2º CONGRESSO DAS EMPRESAS E DAS ATIVIDADES ECONÓMICAS
Lisboa, 9 e 10 de julho de 2015
Sessão de Abertura
António Saraiva, Presidente da CIP
Bom Dia,
Senhoras e Senhores Embaixadores,
Senhores Representantes dos Parceiros Sociais Patronais e
Sindicais,
Senhoras e Senhores convidados,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Permitam-me que abra este Congresso com um cumprimento
especial aos meus colegas empresários, e empresárias, cuja
resiliência merece aqui ser destacada, pois foram os grandes
responsáveis da recuperação económica que hoje se começa a
sentir.
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Uma palavra inicial de agradecimento:
 à comissão organizadora deste congresso, José António
Barros, Luis
Mira Amaral, João Costa Pinto, Rafael
Campos Pereira,
 aos Apoiantes que com as suas contribuições viabilizaram
este evento,
 aos serviços da CIP, com uma referência especial à
Filomena Mendes, cuja dedicação permitiu fazer acontecer
este congresso.
Quase quatro anos após a realização do primeiro Congresso das
Empresas e das Atividades Económicas, em novembro de 2011,
temos hoje a oportunidade de reunir novamente os empresários
numa iniciativa que queremos que constitua um grande
momento de reflexão e afirmação da comunidade empresarial
portuguesa.
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Em novembro de 2011, vivíamos um período de emergência, em
que a capacidade de decisão dos agentes políticos nacionais
estava fortemente condicionada pelo exterior. Numa altura em
que a atenção estava focada no curto prazo, na correcção dos
desequilíbrios que tinham destruído a confiança externa na
nossa
economia,
profundamente
afirmámos
adversa,
o
então,
numa
imperativo
do
conjuntura
crescimento,
conscientes de que a confiança que então procurávamos
reconquistar não poderia ser alcançada sem perspetivas de
crescimento.
Hoje, as circunstâncias em que nos reunimos são diferentes.
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No plano económico, o objetivo imediato do Programa de
Ajustamento – o regresso aos mercados – foi atingido. Graças à
resiliência do nosso tecido empresarial, a economia está já a
recuperar. Mas temos um longo caminho a percorrer para
colocar
Portugal
num
novo
ciclo
de
desenvolvimento
equilibrado, assente na competitividade internacional da
economia e no estímulo ao investimento empresarial e à criação
de emprego. Um ciclo de desenvolvimento que permita resolver
o problema social mais grave que temos: o problema do
desemprego, particularmente agravado pela crise financeira e
económica e intensificado pelo recente processo de ajustamento
económico.
Também no plano político, as circunstâncias em que hoje nos
reunimos são diferentes.
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Com a aproximação do processo eleitoral para a legislatura de
2015-2019, está em curso o debate sobre as grandes linhas da
política económica para Portugal nos próximos anos.
Enquanto legítima representante das empresas e dos
empresários portugueses, a CIP entende ser essencial intervir
neste debate, afirmando claramente o que queremos de um
novo Governo, independentemente do quadro partidário que as
eleições determinarem.
Nos painéis em que estruturámos este Congresso, a reflexão e o
debate centrar-se-ão sobre quatro grandes temas em destaque:
 a nova política industrial para o século XXI,
 o valor económico da saúde,
 os custos de contexto e
 as novas formas de financiamento da economia.
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No nosso Congresso de novembro de 2011 afirmámos que era
preciso reindustrializar Portugal, entendendo este desígnio no
contexto de uma estratégia mais vasta que visa “redirecionar a
estrutura produtiva do País para os setores abertos à
concorrência internacional”.
Desde então, e de modo mais intenso nos últimos meses, o
Conselho da Indústria da CIP, presidido pelo Engº Mira Amaral,
desenvolveu uma reflexão aprofundada sobre o que deverá ser a
nova política industrial para o seculo XXI.
O primeiro painel deste Congresso baseia-se no resultado do
trabalho desenvolvido pelos oito grupos de trabalho dinamizados
por este conselho. Trabalho que será aqui apresentado,
procurando-se,
através
do
comentário
de
diversas
personalidades convidadas, enriquecê-lo com novas perspetivas.
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Permitam-me que aproveite este momento para agradecer o
empenho de todos os que participaram através dos nossos
Conselhos Estratégicos nesta importante reflexão.
Teremos oportunidade de debater um conjunto de temas que
convergem para um verdadeiro Compromisso Nacional para a
Reindustrialização e Competitividade:
São eles:
 Ciência e tecnologia, que devem concorrer para um
sistema de Inovação que nos permita produzir com maior
valor económico.
 IDE, competitividade e promoção externa, esperando
propostas para melhorar o paradigma actual, com vista a
promover e facilitar o investimento direto estrangeiro.
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 Mobilidade eléctrica, na perspectiva das oportunidades
que se abrem neste domínio à indústria nacional.
 Internacionalização das PME, conscientes que o aumento
significativo das exportações é um desafio prioritário da
economia nacional.
 Sistema logístico e transportes, para fazer de Portugal uma
plataforma global.
 Tecnologias de informação e a agenda digital, tema
incontornável, designadamente no quadro da participação
de Portugal na estratégia para o mercado único digital, que
servirá de ponto de partida para os trabalhos da CIP neste
domínio no próximo ano.
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No segundo painel trataremos do valor económico da saúde.
Após uma intervenção de fundo sobre o impacto da saúde nas
políticas públicas, olharemos para a saúde como motor de
desenvolvimento económico, numa mesa redonda moderada
pelo Dr. João Almeida Lopes.
De facto, é tempo de assumir que o setor da saúde tem um
enorme potencial de arrasto sobre a restante economia,
deixando definitivamente o discurso da saúde como área
geradora de despesa, que vê progressos e desenvolvimento
como ameaças.
A afirmação da saúde como sector estratégico para o
desenvolvimento da economia nacional, bem como a promoção
do valor do investimento em saúde como imperativo de
desenvolvimento civilizacional irrefutável têm sido os principais
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focos do trabalho desenvolvido, na CIP, pelo Conselho
Estratégico Nacional da Saúde.
No terceiro painel, ouviremos três oradores, que abordarão o
tema geral “custos de contexto” sob ângulos distintos: a
fiscalidade, focando a necessidade, em que temos insistido, de
assegurar um quadro previsível e favorável à actividade
empresarial; o impacto da economia verde, área cujo rumo deve,
na nossa opinião, ser corrigido, e o licenciamento industrial, em
que temos assistido a progressos inegáveis, mas onde há ainda
caminho a percorrer.
Finalmente, dedicaremos toda a manhã do segundo dia de
trabalhos a um tema que nos tem merecido particular
preocupação nos últimos anos: o financiamento.
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Neste domínio, que também em 2011 ocupou um destacado
espaço no nosso congresso, temos um apreciável acervo de
propostas que, oportunamente, apresentámos. Lembro em
particular
as
importantes
conclusões
da
Conferência
Crescimento Económico: Diversificar o Modelo de Financiamento
das PME, realizada em novembro do ano passado.
Retomaremos neste Congresso este tema, focalizando-nos na
necessidade de reorganização profunda do quadro em que
tradicionalmente as empresas (e sobretudo as PME) se
financiam. Quadro que conduziu à presente situação de
subcapitalização que afeta a maioria das empresas portuguesas.
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Debateremos, pois, neste contexto, as novas formas de
financiamento da economia que é preciso promover e apoiar,
conscientes de que a redução do peso do crédito bancário na
estrutura financeira das PME e a sua substituição por
financiamentos de maior estabilidade ou com a natureza de
quase-capital
é
crucial
em
qualquer
movimento
de
modernização do nosso tecido produtivo.
O Dr. Costa Pinto, na sua intervenção de fundo, e os três
oradores que se seguirão, proporcionarão certamente matéria
para um intenso e profícuo debate na mesa redonda que reunirá
diferentes perspectivas: das empresas, do setor financeiro e da
universidade.
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Este é o roteiro de trabalhos que traçamos para este nosso
Congresso, num programa focalizado mas ambicioso e que
pretendemos conclusivo, em termos de propostas que nos
permitam afirmar “o que a CIP quer de um novo Governo”.
O que queremos de um novo Governo é afinal, algo que se
resume muito simplesmente à criação de condições para
libertar o potencial das nossas empresas e remover os
obstáculos que ameaçam tolhê-lo, de forma a atingir os dois
grandes objetivos de política económica e social para o nosso
país: o crescimento económico e a criação de emprego. Bom
trabalho.
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