Monitoramento da ictiofauna e utilização da tilápia (Tilapia rendalli) no controle da eutrofização do reservatório do rio Iraí, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná. Vinícius Abilhoa, Laboratório de Ictiologia MHNCI – PMC Miguel Carfi, Auxiliar de Laboratório e Serviços Gerais – PMC Viviane Campana Fontino, Estagiária, Bolsista CNPq - UNIANDRADE Patrícia Zeni de Sá, Estagiária, Bolsista PMC – UTP-PR Patrícia Acioli, Bióloga, Aluna de Especialização – PUC-PR Damil Azevedo, Biólogo, Aluno de Especialização – PUC-PR Objetivos Identificar as alterações na dinâmica biológica e nos padrões de distribuição das espécies de peixes do Reservatório do rio Iraí, analisando o processo de acomodação dessa comunidade em virtude do represamento Avaliar a espécie Tilapia rendalli como uma alternativa de manejo no controle da proliferação de algas no reservatório. Organização Gestão integrada de mananciais de abastecimento eutrofizados • A ictiofauna do alto rio Iguaçu • A ictiofauna de reservatórios • Composição, padrões de diversidade e dominância • Alimentação • Reprodução • A ictiofauna como recurso de biomanipulação e controle algal • A ictiofauna do Reservatório do Iraí: bases para o manejo Ictiofauna - Iraí A ictiofauna do alto rio Iguaçu • O alto curso do rio Iguaçu apresenta uma ictiofauna diferente de outros sistemas hidrográficos ? Riqueza Diversidade de ambientes Características biológicas 47 sp. Ictiofauna - Iraí A ictiofauna de reservatórios • Ambientes artificiais • Impactos: modificação na dinâmica da água sucessão de comunidades desaparecimento de espécies • Assembléia de peixes: fonte - comunidade original / introdução de espécies processos locais (características do hábitat, alimentação) oportunistas Ictiofauna - Iraí Composição, padrões de diversidade e dominância • Colonização • Características da ictiofauna • Fatores ambientais x padrões de abundância e composição • Mudanças nos padrões observados tempo (recente x antigo) espécies com melhor desempenho competitivo quais processos regionais e locais atuam sobre a estrutura das assembléias ? Ictiofauna - Iraí Alimentação • Subsídio importante para o entendimento das interações • Anatomia • Dieta (grupos tróficos): Planctófagos Herbívoros Carnívoros (especializados ou não) Onívoros Detritívoros Iliófagos Bentófagos Especialistas (muco, sangue e escamas) • Variações temporais Ictiofauna - Iraí Reprodução • Necessidades “ecológicas” das espécies para o ciclo de vida • Sucesso reprodutivo em ambiente artificial - estratégias • Estratégias / táticas reprodutivas • Período de reprodução • Local • Tamanho da primeira maturação • Tipo de desenvolvimento ovocitário / desova Ictiofauna - Iraí A ictiofauna como recurso de biomanipulação e controle algal • Reservatórios requerem mais atenção de manejo que ambientes naturais • Reversão da tendência de simplificação das comunidades • Manejo: controle da pesca mecanismos de transposição estocagem manipulação do hábitat controle de algas Ictiofauna - Iraí A ictiofauna do Reservatório do Iraí: bases para o manejo • A ictiofauna do reservatório • Composição, padrões de diversidade e dominância • Alimentação • Reprodução • A tilápia como recurso de controle algal Sub-projeto II: Avaliação da Tilapia rendalli no controle algal Sub-projeto I: Avaliação da comunidade de peixes amostragens CPUE BIONOMIA CT/PESO REPRODUÇÃO ALIMENTAÇÃO Amostragens 12 coletas - 24 horas (março/02 – fevereiro/03) Amostragens sistematizadas - captura por unidade de esforço (CPUE): tarrafas (5 m2) redes de espera (255 m2 - # 1,5 / # 2,5 e # 4) Amostragens não sistemáticas: rede de arrasto, puçás Em laboratório: comprimento total e peso sexo e estádio macroscópico de maturação gonadal análise do conteúdo estomacal análise microscópica das gônadas alterações anatômicas externas e internas Composição • 21 espécies / 10 famílias • 45% da ictiofauna do alto rio Iguaçu • 25% da ictiofauna do rio Iguaçu • 12% da ictiofauna do rio Paraná (foz do Paranapanema e Itaipu) Characidae Astyanax altiparanae; Astyanax sp. b; Astyanax sp. c; Astyanax sp. d; Astyanax sp. e; Hyphessobrycon bifasciatus; Hyphessobrycon reticulatus; Hyphessobrycon griemi; Oligosarcus longirostris Erythrinidae Hoplias malabaricus Crenuchidae Characidium sp. Callichthyidae Corydoras paleatus, Corydoras ehrhardti Loricariidae Rineloricaria sp., Hypostomus myersi Cichlidae Geophagus brasiliensis, Cichlasoma fascetum, Tilapia rendalli Heptapteridae Rhamdia quelen Gymnotidae Gymnotus carapo Cyprinidae Carpa Composição – espécies (21 sp.) exóticas 9,5% endêmicas 38,1% não endêmicas 52,4% Composição – indivíduos (8.625 ind.) exóticas 3,3% não endêmicas 20,5% endêmicas 76,2% Espécie n % Astyanax sp. c 6270 69,6% Geophagus brasiliensis 1304 14,5% Tilapia rendalli 279 3,1% Astyanax sp. b 175 1,9% Astyanax altiparanae 159 1,8% Hyphessobrycon bifasciatus 134 1,5% Corydoras paleatus 103 1,1% Oligosarcus longirostris 80 0,9% Hoplias malabaricus 53 0,6% H’ E 1,39 0,48 1,01 0,39 1,02 0,38 0,64 0,28 10 sp 13 sp 15 sp 18 sp 20% outono 28% inverno 20% primavera Diversidade Shannon (H’) Eqüitabilidade (E) Número de Espécies Abundância Sazonal 32% verão Estrutura Meses N Peso (média ± dp) Peso total (g) CPUE n (n / 24h.m2) CPUE peso (peso / 24h.m2) Março 721 15,83 ± 39,46 11.383,0 2,77 43,78 Abril 535 13,81 ± 25,31 7.387,5 2,05 28,41 Maio 436 12,79 ± 28,07 5.537,9 1,67 21,29 Junho 1001 9,82 ± 11,66 9.831,8 3,85 37,81 Julho 421 16,07 ± 33,39 6.733,5 1,61 25,89 Agosto 951 12,21 ± 28,07 11.574,5 3,65 44,51 Setembro 748 13,42 ± 43,51 9.626,2 2,87 37,02 Outubro 844 14,96 ± 42,35 12.630,9 3,24 48,58 Novembro 169 17,90 ± 54,89 3.025,9 0,61 11,63 Dezembro 710 15,73 ± 38,87 11.139,6 2,73 42,84 Janeiro 1406 14,12 ± 29,69 19.832,3 5,40 76,27 Fevereiro 683 13,07 ± 27,39 8.924,8 2,62 34,32 CPUE n Peso (Média ± dp) Peso (g) CPUE n (n / 24h.m2) CPUE peso (peso / 24h.m2) Outono 858 12,02 ± 18,04 10.313,10 9,03 108,50 Inverno 1.754 11,59 ± 7,53 20.337,34 18,46 214,07 Primavera 1.442 11,61 ± 17,28 16.735,80 15,17 176,16 Verão 2.432 11,74 ± 2,94 28.564,30 25,60 300,67 # 1,5 cm CPUE n Peso (Média ± dp) Peso (g) CPUE n (n / 24h.m2) CPUE peso (peso / 24h.m2) Outono 196 15,79 ± 11,88 3.095,5 2,45 38,69 Inverno 38 42,91 ± 22,31 1.630,7 0,47 20,38 Primavera 22 27,96 ± 12,32 615,2 0,27 7,69 Verão 34 78,99 ± 131,14 2.685,7 0,42 33,57 # 2,5 cm CPUE # 4,0 cm n Peso (Média ± dp) Peso (g) CPUE n (n / 24h.m2) CPUE peso (peso / 24h.m2) Outono 43 137,38 ± 130,2 5.907,2 0,53 73,84 Inverno 16 222,46 ± 174,1 3.559,3 0,20 44,49 Primavera 17 279,29 ± 221,1 4.748,5 0,21 59,35 Verão 40 180,24 ± 155,3 7.209,8 0,50 90,12 Alimentação FAMÍLIA ESPÉCIE Characidae Astyanax altiparanae Astyanax sp B Astyanax sp C Astyanax sp E Hyphessobrycon bifasciatus Hyphessobrycon reticulatus Oligosarcus longirostris Erythrinidae Hoplias malabaricus Heptapteridae Rhamdia quelen Callichthyidae Corydoras ehrhardti Corydoras paleatus Loricariidae Rineloricaria sp. Cichlidae Geophagus brasiliensis Cichlassoma facetum Tilapia rendalli CT máx. Característica morfológica 9,5 13,4 15,1 9,2 6,1 5,8 25,7 41,1 38,5 5,6 5,7 13,4 23,1 12,1 17,7 Categoria trófica Item predominante detritívora/insetívora detritos insetívora insetos insetívora insetos insetívora insetos bentófaga/insetívora microcrustáceos/insetos insetívora insetos boca ampla, dentes desenvolvidos piscívora/insetívora peixes piscívora peixes boca ampla, placas dentígeras boca subinferior, lábios desenvolvidos, sem dentes piscívora/insetívora peixes bentófaga/insetívora microcrustáceos/insetos bentófaga/insetívora microcrustáceos/insetos disco oral inferior, intestino longo detritívora/iliófaga detrito/sedimento bentófaga microcrustáceos/insetos insetívora insetos onívora/herbívora invertebrados/algas filamentosas boca pequena anterior, dentes cuspidados boca protrátil, dentes pequenos Alimentação • 21 espécies – 15 analisadas • Categorias: • 3 piscívoras (14,3%) • 4 bentófagas (19%) • 5 insetívoras (23,8%) • 1 onívora (4,8%) • 2 detritívoras (9,6%) • As categorias tróficas não representam esquemas fixos de classificação, em função da alta adaptabilidade trófica exibida pelas espécies • Piscívoros, detritívoros e insetívoros deverão continuar dominantes, como o registrado para outros reservatórios na bacia do rio Paraná • Caráter recente do reservatório impede maiores previsões sobre a estrutura das comunidades • Estruturação da ictiocenoses = alimento x estresse ambiental Reprodução • Atividade reprodutiva maior na primavera e no verão, o que coincide com o observado na bacia do rio Paraná • Espécies com capturas mais expressivas: • Astyanax sp. C e Astyanax sp. B • Geophagus brasiliensis • Tilapia rendalli • Corydoras paleatus • Oligosarcus longirostris • Hoplias malabaricus • Locais de reprodução ? • Quais espécies deverão ter sucesso no ambiente represado ? Reprodução outono Freqüência Freqüência inverno imaturo maduro descanso imaturo esvaziado em maturação maduro em maturação verão Freqüência Freqüência primavera descanso esvaziado imaturo maduro em maturação descanso esvaziado imaturo esvaziado maduro descanso Reprodução Estádios Reprodutivos Proporção entre machos/fêmeas 100 90 Frequência Relativa (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ju l A go Set Out Nov Dez Ja n Fev 1995 M ar A br 1996 Fêmeas M a c hos M a io Ju n Reprodução Ovogênese de Astyanax sp. Fase IV: folículo ovariano Fase I: Ovogônias Fase V: folículo ovariano Fase II: folículo ovariano Grânulo de vitelo Fase III: folículo ovariano Vesícula citoplasmática A tilápia como recurso no controle algal • Avaliação da estrutura populacional de Tilapia rendalli • Comparação com Geophagus brasiliensis • separação dos arcos branquiais para análise morfométrica • separação dos tubos digestivos para comparação morfométrica • comparação das estruturas oro-faringeais • hábito alimentar Produção científica • Monografia de especialização (PUC-PR) • Monografia de graduação (UNIANDRADE) • Descrição da ovogênese de 4 espécies • Hábito alimentar / Ecologia trófica • Descrição de duas novas espécies