1 EFEITOS CRÔNICOS DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO E RESISTIDO NO TRATAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II. CHRONIC EFFECTS OF AEROBIC PHYSICAL EXERCISE AND RESISTED EXERCISE IN TREATMENTE OF PACIENTS WITH TYPE II MELLITUS DIABETES. Aline Zomer Pizzolatti 1, Alexandre Figueiredo Zaboti 2 1 Estudante do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), de Tubarão. Rua Lauro Muller, 334, apt. 802; (48) 36225638/ 88220902. 2 Professor especialista da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), de Tubarão. * Artigo baseado na monografia “Efeitos crônicos do exercício físico aeróbico e resistido no tratamento de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II” do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, apresentado no ano de 2006. Correspondência: Aline Zomer Pizzolatti ([email protected]). RESUMO O objetivo deste trabalho foi o de analisar os efeitos crônicos do exercício físico aeróbico e resistido no tratamento de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II. A amostra foi constituída de 2 participantes, portadores de diabetes mellitus tipo II, entre 40 e 60 anos, que não praticassem atividade física. As atividades (aeróbicas e resistidas) tiveram a duração de 8 semanas, com freqüência de 3 dias semanais e duração de 50 minutos, realizados na academia de musculação da ACREF da UNISUL (SC). Antes de iniciar as atividades, foram aplicados 3 questionários, questionário de PAR-Q 1 e 2, e questionário para inclusão e exclusão da amostra, assim como a avaliação de uréia, creatinina e hemograma para inclusão e exclusão da amostra. Neste estudo foram realizados avaliações pré e pós tratamento, sendo que as variáveis avaliadas, e respectivos resultados foram: redução da glicemia em jejum; redução em um dos participantes e aumento no outro quanto à glicemia pósprandial; aumento da hemoglobina glicada; aumento do colesterol total; redução dos triglicerídeos; aumento do HDL-c; aumento do LDL-c; redução do VLDL-c; foram 2 observados também, redução do Indicador de Risco de Doenças Coronarianas (IRDC); aumento do VO2máx. Os efeitos citados acima não podem ser generalizados à população diabética, e sim apenas aos dois participantes da pesquisa. Descritores: Diabetes mellitus; Exercício físico; Metabolismo. ABSTRACT This study was realized with the objective of to analyze the chronical effects of aerobic and resistive physical exercise in treatment of type II mellitus diabetes. The sample was constituted by 2 participants, with type II mellitus diabetes, with age between 40th and 60th, that didn’t practice physical activity. The activities (aerobic and resistive) had duration of 8 weeks, with frequency of 3 days per week and duration of 50 minutes, realized at musculation academy of ACREF in UNISUL (SC). Before iniciating the activities, 2 questionares were applied, PAR-Q 1 and 2, and questionare to inclusion and exclusion of sample, as the evaluation of urea, creatinine anf blood count, to inclusion or exclusion of sample. In this study, evaluations of pre and post treatment were realized, where the evaluated variables were: decreasing of fasting glucemia; decreasing of post-prandial glucemia in one pacient and increasing in another one; increasing of glucated hemoglobin; increasing of total colesterol; decreasing of triglycerides; increasing of HDL-c and LDL-c; decreasing of VLDL-c; we observed too, the reduction of Risk Indicator of Coronary Heart Disease (RICD); increasing of VO2max. The effects that were mentioned above can’t be generalized for diabetic population, but just for these two participant of this sample. Keywords: Mellitus Diabetes; Physical Exercise; Metabolism. INTRODUÇÃO A Diabetes Mellitus (DM) compreende uma doença milenar, acompanhando a humanidade até os dias de hoje. É um importante problema mundial de saúde, tanto em termos no número de pessoas afetadas, incapacidade, mortalidade prematura, quanto nos custos envolvidos no controle e no tratamento de suas complicações. A incidência desta doença vem aumentando principalmente nos 3 países desenvolvidos, devido à modificação nos hábitos alimentares e com o sedentarismo dos tempos modernos. (I) No Brasil, o estudo multicêntrico sobre prevalência de diabetes mellitus encontrou uma prevalência geral da doença de 7,6% em pessoas de 30 a 69 anos. Destas, metade não tinha conhecimento de ser portadora da doença e , das 22% diagnosticadas, não faziam tratamento. (II) O diabetes tipo II, resulta, de variáveis de resistência à insulina e deficiência relativa de secreção de insulina, tendo a maioria dos pacientes, excesso de peso. (III,IV) A diabetes mellitus ou simplesmente diabetes, é uma condição envolvendo uma capacidade reduzida de consumo de glicose pelos tecidos do corpo. Se não for tratada, as concentrações de glicose sanguínea aumentam dramaticamente, uma condição denominada hiperglicemia. (V,VI) Recentemente, obteve-se comprovação de que mudanças de estilo de vida (exercício físico regular e redução de peso) podem diminuir a incidência de DM do tipo 2 em indivíduos com intolerância à glicose. (VII) Nos portadores de diabetes melitos não insulino-dependente, os benefícios do exercício podem ser resumidos nos seguintes aspectos: melhora do controle glicêmico; melhora da sensibilidade à insulina; diminuição da hiperinsulinemia pós-prandial, da necessidade de hipoglicemiantes orais e do nível de triglicérides; aumento do HDL-colesterol; diminuição da pressão arterial sistêmica e do nível de fibrinogênio; controle de peso e inibição da agregação plaquetária.(VIII) Até mesmo quanto ao perfil psicológico, o exercício pode ser benéfico, pois os aumentos na capacidade de realizar exercícios dos pacientes com diabetes estão associados com menor ansiedade, melhora do humor e da auto-estima, maior sensação de bem estar e de controle psicológico e uma qualidade de vida aprimorada.(IX) MÉTODO 4 Trata-se de um estudo explicativo com coleta de dados realizada no período de julho à agosto de 2006 no município de Tubarão, SC. A população escolhida foram pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II, sendo que fizeram parte da amostra apenas 2 dos pacientes entrevistados, um estudo de multi-casos. Dos participantes da amostra, um dos pacientes era do sexo masculino, com 53 anos de idade, peso igual a 86,8kg, e altura igual a 1,65 cm. E o outro participante do sexo feminino, com 57 anos de idade, peso igual a 70,5 kg, e altura igual a 1,56 cm. Os pacientes foram submetidos à pesquisa na clínica escola de fisioterapia da Unisul/Tubarão; no campo de futebol suíço da Unisul; e academia de musculação da ACREF da Instituição, com os devidos consentimentos da coordenação do curso e dos mesmos. Os critérios de inclusão escolhidos para fazer parte da amostra foram: amostra deve conter pacientes de ambos os sexos, com idade cronológica entre 40 e 60 anos; devem apresentar diabetes mellitus não insulino-dependente (tipo 2); devem ser aprovados no questionário de Par-Q1 e 2; as mulheres integrantes da amostra deverão estar na menopausa, pois pode alterar os valores do exame laboratorial; não ter alteração da dose de medicamentos durante a ação terapêutica, pois podem alterar os valores do exame laboratorial. Os critérios de exclusão foram: pacientes que apresentem retinopatia, e insuficiência renal graves, por ser uma contra-indicação ao tratamento com exercício físico aeróbico; pacientes que estão sendo tratados com atividade física; pacientes tabagistas; possuir anemia, pois pode alterar valores do exame laboratorial. Inicialmente foi realizado uma entrevista com os pacientes na clínica escola de Fisioterapia da Unisul de Tubarão, onde foram apresentados os questionários de Par-Q1 e Par-Q2, e o questionário para inclusão e exclusão da amostra. Neste mesmo dia foram verificados peso e altura , e apresentado o termo de consentimento. Após a entrevista, iniciaram as atividades, onde foram realizados para com os pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, três testes (teste de milha, teste de flexibilidade – banco de Wells, e teste de 1 RM), que se repetiram no fim do tratamento para ver seu progresso, sendo que os testes foram realizados no período 5 das 8:00 as 9:00 da manhã, onde somente o teste de milha foi realizado no campo de futebol suíço da Unisul, o restante na academia da Unisul. Os pacientes realizaram 2 exames de sangue (laboratorial - para verificar o nível de glicemia em jejum, assim como hemoglobina glicosilada, glicose pósprandial, hemograma, uréia e creatinina, e perfil lipídico por paciente), o primeiro foi realizado antes de iniciar as atividades, e o último no final das mesmas, para assim comparar os resultados no início e fim do tratamento. Os exames (com exceção da glicose pós-prandial) foram realizados em jejum de 12 horas, no período matutino, no laboratório de analises clínicas da Unisul. Após, foram realizados para com os pacientes, atividades físicas que seguiram sempre os mesmos procedimentos: alongamento, atividade aeróbica (caminhada na esteira ou bicicleta) e resistida, terminando com alongamento, sendo que antes de iniciar as atividades eram verificados pressão arterial (P.A), e freqüência cardíaca (F.C), sendo que a mesma era controlada durante todo o exercício, através da utilização do frequencímetro. Os atendimentos eram realizados com freqüência de 3 dias semanais, sendo que destes, 2 dias eram para atividade física aeróbica e 1 dia para resistida, e vice-versa, 2 dias atividade resistida, e 1 dia atividade aeróbica alternados. Todas as sessões obtiveram duração de 50 minutos (10 minutos para alongamento, 30 minutos para o exercício aeróbico ou resistido, e 10 minutos para alongamento), durante 2 meses , no horário das 8:00 às 9:00 da manhã, mantendo sempre a freqüência cardíaca de treinamento de 60_70% da freqüência cardíaca máxima, obtida através da equação de Karvonen (F.C. máx.= 220 – idade). (X) Nos exercícios resistidos, foram trabalhados endurance inicialmente até atingir resistência, com carga de 50% de 1 RM, em 3 séries de 15 repetições, e descanso de 50 segundos entre uma e outra repetição. Preconizamos os grandes grupos musculares: membros superiores (MMSS): bíceps, peitorais, grande dorsal. Já nos membros inferiores (MMII): gastrocnêmio e sóleo, quadríceps, ísquios tibiais, e adutores. E exercícios abdominais. Já para os exercícios aeróbicos foram realizados bicicleta, ou caminhadas com auxílio da esteira, sendo que esta atividade foi realizada com intensidade de 60- 6 70% da FC máx de cada participante, com duração de 30 minutos, e método intervalado (10 minutos de trabalho e 1 de descanso). Os instrumentos para coleta de dados utilizados foram: esteto e esfignonamometro, ambos da marca RAPPAPORT modelo premium – para verificar a pressão arterial sistêmica; frequencímetro da marca POLAR, modelo de monitor de pulso polar SGDI e transmissor polar T61 – para avaliar a FC; balança digital da marca FILIZOLA PL – 150 – para avaliar peso e altura de cada paciente; campo de futebol suíço da Unisul – para realização do teste de Milha; academia de musculação da ACREF da Unisul – para a realização das atividades; banco de Wells, e fita métrica da marca FIBIS GLASS (para avaliar flexibilidade); questionário de Par-Q1 e 2 – para analisar os riscos cardiovasculares; questionário para inclusão e exclusão da amostra; método utilizado para avaliar HG – HPLC (cromotografia de alta performance) por troca iônica; método utilizado para avaliar Colesterol total – Colorimétrico-enzimático; método utilizado para avaliar Triglicerídeos – Cinéticocolorimétrico; método utilizado para avaliar Colesterol HDL – Enzimáticocolorimétrico Direto; método utilizado para avaliar Colesterol LDL – Determinação por fórmula de Friedewald; método utilizado para avaliar Colesterol VLDL – Determinação por fórmula de Friedewald; método utilizado para avaliar glicose em jejum - Colorimétrico-enzimático; método utilizado para avaliar glicose pós-prandial – Colorimétrico-enzimático; método utilizado para avaliar Hemograma – Impedância; método utilizado para avaliar uréia – Enzimático Automizado; método utilizado para avaliar creatinina – Jaffé modificado. RESULTADOS E DISCUSSÃO A impossibilidade de algumas pessoas participarem da pesquisa, a desistência de alguns participantes e o preço dos exames laboratoriais, cada um R$ 95,00 reais, acabou resultando em uma amostra pequena, de 2 participantes. Fizeram parte da amostra, dois dos participantes entrevistados, sendo que os mesmos após os procedimentos realizados, apresentaram resultados que estão discutidos abaixo. 7 Os gráficos I e II nos mostram o perfil glicêmico nos dois participantes, sendo ID= indivíduo. No gráfico I, a glicose em jejum reduziu no pós tratamento nos dois participantes, e a glicose pós prandial, apesar de ter aumentado em um dos participantes, no outro reduziu. Já o gráfico II, nos mostra o comportamento da hemoglobina glicada nos dois participantes da pesquisa, sendo que em ambos a hemoglobina glicada aumentou no pós tratamento. Gráficos I – Perfil glicêmico em ID1 e ID2, Tubarão (SC), 2006. Glicose em mg/dL 300 250 234 211 200 251 160 246 157 126 122 150 100 ID1 ID2 50 0 Glicose em jejum Pré Pós Glicose pós prandial Pré Pós Hemoglobina glicada em % Gráfico II – Hemoglobina glicada em ID1 e ID2, Tubarão (SC), 2006. 8,7 8,6 8,6 8,6 8,5 Pré 8,5 8,4 Pós 8,4 8,3 ID1 ID2 Algumas hipóteses devem ser consideradas quando o resultado da hemoglobina glicada não se correlacionar adequadamente com o estado clínico do paciente, por exemplo, a ingestão crônica de salicilatos e opiáceos podem interferir em algumas metodologias, produzindo resultados falsamente elevados.(XI) Um dos participantes (ID1) fazia o uso do medicamento Ácido Acetil-Salicílico (AAS), que é um salicilato, o que pode sugerir como causa do aumento da hemoglobina glicada no pós tratamento deste participante. 8 KaminskXII , em seu estudo, valiou o valor do exercício físico como tratamento não farmacológico em indivíduos diabéticos do tipo 2, sendo que o estudo foi composto de 12 diabéticos, divididos em dois grupos, grupo controle (GC) e grupo que participou do programa de exercício físico (GPEF), durante um período de 12 semanas. Após a avaliação o autor concluiu que em ambos os grupos, a Gj (glicose em jejum) não ocorreram modificações; na A1c (hemoglobina glicada) houve um aumento inesperado no GPEF, enquanto que o GC manteve-se semelhante. Zinker et al (1999 apud SILVA e LIMA 2002)XIII, em seu trabalho nos mostra que o exercício físico em comparação ao tratamento medicamentoso, apresenta maiores efeitos. Sua pesquisa constou de três grupos de indivíduos diabéticos, onde o primeiro grupo fez exercícios físicos, o segundo grupo usou metformina, e o terceiro grupo usou troglitazone, identificou que o grupo que mais melhorou a sensibilidade à insulina foi o que fez exercícios físicos. Os gráficos III e IV, nos mostram o comportamento do perfil lipídico nos dois participantes da pesquisa, sendo que nos resultados, o colesterol total, o HDL-c e o LDL-c aumentaram no pós tratamento, e os triglicerídeos e o VLCL-c tiveram seus valores reduzidos. 300 219 126 87 100 51 61 Pòs 200 Pré 176 200 81 44 17 Pós Pré Colesterol VLDL Pós Pré Colesterol LDL Colesterol HDL Pós Pré Triglicerídeo s Pòs Pré 0 Colesterol Total colesterol em mg/dL Gráfico III – Perfil lipídico em ID1, Tubarão (SC), 2006. 300 229 266 244 200 100 48 52 Pòs 128 Pré 127 167 53 25 Pós Pré Colesterol VLDL Pós Pré Colesterol LDL Colesterol HDL Pós Pré Triglicerídeos Pòs Pré 0 Colesterol Total colesterol em mg/dL Gráfico IV – Perfil lipídico em ID2, Tubarão (SC), 2006. 9 RomaniXIV afirma que, a prática de exercícios pode alterar a produção das enzimas que controlam os níveis de gordura do nosso sangue. A lipoproteína lipase (LPL), enzima que destrói os triglicerídeos e aumenta os níveis de colesterol-HDL (colesterol bom), foi encontrada em quantidades elevadas entre os praticantes de exercícios aeróbios. Além disso, a perda de gordura corporal irá aumentar a ação da LPL. FrotaXV, nos diz que atividades regulares diárias, como natação, ciclismo ou caminhada rápida podem aumentar os níveis de HDL-colesterol, o que não implica na diminuição dos níveis de LDL-colesterol. Silva e LimaXIII, em seu estudo, concluíram que um programa de exercício físico, com atividades aeróbicos e de resistência muscular localizada, 4 x por semana, com sessões de 60 minutos houve redução de triglicerídeos, aumento do HDL-c e melhora da eficiência cardíaca, mostrando assim a importância de uma atividade física bem orientada. O gráfico V nos mostra o indicador de risco de doença coronariana (IRDC) nos dois participantes da pesquisa, e nos resultados, ambos os participantes tiveram seu IRDC reduzido no pós tratamento. Gráfico V – Indicador de risco de doença coronariana, Tubarão (SC), 2006. 6 4 4,7 3,4 4,6 3,2 2 0 pré pós ID1 3,4 3,2 ID2 4,7 4,6 CooperXVI, nos diz que a relação entre o Colesterol Total e o HDL, é considerada como o maior indicador de risco de doenças coronárias (IRDC) e, para os homens esta relação deverá ser < 4,0 e para as mulheres deverá ser <3,5. O gráfico VI nos mostra o comportamento do VO2 máx nos dois participantes da pesquisa, sendo que nos resultados, ambos os participantes obtiveram um aumento do VO2 máx no pós tratamento. Gráfico 6 – VO2 máx., Tubarão (SC), 2006. VO²máx em ml/kg/min 10 40 30 29,9 26,3 22 20 8,9 10 0 Pré Pós ID1 26,3 29,9 ID2 8,9 22 KaminskXII, avaliou o valor do exercício físico como tratamento não farmacológico em indivíduos diabéticos do tipo 2, sendo que o estudo foi composto de 12 diabéticos, divididos em dois grupos, grupo controle (GC) e grupo que participou do programa de exercício físico (GPEF), durante um período de 12 semanas. Após a avaliação o autor concluiu que no VO² máx, houve um aumento no GPEF e no GC não houve variação. O gráfico VII nos mostra o comportamento da flexibilidade nos dois participantes da pesquisa, e os resultados mostram que os indivíduos obtiveram um aumento da flexibilidade no pós tratamento, através do banco de Wells. flexibilidade em cm Gráfico 7 – Flexibilidade, Tubarão (SC), 2006. 40 38 36 33 31 30 20 10 0 Pré Pós ID1 36 38 ID2 31 33 Há estudos que evidenciam que o diabetes afeta o tendão. No diabético constata-se aumento das ligações cruzadas, aceleração do envelhecimento do colágeno e maior ruptura nos tendões que no não diabético, limitando a flexibilidade de algumas regiões como ombros, falanges e punhos. (XVII) O aumento da flexibilidade dos participantes desta pesquisa, também foi evidenciado no trabalho de Panizza e VilartaXVIII que em seu estudo, avaliaram a flexibilidade de uma população diabética após a aplicação de um programa de atividade física específico, onde através do teste de banco de Wells, pode-se compreender que a média melhorou em 22,4% em relação ao primeiro teste. 11 Os participantes da pesquisa também apresentaram redução do IMC (ID1 – pré 31,8, pós 31,2; ID2 – pré 29,3, pós 29,1, e apresentaram também aumento de força muscular. Pratley et al. (2000 apud SILVA e LIMA 2002)XIII, evidenciaram que o treinamento com exercícios físicos aeróbios diminui a quantidade de gordura corporal em indivíduos idosos, e isso pode mediar alguns efeitos metabólicos do exercício físico aeróbio, principalmente pelo excesso da gordura abdominal estar associada com a resistência à insulina e hiperinsulinemia. GrimmXIX em um estudo realizado em 1999 concluiu que o treinamento resistido (musculação), quando se trata de melhora da resposta à insulina, oferece vantagens em relação aos exercícios aeróbios. Este mesmo achado foi corroborado por Eriksson et alXX onde em seu estudo comparando exercício aeróbio com musculação, o grupo que treinou musculação obteve um aumento de 23% na sensibilidade à insulina, enquanto o grupo de aeróbios não sofreu modificações. CONCLUSÃO O exercício físico aeróbico e o resistido, são de grande importância para o tratamento desses pacientes diabéticos como vemos anteriormente, principalmente a atividade aeróbica, que é uma terapia de fácil acesso, pois é o correspondente a uma caminhada, uma corrida, que pode ser realizada a qualquer hora, qualquer local, podendo ser manipulada por qualquer classe social, não necessitando de aparelhos, como a atividade resistida. Os resultados obtidos nesse trabalho nos acrescentam que uma atividade física freqüente, traz benefícios, não somente para a população diabética, mas a população em geral. Alguns dos resultados não foram benéficos aos participantes do trabalho, o que nos mostrou que além de um trabalho contínuo de atividade física e medicamentosa, um acompanhamento nutricional, é necessário, para assim se ter um resultado mais efetivo, sendo assim, uma sugestão para o próximo trabalho com 12 pacientes diabéticos, seria um acompanhamento nutricional, para obter além de resultados melhores, uma qualidade de vida mais favorável para esses praticantes. O fato de este trabalho ter sido constituído por uma amostra pequena, de dois (2) participantes, não possibilita generalizar à população, e sim apenas à esses dois participantes. REFERÊNCIAS I Mondini, l., Monteiro, c. a. Mudanças no Padrão da Alimentação da População Urbana Brasileira. Rev Saúde Pública. [periódico na internet] 1994 [ citado 2006 out 22] ; 28(6). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v28n6/07.pdf. II Assunção Maria Cecília F, Santos Iná da Silva dos, Gigante Denise P. 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