6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO th 6 BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil th th April 11 to 15 , 2011 – Caxias do Sul – RS – Brazil USINAGEM DA LIGA NIMONIC 80A POR TORNEAMENTO CILINDRICO EXTERNO Ricardo Batista Penteado1, [email protected] Marcos Valério Ribeiro1, [email protected] Messias Borges Silva1, [email protected] 1 Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – UNESP – Campus Guaratinguetá. Av.Ariberto Pereira da Cunha, 333 Pedregulho, 12515-410 - Guaratinguetá , SP, Brazil. Resumo: As ligas de níquel possuem uma composição química com elevado teor de elementos de liga, os quais são responsáveis por suas propriedades mecânicas e térmicas; porém, estas características dificultam demasiadamente sua usinagem. Sua vasta utilização nestas áreas deve-se principalmente ao seu desempenho em altas temperaturas, que é dado por algumas de suas características intrínsecas, como: alta resistência mecânica em temperatura elevada, à fluência, à fadiga e boa resistência à corrosão. O objetivo deste trabalho é o estudo da usinagem por torneamento cilíndrico externo da liga a base de níquel Nimonic 80A, visando analisar qual o melhor arranjo dentre os fatores estudados tendo como variável resposta a rugosidade superficial. Os ensaios de usinagem foram realizados em um torno CNC, sendo considerados os seguintes parâmetros de usinagem: velocidade de corte (75 e 90 m/min), profundidade de usinagem (0,8 e 1,6 mm) e avanços (0,12 e 0,18 mm/v), pastilhas CP250 e TP2500, corpo de prova feito com material Nimonic 80A Laminado a quente e Solubilizado e Fluido Lubrificante variando em Mínima quantidade de Fluido (MQF) e abundante. O processo utilizado foi o de torneamento cilíndrico que consistiu no deslocamento da ferramenta segundo uma trajetória paralela ao eixo principal de rotação da máquina. Todo o processo foi conduzido em ciclos, onde cada ciclo terminava quando atingisse o comprimento de avanço máximo (Lf). Após cada etapa do torneamento foram realizadas as medidas do desgaste das ferramentas, da rugosidade das peças. Os valores obtidos para a vida da ferramenta foram pequenos, isso se deve ao fato do material possuir baixa condutividade térmica, transferindo o calor para a ferramenta. Pode–se observar ainda que o avanço apresentou maior significância com relação à rugosidade, levando a concluir que para menores valores de avanço, menores valores de rugosidades serão encontrados. Palavras-chave: usinagem; Nimonic 80A; rugosidade 1. INTRODUÇÃO Para Kitagawa et al. (1997) devido à dificuldade no corte das superligas a demanda por usinagem em velocidades mais elevadas está crescendo na ordem que se alcança alta produtividade e diminuição no custo de usinagem. Indústrias que fabricam componentes a base de ligas de níquel, aços inoxidáveis especiais (válvulas automotivas), ligas de titânio (turbinas aeronáuticas), caracterizam-se por apresentarem um custo elevado na fabricação das peças usinadas, principalmente em relação ao custo hora/máquina, por este motivo é interessante diminuir os tempos de usinagem das peças e aumentar o uso efetivo das ferramentas (Ribeiro et al, 2003; López de Lacalle et al, 1998). A otimização de processos de usinagem tem sido uma das opções para indústrias manufatureiras, na busca de melhores desempenhos, representados, principalmente, pela redução de custos ou de tempos de fabricação (Diniz et al, 1999). Na busca por melhores resultados, as máquinas CNC (Comando Numérico Computadorizado) tiveram como objetivo inicial solucionar problemas a usinagem de peças de grande complexidade, e posteriormente vieram auxiliar na redução de tempos improdutivos (Tzeng et al, 2009). Contudo, a utilização destas máquinas só se torna economicamente viável quando for garantido o emprego eficiente destas máquinas e ferramentas durante o processo de usinagem, ou seja, a eficiência do processo de usinagem depende da utilização de dados de corte otimizados, atualizados e adequados às condições reais de trabalho (Ribeiro, 1999). Bons resultados na operação de usinagem estão relacionados com a realização das medições dos componentes desejados, seleção de ferramentas de corte e condições de corte são elementos essenciais no processo de planejamento do processo de usinagem, pois cada material seria influenciada por diferentes parâmetros de usinagem (Wang et al. 2007; Yih-Fong, 2006). Porem, uma experimentação pode ser planejada e para isso e para isso existem técnicas de planejamento de experimentos que auxiliam nas investigações. De acordo com Mattos (2004), um experimento é um teste ou uma série de testes nos quais as variáveis de entrada de um sistema são manipuladas para serem identificadas as razões das mudanças nas variáveis de saída. O projeto © Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS experimental permite manipular os fatores interferidores em um processo produtivo, fazendo-os variar para avaliar seus efeitos nas características funcionais. O Projeto de Experimento (Design of Experiments, DOE) é uma técnica utilizada para definir quais dados, em que quantidade e condições devem ser coletadas durante um determinado experimento, buscando satisfazer dois grandes objetivos: a precisão estatística da resposta e o menor custo (Aranda et al, 2008). Os benefícios do projeto de experimentos incluem a possibilidade da melhoria do desempenho no processo, evitando o método de tentativa e erro para a busca de soluções (Kleijner et al, 2005). Para (Antony et al ,2006) o DOE enfatiza o desenvolvimento e a utilização de modelos de regressão para predizer o comportamento processo sob diferentes condições do processo a certo nível de confiança. Montgomery (1997) afirma que antes de iniciar a experimentação é importante estabelecer o planejamento dos experimentos. Esse autor ressalta a importância do domínio do problema por parte de todas as pessoas envolvidas no experimento e, recomenda que durante a execução o processo seja cuidadosamente monitorado para garantir que tudo seja realizado de acordo com o planejado. Um método DOE muito difundido é o método de Taguchi, que para (Kishore et al, 2009) é um método que envolve o arranjo ortogonal para organizar os parâmetros que afetam o processo e os níveis em que devem ser variados. Determina os fatores que afetam a qualidade do produto, com um mínimo montante de experimentação Para Taner e Antony (2006) os métodos Taguchi podem ser utilizados para reduzir o tempo com experimentos e produzir informações suficientes para reduzir as variações e garantir uma melhor qualidade do produto ou serviço. Contudo, o objetivo deste trabalho é o estudo da usinagem por torneamento cilíndrico externo da liga a base de níquel Nimonic 80A, visando oferecer informações mais detalhadas a respeito do comportamento da rugosidade superficial desta liga. 1.1. MATERIAIS E MÉTODOS Os dados serão obtidos a partir de ensaios de torneamento cilíndrico realizados em corpos de prova, com diâmetro D inicial de 69 mm e comprimento inicial Lf variando de 180 a 190 mm, conforme pode ser observado na Figura 1. Lf D Figura 1 - Representação do corpo de prova para uso nas operações de torneamento 1.2. Material Para a realização dos ensaios, será utilizada uma liga a base de níquel, o NIMONIC 80A cuja composição química está especificada na Tabela (1). Tabela 1 - Composição química da liga à base de níquel utilizada no presente trabalho. Composição Ni Cr Cu Fe Ti Al Co Nb Mn Si S Mo B P C NIMONIC 80 A Rem.** 20,0 0,05 0,75 2,35 1,25 1,0 - 0,35 0,35 0,007 - - 0,06 (VAT 80 A)* * denominação comercial da Villares Metals. ** Rem.: Remanescente. A composição química com elevado teor de elementos de liga confere excelentes propriedades mecânicas e térmicas às superligas, mas dificultam a realização da usinagem desses materiais (Marques, 2007). 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS A liga Nimonic 80A é a modificaçãos da liga já existente contendo 80% Ni e 20% Cr com adições de titânio e alumínio para viabilizar o endurecimento por precipitação de partículas. Esta liga é classificada como superliga sendo muito utilizada na indústria automotiva principalmente em válvulas de exaustão por possuírem grande resistência ao calor a um amplo intervalo de temperatura 1.3. Parâmetros Os parâmetros de corte utilizados para os ensaios e o critério de fim de vida das ferramentas foram definidos com base em trabalhos vistos na literatura e recomendações dos fabricantes. Para Darwish (2000) a rugosidade superficial é um dos fatores mais importantes quanto à avaliação da qualidade das operações de usinagem, sendo visto que os parâmetros que mais influenciam na qualidade do acabamento superficial são: velocidade, avanço, profundidade de corte, geometria da ferramenta. Para tanto, a fim de otimizar o processo de torneamento para avaliar o desempenho do acabamento superficial, serão considerados os seguintes parâmetros que podem ser visualizados na Tabela (2). Tabela 2 – Parâmetros de usinagem com seus respectivos níveis ∗ Nível 1 Nível 2 Velocidade de Corte (A) 75 m/min 90 m/min Avanço (B) 0,12 mm/revol. 0,18 mm/revol. Profundidade de Usinagem (C) 0,8 mm 1,6 mm Tipo de Pastilha (D) TP2500 CP250 ∗ Lubrificação (E) MQF Dureza do Material (F) Solubilizado Abundante Laminado Mínima quantidade de Fluido 1.4. Ensaio Foi utilizado um arranjo L16 de Taguchi para a realização dos experimentos, ou seja, foi conduzida uma seqüência de 16 experimentos variando os parâmetros seguindo o modelo experimental proposto por Taguchi. Os ensaios foram do tipo torneamento cilíndrico externo como pode ser visto na representação esquemática da Figura (2), sendo assim realizados em um torno CNC CENTUR 30S, marca ROMI de 25 a 3500 rpm, com potência de 10 kW. Corpo de Prova Eixo Central Ferramenta de Corte Figura 2 - Representação do ensaio de torneamento cilíndrico externo O processo de torneamento cilíndrico é o processo no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória paralela ao eixo principal de rotação da máquina. Todo o processo foi conduzido em ciclos, onde cada ciclo terminava quando fosse atingido o comprimento de avanço máximo (Lf) Fig. (1), onde a partir dai era retirada a peça do torno e analisada a rugosidade da superfície do corpo de prova. A rugosidade da peça foi avaliada utilizando um rugosímetro Mitutoyo SURFTEST-301, sendo todos os equipamentos pertencentes ao Departamento de Materiais e Tecnologia, Faculdade de Engenharia, Campus de Guaratinguetá, UNESP. 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS As durações de todos os ensaios ficaram condicionadas ao desgaste de flanco das ferramentas, onde para se propiciar um comprimento de avanço que possibilitasse o estudo da progressão do desgaste e do comportamento da rugosidade entre todos os ensaios, os mesmos foram conduzidos até o ponto em que a ferramenta atingisse o desgaste de 0,5mm sendo mensurável a partir de uma lupa (8x) graduada em 0,1mm. Caso o desgaste da ferramenta não atingisse o valor de 0,5mm de desgaste, o ciclo de torneamento era retomado. Após cada etapa do torneamento, para as medidas dos diâmetros dos corpos de prova foi utilizado um paquímetro Mitutoyo de 0 a 200 mm com sensibilidade de 0,05mm. Para o estudo das ferramentas foram utilizadas pastilhas do tipo TNMG160404R-UX CP250 que possui maior tenacidade sendo recomendada principalmente em ligas resistentes a altas temperaturas (superligas) e a pastilha TNMG160404R-UX TP2500 que tem como característica uma ampla gama de aplicações de torneamento tanto em aços inoxidáveis, sendo também uma boa opção para ferros fundidos devido sua alta resistência ao desgaste e resistência de aresta. Nos ensaios foi utilizado um fluido de corte desenvolvido para atender às operações de usinagem para metais ferrosos e ligas de alumínio, LUBRAX OP 38 EM. Este fluido consiste de uma microemulsão de concentração de 10% em água. Contém, em sua composição uma mistura de óleos minerais, ésteres, amidas bóricas, tensoativos, biocidas e anti-espumantes. O fluido foi aplicado de forma convencional (abundante) e para os ensaios com a mínima quantidade de fluido foi utilizado LB1000 - ITW. 2. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Tabela (3) são mostrados os resultados dos ensaios de torneamento cilíndrico em relação à rugosidade. Tabela 3 – Resultados dos Ensaios para Rugosidade Ensaio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 A B C D E F Ra 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1,88 1,51 3,32 2,40 1,39 1,66 3,85 2,25 3,36 1,40 2,51 5,77 2,20 1,38 4,04 3,64 Onde 1 e 2 são os níveis de cada fator para cada condição experimental Na Tabela (4) e no Gráfico (1) pode-se visualizar os efeitos dos fatores sobre a rugosidade, o que permitirá analisar quais fatores e em quais condições a usinagem é mais favorável para se alcançar a condição de menor valor de Rugosidade. Tabela 4 – Efeito dos fatores sobre a Rugosidade Level 1 2 Delta Ordem de Relevância A B C D E F 2,769 2,551 0,218 6 1,848 3,473 1,625 1 2,500 2,820 0,320 4 2,819 2,501 0,317 5 2,442 2,877 0,435 3 2,282 3,038 0,755 2 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS F A B C D E Gráfico 1 – Gráfico dos efeitos sobre a média da Rugosidade (µ µm) A Tabela (4) e o Gráfico (1) foram calculados com o auxilio do software estatístico STATISTICA 8.0. Ambos refletem as médias da rugosidade de cada fator para cada nível experimental, porém, a Tabela (4) é mostrada de forma ordenada quais fatores geram maiores influencia no processo, sendo evidenciado que o fator B, ou seja, o avanço possui uma média de rugosidade de 1,848µm quando realizado ao nível 1 de 0,12 mm/volta, enquanto que para o nível 2 de 0,18 mm/volta a média de rugosidade aumenta para 3,473µm, mostrando ser o único fator a se mostrar significante ao nível de 95% de confiança, cruzando os limites de mais ou menos duas vezes o desvio padrão. A rugosidade varia proporcionalmente com o avanço, já a profundidade de corte não exerce uma influência significativa sobre ela, e o aumento da velocidade de corte proporciona uma pequena oscilação dos valores, sendo esse comportamento em relação ao avanço explicado devido à tendência de aumento da temperatura entre o conjunto peçaferramenta. No mesmo conceito, pode-se notar que o tipo de material obteve uma ligeira significância, pois o material tratado termicamente (Solubilizado) possui uma maior dureza que o Laminado, pois o este sofre maior influência da temperatura ocasionando uma maior deformação superficial. Já a lubrificação não se mostrou muito influente no processo, porem mostrou-se um pouco mais vantajosa quando se realiza o procedimento com lubrificação abundante, sendo ainda que o fator que menos influenciou no processo foi a velocidade de corte, isso devido ai fato de não ter havido uma elevação considerável na temperatura do conjunto ferramenta-peça, não acarretando assim uma maior abrasão e conseqüentemente uma variação da rugosidade. Passando todos os valores da Tabela (4) em um gráfico que nada mais é que o Gráfico (1) pode-se notar que quanto maior o ângulo do gráfico linear, maior a influencia no processo, que fica ainda mais evidente que o fator avanço é o mais influente, seguido pelo tipo de material. A partir dos valores de rugosidade obtidos nos ensaios, foi montado o Gráfico (2) no qual se pode observar a progressão da rugosidade durante os ensaios, além do seu comportamento em relação aos parâmetros de corte. 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS Gráfico 2 – Gráfico da rugosidade para cada condição experimental No Gráfico (2) pode-se observar três condições experimentais com valores de rugosidades praticamente iguais no nível de menores valores, que são as condições experimentais de numero 5 com Ra= 1,39µm, condição10 com Ra= 1,4µm e a condição 14 cujo valor é Ra=1,38µm. Separando essas três condições do arranjo original de Taguchi (condição 5, 10 e 14), não é possivel a determinação de qual condição é a melhor para o processo, para tal conclusão, foi comparado os valores da rugosidade com a distância percorrida pela ferramenta sobre a superficie do corpo de prova (Lf) foi possível construir a Tabela (5): Tabela 5 – Condições experimentais para as três condições de melhores valores de Rugosidade Ensaio 5 10 14 A (m/min) 90 75 90 B (mm/revol) 0,12 0,12 0,12 C (mm) 1,6 1,6 0,8 D E F TP2500 CP250 CP250 Abundante MQF Abundante Solubilizado Laminado Laminado Ra Médio (µ µm) 1,39 1,40 1,39 Lf (mm) 183 1274,5 1365,1 Analisando a Tabela (5), pode-se concluir que todas as três condições utilizam o avanço de menor valor 0,12 mm/revolução, comprovando assim que se obtem os melhores valores de rugosidade para o dado valor de avanço, ou seja, quanto menor o avanço menor será a rugosidade. Considerando as 3 condições acima, e para análise de qual condição é a melhor condição para se encontrar a rugosidade e ter o maior rendimento, foi construídos os Gráficos (3) da rugosidade em relação ao comprimento de avanço (Lf) Fig. (1), ou seja, o quanto a pastilha suportou usinar o material antes de alcançar um desgaste de flanco da ordem de 0,5mm. Gráfico 3 – Gráfico da variação da rugosidade para as três melhores condições experimentais função do comprimento de avanço 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 2011. Caxias do Sul - RS Analisando o Gráfico (3) pode-se notar que apesar de ser encontrado um valor de rugosidade baixa, o comprimento de avanço atingido até que a pastilha TP2500 atingisse o valor de 0,5 mm foi de 183mm, que é um valor muito abaixo dos valores observados nos ensaios (10) e (14). Isso se deve ao fato de que a Pastilha TP2500 possuir comportamento inferior para esse tipo de material, uma vez que esse tipo de pastilha é própria para a usinagem de aços inoxidáveis e não para superligas. Ainda em relação ao Gráfico (3) constata-se que a ferramenta do ensaio 10 teve um comportamento muito relevante na questão de durabilidade comparada com a do ensaio 3, isso devido a ferramenta ser específica para esse tipo de material. Pode-se ainda notar um comportamento não linear em relação à rugosidade no ensaio 10, onde a rugosidade começa por volta de 1,45µm quando atingido o Lf de 183 mm, passados mais aproximadamente 200 mm a rugosidade aumentou em torno de 20%, onde a partir daí houve um decréscimo até o Lf de 773,5mm onde se manteve praticamente constante até o ponto de parada do ensaio em 1274,5mm. Já o ensaio 14 do Gráfico (3) pode-se visualizar rugosidade crescente com o aumento de Lf, ocasionando uma diferença entre o começo da usinagem e o fim da usinagem na ordem de 150%, sendo esse valor muito alto para uma usinagem de precisão, fazendo com que essa condição se torne inviável em comparação ao ensaio 10, mesmo que as duas condições possuam praticamente a mesma média de Rugosidade e a condição experimental 14 possuir valor de Lf ligeiramente maior. Analisando conjuntamente os valores do ensaio 10 e 14 é possível observar que a amplitude dos resultados da rugosidade para o ensaio 10 é de 0,7 µm e para o ensaio 14 é da ordem de 1,12 µm. Essa amplitude leva a concluir que a variação de rugosidade com o decorrer da usinagem é grande, levando a uma não homogeneidade dos valores de rugosidade ao decorrer da peça usinada, onde as precisões numéricas dos resultados são de extrema importância na busca da redução da variabilidade, comprovando assim que o ensaio de numero 10 é o mais indicado, pois a ferramenta apresenta melhores valores quanto à rugosidade, e uma boa resistência ao desgaste de flanco (vida). 3. CONCLUSÃO A partir dos dados e discussões apresentados no presente trabalho pode-se concluir que: O fator que mais influenciou na variável resposta rugosidade foi o avanço, mostrando se maior eficiência quanto à qualidade do acabamento superficial superior para o valor de 0,12 mm/revolução, ou seja, quanto menor o avanço menor será a rugosidade. Esse resultado deve-se ao fato de ligas a base de níquel ser altamente resistentes ao calor, fazendo com que grande quantidade de calor seja absorvida pela ferramenta, diminuindo sua vida, concluindo que quanto menor os valores de avanço, menor a quantidade de calor envolvida no sistema ferramenta-peça melhores os resultados da usinagem. Embora possa ser encontradas condições de rugosidades similares entre os experimentos 5, 10 e 14, analisando mais profundamente os resultados pode-se perceber que a condição experimental de número 5 não pode ser considerada como uma condição ideal pela baixa vida da ferramenta, o que nos remete a duas condições a ser escolhida como melhores, porém a condição experimental que mostra ser a mais viável é a condição de número 10, pois sendo comparada com a condição 14, a diferença de rugosidade entre o máximo e o mínimo ao decorrer do experimento é muito menor, levando a uma maior homogeneidade nos valores da rugosidade ao longe do corpo de prova usinado. Para a faixa de parâmetros escolhidos para o presente trabalho é proposto o uso da velocidade de corte em 75 m/min, avanço em 0,12 mm/revol, profundidade de usinagem 1,6mm, ferramenta de corte CP250, fluido MQF e o material sendo o NIMONIC 80A Laminado. O uso do DOE mostrou-se muito importante, pois além de reduzir o número de experimentos necessários para a realização do trabalho, ajudou a identificar quais fatores são responsáveis pela maior influência no processo com uma dada precisão estatística. 4. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Seco Tools pelo apoio a pesquisa e fornecimento das ferramentas de estudo; A Villares Metals S.A pelo fornecimento dos corpos de prova; A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP; A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo suporte financeiro. 5. 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Caxias do Sul - RS MACHINING OF NIMONIC80A ALLOY BY CYLINDRICAL EXTERNAL TURNING Ricardo Batista Penteado1, [email protected] Marcos Valério Ribeiro1, [email protected] Messias Borges Silva1, [email protected] 1 Univ. Estadual Paulista – UNESP – Adress: Ariberto Pereira da Cunha, Avenue, 333 Pedregulho, 12515-410 Guaratinguetá , SP, Brazil. Abstract: The nickel alloys have a chemical composition with high content of alloying elements, which are responsible for their mechanical and thermal properties, but these features too difficult machining. Its widespread utilization in these areas is mainly due to its high performance at high temperatures, which is given by some of its characteristics, such as high mechanical strength at elevated temperature, creep, fatigue and corrosion resistance. This aim of this work is the study of machining more specifically the cylindrical turning process of the nickel alloy based Nimonic 80A in order to analyze what the best array among the factors studied with variable response to surface roughness. The machining tests were performed on a CNC lathe, being considered the following machining parameters: cutting speed (75 and 90 m / min), cutting depth (0.8 and 1.6 mm) and feed (0.12 and 0.18 mm / V), cutting tools TP2500 and CP250, work piece made of Nimonic 80A material laminated and solubilized and coolant varying in two levels: Minimum amount of fluid (MQF) and abundant. The process used was a cylindrical turning what was the shift of the tool for a following a parallel path through to the main axis of machine rotation. The whole process was conducted in cycles where each cycle ended when it reached the maximum feed length (Lf). After each step of turning were made the measurements of tool wear and the roughness of the parts. The values obtained for the tool life were small, this is because the material has low thermal conductivity and transfer heat to the tool. It can also be observed that the feed had greater significance with respect to roughness, leading to the conclusion that lower feed values, lower values of roughness will be found. Keywords: machining; Nimonic 80A; roughness