DETERMINAÇÃO DO TEOR DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NAS ÁGUAS DOS RIOS BUGRES E PARAGUAI DETERMINATION OF DISSOLVED OXYGEN OF THE WATER OF BUGRES AND PARAGUAY’S RIVERS Eliana Lôndero¹, Sandro Pioli Zela², Cárita Garcia¹, Celina Martins de Souza Ignácio², Etney Neves². ¹Discente do curso de Engenharia de Alimentos – Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. ²Docente do curso de Engenharia de Alimentos – Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Palavras-chave: Análise de água, análise físico-química, contaminação orgânica. Introdução Todos os gases apresentam solubilidade bastante limitada no meio aquoso, sendo o oxigênio um dos que possuem as mais baixas concentrações neste meio, o que é um fator crítico para a sobrevivência dos seres vivos; como a solubilidade dos gases diminui com o aumento da temperatura, é certo que o teor de oxigênio contido nos corpos aquáticos em regiões tropicais é ainda menor, principalmente se for considerada a poluição ambiental gerada por dejetos orgânicos em decomposição, comum em regiões agrícolas. Como as comunidades ribeirinhas dependem quase exclusivamente dos rios para obter a água para consumo e boa parte de sua alimentação, e sabendo-se do potencial efeito poluidor da atividade agrícola, comum em todo o Centro-Oeste, realizou-se o monitoramento da concentração de O2 nos rios que banham o município de Barra do Bugres, de modo a identificar o grau de contaminação orgânica destes rios. Material e Métodos Foram escolhidos seis pontos distintos nos rios Bugres e Paraguai para realizar a coleta de água, os quais encontram-se identificados na Tabela 1. Tabela 1. Coordenadas geográficas dos pontos de coleta de amostras. Na região estudada, podem-se classificar os pontos de coleta III, IV e V, situados no rio Paraguai, como sendo de classe II, aos passos que os pontos I e II, no rio Bugres, e o VI no rio Branco, como sendo da classe I, segundo as resoluções 357/2005 e 247/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). As análises foram efetuadas no Laboratório de Química da Unemat – Campus de Barra do Bugres/MT, usando-se um eletrodo de Clark, calibrado com água destilada e com solução de bissulfito (APHA, 1997); as amostras foram colhidas em frascos hermeticamente fechados de 500mL, de modo a evitar a contaminação pelo oxigênio atmosférico antes da análise. Resultados e Discussão Conforme definido pela resolução CONAMA nº 357/2005, não é tolerável um nível de oxigênio dissolvido inferior a 6,0mg/L. É sabido que, de fato, uma menor concentração de oxigênio em meio aquoso pode causar a morte dos organismos, de modo que o acompanhamento constante deste parâmetro é de importância fundamental. Na Figura 1 encontram-se expressas as concentrações de oxigênio dissolvido observadas nas análises. Figura 1. Concentrações de oxigênio dissolvido. Verificou-se em períodos de chuva intensa uma redução no nível de oxigênio dissolvido a ponto de, em algumas ocasiões, tornar-se inferior ao mínimo aceitável. Esta situação mostrou-se mais séria nos pontos de coleta I, II e VI, correspondentes aos afluentes Bugres e Branco. Durante o período de seca houve um aumento, pequeno porem contínuo, no teor de oxigênio dissolvido, o que é coerente com o fato de a vazão do rio ter se reduzido sensivelmente. Este aumento foi suficientemente intenso a ponto de se verificar que, em nenhum dos pontos monitorados, o teor de oxigênio ficou abaixo do mínimo aceitável durante esse período. Conclusões Durante o período de chuvas, no verão, notou-se uma redução evidente no teor de O2 dissolvido na água dos rios, o que é atribuído em princípio ao aumento na quantidade de matéria orgânica em suspensão. Este aumento na matéria orgânica, por sua vez, pode ser natural, ou provocado pela atividade agrícola, sendo então necessário continuar o procedimento de monitoramento dos rios do município, de modo a se verificar se o comportamento da concentração do O2 se mantém estável no futuro. Referências Bibliográficas APHA - AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 17th ed. APHA, Washington, 1997. CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Diário Oficial da União - Portaria 357/2005. CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Diário Oficial da União - Portaria 247/2000. Autor a ser contatado: Eliana Lôndero, acadêmica do curso de Engenharia de Alimentos – UNEMAT/ Barra do Bugres – e-mail: [email protected]