COMPLEMENTAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO NOVO PAVILHÃO DO PEA - CAD. 590 QUESITOS PROPOSTOS PELA PROMOTORIA: 1) O que é Tbu Tbs TG UR e var – fl. 6 Tbu – temperatura de bulbo úmido Tbs – temperatura de bulbo seco TG – temperatura de globo UR – umidade relativa 2) Quais os limite da NR – 15 Fonte: NR-15 3) Qual a influência da madrugada e do início da manhã ter sido de chuva sobre os resultados obtidos? Amplia ou diminui o fator térmico negativamente aos presos? O que poderia acontecer em situações outras, como no verão? A ocorrência da chuva no dia anterior e na manhã pode ter influenciado nas temperaturas medidas, mas de forma discreta. A medição foi feita em horário tipicamente quente (13:00), com sol, em pleno verão, ou seja, numa situação muito desfavorável. Portanto, acredita-se que não houve influência significativa da chuva sobre os resultados. 4) É possível sugerir a substituição das portas chapeadas por portas de grades como medida solucionadora da problemática térmica? Caso positivo, e seja solução mais evidente para a problemática, favor acrescer. A substituição de portas de chapa por portas de grade favoreceria a circulação de ar nas celas do presídio. Dessa forma, a temperatura no interior das celas tenderia a diminuir. Haver circulação do ar de ambientes fechados é fator determinante para diminuição da temperatura e conseqüente melhoria das condições de trabalho e uso. A metodologia utilizada no fechamento das celas do novo pavilhão do PEA (portas de chapa) não é compatível com o clima do Nordeste. Antes da instalação do novo pavilhão, deveria ter havido um estudo técnico para avaliação e adaptação da metodologia do presídio às condições locais. Por isso, recomenda-se a substituição. 5) O que é cota do novo pavilhão ? (item 6 da fl. 10) Cota corresponde à altura de um plano em relação a outro. O item 6 mostra que existe uma diferença de nível (altura) entre o terreno externo do presídio e o terreno do novo pavilhão. O terreno do novo pavilhão é mais baixo que o terreno externo, dificultando a ventilação. Além disso, a altura das celas do novo pavilhão é pequena, dificultando ainda mais a ventilação. 6) A idéia do beiral comprido não leva em consideração a canaleta e tubulação no chão (a canaleta atualmente é no no nível do beiral, de modo que uma alteração do beiral deve ensejar, necessariamente, a mudança da canaleta (ou não??) Não, necessariamente. Mesmo que a água de chuva não mais alcance a canaleta, a mesma pode infiltrar na área externa (grama) próxima às celas. Para que a água de chuva escoe totalmente para a canaleta após a fixação do novo beiral, é necessária a instalação de uma calha de beiral. 7) O novo pavilhão tem aparelho de para-raio e aparelhagem contra incêndio? Não foi detestado sistema de proteção contra raios. Há sistema de proteção contra incêndio. 8) Qual a sugestão para a problemática das descargas e dos fios da caixa hidráulica? A solução seria remover os fios existentes e deixar que o acionamento das descargas seja feito pelo agente carcereiro, da plataforma superior. Qualquer tipo de material que venha a ser instalado na tubulação para acionamento da descarga deverá se romper, com o tempo. 9) A estação de tratamento é adequada? Comporta a demanda do novo pavilhão? Necessita de manutenção periódica? Há altos custos envolvidos para a manutenção? A estação de tratamento é adequada e atende a demanda do novo pavilhão. Todo e qualquer elemento ou dispositivo instalado numa edificação necessita de manutenção periódica e preventiva. Os custos dependem dos cuidados tomados. 10) O laudo trabalha com o conceito de desconforto térmico, que precisa ser melhor explicitado ou mudado, sob risco de leigos entenderem que há apenas um incômodo. Ademais, o laudo, se possível, poderia expor e discriminar o quão elevado é este desconforto térmico e os riscos para a saúde humana. A expressão “desconforto térmico” trata-se de um conceito tipicamente utilizado em estudos de engenharia cujo objetivo é detectar a influência da temperatura no habitat das pessoas. Não se trata de uma simples expressão para determinar se há conforto ou desconforto por parte do usuário. Trata-se de uma expressão cujo alcance é determinar se há condições mínimas de um ser humano utilizar àquele ambiente de forma digna e saudável diante das condições de ventilação e temperatura. Não consiste, portanto, numa expressão que possa estar atrelada ao conforto no sentido de luxo ou privilégio. A sensação térmica no interior das celas do novo pavilhão é extremamente desfavorável (comparável a uma estufa), não oferecendo condições humanas de uso. 11) Não foi respondida diretamente as indagações: “A porta de chapa uniforme de metal pode ensejar o aquecimento excessivo dentro da cela?” Conforme já respondido, as portas de chapa diminuem a circulação de ar, colaborando, dessa forma, para o aquecimento excessivo no interior das celas. 12) A porta de chapa permite a visualização dentro das celas? As portas de chapa das celas possuem uma pequena abertura para visualização e entrega de refeições. Sugere-se que tal abertura seja aberta permanentemente para permitir uma ventilação mais adequada no interior das celas. Através desta abertura é possível enxergar todos os cômodos da cela, exceto a área do vaso sanitário e da pia. 13) O laudo não esclarece precisamente onde são os pontos cegos gerados para a guarita e sobre qual pavilhão. O ponto cego gerado pela construção do novo pavilhão corresponde a área destinada ao banho de sol do pavilhão 4. Quanto ao melhor local para construção da nova guarita, recomenda-se que tal escolha seja realizada por um especialista em segurança. 14) A dinâmica estrutural das celas permite o rápido acesso dos agentes penitenciários em caso de rebeliões? Sim. Novo pavilhão do PEA apresenta um sistema de fácil circulação dos agentes penitenciários. Durante o trabalho, não há contato entre os detentos e os agentes carcerários. 15) Os setores outros da penitenciária, como rancho, recepção, revistas, assistência à saúde, dormitório dos guardas, oficinas, etc, comportam o novo fluxo de apenados e as novas demandas? Foram feitas adaptações? O novo pavilhão do PEA possui todas as dependências necessárias ao funcionamento do presídio. Porém, não há cozinha e, por isso, o novo pavilhão depende da infraestrutura antiga do Presídio Estadual de Alcaçuz. 16) Ocorrendo a destruição das lâmpadas, sua manutenção é feita através de alçapão situado sobre a carceragem? As lâmpadas podem ser substituídas por dispositivo instalado no hall de circulação. Portanto, a manutenção das lâmpadas pode ser feita de forma fácil e segura. Foto 33 – Acesso à luminária das celas pelo hall de circulação 17) Outras considerações. É importante destacar que, em alguns problemas mencionados, a empresa responsável pela obra poderá oferecer outras soluções, diferentes das nossas, mas que sejam igualmente eficientes. Há necessidade de construção de um grande reservatório de água no novo pavilhão, bem como ampliação da rede de energia elétrica no local. O novo pavilhão do Presídio Estadual de Alcaçuz trata-se de uma obra muito importante e de alto investimento. Por isso, recomenda-se que sejam feitas as devidas adequações para que o novo pavilhão seja brevemente utilizado em benefício da sociedade.