Introdução
N
o outono de 1941, dois exércitos gigantescos lutaram ferozmente nas estradas do norte, sul e oeste que levavam a Moscou. De
ambos os lados do campo de batalha, o comando não estava
com os generais, mas com os tiranos Adolf Hitler e Joseph Stalin, que davam ordens sem hesitar em mandar milhões para a morte, fosse em combate, fosse nas prisões e nos campos de concentração. Os dois demonstraram
uma determinação implacável e, por vezes, táticas brilhantes, mas tiveram
também momentos de miopia estratégica em escala colossal.
Hitler enviou seus exércitos para a Rússia sem fardas de frio, pois estava
convencido de que triunfariam muito antes das primeiras neves do inverno.
Stalin mandou muitos dos seus soldados sem armas para a batalha, pois
não tinha preparado o país para a invasão nazista. Isso selou o destino de
milhares de alemães condenados à morte pelo frio no primeiro inverno da
campanha russa e de incontáveis milhares de soldados do Exército Vermelho condenados à morte instantânea por não terem tempo suficiente para
pegar alguma arma que encontrassem entre os mortos e agonizantes.
A Batalha de Moscou, que oficialmente durou de 30 de setembro de 1941
até 20 de abril de 1942, mas que na realidade cobriu um período maior que
esses – 203 dias de ininterrupto assassinato em massa –, marcou o primeiro
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A Batalha de Moscou
fracasso da tática de Blitzkrieg dos exércitos de Hitler. Quando esmagaram a
Polônia, França e grande parte do restante da Europa com uma velocidade de
tirar o fôlego, aqueles exércitos pareciam impossíveis de serem detidos. “Essa
derrota, entretanto, foi mais que apenas outra batalha perdida”, lembrou em
suas memórias Fabian von Schlabrendorff, um dos oficiais que mais tarde
participariam da conspiração contra Hitler. “Com ela se perdeu o mito da
invencibilidade do soldado alemão. Foi o começo do fim. O exército alemão
nunca se recuperou completamente daquela derrota.”. É verdade, mas as forças alemãs continuariam a lutar com incrível tenacidade e a derrota final só
viria muito tempo depois, e por isso esses julgamentos só foram possíveis com
o benefício da avaliação retrospectiva.
É provável que a Batalha de Moscou tenha sido a mais importante da
Segunda Guerra Mundial e, indiscutivelmente a maior entre dois exércitos.
Combinando os totais dos dois lados, aproximadamente sete milhões de
soldados se envolveram em algum episódio dessa batalha. Desses, 2,5 milhões morreram, foram feitos prisioneiros, desapareceram em ação, ou se
feriram com gravidade suficiente para exigir hospitalização, sendo muito
maiores as baixas no lado soviético do que no alemão. De acordo com os
registros militares russos, 958 mil soldados soviéticos “pereceram” – número que inclui mortos, desaparecidos e prisioneiros. Considerando o tratamento que receberam dos seus captores, a maioria dos prisioneiros de
guerra russos foi efetivamente condenada à morte. Outros 938.500 foram
hospitalizados, totalizando em 1.896.500 as perdas soviéticas. O número
correspondente de soldados alemães chegou a 615 mil.
Por comparação, as baixas em outras batalhas épicas, apesar de aterrorizantes, nunca chegaram perto desses números. Na imaginação popular, a
Batalha de Stalingrado, de julho de 1942 até fevereiro de 1943, é geralmente
considerada a mais sangrenta dessas lutas. Ela também foi enorme, mas ainda
assim muito distante do tamanho da Batalha de Moscou. Em Stalingrado,
tomaram parte 3,6 milhões de soldados, e as perdas dos dois lados chegaram
a 912 mil soldados, bem inferior aos 2,5 milhões na Batalha de Moscou.
Nenhuma das mais importantes batalhas da Primeira e da Segunda
Guerra Mundial se aproximou dos números de Moscou. Na Batalha de
Gallipoli, por exemplo, as baixas dos soldados turcos e aliados foram de
cerca de 500 mil; na Batalha do Somme, de julho a outubro de 1916, as bai-
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Introdução
xas alemãs, inglesas e francesas somaram cerca de 1,1 milhão. E apenas em
termos do número de soldados envolvidos na luta, muitas outras batalhas
lendárias da Segunda Guerra Mundial nem chegaram a pertencer à mesma
classe da Batalha de Moscou. Na Batalha de El Alamein, durante a campanha do Norte da África, por exemplo, os exércitos antagonistas totalizaram
310 mil soldados.
Essa foi também uma batalha que se desenrolou diante de uma plateia
global, quando Estados Unidos, Inglaterra, França, Japão e outros tomavam
decisões com base na avaliação do seu resultado provável. Não há dúvida de
que, se os alemães não tivessem sido rechaçados nos arredores de Moscou,
suas repercussões teriam sido sentidas em todo o mundo.
Ainda assim, a Batalha de Moscou está hoje bastante esquecida. Os
historiadores têm dado muito mais atenção às batalhas de Stalingrado
e do saliente de Kursk, que representaram vitórias claras contra as forças de Hitler, e ao pavoroso drama humano do cerco de Leningrado.
Por outro lado, o início da Batalha de Moscou, marcado pelo número
excessivo de erros de Stalin, apesar de ter levantado muitas perguntas
perturbadoras, não teve o mesmo nível de atenção. O resultado foi
ter sido tantas vezes discutida apressadamente nos livros de História
e nunca ter atingido o mesmo tipo de status mitológico das vitórias
posteriores. Mas é precisamente por causa de seu papel crucial no período inicial da Segunda Guerra Mundial, e do que ela revelou sobre a
natureza dos gigantes totalitários que se enfrentaram, que a Batalha de
Moscou deve finalmente ser contada e colocada no lugar que merece
na História da guerra.
A história sempre parece inevitável em retrospectiva, mas o fato é que não
há nada inevitável nos eventos cataclísmicos que dão forma ao nosso mundo.
Para a liderança soviética em 1941, não havia nada inevitável com relação ao
resultado do assalto alemão contra o seu país – apesar da retórica oficial. No
confronto entre os dois líderes mais monstruosos de todos os tempos, Hitler
e Stalin, foi o ditador alemão quem de início pegou o adversário soviético despreparado. Stalin ignorou um fluxo crescente de informações recolhidas pela
inteligência avisando-o de que os alemães estavam prontos a atacar e proibiu
expressamente aos seus generais tomarem quaisquer medidas que pudessem
aumentar suas chances de enfrentar os invasores.
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A Batalha de Moscou
Por consequência, as forças soviéticas foram lançadas em completa desordem nos primeiros meses da guerra, e os alemães avançaram cada vez
mais em território soviético com os olhos claramente fixados em Moscou.
Em 12 de agosto de 1941, Wilhelm Keitel, chefe do Alto-Comando das
Forças Armadas de Hitler, definiu o objetivo principal da ofensiva alemã,
escrito na Diretiva 34ª.
O objeto das operações deve então ser privar o inimigo, antes da chegada
do inverno, do seu governo, de armamentos, e do departamento de tráfego
em torno de Moscou, e assim evitar a reconstrução das suas forças derrotadas e a operação ordeira do controle do governo.
Em outras palavras, o objetivo de uma vitória rápida no leste, para que
Hitler pudesse voltar sua atenção para a guerra contra a Grã- Bretanha,
dependia da capacidade dos seus exércitos de cercar e em seguida tomar a
capital soviética.
De início, essa pareceu ser uma possibilidade real. Enquanto alguns
soldados soviéticos lutavam heroicamente contra forças muito superiores, outros – e eram centenas de milhares – rendiam-se tão imediatamente quanto podiam. Stalin, por sua vez, quase sofreu um colapso psicológico quando seu país parecia prestes a implodir. Animados pelo rápido
avanço inicial, os soldados alemães fincaram sinais indicando a direção:
“para Moscou”. Em setembro de 1941, enquanto preparava a Operação
Tufão, que deveria culminar com a tomada da capital soviética, Hitler
disse aos seus subordinados: “dentro de poucas semanas estaremos em
Moscou”. Acrescentou, então: “vou arrasar aquela cidade maldita e no
seu lugar vou construir um lago artificial com iluminação central. O
nome Moscou vai desaparecer para sempre”. Se ele falava literalmente,
ou se deixou levar-se pela emoção do momento, o fato é que a promessa
refletia a sensação crescente de que a capital soviética não seria capaz de
montar uma defesa eficaz contra as forças alemãs que se preparavam para
lançar um ataque maciço.
E o que significaria a tomada de Moscou para todo o esforço de guerra?
No passado, quando invasores estrangeiros por duas vezes tomaram a cidade – os poloneses no início do século xvii, e Napoleão em 1812 – as vitórias
tiveram vida curta. No caso de Napoleão, a ruptura das linhas inimigas até
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Introdução
Moscou só serviu para preparar o palco para a derrota e a retirada catastróficas da sua Grande Armée. Mas em termos de relevância para qualquer
comparação com o que se passava na Segunda Guerra Mundial, Moscou,
naquelas ocasiões anteriores, não era nem de longe o prêmio que teria sido
em 1941, quando já não era apenas o centro político, mas sim o centro estratégico e industrial do país e também o centro de transporte. A tomada da
capital teria sido um golpe devastador para a União Soviética – e para todos
que buscavam frustrar os objetivos de guerra de Hitler.
Boris Nevzorov, historiador militar russo que passou a vida estudando
a Batalha de Moscou, argumenta que o fracasso alemão foi o evento mais
importante a determinar o resultado final da guerra. “Se tivessem tomado
Moscou, a guerra teria terminado com a vitória alemã”, afirma ele. Outros
historiadores, e até mesmo alguns participantes sobreviventes, discordam
dessa afirmativa, insistindo que a União Soviética teria contra-atacado mesmo depois da perda da capital. Evidentemente, nenhum dos dois lados é
capaz de provar a sua tese, pois a História não oferece respostas definitivas
para perguntas do tipo “e se”. Mas Nevzorov está em terreno inegavelmente
firme ao caracterizar a Batalha de Moscou como “nossa primeira grande
vitória e a primeira grande derrota da Alemanha nazista”.
Relatos soviéticos dessa batalha mencionam solenemente o perigo para
o país, quando as tropas alemãs cercaram a capital no outono de 1941. “Foi
o ponto mais baixo que atingimos durante a guerra”, observou a oficial
History of the Great Patriotic War of the Soviet Union nos seus cinco volumes,
publicado no início da década de 1960. Mas esses relatos não se estenderam
na significância do fracasso alemão em completar o esforço para tomar a
cidade, e isso não foi acidente, ou nye sluchaino, como dizem os russos. As
primeiras Histórias soviéticas do período tiveram muitas razões para esquecer rapidamente a Batalha de Moscou.
Em primeiro lugar, a desastrosa série de eventos associados com essa
batalha levantou todo tipo de pergunta sobre Stalin e seu incessante uso do
terror como arma contra seu próprio povo – uma prática que ele manteve
durante toda a guerra. Foram seus erros que permitiram aos alemães chegarem tão perto como chegaram, e também o que causaram as cenas subsequentes de pânico na cidade, quando as pessoas se apressaram a fugir, negando o mito de que todos tiveram fé inquebrável na vitória desde o início.
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A Batalha de Moscou
E houve a questão da escala das baixas soviéticas. Boris Vidensky era
cadete da Academia Podolsk de Artilharia quando a guerra estourou, e
foi um dos poucos sobreviventes da sua classe, que foi lançada – absolutamente despreparada – contra o avanço dos alemães. Depois se tornaria o
chefe de pesquisa do Instituto de História Militar em Moscou. Já aposentado, ele contou como, ao término da guerra, o marechal Georgy Zhukov,
o lendário arquiteto da vitória soviética, decidiu tentar estimar as baixas
das suas tropas perto de Moscou. No período do pós-guerra, Zhukov serviu como ministro da defesa e pediu ao seu assistente para fazer alguns
cálculos aproximados. Quando o assistente lhe mostrou o número que
tinha encontrado, Zhukov rapidamente gritou uma ordem: “esconda, e
não mostre a ninguém!”.
Mesmo quando o avanço alemão para tomar a capital foi repelido, a
Batalha de Moscou demonstrou ser uma vitória incompleta. Assim como
foi precedida dos monumentais erros de cálculo de Stalin, a ela se seguiram
muitos outros. Mesmo com a oposição de seus generais, a insistência do
líder soviético para que estes lançassem suas forças exaustas numa ofensiva
geral contra os alemães produziu uma série de derrotas penosas e elevou
estratosfericamente o número de baixas. Os alemães se agarraram a bolsões
de território, principalmente em torno da cidade de Rzhev, a noroeste de
Moscou, durante quase um ano depois de a batalha pela capital ter sido
oficialmente declarada terminada. O alívio inicial por Moscou ter sido salva
foi rapidamente substituído por amargo desapontamento.
Em outras palavras, apesar da coragem e heroísmo genuínos dos defensores de Moscou, essa enorme batalha foi marcada por humilhações e
derrotas desde seus primeiros dias e por toda a duração do seu longo período posterior. Os dois lados perceberam que tinham pela frente uma longa
guerra, a luta mais sangrenta da história da humanidade. E foi mesmo muito mais sangrenta do que seria necessário por causa dos erros de cálculo e
da incansável crueldade de Hitler e Stalin. Para Stalin, a contagem de baixas
era a menor das preocupações. Assim como diria o primeiro-ministro chinês Chou En Lai durante a Guerra da Coreia, os norte-coreanos podiam
continuar lutando indefinidamente pois “não perdem nada, ‘exceto’ seus
homens”. Foi essa mesma a atitude de Stalin com relação às baixas do seu
próprio país quando elas aumentavam num ritmo estonteante.
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Introdução
Por outro lado, Stalin também inspirou muitos dos seus compatriotas e
foi a sua decisão de ficar em Moscou – depois de já ter ordenado a evacuação dos seus principais funcionários e das instalações civis e militares – que,
em retrospectiva, se mostrou um divisor de águas da Batalha. Se Stalin era
prova viva do dito de Maquiavel, segundo o qual, para um governante “é
muito mais seguro ser temido do que amado”, ele também se aproximava
do ideal do florentino de que “devia ser ao mesmo tempo temido e amado”.
A guerra foi uma dessas ocasiões, quando muitos dos seus compatriotas estavam genuinamente dispostos a sacrificar a vida por seu país e por Stalin,
convencidos de que eram os dois lados da mesma moeda.
Este livro se vale de um grande conjunto de fontes, algumas consultadas
pela primeira vez. Entre elas: muitos documentos recentemente liberados
dos arquivos da nkvd, o nome da kgb naquela época; relatos em primeira mão de sobreviventes, alguns dos quais somente agora se sentem livres
para falar da totalidade das suas experiências, que em geral contradizem a
versão “higienizada” dos acontecimentos como apresentada pelos soviéticos,
e mesmo por alguns escritores ocidentais; entrevistas com os filhos de personagens importantes, como o marechal Georgy Zhukov, o membro do Politburo [comitê do Partido Comunista] Anastas Mikoyan e os principais líderes
da nkvd, responsáveis pelo planejamento da resistência e da sabotagem na
Moscou controlada pelos nazistas; diários publicados e inéditos, cartas e
memórias de vários russos e estrangeiros.
Todas essas evidências deixam claro que a Batalha de Moscou não foi
apenas a maior batalha da Segunda Guerra, mas também a primeira mudança de direção. Com certeza, a Batalha da Inglaterra já tinha demonstrado que a máquina militar alemã não era invencível – mas aquela havia sido
uma batalha aérea. Por onde quer que marchassem, os exércitos de Hitler
continuariam a conquistar vitórias, ou melhor, até a Batalha de Moscou.
Num evento no Sportpalast, em Berlim, em 4 de outubro de 1941, Hitler
disse aos seus entusiasmados seguidores que o avanço para Moscou, que
parecia estar nos seus estágios finais, era “a maior batalha na história do
mundo”. Uma vez morto, o dragão soviético “nunca mais se levantaria”,
previu ele. Apesar de ciente do precedente estabelecido por Napoleão,
Hitler se convencera – e conseguiu convencer os seus exércitos – de que
não tinham de temer pela derrota nas neves da Rússia. Mas pouco depois
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A Batalha de Moscou
ele veio a descobrir estar errado em todas as suas previsões. Só tivera razão
na afirmativa de a Batalha de Moscou ter sido a maior batalha de todos os
tempos, mas, do seu ponto de vista, pelas razões erradas.
Este livro trata de como Stalin transformou em vitória o que parecia
uma debandada, do preço humano daquela vitória, e de como ela preparou
o palco para tudo que se seguiu, tanto em termos das lutas quanto dos
primeiros embates diplomáticos entre Stalin e o Ocidente com relação ao
futuro de uma Europa no pós-guerra. Pois mesmo quando o destino de
Moscou ainda era incerto, Stalin já estava lançando as bases da expansão
do seu império – e os Estados Unidos e a Grã-Bretanha ainda lutavam para
descobrir uma contraestratégia. Se Moscou tivesse caído, nada disso teria
importância. Mas Moscou sobreviveu, ainda que por muito pouco, e isso
foi o suficiente para fazer toda a diferença.
Finalmente, uma nota pessoal. Como alguém que esteve em Moscou
por duas vezes na qualidade de correspondente estrangeiro, eu pensava ter
uma ideia geral do significado e da escala da luta que lá se desenrolou.
Agora que passei os últimos anos escavando o que podia com relação a
esse assunto, percebo que não podia estar mais errado. Tal como todos que
voam frequentemente chegando e partindo do Aeroporto Sheremetyevo,
na capital russa, em cada uma dessas ocasiões, passei pelo monumento naquela estrada e pelas enormes barricadas que representam as barreiras antitanque que foram espalhadas pela cidade na expectativa do ataque alemão.
Mas o meu conhecimento do que realmente aconteceu era extremamente
limitado. Eu sabia que os alemães chegaram perto, possivelmente até onde
está hoje o monumento no distrito Khimki, nos subúrbios da cidade – uma
viagem de apenas meia hora até o Kremlin quando a estrada não está engarrafada. Ainda assim, tal como a maioria dos ocidentais, e até mesmo a
maioria dos russos, eu desconhecia uma parte significativa da história de
Moscou. Este livro é minha tentativa de preencher este enorme abismo
existente nos livros de História e na imaginação popular.
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Introdução - Editora Contexto