Ano 5 - Número 71 - MAIO 2008 A experiência que deu certo Os dias 8 e 9 deste mês estão definitivamente inseridos na história do varejo de Londrina. Na verdade, são as noites de 8 e 9 de maio de 2008, que tiveram lojas abertas até 21 horas, como resultado de um acordo entre os sindicatos Patronal e dos Comerciários. O motivo foi o Dia das Mães. O resultado foram ruas tomadas por consumidores e lojas cheias. A experiência foi aprovada por empresas, trabalhadores e compradores. A cena, até agora, só podia ser vista no período do Natal. Pesquisa da ACIL revela que 76% dos empresários estão otimistas Página 11 Advogado alerta para mudanças da Previdência Página 10 FOTO: Josoé de Carvalho Página 14 e 15 “Patrão” defende indústrias Fundador da Folha de Londrina, dono de uma personalidade extrovertida, parceiro em grande parte dos grandes projetos de Londrina em mais de seis décadas. João Milanez, aos 81 anos, tem uma convicção sobre o futuro do município: “ É preciso ter uma indústria mais forte”. Páginas 3 a 5 Mãe e filha observam vitrine em loja no Centro de Londrina na sexta-feira à noite: tempo para ir às compras Maio de 68; em Londrina, no Brasil, no mundo Páginas 18 e 21 JORNAL DA ACIL/Maio 2008 2 EDITORIAL CARTA DO LEITOR PLANO DIRETOR, Gente grande TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO Londrina tem nessas semanas que se seguem uma grande responsabilidade e uma inquestionável oportunidade. A apresentação do Plano Diretor do Município, feita pela Prefeitura, exige a participação da sociedade na definição das ações e regulamentações referentes à infra-estrutura da Cidade, entre outras medidas. O Plano vale por 10 anos. Ao final desse período, será revisto ou até substituído, caso assim seja definido. Participar ativamente desse debate é primordial para um município como Londrina, já que o Plano Diretor é muito mais do que um conjunto de leis e normas. Ele é um balizador, uma espécie de desenho do que vai mudar no município ao longo de uma década. É preciso olhar o futuro e planejar, com responsabilidade, o que é preciso para que Londrina siga pelo caminho certo. Um erro de planejamento, de estratégia, de visão urbana, e a Cidade pagará caro nos anos que virão. Basta lembrar a velocidade do crescimento da frota de veículos. Como evitar que o trânsito urbano entre em colapso. Diferente dos demais municípios fundados pela Companhia de Terras Norte do Paraná, cujo perfil é marcado pelo planejamento urbano, Londrina foi criada com a perspectiva de ter menos de 10% da população que tem hoje. E a área central é a mesma da época da fundação. Se engana quem imagina que a elaboração de um Plano Diretor é missão apenas para técnicos. Na realidade, são as pessoas – em todas as suas atividades – que devem oferecer as informações, as necessidades e problemas para que os planejadores possam fazer o seu trabalho com menores possibilidades de risco. Levando em conta, sempre, que o interesse coletivo é o que deve prevalecer. Me lembro que na década de 70 foi feito pela Prefeitura um planejamento para Londrina no ano 2000, que contemplava entre outras obras importantes, a Via Expressa, ligando as regiões Norte e Sul; a retirada da linha de trem do Centro da Cidade para que em seu leito fosse criada a avenida que liga hoje as regiões Leste e Oeste; a duplicação da Avenida JK, do Canadá Country Club até a Avenida Santos Dumont. Estas três obras foram feitas. Não dá para imaginar Londrina sem elas. Os desafios agora são diferentes e tornam-se cada dia maiores. Obras fundamentais são necessárias para prover Londrina de alternativas de crescimento, escoamento e desenvolvimento sustentável. Por isso que o planejamento precisa ter continuidade, independentemente das mudanças de administração pública. Um exemplo disso é a duplicação da Via Expressa em direção à Zona Norte, a atual rodovia João Carlos Strass. Independente de quais obras, estruturas e sistemas estejam previstos na proposta apresentada pela Prefeitura, a sociedade deve fazer o seu papel, que é estar definitivamente dentro do processo. Erros podem ser corrigidos, acertos podem ser inseridos. Para que haja esse acompanhamento, a construção do plano deve ser aberta e discutida com a comunidade de forma ampla, contemplando a análise do máximo de variáveis possíveis e garantindo a sua representatividade. Essa transparência garante legitimidade. FUNDADA EM 5 DE JUNHO DE 1937 RUA MINAS GERAIS, 297, 1º ANDAR, ED. PALÁCIO DO COMÉRCIO. LONDRINA – PR CEP 86010-905 TELEFONE (43) 3374-3000 FAX (43) 3374-3060 E-MAIL [email protected]. Ary Sudan Segundo Diretor-Industrial Bruno Veronesi Diretor de Serviços Marcelo Bisatto Cardoso Segundo Diretor de Serviços Fernando Lopes Kireeff Diretor de Relações Metropolitanas Flavio Montenegro Balan Segundo Diretor de Relações Metropolitanas Enio Luiz Sehn Júnior Diretor de Relações com Shopping Centers Edivaldo Gomes de Souza Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers Francisco Henrique Francovig Diretor de Relações Comerciais com Bairros Carlos Henrique Dias Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros Resíduo orgânico Desde o inicio do mês de maio, a Prefeitura vem cobrando dos geradores de resíduo orgânico (restaurantes, hotéis, similares). Que os mesmos cumpram a lei estadual de 1999, em dar destinação final a esses resíduos acima de 200 litros/dia; atividade que até então era executada pelo município. Esta cobrança pega os empresários meio que de surpresa, apesar da lei ser antiga; não era cobrada até agora. Penso que, nós empresários, não podemos ficar reclamando, mas usar nossa criatividade e ferramentas, como as que a tecnologia já nos oferece. Lembro que, há 15 anos, o uso de produtos processados não era tão usual no nosso dia-a-dia. Hoje, porém, temos a oportunidade de comprar em quantidade todo tipo de alimentos e matéria-prima em embalagens institucionais, que nos permitem menos retrabalho e menor perda, diminuindo a geração de resíduos orgânicos. Se encaixam nessa nova condição alimentos como legumes, cortes de frango, carne bovina, entre outros. O MacDonald’s, por exemplo, usa tudo industrializado em seu processo. Creio que todo empresário do setor tem que repensar os seus processos e se adaptar à nova realidade, uma vez que dificilmente a lei será alterada. Rogério P. Chineze, industrial Caixa Postal é uma nova seção do Jornal da ACIL, destinada à opinião, sugestões e críticas dos leitores. Os textos devem ter no máximo 20 linhas. [email protected] Rubens Benedito Augusto Rubens Benedito Augusto Presidente Marcelo Massayuki Cassa Vice-Presidente Nivaldo Benvenho Diretor-Secretário Rogério Pena Chineze Segundo Diretor-Secretário Juliana de Souza Diretora-Tesoureira Sérgio Yoshimi Obara Segundo Diretor-Tesoureiro Silvana Martins Cavicchioli Diretora-Comercial Jurandir Costa Segundo Diretor-Comercial Herson Rodrigues Figueiredo Junior Diretor Industrial Recomendo a leitura da última edição do Jornal da ACIL, número 70, de abril. É jornal de gente grande, com boas matérias. Particularizo duas: “A Colômbia, quem diria, exporta segurança urbana”, assinada pelo competente José Antonio Pedriali; e “A Câmara, segundo o cidadão”, da Anne Festucci. As duas matérias abordam questões interessantes, tanto em relação aos temas em si mesmos, quanto às colocações ali produzidas pelos jornalistas e as pessoas ouvidas. Creio que vale a pena realçar com tintas fortes as boas coisas que acontecem em Londrina. Newton Moratto , advogado Rosângela Khater PRESIDENTE DO CONSELHO DA MULHER EMPRESÁRIA CONSELHO DELIBERATIVO Francisco Ontivero Eduardo Yoshimura Agita Nestor Dias Correia Leonardo Makoto Yoshii José Augusto Rapcham David Dequech Neto Helenida Taufik Tauil da Costa Branco CONSELHO FISCAL TITULARES Yukio Agita Luis Bernardo da Veiga Valter Luiz Orsi SUPLENTES Cristiane Yuri Toma Moisés de Souza José Mario Tarozzo O “Jornal da ACIL é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da ACIL”, incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]. Coordenação e edição Roberto Francisco Fotografia Josoé de Carvalho e Divulgação Revisão Maria Christina Boni Colaboradores Fábio Luporini Fernanda Bressan José Antonio Pedriali Jota Oliveira Kátia Baggio Laila Menechino Diagramação e tratamento de imagens Estela Meneghetti Impressão Folha de Londrina Tiragem 11.000 exemplares JORNAL DA ACIL/Maio 2008 3 ENERGIA Indústria, necessidade maior de Londrina Mas futuro está nos serviços – prevê João Milanez, fundador da “Folha de Londrina” Jota Oliveira Especial para o Jornal da ACIL Desde que chegou à poeirenta Londrina, em 1947, o catarinense João Milanez sentiu, na agitação da cidade, uma promessa de futuro. Veio empregado, como vendedor de títulos de capitalização, mas não se sentia um vendedor – “Cheguei a vender, mas não fui vendedor forte não” – disse Milanez ao Jornal da ACIL. Ele veio de São Paulo, a serviço da Companhia Internacional de Seguros, mas trabalhou pouco tempo nela. Logo ao chegar, decidiu: “Vou ficar em Londrina”. “E estou aqui até hoje, graças a Deus.” Em 1948, tornou-se sócio do jornalista Correia Neto, que também viera de São Paulo, e lançaram um jornalzinho chamado “Folha de Londrina”, que se transformaria num dos maiores jornais do interior do Brasil. Foi o começo de uma longa amizade: João Milanez e Londrina. Ele é testemunha do progresso da Cidade, dos seus sucessos e problemas nestes 61 anos. Afirma que a principal exigência de Londrina, para continuar se desenvolvendo e se livrar de, ou amenizar, problemas sérios como desemprego e criminalidade, é a industrialização. A maior necessidade de Londrina – afirma - “é ter uma indústria mais forte”. “Acho que indústria é um problema sério. Falta isso pra Londrina.” Em sua opinião, uma “indústria mais forte” ofereceria mais empregos, faria girar mais recursos e diminuiria problemas decorrentes do desemprego e da miséria. Sem Universidade, cidade não é cidade Sobre o mais importante dos instrumentos públicos e privados que impulsionaram o desenvolvimento de Londrina, Milanez não tem dúvida: “Inegavelmente foi a Universidade. Uma cidade, pra ser chamada cidade, tem que ter Universidade. E Londrina tem”. “Mas teve outras coisas, lógico, como Iapar, Centro de Pesquisa de Soja, Cacique de Café Solúvel, que foi um marco; Sociedade Rural, Associação João Milanez: o “Patrão” e o jornal que ele construiu e que ajudou a construir o desenvolvimento da região Comercial, Associação Médica. As entidades de Londrina, todas elas, têm prestígio extraordinário...” Muita gente chama Milanez de “doutor”. Ele ri disso, porque nunca passou do curso primário, apesar de dar grande valor à escola e aos estudos. Pensando assim é que considera a Universidade Estadual o “passo forte” no caminho de Londrina para o desenvolvimento. No segundo semestre de 2004 a Universidade de São Paulo (USP) promoveu, na capital paulista, o ciclo de palestras “Cidade e Universidade: Aspectos de um Patrimônio Comum”, para discutir “de que forma a cidade e a universidade pertencem a um mesmo processo de construção e afirmação da modernidade e da civilização ocidental”. Em março de 2006 a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado, a Universidade Federal do Paraná e a PUC-PR divulgaram o relatório de pesquisa intitulado “Impacto Econômico de Curto Prazo das Institui- ções de Ensino Superior Paranaenses”. No sumário desse estudo, os professores Cássio Rolim, da UFPR, e Ricardo Kureski, da PUC, dizem que “o impacto de uma universidade sobre a economia da região em que ela está inserida pode ser visto numa perspectiva de curto prazo e em outra de longo prazo. No curto prazo (cerca de dois anos) ele é dado pelo quanto a Universidade acrescenta com os seus gastos à renda e ao emprego da região, bem como ao montante de impostos arrecadados. No longo prazo o impacto é dado pelo quanto a Universidade aumenta a produtividade e competitividade da região, através do aumento do número de pessoas qualificadas e pelo aumento dos conhecimentos em geral que resulta no aumento da produtividade da força de trabalho”. Segundo o mesmo estudo, naquele ano a Universidade Estadual de Londrina gerou R$ 354.573.704, e todas as 15 instituições de ensino superior mantidas pelo Estado geraram R$ 1.075.854.466. Mais um levantamento está sendo concluído. Se for acrescentada àquele número a renda gerada por escolas superiores federais e privadas, João Milanez terá ainda mais razão quando destaca a Universidade como geradora de desenvolvimento e renda. Portador apenas do curso primário, JORNAL DA ACIL/Maio 2008 4 e talvez por isso mesmo, ele diz que “a Universidade foi o passo forte” do desenvolvimento. Justifica, com a máxima de um americano não identificado por ele: “Cidade que não tem uma universidade não deve ser chamada de cidade. Chama-se povoado. Londrina tem quatro ou cinco universidades”. (N.A: são quatro, mais o campus da ESALQ, de Piracicaba, SP e uma dúzia de escolas superiores isoladas, como a Faculdade de Música “Mãe de Deus” e alguns cursos superiores de Teologia) Herdeiros “matam” grandes empresas Em 61 anos de Londrina, João Milanez acompanhou o desenvolvimento da Cidade e viu desaparecerem grandes empresas que existiam quando aqui chegou. Entre elas: Irmãos Fuganti, Transparaná, Casa Esmalte, Casa Vila Real, Hotel São Jorge, que também foi Hotel Sahão. Havia na Cidade vários hotéis que fecharam as portas. As Casas Pernambucanas, acrescenta Milanez, mantém seu endereço, na Avenida Paraná, desde quando foi criado o município. A propósito, ele conta a história de um cidadão do interior que se lamentava do lugar onde morava: “Aqui é difícil de viver. É tão ruim que nem as Casas Pernambucanas quiseram vir pra cá”. A maioria das grandes empresas daquela época desapareceu. Por quê? “Se analisarmos friamente, poucas ficaram até hoje, porque no mundo todo – isto é confirmado por estatística – as empresas que completam mais de 50 anos com seu fundador só ficam 3%. Em Londrina eu faço parte desses 3%, graças a Deus. Isso acontece porque os herdeiros não têm o mesmo entusiasmo, a força, a boa vontade dos fundadores, para as muitas lutas; depois vêm a família, outros herdeiros, irmãos, e a empresa começa a cair.” Milanez participou – e liderou algumas – de campanhas para obter instrumentos que contribuíssem para o desenvolvimento de Londrina e do Norte do Paraná -, como a Universidade Estadual, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Centro Nacional de Pesquisa Soja, sede regional do IBC, Televisão Coroados, Hospital do Câncer, indústrias (das quais ele destaca a Cia. Cacique de Café Solúvel, “que contribuiu muito”). Como João Milanez imagina o futuro de Londrina, o caminho que o município tomará? Será um pólo industrial, comercial, cultural ou agropecuário? “O futuro da Cidade está mais nos serviços. Daqui a pouco Londrina terá 50 mil alunos universitários, que vão prestar serviço direta e indiretamente. Londrina não vai ser uma metrópole, mas terá logo seu milhão de habitantes. Não tenha dúvida disso.” “Sim, senhor. Londrina chegará a 1 milhão de habitantes daqui a uns vinte anos. E não será um milhão de operários, mas de todas as áreas, com formação universitária. O londrinense não se contenta com pouco.” “Patrão”, como o chamam até hoje os funcionários mais antigos da Folha de Londrina e os amigos, apoiou também campanhas João Milanez e o arcebispo Dom Geraldo Fernandes: homem de diálogo e sempre disposto a participar regionais e estaduais, para abertura e pavimentação de estradas e outros benefícios, como a Universidade Estadual de Maringá. Faltou alguma coisa que poderia ter feito e não fez para ajudar Londrina e região? “Eu acho que não. Alguma coisa a mais sempre poderia ter sido feita, mas acho que, quando eu morrer, morrerei satisfeito.” Abrindo portas Milanez não sofre de um problema que limita grande parte das pessoas: a timidez. Por isso, tornou-se um abridor de portas dos palácios dos governos estadual e federal. Ele chegava, era reconhecido e sempre alguma autoridade importante o recebia, e mandava entrar também quem estivesse com ele. Assim levou a Brasília muitas reivindicações e acompanhou comitivas de autoridades e empresários que tinham assuntos a tratar com o governo – reivindicações, naturalmente. Durante o governo militar ele contou, principalmente, com seu amigo Delfim Neto, que foi ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. Delfim, quando via algum jornalista da Folha de Londrina, perguntava “Cadê o Desgracido?”, referindose a João Milanez, que tinha aquela palavra, “desgracido”, como marca registrada. E, na Capital Federal, Delfim o encaminhava para o Ministro com quem quisesse falar. Sempre com uma recomendação para atender bem seu “amigo Milanez”. “Falei com Delfim Neto que nós produzíamos e não podíamos levar a produção aos centros de consumo, porque não tínhamos estradas. Ele nos ajudava. Londrina deve muito ao Delfim. No caso da Universidade, fomos lá no Delfim e dissemos: Ministro, nós plantamos, não colhemos e não sabemos porque não colhemos; igual ao médico que não pode dar um atestado da causa mortis de um cidadão que ele não sabe do que morreu. Nós queremos uma universidade em Londrina, com vários cursos. A UEL e Londrina devem muito a Delfim Neto.” Milanez era o abre-porta do Palácio. Ia com o pessoal e entrava mais fácil. “Era verdade. Eu era muito conhecido.” Força e heroismo dos cafeicultores A permanência de João Milanez em Londrina foi conseqüência do convite de Correia Neto para a sociedade no jornal, mas também da prosperidade garantida pelo café – “que era tudo aqui para nós”. “Quando Correia Neto me convidou, eu aceitei. Depois ele foi embora (voltou pra São Paulo) e eu fiquei.” Por causa do café, Milanez viu “uma perspectiva boa” em Londrina. Hoje, perto de completar 83 anos de idade (faz aniversário em 15 de dezembro), afirma que sua decisão foi acertada; que o resultado correspondeu à expectativa – “graças a Deus, até mais”. E o instrumento desse sucesso é a “Folha de Londrina”, que, afirma, “está entre os dez melhores jornais do interior do País”. Como um homem que nasceu “na roça”, em Turvo, Santa Catarina, decidiu investir seu tempo e esforço em um negócio tão estranho para ele, na época, como um jornal? Foi, lembra, conseqüência do fato de ter se associado para fazer o jornal e ter assumido isso como sua profissão, depois de constatar que não era um “vendedor forte” de títulos de capitalização. Dali pra pegar afeição extrema ao negócio novo foi só começar. João Milanez é defensor da agricultura, mas nunca foi fazendeiro. Por entender de agropecuária. “Vim da agricultura.” Devido a essa experiência, nunca investiu no setor. Apenas apoiou, em todos os momentos difíceis da agropecuária. “Tive até um pequeno sítio, mas não fiquei com ele nem um ano; não me entusiasmei por nada ali, nem por terra de qualidade nenhuma.” Tanto que rejeitou mil alqueires de terras, “de graça”, em Paranavaí, oferecidos pelo governo de Moisés Lupion. “Eu entendia e entendo de agropecuária, mas o que eu ia fazer na agricultura?” Não ficou muito com seu pequeno sítio. Sua fazenda, dizia, era a “Folha de Londrina”, onde sempre investiu tudo que ganhava. Ele tem respeito especial pela cafeicultura: “Travei uma luta forte; acompanhei os cafeicultores, que foram heróis...Nós (o Paraná) perdemos numa noite 500 milhões de pés de café. O cafeicultor anoitece rico e amanhece pobre...”(J.O.) JORNAL DA ACIL/Maio 2008 Política Comunicativo, popular, ele até foi convidado para ser candidato a senador, mas nunca quis concorrer a cargo político. “Eu acho que cada um tem que ter uma profissão, ou ser ‘picareta’. Eu não podia ser picareta; preferi ter uma profissão. Fui convidado para ser candidato a senador e com certeza seria eleito, quando Leite Chaves foi candidato. Não sou contra político. Não concordo com 80% da política que está por aí, mas não sou radicalmente contra políticos.” Londrina já teve mais força política, com dois governadores, senadores e muitos deputados federais e estaduais. Hoje, o município parece enfraquecido politicamente, apesar de ter um ministro e outros londrinenses ocuparem altos cargos no governo federal, em Brasília. “Londrina já teve expressão política muito maior”, afirma Milanez, 5 na entrevista em seu apartamento vizinho do Clube Alemão (AREL) e do Lago Igapó. Essa força diminuiu, na sua opinião, porque o poder público “ficou muito concentrado nas mãos dos governadores e os secretários de Estado praticamente não têm recursos...” Dona Rose, anjo-daguarda cuidador de João Milanez, observa, preocupada, porque a entrevista pode demorar. Não demora. Queremos apenas confirmar, no fim, como Milanez vê o futuro de Londrina: “Londrina tem uma perspectiva realista extraordinária”. De repente, se lembra dos tempos em que os “picaretas vinham vender e os londrinenses vendiam pra eles”. A Cidade era famosa como lugar de gente sabida, que não se deixava enganar. Esta é uma característica que agrada João Milanez: “Não adianta vir aqui, achando que vai ganhar um rio de dinheiro, sem trabalhar... Londrina realmente é uma cidade espetacular”. Projetada para 30 mil habitantes, quando Milanez chegou, em 1947, Londrina tinha o dobro disso, maioria na zona rural e, entre 1950 e 1960, a população novamente dobrou, passando de 70 mil para cerca de 140 mil pessoas. Agora, são quase 500 mil habitantes. O transparente ufanismo do “Patrão” ganhou mais força no começo deste ano, quando o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou Londrina no 38º lugar na geração de postos de trabalho em 2007 no ranking dos municípios brasileiros que mais geraram empregos em 2007, ficando à frente de capitais e grandes cidades do interior, no ranking das 50 maiores empregadoras constantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2007, Londrina empregou 5.991 trabalhadores com carteira assinada e superou, por exemplo, Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, situada no 41º lugar; João Pessoa, capital da Paraíba (50º); São José do Rio Preto (SP, 39º); São José dos Pinhais (42º); Bauru, (SP, 44º); Maringá (45º); Diadema (SP, 45º), e Araraquara (SP, 47º). O Brasil tem 5.564 municípios. Curitiba foi o quarto maior gerador de empregos no País, em 2007, segundo o Ministério do Trabalho. “Jornalista não tem inimigo” Analfabeto, pão-duro, mulherengo, desbocado, vaidoso...Quanta coisa já se disse sobre o fundador da “Folha de Londrina”. No primeiro caso, é fato que ele só freqüentou a escola primária, em Turvo. Mas isso não impediu que ele se tornasse um homem muito bem informado, um autodidata que lê e analisa, diariamente, os principais jornais brasileiros, além de revistas e livros. Assuntos preferidos: economia (principalmente) e política. No jornal, chamava a atenção de seus jornalistas, por terem omitido um nome entre as pessoas presentes a um acontecimento, ou, pior, se escrevessem errado o nome da pessoa. Havia, também, uma ordem severa: “Jornalista não tem inimigo. Se o cidadão for meu inimigo e fizer alguma coisa que beneficie o povo, ele é notícia; não importa se não gosta de mim”. Outra característica do “Patrão” era levar seu jornal pra todo lugar aonde ia. Lá estava Milanez com a “Folha” embaixo do braço, pra distribuir. Os jornalistas detestavam isso, porque também eram “convidados” a levar alguns jornais. “Pra onde você for, leva o jornal e distribui lá.” Essa era a ordem. Mas se alguém não cumpria, não havia punição. Milanez raramente punia um funcionário. Era comum ameaçar, esbravejar, até “demitir” o repórter, ou outro funcionário, na hora e depois esquecer. A qualquer momento podia lembrar-se e estranhar: “O que você está fazendo aqui? Eu não te demiti? Dessa vez passa...” Ah, mas “munheca”, isto “Patrão” era... e provavelmente talvez ainda seja. Mas ele nunca se negava a ser avalista de um empregado e até por isso foi proibido, pelos demais diretores seus agregados. Proibição que nem imposto. ele costumava desobedecer. Rejeitava O jornal fechava todo mês no “azul”, a alcunha de “mão-de-vaca”. Era apesem débitos. Isto faz tempo; depois nas comedido em suas despesas e quepassou por uma séria crise e se recuperia que seus funcionários também fosrou. Há quem diga que a situação cosem assim. meçou a ficar ruim quando Milanez “Gastando à toa assim, vocês vão construiu a moderna TV Tarobá, em morrer pobres, trabalhando pra mim” – Cascavel. Ele não confirma isso. ralhava com seus empregados perduláSempre muito comunicativo, coisa rios. Mas garantia-lhes assistência méque nem todo profissional dico-hospitalar quando a “Folha” não “comunicador” é, Milanez participa de usava carprograteira assimas de tenada, não levisão e p a g a v a rádio, dá hora extra, entrevisnem era tas e vai, contribuina i n d a te da Previhoje, a dência So“todo cancial. Os funto”. Aparecionários ce denão se immais, na portavam opinião de muito, porm u i t a que recebig e n t e . am sema“Não que nalmente eu goste Milanez posa com jornalistas da em dinheide aparevelha guarda de Londrina ro e faziam cer. Quem vale duranaparece te a semana. Muitos deviam vários não é João Milanez. É a Folha de Lonanos de décimo terceiro salário e nindrina que está lá.” Com isso, ele deixa guém sabia quantas férias tinham clara esta simbiose: Milanez é o jornal; vencidas ou quantas já tinham recebio jornal é Milanez. “Quem me vê, está do em dinheiro. Assim, quando a emvendo a Folha” – explica. presa se organizou por força de invesRenomado mulherengo, Milanez tigação do Ministério do Trabalho e quase diariamente aparecia na Folha passou a cumprir todas as exigências acompanhado por uma mulher bonita. trabalhistas, muitos vales desapareNão eram “casos”, mas conhecidas, ceram, muitas férias já pagas foram afirmava. Ele geralmente chegava ao pagas de novo e ainda sobrou férias e jornal antes dos jornalistas. Ficava em décimo terceiro pra receber. Funcionásua sala, lendo seu jornal, pra depois rios mais antigos moravam de graça em elogiar alguma matéria, ou criticar ouuma vila mandada erguer no bairro tras. Certa manhã apareceu entusiasHigienópolis. Não pagavam luz, água mado, sorridente, com a revista “Manchete” na mão. A revista publicava entrevista de Dercy Gonçalves. A desbocada artista dizia que fora a um motel no cadilaque do proprietário do maior jornal de Londrina. Era Milanez, claro. O fato foi confirmado na televisão, em jornais e revistas, pelos dois. Não consta que ele tivesse assediado mulheres jornalistas e outras funcionárias do seu jornal, apesar da pergunta que sempre fazia, afirmando: “Você não é mais virgem”. Ou outra, em tom de admiração: “Você ainda é virgem?!”. Daí vem sua fama de “desbocado”, embora os palavrões fossem muito raros. Uma tarde três jornalistas da Folha de S. Paulo apareceram na redação da Folha de Londrina, pra falar com o então correspondente daquele jornal. Quando estavam conversando, apareceu, extrovertido como sempre, o “Patrão”, fingindo que estava bravo com todo mundo. Viu o pessoal estranho e se aproximou. Eram dois rapazes e uma moça. Apresentado, ele perguntou pra jovem, fazendo um sorriso maroto: “Você não é virgem, né?” A cara do correspondente quase foi ao chão, mas a colega olhou, os olhos muitos abertos, admirada e sorriu “amarelo”. Milanez a abraçou, cumprimentou os rapazes e ficou ali um pouco, conversando, alegre. Quanto ele saiu pra conversar com outros jornalistas, o pessoal da “Folha de S. Paulo” quis saber: “Ele é sempre assim?” “É.” “Deve ser bom trabalhar com um patrão assim. Nosso patrão nos encontra no elevador e nem olha pra nossa cara. Seu patrão chega brincando com todo mundo....” Esse é João Milanez, talvez uma síntese do espírito de Londrina (J.O.) JORNAL DA ACIL/Maio 2008 6 SERVIÇOS Espaço para empresas Sua empresa vai realizar treinamento para seus funcionários? Vai promover uma palestra, convenção ou conferência, mas não tem espaço adequado? A ACIL oferece opções de salas e auditórios, com localização central e custo reduzido para associados Laila Menechino Especial para a ACIL Geralmente, as micro e pequenas empresas, maioria das sociedades empresariais do País, não têm estrutura física para realizar seus eventos. Foi justamente pensando nelas que a ACIL abriu seus espaços para locação. “A idéia é fornecer ao empresário uma assistência em todos os sentidos, para que a ACIL realmente funcione como uma extensão da própria empresa”, comenta Vânia Toledo, responsável pela locação dos espaços da entidade. Com capacidade para 150 pessoas acomodadas em poltronas fixas, arcondicionado, palco, microfone de mesa, retroprojetor, tela para repro- dução, iluminação alternativa, flipchart, tv e vídeo, o auditório David Dequêch é o espaço ideal para realizar palestras e convenções empresariais. Bem no Centro de Londrina, no primeiro andar do Edifício Palácio do Comércio, oferece também dois amplos espaços conjugados que tanto podem servir de apoio a eventos no auditório, quanto abrigar atividades próprias, como coquetéis, cafés da manhã e reuniões para números variados de participantes. Unidos, esses dois espaços podem abrigar cerca de 250 pessoas. O auditório David Dequêch é uma referência da Cidade, já que abrigou fatos históricos para a sociedade de Londrina desde que foi inaugurado, três décadas atrás. Mesmo assim, se mantém para espaço destinado a atividades empresariais. Já o auditório João Alfredo de Menezes, no segundo andar, foi inaugurado em julho do ano passado. O novo espaço tem os mesmos recursos do auditório maior, com um diferencial: a capacidade de 60 lugares é uma alternativa para realizar eventos mais direcionados como, por exemplo, para lideranças de mercado ou reuniões internas das empresas. “Todos os anos, locamos o auditório maior da ACIL para fazer a Semana Interna de Prevenção de Acidentes, no mês de setembro”, afirma Filomena Regina Mineto, gerente de JORNAL DA ACIL/Maio 2008 7 recursos humanos da Folha de Londrina, cujo espaço físico não tem estrutura adequada para comportar esse tipo de evento. A empresa tem cerca de 400 funcionários em Londrina e, segundo Filomena, opta por locar o espaço da ACIL porque “como somos associados, o preço é bem acessível, tem diversos recursos audiovisuais e a localização central é ótima, muito próxima da empresa”. E a gerente de recursos humanos quase esqueceu de outro detalhe, “ah! E o espaço para coquetel, não é mesmo? Que é muito bom”. A ACIL oferece aparelho de datashow com CPU e DVD, locado à parte, a critério da empresa. Além dos auditórios, podem ser locadas duas salas de treinamento com capacidade para 30 pessoas, perfeitas para cursos de capacitação e aperfeiçoamento de colaboradores. “As cadeiras móveis dispostas em formato de “U” favorecem as dinâmicas de relacionamento e desenvolvimento interpessoal”, explica Vânia Toledo, ao mostrar as salas de treinamento, que apresentam os mesmos aparelhos e recursos dos auditórios. É em uma das salas da ACIL que a Casas Ajita, com aproximadamente 100 funcionários, realiza os cursos para seus vendedores sobre técnicas de vendas e atendimento. De acordo com Neuza Tsujino, responsável pelo departamento de pessoal das lojas, por ser freqüente a renovação do quadro de funcionários, é freqüente também a necessidade de locar o espaço para fazer os treinamentos. “Uma das Na página anterior, diferentes combinações do auditório João Alfredo de Menezes e das salas de treinamentos. Ao lado auditório David Dequêch e o espaço para coquetéis e outros eventos maiores vantagens da ACIL é o preço”, diz. Para locar os espaços, basta entrar em contato com Débora Fernandes, do Departamento de Comunicação e Marketing da ACIL, pelo telefone 3374-3011, verificar a disponibilidade de datas e horários e preencher um formulário de solicitação de reserva com os dados do evento. Assim que for efetuado o pagamento a reserva é confirmada. Associados da ACIL têm desconto de 50% no valor da locação, além de maior variedade de opções na forma de pagamento. A reserva para locação dos espaços é feita por períodos, das 8h ao meiodia, das 14h às 18h e das 19h às 22h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, os espaços podem ser utilizados até as 18 horas. É muito importante que as empresas interessadas procurem a ACIL com a maior antecedência possível. Isso porque os espaços são disputados, e quem deixar para a última hora pode perder a data. A recomendação vale para todos os períodos de locação, especialmente para os noturnos para as salas de treinamento e para os dois auditórios. O interesse pelos espaços da ACIL já chegou a criar situações inusitadas. Entre elas estão os pedidos de locação do auditório David Dequêch para festas de casamento. A resposta da entidade, infelizmente para os noivos, foi negativa. “Nosso foco são eventos empresariais”, ressalta Vânia. JORNAL DA ACIL/Maio 2008 8 BIOECONOMIA Álcool aquece negócios Carros bicombustíveis e avanço das terras cultiváveis estão entre alguns dos principais motivos do crescimento da safra de cana-de-açúcar e das vendas das empresas fornecedoras do setor Fábio Luporini Especial para a ACIL plantada. A expectativa é que, em 2012, o avanço dos canaviais atinja aproximadamente 40 mil hectares em todo o A produção da cana-de-açúcar no país. Do ano passado para cá, o plantio Brasil está em expansão e, com ela, de cana-de-açúcar avançou de 7 micrescem os volumes de negócios em lhões para 7,8 milhões de hectares empresas de Londrina e da região que sobre as pastagens, o que representa trabalham diretamente com o setor um crescimento de 11,42%. sucroalcooleiro. Dados da Companhia Outro grande fator para o avanço da Nacional de Abastecimento apontam a safra da cana-de-açúcar é o crescimenmaior colheita da história, ficando ento da produção de carros biocombustre 607,8 milhões 631,5 milhões de tíveis, o que representa 85% das ventoneladas, superando a colheita do ano das de carros novos. A estimativa da passado entre 8,8% e 13,1%. A safra do Associação Nacional de Fabricantes de ano passado foi de 558,5 milhões de Veículos Automotores (Anfavea) é de toneladas. Desse total, entre 309,8 que, até o final de 2010, a frota de milhões e 321,9 milhões de toneladas carros biocombustíveis seja de 7,9 mide cana-de-açúcar colhidas nesta safra lhões de veículos em todo o País. A serão usadas na produção de projeção é vender mais de 1 milhão de biocombustíveis e para a produção de veículos flex. açúcar serão destinados entre 248,3 Um relatório do Ministério da Agrimilhões e 257,9 milhões de toneladas. cultura, divulgado em 2006, prevê que a A região Centro-Sul concentra 86% exportação do etanol chegue a 10,3 de toda a produção de cana-de-açúcar bilhões de litros em 2017, o que repredo país. Só no Paraná, que responde senta um crescimento de 236,7% no por 8,5% da produção nacional, a experíodo de 10 anos. Nesse período, o pectativa da Associação de Produtores consumo no Brasil vai saltar de 14,2 de Álcool e Açúcar do Estado (Alcopar) bilhões para 28,39 bilhões de litros. é colher aproximadamente de 45 miCom relação ao açúcar, o Brasil contilhões de toneladas de nuará sendo líder cana-de-açúcar, númundial, aumentanmero 10% maior que do a fatia de comera safra do ano passacialização internacido. A produção de açúonal do produto de car deve ser 13,63% 52,1% para 55,5%. maior que em 2007, O volume exportado cerca 2,5 milhões de saltará de 18,3 mitoneladas, enquanto lhões para 22,2 mina safra do ano paslhões de toneladas. sado foi de 2,2 miEm 2007, os delhões de toneladas. A rivados da cana-deprodução de álcool açúcar tiveram parcombustível também ticipação de 16% na deve crescer 18,81% oferta de energia, e chegar aos 2,21 biocupando a segunlhões de litros, supeda posição das fonrando os 1,86 bilhão tes de energias conde litro de 2007. sumidas. Pela priDos 276 milhões meira vez, a cana de hectares de terras superou a energia cultiváveis no Brasil, hidráulica, que ficou apenas 2,8% são uticom uma participalizados para o plantio ção de 14,7% no ano da cana-de-açúcar, o passado, segundo que pode ser um grandados da Empresa de Paulo César Leite, durante de fator para o cresciPesquisa Energética inauguração recente da nova mento da atividade no (EPE). O petróleo sede da Tectrol: de 10% do país. Atualmente são continua em primeifaturamento da empresa, usinas ro lugar, com 36,7% apenas 7,72 hectares representam agora quase 60% de participação. com cana-de-açúcar Colhedora de cana-de-açúcar em ação: mercado de equipamentos ligados ao setor deve crescer 30% Dentre os principais fatores que contribuíram para o álcool superar a energia hidráulica está o aumento da mistura na gasolina e o crescimento na frota de carros biocombustíveis. Negócios - Mas não é somente a indústria da cana-de-açúcar que se beneficia das boas perspectivas do setor sucroalcooleiro. Empresas ligadas ao setor também registram crescimento nas vendas. O diretor comercial da New Agro, Região de Londrina, Edson Mazardo, diz acreditar num crescimento de 30% no mercado. Ele explica que a empresa revende tratores para carregadeiras. “Os tratores trabalham quase que 24 horas por dia. Eles são utilizados por menos anos, porém por mais horas”, diz. Segundo ele, é inevitável o crescimento da venda de tratores para carregadeiras de cana-de-açúcar, num momento em que o mercado canavieiro está em expansão. “Dos últimos quatro anos para cá houve um grande investimento na frota das usinas. A necessidade de atualizar a frota é grande, pois ela trabalha quase o dia inteiro”, afirma. Mazardo vê com boa expectativa a safra de 2008. O engenheiro mecânico Paulo, diretor da Tectrol, afirma que, há 12 anos, quando a empresa foi criada, a comercialização de peças de solução em automação industrial para usinas de cana-de-açúcar não chegava a 10% da produção total da empresa. Hoje, segundo ele, esses produtos representam 57% do faturamento da Tectrol. “Nos últimos quatro anos houve um grande crescimento do setor e hoje o mercado está bastante aquecido”, diz. A empresa desenvolve peças de alta tecnologia nas áreas de pneumática, hidráulica, lubrificantes e eletroeletrônica, para aumentar a qualidade da produção da cana-de-açúcar. Leite estima que as vendas crescem cerca de 30% na entressafra e o fluxo de trabalho aumenta 70% com a contratação de funcionários temporários. O aumento se dá devido à manutenção dos equipamentos oferecida pela empresa às indústrias. Novidade - Leite desenvolveu um sistema hidráulico para controle automático da flutuação dos rolos superiores das moendas de cana-de-açúcar, mais conhecido pela sigla DHMA 1. O objetivo é diminuir os custos de manutenção e elevar o rendimento da produção. Segundo o engenheiro mecânico, 10% das usinas do Brasil já utilizam o sistema. “Todos se interessam pelo produto, mas o setor não está preparado e precisa de acompanhamento e suporte”, afirma. O sistema, conforme Leite, evita o desgaste elevado da moenda de canade-açúcar e faz com que ela trabalhe aproveitando a capacidade plena. “A usina economiza em energia, em manutenção e aumenta a extração do caldo. O investimento é elevado, mas é possível cobri-lo em menos de uma safra”, diz. JORNAL DA ACIL/Maio 2008 9 JORNAL DA ACIL/Maio 2008 10 P A I N E L J U R Í D I C O Ed Nogueira de Azevedo Junior Especial para a ACIL Estratégia previdenciária Medidas para redução do passivo previdenciário nas empresas Uma decisão proferida recentemente em primeiro grau pela Justiça Federal de Manaus condenou uma empresa a ressarcir o INSS dos custos que este havia tido com o pagamento de benefício previdenciário por acidente de trabalho. Naquela ocasião, o Juiz entendeu que o empregador não havia tomado todas as medidas de segurança possíveis, tornando-se responsável, por sua omissão, pelo acidente e pelos danos decorrentes do próprio acidente. No mês passado, em ação semelhante, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR, SC e RS) decidiu em favor do INSS porque constatou que, quando sofreu o acidente, o empregado, que faleceu no acidente, não utilizava equipamentos de proteção individual, nem tampouco o ambiente de trabalho detinha itens de proteção coletivos. “Sendo a empresa responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador e provada a negligência do empregador quanto à sua observância, bem como o nexo causal entre a sua omissão e o dano ocorrido, correta a Previdência em propor ação regressiva contra os responsáveis. Destaca-se que o fato de a empresa contribuir com o seguro de acidente do trabalho - SAT não exclui a responsabilidade em caso de acidente decorrente de culpa da empregadora, bem como é inviável a compensação entre o que foi pago a título de SAT e os valores que deve arcar em decorrência do pagamento da pensão.” É comum no meio jurídico que pessoas sejam obrigadas a suportar encargos decorrentes de situações que foram causadas, em sua totalidade parcialmente, por terceiros. Estes ônus lhes cabem, a princípio, pela responsabilidade objetiva a que estão sujeitos. Ainda que, num primeiro momento, alguém arque com prejuízos causados por terceiros, a lei lhes outorga o direito de buscar junto ao terceiro causador do dano o ressarcimento por seus prejuízos. Trata-se da ação regressiva. O INSS vem se utilizando deste expediente para buscar na justiça, junto a empregadores apontados como responsáveis pelo pagamento de benefícios previdenciários, a reparação, ou ressarcimento dos valores que teve que desembolsar para quitar o benefício pago empregado. O INSS assim tem agido em função de uma determinação interna do órgão, que sugeriu aos Procuradores do órgão previdenciário o ajuizamento das ações, utilizando-se, para tanto, de informações prestadas pela Justiça do Trabalho, a quem compete o julgamento de indenizações por acidente de trabalho. A ação regressiva está prevista no artigo 120 da Lei n.º 8.213/91 e no artigo 341 do Decreto 3.048/99, além dos artigos 186 e 927 do Novo Código Civil. Assim, nos casos em que o acidente ocorre pela ausência ou insuficiência de equipamentos individuas e coletivos de segurança, é a empresa, na qual ocorreu o acidente, responsável por este em face da sua omissão, vez que não cumpriu a lei, não fornecendo ou não fiscalizando os trabalhadores quanto ao seu uso adequado. Se, por um lado, o INSS identificará junto aos registros da Justiça do Trabalho uma série de casos em que houve o reconhecimento da culpa do empregador em episódios que geraram o pagamento de indenizações previdenciárias, por outro lado, ao empregador compete uma definitiva e profunda reavaliação do ambiente de trabalho a que estão expostos seus colaboradores e de cada uma das atividades por eles desenvolvidas, a fim de se identificar os riscos que implicam seu regular desempenho. Em dois recentes seminários ocorridos no Paraná, o órgão previdenciário comunicou a existência de um passivo potencial no Brasil de R$ 16 bilhões. Na específica situação de Londrina, aproximadamente R$ 15 milhões. São números estimativos, mas que nos servem para avaliarmos a urgência que se impõe aos empregadores. A situação pode ser dividida em 3 momentos específicos: eventuais acidentes já ocorridos; o ambiente e o sistema de trabalho que podem estar causando lesões aos trabalhadores atuais e o novo critério de avaliação de acidentes formulado pelo INSS. Chamamos a atenção do empregador para as condições atuais de trabalho, que podem, por sua repetição, implicar no afastamento do empregado do trabalho, para o tratamento das lesões decorrentes, mediante a percepção de benefício previdenciário. Dentro das empresas, ao Departamento de Recursos Humanos compete congregar informações e pessoal capacitado para o desenvolvimento de um plano que acabe com as situações de risco. Se não bastasse, a partir do dia 2 de abril, passou a vigorar o critério epidemiológico para a concessão de benefício acidentário, conforme lei 11.430, de 26 de dezembro de 2006, decreto 6042, de 12 de fevereiro de 2007 e Instrução Normativa do INSS 16, de 27 de março de 2007 (IN 16). Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário é a relação existente entre riscos ocupacionais (possibilidade de adquirir doença profissional ou ocorrer acidente em decorrência da função desenvolvido pelo trabalhador e atividade desenvolvida pela empresa) e diagnóstico feito por médico. O nexo técnico epidemiológico é um dos critérios de concessão de benefício acidentário para aqueles segurados que estão incapacitados para o trabalho por doença estatisticamente freqüente em seu ramo econômico, independente da emissão de CAT. O FAP (Fator Acidentário Previdenciário) foi instituído com o objetivo de reduzir a contribuição previdenciária de algumas empresas com baixo risco e aumentar daquelas com maior incidência de doenças e acidentes. O Ministério da Previdência Social efetuará cálculo considerando e tendo como base o NTEP e concluíra pelo FAP. Em setembro deste ano, o Ministério da Previdência Social divulgará em sua página na Internet o cálculo do FAP de cada empresa, com base em todos os afastamentos dos funcionários nos últimos cinco anos, independente se relacionado ou não ao trabalho, através das GFIP’s lançadas pela empresa. Se o FAP for superior 1 (>1), haverá aumento no Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) variável de 50 a 100%; se o FAP for igual ou próximo a 1 (= 1) não haverá alteração no SAT; se o FAP for inferior a 1 (<1) o Seguro de Acidente do Trabalho diminuirá. Considerando os graus de risco, o percentual do FAP poderá variar da seguinte forma: Leve: 1% (variação de 0,5% a 2%); Médio: 2% (variação de 1% a 4%) e Alto: 3% (variação de 1,5% a 6%). Vale ressaltar que o Ministério da Previdência Social passa a considerar qualquer afastamento do empregado ao trabalho para efetuar o cálculo do FAP da empresa, ante a prática dos empregadores em não emitir a CAT. Tendo em vista que a partir de janeiro de 2009 entrará em vigor o Decreto 6.042/2007 que prevê e instituiu o NTEP e FAP e o Ministério da Previdência Social passará a aplicar alíquotas diferenciadas, é razoável que as empresas tomem algumas providências: - Obter senha para acessar os serviços disponibilizados no site do Ministério da Previdência Social, caso ainda não o tenha: em qualquer Agência da Previdência Social; - Efetuar até agosto de 2008 levantamento de todos os casos de acidentes do trabalho e afastamentos dos últimos cinco anos, independente se relacionado à atividade laborativa; - Em setembro de 2008, acessar o site do Ministério da Previdência Social (www.previdencia.gov.br); clicar em “Fator Acidentário Previdenciário” localizado ao lado direito da página; clicar em “Dados da sua Empresa” localizado ao lado esquerdo da página, para assim verificar qual o FAP encontrado para empresa; - Se o FAP for superior a 1 (>1), que acarretará aumento do SAT de 50 a 100%, a empresa poderá impugnar a conclusão do INSS: basta acessar o site do Ministério da Previdência Social (www.previdencia.gov.br); clicar em “Fator Acidentário Previdenciário” localizado ao lado direito da página; clicar em “Formulário de Impugnação” e preenche-lo e expor as razões, inclusive com juntada de documentos, que determinem a redução do FAP. O Ministério da Previdência Social quer incentivar as empresas cujo FAP for baixo fixando alíquotas menores para que a empresa possa cada vez mais investir em segurança e medicina do trabalho e, para aquelas empresas cujo FAP for alto, fixará alíquotas maiores para que passem a investir na saúde dos seus funcionários, sob pena de ter considerável aumento da carga tributária, o que pode ser evitado com um adequado plano previdenciário. Ed Nogueira de Azevedo Júnior é advogado em Londrina e consultor jurídico da ACIL JORNAL DA ACIL/Maio 2008 11 VAREJO Escala ascendente Comércio londrinense cresce mês a mês. É o que mostram os números da pesquisa feita pela ACIL em parceria com a Ímpar com empresários da cidade Pesquisa abril de 2008 Fernanda Bressan Especial para a ACIL A quarta rodada de pesquisa feita pela ACIL em parceria com a Ímpar reforça a tendência de crescimento no comércio e conseqüentemente na economia da Cidade. A entidade decidiu mapear mês a mês empresários de diferentes segmentos para traçar um retrato do movimento e do faturamento nos diferentes setores. Ao final do ano, será possível traçar um perfil completo de como foi o desempenho do comércio local. A pesquisa feita em abril revela que 51,4% dos 183 empresários ouvidos registraram crescimento comparado ao mesmo mês do ano passado. Quando analisado o desempenho no comparativo março/abril deste ano, a porcentagem segue parecida, com 56,8% das empresas vivendo crescimento. O bom momento se reflete no aumento das contratações, que seguem superiores às demissões. 20,2% das empresas mais contrataram que demitiram contra 7,7% que tiveram situação contrária. O ânimo do empresário londrinense segue em alta: 76,1% se dizem otimistas no curto prazo e apenas 10,6% estão pessimistas. Para o vice-presidente da ACIL, Marcelo Cassa, o mês de abril costuma ser bom para o comércio porque o consumidor já está livre de pagamentos como impostos, material escolar e outras despesas do começo do ano e conseqüentemente compra mais. O mês marca também o início da safra na agricultura, que movimenta o mercado financeiro, injetando mais dinheiro no mercado. Conforme Cassa, esse ano teve ainda um ingrediente a mais: o aumento do salário mínimo entrou em vigor em abril, um mês antes que o habitual. “A pesquisa ilustra o que a gente tem observado, que as empresas têm melhorado”, destaca Cassa. Sobre contratações e demissões, o vice-presidente contextualiza que nos dois primeiros meses do ano há um movimento natural de contratações e demissões por conta dos empregos temporários: quem se sai bem acaba efetivado e os outros são substituídos. E os números mostram que quem está puxando esse índice é o setor de concessionárias, o mesmo que no mês anterior teve 100% dos empresários Como foi o desempenho/faturamento da sua empresa em abril de 2008 comparado com o mesmo mês de 2007? Cresceu Idêntico Diminuiu Janeiro Fevereiro Março Abril Média do ano 57,1% 28,8% 22,1% 50,7% 22,2% 27,1% 45,1% 27,8% 32,2% 51,4% 32,2% 16,4% 50,4% 26,8% 22,8% Como foi o desempenho/faturamento da sua empresa em abril de 2008 comparado com março de 2008? Cresceu Idêntico Diminuiu Fevereiro Março Abril Média do ano 43,8% 24,3% 31,9% 59,7% 18,8% 21,5% 56,8% 18,6% 24,6% 53,7% 10,4% 25,9% Como foram as admissões e demissões na sua empresa em abril de 2008 em relação a março de 2008? afirmando ter vivido crescimento no faturamento da empresa. Em abril, 50% das empresas desse segmento contrataram, 83% cresceram comparando com o mesmo mês em 2007 e 66% cresceram em relação a março. Com tanta fartura, 100% estão otimistas. “O tempero a mais na cidade é justamente esse cenário de otimismo”, afirma Cassa. Para ele, a cidade vive um bom momento, incluindo anúncios de novos empreendimentos que animam tanto empresário quanto consumidores. Além das concessionárias, Marcelo Cassa aponta que o setor de construção também alavanca a economia. Comparado a abril de 2007 e a março deste ano, 60% dos empresários dizem ter registrado aumento no faturamento. Em abril foram ouvidos comerciantes dos seguintes setores: Tecidos, Confecções e Vestuário, Postos e Autopeças, Óticas, Calçados, Farmácias e Drogarias, Móveis e Decoração, Material de Construção e Elétricos, Supermercados, Concessionárias, Livrarias e Papelarias. Contratou Idêntico Demitiu Janeiro Fevereiro Março Abril Média do ano 24,7% 61% 14,3% 26,4% 61,1% 12,5% 16,7% 75,7% 7,6% 20,2% 72,1% 7,7% 21,5% 68,6% 9,9% Qual a expectativa da empresa no curto prazo? Otimista Indiferente Pessimista Janeiro Fevereiro Março Abril Média do ano 88,3% 7,8% 3,9% 74,3% 13,2% 12,5% 76,4% 11,1% 12,5% 72,1% 17,5% 10,4% 76,1% 13,3% 10,6% JORNAL DA ACIL/Maio 2008 12 Pa l e n i espaço dos associados Cacol comemora 50 anos Cesta não muito básica A Cacol, que atua no varejo de máquinas e equipamentos agrícolas, entrou recentemente para o seleto grupo das empresas londrinenses cinqüentenárias. Pela idade e pelo ramo de atividade, foi fundada oficialmente em fevereiro de 1958, é uma das poucas que podem se definir como testemunhas do agronegócio do Paraná ao longo de meio século. Tomio Shibukawa, filho do fundador da empresa, Shozaburo (que ainda freqüenta a loja, aos 85 anos), conta que a Cacol viveu o auge da cafeicultura e chegou a ter 7 filiais – Maringá, Cascavel, Cianorte, Ivaiporã, Borrazópolis, Assaí, Santo Antônio da Platina e Apucarana. Isso no período em que o Norte do Paraná era o centro mundial do café e as atividades no campo exigiam uma grande diversidade de equipamentos. Atualmente, a empresa tem uma filial em Maringá. Tomio tem uma avaliação comedida da atual situação do agronegócio. “A agricultura vive altos e baixos. Hoje eu diria que estamos numa fase média, intermediária”, define o empresário. (Contato: 3329-0909) O nome pode até remeter aos programas sociais que há décadas socorrem vítimas da miséria no Brasil, mas cesta básica, para muita gente em Londrina, tem outro significado. Tratase de um serviço que torna a vida das pessoas, principalmente aposentados, muito mais fácil. A proprietária da empresa Cesta Básica Juracema, Juracema Marcondes dos Santos, explica que oferece quatro tipos de, com preços que variam de R$ 62,00 a R$ 250,00. As cestas contêm, além dos alimentos, material de higiene e de limpeza. Ou seja, uma verdadeira compra de mercado para o mês. A venda é feita de casa em casa, com a Cidade dividida em três regiões. “Os aposentados representam metade da nossa clientela. Para eles é muito bom, porque muitos têm dificuldade para se deslocar e a compra num supermercado se torna penosa“, afirma Juracema, que tem o marido, João Batista dos Santos, como sócio. Antes de virar empresários, os dois eram (e ainda são) produtores rurais. (Contato: 3342-0910) Tectrol, nova sede Automação comercial Vantajosa aposta nos sorteios Há quase 12 anos no mercado de peças e serviços para automação industrial, a Tectrol inaugurou nova sede administrativa e operacional, que conta com amplo espaço para os setores de produção, testes, montagem e manutenção. Além de ampliar a estrutura de sua área industrial, a empresa também investiu em uma nova sala de treinamento e aprimoramento profissional para o desenvolvimento de cursos e palestras técnicas e, ainda, incrementou o departamento administrativo com a criação de novos setores e a incorporação de modernas ferramentas de tecnologia de informação. “Esse é passo muito importante para melhorar as condições de trabalho de nossos colaboradores e oferecer melhores soluções aos nossos clientes”, diz Paulo César de Andrade Leite, diretor-presidente da Tectrol. (Contato: 3029-2506) A Automatec, empresa criada em Londrina há 10 anos, tem em seu rol de produtos vários itens. Mas é a automação comercial o forte dos negócios. Desde que foi criada, a Automatec trabalha com o um software desenvolvido pela própria empresa que faz o gerenciamento global de supermercados. Homologado pela Receita Estadual, o programa integra os setores do cliente fazendo, por exemplo, uma ligação direta entre o PDV, que são os caixas, e a retaguarda, onde é feito o controle de estoque. Os mercados representam 104 dos mais de 250 usuários do software. Airton Capassi, um dos sócios da Automatec, explica que o mercado tem se mostrado aquecido este ano e que a expectativa para 2009 é de que ainda mais. A empresa está também em fase de mudança de nome. Vai passar a se chamar Automatec.com.br, por conta de um novo nicho de mercado: o e-commerce. (Contato: 3356-3133) Será realizado no dia 17 de julho o próximo sorteio de prêmios realizado pela loja “A Vantajosa”, um dos ícones do comércio de calçada em Londrina. Os prêmios são uma televisão, uma bicicleta e um forno de microondas. Segundo o gerente, Osmar Cassoto, nem é preciso comprar algum produto na loja para receber um cupom. Os sorteios fazem parte da estratégica comercial da empresa há muitos anos, uma tradição que soma ao apelo baseado em preços baixos. “A gente sempre espera um inverno rigoroso para os clientes saírem de casa e comprar na loja”, afirma Cassoto. O gerente estima que a loja receba até 2 mil pessoas em dias considerados fortes, como as vésperas do Dias das Mães. (Contato: 3324-3171) Academia oferece aulas de dança A academia “Bio Fitness” oferece mais de 10 modalidades e opções para os alunos matriculados, incluindo a dança de salão, gafieira e forró. A novidade foi incluída no plano, que já oferecia aulas de body pump, body balance, rpm, musculação e aulas desenvolvidas pelos próprios professores. Além dessas opções, a academia terceiriza aulas de muay thay e boxe. O personal trainer Rafael Corsino de Carvalho explica que não há limite de idade para a prática desses exercícios, já que são movimentos fáceis de fazer. A academia fez uma experiência durante o horário de verão deste ano, contratando um DJ para tocar as músicas durante os exercícios do período noturno. “Isso criou um ambiente mais legal e alegre”, diz Carvalho. (Contato: 3356-2587) Painel é uma nova seção do Jornal da ACIL destinada a mostrar iniciativas, novidades e fatos interessantes das empresas filiadas à Associação Comercial de Londrina. A coluna será publicada em todas as edições. As empresas interessadas em participar devem encaminhar sugestões para o e-mail [email protected]. JORNAL DA ACIL/Maio 2008 13 NOVOS ASSOCIADOS Nome Fantasia Endereço Telefone Ramo de Atividade Segmento Matriz /Filial Top Braz il Comunicaão Visual Rua Ouro Preto, 29 3324-2941 Comunicação visual Ind/com Matriz Tupperw are Utilidade Domstica Rua Mato Grosso, 77 3336-5003 Bazar, aviamentos, arm. e utilidades domésticas Comércio Matriz Ferrari Assessoria Imomibiliria Rua Santa Catarina, 50 - loja 09 3336-7097 Imobiliárias e corretoras Serviços Matriz Dinamene Rua Paranaguá, 777 - sala 04 3344-4743 Cosméticos e perfumaria Comércio Matriz Opão Vdeo Avenida São João, 2.145 3329-2454 Locação de vídeos e games Serviços Matriz Escola Educativa Avenida Castro Alves, 626 3348-0179 Instituições Serviços Matriz Don Jones Confecões Rua Raja Gabaglia, 68 3328-2033 Confecções Comércio Matriz Comtrat Avenida Rio de Janeiro, 1500 3324-5875 Serviços Matriz D en w a Avenida Duque de Caxias, 2.299, 1º andar - sala 1 3323-1220 Telefonia e comunicação Comércio Matriz Mantova Locadora de Veculos Rua Francisco Cazarim, 1847 3024-4004 Locação de automóveis Serviços Matriz Luciana Frana Confecões Rua João Pessoa, 90 b, sala 04 3024-4880 Confecções Ind/com Matriz Tavol Soluões Integradas Avenida Bandeirantes, 263/402 3337-5721 Produtos e serviços odontológicos Serviços Matriz Jula Modas Índia Avenida Rio de Janeiro, 131 - loja 69 3328-8558 Calçados e acessórios Comércio Matriz Lynda's Ly Rua Pio XII, 51 3345-0711 Confecções Comércio Matriz Via Sul Auto Posto Avenida Dez de Dezembro, 3.500 3028-4007 Postos de combustível Serviços Matriz Construtora Santos Jr. Rua Sergipe, 1640 3324-2004 Construção civil Serviços Matriz JORNAL DA ACIL/Maio 2008 14 Fernanda Bressan Especial para a ACIL É noite em Londrina e, fugindo da rotina, é grande o movimento no Calçadão e nos arredores do Centro, em especial na Rua Sergipe. A cena - comum apenas às vésperas do Natal - foi vista na quinta e na sexta-feira que antecederam o Dia das Mães. O comércio do Centro ficou aberto até as 21 horas. Experiência aprovada por lojistas, vendedores e principalmente consumidores que tiveram mais tempo para escolher o presente da mãe. O horário alternativo foi resultado de um acordo coletivo firmado entre os sindicatos Patronal e de Comerciários de Londrina, com apoio da ACIL. Foi o caso de Helen Cássia Garcia, que levou a mãe, Helena, às compras. Estagiária de Direito, ela não teria outra opção de horário. “É uma vantagem esse horário porque é bem mais tranqüilo, principalmente para a gente que trabalha o dia todo e tem o tempo de almoço corrido. Se não fosse assim acabaria comprando no shopping e comprando alguma coisa mais cara”, analisa. O horário alternativo abriu espaço para uma cena especial: várias famílias reunidas para as compras. Ronaldo Biz levou a esposa, Elisabeth, e a filha, Carolina, ao Centro na noite de quintafeira. Eles dizem que sempre saem juntos na hora de comprar o presente, e assim o horário ampliado caiu como uma luva, uma vez que Elisabeth trabalha o dia todo como auxiliar administrativa. “Achei a idéia excelente, é uma grande vantagem porque fica mais tranqüilo e essa data (Dia das Mães) é uma das que mais se vende no comércio”, analisa Ronaldo Biz. Para a esposa, se não fosse assim só sobraria o sábado para as compras, dia de grande movimento. Foi justamente para fugir da loucura forma de a gente poder atender mais clientes”, explica. Posição compartilhada pela supervisora da B1, Maristela Pistori Mantovani. “Esse horário facilita para os consumidores porque a grande maioria trabalha até as 18 horas e reflete nas vendas também”, diz. Sobre repetir a experiência em outras datas importantes, ela frisa: “Se tiver segurança para trabalhar, é válido, até porque é uma opção a mais para o cliente além do shopping e o Centro não deixa nada a desejar”. Vale ressaltar que durante os dois dias de movimento noturno o policiamento foi reforçado no Centro com cerca de 80 policiais nas ruas. Elisabeth Ribeiro da Cruz, gerente da Big Ben, reforça que o horário ampliado traz ao Centro um público que teria que procurar os shoppings para as compras. “Poderia ser a semana toda, o cliente até aproveita para dar uma caminhada no Calçadão à noite”, sugere. Ainda no ramo das joalherias, Eliane Picolo, gerente da Ptah, afirma que todos gostaram da nova experiência. “Pessoas que não viriam normalmente ao Centro e comprariam no Shopping acabaram vindo para cá.” Calçadão e Rua Sergipe, na quinta-feira e na sextafeira à noite: movimento intenso foi determinante para o crescimento das vendas no comércio no período do Dia das Mães de sábado, véspera do Dia das Mães, que Sônia Camargo escolheu a noite de sexta para ir ao Centro com a mãe, Divina, escolher o presente. “É bem melhor assim porque o sábado vai ser sem ‘condições’. Prefiro comprar durante a semana porque o fim de semana é para a gente se cuidar”, diz. O novo horário agradou também pessoas que não trabalham fora, e poderiam ir às compras durante o dia. Um exemplo é Waldirene Pepelascov, que classifica como “ótima” a iniciativa de manter as portas do comércio abertas até mais tarde. “Assim não tem pressa Helen e a mãe, Helena: “É uma vantagem esse horário porque é bem mais tranqüilo, principalmente com a hora de voltar nem precisa vir correndo no fim da tarde. Acho que poderia estender para outras datas comemorativas porque foi bem legal”, afirmou, na noite de quinta-feira, enfatizando que voltaria no dia seguinte. “Eu prefiro o final da tarde para fazer compras.” Do lado dos comerciantes e trabalhadores, a idéia também agradou, com algumas sugestões de melhoria. Vanessa Montoya, vendedora da Big Ben, observa que teria sido muito bom se houvesse uma divulgação maior do horário alternativo, o que melhoraria o movimento. Confirmando o que dizem os clientes que fogem das compras aos sábados, ela frisa que a expectativa maior sempre fica para esse dia porque “todo mundo deixa para a última hora”. Companheira de Vanessa no trabalho, Zenaide Pereira analisa que as pessoas não estão acostumadas a esse novo horário, mas afirma que a loja teve bom movimento à noite. “É uma Sônia, junto com a mãe, Divina: “Prefiro comprar durante a semana porque o fim de semana é para a gente se cuidar” JORNAL DA ACIL/Maio 2008 15 Nova realidade - A decisão de abrir as lojas até as 21 horas às vésperas do Dia das Mães levou em consideração pontos importantes para o comércio. Primeiro: a data é a segunda melhor em volume de vendas, perdendo apenas para o Natal. Segundo: este ano o mês de maio teve uma característica peculiar e acumulou três feriados (1º - Dia do Trabalho; 22 – Corpus Christi; 30 – Sagrado Coração de Jesus), o que diminuiria as vendas naturalmente pela perda de dias importantes. Para a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina e Região (Sincoval), Nájila Nabhan, o acordo foi bem aproveitado. “A maioria dos comerciantes ficou muito satisfeita. Foi bom para o consumidor, para os empresários e para o comerciário. Todo mundo lucra, inclusive a cidade e a região”, declara. Outra vantagem, na visão de Nájila, é que a ampliação acaba desafogando o movimento do sábado. Assim, clientes recebem melhor atendimento. A experiência abriu precedente para que as lojas também possam ficar abertas até mais tarde perto de outras datas comemorativas. “Foi uma experiência para ver como o pessoal ia reagir e acredito que foi aprovada”, acrescenta Nájila. Manoel Teodoro da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Londrina, disse que não dá para fechar uma análise ainda, mas antecipou que a experiência funcionou bem em alguns casos. “Acho que quando é bom para os dois lados é bom para todo mundo e conseqüentemente vai ser bom para o cliente”, disse. Questionado se foi bom para os dois lados, ele disse que prefere aguardar para ver se o acordo estabelecido será cumprido – Vanessa aprovou a experiência e sugere reforço na divulgação pagamento das horas-extras e valerefeição. “Vamos ver se teremos reclamações”, justifica. Na avaliação do presidente da ACIL, Rubens Augusto, o acordo foi bom para todos e importante para compensar as perdas que viriam com os feriados do mês. Além disso, abriu uma via importante de debate sobre alternativas no horário do comércio. “Foi muito válido, abriu espaço para novos acordos entre os dois sindicatos e mostrou que todos ganharam com isso, o lojista em vendas e o empregado em acréscimo no salário, muitos, inclusive, são comissionados”, aponta. O presidente da ACIL chama a atenção para o crescente aumento da concorrência na cidade, com novas lojas e anúncio de novos shoppings, e nessa realidade é preciso sempre encontrar novos caminhos para aumentar as vendas. “Essa negociação foi fundamental porque estamos com a economia aquecida. A concorrência é normal num mundo globalizado e boa para o consumidor, mas é preciso vender mais”, atesta. Sobre a possibilidade de repetir a experiência em outras datas, Rubens Augusto indica: “Acho que como houve uma negociação dos dois lados, vai ficar mais fácil das próximas vezes e a ACIL vai apoiar no que for preciso”. Maristela, vendedora: “Esse horário facilita para os consumidores porque a grande maioria trabalha até as 18 horas e reflete nas vendas também” JORNAL DA ACIL/Maio 2008 16 INCENTIVO, SEM CUSTO Cultura permite manter imposto em Londrina Entidades iniciam mobilização para conscientizar pessoas físicas e empresários sobre a importância de utilizar a Lei Rouanet para beneficiar projetos culturais do município José Antonio Pedriali Especial para a ACIL A Associação Comercial e Industrial e o Londrina Convention Bureau estão deflagrando um movimento para estimular empresários e pessoas físicas a utilizarem a Lei Rouanet para incentivar a produção cultural local. O município dispõe de um programa específico para o setor, o Prominc – Programa Municipal de Incentivo à Cultura, mantido com recursos públicos e gerenciado pela Secretaria Municipal de Cultura. A proposta da ACIL e do Bureau é envolver as empresas e as pessoas físicas no financiamento direto de projetos culturais. Promulgada pelo presidente Fernando Collor de Mello, a Lei Rouanet permite a dedução parcial ou integral no Imposto de Renda de doações e patrocínios para projetos culturais em várias áreas. O avalista para este abatimento é o Ministério da Cultura, ao qual os projetos devem ser submetidos para avaliação. O movimento, que surgiu da proposta da produtora cultural Silvia Liberati, conhecedora profunda das dificuldades de obter o engajamento das empresas nos benefícios da Lei Rouanet, envolve também a Delegaria Regional da Receita Federal e Sindicato das Empresas de Contabilidade. O empresariado local será motivado por palestras e promoções das entidades envolvidas nessa iniciativa e, segundo Milena Holthausen, executiva do Bureau, terá longa duração. “Queremos algo permanente, uma ação prolongada de convencimento e esclarecimento”, diz. “Os impostos gerados aqui podem e devem ser aplicados aqui, e a área cultural é privilegiada, porque as contribuições podem ser descontadas do Imposto de Renda”, ressalta Milena. Além de estimular os empresários, a campanha pretende orientar os contadores e funcionários administrativos das empresas sobre como proceder para operacionalizar as doações para que elas sejam admitidas na declaração de renda. Os benefícios previstos na Lei Rouanet, aponta Milena, enfrentam dois grandes obstáculos: a dificuldade do empresário em interpretá-la e do con- Silvia Liberati explica importância da articulação, durante encontro realizado na ACIL: proposta dependerá da adesão da comunidade tador em adequá-las aos balanço das empresas – ou à declaração anual de renda da pessoa física. O delegado da Receita Federal em Londrina, Sergio Gomes Nunes, reconhece a importância da mobilização, que permitirá que os recursos destinados à promoção cultural permaneçam em Londrina, sem a necessidade de cumprir o ritual burocrático, vigente em outras iniciativas, de ir a Brasília e somente depois voltar. A Receita Federal, garante Gomes Nunes, participará do esforço de esclarecimento sobre as vantagens contidas na Lei Rouanet e os procedimentos técnicos para que os interessados possa se beneficiar dela. Bandeira - “Queremos profissionalizar esse envolvimento”, explica o presidente da ACIL, Rubens Augusto, que atribui à entidade que dirige e ao Bureau a condição de portadores momentâneos de uma bandeira. “Quanto mais entidades participarem, melhor”, diz. Augusto cita como referência a cidade gaúcha de Gramado que, além de ser uma atração turística no inverno, promove o mais concorrido Natal do Brasil, que atrai tanto ou mais turistas que o inverno. As festividades natalinas de Gramado privilegiam apresentações artísticas de alto nível e, segundo o presidente da ACIL, adquiriram auto- nomia do poder público – não dependem mais de recursos da Prefeitura e de outras entidades, como a associação comercial local, uma das responsáveis por sua implantação. “É uma promoção altamente lucrativa, coordenada por profissionais e que emprega cerca de 2 mil pessoas”, contabiliza. O recurso em larga escala da Lei Rouanet recolhido por empresários e pessoas jurídicas de Londrina dará um “grande impulso” à cultura local, estima o presidente da ACIL. E isso, além de beneficiar diretamente a classe cultural, repercutirá favoravelmente no turismo de negócios e de lazer. Dedução total ou parcial - A lei n° 8.313/91 – conhecida por Lei Rouanet porque foi concebida por Sérgio Paulo Rouanet quando ministro da Cultura do governo Fernando Collor - permite o abatimento do Imposto de Renda, total ou parcial, de patrocínios ou doações a projetos culturais. Esses projetos têm de ser aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), subordinada ao Ministério da Cultura. Podem candidatar-se aos benefícios da lei pessoas físicas, empresas e instituições com ou sem fins lucrativos, de natureza cultural, e entidades públicas da administração indireta, tais como fundações, autarquias e institutos, desde que dotados de personalidade jurídica própria e, também, de natureza cultural. As áreas culturais beneficiadas por esse incentivo, também conhecido como lei do mecenato, são: artes cênica, produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres; literatura, inclusive obras de referência; música; artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres; folclore e artesanato; patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; humanidades e rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial. O abatimento no Imposto de Renda, no caso das pessoas físicas, pode ser de 80% das doações e 60% dos patrocínios; no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, 40% das doações e 30% dos patrocínios. As empresas poderão também incluir o valor total das doações e patrocínios como despesa operacional, diminuindo, assim, o lucro real da empresa no exercício, com conseqüências na redução do valor do imposto a ser pago. Projetos nas áreas de artes cênicas; livros de valor artístico, literário ou humanístico; música erudita ou instrumental; circulação de exposições de artes plásticas; e doação de acervos para bibliotecas públicas e para museus. Neste caso, no entanto, é vedada às pessoas jurídicas com fins lucrativos a dedução do valor da doação ou patrocínio como despesa operacional. O valor total a ser abatido do imposto devido não pode ultrapassar a 4% do valor total no caso das pessoas jurídicas e 6% no caso das pessoas físicas. Além das vantagens tributárias, o patrocinador poderá, dependendo do projeto que apoiar, obter retorno em produto (livros, discos, gravuras, CDRom´s, etc.) para utilização como brinde ou para obtenção de mídia espontânea. O recebimento de produto artístico gerado pelo projeto está limitado a 25% do total produzido e deve ser destinado à distribuição gratuita. Mais informações em www.cultura.gov.br/apoio_a_projetos/ lei_rouanet JORNAL DA ACIL/Maio 2008 17 INTEGRAÇÃO Índia, mais próxima do que nunca José Antonio Pedriali Especial para a ACIL A historia de Londrina é intimamente ligada à Índia, pois um de seus mais célebres moradores, Celso Garcia Cid, protagonizou, no final da década de 50, um dos casos mais rumorosos de importação: 112 cabeças de gado zebuíno originário daquele país, que o governo federal, pressionado pelos produtores mineiros, tardou meses para liberar. Desse episódio resultou o aprimoramento genético do gado paranaense e a expansão das raças zebuínas por todo o território nacional. Do lote importado, Garcia Cid doou 60 cabeças para produtores do Paraná e outros estados para que a raça se disseminasse mais rapidamente. O Parque de Exposições Ney Braga dedica um busto ao marajá de Bahvnagar, protagonista desta epopéia comercial. Foi ele quem forneceu o gado para Garcia Cid. Desde então, a Índia desapareceu da agenda comercial londrinense, embora, nos anos 70 e 80, tivesse uma importância cultural significativa: diversos professores de origem indiana – todos PhD - foram contratados pela Universidade Estadual de Londrina que, no entanto, não pôde mantê-los por causa da defasagem dos salários locais frente a outras instituições de ensino, notadamente dos Estados Unidos, para onde foi a maioria desses professores. Uma nova porta, porém, está se abrindo. A Índia é o maior exportador de software e TI (tecnologia da informação) do mundo e está colocando os pés em território brasileiro. E Londrina está na rota desta cruzada do futuro. Sharma, fala a empresários, no ACIL: empresas indianas estão de olho no potencial de Londrina A Satyam, uma das maiores empresas de TI do mundo – opera em 55 países, emprega 52 mil funcionários e tem um faturamento anual de US$ 2 bilhões – montou no ano passado em São Pulo sua base operacional para toda a América Latina. A Satyam está se associando à Lint – Londrina Tecnologia de Informação, empresa de TI montada também no ano passado. Outras empresas indianas estão de olho no potencial de Londrina, que está se consolidando como pólo de TI, disse Y. K. Sharma, da Índia Trade Promotion Organisation, empresa do governo indiano dedicada a fortalecer os laços comerciais com governos e empresas estrangeiros. Sharma reuniu-se quarta-feira, 14, com um grupo de empresários na ACIL. Sua visita a Londrina foi intermediada pela Assessoria de Relações Internacionais da UEL e pela agência de fomento regional Terra Roxa. Os dois países, ressaltou Sharma, têm em comum uma economia emergente e integram o BRIC, acrônimo criado pelo grupo de investimentos Goldman Sachs para designar o grupo de países economicamente mais promissor da atualidade, formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China. Apesar de abrir a lista, o Brasil é, entre seus parceiros, o que apresenta menor expansão econômica, tendo crescido pouco mais de 5% o ano passado, quando apresentou sua melhor performance dos últimos oito anos. A China tem apresentado um crescimento médio de 10% ao ano, e a Rússia e a Índia, de 8%. O comércio bilateral Brasil-Índia tem evoluído significativamente nos últimos anos, a partir da ofensiva diplomática iniciada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que visitou Nova Délhi em 1996. O presidente Lula incluiu a Índia entre as prioridades da política externa brasileira e já visitou aquele país duas vezes. O presidente indiano Pratibha Patil acaba de retribuir a visita. Esteve no Brasil no mês passado. Tímido nos anos 80 – aquela década iniciou com um intercâmbio comercial de desprezíveis US$ 80 milhões entre os dois países –, o comércio bilateral Brasil-Índia tem se acelerado nos últimos anos. Em 2006, atingiu US$ 2,5 bilhões e, no ano passado, saltou para US$ 4,4 bilhões. A meta dos dois países é chegar a US$ 10 bilhões em 2010. A Índia possui um sistema legal rígido, normas comerciais estáveis e os impostos oscilam em 15% e mostram tendência de queda. Além de integrarem o grupo de países emergentes mais promissores, Brasil e Índia são sócios em várias iniciativas diplomáticas. Entre elas o G4 - esforço para aumentar o número de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e o G20, uma ampla mobilização contra os subsídios agrícolas praticados pelos países desenvolvidos. Brasil e Índia lideram este movimento. Sharma, que passou rapidamente por Londrina, não soube indicar quais os produtos de origem local com maior potencial de comercialização com a Índia, mas apontou genericamente o etanol – menina-dos-olhos do comércio exterior do presidente Lula e cuja produção está em expansão no Paraná. Os principais produtos da pauta de exportação brasileira para a Índia são óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, gorduras, ceras de origem animal e vegetal e, naturalmente, um item do qual o Paraná é pródigo: o óleo de soja. A Índia, por sua vez, nos vende produtos farmacêuticos e químicos, equipamentos para indústria de borracha e embalagens, têxteis e, principalmente, combustíveis refinados. A Tata, maior fabricante de carros da Índia, tem planos de investir US$ 15 bilhões no Brasil. Celso Garcia Cid descobriu, 50 anos atrás, o caminho das Índias. Um país com 1,1 bilhão de habitantes, dos quais 300 milhões com alto poder de consumo, não pode ser desprezado pelas novas gerações. Para obter mais informações comerciais sobre a Índia, acessar: www.indiatrade.org.br; www.indiatradepromotion.br e www.tradeportalofindia.com JORNAL DA ACIL/Maio 2008 18 SOCIAL 1968: “o ano que não acabou” José Antonio Pedriali Especial para a ACIL 1968, o “ano que não acabou”, como o batizou o jornalista e escritor carioca Zuenir Ventura, protagonizou acontecimentos de grande repercussão histórica, como a “Ofensiva do Tet”, que marcou o início do fim da guerra do Vietnã, e o assassinato do líder dos direitos civis norte-americanos Martin Luther King. Mas nenhum foi tão estrepitoso, e com conseqüências imediatas e abrangentes – e duradouras – que o levante estudantil de maio, em Paris. Revoltados por terem sido reprimidos durante um protesto contra a guerra do Vietnã – e quem é que não protestava, mundo afora e Estados Unidos adentro, contra essa guerra estúpida? -, os estudantes da Universidade de Nanterre, de Paris, encastelaramse, nos primeiros dias de maio, na multissecular Universidade de Sorbonne, desencadeando, a partir daí, a segunda Revolução Francesa. Se a primeira, em 1789 – coincidentemente deflagrada em maio – fez ruir a monarquia e todo o ordenamento socioeconômico e cultural do “ancien régime” e espalhou pelo mundo os princípios da “liberdade, igualdade e fraternidade”, a rebelião estudantil francesa moldou um novo mundo em matéria de comportamento e relações sociais. A minissaia e a calça jeans tornaram-se símbolos do movimento – símbolos que se incorporaram aos hábitos do mundo surgido dessa rebelião, comprovando seu caráter duradouro. “Tudo é possível”, “Sê realista, Peça o impossível”, “A vida sem tempos mortos”, “É Proibido Proibir” e “Todo o Poder à Imaginação” foram os slogans mais utilizados pelo movimento espontâneo que, iniciado sob a liderança de Daniel Cohn-Bendit, se alastrou pela sociedade francesa como um tsunami: em poucos dias, as ruas de Paris haviam se transformado em campo de batalha, com barricadas por todo lado, e duas dezenas de indústrias haviam sido tomadas pelos empregados. A rebelião durou um mês e forçou o presidente Charles De Gaulle a promover uma profunda reforma nas instituições francesas, entre elas no campo das relações trabalhistas. Aquela rebelião, que motivou movimentos similares em diversas partes do planeta, expressava a inconformidade de um mundo perplexo diante do modelo econômico e dos padrões sociais e culturais do pós-guerra. Um mundo dominado, num extremo, pelo capitalismo e, conseqüentemente, pelos Estados Unidos – então caminhando resolutamente para o auge da glória e o poder -, que impunha relações trabalhistas e sociais atreladas a esse modelo, com reflexos profundos no universo sociocultural. No outro extremo, uma vasta porção geográfica subjugada pelo comunismo soviético, que se inquietava com a falta de liberdade e a estreiteza de horizontes de um regime totalitário, que tudo controlava – da economia às relações sociais – menos corações e mentes que não se deixaram subjugar coletivamente pela força e pela vigilância que os órgãos de repressão exerciam sobre aquelas sociedades. Esse descontentamento chegaria ao paroxismo com a “Primavera de Praga”, esmagada em outubro pelos tanques soviéticos. A China vivia o auge da “Grande Revolução Cultural”, eufemismo de Mao Tse-Tung para empreender a mais vasta campanha de extermínio de adversários de que se tem história. Dezenas de milhões de pessoas foram exterminadas. O regime militar enfrenta os primeiros protestos No Brasil, o regime militar, imposto quatro anos antes, enfrentava os primeiros protestos populares. O maior deles foi a “Marcha dos Cem Mil”, no Rio de Janeiro, em 5 de junho. Organizada pela União Nacional dos Estudantes, a manifestação teve a adesão de profissionais liberais e de donas-de-casa. O monolítico regime de força começava a apresentar ranhuras que poderiam se transformar em frestas e, para estancar a rebelião incipiente, o presidente Arthur da Costa e Silva silenciou o Congresso, fechando-o por 10 meses, tendo como pretexto o acalorado discurso do jovem deputado Marcio Moreira Alves, que exortara as JORNAL DA ACIL/Maio 2008 19 mulheres dos militares a fazerem uma greve de sexo para forçarem a abertura do regime. Em dezembro, Costa e Silva editaria o Ato Institucional Número 5, o mais draconiano dos instrumentos legais de que o regime fez uso para calar a oposição. Dezenas de deputados, senadores, prefeitos, deputados estaduais e até vereadores perderam seus mandatos. A censura prévia foi imposta à imprensa. O instituto do habeas-corpus foi suspenso. A reação foi imediata: os partidos de extrema-esquerda apelaram para a luta armada e os defensores radicais do regime criaram o Comando de Caça aos Comunistas (CCC). A sede da ABI, no Rio, sofreu um atentado à bomba – atentado atribuído ao CCC - e o quartel-general do 2º Exército, em São Paulo, foi atacado com um caminhãobomba, ação reivindicada por uma organização de extrema-esquerda. Se no campo político o clima era de confronto – e era apenas o início de um Universitário tinha um pouco de tudo – música, teatro e poesia. A grande vencedora da primeira edição foi Mirian Plagia Costa, estudante do segundo ano de Direito. Arrebatou três prêmios. Mirian é jornalista e escritora de sucesso e atua em São Paulo. A TV Coroados, única emissora de televisão local, completava cinco anos de funcionamento e ainda produzia seus programas ao vivo, destacandose os comandados por Picolino e Tia Luci. A Rádio Atalaia dominava a audiência com suas novelas, transmitidas ao vivo. Naquele ano, “Os Anjos Também Choram”, a mais popular de suas novelas, fazia jus à explicação da rádio para seu sucesso: ela transmitia, “todos os dias, amor e ódio, esperança e desespero, risos e lágrimas”. Depois das novelas, e não muito diferente delas, porque teatralizava um acontecimento real, com ênfase para os policiais, “Aconteceu” eletrizava o público. E seu público era formado de crianças, adultos e idosos. confronto que se prolongaria durante anos -, na área cultural o movimento tropicalista ou “Tropicália”, liderado por Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, instituía uma gingada que se incorporaria para sempre ao repertório nacional, e o “Cinema Novo”, com Glauber Rocha como expoente máximo, revolucionava a técnica cinematográfica. Os festivais internacionais da canção projetavam ano a ano novas celebridades. No festival daquele ano, “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, conquistou o primeiro lugar. O segundo foi atribuído a uma música que se transformaria num totem da rebeldia: “Para não dizer que não falei de flores” ou “Caminhando”, de Geraldo Vandré. O apresentador desse programa era um jovem universitário que se elegeria vereador naquele ano e daria início a uma das mais brilhantes carreiras de um político paranaense. Era Álvaro Dias. Outro radialista, este da Rádio Londrina, também se elegeria vereador – faria a maior votação entre todos os eleitos, mais de dois mil votos, quase o dobro do segundo colocado: Antônio Casemiro Belinati, que viria a ser três vezes prefeito e exercer vários mandatos como deputado federal e estadual. Mas o cenário político londrinense seria abalado aquele ano pelo surgimento de um político sem experiência na área e que revolucionou os métodos de se fazer política. Dalton Fonseca Paranaguá deixara a Secretaria Estadual de Saúde para disputar a Prefeitura numa sublegenda do MDB, projeto no qual talvez nem ele mesmo acreditasse porque era consensual a vitória certa de João Olivir Gabardo, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e fundador do MDB local. E o único vereador desse partido na Câmara, “Os anjos também choram” comovem os londrinenses E foi nesse ano de 1968 que um grupo de universitários – entre eles o estudante de Direito e futuro vereador e vice-prefeito Délio César - lançou a primeira edição do Festival Universitário de Londrina, um festival que se repetiria ano após ano embora tenha vestido nova roupagem. É o FILO – Festival de Teatro de Londrina, que está completando quatro décadas de existência. Em seu nascimento, o Festival então composta por 15 membros. Os partidos políticos tradicionais haviam sido extintos e, em seu lugar, o regime militar criara dois – o da situação, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que estava autorizado a fazer oposição, desde que uma oposição não muito opositora e muito menos que ameaçasse a continuidade do regime. Gabardo era filiado ao PDC (Partido Democrata Cristão) assim como outro político que migraria para o MDB e teria grande projeção nacional: José Richa, então deputado federal no segundo mandato e que viria a governar Londrina e o Paraná e exercer dois mandatos como senador. Paranaguá entrou na disputa para se transformar, e este era o conceito corrente, na “azeitona da empada oposição, aceitou a participação de Paranaguá para dar mais ênfase ainda a uma vitória que parecia assegurada. Paranaguá não tinha filiação política. Exercera a função de secretário estadual de Saúde por pouco mais de dois anos no governo de Paulo Pimentel, da Arena, e, instigado por seu amigo Orlando Mayrink Góes, que ocupara a Secretaria Estadual da Fazenda, lançou-se à empreitada eleitoral. Era carismático, extremamente popular, popularidade que conquistou como um dos médicos mais brilhantes da história de Londrina, conceito que mantém até hoje, tendo iniciado sua carreira como cirurgião do Hospital Evangélico em 1955, quando chegou em Londrina. Era natural de Jurumenha, Piauí, e cursara Medicina no Rio, onde passara a maior parte de sua vida. Paranaguá tinha, portanto, o perfil ideal para concorrer à Prefeitura, mas nenhum traquejo político. Essa fragi- Gabardo”. Ou seja, para ressaltar o sabor da iguaria. A população londrinense, rebelde e independente por natureza, estava descontente com o regime militar e via na eleição de Gabardo o instrumento para manifestar esse sentimento. As pesquisas realizadas pelo MDB indicavam que ele tinha de 60% a 70% das intenções de voto e, se em princípio o partido não pretendia concorrer com uma sublegenda, instituto criado pelo regime para dispersar os votos da lidade foi levada em consideração pela Arena, partido ao qual ele se apresentou para preencher uma das sublegendas. Foi desdenhado. Recorreu então ao MDB, que, relutante, o aceitou. Se não ajudasse, pelo menos não atrapalharia Gabardo. O carisma e o método revolucionário que adotou em sua campanha, visitando estabelecimento comercial por estabelecimento comercial, casa por casa até onde suas pernas conseguiram levá-lo, e dotado de uma Paranaguá, a azeitona que engoliu a empada JORNAL DA ACIL/Maio 2008 20 oratória de dar inveja a Bossuet, que ele soube explorar com maestria no programa que manteve todos os dias na televisão, lhe deram a vitória. Uma vitória arrasadora, a vitória da “azeitona” sobre a “empada”. Obteve 18 mil votos, quatro mil a mais que Gabardo e mais que todos os dos três candidatos da Arena juntos – Paulo Carneiro Ribeiro, homem de confiança do prefeito de então, José Hosken de Novaes, Mario Stamm e David Ericsson. O lema inicial de sua campanha – “a saúde é a suprema lei” – foi sufocado na reta final da disputa pelo slogan surgido de uma frase em seu programa de televisão. “Sou moringa fresca”, disse ele, referindo-se aos ataques dos adversários contra sua pretensão de tornar-se prefeito e exortando os eleito- gabinete, possível de ser visto da rua, e atendia qualquer um, a qualquer momento e para tratar de qualquer assunto. Instituiu uma ampla reforma administrativa e construiu, nos dois primeiros anos, mais salas de aula que todas as que o município construíra nos 34 anos anteriores, desde sua fundação, portanto. Entre suas principais realizações estão: a erradicação de todas as favelas, transferindo seus moradores para conjuntos habitacionais e saneando as áreas alagadas que esses favelados haviam habitado até então; a urbanização de todos os fundos de vale e início do amplo projeto de urbanização do Igapó (a cargo do paisagista Burle Marx). Paranaguá deu início à transposição da linha férrea, duplicou a capacidade de res a adotarem esse mesmo procedimento em relação às aflições do dia-adia. Essa frase se associaria de tal forma à sua imagem que, mal começaram as obras de sua realização mais vistosa, o ginásio poliesportivo, a população logo batizou o local de “Moringão”. Paranaguá não só inovou na campanha eleitoral: adotou, como prefeito, ações de grande impacto e de efeito duradouro e assumiu um estilo informal, de soluções rápidas dos problemas, e de acompanhamento constante das obras sob sua responsabilidade. Transferiu a Prefeitura, então na esquina das ruas Minas Gerais e Santa Terezinha para a João Cândido, esquina com a então Jacarezinho (hoje JK), onde jamais fechava a porta de seu abastecimento de água e contratou o primeiro projeto de viabilidade técnica de utilização da água do Tibagi para o abastecimento de Londrina. O Parque das Indústrias Leves foi implantado por ele, que também criou a Secretaria de Economia Rural, o Sercomtel duplicou o número de linhas e surgiu o primeiro Pronto Socorro Municipal. Ele não pôde, no entanto, cumprir duas de suas promessas: construir o Teatro Municipal e uma nova rodoviária. Paranaguá foi sucedido por Richa, em 1973, e, em 1988, tentou voltar à Prefeitura tendo como vice a socióloga Maria Lucia Victor Barbosa. Mas os tempos eram outros e sua mudança de partido – deixara o PMDB, para o qual voltaria depois – contribuiu decisivamente para seu fraco desempenho. A O prefeito José Hosken de Novaes iniciou aquele primeiro de maio de 1968 inaugurando o parque infantil do Jardim Shangri-lá, na Avenida Tiradentes, cerimônia que, segundo a “Folha de Londrina”, atraiu a “petizada”, fez uma pausa para o tradicional churrasco com os funcionários municipais e assistiu à travessia do Igapó, vencida pelos irmãos Jorge e Mauro Takeda, o primeiro na categoria juvenil, o segun- Avenida Higienópolis e a “Folha” noticiava que em Londrina e outras 24 cidades do Paraná a caça estava proibida. E o Ouro Verde exibia “Chamas de Verão” com a francesa Jeanne Moureau. Mas o fato que mais abalava a cidade era o rigor de uma professora do Ginásio Estadual do Instituto de Educação que, numa manhã gelada daquele mês, mandou suas alunas tirarem os agasalhos e as meias compridas que destoassem do uniforme. O episódio foi denunciado pelo vereador Sebastião de Oliveira César, e a Câmara nomeou naquele dia uma comissão, presidida por Francisco Olivieri, para investigar o que o jornal definia como “striptease” no colégio. Desde o início do mês, a Imobiliária Veronesi punha à venda, pagáveis em 54 prestações, os apartamentos do Edi- do na adulta. Naquele dia, os “trabalhadores metalúrgicos da região Norte” publicavam um manifesto de quase meia página no jornal, exigindo liberdade sindical, de negociação salarial e de greve, chamavam a atenção para a necessidade de “ganhar mais”, receber benefícios e alimentação e reivindicavam a oportunidade de educação”. O manifesto era assinado por Genecy Souza Guimarães e Arthur Boniogli. E a promoção “Provas Pedestres 1º De Maio”, da Rádio Alvorada, que completava quatro anos de existência, lotava a Concha Acústica. Em 7 de maio, dia em que os universitários de Nanterre e Sorbonne ocuparam as ruas de Paris, o prior dos dominicanos de São Paulo, Frei Chico, desembarcava em Londrina para dar uma palestra no auditório da Rádio Londrina. Ele criticou a “desordem instituída” no Brasil e chamou a atenção para a “obrigação de todo cristão de lutar por uma ordem que beneficie a maioria de oprimidos”. Frei Chico fazia parte do grupo de frades que mantinham contato com a Aliança Libertadora Nacional, de Carlos Marighela, e que viriam a ceder o convento, localizado no bairro de Perdizes, para abrigar membros dessa e outras organizações de extrema-esquerda. Nesse dia, o Viscardi inaugurava sua loja na fício Arthur Thomas, que deveriam ser entregues em 12 meses e se distinguiam pelo “luxo e conforto”. Do outro lado da rua Pio XII, “no ponto mais central da cidade”, o Edifício Tuparandi, em estado avançado de construção, ainda possuía unidades à venda, informava o empreendedor, a Alvorada S.A. Imóveis e Construção. Para quem estivesse em busca de um carro, a Transparaná desafiava: “Os novos Esplanada e Regente estão aqui para conquistá-lo”. No dia 9, quando os estudantes franceses ameaçavam “a continuidade do governo de Charles De Gaulle”, dizia a “Folha”, o embaixador do Japão, Koh Chiba, descia em Londrina para conhecer seu potencial econômico e o Centro de Saúde informava que daria “assistência sanitária” aos 221 índios do posto “Xavier da Silva”, de Tamarana. No dia 13, um domingo, quando a rebelião estudantil atingiu seu auge, levando um milhão de pessoas às ruas da capital francesa, a “Ronda pela Cidade”, uma das colunas mais longevas e famosas da “Folha”, alertava: “Impressionante a malandragem de certos garotos que, ultimamente, têm levado muito adulto ‘na conversa’. Usando de todos os ardis para tomar dinheiro dos incautos. Há engraxates que se oferecem para limpar sapatos, geralmente de pessoas da lavoura, pelo preço usual. No decurso do serviço, vão se oferecendo para passar ‘mais uma mãozinha de graxa’, um ‘pouquinho de tinta’ e outras coisas aparentemente insignificantes. Ao final cobram pelos ‘serviços extras’ quantias até dez vezes superior ao combinado inicialmente. E eleição foi vencida por Antônio Belinati, na mais emocionante disputa da história política de Londrina: obteve pouco mais de 700 votos sobre José Tavares, o candidato do PMDB. A França ferve. Striptease no colégio abala Londrina JORNAL DA ACIL/Maio 2008 se o incauto protesta, armam a maior confusão e ameaçam chamar a polícia”. A coluna “Sociedade”, de Osvaldo Militão, trazia a foto de uma jovem experimentando um par de sapatos e informava: “Todas as jovens que disputarão dia 24, no K’neco, o título de Miss Londrina receberam outro valioso presente. Cada candidata escolheu um par de sapatos nas Casas Ajita”. A disputa seria vencida por Eloísa Helena Ribeiro. No dia 22, De Gaulle lançou a idéia de um plebiscito e de reformas sociais para conter os protestos. As Lojas Americanas, que se preparavam para se instalar em Londrina, buscavam interessados em preencher vagas em três setores: balconistas, escritório e assistência de vendas. Os dois primeiros setores eram exclusivos a “moças” - e o terceiro, somente para “rapazes dinâmicos”. No dia 26, quando o governo francês ordenou que os manifestantes fossem reprimidos à força, o prefeito Hosken de Novaes anunciava a inauguração do Sercomtel em 6 de julho e o secretário de Saúde do Estado, Arnaldo Busato, doava 200 mil cruzeiros para a construção da “Cidade Universitária Paulo Pimentel”, que daria origem ao Campus Universitário. A Faculdade de Medicina deveria ser transferida para lá em setembro. No dia 29 o governo de De Gaulle anunciou que a França “poderá recorrer ao ouro para resolver a crise de produção”. Segundo a manchete da “Folha”, uma mulher era esmagada por uma Kombi em Londrina que, segundo o IBGE, possuía 10.609 veículos (o levantamento fora feito em dezembro do ano anterior). No dia 31, o movimento estudantil e a onda de invasões de indústrias pelos operários mostravam sinais de enfraquecimento e De Gaulle anunciava que não renunciaria e dissolvia a Assembléia Nacional. A esquina das ruas Goiás e Paranaguá ganhava um semáforo e Londrina se preparava para receber no dia seguinte a cantora Eliane Pittman. Agora, sim, as coisas iam ferver por aqui. 21 NOVAS LOJAS Wal-Mart terá atacado e hipermercado na Cidade Grupo norte-americano anuncia investimentos em Londrina, confirmando o interesse pelo mercado local Katia Baggio Especial para a ACIL A rede de supermercados Wal-Mart, que há cerca de dois anos tentou se instalar em um terreno no Centro da Cidade, o antigo Colossinho, vetado pela Prefeitura, agora veio para ficar. No início do mês, a gerente de Relações Institucionais do Wal-Mart, Mônica Moreira, esteve na Cidade para anunciar oficialmente a instalação de duas unidades do grupo no município. Um atacado vai funcionar na Zona Norte, na Avenida Saul Elkind, no Jardim Planalto, com a bandeira Maxxi. Segundo a representante do Wal-Mart, esta loja começa a atender ainda este ano. O hipermercado Big faz parte de um grande complexo denominado Marco Zero; no terreno ficava a indústria Anderson Clayton, próximo à Rodoviária (zona leste). No local será construído o Teatro Municipal, hotel, prédios residenciais e comerciais, um centro de convenções e ainda um shopping center do grupo Sonae Sierra Brasil, onde o Big vai ser instalado. As lojas e o Big devem entrar em atividade em 2010. O Big já funcionou em Londrina, quando pertencia ao grupo Sonae. Os investimentos do Wal-Mart em Londrina chegam a R$ 90 milhões, R$ 40 milhões somente na obra do Maxxi, que em 5 mil metros quadrados deve oferecer 200 postos de trabalho, além de possibilitar a geração de 600 empregos indiretos, de acordo com a empresa. Para o Big está prevista a contratação de mais 300 funcionários e 900 beneficiados de forma indireta, em 7 mil metros quadrados de área. Segundo a gerente, o Produto Interno Bruto (PIB) de Londrina cresceu e a renda per capita aumentou, o que justifica a ampliação das atividades aqui. O grupo já trabalha em Londrina com a marca Mercadorama, mas agora foca os dois empreendimentos em públicos diversificados. No atacado serão oferecidos 6 mil produtos de uso doméstico e para pequenos comerciantes. Para o Big são anunciados 50 mil itens. Para o prefeito Nedson Micheleti, “Londrina vive um grande momento, em que a prefeitura trabalha na infra-estrutura e o empresariado investe na expansão dos negócios. A escolha do grupo Wal-Mart por Londrina confirma a importância da cidade e os atrativos criados”. Em 1988 o Wal-Mart entrou em atividade no Paraná, quando inaugurou uma loja Supercenter e um Sam’s Club em Curitiba. No final de 2005, mais 35 lojas adquiridas do grupo Sonae foram incorporadas. O novo Maxxi em Londrina será a primeira loja construída pela rede depois dessa aquisição. As atuais 40 unidades do grupo no Estado se dividem em 24 Mercadorama, 9 BIG, 3 Wal-Mart Supercenter, 2 Maxxi e 2 Sam’s Club, presentes em Curitiba e outros seis municípios – São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Umuarama, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina. O Wal-Mart tem mais de 300 lojas no País, em 17 Estados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. O grupo detém, ainda, as marcas Bompreço, Hiper Bompreço, Todo Dia e Nacional e prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão em 36 novas lojas e a criação de 7,1 mil novos empregos diretos. O novo shopping anunciado para Londrina pela Sonae Sierra Brasil tem investimento estimado em R$ 135 milhões e será construído em uma área de 80 mil m2. A expectativa é de que, com 180 lojas satélites, 18 fast-foods, 4 âncoras, 4 restaurantes, um hipermercado, o Big, área de lazer, cinema e 2 mil vagas de estacionamento, o negócio gere 1,5 mil empregos após o início de sua operação. JORNAL DA ACIL/Maio 2008 22 Agenda de Treinamentos ACIL – 02 a 04 de Junho 20 a 21 de Junho TELEMARKETING GESTÃO ESTRATÉGICA DE FINANÇAS Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Facilitador: Antonia Arlete Schlepak Horário: Dia 20 das 19h às 22h Dia 21 8h ao 12h e das 13h a 18h Carga Horária: 12 horas Facilitador: CharlesVezozzo Objetivo: Proporcionar aos participantes um conhecimento geral sobre o profissional de telemarketing, ressaltando a sua importância e responsabilidades. Fornecer ferramentas a fim de desenvolver o atendimento com a máxima qualidade. Abordagem: • Telemarketing ativo e Telemarketing receptivo; • Quais as tarefas, responsabilidades e requisitos da profissão? • Call Center / Serviços mais utilizados • Distribuidor automático de chamadas • Mailling e cadastros • Internet – o grande instrumento do telemarketing • URA – IVR / Monitoria. • Cuidados profissionais • Dicas de atendimento / Saber ouvir • Cuidado com a pronuncia e vícios de linguagem • Conhecimentos Investimento: R$ 45,00 para Associados ACIL R$ 70,00 para não-Associado 9 a 12 de Junho LIDERANDO EQUIPES E OTIMIZANDO RESULTADOS Horário: 19h as 22h Carga Horária: 12 horas Facilitadora: Filomena Regina Storti Minetto Objetivo: Desenvolver as lideranças, trablhar fatores como a motivação, habilidades na comunicação,, no relacionamento interpessoal e nas técnicas de liderança de pessoas e situações, bem como, demonstrar a importância do trabalho em equipe para atingir a sinergia. Abordagem: • Transformação do Grupo em Equipe -Conflito Interpessoal no grupo; -Estágios de dempenho de grupo; -desenvolvimento de Equipe • Comportamento Humano no trabalho -O Processo de Interação; -A dinâmica do Grupo; -As Relações Interpessoais; • A Liderança, a Motivação e a Equipe de Trabalho • Participação no Grupo • Circuito Defensivo x Ciercuito de Aprendizagem na vida das Organizações • Liderança e Criatividade • Projeto de Vida Profissional e Pessoal Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 90,00 para não-Associados Objetivo: Proporcionar aos participantes uma visão geral sobre a importância e responsabilidade de uma eficiente gestão financeira. Através de ferramentas facilmente aplicáveis possibilitará melhor planejamento e agilidade na tomada de decisões e uma maior segurança na manipulação do dinheiro da empresa. Abordagem: • Controles Financeiros básicos X gerencias • Demonstrativo de Resultados Gerencial • Pontos de Equilíbrio • Análise de Sensibilidade do lucro • Calcúlo da Necessidade de capital de Giro • Outros indicadores financeiros Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 90,00 para não-Associados 23 a 26 de Junho COMO DESENVOLVER E APLICAR TREINAMENTOS Horário: 19 às 22 horas Carga Horário: 12 horas Facilitadora: Adiles Maia Objetivo: Capacitar pessoas através do conhecimento de tecnicas de desenvolvimento e aplicação de treinamentos e condução de grupos de forma eficaz. Abordagem: • Características do treinamento Adulto; • Como identificar a necessidade de Treinamento; • Tipos diferentes de Treinamentos; • Escolha do método e seleção do conteúdo; • Etapas da programação de treinamentos; • Recursos didáticos e audiovisuais; • Noções básicas de aplicação de Dinâmicas de Grupo; • Aspectos da postura e habilidades importantes ao instrutor; • Avaliação e validação do treinamento. Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 90,00 para não-Associados 23 a 25 de Junho GERENCIAMENTO DA EQUIPE DE VENDAS Horário: Das 19h as 22h CARGA HORÁRIA: 9HORAS FACILITADOR: SIDNEY KAYAMORI Rua Minas Gerais, 297 – 1º andar Tel.: 43 3374-3011 – E-mail: [email protected] junho/ 2008 • Análise dos Fatores Externos e Internos das Vendas • Desenvolver as Funções do Profissional de Vendas • As Promoções de Vendas • Pós Venda SERVIÇO ESSENCIAL Mario Tavares preside conselho da Sercomtel Investimento: R$ 45,00 para Associados ACIL R$ 70,00 para não-Associados 30 de Junho a 3 de Julho QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES Horário: 19h às 22h Carga horária: 12 horas Facilitadora: Marina Barboza de Paula Objetivo: Apresentar técnicas e abordagens práticas no atendimento de qualidade prestado pelos profissionais da área de atendimento e vendas, aos clientes internos e externos, pessoalmente e por telefone, com o enfoque no relacionamento interpessoal ético e profissional. Abordagem: • Como podemos definir um excelente atendimento pessoal? • Razões para se prestar um excelente atendimento aos clientes; • Como encantar os clientes no atendimento telefônico? • O que são momentos da verdade no atendimento? • Fatores comportamentais que facilitam e que dificultam o atendimento; • Como manter o padrão de qualidade nos atendimentos difíceis? • Perfil atual do profissional de atendimento; • Expectativas dos clientes em relação ao atendimento oferecido pelas empresas; Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 90,00 para não-Associados 30 de Junho a 3 de Julho DESENVOLVENDO COMPETÊNCIA EM VENDAS Horário: 19h às 22h Carga Horária: 12 horas Facilitadora: Cristiane Zagui Egoshi Objetivo: Proporcionar aos participantes o conhecimento de formas mais adequadas de apresentação, comunicação, estratégias de planejamento e de atendimento, sensibilizando-os para as mudanças comportamentais que tragam resultados para o negócio. Abordagem: Processos de comunicação; Competências interpessoais para o profissional; Inteligência emocional; Postura do vendedor; Planejamento e metas; Atendimento ao cliente; Tipos de clientes e como atendê-los; O processo de negociação em vendas(foco na postura) • O processo ce mudança Objetivo: Aprimorar os principais fatores do Gerenciamento da equipe de Vendas para despertar e desenvolver seus colaboradores para um aprimoramento nas vendas. • • • • • • • • Abordagem: • A Globalização X Dinâmica Gerencial • Os Papeis do Gerente Profissional • Filme sobre Liderança de Grupo Investimento: R$ 60,00 para Associados ACIL R$ 90,00 para não-Associados Ex-diretor da empresa representante da ACIL órgão que representa usuários da companhia telefonia fixa é no os de O administrador Mário Jorge de Oliveira Tavares é o primeiro presidente do Conselho de Usuários do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC, na condição de representante da ACIL. Tavares foi eleito no dia 15 deste mês e cumprirá mandato de um ano, tendo como vice-presidente João Athanazio. A criação do órgão é uma exigência da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, que supervisionou o processo realizado na Sercomtel. A operadora londrinense é a primeira empresa do setor no País a criar o conselho. O Conselho de Usuários tem como atribuição avaliar os serviços oferecidos pela operadora e a qualidade do atendimento prestado, além de propor sugestões de melhoria e apresentar soluções para conflitos entre a companhia e seus usuários. primeira reunião do grupo estava marcada para o dia 20. Também fazem parte do conselho Antonio Gomes, Sonia Goes Giovenazzi, Dárcio Hélio Longhi, Délcio Antonio Torres A. Júnior e Evander Pereira. O Procon é representado por Flávio H. C. Paula. Mário Jorge Tavares tem uma relação profunda com a operadora londrinense. Ele coordenou várias áreas técnicas e diretorias e até ocupou a presidência da Sercomtel. Conselho Tutelar elege novos integrantes O Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente realizada eleições para a escolha de novos membros no dia 1º de junho. Para votar, a pessoa deve ter domicílio eleitoral em Londrina, comparecer aos locais de votação com um documento de identidade com foto: carteira de identidade, RG, carteira de trabalho, carteira de motorista, carteira de reservista. Londrina tem três conselhos tutelares, com um total de 15 conselheiros, distribuídos nas regiões Norte, Centro e Sul. Locais de votação: 40 locais – veja listagem completa nas Unidades Básicas de Saúde, terminais urbanos, ônibus, escolas municipais e estaduais e outros locais públicos. O horário de votação é das 9h às 17h. JORNAL DA ACIL/Maio 2008 23 JORNAL DA ACIL/Maio 2008 24 EDUCAÇÃO E CIDADANIA Lapidando talentos Trabalho do Instituto Bom Aluno em Londrina permite que estudantes de escolas públicas conquistem espaços que normalmente só seriam ocupados por quem sempre teve condições de freqüentar a rede particular Fernanda Bressan Especial para a ACIL Dinheiro compra inteligência? Um talento mal trabalhado acaba sendo desperdiçado? Até que ponto a escola determina o sucesso de um aluno? Esses são alguns questionamentos cujas respostas são, muitas vezes, fundamentais para o futuro dos jovens. No Brasil a diferença da formação dada em escolas públicas e particulares é imensa, e esse é um dos fatores que levam alunos que estudaram a vida inteira em instituições privadas a conquistarem a maioria das vagas no ensino superior, principalmente nas universidades públicas. Mais uma vez os alunos que não tiveram a oportunidade de freqüentar bons bancos escolares acabam prejudicados por terem dificuldade de pagar mensalidade em faculdades particulares, onde é mais fácil conseguir uma vaga. É como bem descreveu o economista Cláudio de Moura Castro em artigo publicado na Revista Veja do dia 7 deste mês. Ele comparou o cérebro desses alunos talentosos a diamantes que acabam sendo descartados por não encontrarem espaço para se lapidar. “Países vencedores são os que operam bem na nova economia do conhecimento. Nessa nova economia, a riqueza mais preciosa são os cérebros bem lapidados. Lamentavelmente, jogamos no lixo essa matéria-prima”, sentenciou em seu artigo. Mas, para a sorte de estudantes e da sociedade que se beneficia com a inteligência deles, um movimento vindo de empresários sensíveis a essa questão está mudando a realidade de alguns talentos. No Paraná há o Michelle, futura cardiologista: “Quando puder, quero manter vários alunos.” André Lucas: sonho de ser arquiteto Luís Fernando: aprovado em Medicina Instituto Bom Aluno, que começou em Curitiba em 1994 e veio para Londrina em 2000 trazido pelos empresários Ary Sudan e Luiz Carlos André. Os primeiros frutos já aparecem, como é o caso de Michelle Tavares de Lima, atualmente no último ano do curso de Medicina. Outro aspirante a médico que conseguiu uma vaga na UEL este ano é Luiz Fernando Rodrigues de Oliveira. São exemplos de pessoas capacitadas, esforçadas e inteligentes que dificilmente conseguiriam o mesmo espaço se não tivessem feito parte do projeto. A psicóloga Lílian Gava Ferreira, coordenadora do Bom Aluno, mostra com números a eficácia do projeto. A média de aproveitamento dos estudantes no ENEM foi de 80%. Ao todo são 40 alunos: 24 no ensino fundamental, oito no ensino médio, dois fazendo cursinho e seis em cursos superiores. Um processo de seleção em andamento vai incluir outros 25 nessa lista. Eles recebem bolsas de estudo, todo o material didático, ajuda para transporte e alimentação e o que for necessário para garantir uma boa formação. O instituto se mantém com a colaboração de 11 mantenedores e vários parceiros, entre eles escolas particulares e de idiomas. A seleção dos estudantes, explica Lílian, é feita com alunos da 5ª série e tem cinco etapas, entre entrega de documentos, provas, dinâmicas de grupo, entrevista e visita domiciliar. Uma vez aprovados, os estudantes continuam na escola onde estudam durante a 6ª série e passam a receber reforço de matemática e português pelo instituto. Na 7ª série são inseridos em escolas particulares – atualmente Marista, Nobel e escola Paralelo Aulas Particulares são parceiros do projeto – e também começam a freqüentar aulas de inglês – os parceiros são Instituto Britânico de Línguas (IBL) e Kids Teens. Além disso, até a 8ª séria os alunos têm aulas de desenvolvimento de pessoas e hábito de estudo e devem mostrar que estão interessados e se dedicando. “Os alunos apoiados pelo projeto precisam ter bom comportamento, freqüência de 90% nas aulas e notas acima de 7 para se manter no programa”, acrescenta a psicóloga. Cumprindo esses requisitos, são acompanhados até a pósgraduação com tudo o que precisarem. E é nessa hora que a ajuda de profissionais liberais voluntários aparece. Eles atendem os alunos quando preciso. “Tudo o que estiver interferindo no rendimento deles nós vamos atrás para resolver”, destaca a coordenadora. Para atender mais estudantes, o Instituto está atrás de novos parceiros e mantenedores. O custo médio de cada aluno é de R$ 510 por mês, valor mínimo pago pelos mantenedores que atualmente são: Rondopar, Tamarana Metais, Pepilon, Aesa, Brumax, DLS Transportes, Casas Ajita, Ultramed, Plaenge, Indusfrio e Indrel. Vidas enriquecidas – O processo de seleção para o Bom Aluno começa com estudantes do JORNAL DA ACIL/Maio 2008 ensino fundamental. Mas a história de Michelle Tavares de Lima com o Instituto foi um pouco diferente. Filha de pais separados e precisando trabalhar para ajudar a custear as despesas da casa, ela freqüentou escola pública durante toda a vida escolar e quando terminou o ensino médio passou a estudar em casa com o sonho de se tornar médica. “Trabalhava como secretária em uma escola municipal e estudava em casa à noite e de madrugada”, recorda. O sacrifício rendeu duas vagas para o curso de Medicina – uma na UEL e outra na UFPR. Mas o sonho pararia aí, afinal, como Michelle poderia estudar em tempo integral se precisava do dinheiro ganho como secretária para viver? Foi aí que os empresários Ary Sudan e Luiz Carlos André apareceram. “Uma professora da escola que é conhecida do Sr. Luiz viu meu desespero, que eu precisava trabalhar para ajudar a minha família, mas queria fazer Medicina, e eu acabei entrando no projeto”, diz. Para que ela pudesse estudar, o Bom Aluno passou a pagar o valor do salário que ela ganhava e ainda custear despesas com livros, material de apoio e vale-transporte. A ajuda vai além do material. Michele frisa que os empresários se preocupam com o rendimento deles, perguntam como estão as coisas na faculdade, dedicam um carinho especial a cada um. “Se não fosse essa ajuda eu poderia estar ainda trabalhando como secretária, sem perspec- 25 tiva de vida e desgostosa”, afirma Michele. Mas não foi o que aconteceu e agora ela se empenha para ganhar mais uma batalha. Michelle quer uma vaga na residência de cardiologia, e até concluir os estudos segue no Instituto. “A partir do momento que eu resolvi estudar na UEL, eles me deram todo o material didático, dinheiro para viajar para congressos, para xerox, roupa branca, e tudo o que precisei. As aulas de inglês então foram fundamentais porque os artigos do curso são todos em inglês”, reforça a universitária. Michelle diz que o Bom Aluno foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida dela. “Quando eu puder, quero manter vários alunos.” No início do caminho traçado por Michele está Luiz Fernando Rodrigues de Oliveira. Ele começou no Bom Aluno ainda na 6ª série. Conforme lembra o estudante, o pai dele viu no jornal que estavam fazendo a seleção para o programa e aí começou a história. Luiz Fernando passou nos testes e de início teve as aulas particulares de reforço. Quando estava na 7ª série, começou o curso de inglês no IBL e no ensino médio entrou no Colégio Marista. “Com certeza isso fez a diferença, inclusive o apoio das aulas particulares. Quando eu entrei no Marista o pessoal até estranhava porque eu vinha de escola pública e ia melhor que eles. Mas isso aconteceu porque eu tinha acompanhamento desde a 6ª série, e aí entrei no ensino médio sabendo mais e ficou mais fácil”, relata. Quando concluiu o 3º ano, Luiz Fernando acabou não conseguindo a vaga no curso de Medicina, mas como ficou bem colocado teve novo apoio do Bom Aluno para continuar estudando. Fez cursinho no Colégio Universitário e conseguiu a vaga que tanto queria. De todo esse processo, Luiz Fernando guarda boas experiências de vida. “A convivência que tive foi muito boa. Quando você estuda na escola pública e depois vai para a particular, você tem visão de dois mundos.” Ele diz que no início a mãe teve receio que ele não se adaptasse à realidade de escola particular, mas não foi isso o que aconteceu. “Foi bem tranqüilo, fui eu e mais um do Bom Aluno para o Marista e a gente conseguiu se integrar fácil”, recorda. Agora como estudante de Medicina, Luiz Fernando precisa de livros e material para seguir estudando. “Tenho toda a base para ficar tranqüilo e estudar”, garante. Se não fosse o apoio do projeto, o estudante poderia ter tido um destino diferente. Ciente disso, quer dar destinos diferentes também para a vida de outros jovens. “Não chegaria aqui se não tivesse o apoio, hoje tenho uma perspectiva de querer ajudar os outros. Você sabe que foi difícil chegar e passa a valorizar isso ainda mais. Já que fui ajudado, quero ajudar outra pessoa.” André Lucas dos Reis Cuenca é outro talento abraçado pelo projeto. Na 7ª série, ele estuda no Marista desde o começo deste ano e faz aulas de inglês na Kids Teens. André lembra que estava no Colégio Hugo Simas quando a diretora chamou para que ele participasse da seleção. O dia em que ficou sabendo que tinha sido aprovado foi muito especial. “Foi um pouco engraçado porque eu estava sozinho em casa assistindo à televisão e o telefone toca falando que eu passei. Saí na rua gritando, foi uma felicidade muito grande.” Uma vez aprovado, André seguiu a mesma trajetória de Luiz Fernando, tendo aulas de português e matemática como reforço. Este ano ganhou a vaga para mudar de escola. “No início foi estranho porque eu estava acostumado a conviver com as mesmas pessoas, estudei seis anos no Hugo Simas, mas me adaptei fácil”, enfatiza. Nesses primeiros meses de escola nova, André já percebeu algumas diferenças. “Está sendo bem legal porque os professores dão aula muito bem e, além disso, dão apoio psicológico para você não perder a motivação de estudar. O ensino é um pouco mais puxado e o conteúdo é melhor”, analisa. Consciente de que tem uma boa oportunidade nas mãos, ele não quer desperdiçar nada do que conquistou. E já pensa no futuro, atualmente alimentando o sonho de ser arquiteto. “Tenho que agarrar (a oportunidade).” 26 JORNAL JORNAL DA DA ACIL/Maio ACIL/Maio 2008 2008 JORNAL DA ACIL/Maio 2008 27 Novo site do Londrina Convention traz agenda integrada de eventos Entrou no ar quarta, dia 7, o novo site do Londrina Convention, em café da manhã que reuniu o prefeito e o vice de Londrina, associados, convidados e imprensa. O novo site é mais completo de fácil navegação, com agenda integrada e informações atualizadas sobre Londrina como destino. No tradicional Café Com Convention realizado na quarta-feira, dia 7 de maio, no restaurante Alameda, o Londrina Convention & Visitors Bureau (LCVB) lan çou o novo site: www.londrinaconvention.com.br. Do evento, que também faz parte das comemorações dos 10 anos da entidade, participaram o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, o vice-prefeito, Luiz Fernando Pinto Dias, o diretor de turismo do Idel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Rafael Sapia, associados, convidados e imprensa. Todos foram recepcionados ppresidente do Londrina Convention, o empresário Nivaldo Benvenho e pela gestora executiva, a turismóloga Milena Holthausen. O novo sitetraz uma agenda integrada de eventos em que todos podem e devem cadastrar eventos que serão realizados. Através deste cadastramento e após análise pela equipe técnica do convention,o realizador, organizador, patrocinador e comunidade regional tem informações sobre o que acontece em Londrina e região, através de um Calendário de Eventos. Um dos objetivos da agenda integrada de eventos é evitar a coincidência de datas para eventos da mesma área possibilitando a maior participação do público e o sucesso do evento para o realizador. O sitetraz também, informações turísticas e históricas sobre Londrina, além de dados sobre a infra-estrutura Mini-Rodada de Negócios Prefeito Nedson Micheleti participa do lançamento do novo site da cidade, nas áreas gastronômica, de hotelaria, malha aérea e viária, entre outros. Tem mapa da cidade, videos, cultura regional e entretenimento. Os programas, serviços, eventos e roteiros do Londrina Conventiontambém estão neste novo site, bem como serviços específicos para os associados. São roteiros do agronegócio, cultural, programas de capacitação de mão de obra, materiais e informativos editados, além de notícias. Acesse, se informe e cadastre seus eventos: www.londrinaconvnetion.com.br 28ª FML abre inscrições Programada para os dias 10 a 26 de julho de 2008, a 28ª edição do Festival de Música de Londrina (FML) abre inscrições com encerramento no dia 20 de junho e será realizada no Colégio Mãe de Deus (avenida Pará, nº: 845- Londrina/PR). Este ano o 28º Festival oferece 63 cursos ministrados por 52 professores e profissionais. Todos os cursos de instrumentos, voz e estruturação musical podem ser visualizados, com os devidos professores e cargas horárias no site do festival (www.fml.com.br). As inscrições podem ser feitas também via site ou na sede do evento, que fica a Praça 1º de maio, nº 110, Londrina / Paraná, com CEP: 86010-120. Expoparlog 2008 Pela primeira vez será realizada no Paraná uma feira de Logística. A EXPOPARLOG 2008 tem agenda para os dias 28 a 30 de maio, no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina/PR. O evento é uma realização da Associação Paranaense de Logística (ASPAL), com a organização da A2J Eventos. A I Feira de Logística, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente contará com feira de produtos e serviços relacionados a logística, segurança, gestão, controle, tecnologia, processos, responsabilidade ambiental, entre outros e lançamentos da área. www.aspal.org.br/expoparlog O Londrina Convention realizou entre os dias 11 e 16 de maio, o II Circuito LC&VB de Mini-rodadas de Negócios. Participaram nove Empresas Âncoras, com solicitação de ofertas para 15 segmentos e 62 prestadores de serviços do trade turístico de Eventos de negócios Esta foi a segunda edição do novo formato para a Rodada de Negócios, que era realizada duas vezes ao ano: em março e novembro e que acontecia em apenas um dia. Os resultados da mudança são mais agilidade nas negociações, agendas diversificadas e distribuídas pelos dias do Circuito, facilitando a participação e ampliando o tempo de negociação entre os participantes. Visita de Inspeção No próximo dia primeiro de junho estarão em Londrina, quatro membros do Comitê Olímpico Brasileiro para a visita de inspeção aos clubes, espaços esportivos e infra-estrutura da cidade O município é candidato (junto com Maringá) a sediar os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), programados para novembro de 2009, conhecidos como Olimpíadas Escolares e também as Olimpíadas Universitárias (JUBs – Jogos Universitários Brasileiro), que serão realizados em julho de 2010. O resultado será divulgado no dia 31 de julho. 28 JORNAL DA ACIL/Maio 2008