Estando Apaixonado pelo Fim, sendo Amante do Recomeço
Dizem que sou louco por pensar e gostar da morte. Tenho pena e sinto inveja de quem
pensa isso de mim, pois quem não pensa naturalmente no fim tem realmente uma ideia fixa na
sobrevivência como se não fosse morrer, se acha eterna. Pior é a pessoa iludida que acha que
nunca pode ter câncer, sofrer acidente, quebrar uma perna, perder alguém que ama... acha que
só acontece com os outros, sente-se protegida por um escudo. Pelo que sei não somos 100%
imunes, pelo contrário, somos todos vulneráveis à realidade que nos cerca, pena que poucos
queiram enxergar e simplesmente vivem no mundo de Peter Pan. Paciência!
Há, também, o caso da pessoa que se achar autoprotegida, por exemplo, no trânsito
alguém ultrapassa seu carro e mais à frente o mesmo carro está batido com um caminhão e
perplexa pensa: "Deus me livrou. Isso poderia ter sido comigo, mas graças a Ele não foi.".
Falando dessa maneira parece que Deus tem escolhas de preferência como um "Serial Killer" e
agradar uns e desprezar outros. Acontece o mesmo com as doenças, parece que Deus tem uma
caixa de doenças e fica mandando às pessoas, como vingança, pelo que ela tem feito: “Ah! Você
não ajudou aquela senhora a atravessar a rua, então vou tirar da minha “caixa de Pandora” um
câncer de pele. Lá vaaaiiiiii.” – Dessa forma imagino Deus agindo seguindo esse pensamento de
preferência.
A questão é: quais méritos uma pessoa da outra para que Deus tenha alternativas? O
mesmo Deus é descrito como Àquele que falou que "somos todos iguais" e até que "somos feitos
a Sua imagem e semelhança". Não seria contraditório pensar que Ele tem decisões “severas”?
Essa contradição não iria de frente ao que O mesmo disse de Si mesmo? E se Deus em algum
momento for severo, então é disparatado chamá-Lo de "amor ágape", "o todo misericordioso" e
muito menos "o absoluto e onipotente da bondade".
"Ah! Mas tudo acontece segundo o destino!" Que e qual destino? Se destino existe, então
onde atua o livre arbítrio? Ter destino é como ter um mapa, modelo ideal de existencia à ser,
apenas, contornado.
Paremos por alguns instantes pensar no que parece ser tão “normal” por ser tão comum. Muitas
coisas precisão ser bem pensadas, bem destrinchadas, ruminadas, antes de faladas ou taxadas,
ou até mesmo impostas ao invés de expressadas.
Ainda podem me julgar LOUCO, afinal, sou. Gosto quando me chamam assim. A pena que
sinto é por aquela pessoa ser tão normal a ponto de não chegar a loucura de meus pensamentos.
Então que eu seja louco para fazer a diferença dentre os ditos “normais”.
Que da forma que sou e penso eu nunca deixe de minhas loucuras, tampouco modifique-as, pois
o normal é ser igual e eu não quero ser igual, então que eu seja anormal. Sei que não posso
mudar o mundo, contudo, pelo menos, posso modificar meu EU e o ambiente que vivo. É
pensando na morte física, no fim, que vivo cada momento como novo começo, e também como
último, contudo não perdendo a visão esperançosa de futuro.
“Louco é quem me diz que não é feliz e eu sou feliz!”
Sem mais para o momento, subscrevo-me.
Esperando que estejam bem,
CLEMERSON LUÍS
Escritor
Graduando em Psicologia
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