REYNALDO DOS SANTOS
Médico, pedagogo, cientista, escritor, historiador e crítico de arte: 1880-1970
1880 • Nascimento em Vila Franca de Xira, em 3 de Dezembro.
1904 • Sócio da Associação dos Médicos Portugueses.
1906 • Cirurgião dos Hospitais (por concurso).
1907 • Aprovado em mérito absoluto no concurso para Professor Extraordinário da Faculdade de
Medicina de Lisboa (Secção de Cirurgia).
1908 • Membro da Société Internationale de Chirurgie.
1914 • Cirurgião Assistente dos Hospitais.
1916-1918 • Esteve em França, na Grande Guerra de 1914-18, durante dois anos e meio, como cirurgião
nos Hospitais Ingleses do Norte da França, 26 General Hospital. Depois no Hospital Wimereux. Consultor
de cirurgia do Corpo
• Expedicionário Português (C.E.P.).
1916-1918 • Capitão e promovido a Major.
1919 • Membro Consultivo na Fundação Prémio Erasmo. Amsterdão. Medalha de Ouro de Bons Serviços
na Grande Guerra. Distinguished Servicer Order (D.S.O.).
1922 • Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra.
1924 • Académico Correspondente da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando (Madrid).
1930-1933 • Presidente da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa.
1931 • Comendador de número da Ordem Civil da Alfonso XII de Espanha.
1932 • Membro da Academia de Belas-Artes de Sevilha. Um dos dez Vogais Efectivos e Fundadores da
Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, sob a Presidência do Dr. José de Figueiredo.
1936 • Sócio Honorário do Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga.
1937 • Membro Honorário da Academie Royal d'Archéologie de Belgique.
• Membro Titular e Fundador da Academia Portuguesa de História.
1938 • Um dos quatro Académicos Honorários da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando, Madrid.
• Procurador à Câmara Corporativa.
1939 • Sócio Honorário da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
1940 • Plano e orientação do Inventário Artístico de Portugal e prefácios dos respectivos volumes
publicados a cargo da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, Boletim VI da Academia.
• Grã Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada.
1942 • Director da Faculdade de Medicina de Lisboa
1945 • Presidente da 6a Secção da Junta Nacional de Educação.
1946 • Oficial da Legião de Honra.
1947 • Membro Correspondente da Associação Espanhola de Escritores Médicos.
1948 • Membro Correspondente de l' Académie Nationale de Medicine, de Paris.
1949 • Membro Honorário da Sociedade de Urologia de Barcelona.
• Presidente do Congresso Internacional de História de Arte, em Lisboa.
1950 • Membro de Honra do American College of Surgeons.
• Jubilado como Professor Catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa.
1951 • Membro de Honra da Royal Society of Medicine de Londres.
• Membro de Honra pela Universidade de Alger.
1952 • Um dos nove membros honorários estrangeiros da Académie de Chirurgie, de Paris.
• Membro Correspondente da Academia dos Lincei de Roma.
• Membro Correspondente do Instituto de França (Académie des Inscriptions et Belles Lettres).
1953 • Académico "Emérito" do Instituto de Coimbra (Conimbrigensis).
• Presidente do XV Congrès de Ia Société Internationale de Chirurgie, em Lisboa.
1954 • Sócio Efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
• Sócio Honorário do Instituto Vasco da Gama, de Goa, onde foi em missão Oficial.
1955 • Commandeur da Legião de Honra.
1956 • Cavaleiro do Império Britânico - Knight of the British Empire (K.B.E.).
1956-1959 • Presidente da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa (até final de 1959, em
que foi eleito Presidente da Academia).
1957 • Académico "Emérito" da Academia Mondiale degli Artisti e Professionisti de Roma.
1959 • Sob a invocação do seu nome fundou-se, no Hospital de Santa Maria, o Centro de Investigação
Angeiológico "Reynaldo dos Santos" (em 8 de Julho).
• Doutor Honoris Causa da Universidade de Bahia.
• Professor Honorário de História de Arte da Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia.
• Vogal Correspondente da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro.
1961 • Presidente da Academia das Ciências de Lisboa como sucessor de Júlio Dantas
(pedido de renúncia em 6 de Abril).
1964 • Doutor Honoris Causa pela Universidade de Paris.
• Doutor Honoris Causa pela Universidade de Estrasburgo.
• Doutor Honoris Causa pela Universidade de Toulouse.
• Medalha de Prata do Instituto de Urologia del Hospital de Ia Santa Cruz y San Pablo.
1967 • Presidente da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, como sucessor do Dr. José de
Figueiredo.
1969 • Gran Cruz do Mérito Civil Espanha.
• Grande Prémio da Cultura Nacional (Junho).
1970 • Falecimento em 6 de Maio, em Lisboa.
REYNALDO DOS SANTOS E A ARTE
Reynaldo dedicou, desde novo, parte do seu tempo e do seu amor às mais variadas formas de arte, como a
Pintura, Escultura, Arquitectura, Mobiliário, Azulejaria, Faiança, Ourivesaria, Vidragem, Iluminura e
Tapeçaria, sobre todas escrevendo, depois de as investigar e estudar.
Em 1915, em colaboração com José de Figueiredo (que Reynaldo considerava o seu maior mestre nos
domínios da arte) descobriu em Pastrana (Espanha), tapeçarias com motivos da tomada de Arzila por D.
Afonso V, atribuídas ao pintor quatrocentista Nuno Gonçalves. Esta descoberta levou à publicação de uma
monografia, em 1925, em colaboração com Jorge Cid.
Em 1922, estudou em Itália (Toscana), a obra do pintor Português Álvaro Pires d'Évora, de quem um dos
mais importantes quadros foi adquirido em 2002, por um importante Banco português, regressando assim
ao país de origem do seu pintor. Estudou cuidadosamente o pintor Nuno Gonçalves e os seus famosos e
discutidos painéis da Adoração de S. Vicente.
No capítulo da Arquitectura escreveu e publicou vários trabalhos sobre as Sés de Lisboa, Évora e
Coimbra, e sobre Arquitectura Regional onde as Igrejas e Ermidas foram objecto de estudo
pormenorizado.
Abordou as origens históricas do Mosteiro de Alcobaça e da Batalha. Outros monumentos do mesmo
estilo, como as Igrejas de Santa Clara e de São Francisco, em Santarém e a de Santa Iria do Olival, em
Tomar, foram também objecto da sua curiosidade e estudo.
O seu interesse pela Arquitectura Portuguesa, incidiu sobretudo sobre o Estilo Manuelino, identificando
em 1922, Francisco Arruda como sendo o Autor da Torre de Belém, símbolo da Arte Manuelina.
Em 1952, Reynaldo dos Santos, estudou a arte nas «Descobertas Marítimas» e publicou sobre essa
matéria um extenso trabalho. Alargou os seus estudos sobre o Manuelino, a Tomar, Évora e Setúbal.
Sobre a arte escultórica, publicou «A Escultura em Portugal», onde analisa e estuda vários objectos, como
ornamentos de Igrejas e Mosteiros, rosáceas e capitéis, estátuas e presépios (como o de Machado de
Castro), e a escultura tumular, com manifesto destaque nesta última, dos túmulos de D. Pedro e Dona
Inês, em Alcobaça.
Estudou também o Estilo Indo-Português, a que dedicou grande preocupação e estudo. Em colaboração
com a sua esposa, D. Irene Quilhó dos Santos, estudou as Colecções Particulares de Ourivesaria
Portuguesa, sem ignorar as Faianças Portuguesas dos Séculos XVI e XVII.
OS LIVROS DE ARTE
ÁLVARO PIRES DE ÉVORA, 1922.
A TORRE DE BELÉM, 1922.
AS TAPEÇARIAS DE ARZILA E TÂNGER, 1925-26.
SEQUEIRA E GOYA, Madrid 1929.
LES MANUSCRITS ENLUMINÉS EN PORTUGAL, Paris 1932.
L'ART PORTUGAIS, ed. Plon, Paris 1938.
OS PRIMITIVOS PORTUGUESES, 1940. Duas novas edições em 1957 e 1958.
A ESCULTURA EM PORTUGAL, dois volumes, 1948-50.
A PINTURA DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVI E SÉCULO XVII, na Arte Portuguesa, de
João Barreira, 1951.
O MANUELINO, 1952.
L' ART PORTUGAIS - ARCHITECTURE, SCULPTURE ET PE1NTURE, ed. Plon, Paris 1952.
O BARROCO (séculos XVII e XVIII), vol. III da História de Arte em Portugal, 1953.
O ROMÂNICO EM PORTUGAL, 1955.
NUNO GONÇALVES, ed. em português e inglês da Phaidon Press, Londres, 1955.
O AZULEJO EM PORTUGAL, 1957.
EXPOSIÇÃO DE ARTE PORTUGUESA EM LONDRES, 1957.
OURIVESARIA PORTUGUESA NAS COLECÇÕES PARTICULARES (de colaboração com Irene
Quilhó dos Santos), dois volumes, 1959-60.
HISTÓRIA DEL ARTE PORTUGUÉS, ed. Labor, Barcelona, 1960.
A FAIANÇA PORTUGUESA DOS SÉCULOS XVI E XVII, 1962.
Fontes:
http://www.vidaslusofonas.pt/index.htm
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A Vida e Obra do Prof. Reynaldo dos Santos