Dia Nacional dos Despachantes Aduaneiros O comércio exterior passa por essas mãos Honorários do despachante aduaneiro é lei SINDASP participa da 20ª edição da Intermodal South America 1 NÃO EXISTEM BARREIRAS PARA QUEM É ESPECIALISTA HA 20 ANOS EM CARGA MARITIMA - LCL Em 2014 a Allink comemora 20 anos de muita dedicação, com competência e ética em suas parcerias com as comissárias de despacho e despachantes aduaneiros. Especialista em consolidação de carga marítima - LCL, coloca a sua disposição mais de 2050 serviços de carga LCL, através de sua aliança com a WorldWide Alliance - WWA. Se a sua empresa comercializa frete marítimo ou gostaria de ter esse serviço para oferecer a seus clientes, teremos o maior prazer em ter você como nosso cliente. CONSULTE NOSSO FRETE 2 0800 717 0000 allink.com.br É MARÍTIMO, É NOSSO! Editorial Promessas cumpridas Ao completar quatro meses de gestão à frente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP com o objetivo de manter a continuidade dos serviços prestados e a transparência de nossas ações, podemos fazer um balanço desse primeiro quadrimestre. Uma das nossas promessas de campanha foi a valorização da nossa Categoria profissional. Neste sentido, criamos um Grupo de Trabalho em defesa do recolhimento dos Honorários dos Despachantes Aduaneiros, fundamentais à manutenção das atividades da categoria. Além disso, atendendo à reivindicação do SINDASP, foi inaugurada a Central de Liberação de Cargas do Aeroporto de Guarulhos, que dará mais agilidade na liberação de cargas. Seguindo as modernas tendências tecnológicas disponíveis no mercado, lançamos um aplicativo para tablets ou smartphones pelo qual os associados poderão navegar na plataforma e acessar os principais dados e serviços disponibilizados no Portal do SINDASP como a emissão da GRH – guia de recolhimento dos honorários de despachante aduaneiro, obter informações sobre importação e exportação nos terminais de GRU e VCP, e conhecer todas as notícias da Entidade, como artigos técnicos, informações gerais e consultas à legislação sobre o comércio exterior. Nossa ideia é aumentar o fluxo de comunicação do Sindicato com a base, além de expandir o raio de acesso de nossas publicações, atraindo também o público jovem e autoridades dos órgãos anuentes. Destacamos ainda a participação do SINDASP na 20ª edição da Intermodal, o que contribuiu para fortalecer nossos laços e firmar a posição da Entidade dentro desse mercado. Essas são algumas das ações que essa diretoria realizou durante esse período. Ainda temos muito o que fazer, mas o pontapé inicial foi dado no sentido de consolidar as nossas conquistas e ir em busca de novos desafios! Uma das nossas promessas de campanha foi a valorização da nossa Categoria profissional. Neste sentido, criamos um Grupo de Trabalho em defesa do recolhimento dos Honorários dos Despachantes Aduaneiros, fundamentais à manutenção das atividades da categoria. Marcos Farneze presidente 3 06 Sindasp São Paulo Presidente Marcos Farneze Vice-presidente Daniel Mansano 1º Secretário Lourival Martins 2º Secretário Lucio M. de Melo 1º Tesoureiro Valdir Aparecido dos Santos 2ª Tesoureira Regina Terezin Conselho Fiscal Efetivo Gilmar Paes José Augusto do N. Preto Marcos Aurelio Brunello Suplente Silvio Gonzales Elson Ferreira Isayama Antonio Carlos Costa Ferreira Produção e Edição De León Comunicações Tels.: (11) 5017-4090/7604 E-mail: [email protected] Editora e Jornalista Responsável Lenilde Plá De León (MTb 11.707/SP) 08 Sindasp Campinas 09 Sindasp Guarulhos 16 20ª Intermodal South America Sindasp participa da 20ª edição da a maior feira de comércio exterior da América Latina Coordenadora Editorial Gilmara Santos Redação Gilmara Santos Katherine Coutinho Colaboração Paloma Minke Paulo Prendes Projeto Gráfico e diagramação Paulo Prendes [email protected] As opiniões expressas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes. 20 Logisvale 21 Feaduaneiros Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo - Sindasp Av. Paulista, 1.337, 22º andar Cerqueira César, São Paulo - SP CEP: 01311-200 Tel./Fax: (11) 3549-9832 www.sindaspcg.org.br [email protected] 4 22 Comentário Jurídico Sumário 10 SINDASP celebra o Dia Nacional do Despachante Aduaneiro Reportagem de Capa 14 Recolhimeiro do SDA é lei SINDASP trabalha para conscientizar empresários e despachantes aduaneiros sobre a obrigatoriedade do reconhimento dos honorários 18 Entrevista: Lauri Kotz O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Rio Grande do Sul e vicepresidente brasileiro na Asapra fala sobre os desafios e conquistas do setor 5 Sindasp São Paulo SINDASP lança aplicativos para tablets e smarthphones 6 O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP, entidade que representa mais de 2.000 profissionais no Estado de São Paulo, lançou um aplicativo para tablets ou smartphones. Navegando pela plataforma, o usuário poderá acessar os principais dados e serviços do portal, como a emissão da GRH – guia de recolhimento dos honorários de despachante aduaneiro, receber notícias da Entidade, como artigos técnicos, informações sobre importação e exportação nos terminais de GRU e VCP, além de consulta à legislação sobre o comércio exterior. De acordo com o presidente do SINDASP, Marcos Farneze, o lançamento das plataformas está alinhado à estratégia adotada pela diretoria da Entidade. “Queremos expandir o raio de acesso de nossas publicações, atraindo também o público jovem e seguindo as tendências tecnológicas disponíveis no mercado”, explicou. O acesso por computadores poderá ser feito com qualquer sistema operacional, enquanto nos dispositivos móveis, o acesso poderá ocorrer por meio do Android, da Google, e iOS, da Apple. Novo sistema reduzirá em 90% espera por liberação de carga Regina Terezin é eleita diretora suplente do Cecomercio A Associação Brasileira de Terminais e Portos Alfandegados - ABTRA lançou em março, o Pedido de Embarque Eletrônico - PEM-e, com a promessa de diminuir o tempo de espera das filas de caminhões e navios nos principais portos do Brasil. Hoje, os caminhões que acessam o maior complexo da América Latina, o Porto de Santos-SP, aguardam, em média, 36 horas pela liberação da Receita Federal para embarcar cargas de exportação. Com o novo sistema, a expectativa é diminuir a espera para três horas. Com a chegada da supersafra de grãos - que ultrapassará 190 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento - o novo sistema auxiliará na automatização e rapidez para a autorização no embarque dos granéis, e também de veículos, bobinas de aço e celulose. “Todo o processo de entrega da documentação do pedido de embarque será solicitado através de um único site, que faz parte da Janela Única Portuária. Os exportadores poderão cadastrar os pedidos de cargas e a Receita Federal terá duas horas, nos períodos da manhã e da tarde, para interagir com o sistema”, disse o gerente de tecnologia da ABTRA, Vander Serra de Abreu, que também aponta como benefício a redução de custos para exportador e armador, visto que os caminhoneiros permanecerão menos tempo parados nos terminais à espera da liberação. O Sindicato dos despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP tem o prazer de informar aos seus associados que a sua diretora, Regina Terezin, foi eleita para o cargo de diretora suplente do Centro do Comércio do Estado de São Paulo – CECOMERCIO, para gestão 2014 – 2018. Segundo o presidente do SINDASP, Marcos Farneze, Regina exerce um papel fundamental para o bom andamento das ações do SINDASP junto aos seus associados e fará a diferença junto à nova gestão da CECOMERCIO. Ilustração foto: Thiago Capodanno Regina Terezin, diretora do SINDASP Sindasp São Paulo Farneze fala na Jovem Pan sobre fechamento de posto da Anvisa O Ministério da Saúde irá fechar o posto da Vigilância Sanitária no Aeroporto de Congonhas. O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros - SINDASP, Marcos Farneze, falou sobre o assunto à Rádio Jovem Pan. Segundo ele, o aeroporto da Capital paulista recebe 580 pousos por dia. O posto instalado nele é o único de São Paulo e atende a 28 mil processos por ano, referentes à importação de remédios e aparelhos médicos. O posto é de fundamental importância e, sem ele, todo o atendimento do Estado seria prejudicado. Atualmente, os importadores e exportadores têm o prazo de cinco dias para fazer as verificações solicitadas. Os agentes sanitários nele lotados controlam todas as epidemias que entram no País e atendem sete portos secos em São Paulo. “Alguém da própria vigilância pretende fechar esse posto, querendo colocá-lo junto com outro posto, que já existe no Aeroporto de Guarulhos, que já está sobrecarregado e onde levamos muito tempo para conseguir atendimento. Hoje são cinco dias de espera. Com a mudança, passaremos a ter o prazo de 15 a 20 dias”, alertou Farneze. Respondendo ao manifesto do Sindasp, a Anvisa - em comunicado oficial - informou que não é de interesse da Agência fechar o posto de Congonhas, mas há um estudo para a reforma da estrutura do local, “de forma a torná-la compatível com as exigências da sociedade, em conformidade com a legislação vigente”. O SINDASP participou dos atos pela continuidade do Posto de Atendimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA do Aeroporto de congonhas, na cidade de São Paulo, realizada nos dias 18 e 27 de março. O movimento, organizado pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social – Fenasps e Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo - Sinsprev/SP, reuniu dezenas de manifestantes, entre servidores públicos do Estado de São Paulo e outras regiões do País, despachantes aduaneiros e representantes de empresas que, na ocasião, reforçaram a importância do posto de atendimento para a cadeia logística do comércio exterior na capital paulista. Caso confirme a desativação do posto, todas as operações seriam concentradas nos Aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, Viracopos, em Campinas e nos portos de Santos e São Sebastião, causando transtornos aos despachantes aduaneiros e aos profissionais que utilizam os serviços. Receita lança Guia Aduaneiro para a Copa do Mundo SINDASP cria canal de ouvidoria para atender seus associados A Receita Federal lançou o Guia Aduaneiro para a Copa do Mundo FIFA 2014, que tem como objetivo informar e orientar os cidadãos sobre os procedimentos aduaneiros a serem utilizados na Copa do Mundo. Em linhas gerais, o Guia foi elaborado com base na Lei nº 12.350, de 2010 (Lei da Copa do Mundo FIFA 2014), no Decreto nº 7.578, de 2011, e nas diversas normativas da Receita Federal do Brasil que regulamentam as medidas tributárias e aduaneiras relativas aos bens destinados aos eventos da Copa do Mundo de 2014. Para acessar, entre no link http://www.receita. fazenda.gov.br/publico/Legislacao/ins/2014/ IN1461/GuiaAduaneiro_CopaMundoFifa2014.pdf. O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP criou um canal de Ouvidoria, como forma de atender as necessidades de seus associados, divididos entre São Paulo (sede), Guarulhos e Viracopos. A divisão foi adotada pela diretoria do SINDASP com o intuito de direcionar as mensagens, a fim de atender e prestar serviços com maior agilidade. Os endereços serão vinculados nos informativos e no portal da Entidade. Para aqueles que desejam se comunicar com a sede do SINDASP, o endereço é [email protected]. Para os profissionais de Guarulhos, o e-mail é [email protected] e em Viracopos, os associados podem enviar sua mensagem para [email protected]. Diretoria do SINDASP participa de manifesto dos servidores da Anvisa em Congonhas 7 Sindasp Campinas Ibama promove palestra em Viracopos O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP promoveu um encontro no Aeroporto Internacional de Viracopos entre os despachantes aduaneiros da região e os analistas ambientais do Ibama em São Paulo. O objetivo da reunião foi apresentar quais são as atribuições legais do órgão, referentes à fiscalização e controle das atividades do comércio exterior em recintos alfandegários, e a obrigatoriedade da regularização ambiental por parte das empresas que atuam nos terminais. Além dos despachantes, estavam presentes representantes das indústrias que atuam no Aeroporto. O Ibama explicou suas atribuições e competências em âmbito federal quanto ao licenciamento, controle da qualidade, autorizações para uso dos recursos naturais e fiscalização, diante da legislação ambiental vigente. Os analistas também esclareceram o objetivo da Unidade Avançada do Ibama no Aeroporto Internacional de Viracopos, que é de exercer a fiscalização em operações de comércio exterior e controle de ilícitos ambientais transnacionais. Também foi mostrada a necessidade e a obrigatoriedade das empresas que exercem atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais serem inseridas no Cadastro Técnico Federal. Palestra do Ibama no Aeroporto Internacional de Viracopos O evento foi realizado pelo Núcleo de Educação Ambiental do Ibama de São Paulo, com o apoio do Núcleo de Qualidade Ambiental, da base do Ibama no Aeroporto Internacional de Viracopos e o SINDASP Campinas. SINDASP realiza reunião com despachantes aduaneiros O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo - SINDASP em Campinas promoveu uma reunião, no dia 31 de março, com os despachantes que atuam no Terminal de Carga - TECA do Aeroporto Internacional de Viracopos, para apresentar as ações realizadas e também coletar novas sugestões de melhoria para o trabalho da categoria. O diretor do Sindicato na cidade, Elson Isayama, e os profissionais presentes discutiram questões que interferem diretamente no trabalho. Ele ainda apresentou aos despachantes a parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, no programa Exporta Campinas. “Será disponibilizado pela prefeitura os contatos dos profissionais sindicalizados, para prestação de serviços”, contou o diretor. Além dessa parceria, o SINDSAP está participando ativamente na construção da Câmara do Comércio Exterior no município. Foi ressaltado durante o encontro que a reunião está aberta para todos os despachantes aduaneiros, sendo sindicalizados ou não. A reunião men8 Despachantes aduaneiros se reúnem no auditório doTerminal de Cargas de Viracopos sal do SINDASP Campinas acontece no auditório do prédio administrativo da Aeroportos Brasil Viracopos e a data é comunicada previamente pelos canais de comunicação do Sindicato. Sindasp Guarulhos Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos é inaugurado Presidência da República O Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos foi inaugurado no dia 8 de maio. Participaram do evento o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros SINDASP, Marcos Farneze; o presidente da Gru Airport, Miguel Marques; o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida e Marcus Santarém, diretor de cargas. Também prestigiaram a inauguração o representante da Receita Federal, Marcos Siqueira, o inspetor da Receita em Guarulhos, Edison Takeshi, a chefe da ANVISA, Elisa da Silva Braga Boccia e Vera Florentino, representante do MAPA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na ocasião, o presidente da Gru Airport afirmou estar satisfeito com o resultado e se orgulhar do trabalho que, mesmo levando 18 meses para sua conclusão, atendeu às expectativas e às necessidades do estabelecimento. O prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, por sua vez enfatizou a parceria do órgão com o aeroporto em prol do desenvolvimento do município e do Estado, já que centenas de pessoas chegam a São Paulo por ele. A orquestra Afinando o Futuro com Arte, projeto social mantido pela Gru Aiport, encerrou o evento com uma tocante apresentação. Após a cerimônia, funcionários e convidados participaram de um café da manhã comemorativo. Já no dia 20 de maio, a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin participaram da inauguração para os passageiros do novo terminal. Na ocasião, a chefe do Estado enfatizou a importância da obra para desafogar os demais terminais, que sofriam com o aumento da demanda, principalmente em virtude do aumento de turistas no país por causa da Copa do Mundo de Futebol. “Esse aeroporto, desde que foi inaugurado, se tornou o maior do Brasil e da América Latina e o maior do Hemisfério Sul. Tornou-se não só o local importante para os milhões que passaram a andar de avião, mas também para todos aqueles que nos visitam. Estamos perto da Copa do Mundo, e tenho certeza que ele será um grande cartão de visitas que o Brasil apresenta para nossos visitantes”, comentou. O presidente do SINDASP acredita que o novo terminal beneficiará a todos que passam ou trabalham no Aeroporto, pois irá desafogar o fluxo de passageiros. “A entrega dessa obra é muito importante para atender à demanda do GRU, que cresce a cada ano que passa”, afirmou Marcos Farneze. O presidente do Sindasp, Marcos Farneze participa da inauguração doTerminal 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos A presidente da República inaugurou oficialmente o novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de São Paulo Mais agilidade na Central de Liberação de Cargas A Central de Liberação de Cargas do Aeroporto de Guarulhos ganhou reforço. No início de maio, durante a reunião mensal da Comissão de Coordenação do Terminal de Carga (CCT) do Aeroporto de Guarulhos, que contou com a participação de representantes de todas as instituições envolvidas no setor lotadas no GRU, foi informada a disponibilização de mais funcionários para atuarem na Central de Liberação de Cargas, principalmente no período vespertino. A reivindicação foi feita diversas vezes por Marcos Farneze, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros - SINDASP, em reunião com Maria Fan e Rodrigo Lima, da Gru Airport. “Reivindicamos essa melhoria porque muitas vezes os despachantes esperavam mais de uma hora por atendimento, com a senha nas mãos. Diariamente são entregues em média 500 DI’s e o horário de maior fluxo é o da tarde, quando precisamos de reforço no efetivo. Isso representa ganho de tempo para todos que precisam entregar a documentação”, explica Patricia Santiago Andrioli, representante do SINDASP no local. Com o aumento do efetivo, a demora para atendimento deverá diminuir, agilizando o processo de importação no principal aeroporto do Estado. 9 Reportagem de capa Despachantes aduaneiros contribuem para crescimento do comércio exterior Dia 25 de abril é comemorado o Dia do Despachante Aduaneiro, profissionais responsáveis por intermediar 92% das importações e exportações no Brasil A manhã do dia 25 de abril foi marcada por comemorações. O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP realizou um café da manhã especial no auditório da GRU Airport, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para comemorar o Dia do Despachante Aduaneiro. Representantes da Receita Federal, da Anvisa, do Mapa e da GRU Airport prestigiaram o evento. Na oportunidade, foi apresentado um vídeo em homenagem aos profissionais responsáveis pelo desembaraço das cargas no Brasil. Para o presidente do SINDASP, Marcos Farneze, a data deve ser lembrada como um marco para a valorização da Categoria. “A nossa Classe é considerada pelas autori- 10 dades governamentais um interveniente fundamental nas operações de comércio exterior. O que se comemora nesse dia é o momento positivo pelo qual passam os despachantes aduaneiros devido à sua atuação e importância para o desenvolvimento socioeconômico do País”, disse. O inspetor-chefe da Alfândega da Receita Federal do Brasil em Guarulhos, Edison Jorge Takeshi Kaneko, parabenizou os despachantes aduaneiros pelo importante dia e destacou a relevância da categoria no processo do comércio exterior. “Nós da Receita Federal nos orgulhamos em ser parceiros dos despachantes aduaneiros e por juntos lutarmos para aprimorar nossa atuação como regulador econômico”, afirmou. Valorização da profissão A valorização da profissão está entre as bandeiras do SINDASP, que em 2013 completou 64 anos de atuação. Para isso, a Entidade vem intensificando suas ações em benefício da Categoria, tais como a defesa dos pleitos dos associados junto às autoridades dos órgãos intervenientes, para promover melhorias nos procedimentos; organização e apoio a palestras com especialistas do setor; participação em eventos do setor representando a categoria profissional; parcerias com instituições para acesso a cursos e publicações especializadas e outras iniciativas. Para o despachante aduaneiro Altair Bernardino de Oliveira, a Reprodução História A data foi oficializada por meio de uma resolução da Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros – Feaduaneiros, em 9 de maio de 2006, em reconhecimento às atividades desses profissionais que acompanham e executam todos os trâmites necessários a liberação de mercadorias e serviços que entram e saem do País. Responsáveis por intermediar 92% das importações e exportações no Brasil, esses profissionais realizam um trabalho essencial para o andamento do comércio exterior. Os despachantes aduaneiros são contratados por conhecerem as minúcias desse trabalho e têm agilidade em lidar com os processos. Conquistas categoria adquiriu um importante reconhecimento perante a sociedade e os órgãos anuentes. “A nossa Classe é fundamental para o desenvolvimento econômico do País e hoje nós estamos comemorando esse reconhecimento, que conquistamos graças ao trabalho realizado pelo SINDASP”, destacou. Por sua vez, a despachante aduaneira Ruth Néia de Souza Frota ressaltou também a importância da Categoria para o comércio exterior e enfatizou o trabalho do Sindicato nesse processo. “O SINDASP sempre nos amparou, em todos os sentidos. Agora é a hora de buscar ainda mais a união da Classe”. O Despachante Aduaneiro possui uma grande responsabilidade sobre si e ajuda a movimentar bilhões de reais no País. Segundo o presidente SINDASP, Marcos Farneze, muito já foi alcançado por esses profissionais nos últimos anos. “Uma das grandes conquistas da Categoria é o reconhecimento da importância da profissão pelas autoridades governamentais, o que ficou evidenciado quando da inclusão do despachante aduaneiro em subseção de capítulo do Regulamento Aduaneiro atual, o que não existia nos Regulamentos Aduaneiros anteriores. Os profissionais tornaram-se mais visíveis”, explicou Farneze. Além desse reconhecimento perante a sociedade, os serviços aduaneiros foram simplificados e hoje são mais ágeis, tornando o trabalho mais dinâmico. O comércio exterior é complexo e exige mudanças constantes, que vêm sendo absorvidas ao longo desses anos pelos despachantes aduaneiros. Segundo Farneze, uma das atribuições do SINDASP é a de contribuir para que estas melhorias ocorram. O objetivo do Sindicato é manter a política de trabalho voltada para a manutenção e desenvolvimento dos direitos e das prerrogativas da categoria. 11 Reportagem de capa Homenagem “O dia 25 de abril é comemorado como uma justa homenagem à nobre categoria dos despachantes aduaneiros, que há mais de um século vem contribuindo com seu trabalho para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. Trata-se de uma categoria que vem ampliando seus conhecimentos técnicos com o objetivo de se adequar às novas necessidades do comércio exterior moderno. O que se comemora nessa data é a atual posição do despachante aduaneiro no cenário do comércio internacional, que é positiva em razão da atuação intensa e importante desses profissionais”, salientou o presidente do SINDASP. O vereador paulista Dalton Silvano enfatizou na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo a importância dos Despachantes Aduaneiros. “Dia 25 de abril é muito importante para a sociedade paulistana porque nesta data temos o prazer de comemorar o Dia Nacional do Despachante Aduaneiro, profissionais responsáveis por mais de 90% das operações de comércio exterior realizadas no País”, afirmou o vereador. “Apraz-nos ressaltar a relevância dos mais de 17 mil despachantes Um happy hour descontraído e divertido com o tema tipicamente de boteco marcou as comemorações do despachante aduaneiro no Espaço 301 em Campinas. aduaneiros que brilhantemente contribuem para a liberação das mercadorias que chegam e saem do País, apesar dos entraves que o setor encontra, inclusive a enorme burocracia que muitas vezes atrapalha o desenvolvimento dos trabalhos.” Silvano lembrou ainda que o SINDASP atua há mais de seis décadas pela valorização da categoria, que participa de praticamente todos os trâmites de exportação e importação realizados no País. “Gostaria de destacar que esta Casa, na primeira sessão solene de 2014, abriu suas portas para homenagear a categoria, fazendo um reconhecimento público pelos inestimáveis serviços prestados ao comércio exterior do Brasil”, disse ao complementar: “Em nome da Câmara Municipal de São Paulo e da população paulistana deixo o meu abraço e agradecimento a estes incansáveis trabalhadores, que não medem dedicação e esforços em sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social do nosso País”. Diretoria do Sindasp comemora com os despachantes aduaneiros e dirigentes dos órgãos anuentes a data Magna da Classe e em Guarulhos 12 Galeria de fotos Café da manhã noTeca de Guarulhos SINDASP realiza homenagem em Campinas SINDASP paraneniza a Classe Presidente do Sindasp, Marcos Farneze Mulheres despachantes aduaneiras mostram valorização da Classe Despachantes aduaneiros comemoram em Guarulhos Inspetor-chefe da RFB em Guarulhos, Edison Jorge Takeshi Kaneko Edison Jorge Takeshi, Jovair Martins e Marcos Farneze A representante do MAPA (2ª da esq), Vera Florentino, ao lado dos representantes do SINDASP Chefe da Anvisa, Elisa da Silva Braga Boccia Despachantes aduaneiros e convidados participam da happy hour em Campinas 13 Reportagem SINDASP cria grupo em defesa dos honorários dos despachantes aduaneiros Entidade atuará junto à comunidade aduaneira para inibir a concorrência desleal Ilustração O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP criou, no dia 12 de março, um Grupo de Trabalho em defesa do recolhimento dos Honorários dos Despachantes Aduaneiros, fundamentais à manutenção das atividades da categoria. Atualmente a categoria profissional é responsável pela realização de mais de 90% das operações de importação e exportação no País. As primeiras ações do Grupo de Trabalho, conforme explica o presidente do SINDASP, Marcos Farneze, incluem uma reunião com os despachantes aduaneiros associados de cada uma das regiões em que o sindicato atua, para expor a real importância do recolhimento dos honorários, essenciais ao fortalecimento da categoria e à continuidade de nos14 sas atividades. “Também iremos reportar as irregularidades no recolhimento dos honorários à Receita Federal do Brasil, exigindo o cumprimento da legislação sobre o tema”, avisa. O grupo criado pelo SINDASP também realizará um intenso trabalho de divulgação e conscientização junto aos empresários que utilizam os serviços de despacho aduaneiro, por meio da distribuição do “Manifesto aos Exportadores e Importadores”, documento redigido em parceria com o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Santos. O manifesto esclarece, com base na legislação vigente, a obrigatoriedade do recolhimento dos honorários por intermédio dos órgãos de Classe sendo o mesmo auditado pela KPMG. Concorrência desleal O presidente do SINDASP ressalta ainda que outra frente importante de trabalho do grupo será o combate à concorrência desleal no fornecimento de propostas de serviço bem como aquelas que não contemplam o recolhimento dos honorários. “Ao tomar conhecimento desse tipo proposta, nossa Entidade ingressará com as medidas judiciais cabíveis para evitar a prestação de serviço sem o devido recolhimento dos honorários do despachante aduaneiro, bem como nos processos de concorrência (BID’s) que também não contemplem esses valores. Tais ofertas são incompatíveis com Reportagem as responsabilidades que o despachante aduaneiro assume na utilização de sua senha “personalíssima” no registro de processos aduaneiros”, observa Marcos Farneze, que atua como despachante aduaneiro há mais de 40 anos. “Uma de nossas principais metas é levar ao conhecimento de todos a importância do recolhimento dos honorários dos despachantes aduaneiros, em nível nacional, combatendo as falsas oportunidades comerciais oferecidas por algumas empresas multinacionais que insistem em trabalhar na ilegalidade com relação às nossas atividades”, explica o diretor do SINDASP, Valdir Santos. Determinação legal Todo serviço prestado por um profissional, no caso o despachante aduaneiro, implica no pagamento de uma contraprestação por parte do cliente, ou seja, os importadores e exportadores, para os quais os serviços foram efetivamente prestados. Essa relação estabelece um vínculo obrigacional do qual decorrem direitos e obrigações de ambas as partes, sobretudo, responsabilidades perante as Aduanas. A partir do momento em que o profissional recebe o mandato da empresa contratante, se configura a relação contratual entre o cliente e o despachante aduaneiro, que passa a ser o representante da pessoa jurídica mandante, assumindo as responsabilidades inerentes às atividades, conforme previsto no Inciso IV, do Art.809, do Regulamento Aduaneiro. De acordo com o artigo 5º, § 2º, do Decreto-lei nº 2.472, de 1988, o despachante aduaneiro tem sua remuneração designada por honorários, os quais são pagos por intermédio dos sindicatos de Classe. Além do trabalho de conscientização junto aos importadores, exportadores e comissárias de despacho sobre o tema, a Entidade luta pela simplificação e agilização dos trâmites aduaneiros continua, a fim de proporcionar aos despachantes aduaneiros as condições necessárias para exercerem as suas atividades de maneira adequada a anteder as melhores práticas do mercado importador e exportador. Diretores e funcionários do SINDASP criam grupo de trabalho em defesa do recolhimento dos Honorários dos Despachantes Aduaneiros - SDA 15 Intermodal South America Maurício Lucena do Val, Diretor do MDIC, fala sobre a importância do comércio exterior brasileiro na abertura da 20ª edição da Intermodal South America SINDASP mantém presença na 20ª Intermodal South America Diretoria da Entidade recebe associados, empresários e autoridades do setor no estande do Sindicato O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – SINDASP manteve sua presença no segundo maior evento do mundo dos setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior. A 20ª edição da Intermodal South America aconteceu entre os dias 1º e 3 de abril de 2014. Presente desde as primeiras edições da feira, o SINDASP tem a missão de divulgar no evento o trabalho do despachante aduaneiro, um dos pilares de sustentação do comércio exterior. “Ao longo das últimas décadas, a Intermodal tem-se destacado como ponto de encontro dos profissionais que movimentam o comércio exterior brasileiro. E a nossa Categoria, que muito 16 tem contribuído para o desenvolvimento do setor, não poderia deixar de participar”, afirmou o presidente da Entidade, Marcos Farneze. No estande D-35, a diretoria do SINDASP recebeu associados, empresários e autoridades do setor para prestar informações sobre as atividades realizadas pelos despachantes aduaneiros nos portos, aeroportos e portos secos, bem como para falar das grandes responsabilidades atribuídas a esses profissionais, que respondem por mais de 90% das operações de importação e exportação no País. A 20ª edição da Intermodal South America ganha notoriedade pela tradicional feira de negócios, e também pelas conferências e palestras realizadas durante os três dias de evento, debatendo os desafios do setor logístico, contemplando os diferentes modais. Os painéis, formatados em parceria com entidades especializadas do setor, como o Instituto Brasileiro de Supply Chain - Inbrasc, o Centro Nacional de Navegação - Centronave e a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados - Abtra. “A Intermodal South America é importante para os despachantes aduaneiros não só pela proximidade que permite com os principais agentes do comércio exterior, mas também pela oportunidade impar de atualizar seus conhecimentos e se capacitar, por meio dos debates que são realizados ao longo do evento. A participação em eventos desse porte é fundamental para a Categoria, no sentido de se valorizar e obter reconhecimento perante a sociedade”, destacou Farneze. Participaram da abertura da Intermodal o secretário substituto de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, Maurício Lucena do Val, que destacou o caráter integrador do evento. “É uma Feira que oferece oportunidade única para visualizarmos a evolução da cadeia logística no País, tanto no aumento da infraestrutura quanto no crescimento dos investimentos. A união entre as empresas e os órgãos governamentais, como se vê neste encontro, é o caminho para o desenvolvimento da nossa cadeia logística e do comércio exterior”, disse. Já para o diretor interino da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq, Mario Povia, a Feira constituise em um fórum de grande relevância para se discutir os rumos dos segmentos de logística, transporte de cargas e comércio exterior. “Estamos envolvidos na consolidação do novo marco regulatório e no aumento dos investimentos nos portos brasileiros. A Intermodal é o local ideal para discutir estes temas com as empresas e entidades representativas do setor e sentir como está o cenário,” argumentou. E o diretor da Agência Nacional de Transporte Terrestres - ANTT, Carlos Nascimento, aproveitou a presença de empresários e lideranças setoriais na solenidade de abertura para deixar um recado: “A ANTT passa por um período importante com muitas obras de infraestrutura em andamento no País. Sabemos que há desafios, como o avanço necessário no modelo de concessão das ferrovias. Estamos nos esforçando para atender às necessidades, ouvindo sempre a opinião de todos os atores envolvidos.” Durante coletiva de imprensa realizada na Intermodal, o presidente do SINDASP destacou as melhorias na infraestrutura dos terminais de cargas dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em razão do início das operações pelas concessionárias dos GRU Airport e Aeroportos Brasil, respectivamente. “A implantação de câmaras frias em Guarulhos, por exemplo, possibilitará a exportação de frutas e remédios, um problema com o qual sofríamos há muito tempo, gerando prejuízos aos empresários”, comentou. De acordo com Farneze, o fato de hoje o despachante aduaneiro ser responsável pela quase totalidade das operações de importação e exportação no Brasil sinaliza a importância desta atividade secular. Na ocasião, os diretores também fizeram comentários a respeito do atual cenário do comércio exterior brasileiro, que no último mês teve o pior resultado da balança comercial nos últimos anos, com déficit de R$ 7 bilhões. De acordo com Valdir Santos, algumas situações têm contribuído para este resultado, como a crise nas operações comerciais com a Argentina, que já representa impacto no segmento. Contudo, além de reforçar as melhorias nos terminais aeroportuários no último ano, Valdir Santos destacou a agilidade nas operações do Porto de Santos, que em abril do ano passado passava por uma situação muito diferente, especialmente no transporte de grãos. “O início das operações dos terminais da Brasil Terminal Portuário – BTP, que representaram um investimento de R$ 3 bilhões, tem contribuído para o desafogamento das operações, apesar destas ainda não estarem em pleno funcionamento”, observou. Segundo ele, uma maior capacidade do calado do Porto de Santos possibilitaria receber navios com capacidade para o transporte de 14 mil contêineres. “Entretanto, nós despachantes estamos realizando operações com maior agilidade naquele Porto, fornecendo ótimas opções de atendimento ao importador”. Estande do SINDASP na Intermodal South America O presidente do SINDASP, Marcos Farneze, participa de coletiva de imprensa Avanços 17 Entrevista Despachante Aduaneiro tem papel de destaque no comércio exterior brasileiro Lauri Kotz fala sobre os desafios e conquistas do setor Lauri Kotz, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul – SDAERGS e vice-presidente da Asociación de Agentes Prof. De Aduana de Las Américas – Asapra 18 Burocracia, alta carga tributária e a morosidade do sistema estão entre os principais obstáculos enfrentados pelo Despachante Aduaneiro para exercer a sua função. Em entrevista exclusiva ao Repórter Sindasp, Lauri Kotz, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul – SDAERGS e vice-presidente da Asociación de Agentes Prof. De Aduana de Las Américas – Asapra fala sobre os principais desafios e conquistas do setor. E destaca que, apesar dos percalços burocráticos, profissionais do segmento conseguem realizar um bom trabalho e colocar o comércio exterior brasileiro em importante patamar. Lauri Kotz é natural de Santo Cristo (RS), mas foi para Uruguaiana em 1965 aos 14 anos. É casado Suzana Rodrigues Kotz e pai de quatro filhos. É formado em Estudos Sociais e História na PUC/RS – Campus II – Uruguaiana, e Despachante Aduaneiro. Delegado da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais - ABTI por 18 anos. Foi eleito presidente do SDAERGS pela primeira vez em 2004, reeleito em duas eleições, onde permanecerá à frente até dezembro de 2017. Além disso, é o atual presidente da Organização dos Despachantes Aduaneiros do Mercosul – ODASUR, vice-presidente da Asapra 2014/2017 – área Mercosul e vice -presidente da Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros – Feaduaneiros, no período de 2014/2017. Como o senhor avalia o comércio exterior no Brasil? A avaliação é positiva, porém é necessário que as regras do comércio exterior sejam dinamizadas, principalmente com mudanças na intervenção do governo no sistema. Quais são as expectativa de mercado? As expectativas do mercado não são das melhores, pois o mundo não se refez totalmente da crise econômica ocorrida em 2008. A economia esta com altos e baixos tratando de uma recomposição. Uma das principais reclamações do setor é em relação à burocracia. Qual a sua avaliação sobre esse tema? A burocracia é um problema sério para o empresário brasileiro porque são tantos os ministérios a exercer fiscalização de seus produtos, com as mais variadas exigências e documentos, registros antes do embarque, depois do embarque sem que tenham estrutura física e pessoal para atender as demandas. O que pode ser feito para reduzir a burocracia? Na minha opinião, é uma nova sistemática de comércio exterior normatizando as intervenções do Estado e criando regras de produtividade para seus fiscais e principalmente normas de fácil conhecimento dos usuários. Hoje para fazer uma operação de importação e exportação junto a estes organismos é necessário ter um conhecimento preciso e depender do pensamento ou entendimento de quem analisa esta operação. Estamos evoluindo e atuando em igualdade com outras nações? Muito lentamente. No Brasil a preocupação do órgão central, a Receita Federal do Brasil busca a modernidade, sem abrir mão de sua ação fiscalizadora, pois a interpretação de leis e regras é feita de forma pessoal pelo fiscal. Isso emperra o sistema como um todo. Como representante também da Asapra, como o senhor classifica o comércio exterior no Brasil na comparação com outros países? Em relação ao Comércio Exterior brasileiro e de outros países classifico como ideal o sistema chileno e que o Uruguai e Paraguai estão implantando. Este sistema prevê a realizações dos processos com cópias de documentos, autenticados pelo Despachante Aduaneiro que é reconhecido como Ministro de Fé Pública. O que poderia ser feito para alavancar esse setor no País e torna-lo mais competitivo? Regras claras, melhorias portuárias, eliminação da burocracia. Política cambial estável, menos impostos e principalmente produtividade do agente do Estado nas operações. Quais são as principais bandeiras da Asapra? A Asapra tem como meta a união e o reconhecimento mundial do operador Despachante Aduaneiro como um todo, buscando sempre e cada vez mais seu fortalecimento como auxiliar principal do Comércio Exterior. Quais as principais conquistas da Asapra? Citamos como conquistas da Asapra a participação como Membro Permanente da OMA- Organiozação Mundial de Aduanas, cooperando e auxiliando na implantação de Política desta organização e a união e o fortalecimento do profissional Despachante Aduaneiro em todos os países onde se fizemos presentes, defendendo todas as necessidades existentes. 10. Em relação à carga tributária, uma das principais reclamações do setor empresarial brasileiro, qual a sua avaliação? Bem, a carga tributária realmente é o maior gargalo brasileiro para todas as empresas. Mesmo que a exportação seja sem IPI e ICMS, nossos preços no exterior em muitos casos não permitem uma negociação, pois temos todos os outros impostos in- ternos. No caso de prestador de serviços e do profissional liberar que é o caso do Despachante Aduaneiro, os impostos do governo terminam sendo o principal sócio do empreendimento. Com a queda que se verifica no nosso ramo, precisamos ser verdadeiros mágicos mensalmente para atender todas as obrigações. Se houvesse uma carga tributária menor, o comércio exterior brasileiro poderia ter melhores resultados? Evidente, havendo uma carga tributária menor todos os setores da economia terão ganhos. O problema é que o governo só fala em uma reforma em época de eleições e depois se esquece de tudo, pois precisa arrecadar para manter a estrutura gigantesca que montou. No mês passado, foi comemorado o Dia do Despachante Aduaneiro. Qual a sua avaliação em relação à profissão? O que evoluiu nos últimos anos e o que falta evoluir? No dia do Despachante Aduaneiro a avaliação que faço é que somos profissionais competentes, com conhecimento, com responsabilidades e muito seguro do trabalho que realizamos. Entendo que sem o despachante Aduaneiro o comércio exterior brasileiro não estaria no nível que se encontra porque sem esse profissional o sistema seria muito mais demorado e emperrado do que hoje é. Em relação aos honorários do despachante aduaneiro, qual a sua opinião? Em relação aos honorários profissionais a minha opinião é a de nós nos valorizarmos mais. Temos uma concorrência facilitada pela falta de uma fiscalização efetiva. Como isso não ocorre, temos que lutar para que o profissional se conscientize de sua necessidade e importância no comércio exterior, fazendo com que sua valorização seja reconhecida no meio, valorização e qualificação são as principais metas de todos nós. 19 Reportagem SINDASP participa do 13º Fórum de Logística e Comércio Exterior do Vale do Paraíba – Logisvale O evento reuniu empresários, especialistas, autoridades e representantes dos setores da indústria, comércio e serviços de São José dos Campos e região O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros – SINDASP, Marcos Farneze, participou da 13º edição do Fórum de Logística e Comércio Exterior do Vale do Paraíba – Logisvale, realizado nos dias 29 e 30 de maio de 2014, em São José dos Campos. O evento reuniu empresários, especialistas, autoridades e representantes dos setores da indústria, comércio e serviços. Farneze participou da mesa de abertura, onde salientou estar satisfeito com o crescimento do econômico do Vale do Paraíba e com a atuação dos despachantes aduaneiros que trabalham no aeroporto de São José dos Campos, Porto Seco Universal. “Represento os despachantes aduaneiros, profissionais que atuam em 97% das exportações e importações brasileiras, em nome dos empresários do setor. “É muito importante conhecer a realidade de quem atua nessa região, para que possamos juntos pensar em soluções para as eventuais dificuldades de logística e para que eles saibam que têm um canal aberto de comunicações com o seu Sindicato”, afirmou Farneze. O Fórum foi marcado pela apresentação de cases de sucesso e palestras voltadas à área de logística. Profissionais do setor tiveram a oportunidade de trocar informações e estreitar relacionamentos. Segundo o representante do SINDASP, Reinaldo dos Santos, o Sindicato orientou empresas – exportadoras e importadoras – e despachantes aduaneiros sobre o correto recolhi- 20 Divulgação O presidente do SINDASP, Marcos Farneze recebe autoridades e organizadores da 13ª Logisvale em se estande mento dos honorários. “Foi uma ótima oportunidade de contato como os associados da RM Vale”, afirmou. O Aeroporto da região terá um plano de contingência para a carga aérea durante a Copa do Mundo de Futebol. Durante a palestra inaugural do evento, Antonio Pelegrina, do Aeroporto Internacional de Guarulhos, assegurou aos importadores da região do Vale do Paraíba e adjacências que as cargas liberadas poderão ser retiradas sem qualquer alteração, mesmo em horários que coincidam com os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo FIFA. Pela primeira vez, o Logisvale foi organizado paralelamente ao Con- gresso Internacional de Logística das Faculdades de Tecnologia do Centro Paula Souza (FATEC LOG), cujo intuito é proporcionar uma série de debates e palestras sobre logística humanitária, administração logística e gestão estratégica, logística reversa e meio ambiente, planejamento urbano, transportes e TI Aplicada aos profissionais da área. Durante a realização do evento, a diretoria do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo esteve à disposição dos visitantes no estande para fornecer informações sobre as atividades desse profissional e seu papel fundamental no comércio exterior brasileiro. Feaduaneiros Daniel Mansano é reeleito presidente da Feaduaneiros O despachante aduaneiro Daniel Mansano foi reeleito presidente da Federação Nacional dos Despahcantes Aduaneiros FEADUANEIROS. A eleição ocorreu no dia 07 de maio de 2014, na forma do edital de convocação publicado no dia 10 de fevereiro de 2014, elegendo a Diretoria Geral e demais cargos, efetivos e suplentes, para o quadriênio 2014/2018, no qual a CHAPA 1 encabeçada por Mansano, com 67% dos votos. A Chapa 1, liderada pelo despachante aduaneiro, Daniel Mansano (esq.) venceu a eleição da FEADUANEIROS com67% dos votos Diretoria da FEADUANEIROS Daniel Mansano presidente Lauri Kotz vice-presidente Jurandir da Silva Lisboa 1º tesoureiro 2ª tesoureira Marco Antonio de Assis Farneze Paulo Albuquerque 1º secretário Welington de Jesus Victoriano 2º secretário Conselho Fiscal efetivo Conselho Fiscal suplente Luis Kleber da Silva Brandão Lourival Martins de Oliveira Silvio Gonzales Durinel Bolivar Simas Pedro Sérgio dos Santos Barbosa José Francisco da Silva Delegados Representantes junto à CNC Daniel Mansano (efetivo) Valdir Aparecido Santos (efetivo) José Carlos Raposo Barbosa (suplente) Hermógenes Alves de Oliveira (suplente) Delegados Representantes junto ao Conselho Nacional do SESC Luis Kleber da Silva Brandão (efetivo) Jurandir da Silva Lisboa (suplente) Delegados Representantes junto ao Conselho Nacional do SENAC José Carlos Raposo Barbosa (efetivo) Verônica Maria de Paula Gurgel do Amaral (suplente) Delegados Representantes junto à Asapra Daniel Mansano (efetivo) Hermeto Alcidez Bermudez (suplente) 21 Comentário Jurídico Exigência de apresentação e retenção de via original de conhecimento de carga para fins de entrega de mercadoria importada Trata-se de matéria permeada por vários institutos aduaneiros criados em épocas diversas, cada qual regulando a entrega de mercadorias ou coisas aos seus titulares, passando pelo Código Comercial, Código Civil, Leis Ordinárias, Decretos-leis, Instruções Normativas e outras normas, o que significa dizer que o assunto fica muito entrelaçado e sujeito a inúmeras remissões legislativas e, assim, mais fácil de ser polemizado. Este é um dos problemas do Direito Aduaneiro, que se consagra com a ausência, muitas vezes, de normas claras e definitivas por parte da Administração Pública, tanto que este fenômeno chegou a ser citado em um dos julgados do Poder Judiciário que apreciou o tema em foco. Assim, levando em conta que o “Conhecimento de Carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria estabeleceu que esse documento deveria, obrigatoriamente, instruir a DI, conforme artigo 18, inciso I. O quadro legislativo anterior, portanto, impunha ao contribuinte a obrigação de instruir a DI com a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente e de apresentá-la ao depositário como condição e requisito para a entrega das mercadorias respectivas pelo recinto alfandegado, além de outros documentos. O Regulamento Aduaneiro absorveu essas normas e contemplou a obrigatoriedade de a 1ª via original desse documento instruir a DI, não o fazendo, no entanto, para fins de entrega da mercadoria ao importador. Esse era o quadro legislativo anterior. A RFB, no entanto, e tendo em vista o SISCARGA (IN-RFB nº 800/2007), baixou a IN-RFB nº 1.356/2013, que criou a alínea “c” naquele I, do artigo 18, que dispõe sobre as situações em que não será exigida a apresentação do conhecimento de carga, para fins de INSTRUÇÃO da DI, e incluiu a desobrigatoriedade de sua apresentação nos despachos de mercadoria transportada ao país no modal aquaviário, acobertada por Conhecimento Eletrônico (CE). Essa dispensa teve como base, entre outras normas, o artigo 554, do Regulamento Aduaneiro, sabendo-se que seu parágrafo único, por sua vez, tem como matriz a IN-SRF nº 560/2005, embora haja informações do conhecimento no SISCARGA, não se tratando de hipótese de não exigência do documento, mas de mudança de forma de sua apresentação. O artigo 3º da mencionada IN-RFB nº 1.356/2013, em função dessa desobrigatoriedade, revogou, entre outros, o inciso I, do artigo 54 daquela IN-SRF nº 680/2006. Esta norma, assim, foi retirada do mundo jurídico brasileiro, vez que revogada expressamente. 22 Tem-se presente, portanto, que a RFB, por aquela IN-RFB nº 1.356/2013, desobrigou a apresentação do conhecimento de carga para fins de instrução do despacho de mercadoria que tenha sido transportada no modal aquaviário, acobertada por Conhecimento Eletrônico (CE), informado à autoridade aduaneira na forma prevista na IN-RFB nº 800/2007 e, ao revogar expressamente o inciso I do artigo 54, da IN-SRF nº 800/2007, retirou do mundo jurídico brasileiro a exigência da apresentação da via original do conhecimento de carga ou de documento equivalente. Não há necessidade de se instruir a DI naquelas hipóteses de modal aquaviário e como condição e requisito para entrega da mercadoria, e como regra geral, a apresentação da via original do conhecimento de carga para fins de entrega da mercadoria, no que tange à legislação da RFB. Essa é a legislação positiva existente, cabendo, nesta oportunidade, alguns comentários, iniciando por dizer que a regra constante do § 2º do artigo 55 da IN-SRF nº 680/2006, antes transcrita, foi mantida pela IN-RFB nº 1.356/2013, provando que se trata de dispositivo autônomo que apenas está vedando a exigência de apresentação de CI e de OUTROS documentos que não sejam aqueles elencados no artigo 54, neles não se incluindo, obviamente, a via original do conhecimento de carga, conforme decorre da própria exclusão feita por esta mesma IN. Não se pode exigir outros documentos diversos daqueles já mencionados pelas normas aqui referidas como condição e requisito para entrega da mercadoria. Este dispositivo (§ 2º do artigo 55) é o que dispõe sobre a vedação de se exigir a apresentação de CI e de outros documentos diversos dos previstos no artigo 54 como condição e requisito para entrega da carga. Esses outros documentos, no entanto, podem ser os referidos no artigo 563 do Regulamento Aduaneiro. Antes de Domingos de Torre consultor jurídico Comentário Jurídico outras incursões sobre o tema, merece destaque a revogação expressa do inciso I do artigo 57 da IN-SRF nº 680/2006, também feita pela IN-RFB nº 1.356/2013. Vale dizer: abolida a exigência de apresentação da 1ª via do conhecimento de carga original, abolida ficou a exigência de o depositário guardá-la pelo prazo de cinco anos da data do ano seguinte ao da entrega da mercadoria. Os transportadores, diante desse novo quadro, protestaram, alegando várias situações fáticas e jurídicas inerentes à funcionalidade atual de alguns tipos de transportes de cargas (NVOCC, etc), o que gerou a edição da IN-RFB nº 1.433/2014, a qual, renumerando alguns parágrafos do artigo 55 daquela IN-SRF nº 680/2006, criou o § 3º. Quais medidas e exigências seriam essas capazes de ultrapassar aquela vedação expressa de apresentação e retenção da via original do conhecimento de carga como condição ou requisito para entrega da mercadoria? As medidas e as exigências seriam, assim, as de apresentação de comprovantes necessários para o cumprimento de OUTRAS obrigações legais, entre elas, e em especial, as previstas no artigo 754 do Código Civil. Observa-se, assim, que o artigo 754 do Código Civil apenas está dispondo sobre a correta identidade do destinatário para fins de entrega da coisa e dos prazos decadenciais para eventuais reclamações. Os armadores, na verdade, associaram a redação daquele § 3º do artigo 55 da IN-SRF nº 680/2006 ao texto que consta do artigo 7º do Decreto-lei nº 116/1967. Essas normas vêm sendo mencionadas em alguns comunicados de representantes dos armadores, como no caso da LIBRA/CSAV Group, que tempos atrás foi enviado por despachante aduaneiro. O artigo 40 da IN-SRF nº 800/2007, como se disse, é o que permite a retenção da carga até o pagamento do frete ou da contribuição por avaria grossa declarada. Por outro lado, entidade sindical que congrega os agentes de carga e similares (SINDICOMIS) expediu a Circular SI/091/14, dando conta das providências que estará adotando com o objetivo de pressionar os depositários para o cumprimento da IN-RFB nº 1.443/2014, contrariamente – segundo alega, ao entendimento do GRUIMPORT, que estaria insistindo em não efetuar essa exigência. Constata-se, assim, que a legislação veda a exigência de outro documento diverso daqueles previstos no artigo 54 da IN-SRF nº 680/2006, como condição e requisito para entrega da mercadoria, mas permite que o depositário adote medidas (indefinidas) ou exigência de comprovantes necessários para o cumprimento de outras obrigações legais, em especial as que se referem à entrega da coisa ao destinatário ou a quem detiver o conhecimento endossado, seguindo a esteira do artigo 754 do Código Civil, citado expressamente naquela IN-RFB nº 1.443/2014. Com efeito, quais seriam, então, as exigências de obrigações legais as quais teriam de ser cumpridas e provadas mediante a apresentação de comprovantes? A identificação do destinatário? O pagamento do frete? A conferência das mercadorias em cotejo com o conhecimento de carga? Se assim for, poderia o depositário fazer essa exigência de forma genérica e LINEAR, ou seja, a todas as mercadorias desembaraçadas, e mesmo informadas ao SISCARGA, sem distinção, sob a presunção de que sem a apresentação da 1ª. via original do conhecimento de carga não se saberia identificar o importador ou se foram efetivamente cumpridas as obrigações legais por parte do importador em relação ao transporte? É o que a legislação mencionada está, de certo modo, se referindo. O fato é que a RFB reconheceu que a situação diz respeito à relação comercial privada existente entre o transportador (que inclui, por via oblíqua, o depositário) a qual, tendo em vista a desobrigatoriedade de se instruir a DI com a via original do conhecimento de carga (nos despachos no modal aquaviário) e de se apresentá-la como condição e requisito para entrega da mercadoria respectiva, poderia ser afetada. É importante relembrar o que dispõe o artigo 556 do Regulamento Aduaneiro: “Os requisitos formais e intrínsecos, a transmissibilidade e outros aspectos atinentes aos conhecimentos de carga devem regular-se pelos dispositivos da legislação comercial e civil, sem prejuízo da aplicação das normas tributárias quanto aos respectivos efeitos fiscais”. (Grifou-se). Assim, levando-se em conta que a RFB admitiu, de certa forma, que não pode interferir (ou não deve) nessa relação comercial de natureza privada, a questão passa, inexoravelmente, a fugir do âmbito da Administração Aduaneira e permanece exposta aos mais variados entendimentos. O importador, diante da ausência de outro instrumento normativo capaz de melhor dirimir a questão, terá duas opções: aceitar a exigência ou tentar afastá-la via judicial. A pendenga, ao que consta, terá de ser resolvida na esfera judicial, tanto que este já começou a ser acionado, a se ver de decisões, as quais, embora proferidas à égide da vigência da IN-RFB nº 1.356/2013 (e não da IN-RFB nº 1.443/2014). Na mesma trilha decidiu o MM Juiz da 8ª. Vara Cível da Comarca de Santos, nos autos do processo nº 1002286-092014.8.26.0562, quando disse que não tem cabimento a retenção da mercadoria apenas pela falta de apresentação do Conhecimento de Embarque Master, razão pela qual antecipou a tutela requerida para fins de entrega da mercadoria correspondente. Resta saber como o Judiciário irá manifestar-se acerca da situação, já levando em conta as normas da IN-RFB nº 1.443/2014, que flexibilizou e temperou a vedação referida na IN-RFB nº 1.356/2013. É evidente, assim, que a questão cinge-se à forma de se comprovar ao transportador (por intermédio do depositário) o cumprimento de obrigações legais relativas ao transporte, já que é a isto o que a IN-RFB nº 1.443/2014 está se referindo e conforme vem sendo citada e utilizada pelos transportadores como justificativa para exigirem a via original do conhecimento de carga, como sempre ocorreu mansa e pacificamente por força da legislação anterior. Trata-se, sem dúvida, de situação que mereceria uma normatização legal mais clara por parte das autoridades competentes. 23 Despachante aduaneiro Representação é coisa séria! Não trabalhe sem seus honorários - GRH. É Lei! 24 www.sindaspcg.org.br