Ano 5 - Número 71 - MAIO 2008
A experiência que deu certo
Os dias 8 e 9 deste mês estão
definitivamente inseridos na história
do varejo de Londrina. Na verdade,
são as noites de 8 e 9 de maio de
2008, que tiveram lojas abertas até
21 horas, como resultado de um
acordo entre os sindicatos Patronal e
dos Comerciários. O motivo foi o Dia
das Mães. O resultado foram ruas
tomadas por consumidores e lojas
cheias. A experiência foi aprovada por
empresas, trabalhadores e compradores. A cena, até agora, só podia ser
vista no período do Natal.
Pesquisa da ACIL
revela que 76%
dos empresários
estão otimistas
Página 11
Advogado
alerta para
mudanças da
Previdência
Página 10
FOTO: Josoé de Carvalho
Página 14 e 15
“Patrão”
defende
indústrias
Fundador da Folha de Londrina,
dono de uma personalidade
extrovertida, parceiro em grande
parte dos grandes projetos de
Londrina em mais de seis décadas.
João Milanez, aos 81 anos, tem
uma convicção sobre o futuro do
município: “ É preciso ter uma
indústria mais forte”.
Páginas 3 a 5
Mãe e filha observam vitrine em loja no
Centro de Londrina na sexta-feira à noite:
tempo para ir às compras
Maio de 68;
em Londrina,
no Brasil,
no mundo
Páginas 18 e 21
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
2
EDITORIAL
CARTA DO LEITOR
PLANO DIRETOR,
Gente grande
TRANSPARÊNCIA
E PARTICIPAÇÃO
Londrina tem nessas semanas que se
seguem uma grande responsabilidade e
uma inquestionável oportunidade. A apresentação do Plano Diretor do Município,
feita pela Prefeitura, exige a participação
da sociedade na definição das ações e
regulamentações referentes à infra-estrutura da Cidade, entre outras medidas.
O Plano vale por 10 anos. Ao final desse
período, será revisto ou até substituído,
caso assim seja definido.
Participar ativamente desse debate é
primordial para um município como Londrina, já que o Plano Diretor é muito mais
do que um conjunto de leis e normas. Ele
é um balizador, uma espécie de desenho
do que vai mudar no município ao longo de
uma década. É preciso olhar o futuro e
planejar, com responsabilidade, o que é
preciso para que Londrina siga pelo caminho certo. Um erro de planejamento, de
estratégia, de visão urbana, e a Cidade
pagará caro nos anos que virão.
Basta lembrar a velocidade do crescimento da frota de veículos. Como evitar
que o trânsito urbano entre em colapso.
Diferente dos demais municípios fundados pela Companhia de Terras Norte do
Paraná, cujo perfil é marcado pelo planejamento urbano, Londrina foi criada com
a perspectiva de ter menos de 10% da
população que tem hoje. E a área central
é a mesma da época da fundação.
Se engana quem imagina que a elaboração de um Plano Diretor é missão apenas para técnicos. Na realidade, são as
pessoas – em todas as suas atividades –
que devem oferecer as informações, as
necessidades e problemas para que os
planejadores possam fazer o seu trabalho
com menores possibilidades de risco.
Levando em conta, sempre, que o interesse coletivo é o que deve prevalecer.
Me lembro que na década de 70 foi
feito pela Prefeitura um planejamento
para Londrina no ano 2000, que contemplava entre outras obras importantes, a
Via Expressa, ligando as regiões Norte e
Sul; a retirada da linha de trem do Centro
da Cidade para que em seu leito fosse
criada a avenida que liga hoje as regiões
Leste e Oeste; a duplicação da Avenida
JK, do Canadá Country Club até a Avenida Santos Dumont. Estas três obras foram feitas. Não dá para imaginar Londrina sem elas.
Os desafios agora são diferentes e
tornam-se cada dia maiores. Obras fundamentais são necessárias para prover
Londrina de alternativas de crescimento,
escoamento e desenvolvimento sustentável. Por isso que o planejamento precisa ter continuidade, independentemente
das mudanças de administração pública.
Um exemplo disso é a duplicação da Via
Expressa em direção à Zona Norte, a
atual rodovia João Carlos Strass.
Independente de quais obras, estruturas e sistemas estejam previstos na
proposta apresentada pela Prefeitura, a
sociedade deve fazer o seu papel, que é
estar definitivamente dentro do processo. Erros podem ser corrigidos, acertos
podem ser inseridos. Para que haja esse
acompanhamento, a construção do plano
deve ser aberta e discutida com a comunidade de forma ampla, contemplando a
análise do máximo de variáveis possíveis
e garantindo a sua representatividade.
Essa transparência garante legitimidade.
FUNDADA EM 5 DE JUNHO DE 1937
RUA MINAS GERAIS, 297, 1º ANDAR,
ED. PALÁCIO
DO
COMÉRCIO.
LONDRINA – PR CEP 86010-905
TELEFONE (43) 3374-3000
FAX (43) 3374-3060
E-MAIL
[email protected].
Ary Sudan
Segundo Diretor-Industrial
Bruno Veronesi
Diretor de Serviços
Marcelo Bisatto Cardoso
Segundo Diretor de Serviços
Fernando Lopes Kireeff
Diretor de Relações Metropolitanas
Flavio Montenegro Balan
Segundo Diretor de Relações Metropolitanas
Enio Luiz Sehn Júnior
Diretor de Relações com Shopping Centers
Edivaldo Gomes de Souza
Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers
Francisco Henrique Francovig
Diretor de Relações Comerciais com Bairros
Carlos Henrique Dias
Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros
Resíduo orgânico
Desde o inicio do mês de maio, a
Prefeitura vem cobrando dos geradores
de resíduo orgânico (restaurantes, hotéis, similares). Que os mesmos cumpram a lei estadual de 1999, em dar
destinação final a esses resíduos acima de 200 litros/dia; atividade que até
então era executada pelo município.
Esta cobrança pega os empresários meio
que de surpresa, apesar da lei ser
antiga; não era cobrada até agora.
Penso que, nós empresários, não
podemos ficar reclamando, mas usar
nossa criatividade e ferramentas, como
as que a tecnologia já nos oferece.
Lembro que, há 15 anos, o uso de
produtos processados não era tão usual no nosso dia-a-dia. Hoje, porém,
temos a oportunidade de comprar em
quantidade todo tipo de alimentos e
matéria-prima
em
embalagens
institucionais, que nos permitem menos retrabalho e menor perda, diminuindo a geração de resíduos orgânicos.
Se encaixam nessa nova condição alimentos como legumes, cortes de frango, carne bovina, entre outros.
O MacDonald’s, por exemplo, usa
tudo industrializado em seu processo.
Creio que todo empresário do setor
tem que repensar os seus processos e
se adaptar à nova realidade, uma vez
que dificilmente a lei será alterada.
Rogério P. Chineze, industrial
Caixa Postal é uma nova seção do Jornal da ACIL,
destinada à opinião, sugestões e críticas dos
leitores. Os textos devem ter no máximo 20 linhas.
[email protected]
Rubens Benedito Augusto
Rubens Benedito Augusto
Presidente
Marcelo Massayuki Cassa
Vice-Presidente
Nivaldo Benvenho
Diretor-Secretário
Rogério Pena Chineze
Segundo Diretor-Secretário
Juliana de Souza
Diretora-Tesoureira
Sérgio Yoshimi Obara
Segundo Diretor-Tesoureiro
Silvana Martins Cavicchioli
Diretora-Comercial
Jurandir Costa
Segundo Diretor-Comercial
Herson Rodrigues Figueiredo Junior
Diretor Industrial
Recomendo a leitura da última edição do Jornal da ACIL, número 70, de
abril. É jornal de gente grande, com
boas matérias. Particularizo duas: “A
Colômbia, quem diria, exporta segurança urbana”, assinada pelo competente José Antonio Pedriali; e “A Câmara, segundo o cidadão”, da Anne
Festucci. As duas matérias abordam
questões interessantes, tanto em relação aos temas em si mesmos, quanto
às colocações ali produzidas pelos jornalistas e as pessoas ouvidas. Creio
que vale a pena realçar com tintas
fortes as boas coisas que acontecem
em Londrina.
Newton Moratto , advogado
Rosângela Khater
PRESIDENTE DO CONSELHO DA
MULHER EMPRESÁRIA
CONSELHO DELIBERATIVO
Francisco Ontivero
Eduardo Yoshimura Agita
Nestor Dias Correia
Leonardo Makoto Yoshii
José Augusto Rapcham
David Dequech Neto
Helenida Taufik Tauil da Costa Branco
CONSELHO FISCAL
TITULARES
Yukio Agita
Luis Bernardo da Veiga
Valter Luiz Orsi
SUPLENTES
Cristiane Yuri Toma
Moisés de Souza
José Mario Tarozzo
O “Jornal da ACIL é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de
Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da ACIL”,
incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede
da Associação ou pelo e-mail [email protected].
Coordenação e edição
Roberto Francisco
Fotografia
Josoé de Carvalho
e Divulgação
Revisão
Maria Christina Boni
Colaboradores
Fábio Luporini
Fernanda Bressan
José Antonio Pedriali
Jota Oliveira
Kátia Baggio
Laila Menechino
Diagramação e
tratamento de imagens
Estela Meneghetti
Impressão
Folha de Londrina
Tiragem
11.000 exemplares
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
3
ENERGIA
Indústria, necessidade
maior de Londrina
Mas futuro está nos serviços – prevê João Milanez, fundador da “Folha de Londrina”
Jota Oliveira
Especial para o Jornal da ACIL
Desde que chegou à poeirenta Londrina, em 1947, o catarinense João
Milanez sentiu, na agitação da cidade,
uma promessa de futuro. Veio empregado, como vendedor de títulos de capitalização, mas não se sentia um vendedor – “Cheguei a vender, mas não fui
vendedor forte não” – disse Milanez ao
Jornal da ACIL. Ele veio de São Paulo,
a serviço da Companhia Internacional
de Seguros, mas trabalhou pouco tempo nela. Logo ao chegar, decidiu: “Vou
ficar em Londrina”. “E estou aqui até
hoje, graças a Deus.”
Em 1948, tornou-se sócio do jornalista Correia Neto, que também viera
de São Paulo, e lançaram um
jornalzinho chamado “Folha de Londrina”, que se transformaria num dos
maiores jornais do interior do Brasil.
Foi o começo de uma longa amizade:
João Milanez e Londrina. Ele é testemunha do progresso da Cidade, dos
seus sucessos e problemas nestes 61
anos. Afirma que a principal exigência
de Londrina, para continuar se desenvolvendo e se livrar de, ou amenizar,
problemas sérios como desemprego e
criminalidade, é a industrialização.
A maior necessidade de Londrina –
afirma - “é ter uma indústria mais
forte”. “Acho que indústria é um problema sério. Falta isso pra Londrina.”
Em sua opinião, uma “indústria mais
forte” ofereceria mais empregos, faria
girar mais recursos e diminuiria problemas decorrentes do desemprego e
da miséria.
Sem Universidade,
cidade não é cidade
Sobre o mais importante dos instrumentos públicos e privados que impulsionaram o desenvolvimento de Londrina, Milanez não tem dúvida: “Inegavelmente foi a Universidade. Uma cidade, pra ser chamada cidade, tem que ter
Universidade. E Londrina tem”.
“Mas teve outras coisas, lógico, como
Iapar, Centro de Pesquisa de Soja,
Cacique de Café Solúvel, que foi um
marco; Sociedade Rural, Associação
João Milanez: o
“Patrão” e o jornal
que ele construiu e
que ajudou a
construir o
desenvolvimento
da região
Comercial, Associação Médica. As entidades de Londrina, todas elas, têm
prestígio extraordinário...”
Muita gente chama Milanez de “doutor”. Ele ri disso, porque nunca passou
do curso primário, apesar de dar grande
valor à escola e aos estudos. Pensando assim é
que considera a Universidade Estadual o “passo
forte” no caminho de Londrina para o desenvolvimento.
No segundo semestre de 2004 a Universidade de São Paulo (USP) promoveu, na capital paulista, o ciclo de palestras
“Cidade e Universidade:
Aspectos de um Patrimônio Comum”, para discutir “de que forma a cidade
e a universidade pertencem a um mesmo processo de construção e afirmação da modernidade e
da civilização ocidental”.
Em março de 2006 a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do
Estado, a Universidade Federal do
Paraná e a PUC-PR divulgaram o relatório de pesquisa intitulado “Impacto
Econômico de Curto Prazo das Institui-
ções de Ensino Superior Paranaenses”.
No sumário desse estudo, os professores Cássio Rolim, da UFPR, e
Ricardo Kureski, da PUC, dizem que “o
impacto de uma universidade sobre a
economia da região em que ela está
inserida pode ser visto numa perspectiva de curto prazo e em outra de longo
prazo. No curto prazo (cerca de dois
anos) ele é dado pelo quanto a Universidade acrescenta com os seus gastos
à renda e ao emprego da região, bem
como ao montante de impostos arrecadados. No longo prazo o impacto é dado
pelo quanto a Universidade aumenta a
produtividade e competitividade da região, através do aumento do número de
pessoas qualificadas e pelo aumento
dos conhecimentos em geral que resulta no aumento da produtividade da
força de trabalho”.
Segundo o mesmo estudo, naquele
ano a Universidade Estadual de Londrina gerou R$ 354.573.704, e todas as 15
instituições de ensino superior
mantidas pelo Estado geraram R$
1.075.854.466.
Mais um levantamento está sendo
concluído. Se for acrescentada àquele
número a renda gerada por escolas
superiores federais e privadas, João
Milanez terá ainda mais razão quando
destaca a Universidade como geradora
de desenvolvimento e renda.
Portador apenas do curso primário,
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
4
e talvez por isso mesmo, ele diz que “a
Universidade foi o passo forte” do desenvolvimento. Justifica, com a máxima de um americano não identificado
por ele: “Cidade que não tem uma
universidade não deve ser chamada de
cidade. Chama-se povoado. Londrina
tem quatro ou cinco universidades”.
(N.A: são quatro, mais o campus da
ESALQ, de Piracicaba, SP e uma dúzia
de escolas superiores isoladas, como a
Faculdade de Música “Mãe de Deus” e
alguns cursos superiores de Teologia)
Herdeiros “matam”
grandes empresas
Em 61 anos de Londrina, João
Milanez acompanhou o desenvolvimento da Cidade e viu desaparecerem grandes empresas que existiam quando
aqui chegou. Entre elas: Irmãos Fuganti,
Transparaná, Casa Esmalte, Casa Vila
Real, Hotel São Jorge, que também foi
Hotel Sahão. Havia na Cidade vários
hotéis que fecharam as portas. As Casas Pernambucanas, acrescenta
Milanez, mantém seu endereço, na
Avenida Paraná, desde quando foi criado o município. A propósito, ele conta a
história de um cidadão do interior que
se lamentava do lugar onde morava:
“Aqui é difícil de viver. É tão ruim que
nem as Casas Pernambucanas quiseram vir pra cá”.
A maioria das grandes empresas
daquela época desapareceu. Por quê?
“Se analisarmos friamente, poucas ficaram até hoje, porque no mundo todo
– isto é confirmado por estatística – as
empresas que completam mais de 50
anos com seu fundador só ficam 3%.
Em Londrina eu faço parte desses 3%,
graças a Deus. Isso acontece porque os
herdeiros não têm o mesmo entusiasmo, a força, a boa vontade dos fundadores, para as muitas lutas; depois vêm a
família, outros herdeiros, irmãos, e a
empresa começa a cair.”
Milanez participou – e liderou algumas – de campanhas para obter instrumentos que contribuíssem para o desenvolvimento de Londrina e do Norte
do Paraná -, como a Universidade Estadual, Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), Centro Nacional de Pesquisa
Soja, sede regional do IBC, Televisão
Coroados, Hospital do Câncer, indústrias (das quais ele destaca a Cia.
Cacique de Café Solúvel, “que contribuiu muito”).
Como João Milanez imagina o futuro de Londrina, o caminho que o município tomará? Será um pólo industrial,
comercial, cultural ou agropecuário?
“O futuro da Cidade está mais nos
serviços. Daqui a pouco Londrina terá
50 mil alunos universitários, que vão
prestar serviço direta e indiretamente.
Londrina não vai ser uma metrópole,
mas terá logo seu milhão de habitantes. Não tenha dúvida disso.”
“Sim, senhor. Londrina chegará a 1 milhão de habitantes daqui
a uns vinte anos. E não será um
milhão de operários, mas de todas
as áreas, com formação universitária. O londrinense não se contenta com pouco.”
“Patrão”, como o chamam até
hoje os funcionários mais antigos
da Folha de Londrina e os amigos,
apoiou também campanhas
João Milanez e o arcebispo Dom Geraldo Fernandes:
homem de diálogo e sempre disposto a participar
regionais e estaduais, para abertura e
pavimentação de estradas e outros benefícios, como a Universidade Estadual
de Maringá. Faltou alguma coisa que
poderia ter feito e não fez para ajudar
Londrina e região?
“Eu acho que não. Alguma coisa a
mais sempre poderia ter sido feita, mas
acho que, quando eu morrer, morrerei
satisfeito.”
Abrindo portas
Milanez não sofre de um problema
que limita grande parte das pessoas: a
timidez. Por isso, tornou-se um abridor
de portas dos palácios dos governos
estadual e federal. Ele chegava, era
reconhecido e sempre alguma autoridade importante o recebia, e mandava
entrar também quem estivesse com ele.
Assim levou a Brasília muitas reivindicações e acompanhou comitivas de autoridades e empresários que tinham
assuntos a tratar com o governo – reivindicações, naturalmente.
Durante o governo militar ele contou, principalmente, com seu amigo
Delfim Neto, que foi ministro da
Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. Delfim, quando via algum jornalista da Folha de Londrina, perguntava “Cadê o Desgracido?”, referindose a João Milanez, que tinha aquela
palavra, “desgracido”, como marca registrada. E, na Capital Federal, Delfim
o encaminhava para o Ministro com
quem quisesse falar. Sempre com uma
recomendação para atender bem seu
“amigo Milanez”.
“Falei com Delfim Neto que nós
produzíamos e não podíamos levar a
produção aos centros de consumo, porque não tínhamos estradas. Ele nos
ajudava. Londrina deve muito ao Delfim. No caso da Universidade, fomos lá
no Delfim e dissemos: Ministro, nós
plantamos, não colhemos e não sabemos porque não colhemos; igual ao
médico que não pode dar um atestado
da causa mortis de um cidadão que ele
não sabe do que morreu. Nós queremos uma universidade em Londrina,
com vários cursos. A UEL e Londrina
devem muito a Delfim Neto.”
Milanez era o abre-porta do Palácio.
Ia com o pessoal e entrava mais fácil.
“Era verdade. Eu era muito conhecido.”
Força e heroismo dos cafeicultores
A permanência de João Milanez em Londrina
foi conseqüência do convite de Correia Neto para
a sociedade no jornal, mas também da prosperidade garantida pelo café – “que era tudo aqui para
nós”. “Quando Correia Neto me convidou, eu
aceitei. Depois ele foi embora (voltou pra São
Paulo) e eu fiquei.”
Por causa do café, Milanez viu “uma perspectiva boa” em Londrina. Hoje, perto de completar 83
anos de idade (faz aniversário em 15 de dezembro), afirma que sua decisão foi acertada; que o
resultado correspondeu à expectativa – “graças a
Deus, até mais”. E o instrumento desse sucesso
é a “Folha de Londrina”, que, afirma, “está entre
os dez melhores jornais do interior do País”.
Como um homem que nasceu “na roça”, em
Turvo, Santa Catarina, decidiu investir seu tempo
e esforço em um negócio tão estranho para ele, na
época, como um jornal?
Foi, lembra, conseqüência do fato de ter se
associado para fazer o jornal e ter assumido isso
como sua profissão, depois de constatar que não
era um “vendedor forte” de títulos de capitalização.
Dali pra pegar afeição extrema ao negócio novo foi só
começar.
João Milanez é defensor da agricultura, mas
nunca foi fazendeiro. Por entender de agropecuária.
“Vim da agricultura.” Devido a essa experiência,
nunca investiu no setor. Apenas apoiou, em todos os
momentos difíceis da agropecuária. “Tive até um
pequeno sítio, mas não fiquei com ele nem um ano;
não me entusiasmei por nada ali, nem por terra de
qualidade nenhuma.” Tanto que rejeitou mil alqueires
de terras, “de graça”, em Paranavaí, oferecidos pelo
governo de Moisés Lupion.
“Eu entendia e entendo de agropecuária, mas o
que eu ia fazer na agricultura?” Não ficou muito com
seu pequeno sítio. Sua fazenda, dizia, era a “Folha de
Londrina”, onde sempre investiu tudo que ganhava.
Ele tem respeito especial pela cafeicultura: “Travei uma luta forte; acompanhei os cafeicultores, que
foram heróis...Nós (o Paraná) perdemos numa noite
500 milhões de pés de café. O cafeicultor anoitece
rico e amanhece pobre...”(J.O.)
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
Política
Comunicativo, popular, ele até foi
convidado para ser candidato a senador, mas nunca quis concorrer a cargo
político.
“Eu acho que cada um tem que ter
uma profissão, ou ser ‘picareta’. Eu não
podia ser picareta; preferi ter uma profissão. Fui convidado para ser candidato a senador e com certeza seria eleito,
quando Leite Chaves foi candidato. Não
sou contra político. Não concordo com
80% da política que está por aí, mas
não sou radicalmente contra políticos.”
Londrina já teve mais força política,
com dois governadores, senadores e
muitos deputados federais e estaduais. Hoje, o município parece enfraquecido politicamente, apesar de ter um
ministro e outros londrinenses ocuparem altos cargos no governo federal, em
Brasília. “Londrina já teve expressão
política muito maior”, afirma Milanez,
5
na entrevista em seu
apartamento vizinho do
Clube Alemão (AREL) e
do Lago Igapó. Essa força diminuiu, na sua
opinião, porque o poder
público “ficou muito
concentrado nas mãos
dos governadores e os
secretários de Estado
praticamente não têm
recursos...”
Dona Rose, anjo-daguarda cuidador de João
Milanez, observa, preocupada, porque a entrevista pode demorar. Não
demora. Queremos apenas confirmar, no fim,
como Milanez vê o futuro de Londrina: “Londrina tem uma perspectiva realista extraordinária”. De repente, se lembra dos tempos
em que os “picaretas vinham vender e
os londrinenses vendiam pra eles”. A Cidade
era famosa como lugar
de gente sabida, que
não se deixava enganar. Esta é uma característica que agrada
João Milanez: “Não adianta vir aqui, achando
que vai ganhar um rio
de dinheiro, sem trabalhar... Londrina realmente é uma cidade espetacular”.
Projetada para 30
mil habitantes, quando Milanez chegou, em
1947, Londrina tinha o
dobro disso, maioria na
zona rural e, entre 1950
e 1960, a população novamente dobrou, passando de 70 mil para
cerca de 140 mil pessoas. Agora, são
quase 500 mil habitantes.
O transparente ufanismo do “Patrão” ganhou mais força no começo
deste ano, quando o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou Londrina no 38º lugar na geração de postos de
trabalho em 2007 no ranking dos municípios brasileiros que mais geraram
empregos em 2007, ficando à frente de
capitais e grandes cidades do interior,
no ranking das 50 maiores empregadoras constantes do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged).
Em 2007, Londrina empregou 5.991 trabalhadores com carteira assinada e
superou, por exemplo, Campo Grande,
capital de Mato Grosso do Sul, situada
no 41º lugar; João Pessoa, capital da
Paraíba (50º); São José do Rio Preto
(SP, 39º); São José dos Pinhais (42º);
Bauru, (SP, 44º); Maringá (45º); Diadema
(SP, 45º), e Araraquara (SP, 47º). O
Brasil tem 5.564 municípios. Curitiba
foi o quarto maior gerador de empregos
no País, em 2007, segundo o Ministério
do Trabalho.
“Jornalista não tem inimigo”
Analfabeto, pão-duro, mulherengo, desbocado, vaidoso...Quanta coisa já se disse sobre o fundador da
“Folha de Londrina”. No primeiro
caso, é fato que ele só freqüentou a
escola primária, em Turvo. Mas isso
não impediu que ele se tornasse um
homem muito bem informado, um
autodidata que lê e analisa, diariamente, os principais jornais brasileiros, além de revistas e livros. Assuntos preferidos: economia (principalmente) e política.
No jornal, chamava a atenção de
seus jornalistas, por terem omitido
um nome entre as pessoas presentes
a um acontecimento, ou, pior, se escrevessem errado o nome da pessoa.
Havia, também, uma ordem severa:
“Jornalista não tem inimigo. Se o
cidadão for meu inimigo e fizer alguma coisa que beneficie o povo, ele é
notícia; não importa se não gosta de
mim”.
Outra característica do “Patrão”
era levar seu jornal pra todo lugar
aonde ia. Lá estava Milanez com a
“Folha” embaixo do braço, pra distribuir. Os jornalistas detestavam isso,
porque também eram “convidados” a
levar alguns jornais. “Pra onde você
for, leva o jornal e distribui lá.” Essa
era a ordem. Mas se alguém não cumpria, não havia punição. Milanez raramente punia um funcionário. Era comum ameaçar, esbravejar, até “demitir” o repórter, ou outro funcionário,
na hora e depois esquecer. A qualquer
momento podia lembrar-se e estranhar: “O que você está fazendo aqui?
Eu não te demiti? Dessa vez passa...”
Ah, mas “munheca”, isto “Patrão”
era... e provavelmente talvez ainda
seja. Mas ele nunca se negava a ser
avalista de um empregado e até por
isso foi proibido, pelos demais
diretores seus agregados. Proibição que
nem imposto.
ele costumava desobedecer. Rejeitava
O jornal fechava todo mês no “azul”,
a alcunha de “mão-de-vaca”. Era apesem débitos. Isto faz tempo; depois
nas comedido em suas despesas e quepassou por uma séria crise e se recuperia que seus funcionários também fosrou. Há quem diga que a situação cosem assim.
meçou a ficar ruim quando Milanez
“Gastando à toa assim, vocês vão
construiu a moderna TV Tarobá, em
morrer pobres, trabalhando pra mim” –
Cascavel. Ele não confirma isso.
ralhava com seus empregados perduláSempre muito comunicativo, coisa
rios. Mas garantia-lhes assistência méque
nem
todo
profissional
dico-hospitalar quando a “Folha” não
“comunicador” é, Milanez participa de
usava carprograteira assimas de tenada, não
levisão e
p a g a v a
rádio, dá
hora extra,
entrevisnem
era
tas e vai,
contribuina i n d a
te da Previhoje,
a
dência So“todo cancial. Os funto”. Aparecionários
ce
denão se immais, na
portavam
opinião de
muito, porm u i t a
que recebig e n t e .
am sema“Não que
nalmente
eu goste
Milanez posa com jornalistas da
em dinheide aparevelha guarda de Londrina
ro e faziam
cer. Quem
vale duranaparece
te a semana. Muitos deviam vários
não é João Milanez. É a Folha de Lonanos de décimo terceiro salário e nindrina que está lá.” Com isso, ele deixa
guém sabia quantas férias tinham
clara esta simbiose: Milanez é o jornal;
vencidas ou quantas já tinham recebio jornal é Milanez. “Quem me vê, está
do em dinheiro. Assim, quando a emvendo a Folha” – explica.
presa se organizou por força de invesRenomado mulherengo, Milanez
tigação do Ministério do Trabalho e
quase diariamente aparecia na Folha
passou a cumprir todas as exigências
acompanhado por uma mulher bonita.
trabalhistas, muitos vales desapareNão eram “casos”, mas conhecidas,
ceram, muitas férias já pagas foram
afirmava. Ele geralmente chegava ao
pagas de novo e ainda sobrou férias e
jornal antes dos jornalistas. Ficava em
décimo terceiro pra receber. Funcionásua sala, lendo seu jornal, pra depois
rios mais antigos moravam de graça em
elogiar alguma matéria, ou criticar ouuma vila mandada erguer no bairro
tras. Certa manhã apareceu entusiasHigienópolis. Não pagavam luz, água
mado, sorridente, com a revista
“Manchete” na mão. A revista publicava entrevista de Dercy Gonçalves. A
desbocada artista dizia que fora a um
motel no cadilaque do proprietário do
maior jornal de Londrina. Era Milanez,
claro. O fato foi confirmado na televisão, em jornais e revistas, pelos dois.
Não consta que ele tivesse assediado
mulheres jornalistas e outras funcionárias do seu jornal, apesar da pergunta que sempre fazia, afirmando:
“Você não é mais virgem”. Ou outra,
em tom de admiração: “Você ainda é
virgem?!”. Daí vem sua fama de
“desbocado”, embora os palavrões fossem muito raros.
Uma tarde três jornalistas da Folha de S. Paulo apareceram na redação da Folha de Londrina, pra falar
com o então correspondente daquele
jornal. Quando estavam conversando, apareceu, extrovertido como sempre, o “Patrão”, fingindo que estava
bravo com todo mundo. Viu o pessoal
estranho e se aproximou. Eram dois
rapazes e uma moça. Apresentado,
ele perguntou pra jovem, fazendo um
sorriso maroto: “Você não é virgem,
né?” A cara do correspondente quase
foi ao chão, mas a colega olhou, os
olhos muitos abertos, admirada e
sorriu “amarelo”. Milanez a abraçou,
cumprimentou os rapazes e ficou ali
um pouco, conversando, alegre.
Quanto ele saiu pra conversar com
outros jornalistas, o pessoal da “Folha de S. Paulo” quis saber: “Ele é
sempre assim?”
“É.”
“Deve ser bom trabalhar com um
patrão assim. Nosso patrão nos encontra no elevador e nem olha pra
nossa cara. Seu patrão chega brincando com todo mundo....” Esse é
João Milanez, talvez uma síntese do
espírito de Londrina (J.O.)
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
6
SERVIÇOS
Espaço para
empresas
Sua empresa vai realizar treinamento para seus funcionários? Vai promover uma palestra,
convenção ou conferência, mas não tem espaço adequado?
A ACIL oferece opções de salas e auditórios, com localização central e custo reduzido para
associados
Laila Menechino
Especial para a ACIL
Geralmente, as micro e pequenas
empresas, maioria das sociedades
empresariais do País, não têm estrutura física para realizar seus eventos.
Foi justamente pensando nelas que a
ACIL abriu seus espaços para locação. “A idéia é fornecer ao empresário
uma assistência em todos os sentidos, para que a ACIL realmente funcione como uma extensão da própria
empresa”, comenta Vânia Toledo, responsável pela locação dos espaços da
entidade.
Com capacidade para 150 pessoas
acomodadas em poltronas fixas, arcondicionado, palco, microfone de
mesa, retroprojetor, tela para repro-
dução, iluminação alternativa, flipchart, tv e vídeo, o
auditório David Dequêch é
o espaço ideal para realizar palestras e convenções
empresariais. Bem no Centro de Londrina, no primeiro andar do Edifício Palácio
do Comércio, oferece também dois amplos espaços
conjugados que tanto podem servir de apoio a eventos no auditório, quanto
abrigar atividades próprias, como coquetéis, cafés
da manhã e reuniões para
números variados de participantes. Unidos, esses
dois espaços podem abrigar cerca de 250 pessoas.
O
auditório
David
Dequêch é uma referência
da Cidade, já que abrigou
fatos históricos para a sociedade de Londrina desde
que foi inaugurado, três décadas atrás. Mesmo assim,
se mantém para espaço
destinado a atividades empresariais.
Já o auditório João
Alfredo de Menezes, no segundo andar, foi inaugurado em julho do ano passado. O novo espaço tem os
mesmos recursos do auditório maior, com um diferencial: a capacidade de 60
lugares é uma alternativa
para realizar eventos mais
direcionados como, por
exemplo, para lideranças
de mercado ou reuniões internas das empresas.
“Todos os anos, locamos o auditório maior da
ACIL para fazer a Semana
Interna de Prevenção de
Acidentes, no mês de setembro”, afirma Filomena
Regina Mineto, gerente de
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
7
recursos humanos da Folha de Londrina, cujo espaço físico não tem estrutura adequada para comportar esse
tipo de evento. A empresa tem cerca
de 400 funcionários em Londrina e,
segundo Filomena, opta por locar o
espaço da ACIL porque “como somos
associados, o preço é bem acessível,
tem diversos recursos audiovisuais e
a localização central é ótima, muito
próxima da empresa”. E a gerente de
recursos humanos quase esqueceu
de outro detalhe, “ah! E o espaço para
coquetel, não é mesmo? Que é muito
bom”. A ACIL oferece aparelho de
datashow com CPU e DVD, locado à
parte, a critério da empresa.
Além dos auditórios, podem ser
locadas duas salas de treinamento
com capacidade para 30 pessoas, perfeitas para cursos de capacitação e
aperfeiçoamento de colaboradores. “As
cadeiras móveis dispostas em formato de “U” favorecem as dinâmicas de
relacionamento e desenvolvimento
interpessoal”, explica Vânia Toledo,
ao mostrar as salas de treinamento,
que apresentam os mesmos aparelhos e recursos dos auditórios.
É em uma das salas da ACIL que a
Casas Ajita, com aproximadamente
100 funcionários, realiza os cursos
para seus vendedores sobre técnicas
de vendas e atendimento. De acordo
com Neuza Tsujino, responsável pelo
departamento de pessoal das lojas,
por ser freqüente a renovação do quadro de funcionários, é freqüente também a necessidade de locar o espaço
para fazer os treinamentos. “Uma das
Na página anterior,
diferentes
combinações do
auditório João Alfredo
de Menezes e das salas
de treinamentos.
Ao lado auditório
David Dequêch e o
espaço para coquetéis
e outros eventos
maiores vantagens da ACIL é o preço”,
diz.
Para locar os espaços, basta entrar em contato com Débora
Fernandes, do Departamento de Comunicação e Marketing da ACIL, pelo
telefone 3374-3011, verificar a disponibilidade de datas e horários e preencher um formulário de solicitação
de reserva com os dados do evento.
Assim que for efetuado o pagamento a
reserva é confirmada. Associados da
ACIL têm desconto de 50% no valor da
locação, além de maior variedade de
opções na forma de pagamento.
A reserva para locação dos espaços
é feita por períodos, das 8h ao meiodia, das 14h às 18h e das 19h às 22h,
de segunda a sexta-feira. Aos sábados, os espaços podem ser utilizados
até as 18 horas. É muito importante
que as empresas interessadas procurem a ACIL com a maior antecedência
possível. Isso porque os espaços são
disputados, e quem deixar para a
última hora pode perder a data. A
recomendação vale para todos os períodos de locação, especialmente para
os noturnos para as salas de treinamento e para os dois auditórios.
O interesse pelos espaços da
ACIL já chegou a criar situações
inusitadas. Entre elas estão os pedidos de locação do auditório David
Dequêch para festas de casamento.
A resposta da entidade, infelizmente para os noivos, foi negativa. “Nosso foco são eventos empresariais”,
ressalta Vânia.
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
8
BIOECONOMIA
Álcool aquece negócios
Carros bicombustíveis e avanço das terras cultiváveis estão entre alguns dos
principais motivos do crescimento da safra de cana-de-açúcar e das vendas das
empresas fornecedoras do setor
Fábio Luporini
Especial para a ACIL
plantada. A expectativa é que, em 2012,
o avanço dos canaviais atinja aproximadamente 40 mil hectares em todo o
A produção da cana-de-açúcar no
país. Do ano passado para cá, o plantio
Brasil está em expansão e, com ela,
de cana-de-açúcar avançou de 7 micrescem os volumes de negócios em
lhões para 7,8 milhões de hectares
empresas de Londrina e da região que
sobre as pastagens, o que representa
trabalham diretamente com o setor
um crescimento de 11,42%.
sucroalcooleiro. Dados da Companhia
Outro grande fator para o avanço da
Nacional de Abastecimento apontam a
safra da cana-de-açúcar é o crescimenmaior colheita da história, ficando ento da produção de carros biocombustre 607,8 milhões 631,5 milhões de
tíveis, o que representa 85% das ventoneladas, superando a colheita do ano
das de carros novos. A estimativa da
passado entre 8,8% e 13,1%. A safra do
Associação Nacional de Fabricantes de
ano passado foi de 558,5 milhões de
Veículos Automotores (Anfavea) é de
toneladas. Desse total, entre 309,8
que, até o final de 2010, a frota de
milhões e 321,9 milhões de toneladas
carros biocombustíveis seja de 7,9 mide cana-de-açúcar colhidas nesta safra
lhões de veículos em todo o País. A
serão usadas na produção de
projeção é vender mais de 1 milhão de
biocombustíveis e para a produção de
veículos flex.
açúcar serão destinados entre 248,3
Um relatório do Ministério da Agrimilhões e 257,9 milhões de toneladas.
cultura, divulgado em 2006, prevê que a
A região Centro-Sul concentra 86%
exportação do etanol chegue a 10,3
de toda a produção de cana-de-açúcar
bilhões de litros em 2017, o que repredo país. Só no Paraná, que responde
senta um crescimento de 236,7% no
por 8,5% da produção nacional, a experíodo de 10 anos. Nesse período, o
pectativa da Associação de Produtores
consumo no Brasil vai saltar de 14,2
de Álcool e Açúcar do Estado (Alcopar)
bilhões para 28,39 bilhões de litros.
é colher aproximadamente de 45 miCom relação ao açúcar, o Brasil contilhões de toneladas de
nuará sendo líder
cana-de-açúcar, númundial, aumentanmero 10% maior que
do a fatia de comera safra do ano passacialização internacido. A produção de açúonal do produto de
car deve ser 13,63%
52,1% para 55,5%.
maior que em 2007,
O volume exportado
cerca 2,5 milhões de
saltará de 18,3 mitoneladas, enquanto
lhões para 22,2 mina safra do ano paslhões de toneladas.
sado foi de 2,2 miEm 2007, os delhões de toneladas. A
rivados da cana-deprodução de álcool
açúcar tiveram parcombustível também
ticipação de 16% na
deve crescer 18,81%
oferta de energia,
e chegar aos 2,21 biocupando a segunlhões de litros, supeda posição das fonrando os 1,86 bilhão
tes de energias conde litro de 2007.
sumidas. Pela priDos 276 milhões
meira vez, a cana
de hectares de terras
superou a energia
cultiváveis no Brasil,
hidráulica, que ficou
apenas 2,8% são uticom uma participalizados para o plantio
ção de 14,7% no ano
da cana-de-açúcar, o
passado, segundo
que pode ser um grandados da Empresa de
Paulo César Leite, durante
de fator para o cresciPesquisa Energética
inauguração recente da nova
mento da atividade no
(EPE). O petróleo
sede da Tectrol: de 10% do
país. Atualmente são
continua em primeifaturamento da empresa, usinas
ro lugar, com 36,7%
apenas 7,72 hectares
representam agora quase 60%
de
participação.
com cana-de-açúcar
Colhedora de cana-de-açúcar em ação: mercado de equipamentos
ligados ao setor deve crescer 30%
Dentre os principais fatores que contribuíram para o álcool superar a energia hidráulica está o aumento da mistura na gasolina e o crescimento na
frota de carros biocombustíveis.
Negócios - Mas não é somente a
indústria da cana-de-açúcar que se
beneficia das boas perspectivas do setor sucroalcooleiro. Empresas ligadas
ao setor também registram crescimento nas vendas. O diretor comercial da
New Agro, Região de Londrina, Edson
Mazardo, diz acreditar num crescimento de 30% no mercado. Ele explica que
a empresa revende tratores para
carregadeiras. “Os tratores trabalham
quase que 24 horas por dia. Eles são
utilizados por menos anos, porém por
mais horas”, diz.
Segundo ele, é inevitável o crescimento da venda de tratores para
carregadeiras de cana-de-açúcar, num
momento em que o mercado canavieiro
está em expansão. “Dos últimos quatro anos para cá houve um grande investimento na frota das usinas. A necessidade de atualizar a frota é grande,
pois ela trabalha quase o dia inteiro”,
afirma. Mazardo vê com boa expectativa a safra de 2008.
O engenheiro mecânico Paulo, diretor da Tectrol, afirma que, há 12 anos,
quando a empresa foi criada, a
comercialização de peças de solução
em automação industrial para usinas
de cana-de-açúcar não chegava a 10%
da produção total da empresa. Hoje,
segundo ele, esses produtos representam 57% do faturamento da Tectrol.
“Nos últimos quatro anos houve um
grande crescimento do setor e hoje o
mercado está bastante aquecido”, diz.
A empresa desenvolve peças de alta
tecnologia nas áreas de pneumática, hidráulica, lubrificantes e eletroeletrônica,
para aumentar a qualidade da produção
da cana-de-açúcar. Leite estima que as
vendas crescem cerca de 30% na
entressafra e o fluxo de trabalho aumenta 70% com a contratação de funcionários temporários. O aumento se dá devido
à manutenção dos equipamentos oferecida pela empresa às indústrias.
Novidade - Leite desenvolveu um
sistema hidráulico para controle automático da flutuação dos rolos superiores
das moendas de cana-de-açúcar, mais
conhecido pela sigla DHMA 1. O objetivo
é diminuir os custos de manutenção e
elevar o rendimento da produção. Segundo o engenheiro mecânico, 10% das usinas do Brasil já utilizam o sistema.
“Todos se interessam pelo produto, mas
o setor não está preparado e precisa de
acompanhamento e suporte”, afirma.
O sistema, conforme Leite, evita o
desgaste elevado da moenda de canade-açúcar e faz com que ela trabalhe
aproveitando a capacidade plena. “A
usina economiza em energia, em manutenção e aumenta a extração do caldo. O investimento é elevado, mas é
possível cobri-lo em menos de uma
safra”, diz.
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
9
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
10
P A I N E L
J U R Í D I C O
Ed Nogueira de Azevedo Junior
Especial para a ACIL
Estratégia
previdenciária
Medidas para redução do passivo previdenciário nas empresas
Uma decisão proferida recentemente em primeiro grau pela Justiça Federal de Manaus condenou uma empresa
a ressarcir o INSS dos custos que este
havia tido com o pagamento de benefício previdenciário por acidente de trabalho. Naquela ocasião, o Juiz entendeu que o empregador não havia tomado todas as medidas de segurança possíveis, tornando-se responsável, por
sua omissão, pelo acidente e pelos
danos decorrentes do próprio acidente.
No mês passado, em ação semelhante, o Tribunal Regional Federal da
4ª Região (PR, SC e RS) decidiu em
favor do INSS porque constatou que,
quando sofreu o acidente, o empregado, que faleceu no acidente, não utilizava equipamentos de proteção individual, nem tampouco o ambiente de
trabalho detinha itens de proteção coletivos. “Sendo a empresa responsável
pela adoção e uso de medidas coletivas
e individuais de proteção e segurança
da saúde do trabalhador e provada a
negligência do empregador quanto à
sua observância, bem como o nexo
causal entre a sua omissão e o dano
ocorrido, correta a Previdência em propor ação regressiva contra os responsáveis. Destaca-se que o fato de a
empresa contribuir com o seguro de
acidente do trabalho - SAT não exclui a
responsabilidade em caso de acidente
decorrente de culpa da empregadora,
bem como é inviável a compensação
entre o que foi pago a título de SAT e os
valores que deve arcar em decorrência
do pagamento da pensão.”
É comum no meio jurídico que pessoas sejam obrigadas a suportar encargos decorrentes de situações que foram causadas, em sua totalidade parcialmente, por terceiros. Estes ônus lhes
cabem, a princípio, pela responsabilidade objetiva a que estão sujeitos.
Ainda que, num primeiro momento,
alguém arque com prejuízos causados
por terceiros, a lei lhes outorga o direito de buscar junto ao terceiro causador
do dano o ressarcimento por seus prejuízos. Trata-se da ação regressiva.
O INSS vem se utilizando deste
expediente para buscar na justiça, junto a empregadores apontados como responsáveis pelo pagamento de benefícios previdenciários, a reparação, ou ressarcimento dos valores que teve que
desembolsar para quitar o benefício
pago empregado.
O INSS assim tem agido em função
de uma determinação interna do órgão,
que sugeriu aos Procuradores do órgão
previdenciário o ajuizamento das ações,
utilizando-se, para tanto, de informações prestadas pela Justiça do Trabalho, a quem compete o julgamento de
indenizações por acidente de trabalho.
A ação regressiva está prevista no artigo 120 da Lei n.º 8.213/91 e no artigo
341 do Decreto 3.048/99, além dos
artigos 186 e 927 do Novo Código Civil.
Assim, nos casos em que o acidente
ocorre pela ausência ou insuficiência
de equipamentos individuas e coletivos de segurança, é a empresa, na qual
ocorreu o acidente, responsável por
este em face da sua omissão, vez que
não cumpriu a lei, não fornecendo ou
não fiscalizando os trabalhadores quanto ao seu uso adequado.
Se, por um lado, o INSS identificará
junto aos registros da Justiça do Trabalho uma série de casos em que houve o
reconhecimento da culpa do empregador em episódios que geraram o pagamento de indenizações previdenciárias,
por outro lado, ao empregador compete
uma definitiva e profunda reavaliação
do ambiente de trabalho a que estão
expostos seus colaboradores e de cada
uma das atividades por eles desenvolvidas, a fim de se identificar os riscos
que implicam seu regular desempenho.
Em dois recentes seminários ocorridos no Paraná, o órgão previdenciário
comunicou a existência de um passivo
potencial no Brasil de R$ 16 bilhões.
Na específica situação de Londrina,
aproximadamente R$ 15 milhões. São
números estimativos, mas que nos
servem para avaliarmos a urgência que
se impõe aos empregadores.
A situação pode ser dividida em 3
momentos específicos: eventuais acidentes já ocorridos; o ambiente e o
sistema de trabalho que podem estar
causando lesões aos trabalhadores atuais e o novo critério de avaliação de
acidentes formulado pelo INSS.
Chamamos a atenção do empregador para as condições atuais de trabalho, que podem, por sua repetição, implicar no afastamento do empregado do
trabalho, para o tratamento das lesões
decorrentes, mediante a percepção de
benefício previdenciário. Dentro das
empresas, ao Departamento de Recursos Humanos compete congregar informações e pessoal capacitado para o
desenvolvimento de um plano que acabe com as situações de risco.
Se não bastasse, a partir do dia 2 de
abril, passou a vigorar o critério
epidemiológico para a concessão de
benefício acidentário, conforme lei
11.430, de 26 de dezembro de 2006,
decreto 6042, de 12 de fevereiro de 2007
e Instrução Normativa do INSS 16, de
27 de março de 2007 (IN 16).
Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário é a relação existente
entre riscos ocupacionais (possibilidade de adquirir doença profissional ou
ocorrer acidente em decorrência da função desenvolvido pelo trabalhador e
atividade desenvolvida pela empresa) e
diagnóstico feito por médico.
O nexo técnico epidemiológico é um
dos critérios de concessão de benefício
acidentário para aqueles segurados que
estão incapacitados para o trabalho por
doença estatisticamente freqüente em
seu ramo econômico, independente da
emissão de CAT.
O FAP (Fator Acidentário Previdenciário) foi instituído com o objetivo de
reduzir a contribuição previdenciária
de algumas empresas com baixo risco e
aumentar daquelas com maior incidência de doenças e acidentes.
O Ministério da Previdência Social
efetuará cálculo considerando e tendo
como base o NTEP e concluíra pelo FAP.
Em setembro deste ano, o Ministério
da Previdência Social divulgará em sua
página na Internet o cálculo do FAP de
cada empresa, com base em todos os
afastamentos dos funcionários nos últimos cinco anos, independente se relacionado ou não ao trabalho, através
das GFIP’s lançadas pela empresa. Se
o FAP for superior 1 (>1), haverá aumento no Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) variável de 50 a 100%; se o
FAP for igual ou próximo a 1 (= 1) não
haverá alteração no SAT; se o FAP for
inferior a 1 (<1) o Seguro de Acidente do
Trabalho diminuirá.
Considerando os graus de risco, o
percentual do FAP poderá variar da seguinte forma: Leve: 1% (variação de 0,5%
a 2%); Médio: 2% (variação de 1% a 4%)
e Alto: 3% (variação de 1,5% a 6%).
Vale ressaltar que o Ministério da
Previdência Social passa a considerar
qualquer afastamento do empregado ao
trabalho para efetuar o cálculo do FAP
da empresa, ante a prática dos empregadores em não emitir a CAT.
Tendo em vista que a partir de janeiro de 2009 entrará em vigor o Decreto
6.042/2007 que prevê e instituiu o NTEP
e FAP e o Ministério da Previdência
Social passará a aplicar alíquotas diferenciadas, é razoável que as empresas
tomem algumas providências:
- Obter senha para acessar os serviços disponibilizados no site do Ministério da Previdência Social, caso ainda
não o tenha: em qualquer Agência da
Previdência Social;
- Efetuar até agosto de 2008 levantamento de todos os casos de acidentes do trabalho e afastamentos dos
últimos cinco anos, independente se
relacionado à atividade laborativa;
- Em setembro de 2008, acessar o
site do Ministério da Previdência Social
(www.previdencia.gov.br); clicar em “Fator Acidentário Previdenciário” localizado ao lado direito da página; clicar em
“Dados da sua Empresa” localizado ao
lado esquerdo da página, para assim
verificar qual o FAP encontrado para
empresa;
- Se o FAP for superior a 1 (>1), que
acarretará aumento do SAT de 50 a
100%, a empresa poderá impugnar a
conclusão do INSS: basta acessar o
site do Ministério da Previdência Social
(www.previdencia.gov.br); clicar em “Fator Acidentário Previdenciário” localizado ao lado direito da página; clicar em
“Formulário de Impugnação” e preenche-lo e expor as razões, inclusive com
juntada de documentos, que determinem a redução do FAP.
O Ministério da Previdência Social
quer incentivar as empresas cujo FAP
for baixo fixando alíquotas menores
para que a empresa possa cada vez
mais investir em segurança e medicina
do trabalho e, para aquelas empresas
cujo FAP for alto, fixará alíquotas maiores para que passem a investir na
saúde dos seus funcionários, sob pena
de ter considerável aumento da carga
tributária, o que pode ser evitado com
um adequado plano previdenciário.
Ed Nogueira de Azevedo Júnior é advogado
em Londrina e consultor jurídico da ACIL
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
11
VAREJO
Escala ascendente
Comércio londrinense cresce mês a mês. É o que mostram os números da pesquisa
feita pela ACIL em parceria com a Ímpar com empresários da cidade
Pesquisa abril de 2008
Fernanda Bressan
Especial para a ACIL
A quarta rodada de pesquisa feita
pela ACIL em parceria com a Ímpar reforça a tendência de crescimento no comércio e conseqüentemente na economia da
Cidade. A entidade decidiu mapear mês
a mês empresários de diferentes segmentos para traçar um retrato do movimento e do faturamento nos diferentes
setores. Ao final do ano, será possível
traçar um perfil completo de como foi o
desempenho do comércio local.
A pesquisa feita em abril revela que
51,4% dos 183 empresários ouvidos
registraram crescimento comparado ao
mesmo mês do ano passado. Quando
analisado o desempenho no comparativo março/abril deste ano, a porcentagem segue parecida, com 56,8% das
empresas vivendo crescimento.
O bom momento se reflete no aumento das contratações, que seguem
superiores às demissões. 20,2% das
empresas mais contrataram que demitiram contra 7,7% que tiveram situação
contrária. O ânimo do empresário
londrinense segue em alta: 76,1% se
dizem otimistas no curto prazo e apenas 10,6% estão pessimistas.
Para o vice-presidente da ACIL,
Marcelo Cassa, o mês de abril costuma
ser bom para o comércio porque o consumidor já está livre de pagamentos
como impostos, material escolar e outras despesas do começo do ano e
conseqüentemente compra mais. O mês
marca também o início da safra na
agricultura, que movimenta o mercado
financeiro, injetando mais dinheiro no
mercado. Conforme Cassa, esse ano
teve ainda um ingrediente a mais: o
aumento do salário mínimo entrou em
vigor em abril, um mês antes que o
habitual. “A pesquisa ilustra o que a
gente tem observado, que as empresas
têm melhorado”, destaca Cassa.
Sobre contratações e demissões, o
vice-presidente contextualiza que nos
dois primeiros meses do ano há um
movimento natural de contratações e
demissões por conta dos empregos
temporários: quem se sai bem acaba
efetivado e os outros são substituídos. E os números mostram que quem
está puxando esse índice é o setor de
concessionárias, o mesmo que no mês
anterior teve 100% dos empresários
Como foi o desempenho/faturamento da sua empresa em abril de 2008 comparado
com o mesmo mês de 2007?
Cresceu
Idêntico
Diminuiu
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Média do ano
57,1%
28,8%
22,1%
50,7%
22,2%
27,1%
45,1%
27,8%
32,2%
51,4%
32,2%
16,4%
50,4%
26,8%
22,8%
Como foi o desempenho/faturamento da sua empresa em abril de 2008 comparado
com março de 2008?
Cresceu
Idêntico
Diminuiu
Fevereiro
Março
Abril
Média do ano
43,8%
24,3%
31,9%
59,7%
18,8%
21,5%
56,8%
18,6%
24,6%
53,7%
10,4%
25,9%
Como foram as admissões e demissões na sua empresa em abril de 2008 em
relação a março de 2008?
afirmando ter vivido crescimento no
faturamento da empresa. Em abril, 50%
das empresas desse segmento contrataram, 83% cresceram comparando com
o mesmo mês em 2007 e 66% cresceram
em relação a março. Com tanta fartura,
100% estão otimistas. “O tempero a
mais na cidade é justamente esse cenário de otimismo”, afirma Cassa. Para
ele, a cidade vive um bom momento,
incluindo anúncios de novos empreendimentos que animam tanto empresário quanto consumidores.
Além das concessionárias, Marcelo
Cassa aponta que o setor
de construção também
alavanca a economia.
Comparado a abril de 2007
e a março deste ano, 60%
dos empresários dizem ter
registrado aumento no
faturamento.
Em abril foram ouvidos comerciantes dos seguintes setores: Tecidos,
Confecções e Vestuário,
Postos e Autopeças, Óticas, Calçados, Farmácias
e Drogarias, Móveis e
Decoração, Material de
Construção e Elétricos,
Supermercados, Concessionárias, Livrarias e Papelarias.
Contratou
Idêntico
Demitiu
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Média do ano
24,7%
61%
14,3%
26,4%
61,1%
12,5%
16,7%
75,7%
7,6%
20,2%
72,1%
7,7%
21,5%
68,6%
9,9%
Qual a expectativa da empresa no curto prazo?
Otimista
Indiferente
Pessimista
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Média do ano
88,3%
7,8%
3,9%
74,3%
13,2%
12,5%
76,4%
11,1%
12,5%
72,1%
17,5%
10,4%
76,1%
13,3%
10,6%
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
12
Pa
l
e
n
i
espaço dos associados
Cacol comemora 50 anos
Cesta não muito básica
A Cacol, que atua no varejo de máquinas e
equipamentos agrícolas, entrou recentemente
para o seleto grupo das empresas londrinenses
cinqüentenárias. Pela idade e pelo ramo de
atividade, foi fundada oficialmente em fevereiro
de 1958, é uma das poucas que podem se definir
como testemunhas do agronegócio do Paraná ao
longo de meio século. Tomio Shibukawa, filho do
fundador da empresa, Shozaburo (que ainda
freqüenta a loja, aos 85 anos), conta que a Cacol
viveu o auge da cafeicultura e chegou a ter 7
filiais – Maringá, Cascavel, Cianorte, Ivaiporã,
Borrazópolis, Assaí, Santo Antônio da Platina e
Apucarana. Isso no período em que o Norte do
Paraná era o centro mundial do café e as atividades no campo exigiam uma grande diversidade de
equipamentos. Atualmente, a empresa tem uma
filial em Maringá. Tomio tem uma avaliação
comedida da atual situação do agronegócio. “A
agricultura vive altos e baixos. Hoje eu diria que
estamos numa fase média, intermediária”, define
o empresário.
(Contato: 3329-0909)
O nome pode até remeter aos programas
sociais que há décadas socorrem vítimas da
miséria no Brasil, mas cesta básica, para muita
gente em Londrina, tem outro significado. Tratase de um serviço que torna a vida das pessoas,
principalmente aposentados, muito mais fácil. A
proprietária da empresa Cesta Básica Juracema,
Juracema Marcondes dos Santos, explica que
oferece quatro tipos de, com preços que variam
de R$ 62,00 a R$ 250,00. As cestas contêm,
além dos alimentos, material de higiene e de
limpeza. Ou seja, uma verdadeira compra de
mercado para o mês. A venda é feita de casa em
casa, com a Cidade dividida em três regiões. “Os
aposentados representam metade da nossa
clientela. Para eles é muito bom, porque muitos
têm dificuldade para se deslocar e a compra num
supermercado se torna penosa“, afirma
Juracema, que tem o marido, João Batista dos
Santos, como sócio. Antes de virar empresários,
os dois eram (e ainda são) produtores rurais.
(Contato: 3342-0910)
Tectrol, nova sede
Automação comercial
Vantajosa aposta nos sorteios
Há quase 12 anos no mercado de peças e
serviços para automação industrial, a Tectrol inaugurou nova sede administrativa e operacional, que
conta com amplo espaço para os setores de produção, testes, montagem e manutenção. Além de
ampliar a estrutura de sua área industrial, a empresa também investiu em uma nova sala de treinamento e aprimoramento profissional para o desenvolvimento de cursos e palestras técnicas e,
ainda, incrementou o departamento administrativo com a criação de novos setores e a incorporação
de modernas ferramentas de tecnologia de informação. “Esse é passo muito importante para melhorar as condições de trabalho de nossos colaboradores e oferecer melhores soluções aos nossos
clientes”, diz Paulo César de Andrade Leite, diretor-presidente da Tectrol.
(Contato: 3029-2506)
A Automatec, empresa criada em Londrina há 10
anos, tem em seu rol de produtos vários itens. Mas
é a automação comercial o forte dos negócios.
Desde que foi criada, a Automatec trabalha com o
um software desenvolvido pela própria empresa
que faz o gerenciamento global de supermercados.
Homologado pela Receita Estadual, o programa
integra os setores do cliente fazendo, por exemplo,
uma ligação direta entre o PDV, que são os caixas,
e a retaguarda, onde é feito o controle de estoque.
Os mercados representam 104 dos mais de 250
usuários do software. Airton Capassi, um dos
sócios da Automatec, explica que o mercado tem se
mostrado aquecido este ano e que a expectativa
para 2009 é de que ainda mais. A empresa está
também em fase de mudança de nome. Vai passar
a se chamar Automatec.com.br, por conta de um
novo nicho de mercado: o e-commerce.
(Contato: 3356-3133)
Será realizado no dia 17 de julho o próximo
sorteio de prêmios realizado pela loja “A Vantajosa”, um dos ícones do comércio de calçada em
Londrina. Os prêmios são uma televisão, uma
bicicleta e um forno de microondas. Segundo o
gerente, Osmar Cassoto, nem é preciso comprar
algum produto na loja para receber um cupom. Os
sorteios fazem parte da estratégica comercial da
empresa há muitos anos, uma tradição que soma
ao apelo baseado em preços baixos. “A gente sempre espera um inverno rigoroso para os clientes
saírem de casa e comprar na loja”, afirma Cassoto.
O gerente estima que a loja receba até 2 mil
pessoas em dias considerados fortes, como as
vésperas do Dias das Mães.
(Contato: 3324-3171)
Academia oferece aulas de dança
A academia “Bio Fitness” oferece mais de 10 modalidades e
opções para os alunos matriculados, incluindo a dança de salão,
gafieira e forró. A novidade foi incluída no plano, que já oferecia
aulas de body pump, body balance, rpm, musculação e aulas
desenvolvidas pelos próprios professores. Além dessas opções, a
academia terceiriza aulas de muay thay e boxe. O personal trainer
Rafael Corsino de Carvalho explica que não há limite de idade para
a prática desses exercícios, já que são movimentos fáceis de fazer.
A academia fez uma experiência durante o horário de verão deste
ano, contratando um DJ para tocar as músicas durante os exercícios
do período noturno. “Isso criou um ambiente mais legal e alegre”, diz
Carvalho. (Contato: 3356-2587)
Painel é uma nova seção do Jornal da ACIL destinada a mostrar iniciativas,
novidades e fatos interessantes das empresas filiadas à Associação Comercial
de Londrina. A coluna será publicada em todas as edições. As empresas
interessadas em participar devem encaminhar sugestões para o e-mail
[email protected].
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
13
NOVOS ASSOCIADOS
Nome Fantasia
Endereço
Telefone
Ramo de Atividade
Segmento
Matriz /Filial
Top Braz il Comunicaão Visual
Rua Ouro Preto, 29
3324-2941
Comunicação visual
Ind/com
Matriz
Tupperw are Utilidade Domstica
Rua Mato Grosso, 77
3336-5003
Bazar, aviamentos, arm. e utilidades
domésticas
Comércio
Matriz
Ferrari Assessoria Imomibiliria
Rua Santa Catarina, 50 - loja 09
3336-7097
Imobiliárias e corretoras
Serviços
Matriz
Dinamene
Rua Paranaguá, 777 - sala 04
3344-4743
Cosméticos e perfumaria
Comércio
Matriz
Opão Vdeo
Avenida São João, 2.145
3329-2454
Locação de vídeos e games
Serviços
Matriz
Escola Educativa
Avenida Castro Alves, 626
3348-0179
Instituições
Serviços
Matriz
Don Jones Confecões
Rua Raja Gabaglia, 68
3328-2033
Confecções
Comércio
Matriz
Comtrat
Avenida Rio de Janeiro, 1500
3324-5875
Serviços
Matriz
D en w a
Avenida Duque de Caxias, 2.299, 1º andar - sala 1
3323-1220
Telefonia e comunicação
Comércio
Matriz
Mantova Locadora de Veculos
Rua Francisco Cazarim, 1847
3024-4004
Locação de automóveis
Serviços
Matriz
Luciana Frana Confecões
Rua João Pessoa, 90 b, sala 04
3024-4880
Confecções
Ind/com
Matriz
Tavol Soluões Integradas
Avenida Bandeirantes, 263/402
3337-5721
Produtos e serviços odontológicos
Serviços
Matriz
Jula Modas Índia
Avenida Rio de Janeiro, 131 - loja 69
3328-8558
Calçados e acessórios
Comércio
Matriz
Lynda's Ly
Rua Pio XII, 51
3345-0711
Confecções
Comércio
Matriz
Via Sul Auto Posto
Avenida Dez de Dezembro, 3.500
3028-4007
Postos de combustível
Serviços
Matriz
Construtora Santos Jr.
Rua Sergipe, 1640
3324-2004
Construção civil
Serviços
Matriz
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
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Fernanda Bressan
Especial para a ACIL
É noite em Londrina e, fugindo da
rotina, é grande o movimento no Calçadão e nos arredores do Centro, em
especial na Rua Sergipe. A cena - comum apenas às vésperas do Natal - foi
vista na quinta e na sexta-feira que
antecederam o Dia das Mães. O comércio do Centro ficou aberto até as 21
horas. Experiência aprovada por lojistas, vendedores e principalmente consumidores que tiveram mais tempo para
escolher o presente da mãe. O horário
alternativo foi resultado de um acordo
coletivo firmado entre os sindicatos
Patronal e de Comerciários de Londrina, com apoio da ACIL.
Foi o caso de Helen Cássia Garcia,
que levou a mãe, Helena, às compras.
Estagiária de Direito, ela não teria outra
opção de horário. “É uma vantagem esse
horário porque é bem mais tranqüilo,
principalmente para a gente que trabalha o dia todo e tem o tempo de almoço
corrido. Se não fosse assim acabaria
comprando no shopping e comprando
alguma coisa mais cara”, analisa.
O horário alternativo abriu espaço
para uma cena especial: várias famílias
reunidas para as compras. Ronaldo Biz
levou a esposa, Elisabeth, e a filha,
Carolina, ao Centro na noite de quintafeira. Eles dizem que sempre saem juntos na hora de comprar o presente, e
assim o horário ampliado caiu como uma
luva, uma vez que Elisabeth trabalha o
dia todo como auxiliar administrativa.
“Achei a idéia excelente, é uma grande
vantagem porque fica mais tranqüilo e
essa data (Dia das Mães) é uma das que
mais se vende no comércio”, analisa
Ronaldo Biz. Para a esposa, se não fosse
assim só sobraria o sábado para as compras, dia de grande movimento.
Foi justamente para fugir da loucura
forma de a gente poder atender mais
clientes”, explica. Posição compartilhada pela supervisora da B1, Maristela
Pistori Mantovani. “Esse horário facilita para os consumidores porque a grande maioria trabalha até as 18 horas e
reflete nas vendas também”, diz. Sobre
repetir a experiência em outras datas
importantes, ela frisa: “Se tiver segurança para trabalhar, é válido, até porque é uma opção a mais para o cliente
além do shopping e o Centro não deixa
nada a desejar”. Vale ressaltar que durante os dois dias de movimento noturno o policiamento foi reforçado no Centro com cerca de 80 policiais nas ruas.
Elisabeth Ribeiro da Cruz, gerente da
Big Ben, reforça que o horário ampliado
traz ao Centro um público que teria que procurar os shoppings para
as compras. “Poderia
ser a semana toda, o
cliente até aproveita
para dar uma caminhada no Calçadão à noite”, sugere. Ainda no
ramo das joalherias,
Eliane Picolo, gerente
da Ptah, afirma que todos gostaram da nova
experiência. “Pessoas
que não viriam normalmente ao Centro e comprariam no Shopping
acabaram vindo para cá.”
Calçadão e Rua Sergipe,
na quinta-feira e na sextafeira à noite: movimento
intenso foi determinante
para o crescimento das
vendas no comércio no
período do Dia das Mães
de sábado, véspera do Dia das
Mães, que Sônia Camargo escolheu a noite de sexta para ir ao
Centro com a mãe, Divina, escolher o presente. “É bem melhor assim porque o sábado vai
ser sem ‘condições’. Prefiro comprar
durante a semana porque o fim de
semana é para a gente se cuidar”, diz.
O novo horário agradou também
pessoas que não trabalham fora, e poderiam ir às compras durante o dia. Um
exemplo é Waldirene Pepelascov, que
classifica como “ótima” a iniciativa de
manter as portas do comércio abertas
até mais tarde. “Assim não tem pressa
Helen e a mãe,
Helena: “É uma
vantagem esse
horário porque
é bem mais
tranqüilo,
principalmente
com a hora de voltar nem precisa vir
correndo no fim da tarde. Acho que
poderia estender para outras datas comemorativas porque foi bem legal”, afirmou, na noite de quinta-feira,
enfatizando que voltaria no dia seguinte. “Eu prefiro o final da tarde para fazer
compras.”
Do lado dos comerciantes e trabalhadores, a idéia também agradou, com
algumas sugestões de melhoria.
Vanessa Montoya, vendedora da Big
Ben, observa que teria sido muito bom
se houvesse uma divulgação maior do
horário alternativo, o que melhoraria o
movimento. Confirmando o que dizem
os clientes que fogem das compras aos
sábados, ela frisa que a expectativa
maior sempre fica para esse dia porque
“todo mundo deixa para a última hora”.
Companheira de Vanessa no trabalho, Zenaide Pereira analisa que as
pessoas não estão acostumadas a esse
novo horário, mas afirma que a loja
teve bom movimento à noite. “É uma
Sônia, junto com a mãe, Divina:
“Prefiro comprar durante a semana
porque o fim de semana é para a
gente se cuidar”
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
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Nova realidade - A decisão de abrir
as lojas até as 21 horas às vésperas do
Dia das Mães levou em consideração
pontos importantes para o comércio.
Primeiro: a data é a segunda melhor em
volume de vendas, perdendo apenas
para o Natal. Segundo: este ano o mês
de maio teve uma característica peculiar e acumulou três feriados (1º - Dia do
Trabalho; 22 – Corpus Christi; 30 –
Sagrado Coração de Jesus), o que diminuiria as vendas naturalmente pela
perda de dias importantes.
Para a presidente do Sindicato do
Comércio Varejista de Londrina e Região (Sincoval), Nájila Nabhan, o acordo
foi bem aproveitado. “A maioria dos comerciantes ficou muito satisfeita. Foi
bom para o consumidor, para os empresários e para o comerciário. Todo mundo
lucra, inclusive a cidade e a região”,
declara. Outra vantagem, na visão de
Nájila, é que a ampliação acaba desafogando o movimento do sábado. Assim,
clientes recebem melhor atendimento.
A experiência abriu precedente para
que as lojas também possam ficar abertas até mais tarde perto de outras datas
comemorativas. “Foi uma experiência para
ver como o pessoal ia reagir e acredito
que foi aprovada”, acrescenta Nájila.
Manoel Teodoro da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Empregados no
Comércio de Londrina, disse que não
dá para fechar uma análise ainda, mas
antecipou que a experiência funcionou
bem em alguns casos. “Acho que quando é bom para os dois lados é bom para
todo mundo e conseqüentemente vai
ser bom para o cliente”, disse. Questionado se foi bom para os dois lados, ele
disse que prefere aguardar para ver se
o acordo estabelecido será cumprido –
Vanessa aprovou a
experiência e sugere
reforço na divulgação
pagamento das horas-extras e valerefeição. “Vamos ver se teremos reclamações”, justifica.
Na avaliação do presidente da ACIL,
Rubens Augusto, o acordo foi bom para
todos e importante para compensar as
perdas que viriam com os feriados do
mês. Além disso, abriu uma via importante de debate sobre alternativas no
horário do comércio. “Foi muito válido,
abriu espaço para novos acordos entre
os dois sindicatos e mostrou que todos
ganharam com isso, o lojista em vendas e o empregado em acréscimo no
salário, muitos, inclusive, são comissionados”, aponta.
O presidente da ACIL chama a atenção para o crescente aumento da concorrência na cidade, com novas lojas e
anúncio de novos shoppings, e nessa
realidade é preciso sempre encontrar
novos caminhos para aumentar as vendas. “Essa negociação foi fundamental
porque estamos com a economia
aquecida. A concorrência é normal num
mundo globalizado e boa para o consumidor, mas é preciso vender mais”,
atesta. Sobre a possibilidade de repetir
a experiência em outras datas, Rubens
Augusto indica: “Acho que como houve
uma negociação dos dois lados, vai
ficar mais fácil das próximas vezes e a
ACIL vai apoiar no que for preciso”.
Maristela, vendedora: “Esse
horário facilita para os
consumidores porque a grande
maioria trabalha até as 18
horas e reflete nas vendas
também”
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
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INCENTIVO, SEM CUSTO
Cultura permite manter
imposto em Londrina
Entidades iniciam mobilização para conscientizar pessoas físicas e empresários sobre
a importância de utilizar a Lei Rouanet para beneficiar projetos culturais do município
José Antonio Pedriali
Especial para a ACIL
A Associação Comercial e Industrial
e o Londrina Convention Bureau estão
deflagrando um movimento para estimular empresários e pessoas físicas a utilizarem a Lei Rouanet para incentivar a
produção cultural local. O município dispõe de um programa específico para o
setor, o Prominc – Programa Municipal
de Incentivo à Cultura, mantido com
recursos públicos e gerenciado pela Secretaria Municipal de Cultura. A proposta da ACIL e do Bureau é envolver as
empresas e as pessoas físicas no financiamento direto de projetos culturais.
Promulgada pelo presidente Fernando Collor de Mello, a Lei Rouanet
permite a dedução parcial ou integral
no Imposto de Renda de doações e
patrocínios para projetos culturais em
várias áreas. O avalista para este abatimento é o Ministério da Cultura, ao
qual os projetos devem ser submetidos
para avaliação.
O movimento, que surgiu da proposta da produtora cultural Silvia Liberati,
conhecedora profunda das dificuldades
de obter o engajamento das empresas
nos benefícios da Lei Rouanet, envolve
também a Delegaria Regional da Receita Federal e Sindicato das Empresas de
Contabilidade. O empresariado local
será motivado por palestras e promoções das entidades envolvidas nessa
iniciativa e, segundo Milena Holthausen, executiva do Bureau, terá longa
duração. “Queremos algo permanente,
uma ação prolongada de convencimento e esclarecimento”, diz.
“Os impostos gerados aqui podem e
devem ser aplicados aqui, e a área
cultural é privilegiada, porque as contribuições podem ser descontadas do
Imposto de Renda”, ressalta Milena.
Além de estimular os empresários,
a campanha pretende orientar os contadores e funcionários administrativos
das empresas sobre como proceder para
operacionalizar as doações para que
elas sejam admitidas na declaração de
renda. Os benefícios previstos na Lei
Rouanet, aponta Milena, enfrentam dois
grandes obstáculos: a dificuldade do
empresário em interpretá-la e do con-
Silvia Liberati explica importância da articulação, durante encontro realizado
na ACIL: proposta dependerá da adesão da comunidade
tador em adequá-las aos balanço das
empresas – ou à declaração anual de
renda da pessoa física.
O delegado da Receita Federal em
Londrina, Sergio Gomes Nunes, reconhece a importância da mobilização,
que permitirá que os recursos destinados à promoção cultural permaneçam
em Londrina, sem a necessidade de
cumprir o ritual burocrático, vigente
em outras iniciativas, de ir a Brasília e
somente depois voltar. A Receita Federal, garante Gomes Nunes, participará
do esforço de esclarecimento sobre as
vantagens contidas na Lei Rouanet e
os procedimentos técnicos para que os
interessados possa se beneficiar dela.
Bandeira - “Queremos profissionalizar esse envolvimento”, explica o
presidente da ACIL, Rubens Augusto,
que atribui à entidade que dirige e ao
Bureau a condição de portadores momentâneos de uma bandeira. “Quanto
mais entidades participarem, melhor”,
diz. Augusto cita como referência a
cidade gaúcha de Gramado que, além
de ser uma atração turística no inverno, promove o mais concorrido Natal do
Brasil, que atrai tanto ou mais turistas
que o inverno. As festividades natalinas de Gramado privilegiam apresentações artísticas de alto nível e, segundo
o presidente da ACIL, adquiriram auto-
nomia do poder público – não dependem
mais de recursos da Prefeitura e de
outras entidades, como a associação
comercial local, uma das responsáveis
por sua implantação. “É uma promoção
altamente lucrativa, coordenada por
profissionais e que emprega cerca de 2
mil pessoas”, contabiliza.
O recurso em larga escala da Lei
Rouanet recolhido por empresários e
pessoas jurídicas de Londrina dará um
“grande impulso” à cultura local, estima o presidente da ACIL. E isso, além
de beneficiar diretamente a classe cultural, repercutirá favoravelmente no
turismo de negócios e de lazer.
Dedução total ou parcial - A lei n°
8.313/91 – conhecida por Lei Rouanet
porque foi concebida por Sérgio Paulo
Rouanet quando ministro da Cultura
do governo Fernando Collor - permite o
abatimento do Imposto de Renda, total
ou parcial, de patrocínios ou doações a
projetos culturais. Esses projetos têm
de ser aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC),
subordinada ao Ministério da Cultura.
Podem candidatar-se aos benefícios
da lei pessoas físicas, empresas e instituições com ou sem fins lucrativos, de
natureza cultural, e entidades públicas
da administração indireta, tais como
fundações, autarquias e institutos,
desde que dotados de personalidade
jurídica própria e, também, de natureza
cultural.
As áreas culturais beneficiadas por
esse incentivo, também conhecido
como lei do mecenato, são: artes cênica, produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e
congêneres; literatura, inclusive obras
de referência; música; artes plásticas,
artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres; folclore e
artesanato; patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, museus, arquivos e
demais acervos; humanidades e rádio
e televisão, educativas e culturais, de
caráter não-comercial.
O abatimento no Imposto de Renda,
no caso das pessoas físicas, pode ser
de 80% das doações e 60% dos patrocínios; no caso das pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real, 40%
das doações e 30% dos patrocínios. As
empresas poderão também incluir o
valor total das doações e patrocínios
como despesa operacional, diminuindo, assim, o lucro real da empresa no
exercício, com conseqüências na redução do valor do imposto a ser pago.
Projetos nas áreas de artes cênicas;
livros de valor artístico, literário ou
humanístico; música erudita ou instrumental; circulação de exposições de
artes plásticas; e doação de acervos
para bibliotecas públicas e para museus. Neste caso, no entanto, é vedada
às pessoas jurídicas com fins lucrativos a dedução do valor da doação ou
patrocínio como despesa operacional.
O valor total a ser abatido do imposto devido não pode ultrapassar a 4% do
valor total no caso das pessoas jurídicas e 6% no caso das pessoas físicas.
Além das vantagens tributárias, o
patrocinador poderá, dependendo do
projeto que apoiar, obter retorno em
produto (livros, discos, gravuras, CDRom´s, etc.) para utilização como brinde ou para obtenção de mídia espontânea. O recebimento de produto artístico gerado pelo projeto está limitado a
25% do total produzido e deve ser destinado à distribuição gratuita.
Mais
informações
em
www.cultura.gov.br/apoio_a_projetos/
lei_rouanet
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
17
INTEGRAÇÃO
Índia,
mais próxima do que nunca
José Antonio Pedriali
Especial para a ACIL
A historia de Londrina é intimamente ligada à Índia, pois um de seus mais
célebres moradores, Celso Garcia Cid,
protagonizou, no final da década de 50,
um dos casos mais rumorosos de importação: 112 cabeças de gado zebuíno
originário daquele país, que o governo
federal, pressionado pelos produtores
mineiros, tardou meses para liberar.
Desse episódio resultou o aprimoramento genético do gado paranaense e
a expansão das raças zebuínas por
todo o território nacional. Do lote importado, Garcia Cid doou 60 cabeças
para produtores do Paraná e outros
estados para que a raça se disseminasse mais rapidamente. O Parque de Exposições Ney Braga dedica um busto ao
marajá de Bahvnagar, protagonista desta
epopéia comercial. Foi ele quem forneceu o gado para Garcia Cid.
Desde então, a Índia desapareceu
da agenda comercial londrinense, embora, nos anos 70 e 80, tivesse uma
importância cultural significativa: diversos professores de origem indiana –
todos PhD - foram contratados pela
Universidade Estadual de Londrina que,
no entanto, não pôde mantê-los por
causa da defasagem dos salários locais
frente a outras instituições de ensino,
notadamente dos Estados Unidos, para
onde foi a maioria desses professores.
Uma nova porta, porém, está se
abrindo. A Índia é o maior exportador
de software e TI (tecnologia da informação) do mundo e está colocando os pés
em território brasileiro. E Londrina está
na rota desta cruzada do futuro.
Sharma, fala a empresários, no ACIL:
empresas indianas estão de olho no
potencial de Londrina
A Satyam, uma das maiores empresas de TI do mundo – opera em 55
países, emprega 52 mil funcionários e
tem um faturamento anual de US$ 2
bilhões – montou no ano passado em
São Pulo sua base operacional para
toda a América Latina. A Satyam está
se associando à Lint – Londrina
Tecnologia de Informação, empresa de
TI montada também no ano passado.
Outras empresas indianas estão de
olho no potencial de Londrina, que está
se consolidando como pólo de TI, disse
Y. K. Sharma, da Índia Trade Promotion
Organisation, empresa do governo indiano dedicada a fortalecer os laços
comerciais com governos e empresas
estrangeiros. Sharma reuniu-se quarta-feira, 14, com um grupo de empresários na ACIL. Sua visita a Londrina foi
intermediada pela Assessoria de Relações Internacionais da UEL e pela agência de fomento regional Terra Roxa.
Os dois países, ressaltou Sharma,
têm em comum uma economia emergente e integram o BRIC, acrônimo
criado pelo grupo de investimentos
Goldman Sachs para designar o grupo
de países economicamente mais promissor da atualidade, formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China. Apesar de
abrir a lista, o Brasil é, entre seus
parceiros, o que apresenta menor expansão econômica, tendo crescido pouco mais de 5% o ano passado, quando
apresentou sua melhor performance
dos últimos oito anos. A China tem
apresentado um crescimento médio de
10% ao ano, e a Rússia e a Índia, de 8%.
O comércio bilateral Brasil-Índia tem
evoluído significativamente nos últimos anos, a partir da ofensiva diplomática iniciada pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que visitou Nova Délhi em 1996. O presidente
Lula incluiu a Índia entre as prioridades da política externa brasileira e já
visitou aquele país duas vezes. O presidente indiano Pratibha Patil acaba de
retribuir a visita. Esteve no Brasil no
mês passado.
Tímido nos anos 80 – aquela década
iniciou com um intercâmbio comercial
de desprezíveis US$ 80 milhões entre
os dois países –, o comércio bilateral
Brasil-Índia tem se acelerado nos últimos anos. Em 2006, atingiu US$ 2,5
bilhões e, no ano passado, saltou para
US$ 4,4 bilhões. A meta dos dois países
é chegar a US$ 10 bilhões em 2010. A
Índia possui um sistema legal rígido,
normas comerciais estáveis e os impostos oscilam em 15% e mostram
tendência de queda.
Além de integrarem o grupo de países
emergentes mais promissores, Brasil e
Índia são sócios em várias iniciativas
diplomáticas. Entre elas o G4 - esforço
para aumentar o número de membros
permanentes do Conselho de Segurança da ONU e o G20, uma ampla
mobilização contra os subsídios agrícolas praticados pelos países desenvolvidos. Brasil e Índia lideram este
movimento.
Sharma, que passou rapidamente
por Londrina, não soube indicar quais
os produtos de origem local com maior
potencial de comercialização com a Índia, mas apontou genericamente o
etanol – menina-dos-olhos do comércio
exterior do presidente Lula e cuja produção está em expansão no Paraná.
Os principais produtos da pauta de
exportação brasileira para a Índia são
óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, gorduras, ceras de
origem animal e vegetal e, naturalmente, um item do qual o Paraná é pródigo:
o óleo de soja. A Índia, por sua vez, nos
vende produtos farmacêuticos e químicos, equipamentos para indústria de
borracha e embalagens, têxteis e, principalmente, combustíveis refinados. A
Tata, maior fabricante de carros da
Índia, tem planos de investir US$ 15
bilhões no Brasil.
Celso Garcia Cid descobriu, 50 anos
atrás, o caminho das Índias. Um país
com 1,1 bilhão de habitantes, dos quais
300 milhões com alto poder de consumo, não pode ser desprezado pelas
novas gerações.
Para obter mais informações comerciais sobre a Índia, acessar:
www.indiatrade.org.br;
www.indiatradepromotion.br
e
www.tradeportalofindia.com
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
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SOCIAL
1968:
“o ano que não acabou”
José Antonio Pedriali
Especial para a ACIL
1968, o “ano que não acabou”, como o batizou o
jornalista e escritor carioca Zuenir Ventura, protagonizou
acontecimentos de grande repercussão histórica, como
a “Ofensiva do Tet”, que marcou o início do fim da guerra
do Vietnã, e o assassinato do líder dos direitos civis
norte-americanos Martin Luther King. Mas nenhum foi
tão estrepitoso, e com conseqüências imediatas e
abrangentes – e duradouras – que o levante estudantil de
maio, em Paris.
Revoltados por terem sido reprimidos durante um
protesto contra a guerra do Vietnã – e quem é que não
protestava, mundo afora e Estados Unidos adentro,
contra essa guerra estúpida? -, os estudantes da
Universidade de Nanterre, de Paris, encastelaramse, nos primeiros dias de maio, na
multissecular Universidade de Sorbonne,
desencadeando, a partir daí, a segunda
Revolução Francesa.
Se a primeira, em 1789 – coincidentemente deflagrada em maio – fez ruir a
monarquia e todo o ordenamento
socioeconômico e cultural do “ancien
régime” e espalhou pelo mundo os princípios da “liberdade, igualdade e
fraternidade”, a rebelião estudantil francesa moldou um novo mundo em matéria de comportamento e relações sociais. A minissaia e a calça jeans tornaram-se símbolos do movimento – símbolos que se incorporaram aos hábitos do
mundo surgido dessa rebelião, comprovando seu caráter duradouro.
“Tudo é possível”, “Sê realista, Peça
o impossível”, “A vida sem tempos mortos”, “É Proibido Proibir” e “Todo o Poder
à Imaginação” foram os slogans mais
utilizados pelo movimento espontâneo
que, iniciado sob a liderança de Daniel
Cohn-Bendit, se alastrou pela sociedade francesa como um tsunami: em poucos dias, as ruas
de Paris haviam se transformado em campo de batalha,
com barricadas por todo lado, e duas dezenas de indústrias haviam sido tomadas pelos empregados.
A rebelião durou um mês e forçou o presidente Charles
De Gaulle a promover uma profunda reforma nas
instituições francesas, entre elas no campo das
relações trabalhistas. Aquela rebelião, que motivou movimentos similares em diversas partes do
planeta, expressava a inconformidade de um mundo perplexo diante do modelo econômico e dos
padrões sociais e culturais do pós-guerra.
Um mundo dominado, num extremo, pelo capitalismo e, conseqüentemente, pelos Estados Unidos – então caminhando resolutamente para o auge da glória e
o poder -, que impunha relações trabalhistas e sociais
atreladas a esse modelo, com reflexos profundos no
universo sociocultural. No outro extremo, uma vasta
porção geográfica subjugada pelo comunismo soviético,
que se inquietava com a falta de liberdade e a estreiteza de horizontes de um regime totalitário, que tudo
controlava – da economia às relações sociais –
menos corações e mentes que não se deixaram
subjugar coletivamente pela força e pela vigilância
que os órgãos de repressão exerciam sobre aquelas sociedades. Esse descontentamento chegaria ao paroxismo com a “Primavera de Praga”,
esmagada em outubro pelos tanques soviéticos. A China vivia o auge da “Grande Revolução Cultural”, eufemismo de Mao Tse-Tung
para empreender a mais vasta campanha
de extermínio de adversários de que se
tem história. Dezenas de milhões de
pessoas foram exterminadas.
O regime militar enfrenta
os primeiros protestos
No Brasil, o regime militar, imposto
quatro anos antes, enfrentava os primeiros protestos populares. O maior
deles foi a “Marcha dos Cem Mil”, no Rio
de Janeiro, em 5 de junho. Organizada
pela União Nacional dos Estudantes, a
manifestação teve a adesão de profissionais liberais e de donas-de-casa. O
monolítico regime de força começava a
apresentar ranhuras que poderiam se transformar em frestas e, para estancar a rebelião incipiente, o presidente
Arthur da Costa e Silva silenciou o Congresso, fechando-o
por 10 meses, tendo como pretexto o acalorado discurso do
jovem deputado Marcio Moreira Alves, que exortara as
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
19
mulheres dos militares a fazerem uma
greve de sexo para forçarem a abertura
do regime.
Em dezembro, Costa e Silva editaria o Ato Institucional Número 5, o
mais draconiano dos instrumentos
legais de que o regime fez uso para
calar a oposição. Dezenas de deputados, senadores, prefeitos, deputados
estaduais e até vereadores perderam
seus mandatos. A censura prévia foi
imposta à imprensa. O instituto do
habeas-corpus foi suspenso.
A reação foi imediata: os partidos
de extrema-esquerda apelaram para a
luta armada e os defensores radicais
do regime criaram o Comando de Caça
aos Comunistas (CCC). A sede da ABI,
no Rio, sofreu um atentado à bomba –
atentado atribuído ao CCC - e o quartel-general do 2º Exército, em São
Paulo, foi atacado com um caminhãobomba, ação reivindicada por uma organização de extrema-esquerda.
Se no campo político o clima era de
confronto – e era apenas o início de um
Universitário tinha um pouco de tudo
– música, teatro e poesia. A grande
vencedora da primeira edição foi Mirian
Plagia Costa, estudante do segundo
ano de Direito. Arrebatou três prêmios. Mirian é jornalista e escritora de
sucesso e atua em São Paulo.
A TV Coroados, única emissora de
televisão local, completava cinco anos
de funcionamento e ainda produzia
seus programas ao vivo, destacandose os comandados por Picolino e Tia
Luci. A Rádio Atalaia dominava a audiência com suas novelas, transmitidas
ao vivo. Naquele ano, “Os Anjos Também Choram”, a mais popular de suas
novelas, fazia jus à explicação da rádio para seu sucesso: ela transmitia,
“todos os dias, amor e ódio, esperança
e desespero, risos e lágrimas”. Depois
das novelas, e não muito diferente
delas, porque teatralizava um acontecimento real, com ênfase para os policiais, “Aconteceu” eletrizava o público. E seu público era formado de crianças, adultos e idosos.
confronto que se prolongaria durante
anos -, na área cultural o movimento
tropicalista ou “Tropicália”, liderado
por Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, instituía
uma gingada que se incorporaria para
sempre ao repertório nacional, e o
“Cinema Novo”, com Glauber Rocha
como expoente máximo, revolucionava a técnica cinematográfica. Os festivais internacionais da canção projetavam ano a ano novas celebridades. No
festival daquele ano, “Sabiá”, de Tom
Jobim e Chico Buarque, interpretado
por Cynara e Cybele, conquistou o
primeiro lugar. O segundo foi atribuído a uma música que se transformaria
num totem da rebeldia: “Para não dizer que não falei de flores” ou “Caminhando”, de Geraldo Vandré.
O apresentador desse programa era
um jovem universitário que se elegeria vereador naquele ano e daria início
a uma das mais brilhantes carreiras
de um político paranaense. Era Álvaro
Dias. Outro radialista, este da Rádio
Londrina, também se elegeria vereador – faria a maior votação entre todos
os eleitos, mais de dois mil votos,
quase o dobro do segundo colocado:
Antônio Casemiro Belinati, que viria a
ser três vezes prefeito e exercer vários
mandatos como deputado federal e
estadual.
Mas o cenário político
londrinense seria abalado aquele ano pelo
surgimento de um político sem experiência na
área e que revolucionou
os métodos de se fazer
política. Dalton Fonseca
Paranaguá deixara a Secretaria Estadual de Saúde para disputar a Prefeitura numa sublegenda do
MDB, projeto no qual talvez nem ele mesmo acreditasse porque era consensual a vitória certa de
João Olivir Gabardo, professor da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras e fundador do MDB
local. E o único vereador
desse partido na Câmara,
“Os anjos também choram”
comovem os londrinenses
E foi nesse ano de 1968 que um
grupo de universitários – entre eles o
estudante de Direito e futuro vereador e vice-prefeito Délio César - lançou a primeira edição do Festival Universitário de Londrina, um festival
que se repetiria ano após ano embora
tenha vestido nova roupagem. É o
FILO – Festival de Teatro de Londrina,
que está completando quatro décadas
de existência.
Em seu nascimento, o Festival
então composta por 15 membros.
Os partidos políticos tradicionais
haviam sido extintos e, em seu lugar,
o regime militar criara dois – o da
situação, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), e o MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), que estava
autorizado a fazer oposição, desde que
uma oposição não muito opositora e
muito menos que ameaçasse a continuidade do regime.
Gabardo era filiado ao PDC (Partido Democrata Cristão) assim como
outro político que migraria para o MDB
e teria grande projeção nacional: José
Richa, então deputado federal no segundo mandato e que viria a governar
Londrina e o Paraná e exercer dois
mandatos como senador.
Paranaguá entrou na disputa para
se transformar, e este era o conceito
corrente, na “azeitona da empada
oposição, aceitou a participação de
Paranaguá para dar mais ênfase ainda
a uma vitória que parecia assegurada.
Paranaguá não tinha filiação política. Exercera a função de secretário
estadual de Saúde por pouco mais de
dois anos no governo de Paulo
Pimentel, da Arena, e, instigado por
seu amigo Orlando Mayrink Góes, que
ocupara a Secretaria Estadual da Fazenda, lançou-se à empreitada eleitoral. Era carismático, extremamente
popular, popularidade que conquistou
como um dos médicos mais brilhantes
da história de Londrina, conceito que
mantém até hoje, tendo iniciado sua
carreira como cirurgião do Hospital
Evangélico em 1955, quando chegou
em Londrina. Era natural de
Jurumenha, Piauí, e cursara Medicina
no Rio, onde passara a maior parte de
sua vida.
Paranaguá tinha, portanto, o perfil
ideal para concorrer à Prefeitura, mas
nenhum traquejo político. Essa fragi-
Gabardo”. Ou seja, para ressaltar o
sabor da iguaria. A população
londrinense, rebelde e independente
por natureza, estava descontente com
o regime militar e via na eleição de
Gabardo o instrumento para manifestar esse sentimento.
As pesquisas realizadas pelo MDB
indicavam que ele tinha de 60% a 70%
das intenções de voto e, se em princípio o partido não pretendia concorrer
com uma sublegenda, instituto criado
pelo regime para dispersar os votos da
lidade foi levada em consideração pela
Arena, partido ao qual ele se apresentou para preencher uma das sublegendas. Foi desdenhado. Recorreu
então ao MDB, que, relutante, o aceitou. Se não ajudasse, pelo menos não
atrapalharia Gabardo.
O carisma e o método revolucionário que adotou em sua campanha,
visitando estabelecimento comercial
por estabelecimento comercial, casa
por casa até onde suas pernas conseguiram levá-lo, e dotado de uma
Paranaguá, a azeitona
que engoliu a empada
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
20
oratória de dar inveja a Bossuet, que
ele soube explorar com maestria no
programa que manteve todos os dias na
televisão, lhe deram a vitória. Uma
vitória arrasadora, a vitória da “azeitona” sobre a “empada”. Obteve 18 mil
votos, quatro mil a mais que Gabardo e
mais que todos os dos três candidatos
da Arena juntos – Paulo Carneiro Ribeiro, homem de confiança do prefeito
de então, José Hosken de Novaes, Mario Stamm e David Ericsson.
O lema inicial de sua campanha – “a
saúde é a suprema lei” – foi sufocado na
reta final da disputa pelo slogan surgido de uma frase em seu programa de
televisão. “Sou moringa fresca”, disse
ele, referindo-se aos ataques dos adversários contra sua pretensão de tornar-se prefeito e exortando os eleito-
gabinete, possível de ser visto da rua, e
atendia qualquer um, a qualquer momento e para tratar de qualquer assunto. Instituiu uma ampla reforma administrativa e construiu, nos dois primeiros anos, mais salas de aula que todas
as que o município construíra nos 34
anos anteriores, desde sua fundação,
portanto.
Entre suas principais realizações
estão: a erradicação de todas as favelas, transferindo seus moradores para
conjuntos habitacionais e saneando as
áreas alagadas que esses favelados
haviam habitado até então; a urbanização de todos os fundos de vale e início
do amplo projeto de urbanização do
Igapó (a cargo do paisagista Burle Marx).
Paranaguá deu início à transposição da
linha férrea, duplicou a capacidade de
res a adotarem esse mesmo procedimento em relação às aflições do dia-adia. Essa frase se associaria de tal
forma à sua imagem que, mal começaram as obras de sua realização mais
vistosa, o ginásio poliesportivo, a população logo batizou o local de
“Moringão”.
Paranaguá não só inovou na campanha eleitoral: adotou, como prefeito,
ações de grande impacto e de efeito
duradouro e assumiu um estilo informal, de soluções rápidas dos problemas, e de acompanhamento constante
das obras sob sua responsabilidade.
Transferiu a Prefeitura, então na esquina das ruas Minas Gerais e Santa
Terezinha para a João Cândido, esquina com a então Jacarezinho (hoje JK),
onde jamais fechava a porta de seu
abastecimento de água e contratou o
primeiro projeto de viabilidade técnica
de utilização da água do Tibagi para o
abastecimento de Londrina. O Parque
das Indústrias Leves foi implantado por
ele, que também criou a Secretaria de
Economia Rural, o Sercomtel duplicou o
número de linhas e surgiu o primeiro
Pronto Socorro Municipal. Ele não pôde,
no entanto, cumprir duas de suas promessas: construir o Teatro Municipal e
uma nova rodoviária.
Paranaguá foi sucedido por Richa,
em 1973, e, em 1988, tentou voltar à
Prefeitura tendo como vice a socióloga
Maria Lucia Victor Barbosa. Mas os
tempos eram outros e sua mudança de
partido – deixara o PMDB, para o qual
voltaria depois – contribuiu decisivamente para seu fraco desempenho. A
O prefeito José Hosken de Novaes
iniciou aquele primeiro de maio de
1968 inaugurando o parque infantil do
Jardim Shangri-lá, na Avenida
Tiradentes, cerimônia que, segundo a
“Folha de Londrina”, atraiu a “petizada”,
fez uma pausa para o tradicional churrasco com os funcionários municipais
e assistiu à travessia do Igapó, vencida
pelos irmãos Jorge e Mauro Takeda, o
primeiro na categoria juvenil, o segun-
Avenida Higienópolis e a “Folha” noticiava que em Londrina e outras 24 cidades
do Paraná a caça estava proibida. E o
Ouro Verde exibia “Chamas de Verão”
com a francesa Jeanne Moureau. Mas o
fato que mais abalava a cidade era o
rigor de uma professora do Ginásio Estadual do Instituto de Educação que,
numa manhã gelada daquele mês, mandou suas alunas tirarem os agasalhos e
as meias compridas que destoassem do
uniforme. O episódio foi denunciado
pelo vereador Sebastião de Oliveira
César, e a Câmara nomeou naquele dia
uma comissão, presidida por Francisco
Olivieri, para investigar o que o jornal
definia como “striptease” no colégio.
Desde o início do mês, a Imobiliária
Veronesi punha à venda, pagáveis em
54 prestações, os apartamentos do Edi-
do na adulta.
Naquele dia, os “trabalhadores
metalúrgicos da região Norte” publicavam um manifesto de quase meia página no jornal, exigindo liberdade sindical, de negociação salarial e de greve,
chamavam a atenção para a necessidade de “ganhar mais”, receber benefícios e alimentação e reivindicavam a
oportunidade de educação”. O manifesto era assinado por Genecy Souza
Guimarães e Arthur Boniogli. E a promoção “Provas Pedestres 1º De Maio”,
da Rádio Alvorada, que completava
quatro anos de existência, lotava a
Concha Acústica.
Em 7 de maio, dia em que os universitários de Nanterre e Sorbonne ocuparam as ruas de Paris, o prior dos
dominicanos de São Paulo, Frei Chico,
desembarcava em Londrina
para dar uma palestra no
auditório da Rádio Londrina.
Ele criticou a “desordem instituída” no Brasil e chamou
a atenção para a “obrigação
de todo cristão de lutar por
uma ordem que beneficie a
maioria de oprimidos”. Frei
Chico fazia parte do grupo de
frades que mantinham contato com a Aliança Libertadora Nacional, de Carlos
Marighela, e que viriam a ceder o convento, localizado no
bairro de Perdizes, para abrigar membros dessa e outras
organizações de extrema-esquerda.
Nesse dia, o Viscardi
inaugurava sua loja na
fício Arthur Thomas, que deveriam ser
entregues em 12 meses e se distinguiam pelo “luxo e conforto”. Do outro lado
da rua Pio XII, “no ponto mais central
da cidade”, o Edifício Tuparandi, em
estado avançado de construção, ainda
possuía unidades à venda, informava o
empreendedor, a Alvorada S.A. Imóveis
e Construção. Para quem estivesse em
busca de um carro, a Transparaná desafiava: “Os novos Esplanada e Regente estão aqui para conquistá-lo”.
No dia 9, quando os estudantes
franceses ameaçavam “a continuidade
do governo de Charles De Gaulle”, dizia
a “Folha”, o embaixador do Japão, Koh
Chiba, descia em Londrina para conhecer seu potencial econômico e o Centro
de Saúde informava que daria “assistência sanitária” aos 221 índios do
posto “Xavier da Silva”, de Tamarana.
No dia 13, um domingo, quando a
rebelião estudantil atingiu seu auge,
levando um milhão de pessoas às ruas
da capital francesa, a “Ronda pela Cidade”, uma das colunas mais longevas
e famosas da “Folha”, alertava: “Impressionante a malandragem de certos
garotos que, ultimamente, têm levado
muito adulto ‘na conversa’. Usando de
todos os ardis para tomar dinheiro dos
incautos. Há engraxates que se oferecem para limpar sapatos, geralmente
de pessoas da lavoura, pelo preço usual. No decurso do serviço, vão se oferecendo para passar ‘mais uma mãozinha de graxa’, um ‘pouquinho de tinta’
e outras coisas aparentemente insignificantes. Ao final cobram pelos ‘serviços extras’ quantias até dez vezes
superior ao combinado inicialmente. E
eleição foi vencida por Antônio Belinati,
na mais emocionante disputa da história política de Londrina: obteve pouco mais de 700 votos sobre José
Tavares, o candidato do PMDB.
A França ferve. Striptease
no colégio abala Londrina
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
se o incauto protesta, armam a maior
confusão e ameaçam chamar a polícia”.
A coluna “Sociedade”, de Osvaldo Militão,
trazia a foto de uma jovem experimentando um par de sapatos e informava:
“Todas as jovens que disputarão dia 24,
no K’neco, o título de Miss Londrina
receberam outro valioso presente. Cada
candidata escolheu um par de sapatos
nas Casas Ajita”. A disputa seria vencida
por Eloísa Helena Ribeiro.
No dia 22, De Gaulle lançou a idéia
de um plebiscito e de reformas sociais
para conter os protestos. As Lojas
Americanas, que se preparavam para
se instalar em Londrina, buscavam interessados em preencher vagas em três
setores: balconistas, escritório e assistência de vendas. Os dois primeiros
setores eram exclusivos a “moças” - e
o terceiro, somente para “rapazes dinâmicos”. No dia 26, quando o governo
francês ordenou que os manifestantes
fossem reprimidos à força, o prefeito
Hosken de Novaes anunciava a inauguração do Sercomtel em 6 de julho e o
secretário de Saúde do Estado, Arnaldo
Busato, doava 200 mil cruzeiros para a
construção da “Cidade Universitária
Paulo Pimentel”, que daria origem ao
Campus Universitário. A Faculdade de
Medicina deveria ser transferida para
lá em setembro.
No dia 29 o governo de De Gaulle
anunciou que a França “poderá recorrer
ao ouro para resolver a crise de produção”. Segundo a manchete da “Folha”,
uma mulher era esmagada por uma
Kombi em Londrina que, segundo o
IBGE, possuía 10.609 veículos (o levantamento fora feito em dezembro do
ano anterior). No dia 31, o movimento
estudantil e a onda de invasões de
indústrias pelos operários mostravam
sinais de enfraquecimento e De Gaulle
anunciava que não renunciaria e dissolvia a Assembléia Nacional. A esquina das ruas Goiás e Paranaguá ganhava um semáforo e Londrina se preparava para receber no dia seguinte a cantora Eliane Pittman. Agora, sim, as
coisas iam ferver por aqui.
21
NOVAS LOJAS
Wal-Mart
terá atacado e
hipermercado na Cidade
Grupo norte-americano anuncia investimentos em Londrina,
confirmando o interesse pelo mercado local
Katia Baggio
Especial para a ACIL
A rede de supermercados Wal-Mart,
que há cerca de dois anos tentou se
instalar em um terreno no Centro da
Cidade, o antigo Colossinho, vetado
pela Prefeitura, agora veio para ficar.
No início do mês, a gerente de Relações
Institucionais do Wal-Mart, Mônica
Moreira, esteve na Cidade para anunciar oficialmente a instalação de duas
unidades do grupo no município.
Um atacado vai funcionar na Zona
Norte, na Avenida Saul Elkind, no Jardim Planalto, com a bandeira Maxxi.
Segundo a representante do Wal-Mart,
esta loja começa a atender ainda este
ano. O hipermercado Big faz parte de
um grande complexo denominado Marco Zero; no terreno ficava a indústria
Anderson Clayton, próximo à Rodoviária (zona leste). No local será construído
o Teatro Municipal, hotel, prédios
residenciais e comerciais, um centro
de convenções e ainda um shopping
center do grupo Sonae Sierra Brasil,
onde o Big vai ser instalado. As lojas e
o Big devem entrar em atividade em
2010. O Big já funcionou em Londrina,
quando pertencia ao grupo Sonae.
Os investimentos do Wal-Mart em
Londrina chegam a R$ 90 milhões, R$
40 milhões somente na obra do Maxxi,
que em 5 mil metros quadrados deve
oferecer 200 postos de trabalho, além de
possibilitar a geração de 600 empregos
indiretos, de acordo com a empresa.
Para o Big está prevista a contratação
de mais 300 funcionários e 900 beneficiados de forma indireta, em 7 mil
metros quadrados de área.
Segundo a gerente, o Produto Interno Bruto (PIB) de Londrina cresceu e a
renda per capita aumentou, o que justifica a ampliação das atividades aqui.
O grupo já trabalha em Londrina com a
marca Mercadorama, mas agora foca os
dois empreendimentos em públicos diversificados. No atacado serão oferecidos 6 mil produtos de uso doméstico e
para pequenos comerciantes. Para o
Big são anunciados 50 mil itens.
Para o prefeito Nedson Micheleti,
“Londrina vive um grande momento, em
que a prefeitura trabalha na infra-estrutura e o empresariado investe na
expansão dos negócios. A escolha do
grupo Wal-Mart por Londrina confirma
a importância da cidade e os atrativos
criados”.
Em 1988 o Wal-Mart entrou em atividade no Paraná, quando inaugurou
uma loja Supercenter e um Sam’s Club
em Curitiba. No final de 2005, mais 35
lojas adquiridas do grupo Sonae foram
incorporadas. O novo Maxxi em Londrina será a primeira loja construída pela
rede depois dessa aquisição. As atuais
40 unidades do grupo no Estado se
dividem em 24 Mercadorama, 9 BIG, 3
Wal-Mart Supercenter, 2 Maxxi e 2
Sam’s Club, presentes em Curitiba e
outros seis municípios – São José dos
Pinhais, Ponta Grossa, Umuarama, Foz
do Iguaçu, Maringá e Londrina.
O Wal-Mart tem mais de 300 lojas
no País, em 17 Estados das regiões Sul,
Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste,
além do Distrito Federal. O grupo detém, ainda, as marcas Bompreço, Hiper
Bompreço, Todo Dia e Nacional e prevê
investimentos de R$ 1,2 bilhão em 36
novas lojas e a criação de 7,1 mil novos
empregos diretos.
O novo shopping anunciado para
Londrina pela Sonae Sierra Brasil tem
investimento estimado em R$ 135 milhões e será construído em uma área
de 80 mil m2. A expectativa é de que,
com 180 lojas satélites, 18 fast-foods,
4 âncoras, 4 restaurantes, um hipermercado, o Big, área de lazer, cinema e
2 mil vagas de estacionamento, o negócio gere 1,5 mil empregos após o início
de sua operação.
JORNAL DA ACIL/Maio 2008
22
Agenda de Treinamentos ACIL –
02 a 04 de Junho
20 a 21 de Junho
TELEMARKETING
GESTÃO ESTRATÉGICA DE FINANÇAS
Horário: 19h às 22h
Carga Horária: 12 horas
Facilitador: Antonia Arlete Schlepak
Horário: Dia 20 das 19h às 22h Dia 21 8h ao 12h
e das 13h a 18h
Carga Horária: 12 horas
Facilitador: CharlesVezozzo
Objetivo: Proporcionar aos participantes um conhecimento geral sobre o profissional de
telemarketing, ressaltando a sua importância e
responsabilidades. Fornecer ferramentas a fim de
desenvolver o atendimento com a máxima qualidade.
Abordagem:
• Telemarketing ativo e Telemarketing receptivo;
• Quais as tarefas, responsabilidades e requisitos
da profissão?
• Call Center / Serviços mais utilizados
• Distribuidor automático de chamadas
• Mailling e cadastros
• Internet – o grande instrumento do telemarketing
• URA – IVR / Monitoria.
• Cuidados profissionais
• Dicas de atendimento / Saber ouvir
• Cuidado com a pronuncia e vícios de linguagem
• Conhecimentos
Investimento: R$ 45,00 para Associados ACIL
R$ 70,00 para não-Associado
9 a 12 de Junho
LIDERANDO EQUIPES E OTIMIZANDO
RESULTADOS
Horário: 19h as 22h
Carga Horária: 12 horas
Facilitadora: Filomena Regina Storti Minetto
Objetivo: Desenvolver as lideranças, trablhar fatores como a motivação, habilidades na comunicação,, no relacionamento interpessoal e nas
técnicas de liderança de pessoas e situações, bem
como, demonstrar a importância do trabalho em
equipe para atingir a sinergia.
Abordagem:
• Transformação do Grupo em Equipe
-Conflito Interpessoal no grupo;
-Estágios de dempenho de grupo;
-desenvolvimento de Equipe
• Comportamento Humano no trabalho
-O Processo de Interação;
-A dinâmica do Grupo;
-As Relações Interpessoais;
• A Liderança, a Motivação e a Equipe de Trabalho
• Participação no Grupo
• Circuito Defensivo x Ciercuito de Aprendizagem
na vida das Organizações
• Liderança e Criatividade
• Projeto de Vida Profissional e Pessoal
Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 90,00 para não-Associados
Objetivo: Proporcionar aos participantes uma
visão geral sobre a importância e responsabilidade de uma eficiente gestão financeira. Através de
ferramentas facilmente aplicáveis possibilitará
melhor planejamento e agilidade na tomada de
decisões e uma maior segurança na manipulação
do dinheiro da empresa.
Abordagem:
• Controles Financeiros básicos X gerencias
• Demonstrativo de Resultados Gerencial
• Pontos de Equilíbrio
• Análise de Sensibilidade do lucro
• Calcúlo da Necessidade de capital de Giro
• Outros indicadores financeiros
Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 90,00 para não-Associados
23 a 26 de Junho
COMO DESENVOLVER E APLICAR
TREINAMENTOS
Horário: 19 às 22 horas
Carga Horário: 12 horas
Facilitadora: Adiles Maia
Objetivo: Capacitar pessoas através do conhecimento de tecnicas de desenvolvimento e aplicação de treinamentos e condução de grupos de
forma eficaz.
Abordagem:
• Características do treinamento Adulto;
• Como identificar a necessidade de Treinamento;
• Tipos diferentes de Treinamentos;
• Escolha do método e seleção do conteúdo;
• Etapas da programação de treinamentos;
• Recursos didáticos e audiovisuais;
• Noções básicas de aplicação de Dinâmicas de
Grupo;
• Aspectos da postura e habilidades importantes
ao instrutor;
• Avaliação e validação do treinamento.
Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 90,00 para não-Associados
23 a 25 de Junho
GERENCIAMENTO DA EQUIPE DE VENDAS
Horário: Das 19h as 22h
CARGA HORÁRIA: 9HORAS
FACILITADOR: SIDNEY KAYAMORI
Rua Minas Gerais, 297 – 1º andar
Tel.: 43 3374-3011 – E-mail:
[email protected]
junho/ 2008
• Análise dos Fatores Externos e Internos das
Vendas
• Desenvolver as Funções do Profissional de Vendas
• As Promoções de Vendas
• Pós Venda
SERVIÇO ESSENCIAL
Mario Tavares
preside conselho
da Sercomtel
Investimento: R$ 45,00 para Associados ACIL
R$ 70,00 para não-Associados
30 de Junho a
3 de Julho
QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS
CLIENTES
Horário: 19h às 22h
Carga horária: 12 horas
Facilitadora: Marina Barboza de Paula
Objetivo:
Apresentar técnicas e abordagens práticas no
atendimento de qualidade prestado pelos profissionais da área de atendimento e vendas, aos
clientes internos e externos, pessoalmente e
por telefone, com o enfoque no relacionamento
interpessoal ético e profissional.
Abordagem:
• Como podemos definir um excelente atendimento pessoal?
• Razões para se prestar um excelente atendimento aos clientes;
• Como encantar os clientes no atendimento
telefônico?
• O que são momentos da verdade no atendimento?
• Fatores comportamentais que facilitam e que
dificultam o atendimento;
• Como manter o padrão de qualidade nos atendimentos difíceis?
• Perfil atual do profissional de atendimento;
• Expectativas dos clientes em relação ao atendimento oferecido pelas empresas;
Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 90,00 para não-Associados
30 de Junho a
3 de Julho
DESENVOLVENDO COMPETÊNCIA EM
VENDAS
Horário: 19h às 22h
Carga Horária: 12 horas
Facilitadora: Cristiane Zagui Egoshi
Objetivo: Proporcionar aos participantes o conhecimento de formas mais adequadas de apresentação, comunicação, estratégias de planejamento e
de atendimento, sensibilizando-os para as mudanças comportamentais que tragam resultados
para o negócio.
Abordagem:
Processos de comunicação;
Competências interpessoais para o profissional;
Inteligência emocional;
Postura do vendedor;
Planejamento e metas;
Atendimento ao cliente;
Tipos de clientes e como atendê-los;
O processo de negociação em vendas(foco na
postura)
• O processo ce mudança
Objetivo:
Aprimorar os principais fatores do Gerenciamento
da equipe de Vendas para despertar e desenvolver
seus colaboradores para um aprimoramento nas
vendas.
•
•
•
•
•
•
•
•
Abordagem:
• A Globalização X Dinâmica Gerencial
• Os Papeis do Gerente Profissional
• Filme sobre Liderança de Grupo
Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL
R$ 90,00 para não-Associados
Ex-diretor da empresa
representante da ACIL
órgão que representa
usuários da companhia
telefonia fixa
é
no
os
de
O administrador Mário Jorge de Oliveira Tavares é o primeiro presidente
do Conselho de Usuários do Serviço
Telefônico Fixo Comutado – STFC, na
condição de representante da ACIL.
Tavares foi eleito no dia 15 deste mês
e cumprirá mandato de um ano, tendo
como vice-presidente João Athanazio.
A criação do órgão é uma exigência da
Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, que supervisionou o processo realizado na Sercomtel. A operadora londrinense é a primeira empresa
do setor no País a criar o conselho.
O Conselho de Usuários tem como
atribuição avaliar os serviços oferecidos pela operadora e a qualidade do
atendimento prestado, além de propor
sugestões de melhoria e apresentar
soluções para conflitos entre a companhia e seus usuários. primeira reunião
do grupo estava marcada para o dia 20.
Também fazem parte do conselho
Antonio
Gomes,
Sonia
Goes
Giovenazzi, Dárcio Hélio Longhi, Délcio
Antonio Torres A. Júnior e Evander
Pereira. O Procon é representado por
Flávio H. C. Paula.
Mário Jorge Tavares tem uma relação profunda com a operadora londrinense. Ele coordenou várias áreas técnicas e diretorias e até ocupou a presidência da Sercomtel.
Conselho Tutelar
elege novos
integrantes
O Conselho Tutelar dos Direitos da
Criança e do Adolescente realizada eleições para a escolha de novos membros
no dia 1º de junho. Para votar, a pessoa
deve ter domicílio eleitoral em Londrina, comparecer aos locais de votação
com um documento de identidade com
foto: carteira de identidade, RG, carteira de trabalho, carteira de motorista,
carteira de reservista.
Londrina tem três conselhos tutelares, com um total de 15 conselheiros,
distribuídos nas regiões Norte, Centro
e Sul. Locais de votação: 40 locais –
veja listagem completa nas Unidades
Básicas de Saúde, terminais urbanos,
ônibus, escolas municipais e estaduais e outros locais públicos. O horário
de votação é das 9h às 17h.
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EDUCAÇÃO E CIDADANIA
Lapidando talentos
Trabalho do Instituto Bom Aluno em Londrina permite que estudantes de escolas
públicas conquistem espaços que normalmente só seriam ocupados por quem
sempre teve condições de freqüentar a rede particular
Fernanda Bressan
Especial para a ACIL
Dinheiro compra inteligência? Um
talento mal trabalhado acaba sendo
desperdiçado? Até que ponto a escola
determina o sucesso de um aluno?
Esses são alguns questionamentos
cujas respostas são, muitas vezes, fundamentais para o futuro dos jovens. No
Brasil a diferença da formação dada em
escolas públicas e particulares é imensa, e esse é um dos fatores que levam
alunos que estudaram a vida inteira
em instituições privadas a conquistarem a maioria das vagas no ensino
superior, principalmente nas universidades públicas. Mais uma vez os alunos que não tiveram a oportunidade de
freqüentar bons bancos escolares acabam prejudicados por terem dificuldade de pagar mensalidade em faculdades
particulares, onde é mais fácil conseguir uma vaga.
É como bem descreveu o economista Cláudio de Moura Castro em artigo
publicado na Revista Veja do dia 7
deste mês. Ele comparou o cérebro
desses alunos talentosos a diamantes
que acabam sendo descartados por não
encontrarem espaço para se lapidar.
“Países vencedores são os que operam
bem na nova economia do conhecimento. Nessa nova economia, a riqueza
mais preciosa são os cérebros bem
lapidados. Lamentavelmente, jogamos
no lixo essa matéria-prima”, sentenciou em seu artigo.
Mas, para a sorte de estudantes e
da sociedade que se beneficia com a
inteligência deles, um movimento vindo de empresários sensíveis a essa
questão está mudando a realidade de
alguns talentos. No Paraná há o
Michelle, futura cardiologista: “Quando puder, quero manter vários
alunos.”
André Lucas: sonho de ser arquiteto
Luís Fernando: aprovado em Medicina
Instituto Bom Aluno, que começou em
Curitiba em 1994 e veio para Londrina
em 2000 trazido pelos empresários Ary
Sudan e Luiz Carlos André. Os primeiros frutos já aparecem, como é o caso
de Michelle Tavares de Lima, atualmente no último ano do curso de Medicina. Outro aspirante a médico que
conseguiu uma vaga na UEL este ano é
Luiz Fernando Rodrigues de Oliveira.
São exemplos de pessoas capacitadas,
esforçadas e inteligentes que dificilmente conseguiriam o mesmo espaço
se não tivessem feito parte do projeto.
A psicóloga Lílian Gava Ferreira, coordenadora do Bom Aluno, mostra com
números a eficácia do projeto. A média de
aproveitamento dos estudantes no ENEM
foi de 80%. Ao todo são 40 alunos: 24 no
ensino fundamental, oito no ensino
médio, dois fazendo cursinho e seis em
cursos superiores. Um processo de seleção em andamento vai incluir outros 25
nessa lista. Eles recebem bolsas de estudo, todo o material didático, ajuda para
transporte e alimentação e o que for
necessário para garantir uma boa formação. O instituto se mantém com a colaboração de 11 mantenedores e vários
parceiros, entre eles escolas particulares e de idiomas.
A seleção dos estudantes, explica
Lílian, é feita com alunos da 5ª série e
tem cinco etapas, entre entrega de
documentos, provas, dinâmicas de grupo, entrevista e visita domiciliar. Uma
vez aprovados, os estudantes continuam na escola onde estudam durante a
6ª série e passam a receber reforço de
matemática e português pelo instituto.
Na 7ª série são inseridos em escolas
particulares – atualmente Marista,
Nobel e escola Paralelo Aulas Particulares são parceiros do projeto – e também começam a freqüentar aulas de
inglês – os parceiros são Instituto Britânico de Línguas (IBL) e Kids Teens.
Além disso, até a 8ª séria os alunos
têm aulas de desenvolvimento de pessoas e hábito de estudo e devem mostrar que estão interessados e se dedicando. “Os alunos apoiados pelo projeto
precisam ter bom comportamento, freqüência de 90% nas aulas e notas acima
de 7 para se manter no programa”, acrescenta a psicóloga. Cumprindo esses requisitos, são acompanhados até a pósgraduação com tudo o que precisarem. E
é nessa hora que a ajuda de profissionais liberais voluntários aparece. Eles
atendem os alunos quando preciso.
“Tudo o que estiver interferindo no rendimento deles nós vamos atrás para
resolver”, destaca a coordenadora.
Para atender mais estudantes, o Instituto está atrás de novos parceiros e mantenedores. O
custo médio de cada aluno é de R$
510 por mês, valor mínimo pago
pelos mantenedores que atualmente são: Rondopar, Tamarana
Metais, Pepilon, Aesa, Brumax,
DLS Transportes, Casas Ajita,
Ultramed, Plaenge, Indusfrio e
Indrel.
Vidas enriquecidas – O processo de seleção para o Bom Aluno começa com estudantes do
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ensino fundamental. Mas a história de
Michelle Tavares de Lima com o Instituto foi um pouco diferente. Filha de
pais separados e precisando trabalhar
para ajudar a custear as despesas da
casa, ela freqüentou escola pública durante toda a vida escolar e quando
terminou o ensino médio passou a
estudar em casa com o sonho de se
tornar médica. “Trabalhava como secretária em uma escola municipal e
estudava em casa à noite e de madrugada”, recorda.
O sacrifício rendeu duas vagas para
o curso de Medicina – uma na UEL e
outra na UFPR. Mas o sonho pararia aí,
afinal, como Michelle poderia estudar
em tempo integral se precisava do dinheiro ganho como secretária para viver? Foi aí que os empresários Ary
Sudan e Luiz Carlos André apareceram.
“Uma professora da escola que é conhecida do Sr. Luiz viu meu desespero,
que eu precisava trabalhar para ajudar
a minha família, mas queria fazer Medicina, e eu acabei entrando no projeto”, diz. Para que ela pudesse estudar,
o Bom Aluno passou a pagar o valor do
salário que ela ganhava e ainda custear
despesas com livros, material de apoio
e vale-transporte. A ajuda vai além do
material. Michele frisa que os empresários se preocupam com o rendimento
deles, perguntam como estão as coisas
na faculdade, dedicam um carinho especial a cada um. “Se não fosse essa
ajuda eu poderia estar ainda trabalhando como secretária, sem perspec-
25
tiva de vida e desgostosa”, afirma
Michele.
Mas não foi o que aconteceu e agora
ela se empenha para ganhar mais uma
batalha. Michelle quer uma vaga na
residência de cardiologia, e até concluir os estudos segue no Instituto. “A
partir do momento que eu resolvi estudar na UEL, eles me deram todo o
material didático, dinheiro para viajar
para congressos, para xerox, roupa branca, e tudo o que precisei. As aulas de
inglês então foram fundamentais porque os artigos do curso são todos em
inglês”, reforça a universitária. Michelle
diz que o Bom Aluno foi a melhor coisa
que poderia ter acontecido na vida dela.
“Quando eu puder, quero manter vários
alunos.”
No início do caminho traçado por
Michele está Luiz Fernando Rodrigues
de Oliveira. Ele começou no Bom Aluno
ainda na 6ª série. Conforme lembra o
estudante, o pai dele viu no jornal que
estavam fazendo a seleção para o programa e aí começou a história. Luiz
Fernando passou nos testes e de início
teve as aulas particulares de reforço.
Quando estava na 7ª série, começou o
curso de inglês no IBL e no ensino
médio entrou no Colégio Marista. “Com
certeza isso fez a diferença, inclusive o
apoio das aulas particulares. Quando
eu entrei no Marista o pessoal até
estranhava porque eu vinha de escola
pública e ia melhor que eles. Mas isso
aconteceu porque eu tinha acompanhamento desde a 6ª série, e aí entrei
no ensino médio sabendo mais e ficou
mais fácil”, relata.
Quando concluiu o 3º ano, Luiz
Fernando acabou não conseguindo a
vaga no curso de Medicina, mas como
ficou bem colocado teve novo apoio do
Bom Aluno para continuar estudando.
Fez cursinho no Colégio Universitário e
conseguiu a vaga que tanto queria. De
todo esse processo, Luiz Fernando guarda boas experiências de vida. “A convivência que tive foi muito boa. Quando
você estuda na escola pública e depois
vai para a particular, você tem visão de
dois mundos.”
Ele diz que no início a mãe teve
receio que ele não se adaptasse à realidade de escola particular, mas não foi
isso o que aconteceu. “Foi bem tranqüilo, fui eu e mais um do Bom Aluno
para o Marista e a gente conseguiu se
integrar fácil”, recorda.
Agora como estudante de Medicina,
Luiz Fernando precisa de livros e material para seguir estudando. “Tenho toda
a base para ficar tranqüilo e estudar”,
garante. Se não fosse o apoio do projeto, o estudante poderia ter tido um
destino diferente. Ciente disso, quer
dar destinos diferentes também para a
vida de outros jovens. “Não chegaria
aqui se não tivesse o apoio, hoje tenho
uma perspectiva de querer ajudar os
outros. Você sabe que foi difícil chegar
e passa a valorizar isso ainda mais. Já
que fui ajudado, quero ajudar outra
pessoa.”
André Lucas dos Reis Cuenca é
outro talento abraçado pelo projeto. Na
7ª série, ele estuda no Marista desde o
começo deste ano e faz aulas de inglês
na Kids Teens. André lembra que estava no Colégio Hugo Simas quando a
diretora chamou para que ele participasse da seleção. O dia em que ficou
sabendo que tinha sido aprovado foi
muito especial. “Foi um pouco engraçado porque eu estava sozinho em casa
assistindo à televisão e o telefone toca
falando que eu passei. Saí na rua gritando, foi uma felicidade muito grande.”
Uma vez aprovado, André seguiu a
mesma trajetória de Luiz Fernando,
tendo aulas de português e matemática
como reforço. Este ano ganhou a vaga
para mudar de escola. “No início foi
estranho porque eu estava acostumado a conviver com as mesmas pessoas,
estudei seis anos no Hugo Simas, mas
me adaptei fácil”, enfatiza.
Nesses primeiros meses de escola
nova, André já percebeu algumas diferenças. “Está sendo bem legal porque
os professores dão aula muito bem e,
além disso, dão apoio psicológico para
você não perder a motivação de estudar. O ensino é um pouco mais puxado
e o conteúdo é melhor”, analisa.
Consciente de que tem uma boa
oportunidade nas mãos, ele não quer
desperdiçar nada do que conquistou. E
já pensa no futuro, atualmente alimentando o sonho de ser arquiteto.
“Tenho que agarrar (a oportunidade).”
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Novo site do Londrina Convention
traz agenda integrada de eventos
Entrou no ar quarta, dia 7, o novo site do Londrina Convention, em café da manhã
que reuniu o prefeito e o vice de Londrina, associados, convidados e imprensa. O
novo site é mais completo de fácil navegação, com agenda integrada e
informações atualizadas sobre Londrina como destino.
No tradicional Café Com Convention realizado na quarta-feira, dia
7 de maio, no restaurante Alameda, o
Londrina Convention & Visitors Bureau
(LCVB)
lan çou
o
novo
site:
www.londrinaconvention.com.br. Do
evento, que também faz parte das comemorações dos 10 anos da entidade,
participaram o prefeito de Londrina,
Nedson Micheleti, o vice-prefeito, Luiz
Fernando Pinto Dias, o diretor de turismo do Idel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Rafael Sapia, associados, convidados e imprensa. Todos foram recepcionados ppresidente
do Londrina Convention, o empresário
Nivaldo Benvenho e pela gestora executiva, a turismóloga Milena Holthausen.
O novo sitetraz uma agenda integrada de eventos em que todos podem e
devem cadastrar eventos que serão realizados. Através deste cadastramento
e após análise pela equipe técnica do
convention,o realizador, organizador,
patrocinador e comunidade regional
tem informações sobre o que acontece
em Londrina e região, através de um
Calendário de Eventos. Um dos objetivos da agenda integrada de eventos é
evitar a coincidência de datas para eventos da mesma área possibilitando a
maior participação do público e o sucesso do evento para o realizador.
O sitetraz também, informações turísticas e históricas sobre Londrina,
além de dados sobre a infra-estrutura
Mini-Rodada de Negócios
Prefeito
Nedson
Micheleti
participa do
lançamento
do novo site
da cidade, nas áreas gastronômica, de
hotelaria, malha aérea e viária, entre
outros. Tem mapa da cidade, videos,
cultura regional e entretenimento. Os
programas, serviços, eventos e roteiros do Londrina Conventiontambém estão neste novo site, bem como serviços
específicos para os associados. São
roteiros do agronegócio, cultural, programas de capacitação de mão de obra,
materiais e informativos editados, além
de notícias.
Acesse, se informe e cadastre seus
eventos: www.londrinaconvnetion.com.br
28ª FML abre inscrições
Programada para os dias 10 a 26 de julho de 2008, a 28ª edição
do Festival de Música de Londrina (FML) abre inscrições com
encerramento no dia 20 de junho e será realizada no Colégio
Mãe de Deus (avenida Pará, nº: 845- Londrina/PR).
Este ano o
28º Festival oferece 63 cursos ministrados por 52 professores e
profissionais.
Todos os cursos de instrumentos, voz e estruturação musical
podem ser visualizados, com os devidos professores e cargas horárias no site do festival (www.fml.com.br).
As inscrições podem
ser feitas também via
site ou na sede do evento, que fica a Praça 1º
de maio, nº 110, Londrina / Paraná, com
CEP: 86010-120.
Expoparlog 2008
Pela primeira vez será realizada no
Paraná uma feira de Logística. A
EXPOPARLOG 2008 tem agenda para os
dias 28 a 30 de maio, no Parque de
Exposições Ney Braga, em Londrina/PR.
O evento é uma realização da Associação
Paranaense de Logística (ASPAL), com a
organização da A2J Eventos.
A I Feira de Logística, Segurança do
Trabalho e Meio Ambiente contará com
feira de produtos e serviços relacionados
a logística, segurança, gestão, controle,
tecnologia, processos, responsabilidade
ambiental, entre outros e lançamentos
da área. www.aspal.org.br/expoparlog
O Londrina Convention realizou
entre os dias 11 e 16 de maio, o II
Circuito LC&VB de Mini-rodadas de
Negócios. Participaram nove Empresas Âncoras, com solicitação de
ofertas para 15 segmentos e 62
prestadores de serviços do trade
turístico de Eventos de negócios
Esta foi a segunda edição do novo
formato para a Rodada de Negócios,
que era realizada duas vezes ao ano:
em março e novembro e que
acontecia em apenas um dia. Os
resultados da mudança são mais
agilidade nas negociações, agendas
diversificadas e distribuídas pelos
dias do Circuito, facilitando a
participação e ampliando o tempo de
negociação entre os participantes.
Visita de Inspeção
No próximo dia primeiro de junho
estarão em Londrina, quatro membros
do Comitê Olímpico Brasileiro para a
visita de inspeção aos clubes, espaços
esportivos e infra-estrutura da cidade
O município é candidato (junto com
Maringá) a sediar os Jogos Escolares
Brasileiros (JEBs), programados para
novembro de 2009, conhecidos como
Olimpíadas Escolares e também as
Olimpíadas Universitárias (JUBs –
Jogos Universitários Brasileiro), que
serão realizados em julho de 2010. O
resultado será divulgado no dia 31 de
julho.
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