II Congresso de Educação – UEG/UnU Iporá
A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
AS DIFICULDADES NO RELACIONAMENTO PROFESSOR
ESTAGIÁRIO/ALUNO: UMA BARREIRA A SE QUEBRAR
SILVA, Ueverson Fernandes da1; PERES, Thalitta Fernandes de Carvalho2
Universidade Estadual de Goiás - Unidade Universitária de Iporá
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RESUMO
Esta pesquisa busca investigar as dificuldades no relacionamento professor estagiário/ aluno.
Assim, a problemática que permeou este trabalho está na seguinte questão: Porque a
resistência dos alunos em relação ao professor estagiário? O presente trabalho foi
desenvolvido no Colégio Estadual Ariston Gomes da Silva, numa turma da segunda série do
Ensino Médio do turno vespertino. O conteúdo ministrado pelo estagiário como requisito para
a conclusão da disciplina de Estágio Supervisionado II foi o de Matrizes. Para isso foi
elaborado um plano de ensino, com uma metodologia diversificada, onde o objetivo principal
era levar os alunos a formarem os conceitos necessários para a aprendizagem de Matrizes. O
plano de ensino foi desenvolvido criteriosamente. Este estudo se justifica através da realidade
vivenciada quanto às observações do relacionamento dos professores estagiários com os
alunos no decorrer das aulas. São diversos os fatores que contribuem para essa rejeição,
como: o fato dos alunos estarem adaptados à maneira de ensinar do professor regente; não
acreditarem na capacidade de ensinar dos estagiários, visto que ainda não são graduados; os
alunos tendem a ficarem mais indisciplinados, pois não sentem confiança no estagiário; além
disso, confiam que o professor regente não cobrará o conteúdo, ou ainda, ensinará novamente;
dentre outros fatores. Contudo os resultados mostraram uma melhora significante no
relacionamento professor estagiário/aluno, pois foi um período de excelente convívio e
aprendizado entre o estagiário e os alunos.
Palavras Chaves: Resistência, Estágio Supervisionado II, Metodologias.
INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado II vem proporcionar ao acadêmico o domínio de
instrumentos teóricos e práticos necessários para o desempenho de sua formação como
educador. O estágio, especificamente busca, através dessa prática, favorecer a vivência e a
busca em promover o desenvolvimento, no campo profissional, dos conhecimentos teóricos e
práticos adquiridos no decorrer do curso, bem como, favorecer por meio da diversificação dos
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espaços educacionais, a ampliação do universo cultural dos estagiários. Outras finalidades
desta prática é desenvolver habilidades, hábitos e atitudes pertinentes para que o estagiário
possa vir a exercer a docência e criar condições para que atuem com maior segurança e visão
crítica em seu campo de trabalho.
O Estágio Supervisionado II tem o objetivo de levar o aluno estagiário para a Escola
campo acompanhado pelo professor da disciplina, aprendendo o ofício da profissão e
integrando a teoria a prática. Além de desenvolver um projeto que possibilite aos estagiários o
ensino eficaz dos conteúdos matemáticos presentes no currículo do Ensino Médio.
A realização deste trabalho se formou das observações constatadas no decorrer das
aulas práticas de estágio no Colégio Ariston Gomes da Silva, despertando atenção para o tema
devido os fatos vivenciados pelo próprio estagiário, especificadamente do 2° ano da turma H
do Colégio em questão. Desta forma, a problemática foi extraída do 2° H. A preocupação é:
quais os fatores que contribuem para as dificuldades no relacionamento professor
estagiário/aluno? Como lhe dar com esta situação?
A inicialização da carreira docente nos dias de hoje é bastante preocupante, pois
muitos professores recém-formados nesta área nem tentam levar adiante a profissão e é neste
período que ocorre muita evasão desses profissionais.
Durante o processo pelo qual o professor se submete quando assume a sala de aula,
ele está diretamente relacionado a algumas etapas que são percorridas por ele e que nem
sempre será a mesma vivida por outros, pois cada um tem a sua própria experiência e a sua
história de vida que influenciará como vão lidar com as etapas que vivenciaram.
Contudo, o período que compreende essa fase da carreira pode variar
quanto a sua extensão de uma pesquisa para outra, pois cada um tem a
interferência do contexto que foi realizada. Essa diferença nos
períodos mostra que as fases da carreira não são compostas por
fronteiras bem delimitadas e que não ocorre de o professor, em certo
momento, deixar de ter todas as características que fazem parte da
etapa anterior para viver a próxima, mas esse processo acontece
gradualmente, pois aspectos das diferentes fases convivem por certo
período. (CARNEIROS e PASSOS, 2009, p. 109)
Carneiros e Passos (2009) discutem que é neste momento em que são destacados dois
aspectos no desenvolvimento profissional do professor que é a sobrevivência e a descoberta.
A sobrevivência é a ocasião onde o docente vivenciará as primeiras dificuldades, as
complicações da profissão, e também a dificuldade em se relacionar com os alunos e entre
outros. A descoberta pode vir a acontecer ao mesmo tempo em que a sobrevivência, ela é
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marcada pelo entusiasmado do docente por ter o seu primeiro contato com a sala de aula, os
primeiros alunos, e as primeiras experiências vividas com os alunos que lhe proporciona uma
troca mútua de aprendizado.
O estudo do relacionamento professor estagiário/aluno trata de um tema de alta
complexidade, pois existem diversos fatores que estão envolvidos nesta problemática,
influenciando assim diretamente os atores fundamentais desse procedimento de ensino e
aprendizagem.
Os professores têm constatado que para alcançar os seus objetivos em sala tem que
haver um bom relacionamento entre professores e alunos.
os professor e alunos parecem divorciados: o professor sente
dificuldade em estar se relacionando com os alunos de forma aberta e
conveniente; alguns são autoritários e tradicionais, desejam que os
alunos sejam disciplinados, seguindo um currículo pré-estabelecido.
(MOREIRA, 2004, p. 1)
Por muitas vezes, o autoritarismo em excesso imposto pelos professores, como forma
de impor respeito, acaba gerando situações de conflitos com os alunos e prejudicando não só
o relacionamento entre ambos, mas também o aprendizado. Os alunos já se sentem oprimidos
pelas restrições e regras que a própria instituição impõe, e com o professor se comportando
como se fosse o dono da sala de aula agrava ainda mais o problema.
Um ingrediente essencial para que se tenha um bom relacionamento professor-aluno
é o diálogo, pois intensifica a interação das partes envolvidas num processo de ensino
aprendizado. A forma como o professor age coopera para que o aluno se sinta mais receptivo e
menos apreensivo. O educador deve estar sempre buscando uma forma de melhorar o
relacionamento, assim o professor conquistará o respeito dos seus alunos. E quando se
consegue
estabelecer
um
convívio
com
diálogo,
expressões ameaçadoras, que apenas transparece a falta domínio sobre a situação,
desaparecem, como: calem a boca! É para ser feito assim, pronto e acabou!
Assim, quando é criado um vínculo entre professor estagiário/aluno, gera um
ambiente de equilíbrio, onde o aluno respeita o professor como autoridade da sala de aula e o
professor respeita o aluno como ser humano em fase de formação de conhecimentos e valores.
MATERIAIS E MÉTODOS
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A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
A primeira fase do estágio compreendeu em observar as aulas ministradas pelos
professores regentes, analisar o desenvolvimento das aulas, bem como a disseminação dos
conteúdos abordados, e verificar a estrutura física do Colégio. É claro que averiguar a
recepção do estagiário por parte dos alunos.
A fase inicial do estágio permitiu um entendimento da estrutura da escola. A
aproximação com os demais profissionais da área da educação proporcionou uma troca mútua
de experiências. Além disso, oportunizou a compreensão do contexto escolar identificando
características do funcionamento interno e da relação da mesma com a comunidade.
A segunda fase consistiu em observar as aulas de matemática das três turmas do
Ensino Médio do Colégio Estadual Ariston Gomes da Silva. As aulas de matemática no
Colégio são divididas em duas áreas: Álgebra e Geometria. Sendo esta uma ótima sugestão
para as novas propostas educacionais. Essa fase possibilitou a aproximação da turma, que
posteriormente, desenvolveu-se o plano de ensino. E ainda, permitiu o reconhecimento de
uma problemática para estudo e aprofundamento posteriormente.
Para o desenvolvimento da terceira fase, a regência, o estagiário elaborou um Plano
de Ensino, com todos os momentos e estratégias metodológicas detalhadas sobre o conteúdo
de Matrizes. O objetivo do plano era formar os conceitos principais de matrizes, mostrando a
sua importância nas mais variadas áreas do conhecimento e a relação existente de matriz e
tabela. Além de despertar nos alunos a importância de se conhecer a construção história de
matrizes.
Para alcançar esses objetivos foram ministradas oito aulas de 45 minutos, sendo
todas acompanhadas pela professora responsável do Estágio Supervisionado II.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A avaliação tem como finalidade diagnosticar o conhecimento, a capacidade e as
competências dos alunos nas determinadas disciplinas nas fases escolares. O professor em
uma avaliação nunca deve priorizar apenas os resultados positivos, mas deve avaliar todo o
restante, ou seja, analisar os erros cometidos pelos alunos.
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista
reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é
classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O
ato de examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e, por isso
mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor
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resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que
é examinado. O ato de avaliar tem seu foco na construção dos
melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está
centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas
características e modos de ser, são atos praticamente opostos; no
entanto, professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana,
não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se
estivessem praticando avaliação. (LUCKESI, 2002, p. 5)
O processo avaliativo utilizado pelo estagiário no decorrer das aulas, ocorreu de
forma constante e acumulativa, através de resoluções de listas de exercícios, e de uma
verificação de aprendizagem, contendo sete questões, contemplando todos os conteúdos
trabalhados de matrizes, sendo que destas os alunos podiam escolher apenas seis para
resolver. O objetivo dessas avaliações era detectar o grau de aprendizagem de cada aluno. Os
resultados foram satisfatórios, mas alguns alunos não atingiram os conceitos principais de
matrizes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos notar que os resultados desse projeto apresentaram aspectos positivos
quanto à proposta trabalhada e houve uma melhora expressiva no relacionamento professor
estagiário/aluno.
O estagiário constatou que nas primeiras aulas os alunos não estavam participando
integralmente, pois foi neste momento em que houve a concepção da problemática
desenvolvida neste artigo. Um dos motivos dessa dificuldade encontra-se pelo fato do
estagiário não ter tido mais tempo de contato com a sala de aula antes da realização da
regência, e também, é claro pela falta de experiência de docência. Mas no decorrer das aulas,
o estagiário foi ganhando mais confiança e desenvoltura, conseguindo romper com essa
barreira de aceitação.
Assim, tendo passado essa estranheza inicial dos alunos com o estagiário e viceversa, a dificuldade encontrada para o relacionamento professor estagiário/aluno teve um
avanço significativo, acarretando uma melhora na aprendizagem dos alunos, alcançando
assim, os objetivos esperados pelo estagiário.
Não há dúvidas que para haver uma aprendizagem significativa é necessário que haja
o envolvimento de ambas as partes no processo ensino aprendizagem, pois assim, cria-se um
vínculo entre professor e aluno, indispensável para a realização de um bom estágio.
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A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
Portanto, o Estágio Supervisionado II possibilitou ao acadêmico a compreensão de
sua futura profissão, bem como estratégias para o bom relacionamento professor
estagiário/aluno. Com certeza, a visão de docência foi imensamente ampliada, e agora, é
possível entender a dinâmica da prática de um professor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARNEIROS, Reginaldo Fernando; PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion. Vivências de
professores de matemática em início de carreira na utilização das tecnologias da
informação e comunicação. Zetetiké – v. 17, n. 32, Unicamp: São Paulo, 2009. p. 101 – 134.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação Da Aprendizagem Na Escola E A Questão Das
Representações Sociais. Eccos Revista Científica, São Paulo, v. 4, n. 2, 2002, p. 79-88.
MORREIRA, Fábia Squarça Cabral. Dificuldades No Relacionamento Professor /Aluno:
Um Desafio A Superar. Revista Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, 14(29), 2004, p. 1-10.
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