ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UMA ANIMAÇÃO SOBRE ACIDENTES DE TRÂNSITO PARA UNIVERSITÁRIOS PASQUALINI, Elaine – Fatec Ourinhos e UNESP Marília [email protected] GIMENIZ-PASCHOAL, Sandra Regina – UNESP Marília [email protected] MOREIRA, Pedro de Arruda - Fatec Ourinhos [email protected] Eixo Temático: Comunicação e Tecnologia Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Devido ao número elevado de acidentes de trânsito com jovens no Brasil, causando sequelas e mortes, a literatura aponta a necessidade de ações educativas em todos os níveis de ensino, mas são incipientes materiais que poderiam ser usados no ensino superior. O objetivo do trabalho foi elaborar e avaliar uma animação computadorizada sobre acidentes de trânsito, mais especificamente sobre velocidade, distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada, destinada a universitários. A pesquisa foi realizada em uma instituição pública de ensino superior e participaram 37 universitários. Elaborou-se uma animação computadorizada por meio de um método que corresponde ao design instrucional e um questionário avaliativo com 6 questões objetivas e 2 dissertativas sobre conteúdo, objetivo e facilidade de uso da animação, entre outros. Os universitários usaram a animação e em seguida preencheram o questionário. Como resultados, foi elaborada uma animação com 6 telas, nas quais os participantes interagiam, e as avaliações mostraram que os conteúdos apresentados foram muito bom (43,24%) e bom (54,05%), os objetivos da animação foram atingidos (97,30%) e foi fácil usar a animação (97,30%). Os aspectos positivos indicados foram: bem elaborada e de fácil compreensão (18,92%), facilitou o entendimento por meio de imagens animadas (13,51%), ajudou a esclarecer o assunto (8,11%), foi interativa (8,11%), de fácil uso e execução (8,11%), entre outros. Concluiu-se que foi possível elaborar e avaliar em todos os seus aspectos uma animação para o ensino superior sobre temática pouco estudada, e que foi avaliada de forma positiva pelos universitários, podendo ser utilizada em estratégias educativas para tratar do excesso de velocidade e os perigos derivados. Palavras-chave: Animação. Acidentes de trânsito. Ação educativa. 4748 Introdução Segundo o Ministério da Saúde, acidente é definido como um “evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e/ou emocionais no âmbito doméstico ou nos outros ambientes sociais, como do trabalho, do trânsito, da escola, de esportes e de lazer” (BRASIL, 2005, p. 8). Salvarani (2006) descreve que a Organização Mundial de Saúde considera o acidente como algo passível de intervenção no sentido de reunir esforços para a sua prevenção. Um acidente de trânsito (AT), de acordo com o DENATRAN (2010), é também um evento não intencional, que envolve pelo menos um veículo, motorizado ou não, que circula em vias. Hoffmann, Cruz e Alchier (2003) descrevem que um acidente de trânsito envolve pelo menos um veículo, a via e o homem. Para Marín-León e Vizzotto (2003), o número de mortos no Brasil em acidentes de trânsito (AT) é alto. Os AT são um dos principais responsáveis pela mortalidade de jovens, segundo Andrade et al (2003) e Abreu (2006). De acordo com Marín e Queiroz (2000), a faixa etária que contém um número expressivo de AT vai de 15 a 24 anos. De acordo com Lima (2005), os AT correspondem à segunda principal causa de morte da população, com aproximadamente 33 mil óbitos e cerca de 400 mil feridos ou inválidos ao ano, sendo 75% causados por falhas humanas (DETRAN-SP, 2009). Andrade et al (2003) e o DENASUS (2007) descrevem que o fator mais comum que causa AT no Brasil é o desrespeito à legislação, como excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica. Conforme informativo de uma Comissão de Prevenção de Acidentes de uma Instituição Universitária (UNESP, 2009), as principais imprudências no trânsito no Brasil são, por ordem de incidência: velocidade excessiva, dirigir sob efeito de álcool e distância insuficiente em relação ao veículo da frente. De acordo com o IPEA (2010) a mortalidade por tipo de acidente de maior gravidade é a colisão frontal (embate entre dois ou mais veículos em movimento), que ocorrem principalmente devido ao excesso de velocidade. Para Marín-Leon e Vizzotto (2003), as principais causas de AT entre os jovens na Universidade de Campinas (UNICAMP) são, em ordem decrescente: dirigir em alta velocidade, dirigir alcoolizado e avançar o sinal fechado. Essas causas podem estar associadas 4749 a comportamentos inseguros, o não reconhecimento de suas responsabilidades no trânsito e a busca pelo desejo de arriscar-se. O número de acidentes de trânsito pode representar alterações na economia do país, não somente pelos custos hospitalares, mas também, pela morte de jovens correspondentes a uma parcela da população economicamente ativa. Além disso, a morte súbita pode gerar problemas emocionais para os familiares (ANDRADE et al 2003; ABREU, 2006). Para os acidentados, podem ocorrer, além de problemas emocionais, sequelas brandas ou irreversíveis e diversos problemas derivados, dentre eles os escolares, desde falta às aulas até dificuldades que impedem a conclusão do curso. A educação para o trânsito é uma das principais alternativas que poderá contribuir para a redução dos índices de AT a médio e longo prazos. As ações educativas podem ajudar na criação de responsabilidades coletivas para melhorar o relacionamento humano no trânsito (SILVA; DAGOSTIM, 2006). No Brasil, o Código de Trânsito Brasileiro tem um capítulo que trata da educação para o trânsito. O capítulo 6 do Artigo 76 estabelece que a Educação para o trânsito poderá ser promovida em todos os níveis escolares, incluindo o superior, por meio de “planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.” (PAULO, 2006, p. 45). De acordo com Marín e Queiroz (2000), os estudos sobre acidentes de trânsito no Brasil e as ações de prevenção estão apenas começando e nesse contexto, a educação é uma forma importante que poderá ser desenvolvida por meio de vários instrumentos, incluindo o uso de softwares educativos. Os softwares educativos são programas de computador desenvolvidos para atender aos objetivos educacionais estabelecidos. Para a sua utilização dentro de um contexto educativo, são necessários o próprio software, o computador, o professor e o aluno (VALENTE, 1993). O avanço da tecnologia permitiu a diversificação dos tipos de softwares, que abrange programas tutoriais, jogos e simulações, conforme Valente (1993). Os jogos podem ser utilizados para estimular o raciocínio para que o aluno descubra os conceitos que estão envolvidos, a simulação envolve a criação de modelos do mundo real e os programas tutoriais apresentam o conteúdo a ser aprendido com animação, som, texto e ilustração (VALENTE 1993). As ilustrações e as animações podem facilitar o entendimento 4750 da teoria e por meio de exemplos, enriquecer o conteúdo e motivar a aprendizagem (MACHADO; SANTOS, 2004). Zimmermann (2011) descreve que a Associação de Designers Gráficos define uma ilustração como sendo uma imagem que pode exemplificar o conteúdo de um texto, de um livro, jornal, revista, entre outros. Segundo Sancho (1998), as ilustrações têm uma boa aceitação, principalmente entre os jovens. A animação pode ter diferentes conceitos e um deles refere-se a uma animação computadorizada. Para Andrade (2007) a animação computadorizada é a exibição de imagens no computador com a ilusão de que elas estão em movimento. Em levantamento de literatura nacional e internacional, nas bases de dados da Saúde e da Educação, como LILACS, MEDLINE, ERIC (Education Resource Information Center) e Scielo (Scientific Electronic Library Online), e em bancos de teses e dissertações de algumas universidades do Brasil (com os descritores em inglês e português: software, programa de computador, animation, animação, traffic accident, acidente de trânsito e drivig software, usados separadamente e/ou em conjunto), verificou-se a escassez de trabalhos sobre animação computadorizada para prevenção de acidentes de trânsito. Assim, foi elaborada uma animação para levar informações voltadas para a prevenção de acidentes de trânsito, já que a literatura aponta um número elevado entre os jovens. O objetivo deste trabalho foi elaborar e avaliar uma animação computadorizada sobre acidentes de trânsito, mais especificamente sobre velocidade, distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada, destinada a universitários. Método Ambiente A pesquisa foi realizada em uma instituição pública de ensino superior em uma cidade com cerca de 100.000 habitantes, situada no interior do Estado de São Paulo. Mais especificamente, foi utilizado o laboratório de informática. 4751 Participantes Fizeram parte desta pesquisa 37 alunos do quarto ano do curso de Análise de Sistemas e Tecnologias da Informação. Desses alunos, 89,19% eram do sexo masculino. Essa amostra é caracterizada de conveniência, conforme Cozby (2003). A faixa etária dos alunos foi de 21 a 25 anos (64,86%), de 26 a 30 anos (16,22%), de 31 a 35 anos (10,81%) e de 36 a 40 anos (8,11%). Todos os alunos concordaram em participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento. Materiais e instrumentos - carta de apresentação aos participantes e termo de consentimento; - computadores e impressoras para o desenvolvimento da animação; - recursos tecnológicos e ferramentas para apoiar a criação da animação: editor de texto para editar o código-fonte da animação, software para tratamento de imagens, linguagem de programação JavaScript, linguagem de marcação HTML para a criação de páginas para uso da animação na Internet; - qualquer navegador para acesso a internet; - questionário para avaliação da animação e que envolveu questões sobre conteúdo, objetivo, facilidade de uso, entre outros aspectos da animação. Esse questionário foi criado de acordo com Valente (1999) e Vieira (2011) e tinha 2 questões dissertativas e 6 objetivas, sendo 2 delas do tipo Sim/Não no qual o aluno explicava o motivo de sua resposta. O questionário foi inicialmente aplicado a alguns estudantes de graduação e docentes da própria instituição e pós-graduandos de outra instituição de ensino para verificação da clareza e adequação da formulação das questões e para detecção de possíveis respostas ambíguas. Algumas alterações foram realizadas em razão das sugestões. Procedimentos Para a elaboração da animação foi estabelecido um método, segundo Maeda et al (2005) e Filatro (2008), que corresponde ao design instrucional que tem por objetivo identificar o problema, desenvolver atividades e materiais educacionais, de maneira sistemática a fim de promover a aprendizagem. 4752 Para isso, o design instrucional apóia-se nas fases de análise das necessidades, projeto e desenvolvimento: a) análise: consistiu em fazer um levantamento das necessidades por meio da revisão da literatura sobre o assunto. Assim, escolheu-se dentre as causas que provocam acidentes de trânsito a temática velocidade, envolvendo distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada; b) projeto: abrangeu a definição do objetivo e conteúdos da animação. Uma preocupação marcante nessa fase foi deixar claro ao aluno o objetivo da animação. O objetivo para o aluno é que ele deverá ser capaz de conceituar distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada. Também foi elaborado o roteiro (storyboard). A animação foi projetada com ilustrações em movimento e textos. Nos textos, foi descrito os conceitos sobre distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada. Considerou-se sempre uma pista seca e em boas condições e que existia um obstáculo fixo a 100 metros do veículo. Também elaborou-se um questionário com 4 questões objetivas para o aluno responder ao final da animação sobre os conceitos vistos. Após o aluno responder essas questões, um feedback é exibido sobre todas as questões com comentários sobre a resposta e alternativa correta; c) desenvolvimento: compreendeu a codificação da animação e do roteiro na linguagem de programação JavaScript, com a utilização da linguagem HTML e de um software específico para tratamento de imagens. Criou-se uma função matemática para controlar o deslocamento do veículo, pois na animação existe um obstáculo na pista e quando o motorista vê, ele começa a frear e sua velocidade deve diminuir até parar o veículo ou bater no obstáculo. Com a animação e o questionário de avaliação, os participantes foram ao laboratório da faculdade para usar e avaliá-la. Primeiramente, uma das autoras do trabalho, deu as instruções sobre o tema e os objetivos, como executar a animação e destacou a importância e seriedade do trabalho. Após os alunos usarem a animação e fazerem as questões sobre os conteúdos dela, foi aplicado o questionário para a avaliação por meio de cópias impressas. Após, os dados foram tabulados e analisados. 4753 O tempo de uso da animação pelos alunos foi de 30 minutos, levando-se em consideração as instruções e o preenchimento do questionário para avaliar a animação. Resultados Com a criação do roteiro e desenvolvimento da animação, obteve-se como resultado, 6 telas nas quais os participantes interagiam. Na primeira tela, escolhia-se uma velocidade desejada e o tempo de reação (intervalo de tempo entre o reconhecimento de uma situação perigosa e a ação de resposta a esta situação), conforme Figura 1. Figura 1 – Escolha da velocidade e tempo de reação A Figura 2 mostra a distância percorrida com o tempo de reação (2 segundos) e velocidade (130 Km/h) escolhidas. 4754 Figura 2 – distância percorrida durante o tempo de reação Após a exibição da distância percorrida durante o tempo de reação, é visualizado se o veículo consegue parar sem bater no obstáculo, como exibe a Figura 3. Figura 3 – visualização da situação do veículo no qual não consegue parar e bate no obstáculo Se o veículo não bater no obstáculo, a Figura 4, mostra a mensagem ao aluno, considerando que a velocidade escolhida foi 100 Km/h e o tempo de reação 1 segundo. 4755 Figura 4 – visualização da situação do veículo no qual consegue parar e não bate no obstáculo Quanto à avaliação da animação, 16 alunos acharam os conteúdos apresentados muito bom (43,24%), 20 acharam bom (54,05%) e 1 aluno achou regular (2,70%). Em relação aos objetivos propostos, 36 alunos (97,30%) acharam que foram atingidos. Os principais motivos foram: 9 alunos (24,32%) acharam o conteúdo claro, explicativo e de fácil entendimento, 6 alunos (16,22%) acharam que pode gerar conscientização dos perigos em relação ao excesso de velocidade, 6 alunos (16,22%) acharam que a animação conseguiu mostrar a diferença do motorista sóbrio e do embriagado, 3 alunos (8,11%) acharam que a informação sobre frenagem foi útil, 2 alunos (5,41%) acharam que a animação deixou claro os conceitos envolvidos, 1 aluno (2,70%) achou que o cenário da animação auxiliou na compreensão dos conceitos, entre outros. Apenas 1 aluno (2,7%) respondeu que o objetivo não foi alcançado porque não causou o impacto que esperava e 5 alunos (13,51%) não responderam o motivo dessa questão. Para 36 alunos (97,30%), as questões aplicadas ao final da animação para a verificação de seu aprendizado estavam coerentes com o conteúdo visto. Apenas 1 aluno (2,7%) não respondeu essa questão. Quanto ao feedback das respostas das questões aos alunos para verificar se eles acertaram, indicando as alternativas corretas, 16 alunos acharam muito bom (43,24%), 19 acharam bom (51,35%), 1 aluno achou regular (2,70%) e 1 aluno achou deficiente (2,70%). Foi verificada também a facilidade de navegação e 36 alunos (97,30%) responderam que foi fácil usar a animação e utilizar seus recursos e apenas 1 aluno (2,7%) não respondeu essa questão. 4756 Responderam que acompanharam o conteúdo apresentado porque a animação explicava bem 33 alunos (89,19%) e os principais motivos foram: 5 alunos (13,51%) acharam as informações claras, 5 alunos (13,51%) aprenderam no ensino médio as operações matemáticas envolvidas na animação, 4 alunos (10,81%) já leram sobre o assunto, 4 alunos (10,81%) já fizeram curso de direção defensiva, 4 alunos (10,81%) acharam os cálculos simples, entre outros. Apenas 2 alunos (5,41%) disseram que não acompanharam o conteúdo e 2 alunos (5,41%) não responderam o motivo. Os aspectos positivos que indicaram sobre a animação foram: 7 alunos (18,92%) acharam bem elaborada e de fácil compreensão, 5 alunos (13,51%) acharam que a animação facilitou o entendimento por meio de imagens animadas, 3 alunos (8,11%) acharam que ajudou a esclarecer o assunto, 3 alunos (8,11%) acharam que foi interativa, 3 alunos (8,11%) acharam que foi de fácil uso e execução, 2 alunos (5,41%) acharam que ajudou a enxergar os riscos de acidente de trânsito com veículos correndo em alta velocidade, entre outros. Quanto aos aspectos negativos: 9 alunos (21,62%) acharam que a animação estava simples e poderia ter mais cores, 3 alunos (8,11%) acharam que faltou melhorar a parte artística, ou seja, as figuras, 3 alunos (8,11%) acharam que faltou gráfico e 2 alunos (5,41%) acharam que faltou som. Porém, 20 alunos (56,76%) descreveram que não havia qualquer aspecto negativo. Discussão Houve uma preocupação na fase de projeto da animação em deixar claro para o aluno os objetivos. Segundo Pear e Kinsner (1987), os alunos devem saber de forma clara quais são os objetivos de um curso para que possam identificar o que irão aprender. Sendo assim, elaborou-se a animação, especificando aos alunos o objetivo proposto e pela maioria das respostas dos alunos, foi atingido. Quanto à avaliação de softwares ou programas de computador, pode ser definido como um processo para verificar se o objetivo estabelecido para a aprendizagem durante a fase de concepção do programa de computador foi atingido, de acordo com Zem-Mascarenhas e Cassiani (2001). As questões aplicadas aos alunos ao final da animação para a verificação do aprendizado estavam coerentes com o conteúdo visto. De acordo com Luckesi (2000), a 4757 verificação de resultados da aprendizagem com a correspondência dos objetivos propostos é importante. Sobre a questão que abordava o feedback para o aluno, o resultado foi positivo. De acordo com Crone-Todd et al (2007), os alunos necessitam verificar o que aprenderam e ter um retorno. Outro ponto importante a ser destacado é a facilidade de navegação, pois é necessária uma adequada utilização do programa, não somente acompanhada de bons conteúdos (VIEIRA, 2011). Os alunos apontaram um alto índice de aprovação nesse aspecto. Grande parte dos alunos tinha conhecimentos prévios sobre o assunto. Os conhecimentos prévios originam-se de aprendizagens precedentes, segundo Alegro (2008). Esse conhecimento é importante, pois pode facilitar o novo conteúdo a ser aprendido. Os alunos também informaram que a animação tinha informações claras e que explicava bem, no qual pode favorecer a aquisição de novos conhecimentos. Conclusão Esta pesquisa investigou alguns aspectos ligados à elaboração e avaliação de uma animação computadorizada sobre acidentes de trânsito com a temática velocidade, distância percorrida durante o tempo de reação, distância de frenagem e distância total de parada. A elaboração utilizou um método que corresponde ao design instrucional que tem por objetivo identificar o problema, desenvolver os materiais e conteúdos educacionais, de maneira sistemática a fim de promover a aprendizagem. A avaliação consistiu em identificar alguns aspectos como seu conteúdo, objetivo, facilidade de uso, entre outros. Os resultados desse trabalho podem contribuir com informações aos universitários, profissionais da educação e a outros jovens, sobre o excesso de velocidade e os perigos derivados, bem como a distância insuficiente em relação ao veículo da frente. Além disso, pode contribuir para que outras providências possam ser tomadas para a criação de ações educativas ou projetos para se trabalhar com comportamentos humanos no trânsito, na tentativa de evitar acidentes e diminuir a morbidade e mortalidade deles decorrentes. Assim, a animação foi avaliada, em todos os seus aspectos, de forma positiva pelos universitários, podendo ser utilizada em estratégias educativas do ensino superior para tratar de temática relativa ao excesso de velocidade e os perigos derivados. 4758 Para aprimoramento dessa animação, sugere-se a inclusão de sons e cores, como também o refinamento das ilustrações. Outros projetos podem ser criados, que utilizem inclusive programas de computadores educativos para motivar e desenvolver atitudes corretas no trânsito, na tentativa de evitar acidentes e os problemas deles decorridos. Estes programas podem ser usados como uma ferramenta dentro do contexto da educação. Por se tratar de uma pesquisa composta por estudantes de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, sugere-se então, replicações em outras populações ou instituições de ensino. Concluiu-se que esse estudo identificou aspectos importantes da animação para a aprendizagem, como por exemplo, explicação do conteúdo de maneira clara e de fácil entendimento, feedback, definição do objetivo em função dos alunos e além disso, a própria animação que pode motivar e facilitar o entendimento da teoria. REFERÊNCIAS ABREU, A. M. M. Mortalidade nos acidentes de trânsito na cidade do Rio de Janeiro relacionada ao uso e abuso de bebidas alcoólicas. 2006. 154 f. Tese (doutorado). Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. ALEGRO, R. C. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no ensino médio. 2008.239 f. Tese (doutorado). Programa de PósGraduação em Educação, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. 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