1 UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE MULHERES EMPREENDEDORAS NO DISTRITO FEDERAL Prof. Dr. Alessandro Aveni ( UNB – UEG) [email protected] Prof. M. Sc. Carlos Neymer F. Nunes (FAC -SENAC) [email protected] Profa. M. Sc. Lucineide A. M. Cruz (PG – UnaM) [email protected] Resumo O presente artigo tem por objetivo geral identificar as principais características empreendedoras nas mulheres de negócios que fazem parte da Associação dos Jovens Empresários (AJE) do Distrito Federal. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa com mulheres com negócios inovadores e de destaque no cenário regional e também com empreendedoras que buscaram na atividade própria um caminho para o sucesso em diferentes segmentos, como o comércio varejista e atacadista, moda, serviços e empreendimentos mistos. Vale ressaltar que o Distrito Federal foi o primeiro Estado a implantar a lei e conta com um sistema informatizado que integra Receita Federal, Estado e União, no intuito de formalizar o empreendedor, sendo o Sebrae, o órgão executor desta operação, por meio de um sistema integrado com as diferentes esferas governamentais, de tal modo que o empreendedor consegue, no mesmo dia, registrar a sua empresa. No bojo dessa discussão encerra-se a conquista da mulher no mercado de trabalho, participação esta que a cada dia é mais representativa, dado que elas possuem liberdade plena para exercer atividade profissional há somente vinte anos, pois, até 1943, o marido poderia pleitear a rescisão do contrato de trabalho se considerasse que este poderia acarretar ameaça aos vínculos da família. No artigo será abordado também o tema de algumas redes de apoio às empreendedoras, como o Banco Popular da Mulher e o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, assim como dados atuais de pesquisas. As empreendedoras do Distrito Federal apresentadas neste artigo relataram como conseguiram superar este paradigma e tornar-se exemplo de sucesso. Palavras-Chave: Empreendedorismo. Mulher. Distrito Federal, Associação dos Jovens Empresários. 2 ABSTRACT This article aims at identifying the main characteristics in the entrepreneurial business women who are part of the Young Entrepreneurs Association (AJE) in Distrito Federal. For this, we conducted a qualitative study of women with business innovators and prominent on the regional and also with entrepreneurial activity itself seeking a path to success in different segments such as wholesale and retail trade, fashion, services and joint ventures. Importantly, the Distrito Federal was the first state to implement the law and has a computerized system that integrates Revenue Service, State and Union, in order to formalize the entrepreneur, and Sebrae, the executing agency of this operation through a integrated with the different spheres of government, so that the entrepreneur can, on the same day, register their company. Amid this discussion ends with the conquest of women in the labor market, this participation that every day is more representative, since they have full freedom to exercise a professional activity there is only twenty years, because until 1943, the husband could claim termination of employment contract it was considered that it could cause a threat to family ties. In the article also will address the theme of some entrepreneurial support networks, such as “Banco Popular” and the Women's Business Woman Award Sebrae, as well as current data for research. Distrito Federal’s entrepreneurs as reported in this article succeeded in overcoming this paradigm and become a success story. Keywords: Entrepreneurship. Women. Distrito Federal’s Association of Young Entrepreneurs. 3 1. Introdução Na área de conhecimento sobre empreendedorismo há ainda questões não aceitas para todos. Por exemplo, quais as tipologias de empreendedor podemos encontrar? Outra é a fala da modalidade de ser empreendedor e a última sobre as características. Antes de colocar exemplo de empreendedorismo de mulheres do DF trata-se de colocar este breve resumo teórico por que é à base das pesquisas. Se não entendemos o fenômeno é difícil avaliar o resultados de campo. A respeito das tipologias há autores como Filion que ressaltam a grande variedade de tipos de empreendedores. Há autores clássicos como Druker que ressaltam um tipo de empreendedorismo corporativo e outro social. Enfim a maioria coloca pelos menos quatro categorias. São estas: o empreendedor, o intra-empreendedor, o empreendedor social e o empreendedor do conhecimento. O primeiro é o mais conhecido e faz parte dos estudos de economia e na ciência da administração desde 1755. Os autores que trataram desta tipologia mais conhecidos são R. Cantillon, J.B. Say, J. A. Schumpeter, F. Knight, I. Kirzner , P. Drucker . Pode-se colocar aqui todo empreendedorismo corporativo (a maioria segundo Druker e outros autores dos negócios de empreendedorismo) e o empreendedorismo pessoal ou familiar que se diferencia de ser empresário. O intra-empreendedorismo é definido por Nielson, Peters & Hisrich (1985) “.... o desenvolvimento, dentro de uma grande empresa, de mercados internos e relativamente pequenos, através de unidades independentes projetadas para criar, testar internamente e expandir ou melhorar certos serviços, tecnologias e métodos dentro de uma organização. É diferente do empreendedorismo ligado a novas unidades de negócios em grandes empresas, que tem o propósito de desenvolver ações lucrativas em mercados externos à empresa”. O intra-empreendedorismo é parte do sucesso da organização que conta com a competência dos seus recursos humanos para levarem as UEN´s (Unidades Estratégicas de Negócios) boas práticas de negócios para o seu desenvolvimento. Outro autor, Pinchot III (1985) coloca que “Intra-empreendedores são os sonhadores que fazem acontecer. Aqueles que assumem a responsabilidade de criar e inovar dentro de qualquer tipo de organização. Eles podem ser os criadores ou inventores, mas são sempre os sonhadores que entendem como transformar uma idéia em algo real e lucrativo”. 4 O empreendedorismo social coloca que deve ter uma pessoa ou mais um grupo de pessoas quem usam as qualidades e conhecimentos empreendedores para mudanças sociais. O empreendedor social nasce quando o indicador dele não é o lucro, mas, as mudanças sociais. Autores como Bill Drayton, Charles Leadbeater, Muhammad Yunus são exemplos também de empreendedores sociais. Em geral um empreendedor social é um "indivíduo com experiência na área social, desenvolvimento comunitário ou de negócios, que persegue uma visão desenvolvimento econômico através da criação de empreendimentos sociais voltados para prover oportunidades àqueles que estão à margem ou fora da economia de um país". (Jed Emerson e Fay Twersky,1996). Enfim, há empreendedores que visam um objetivo de crescimento de conhecimento e pesquisa mais que os resultados de lucros típicos sujeitos dessa modalidade de empreendedorismo são: ONG, Educadores, Pesquisadores, Institutos de pesquisa. Pode-se encontrar com a definição de “empreendedorismo tecnológico” – que envolve a geração de empresas de base tecnológica (EBT’s). Este vem sendo apontado em todo o mundo como forte tendência para as próximas décadas (NDONZUAU et al., 2002; ROBERTS, 1991). Nas universidades, a criação dos chamados spin-off’s acadêmicos – ou EBT’s de origem acadêmica – é um fenômeno cada vez mais comum. Nesse sentido, a mentalidade acadêmica, voltada para o avanço da ciência e a publicação, vem sendo ampliada na direção de uma mentalidade empreendedora, focada também em pesquisas com aplicação prática e que gerem desenvolvimento econômico e social (PLONSKI, 1999). Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Durante muitos anos, as empresa familiares foram vistas como se fossem fontes de sobrevivência dos membros da família. A empresa familiar Brasileira tem origem nos fluxos migratórios entre e após as duas grandes guerras mundiais. Os imigrantes de vários países formavam empresas, que progrediam em períodos de desenvolvimento industrial. Hoje em dia ocorreram muitas mudanças na família e no mercado de trabalho que permite falar de um crescimento de empreendedorismo de gênero. Mas com a diferença de renda há diferentes maneiras de enfrentar o desafio de criar novos negócios. È importante ressaltar o tipo porque temos modalidades diferentes de empreender e também situações diferentes que são o berço de cada um desses tipos. Assim em uma pesquisa de campo no DF podemos ressaltar onde se colocam as mulheres empreendedoras. 5 A respeito das modalidades de criação dos empreendimentos, nas últimas décadas há uma retomada por economistas do precursor Schumpeter. Análises econômicas atuais tratam de modelos de empreendedorismo que usam modelos microeconômicos e a nova geografia econômica para explicar o fenômeno localizado. Há muitos autores1 que concordam com os conceitos dos economistas Krugman e Romer. Estes autores sustentam teorias de empreendedorismo que se manifestam com aglomeração de conhecimento e “spillovers” para sustentar o crescimento endógeno, com base microeconômica. Segundo estas explicações na verdade os “spillovers” nascem porque há conhecimentos dentro a empresa. Os empreendedores aproveitam desses conhecimentos para criação de novos negócios, na ausência de intra-empreendedorismo. A vantagem social nasce do fato de estes conhecimentos não serem comercializados na empresa por falta de interesse ou recursos e ficariam presos não acrescentando inovações no mercado e assim não beneficiando os consumidores destas novas tecnologias. O beneficio é obviamente um aumento da concorrência com conseguinte redução de preços. Entretanto há sempre uma modalidade clássica que vem do conceito de ‘destruição criativa’ de Schumpeter que é também a base de definições de autores da Administração como Drucker, sendo o mais representativo em colocar uma tipologia clássica de formação de empreendedores: ‘as janelas de oportunidades’. Para Drucker, o empreendedor é alguém que usa uma tecnologia nova (uma tecnologia de ruptura que cria novos valores ou modifica os velhos) e usa teoria e conceitos de administração empreendedora. A inovação tem estas características: Pesquisa de oportunidades, união de conceitos e percepções de campo, simplicidade e liderança. Em seu livro Inovação e Espírito Empreendedor (1986) coloca-se como oportunidades de negócio sete fontes de oportunidades inovadoras. São elas: o inesperado, a incongruência, a inovação com base na necessidade do processo, mudanças na estrutura do mercado, mudanças demográficas, mudanças em percepção, disposição e significado, novos conhecimentos científicos. Acreditase que este parágrafo de Drucker foi pouco aproveitado e todos que falam de oportunidades ainda focam muito sobre inovação e mercados. Na fala de Druker há também o significado do nascimento de tipos de empreendedores sociais e de conhecimento. A modalidade de acontecimento de novo empreendedores no mercado é tema da pesquisa anual GEM (Global Entrepreneurship monitor). 1 Zoltan Je A. Varga Entrepreneurship, aglomeration and Thecnological change. Trabalho apresentado a GEMS 2003 Berlin Germany. 6 2. Revisão da Literatura Ser empreendedor de sucesso é saber lidar com os desafios, com as inconstâncias do mercado, é saber entender os gostos e as preferências de seus clientes, é saber prestar um serviço de qualidade, é inovar continuamente. O empreendedor, além de empregar a si, pode vir a empregar a outras pessoas, o que é bastante representativo para a economia, pela movimentação financeira que proporciona. Por exemplo, João, contratado por Maria, recebe 500,00 por mês. Esse dinheiro não fica guardado o mês inteiro na carteira de João... Vamos supor que ele gaste com alimentação, lazer, telefone e aluguel. Enquanto ele estiver empregado, terá dinheiro para gastar, consequentemente os estabelecimentos onde ele é cliente, recebem dinheiro. Se a empresa de Maria tem progresso e ela pode dar uma promoção para João, este provavelmente irá efetuar compras que antes não fazia e mais estabelecimentos o terão como cliente ou ele poderá gastar mais nos quais já é cliente. Porém, se Maria não desenvolve uma boa gestão de seu negócio e vai à falência, e o que acontece com o João? Fica desempregado. Logo, não poderá efetuar suas compras e enquanto ele não conseguir um novo emprego, os estabelecimentos deixarão de tê-lo como cliente, ou seja, perde Maria, perde João, perdem os estabelecimentos que deixaram de vender. Essa análise pode se estendida, dado que os estabelecimentos onde o João é cliente também não ficam com o dinheiro guardado na carteira. Pagam, por exemplo, seus funcionários, os fornecedores, impostos, conta de água, luz e telefone. Isso implica dizer que Maria, enquanto empreendedora influencia os fatores econômicos. Para Seiffert (2004) a atividade empreendedora é arriscada porque é sempre incerta e dinâmica, apresentando altas taxas de fracasso, além de complexa, por ser afetada por uma série de fatores econômicos, sociais e institucionais, requerendo uma fusão ótima de talentos, idéias e conhecimento. Talvez seja por essa razão que Chiavenato (2005) chama os empreendedores de heróis populares do mundo dos negócios. De acordo com Greco (2009), no projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado em 2008, que no Brasil, estuda o comportamento do empreendedor, a cada 100 brasileiros, 12 realizavam alguma atividade empreendedora, o que coloca o Brasil na 13ª posição no ranking mundial de empreendedorismo, sendo que em 2008, foram registrados dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que implica dizer que mais pessoas estão escolhendo empreender por visualizarem oportunidade de negócio e não apenas como uma forma de sobrevivência. 7 Na visão do SEBRAE o Brasil é o sétimo país mais empreendedor do mundo, é o 10° país que mais abre empresas no mundo, cerca de 15 milhões de pessoas (12,72% da população) abrem um negócio próprio ao ano. Portanto 80% dos empreendedores abrem um negócio por oportunidade, mas 59% das empresas fecham nos dois primeiros anos de vida e 70% dos empreendedores fazem bootstrapping (tiram do próprio bolso) para levantar capital inicial. Assim apenas 14% dos empreendedores possuem curso superior, e 22% das empresas são abertas com recursos superiores a R$ 20 mil. Nesse montante 98% das pequenas empresas são responsáveis por um faturamento anual de US$ 1,906 bilhão, 10,8% dos empreendedores são mulheres, segundo dado da GEM, SEBRAE, Universia Brasil, NIC.br, IBGE, GPTW, S/A. No Brasil, de acordo com Pesquisa Mensal de Emprego, os principais destaques da evolução do mercado de trabalho são as regiões metropolitanas abrangidas pela pesquisa de 2003-2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou em 2009, a participação da mulher no mercado de trabalho tem aumentado. Em 2003, essa participação era de 43,0%, e em 2008 o registro foi de 44,7%, sendo que em 2003 a participação das mulheres dentre os empregados com carteira de trabalho foi de 38,3% e em 2008, 39,5%. A pesquisa é realizada nos seguintes estados: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Para iniciar ou ampliar seus negócios, empreendedores do Distrito Federal, do Brasil e de países menos desenvolvidos, contam também com o apoio do Banco Popular da Mulher. O Banco é uma entidade solidária, sem fins lucrativos, resultado de uma parceria entre entidades da sociedade civil com o poder público municipal. De acordo com informações obtidas no site do Banco este atende aos homens, mas prioriza as mulheres, pois acredita que, via regra a mulher é a principal, quando não o único elemento de sustentação e agregação das famílias de baixa renda, não só no Brasil, mas também nos países menos desenvolvidos. Para o empreendedor que trabalha por conta própria e fatura até trinta e seis mil reais por ano, é possível contar também com o apoio da Lei Complementar nº 128 de 19/12/2008, que visa estimular o empreendedor a legalizar-se como pequeno empresário, para isso oferecem os benefícios previdenciários como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentaria, assim como benefícios em relação aos impostos. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, criado em 2004, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e da Federação das Associações de Mulheres de Negócios e 8 Profissionais do Brasil, valoriza as histórias de empreendimentos bem sucedidos e geridos por mulheres. Ressaltamos, porém que nem sempre as mulheres tiveram esse apoio (...). O direito a voto, por exemplo, faz somente 77 anos que a mulher passou a ter, ou seja, foi em 1932 que mulheres casadas que tivessem a autorização do marido, assim como as viúvas e solteiras com renda própria puderam votar. Essa restrição durou até 1934 e somente em 1946, este passou a ser obrigatório. Isso implica dizer que a mulher, como membro ativo da sociedade, no sentido de poder escolher os seus governantes, participa ativamente a somente sessenta e três anos. Outro dado interessante sobre a história da mulher é que ao marido era dado o direito de pleitear a rescisão do contrato de trabalho da esposa se considerasse que este fosse suscetível de acarretar ameaça aos vínculos da família. Porém a mulher evoluiu bastante no mercado de trabalho, em todo o mundo, de acordo com o Novo Relatório da CIA (2009, p. 75), “O maior poder político e econômico conquistado pelas mulheres pode transformar a paisagem global nos próximos 20 anos”, e os dados demográficos apontam uma correlação entre um alto nível de alfabetização feminina e um maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que em regiões, como Ásia do sul e ocidental e o mundo árabe onde existem as menores taxas de alfabetização feminina, são as mais pobres de todo o mundo. No processo de construção de uma nova identidade, as mulheres procuram desconstruir estereótipos sociais e culturais há tempos construídos para que seja possível a transposição de barreiras, principalmente de natureza psicológica, que ainda permanecem e que se mostram como as mais difíceis de serem superadas. Outro tipo de barreira enfrentada é a cobrança familiar, devido à concorrência da atividade laboral com a dedicação à família. Esse fato revela o conflito por um sentimento de culpa por terem que abdicar, muitas vezes, do convívio familiar, antes tido como o único ambiente em que podiam interagir. Na Pesquisa Mensal de Emprego, os principais destaques da evolução do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas abrangidas pela pesquisa 2003-2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2009, relata que em relação a trabalhadores por conta própria, o índice da participação da mulher no mercado também aumentou, de 36,6% em 2003, para 38,5% em 2008. No estudo compreendido entre 2007 e 2008, em relação ao contingente mensal médio de desocupados, entre as mulheres, o movimento foi de crescimento de 56,7% para 58,1% embora se comparar os dados de 2003 com os de 2008, é possível verificar um registro de queda de 25% no contingente de mulheres desempregadas. Porém, apesar do crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro, a pesquisa, revela que em 2008, comparado a média anual dos 9 rendimentos dos homens e das mulheres é possível afirmar que as mulheres ganham em torno 71,0% do rendimento recebido pelos homens, ou seja, ganham menos que os homens. Apesar da diferença entre rendimentos, no Distrito Federal, conforme esse artigo irá apresentar, não faltam mulheres empreendedoras, que conseguem obter sucesso em seus negócios. O termo empreendedor, do francês entrepreneur, significa aquele que assume riscos e começa algo. De acordo com Chiavenato: “Os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento.” (CHIAVENATO, 2005, p. 4) É importante ressaltar que no relatório do projeto Global Entrepreneurship Monitor 2008, de acordo com Greco (2009), são pontuadas algumas questões, ou desafios que estão contidos na atividade empreendedora, como por exemplo, a questão da inovação, tecnologia e exportação, treinamento e qualificação. “Os empreendedores brasileiros se caracterizam como não-inovadores, dado que 84% só lançam produtos conhecidos no mercado, 65% têm muitos concorrentes, 98% utilizam tecnologias disponíveis há mais de um ano no mercado, 85% não possuem expectativa de exportar seus produtos, 45% abrem suas empresas para gerarem o próprio emprego, Sem expectativa de gerarem novos empregos nos próximos cinco anos, 78,3% não esperam gerar mais do que cinco empregos (normalmente de familiares), e 60% desenvolvem atividades orientadas aos consumidores finais em atividades de prestação de serviços pessoais, de baixa qualificação, tais como vendas ambulantes, serviços de reparos e manutenção do lar, jardinagem, vendas de cosméticos, entre outras. “(GRECO, 2009, pg. 71) O empreendedor seja do sexo masculino ou feminino enfrenta desafios. A maneira como lida com a realidade, diz muito sobre o seu espírito empreendedor. Embora seja possível afirmar que no Brasil haja um amadurecimento nessa questão, dado apontado pela GEM 2008, informa que ocorreu uma redução significativa na taxa de pessoas que 10 descontinuaram sua participação em algum empreendimento, quando comparada com o valor obtido em 2007 (6,5%) com 2008 (3,5%). Essa é uma vitória, o somatório de iniciativas, projetos e programas, sejam governamentais ou não, embora haja muito a ser feito, pois a pesquisa aponta que 90% dos empreendedores pesquisados, nunca participaram de atividades relacionadas ou direcionadas para a abertura de negócios. Fazendo uma comparação com nações européias como a Itália, têm-se dois pontos que dificultam a comparação. Uma primeira diferença está no campo das análises estatísticas Italianas que são feitas para empreendimentos divididos por ano de início da atividade e são bem diferenciados os de menos de três anos de funcionamento e regularmente registradas. Portanto, como já mostrado pela GEM2 há maneiras diferentes de classificar os empreendedores e os novos negócios. Outro ponto abrange a maneira de classificar as empresas pelas estatísticas nacionais. Nessas estatísticas, na Itália, as profissões intelectuais viram empreendimentos, sendo que os dados são recolhidos por tipo de atividade. Portanto há empreendedores de conhecimento, sociais e também “clássicos” que são classificados em base a sua forma jurídica se não tiver análises estatísticas especiais com questionários regionais. Esta falha nas estatísticas é comum em muitos ordenamentos que tem fiscalização regular e continuada nas estatísticas, pois as atividades entram na análise do PIB nacional. Segundo dados de 2007 da Unioncamere3, associação que integra todas as agências municipais de comercio (públicas) Italianas, 24,02% das empresas italianas são de mulheres (isso acontece quando pelos menos 60% da propriedade são de mulheres), segundo a seguinte tabela que mostra os dados por Região. 2 GEM – Global Entrepeunier Monitor Camere di Commercio Italiane, Unioncamere IMPRESA IN GENERE 2007-2003, 2007, Primi dati dell’imprenditoria femminile 3 11 Fonte Unioncamere (2007). Itália Surpreendentemente a maior percentagem relativa se encontra na região de Roma (26,63%) capital de Estado e não de Milão (20,64%) capital econômica, que tem o maior número de empresas femininas (166.981).Acerca disso, 3% dessas empresas (32 mil) são de mulheres estrangeiras (na maioria Cineses, Marroquinas, Romenas), o demonstra esse fenômeno de grande crescimento. Segundo os dados apresentados em 20104 a última crise teve um efeito de redução de 0,06% do número das empresas registradas para mulheres (contra 0,33% das empresas de homens). O fenômeno do empreendedorismo feminino segundo as pesquisas aumenta sua relevância no setor terciário e em serviços5. Em geral 6 a percentagem entre os setores são: 4% no setor primário, 21% no secundário e 74% no terciário. Em algumas áreas podem chegar a 30%, no caso do agronegócio, (pecuária, agricultura, viticultura) e chega a 40% no turismo agrícola.7 Em geral estas empresas tem um numero de 2 a 4 funcionários com a maioria colocadas juridicamente como empresa 4 Cagliari, 15 settembre 2010, III Giro d’Italia delle donne che fanno impresa. para uma analise qualitativa Valentina Mucciarelli, Percorsi al femminile della formazione imprenditoriale 6 Dados de 2000 7 Relatório 2007 da vareador Gabriella Montera da “província de Bologna”. 5 12 individual.8 Em geral, pode-se observar também um forte crescimento das mulheres no mercado de trabalho e nas cúpulas das empresas. Outro fator que merece destaque é a exclusividade da presença feminina nas empresas: as mulheres entre 25 e 55 anos preferem trabalhar com outras mulheres. A maioria são empresas presentes no mercado depois dos anos 80, portanto, há uma mudança no mercado de trabalho nesses anos, pois mais mulheres chegam ao mercado de trabalho e acumulam funções do lar e as profissionais. Há várias causas do crescimento do empreendedorismo feminino depois os anos 80: uma é a desigualdade no mercado de trabalho, a segunda, a transformação em um mercado de livre concorrência, mais competitivo. Este último fator parece mais explicativo na formação do empreendedorismo das mulheres, pois entre aspirações e sonhos a realidade econômica e do mercado pode explicar o posicionamento das mulheres empreendedoras em setores de serviços. Uma característica que ressaltada nos estudos aponta a uma melhor predisposição da mulher ao trabalho descontínuo e temporário a respeito dos homens. Parece que no panorama das explicações, a Itália possui necessidades de trabalho flexível e condições das mulheres participam igualmente a uma escolha para criar novos empreendimentos. As mulheres são menos motivadas psicologicamente a competir com os homens. Permanece como motivação principal o empreender, fora da competição com os homens, e a auto-afirmação, ou seja, não parece estar ligada com a competição entre gêneros, raça e renda que pode ser mais importante em países como o Brasil. A atuação das mulheres no mercado Italiano é diferenciada e não homogênea. Tudo isso leva a inferir que é um fenômeno novo. A maioria tem um diploma técnico e/ou superior, mas uma parte só licenciatura média. Como em outras nações da Europa são poucos os empreendedores com diploma de bacharel. A respeito da formação do empreendedor, mesmo sem titulação acadêmica superior, há cursos técnicos superiores para mulheres empreendedoras, on-line e presenciais. Não faltam centros de orientação, centros de pesquisa e incubadoras. Há projetos específicos para empreendedorismo feminino em cada região administrativa (veja anexo I caso da Região Toscana) e redes de informação geridas pelo Estado com financiamentos público e pessoal administrativo público dedicado. O marco jurídico importante das leis a favor das empreendedoras se encontra em “Legge 215/92 Azioni positive per l'imprenditoria femminile” e “Legge 8 marzo 2000, n°. 53”. Os fundos não são homogêneos, mas diferentes por regiões visando aumentar as contribuições em conta 8 Por exemplo em Câmera di Commercio di Cuneo, INDAGINE SULL’IMPRENDITORIA FEMMINILE, novembro 2008, Pesquisa em “Provincia di Venezia” Lo sviluppo della piccola imprenditorialità femminile locale e la domanda di servizi di supporto, 2000 13 de capital (entre 30% e 50%) dos custos de financiamentos do empreendimento e outras medidas fiscais de redução de encargos nos primeiros períodos de atuação da empresa, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. 3. Metodologia O presente artigo caracteriza-se por estudos exploratórios e representa o primeiro passo para se conhecer uma situação de mercado ou até aprofundar na realidade existente, identificando evoluções e tendências de um segmento específico em que se pretende atuar. Segundo Samara e Barros (2007, p. 34), “procura obter um primeiro contato com a realidade para um melhor conhecimento do objeto em estudo”. Este método foi escolhido pelo fato de não conhecer em profundidade a clientela entrevistada, tampouco, o seu comportamento empreendedor que será objeto deste estudo. Em relação aos estudos exploratórios, Malhotra (2006, p.100), diz que “caracteriza-se pela flexibilidade e versatilidade em relação aos outros métodos de pesquisa, principalmente, os quantitativos. Assim, a criatividade e o engenho do pesquisador têm um papel muito importante neste tipo de pesquisa”. A metodologia de pesquisa escolhida foi à qualitativa, pois proporciona uma melhor visão da realidade social e compreensão das oportunidades de negócios empreendidas na pesquisa. Segundo Malhotra (2006, p. 155), “é um tipo de pesquisa não-estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”. Este tipo de pesquisa tem suas vantagens pelo cunho informal para obtenção de informações, trabalha com um baixo volume de dados, além de proporcionar ao pesquisador liberdade para analisar o contexto social. Porém, tem suas limitações, como, não pode ser usadas para grandes populações, quando o cunho da pesquisa é estatístico ou exigir maior precisão nos resultados da pesquisa. É indicada para pesquisa com fontes de dados secundárias por ser coletada de forma rápida e barata, sendo que a fonte de dados mais utilizada em pesquisa qualitativa é a secundária, pois permite levantar um grande volume de informações de fontes diversas em pouco tempo. Esta pesquisa utilizou a fonte de dados secundária como subsídio a fonte primária e aos resultados da pesquisa, principalmente, para o marco teórico e a justificativa da pesquisa. Diferentemente da fonte de dados secundária, a análise primária foi utilizada na colheita de dados com o público-alvo da pesquisa por meio da aplicação de um roteiro de entrevista, uma 14 série de questões estruturadas a partir dos objetivos da pesquisa que procurou responder as oportunidades do trabalho em questão, serviu como fonte de informação junto às mulheres empreendedoras. Em relação à técnica utilizada foi escolhida a entrevista em profundidade, que segundo Aaker e Day (2004, p. 209) são “aquelas realizadas frente a frente com o respondente, na qual o assunto-objeto da entrevista é explorado em detalhes”. A entrevista em profundidade procurou conhecer a clientela em suas preferências, modo de escolha e prioridade que dão a assuntos importantes do dia-a-dia como atender a um cliente, planejar o seu negócio e adotar estratégias diferenciadas em relação ao mercado concorrente. Como definição da amostra, por ser uma pesquisa qualitativa, deu-se preferência a amostragem não probabilística, por conveniência, que segundo Malhotra (2006, p. 326) “é uma técnica que procura obter uma amostra de elementos convenientes. A seleção das unidades amostrais é deixada a cargo do entrevistador”. Assim, foram escolhidas pelas suas competências e habilidades, 12 (doze) empreendedoras para responder a pesquisa e dar as suas valiosas contribuições para a comunidade científica. Também, procuramos conhecer o perfil das empreendedoras, características psicológicas mais marcantes e sua história de vida sempre marcada por atitudes empreendedoras. A ferramenta de pesquisa utilizada foi o roteiro de entrevista que se pautou em questões amplas para discussão com o entrevistado, abordando assuntos relativos ao negócio, aos mercados cliente e concorrente e aos principais produtos oferecidos pela empresa. Houve a preocupação em conhecer a história de vida das empreendedoras participantes da pesquisa, para fins exploratórios. 15 4. Resultados da Pesquisa A presente pesquisa entrevistou doze empreendedoras no Distrito Federal associadas à Associação dos Jovens Empresários (AJE) e procurou definir o seu perfil demográfico marcado pela jovialidade, alto grau de empreendedorismo e iniciativa das participantes que responderam a um roteiro de entrevista a partir de questões pessoais e de seus negócios. As primeiras questões definiram as características demográficas das empreendedoras, como escolaridade, porte do empreendimento, localização, tempo de atividade, número de empregados, principais clientes-serviços, fornecedores e outras participações. No primeiro rol de perguntas, o que ficou mais ressaltado, 67% das entrevistadas possuem nível superior completo, o que confirma a alta escolaridade das empreendedoras apontando uma alta correlação entre escolaridade e crescimento dos seus negócios na região do DF onde existem as maiores taxas de escolaridade do Brasil. A segunda pergunta de destaque, parte do empreendimento, mostrou que 60% das empresas entrevistadas são Micro e Pequenas Empresas (MPE´s) com até oito funcionários, entre dois a quatro anos de funcionamento, e representam: 25% Comércio Varejista, 8% Comércio Atacadista, 50% Serviços Especializados, 8% beleza e Moda e 9% outros segmentos sendo o mais representativo, serviços especializados, até pelo perfil do grupo escolhido. Dos segmentos entrevistados, destaque para os serviços (moda, consultoria, contabilidade e eventos); Segundo dados da pesquisa - setor de serviços no Brasil, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA,1998) nos países pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o setor de serviços, alcançava quase 65% dos negócios. Serviços estes que exigem inovação, especialidade, alto grau de escolaridade e diferenciação, características marcantes nas entrevistadas. A outra parte da pesquisa explorou variáveis qualitativas das empreendedoras e de seus negócios. Foi perguntado acerca das características empreendedoras, o que lhes mantinham no negócio, principais diferenciais, as dificuldades e problemas encontrados, em qual fase do ciclo de vida o negócio se encontrava, além das principais estratégias de crescimento. A respeito das características empreendedoras, persistência obteve 30% da preferência, em seguida, 22% comprometimento, 8% busca de oportunidade e iniciativa, 8% planejamento, 8% persuasão e rede de contatos, 8% independência e autoconfiança, 4% estabelecimento de metas e 12% outros. Pelas respostas das entrevistadas, persistência foi a mais escolhida até pelo perfil do brasileiro, para sobreviver, manter no negócio, enfrentar altas cargas tributárias, muita burocracia, tem que persistir, não dá para desistir na primeira 16 tentativa e o empreendedor é aquele que não desiste diante dos obstáculos, pelo contrário, sendo uma idéia viável persiste continuamente. Foram perguntadas as empreendedoras o que lhes mantinham no negócio, autorealização, independência e autoconfiança foi o que apareceu em primeiro lugar. Contraditoriamente, este item aparece com pouca força nas características empreendedoras, o que motiva a aprofundar a pesquisa neste quesito. É visto que as empreendedoras, principalmente as mulheres, depois da revolução sexual de 60 e de seus direitos civis conquistados, foi um continum a busca pela independência pessoal e financeira, até como símbolo da luta pelos direitos civis. Agrega-se a isto o fato que o ser humano, de acordo com a pirâmide de Maslow que busca atender as necessidades primárias e em seguida as secundárias, que são as necessidades superiores do homem. Estas mencionadas acima estão neste segundo grupo e a auto-realização seria a mais alta aspiração no desenvolvimento humano, que já conquistou as necessidades inferiores, agora, lutam por alcançar as outras, mais importantes e simbólicas para o homem. Talvez isto justifique em parte como a característica empreendedora mais citada por elas. O principal diferencial mostrado pelas empreendedoras, até pelo seu perfil arrojado e ao mesmo tempo elegante, foi à diferenciação, segundo especialistas, medido pelo grau de inovação colocado no negócio. Foi visto que pelos tipos de empreendimentos estudados esta estratégia é fator crítico de sucesso, que na sua maioria contam com uma alta concorrência, produtos maduros e uma clientela extremamente informada e exigente. As principais dificuldades relatadas por elas foram, a saber: carga tributária (30%), concorrência (20%), capital de giro (20%), crédito (10%), equipe de trabalho qualificada (10%), crise financeira mundial (10%). Dos aspectos mais importantes citados, observa-se que carga tributária, concorrência e capital de giro, ficaram em destaque, possivelmente, pela alta carga tributária do país comparada com uma das maiores do mundo. A respeito do Ciclo de Vida do Produto (CVP), a maior parte dos empreendimentos está em fase de crescimento e expansão pelo seu tempo de mercado, negócios em consolidação, abertura de novas lojas, linhas de produtos e novos negócios como a exportação. Por meio da entrevista, foi possível observar que são empreendedoras que buscam um espaço maior no mercado, reconhecimento na prestação de seus serviços e elevado posicionamento na mente do cliente, como forma de garantir vantagem competitiva no negócio. No geral, a principal estratégia adotada pelas empresas foi de diferenciação. Porter (1986, p 51) diz que diferenciação é “criar algo que seja único ao âmbito de toda a indústria, 17 como, projeto de imagem e a marca, tecnologia, serviços sob encomendas”. Dentro desta visão, as empreendedoras citaram várias estratégias deliberadas que utilizam em seus negócios, a saber: produtos customizados e marketing individual para atrair clientes fiéis, desenvolvimento de marca buscando a liderança de mercado, layout facilitado para o cliente buscar e experimentar os produtos, embalagem personalizada, equipe bem treinada, estoque mínimo dentro dos conceitos de just-in-time1, implantação de tecnologias da informação, como sites, blogs, twitter2 e e-comerce3, ampliação da linha de oferta de produtos, comunicação customizada para clientes prime, utilização de um data-base marketing4 para inteligência de marketing, inovação contínua e utilização de tecnologia de ponta. O resultado da pesquisa aponta para negócios com perfil inovador, em fase de crescimento e diferenciação. Inovador pelo alto grau de empreendedorismo de suas gestoras e toque diferenciado que elas primem nos seus negócios. Em fase de crescimento, por que a maioria busca consolidação no mercado, bases sólidas e reconhecimento da clientela, o que se conquista com tempo e experiência de mercado. E diferenciado pela busca constante de ‘fazer diferente’ o que os concorrentes fazem todos os dias. Observa-se que os três conceitos estão interligados e interdependentes pela sua origem e aplicação, o que confere um perfil empreendedor para as entrevistadas e lhes colocam com uma boa perspectiva de mercado percebendo que são negócios duradouros e com vistas à perenidade. 18 5. Considerações Finais Esta pesquisa entrevistou mulheres empreendedoras no Distrito Federal que tivessem um perfil inovador e diferenciado em seus negócios, independente do porte do empreendimento. Para isto foi escolhida empresas ligadas a Associação dos Jovens Empresários (AJE) como forma de valorizar a classe e dar um tom social, visto que esta é uma das principais bandeiras da AJE. No desenvolvimento das entrevistas percebeu-se o interesse unânime em desenvolver o empreendimento, por meio de projetos orientados dentro da própria organização, junto a sua clientela e com a sociedade civil organizada disseminando a cultura empreendedora. Pode-se dizer que a pesquisa foi exitosa, pois conheceu melhor a forma como as empresárias locais fazem os seus negócios e como elas conquistaram mais espaço no empresariado por meio de suas características intuitivas e maior sensibilidade para o negócio. Percebe-se que há tendência de mais mulheres ganharem posição neste mercado competitivo. Fica a contribuição para os setores e públicos interessados na tentativa de despertar nas autoridades o interesse de explorar este tema, que não é somente das mulheres, mas de toda a sociedade que participa em maior ou menor grau de ações empreendedoras que envolvam mulheres de negócios, e assim, poderem dentro de suas alçadas pensarem projetos de apoio a classe como forma de fomentar o desenvolvimento local e dar maior visibilidade a ‘elas’ que fazem parte de nossas vidas. Este trabalho servirá de subsídio a pesquisadores e participantes da pesquisa como fonte de informação, e outras autoridades que queiram publicitar o assunto. Notas de final de texto 1 - Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. 2 - Twitter é uma rede social baseada na web 2.0 que permite aos usuários que enviem e leiam atualizações pessoais de outros contatos. 19 3 - e-comerce conceitua-se como o uso da comunicação eletrônica e digital, aplicada aos negócios, criando, alterando ou redefinindo valores entre organizações (B2B) ou entre estas e indivíduos (B2C), ou entre indivíduos (C2C), permeando a aquisição de bens, produtos ou serviços, terminando com a liquidação financeira por intermédio de meios de pagamento eletrônicos. 4 - Data-base marketing é um banco de dados utillizado para armazenar informações relativas às atividades de inteligência de marketing de forma consolidada. 20 6. Referências AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G.S. Pesquisa de Marketing. 2o ed.. São Paulo: Atlas, 2004. BANCO POPULAR DA MULHER. Disponível em <http://www.bancopopulardamulher.org.br/index.php/por/Banco-Popular-da-Mulher>. 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Anexo ANEXO I - Marco jurídico para financiamentos a favor empreendedorismo feminino na Toscana a partir de 1992 Legge 215/92 - Azioni positive per l'imprenditoria femminile Legge 135/97 - Giovani imprenditori agricoli Legge 236/93 - Opportunità per nuove imprese di giovani nei settori turismo, beni culturali, innovazione tecnologica, ambiente, agricoltura Legge 598/94 - Finanziamenti agevolati per interventi di tutela ambientale e innovazione tecnologica Legge regionale 23/98 - Misure per favorire l’accesso ai giovani alle attività agricole, di servizio per l’agricoltura e di supporto al territorio rurale Legge 949/52 - Nuovi investimenti di imprese artigiane e consorzi Legge regionale 67/98 - Programma di interventi a favore dell’artigianato artistico e tradizionale Legge regionale 36/95 mod. legge 101/98 - Contributi in conto interesse per i programmi di sviluppo dell’artigianato Legge regionale 27/93 - Agevolazioni per la creazione di nuove imprese da parte di giovani Legge 449/97 - Incentivi fiscali alle PMI commerciali e turistiche Legge 488/92 - Investimenti nelle aree depresse Legge 49/85 - Agevolazioni per società cooperative Legge 52/92 - Fondo mutualistico per la cooperazione Legge 448 art. 51 - Agevolazioni per cooperative sociali di tipo b