Utilização de Cabos Bimetálicos em Redes
Primárias e Secundárias de Periferia
J.A.Cipoli, L.Zamboni, A.B.Borelli, M.A.Marco e E.D.B. Nogueira, MACKENZIE
H.Takayanagi e P.R.S.Rocha, BANDEIRANTE ENERGIA
Resumo - Este trabalho apresenta resultados preliminares
alcançados pelo projeto de P&D denominado “UTILIZAÇÃO
DE CABOS BIMETÁLICOS EM REDES PRIMÁRIAS E
SECUNDÁRIAS DE PERIFERIA”, que está sendo realizado
pela Universidade Mackenzie em parceria com a Bandeirante
Energia.
desequilíbrios de tensão), quanto na ocorrência de defeitos
(curto-circuito) que envolvem a terra.
Com a redução/eliminação do furto dos condutores da rede
e dos condutores de descidas de aterramento, as melhorias
esperadas são:
Palavras Chave – Condutores Bimetálicos, Distribuição de
Energia, Furto de condutores.
-
I. INTRODUÇÃO
A existência de condutores de alumínio em circuitos
primários e secundários de distribuição em regiões de
periferia das cidades e em circuitos primários de distribuição
na área rural tem resultado em diversas ocorrências de furto
destes condutores, tendo como conseqüência a interrupção do
fornecimento de energia elétrica.
O furto de cabos elétricos tem crescido em diversas regiões
do País, em especial pela facilidade com que o material alumínio ou cobre - é recolocado no mercado, depois de
passar por indústrias de fundição.
Segundo a ABRADEE o furto de condutores é um problema
presente em todas as empresas associadas.
Os furtos se concentram principalmente nos condutores
neutro, porém, ultimamente, tem-se notado um aumento
significativo nos furtos dos condutores fases, com a rede
energizada, demonstrando haver conhecimento por parte de
quem executa o furto.
Embora ataquem com maior freqüência na zona rural - em
estradas pouco movimentadas e de longa extensão - os
ladrões estão arriscando ações na zona urbana e em vias de
grande movimentação (marginais, rodovias, etc.).
Durante o furto pode ocorrer curto circuito com conseqüentes
danos aos transformadores de distribuição e a equipamentos
dos consumidores.
Além de provocar interrupções de eletricidade, que podem
afetar hospitais, indústrias, escolas, esses criminosos agem
sem nenhuma preocupação com a segurança alheia. Deixam
os cabos pendurados, que em alguns casos permanecem
ligados por algum tempo, oferecendo perigo a todos que dele
se aproximarem.
Quando ocorre o furto somente do condutor neutro e de seus
aterramentos, em parte da rede de distribuição, outros
problemas podem ocorrer tanto na operação da rede em
regime permanente (desequilíbrios de carga que evoluem para
-
-
A redução do FEC/DEC e do FIC/DIC.
O aumento da segurança das pessoas,considerando que
o sistema multi aterrado da distribuição terá maior
confiabilidade. (é o mesmo benefício abaixo)
O aumento da segurança devido à redução de quedas
de condutores da rede primária que não sensibilizam a
proteção, na ausência do neutro da rede de
distribuição.
Redução dos custos de reposição da rede, quando da
ocorrência de furto de condutores.
A redução do índice de rompimento de condutores da
rede de distribuição primária e secundária pela
utilização de condutor com maior tensão de ruptura e
maior temperatura de fusão.
II. PESQUISA ALTERNATIVA AOS CONDUTORES DE
ALUMÍNIO E COBRE
Em função da alta incidência de furto dos condutores,
pesquisou-se junto ao fabricante COPPERSTEEL
BIMETÁLICOS
LTDA.
a
possibilidade
do
desenvolvimento de condutores alternativos ao cobre e ao
alumínio, que pudessem ser empregados como condutor na
rede de distribuição.
Na concepção dos condutores bimetálicos, fios e cabos,
objetivou-se conciliar tecnicamente as melhores qualidades
pertinentes aos materiais utilizados, extraindo do cobre e do
alumínio as melhores características de transmissão e
resistência à corrosão e do aço a excelente resistência à
tração mecânica e elevado ponto de fusão.
Em breve síntese do processo produtivo dos condutores
bimetálicos verifica-se que o aço utilizado na fabricação é
do tipo carbono ABNT (SAE-1010 / SAE-1035) e que o
vergalhão de aço cobre ou aço alumínio é obtido pelo
processo de caldeamento a alta temperatura na linha
CLAD LINE, onde, após criterioso processo de limpeza, os
dois metais se soldam de maneira que se torna impossível
sua posterior separação. Observa-se na interface da
soldagem que ocorre uma fusão molecular entre o núcleo
de aço e a camada de cobre ou alumínio. Não conhecemos
processo mecânico, térmico ou químico que promova a
separação dos materiais, e, esta característica faz com que os
receptadores abominem este tipo de material, pois, a
introdução deste material nos processos de refusão provoca a
contaminação total dos banhos.
Para a análise de utilização deste tipo de condutor em
substituição aos condutores de cobre ou de alumínio da rede
de distribuição a Bandeirante Energias do Brasil em parceria
com a equipe técnica da Universidade Mackenzie propôs um
projeto de Pesquisa & Desenvolvimento no programa
ANEEL denominado “Utilização de Cabos Bimetálicos em
Redes Primárias e Secundárias de Periferia”.
III. OBJETIVOS DO PROJETO
bem como dos circuitos típicos utilizados para o seu
atendimento, as equipes técnicas da Bandeirante e do
Mackenzie, definiram dois locais potenciais, com histórico
de furto de condutores, para a execução de projetos piloto
com condutores bimetálicos conforme detalhado a seguir:
A. Circuito piloto 1
Circuito vis-à-vis entre os alimentadores Guararema 1302 e
Santa Branca 1304, com extensão aproximada de 2,2Km,
constituído por trecho primário trifásico com condutores
336.4 MCM e neutro com condutor 3/0 AWG, onde 1Km
desse circuito teve seus condutores furtados.
Diagrama Unifilar – Circuito em vermelho. (Detalhe do
trecho Furtado)
O projeto de P&D denominado “Utilização de Cabos
Bimetálicos em Redes Primárias e Secundárias de Periferia”,
tem por objetivos:
a) Desenvolver junto aos fabricantes a especificação de
condutor bimetálico que causem o menor impacto possível,
mecânico e elétrico, nos atuais critérios técnicos de projeto e
de construção de redes de distribuição.
b) Desenvolver modelos de cálculos para o projeto eletromecânico de rede de distribuição utilizando o condutor
bimetálico.
c) Construir redes pilotos com os condutores bimetálicos
especificados para a avaliação de sua performance.
d) Desenvolver modelos de cálculo para simulação em
condições de defeito de correntes de curto circuito, sub e
sobretensões, tempos de atuação dos equipamentos de
proteção utilizados para redes trifásicas a 4 fios, utilizando
condutores bimetálicos.
e) Desenvolver modelos de cálculo para a simulação em
regime permanente de fluxo de potência e queda de tensão
para redes trifásicas a 4 fios, utilizando condutores
bimetálicos. Destaca-se a existência de redes que apresentam
comportamentos distintos conforme sejam redes com
transformadores de distribuição na ligação triângulo-estrela
(em que não há corrente de neutro na rede primária mesmo
com a presença do condutor de neutro) ou redes com
transformadores monofásicos ou banco de 2 ou 3
monofásicos (delta aberto ou fechado).
f) Desenvolver metodologia para o cálculo do custo benefício
na utilização de condutores bimetálicos em redes primárias e
secundárias de periferia.
IV. ESCOLHA DE LOCAL PARA EXECUÇÃO DE
PROJETO PILOTO
Visando especificar condutores bimetálicos que causem o
menor impacto possível, mecânico e elétrico, nos atuais
critérios técnicos de projeto e de construção de redes de
distribuição, após identificação dos consumidores de periferia
B. Circuito piloto 2
Circuito situado em Jundiapeba - Mogi das Cruzes,
constituído por trecho primário de aproximadamente 300m
com condutor 1/0 AWG com dois transformadores de
distribuição e respectivos ramais secundários, constituindo
uma boa configuração para o estudo da utilização de
condutores multiplexados e nus nos secundários de cada
uma das ET’s respectivamente.
Diagrama Unifilar (circuito a ser implementado)
- Trecho primário em Vermelho
- Trecho secundário multiplexado em Verde
- Trecho secundário nu em Verde tracejado
V. DEFINIÇÃO DOS CONDUTORES BIMETÁLICOS A
SEREM UTILIZADOS
A equipe técnica da Bandeirante, Mackenzie e Coppersteel,
baseada nos circuitos piloto escolhidos conforme itens
anteriores, definiram os tipos de condutores bimetálicos
técnica e economicamente mais adequados aos padrões de
rede da Bandeirante.
Os tipos de condutores a serem utilizados (bitola,
porcentagem IACS, etc.) são como a seguir:
- Em substituição ao cabo 336,4 MCM, definiu-se por utilizar
o condutor de aço aluminizado 300 MCM - 7N4 (7 fios
4AWG) com 30% IACS de condutividade com uma
capacidade de condução de corrente de 387A em regime
permanente (75° C) e 526A em regime de sobrecarga (125°
C).
- Em substituição ao cabo 1/0 AWG para utilização em
circuitos primários, definiu-se por utilizar o condutor de aço
aluminizado 1N2 (1 fio 2AWG) com 30% IACS de
condutividade com uma capacidade de condução de corrente
de 146A em regime permanente (75° C) e 196A em regime
de sobrecarga (125° C).
- Em substituição ao cabo 1/0 AWG para utilização em
circuitos secundários e no neutro, definiu-se por utilizar o
condutor de aço aluminizado 3N6 (3 fios 6AWG) com 20,3%
IACS de condutividade com uma capacidade de condução de
corrente de 141A em regime permanente (75° C) e 190A em
regime de sobrecarga (125° C).
- Para utilização em circuitos secundários multiplexados,
definiu-se por utilizar os cabos aluminizados multiplexados
de 16mm² e 35mm² com 30% IACS de condutividade e uma
capacidade de condução de corrente de 130A e 205A
respectivamente, á 75°C.
- Nas descidas de aterramento de equipamentos e pára-raios
definiu-se por utilizar fio de aço cobreado 4AWG.
VI. UTILIZAÇÃO DO CONDUTOR BIMETÁLICO COMO
NEUTRO
TABELA 1
BITOLAS (AWG)
FASE
NEUTRO
336
3/0
Aço
Aluminizado
336
3N6
336
Cabo de Aço
1/0
3/0
Aço
Aluminizado
1/0
3N6
1/0
Cabo de Aço
4
3/0
Aço
Aluminizado
4
3N6
4
Cabo de Aço
FF
1125
167
508
1125
168
151
497
471
1125
696
148
414
696
150
119
411
269
696
338
120
267
338
120
268
338
Os resultados obtidos mostram que as variações são
desprezíveis para o curto circuito fase terra mínimo em
qualquer das combinações, bem como para o curto fase
terra máximo quando se utiliza o cabo 4 como condutor
fase. Quanto ao curto fase terra máximo utilizando se os
condutores fases de bitola 336 e 1/0 ocorre uma redução no
valor de corrente de 27,9% e 12,1% respectivamente. Os
estudos de proteção devem levar em conta estas reduções,
no entanto, verifica-se que os valores para curtos fase terra
mínimo são próximos, indicando como satisfatórios os
valores encontrados na aplicação do cabo bimetálico.
VII. APLICAÇÃO DO CABO ALUMINIZADO COMO
NEUTRO E MENSAGEIRO DE REDE COMPACTA
Outro aspecto abordado pelo projeto foi o estudo de se
substituir o cabo mensageiro, cabo de aço utilizado para
sustentação da rede compacta pelo cabo de aço
aluminizado, utilizando este, como neutro e mensageiro
simultaneamente, reduzindo assim material e mão de obra,
na execução desse padrão de rede.
Através do Power System Simulator Engines, a equipe
técnica do Mackenzie simulou defeitos na rede compacta
considerando o padrão atual e o novo padrão (cabo de aço
aluminizado como neutro e mensageiro simultaneamente),
visando avaliar os reflexos relativos aos níveis de curto
circuito e ao comportamento da proteção, incorrendo em
valores muito próximos quando comparados os dois
padrões, como pode ser observado na tabela 2 a seguir.
A técnica da engenharia da distribuição através do Power
System Simulator Engines, simulou defeitos na rede sob diversas
configurações, visando avaliar os reflexos relativos aos níveis
de curto circuito e ao comportamento da proteção, incorrendo
em valores muito próximos aos relativos ao cabo 1/0 CA
como pode ser observado na Tabela 1 a seguir.
CURTO-CIRCUITO (A)
Ftmin
Ftmax
172
705
TABELA 2
Padrão
Atual 1km
Novo 1km
Atual 10km
Novo 10km
Atual 1km
Novo 1km
Atual 10km
Novo 10km
Condutor
Fase
Spacer
70
Spacer
70
Spacer
185
Spacer
185
Neutro
1/0
AS 3N6
1/0
AS 3N6
3/0
AS 3N6
3/0
AS 3N6
3F-T
F-T
F-TZ
F-F
2547
2547
993
993
2625
2625
1413
1413
2265
2187
646
588
2361
2253
807
689
194
194
165
163
196
196
180
176
2206
2206
860
860
2273
2273
1223
1223
Impedância de Falta: Z = 40 Ohms
Tensão F-T: 7,97 kV
Corrente: Ampéres
0,05
0,04
0,04
0,03
0,03
0,17
0,17
2547
0,17
0,09
0,06
0,05
0,04
1,5
AS 3N6
0,17
1/0
993
0,17
0,03
0,03
0,04
0,04
0,05
0,04
0,04
0,05
0,06
0,09
AS 3N6
0,17
3/0
0,17
Spacer
70
AS 3N6
0,17
Atual
1km
Novo
1km
1/0
2625
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
185
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
185
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
70
3/0
AS 3N6
TABELA 4
CURTO FASE TERRA MÁXIMO
Condutor
F-T
Atual
1km
Novo
1km
646 1,98
AS 3N6 588
Atual
1km
Novo
1km
28,8
2,8
0,7
0,27
0,11
180 9,6
AS 3N6 176
11,3
5,9
2,8
136
1,1
0,7
0,34
28,8
0,27
196
AS 3N6 196
3/0
0,14
AS 3N6 163
3/0
1,52
165
0,11
1/0
6,9
AS 3N6 194
27,8
Spacer
70
194
1,8
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
70
Atual
1km
Novo
1km
1/0
1,63 0,13
0,3
0,83 4,1
40,3
1,67 0,13
0,31 0,87 4,5
51,1
Os resultados obtidos mostram que não há variação
significativa nos níveis de curto-circuito, bem como nos
tempos de atuação da proteção, principalmente quanto aos
equipamentos automáticos (religador e disjuntor) quando
da aplicação do cabo bimetálico no novo padrão de rede
compacta.
Os valores de correntes encontrados estão dentro da
capacidade de corrente em curto circuito especificada para
o condutor
Foi executado em Mogi das Cruzes circuito piloto com
aplicação do cabo aluminizado 3N6, como neutro e
mensageiro de rede compacta.
Neutro e
Mensageiro
0,05
0,04
0,04
0,03
Atual
1km
Novo
1km
Neutro
0,81 0,05
0,07 0,1
0,19 0,47
807 1,57
AS 3N6 689
1,84
0,05
0,04
2361
AS 3N6 2253
3/0
0,06 0,08 0,16 0,39
0,04
3/0
2,23
0,78 0,05
0,03
1/0
0,03
AS 3N6 2187
0,17
2265
0,17
1/0
0,03
Spacer
70
Neutro
0,17
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
185
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
185
Atual
1km
Novo
1km
Spacer
70
Fase
Tempo de atuação dos equipamentos
de proteção
disunto religa Elo
Elo Elo Elo Elo
r
dor 10k
15k 25k 40k 65k
0,17
Padrão
Fase
Tempo de atuação dos equipamentos
de proteção
disunto religa Elo
Elo Elo Elo Elo
r
dor 10k
15k 25k 40k 65k
1,52
Fase
1413
Padrão
F-T-Z
6,8
Tempo de atuação dos equipamentos
de proteção
3F-T
disunto religa Elo
Elo Elo Elo Elo
Neutro
r
dor 10k
15k 25k 40k 65k
Condutor
Condutor
Padrão
Spacer
185
TABELA 3
CURTO TRIFÁSICO
TABELA 5
CURTO FASE TERRA MÍNIMO
Spacer
185
As tabelas 3, 4 e 5 a seguir mostram os tempos de atuação de
disjuntores, religadores e elos fusíveis para as correntes
calculadas considerando:
- Disparo de fase do disjuntor – 600 A
- Disparo de terra do disjuntor – 150 A
- Disparo de fase do religador – 350 A
- Disparo de terra do religador – 70 A
- Curva de atuação – Normal inversa com alavanca de tempo
2 para qualquer equipamento.
0,73 0,05
0,06 0,07 0,11 0,23
0,77 0,05
0,06 0,08 0,14 0,33
De acordo com os custos apurados, a adoção deste novo
critério de projeto propicia uma economia de
aproximadamente 5,86%, por quilometro de rede
construída.
VIII.
TESTE DE CAMPO COM FIO DE AÇO
COBREADO 4AWG
O fio bimetálico foi utilizado nas interligações da garra viva,
chave fusível, pára-raios, transformador, e descida de
aterramento.
Como pode ser observado nos diagramas unifilares a
seguir, os alimentadores foram simplificados á uma fonte, e
á uma carga que representam a totalidade do circuito. A
linha entre os dois barramentos representa o trecho de
interligação, vis-à-vis, entre os dois alimentadores.
Para esta analise simulamos as possíveis transferências de
carga entre os dois alimentadores ora considerando a
alimentação pela Subestação Santa Branca ora pela
Subestação Guararema, fazendo um comparativo dos
fluxos de potência das transferências de carga ora
utilizando os condutores padronizados (336,4 fase e 3/0
neutro) ora os condutores bimetálicos (7N4 fases 3N6
neutro). Para tanto consideramos as demandas máximas
requeridas por cada um dos alimentadores.
A. Transferência de carga do alimentador de Guararema
para o alimentador de Santa Branca.
Nesta aplicação, não foram constatadas dificuldades na
utilização do condutor bimetálico acima especificado.
De acordo com os custos apurados, a adoção do fio
bimetálico em substituição ao fio de cobre, representa uma
economia de aproximadamente 2,38%, que justifica a adoção
do fio bimetálico em substituição ao condutor de cobre.
Perdas = (8,08+j10,41) kVA
∆V = 0 pu
IX. SIMULAÇÃO DA REDE PILOTO
Através da interface Smallworld – PTI1 que permite ao
usuário do SIT (Sistema de Informações Técnicas) no
Smallworld GIS (Geographic Information System) integrar o
cadastro do sistema elétrico da Bandeirante às capacidades de
análise de sistemas de potência do conjunto de bibliotecas de
software do PSS/Engines2. Desta forma as ferramentas de
análise de sistema de distribuição podem interagir com
ferramentas em ambiente GIS, para realizar simulações de
sistema de potência, curto-circuito e análises de partida de
motores, que faz parte da biblioteca básica do PSS/Engines.
Vizando agilizar os processos de elaboração e análise de
projetos, foi desenvolvida uma integração entre as
ferramentas acima descritas (Smallworld Design Manager e
Interface Smallworld – PTI), possibilitando aos usuários a
realizar análises de cálculos elétricos em projetos em fase de
análise ou a serem executados.
Com o intuito de analisar os impactos da utilização de cabos
bimetálicos em substituição aos cabos de alumínio ou cobre
nas redes de distribuição utilizamos as ferramentas acima
descritas para fazer algumas simulações de transferência de
carga na rede do circuito piloto especificado no item 4.1.
1
PTI – Power Technologies Inc. – Empresa que desenvolve e
comercializa software para análise de sistemas de potência
2
PSS/Engines – Power System Simulator Engines (Motores de
Simulação de Sistemas de Potência)
Perdas = (20,3+j23,38) kVA
∆V = 0,01 pu
B.
Transferência de carga do alimentador de Santa
Branca para o alimentador de Guararema.
Perdas = (30,67+j62,27) kVA
∆V = 0,01 pu
programada, por curtos intervalos de tempo, e que a carga
transferida, dificilmente atingirá o valor da carga simulada.
XI. PRÓXIMOS PASSOS
Para dar continuidade ao estudo de utilização de cabos
bimetálicos em redes primárias e secundárias de periferia e
atingir os objetivos propostos no projeto, estão previstas as
seguintes atividades:
Perdas = (78,44+j92,65) kVA
∆V = 0,02 pu
X. CONCLUSÕES PRELIMINARES
a) Outras simulações com o condutor bimetálico em
condição de regime permanente e condições de defeito para
todas redes piloto, na utilização dos condutores
especificados nas fases.
A. Utilização do Condutor Bimetálico como Neutro.
O estudo mostrou que, com relação aos níveis de curtocircuito, o cabo bimetálico 3N6 não difere significativamente
do cabo neutro padrão, mostrando ser adequado para
utilização como neutro de redes de distribuição.
b) Cálculo de tabelas de flechas e tensões para instalação
dos condutores bimetálicos nas redes piloto.
B. Rede Compacta
O cabo bimetálico mostrou-se adequado tecnicamente
(elétrica e mecânica) para utilização em redes compactas em
substituição ao neutro e cabo mensageiro simultaneamente.
Uma analise econômica mostrou uma redução de 5,86% no
custo de investimento com a modificação do padrão da rede.
d) Análise econômica com relação á possíveis alterações de
padrões de rede.
C. Descidas de Aterramento
Na utilização do condutor bimetálico nas descidas de
aterramento não foram encontradas dificuldades no seu
manuseio e de acordo com os valores apurados a adoção do
fio bimetálico em substituição ao fio de cobre implica numa
redução de 2,38%, justificando a adoção do fio bimetálico em
substituição ao condutor de cobre.
XII. REFERÊNCIAS
D. Simulação da rede piloto
A simulação conforme item 9 da rede piloto resultou nos
valores apresentados na tabela 6, o que mostra não haver
muita influência, quando da substituição do condutor padrão
pelo condutor bimetálico, em relação a queda de tensão na
linha.
TABELA 6
SIMULAÇÃO DA REDE PILOTO
Alimentação Condutor Tensão (pu)
SE
Padrão
1
Guararema Aluminizado
0,99
SE
Padrão
0,99
Santa Branca Aluminizado
0,98
c) Projetos, implantações
performance das redes piloto.
e
acompanhamento
da
e)Desenvolvimento de especificação de condutores
bimetálicos para aplicação em redes primárias e
secundárias de periferia.
[1] Resumo dos Problemas referentes a Furtos de Condutores ABRADEE - Março de 2004 (dados da Cemig, Eletropaulo, CPFL,
Piratininga, Copel, Bandeirante, Grupo Rede e Light).
[2] T. GONEN: ELECTRIC POWER DISTRIBUTION SYSTEMS
ENGINEERING, MCGRAW HILL, 1986.
[3] A. MONTICELLI: FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA
ELÉTRICA, ED. EDGARD BLÜCHER, SÃO PAULO, 1983.
[4] PROTEÇÃO DE SISTEMAS AÉREOS DE DISTRIBUIÇÃO.
COLEÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, EDITORA
CAMPUS/ ELETROBRÁS, 1982.
[5] ABNT - COLETÂNEA DE NORMAS - PROTEÇÃO DE REDES
ELÉTRICAS, 1986.
[6] ELETROBRÁS - Coleção Distribuição de Energia Elétrica - Volume 7
- "ATERRAMENTO E PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES EM
SISTEMAS AÉREOS DE DISTRIBUIÇÃO".
Perdas (kW)
8,08
20,3
30,67
78,44
As perdas, devido às propriedades intrínsecas dos condutores
bimetálicos, são mais elevadas quando comparadas com o
condutor de alumínio, no entanto, ao considerarmos que tal
manobra somente será feita em situação emergencial ou
[7] CIPOLI, JOSÉ ADOLFO - ENGENHARIA DE DISTRIBUIÇÃO CAPÍTULO 11 - "ATERRAMENTO DE SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO".
[8] BANDEIRANTE NTBD 2.02.0 - "PROJETOS DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO AÉREA PRIMÁRIA".
[9] BANDEIRANTE NTBD 2.01.0 - "PROJETOS DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO AÉREA SECUNDÁRIA".
[10] BANDEIRANTE - PD 4.008 - "REDES DE DISTRIBUIÇÃO
AÉREA EM CABOS BAIXA TENSÃO PRÉ-REUNIDOS”
Download

Utilização de Cabos Bimetálicos em Redes Primárias e