não utilizou dispositivo algum.
2 - O grupo do sexo feminino que utilizou dispositivo ortodôntico apresentou
menor percentagem de indivíduos em proporção áurea do que o grupo feminino que
não utilizou dispositivo algum.
37
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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maxilary central incisor teeth. J Prosthet Dent, Saint Louis, v.43, n.3, p. 254-257, Mar. 1980.
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J Esthet Dent, Hamilton, v.4, n.11, p. 177-184, 1999.
39
APÊNDICE A
FICHA PARA ANÁLISE DOS MODELOS (PROPORÇÃO ÁUREA)
Nome:
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( )
Usou dispositivo ortodôntico? Sim ( )
Não ( )
Está em proporção áurea?
Unilateral ( )
Sim ( )
Bilateral ( )
Não está em proporção áurea ( )
Unilateral ( )
Bilateral ( )
Dente(s) fora da proporção: 13 ( )
12 ( )
11 ( )
21 ( )
22 ( )
23 ( )
Grade de Levin utilizada: 7,0 ( )
7,5 ( )
8,0 ( )
8,5 ( )
9,0 ( )
9,5 ( )
10 ( )
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