I
N
F
Meio Ambiente
O
R
M
A
Ç
Õ
E
S
D
A
K
O
D
A
K
A Tecnologia de Recuperação da Prata para
Instalações de Processamento Fotográfico
Várias técnicas encontram-se
disponíveis para a remoção da prata
de soluções de processamento
fotográfico ricas em prata. Três
destas tecnologias são utilizadas em
basicamente todos os métodos
práticos de recuperação da prata.
São elas:
• Eletrólise
• Substituição metálica
• Precipitação
Além disso, a tecnologia de troca
iônica pode ser usada para tratar a
água servida com a finalidade de
remover a prata. Esta tecnologia é
comumente usada quando há a
necessidade de se atender a
requisitos rigorosos em relação a
despejos, e os custos de capital e
operacionais vêm em segundo
lugar.
Outras técnicas, tais como osmose
inversa, destilação e evaporação,
podem produzir uma lama de prata;
no entanto, elas simplesmente
alteram a concentração da prata,
sem realmente removê-la da
solução. Métodos que são utilizados
com sucesso em outras indústrias
para recuperar a prata, tais como
eletro-extração, podem não ser
aplicáveis a soluções de
processamento fotográfico, já que
tendem a causar uma decomposição
significativa da solução.
ELETRÓLISE
No processo da eletrólise, ou
recuperação eletrolítica da prata,
uma corrente contínua é passada
pela solução rica em prata, entre
um eletrodo positivo (o ânodo) e
um eletrodo negativo (o cátodo).
Durante este processo eletrolítico,
um elétron é transferido do cátodo
©Eastman Kodak Company, 1999
para a prata com carga positiva,
convertendo-a para o seu estado
metálico, e aderindo ao cátodo. Em
uma reação simultânea no ânodo, um
elétron é retirado de algumas espécies
químicas na solução. Na maioria das
soluções ricas em prata, este elétron
geralmente é proveniente do sulfito.
Célula Típica de Recuperação
Eletrolítica da Prata
Fonte de Corrente Contínua
+
-
J-227(PB) US$ 12,00
As publicações da Kodak sobre
saúde, segurança e meio
ambiente encontram-se
disponíveis para ajudá-lo a
administrar as suas operações
de processamento fotográfico de
forma segura, saudável e custo
eficaz em relação ao meio
Corrente
ambiente. Esta publicação faz
-
+
Cátodo
Ânodo
parte de uma série de artigos
sobre o tratamento da prata, cujo
Esta é uma visão geral da reação:
Cátodo:
Ag(S2O3)2–3 + e– →
Ag0 + 2(S2O3)–2
ou
Complexo de tiossulfato
de prata + Elétron →
Prata Metálica + Tiossulfato
Ânodo:
SO3–2 + H2O →
SO4–2 + 2H+ + 2e–
ou
Sulfito + Água →
Sulfato + Íons de Hidrogênio
+ Elétrons
A eletrólise produz uma prata
metálica quase pura, levemente
contaminada apenas por algumas
reações de superfície que também
ocorrem. O revestimento de prata
deve ter mais de 90% de pureza.
objetivo é ajudá-lo a otimizar a
sua recuperação. Ela o ajudará a
compreender o destino e os
efeitos da prata no meio
ambiente.
ELETRÓLISE TERMINAL
Em soluções com grande quantidade
de ferro, tais como bleach-fixes, o
revestimento de prata se dá com
maior eficácia em um estado um
pouco mais alcalino, ou seja, com um
pH mais alto. Talvez seja preciso
adicionar hidróxido de sódio,
carbonato de sódio ou bicarbonato de
sódio. Este procedimento deve ser
realizado em uma área bem
ventilada, sem ultrapassar um pH
de 8, caso contrário a amônia pode ser
liberada.
Este processo de recuperação
eletrolítica é eficaz e apresenta uma
boa relação de custo-eficácia,
utilizando equipamentos
reaproveitáveis, e pouca ou
nenhuma adição de substâncias
químicas. A eficácia do sistema
depende, entre outras coisas, da
disponibilidade de soluções ricas em
prata na superfície do cátodo. Nos
equipamentos atuais de recuperação
comercial, este processo é feito em
uma destas duas maneiras:
• O cátodo é movimentado dentro
da solução. A aplicação mais
comum é a célula de cátodo
giratório. A corrente negativa é
aplicada a um tambor giratório na
solução e o tambor recebe um
revestimento de prata. Devido à
alta eficiência da transferência de
massa nas células eletrolíticas
deste modelo, elas podem ser
usadas com êxito para tratar
bleach-fixes ricos em ferro dos
quais a prata é tradicionalmente
difícil de ser removida.
• O líquido é rapidamente bombeado
sobre o cátodo estacionário. Este
modelo geralmente tende a ser
relativamente menos eficaz que o
modelo de células de cátodo
giratório; no entanto, estas
unidades geralmente precisam de
menos manutenção.
A recuperação eletrolítica da prata
apresenta desvantagens. Tentativas
de acelerar o processo de
recuperação, ou despratear para
prata abaixo de 200 mg/L, através
de um aumento do tempo de
permanência na célula ou de um
aumento na densidade da corrente
2
(amperagem/área de superfície do
cátodo) no cátodo, produzirão um
revestimento de prata-sulfeto
escuro, fragmentável e de qualidade
inferior, o que reduz
significativamente a eficácia da
célula.
As soluções de bleach-fix,
principalmente, devem ser ajustadas
para um pH alcalino entre 7,8 e 8,0, a
fim de evitar que o complexo de
ferro se oxide e ressolubilize o
revestimento de prata. (Não se deve
deixar o bleach-fix em uma célula
quando ela estiver desligada, uma
vez que a solução pode
ressolubilizar ou dissolver a prata,
removendo-a do cátodo.)
Pode-se usar a eletrólise apenas
como tratamento primário.
Concentrações de prata pós-eletrólise
geralmente encontram-se na faixa de
várias centenas de miligramas por
litro (ppm). Se for necessário estar
dentro de um limite regulatório
baixo, deve-se usar algum outro tipo
de recuperação secundária da prata
como, por exemplo, substituição
metálica ou precipitação usando o
Agente de Recuperação da Prata
KODAK.
ELETRÓLISE EM LINHA
A recirculação da solução fixadora
eletrolítica em linha é usada em
algumas instalações de
processamento fotográfico. Com esta
tecnologia, a solução fixadora é
recirculada entre o tanque do
processador e uma unidade
especialmente projetada de
recuperação eletrolítica da prata.
Algumas destas unidades possuem
equipamentos eletrônicos que
controlam automaticamente a
concentração da prata na solução de
recirculação, geralmente em uma
faixa de 250 a 1.000 mg/L. Uma vez
que a concentração de prata na
solução fixadora tenha sido
diminuída de maneira significativa,
a prata encontrada no próximo
tanque de lavagem também é
reduzida, devido a uma menor
“passagem” de prata com o filme ou
papel para a lavagem durante o
processo.
Se for necessário, pode-se adicionar
mais sulfito à solução fixadora ou
pode-se usar uma solução fixadora
com uma formulação de alto
conteúdo de sulfito que compense a
Recirculação Eletrolítica em Linha da Solução Fixadora
PROCESSADOR
Taxa reduzida
de reforço
da solução fixadora
Passagem reduzida
de prata para
o tanque de lavagem
Tanque de
Solução
Fixadora
Recuperação
Eletrolítica
em Linha
Tanque
de
Lavagem
O Excedente
do Tanque passa
para o Terminal
de Recuperação
da Prata
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
depleção de sulfito durante a
eletrólise e a recirculação. Em alguns
processos, é possível ocorrer uma
redução de até 50% no reforço da
solução fixadora, já que um
equipamento com o ajuste adequado
não degrada significativamente a
maioria dos componentes da solução.
Deve-se otimizar o sistema de
recirculação monitorando a
concentração de prata no fluxo que
retorna ao tanque do processador. Isto
pode ser feito facilmente usando-se o
Kit para Teste Colorimétrico de Prata
KODAK ou o Papel de Teste para
Estimativa de Quantidade de Prata
KODAK.
Ao usar o equipamento de
recirculação eletrolítica, será
necessário realizar uma recuperação
adicional da prata no excedente
proveniente do tanque de solução
fixadora para recuperar a prata a um
nível que esteja suficientemente de
acordo com os limites regulatórios
locais.
SUBSTITUIÇÃO
METÁLICA
A base para a substituição metálica é a
redução feita pelo ferro metálico
(geralmente presente na forma de
“palha de aço”) do complexo
pratatiossulfato para prata elementar.
Os equipamentos comerciais que
podem ser usados para a recuperação
são muitas vezes chamados de
Cartuchos de Recuperação Metálica1
1. Os cartuchos utilizados no processo de
substituição metálica para a recuperação da
prata foram descritos como cartuchos de
recuperação química (CRCs), cartuchos de
recuperação metálica (MRCs) e cartuchos de
recuperação da prata (SRCs). A indústria
fotográfica tem evitado o termo SRC para se
precaver contra roubos de cartuchos durante o
transporte dos mesmos. O termo CRC
apresenta uma associação aproximada ao
produto Kodak original que era protegido por
uma patente americana. Conseqüentemente,
usamos MRC como termo genérico para nos
referirmos à substituição metálica.
(MRCs) ou Cartuchos de Recuperação
Química (CRCs).
A fonte de ferro mais comum é a
palha de aço fina, escolhida devido à
sua área de superfície. A palha de aço
é enrolada em um macho, ou é picada
e colocada em um cartucho. Alguns
fabricantes de cartuchos utilizam
outras formas, tais como partículas de
ferro coladas à fibra de vidro ou
partículas de resina impregnadas com
ferro, ou material de blindagem de
ferro enrolado. Para melhores
resultados, as soluções ricas em prata
são vagarosamente dosadas,
colocadas no cartucho e passadas por
um meio de ferro. A prata é deixada
para trás no cartucho, enquanto o
ferro é solubilizado e transportado
pela solução.
Da mesma forma que o processo
eletrolítico, a substituição metálica é
um processo de redução-oxidação.
Esta é uma visão geral da reação:
2Ag(S2O3)2–3 + Fe0 →
2Ag0 + Fe+2 + 4S2O3–2
ou
Complexo de Tiossulfato de Prata +
Ferro Metálico →
Prata Metálica + Ferro Iônico +
Tiossulfato
A concentração final de prata é
afetada pela baixa taxa de fluxo, área
de superfície do ferro, tempo de
contato, pH, concentração original
de prata e volume que passa pelo
cartucho. Se o MRC estiver
funcionando de maneira adequada,
a concentração de prata pode ser
reduzida para menos de 5 mg/L.
À medida que o cartucho é usado,
principalmente com a palha de aço,
canais ou desvios podem começar a
se formar. Este canais e desvios
aumentam com o tempo e,
eventualmente, a palha de aço pode
começar a entrar em colapso interno,
podendo ocorrer ruptura da prata
bem antes do ferro ser consumido. O
consumo do ferro em um MRC está
relacionado com o volume da
solução que passa pelo cartucho e
com o conteúdo de prata na solução,
além do seu pH.
A fim de evitar perdas
indesejáveis de prata e despejos
provenientes de um cartucho gasto,
o sistema geralmente é composto por
dois cartuchos em série.
Dois Cartuchos de Substituição Metálica
com Tanque de Armazenamento e Bomba de Dosagem
Soluções Ricas
em Prata Provenientes
do Processador ou da
Recuperação Eletrolítica
Válvula de
Amostragem
Tanque de
Armazenamento
MRC
MRC
Bomba de Dosagem
Solução Desprateada
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
3
Deve-se testar regularmente a
vazão do primeiro cartucho para
verificar se há ruptura de prata,
usando o Kit para Teste
Colorimétrico de Prata KODAK ou o
Papel de Teste para Estimativa de
Quantidade de Prata KODAK.
Quando o primeiro MRC estiver
gasto, remova-o da seqüência, passe
o segundo cartucho para a posição
dianteira e coloque um cartucho
novo na segunda posição.
Pode-se usar a substituição
metálica como tratamento primário
ou secundário (tratamento residual)
para soluções tratadas primariamente
com eletrólise. Não se pode reutilizar
soluções passadas por cartuchos de
substituição metálica para
processamentos fotográficos futuros,
já que tanto o ferro dissolvido como
outros subprodutos da reação
contaminarão a solução no tanque do
processador.
Da mesma forma que a eletrólise, a
substituição metálica tem as
suasdesvantagens. Ela pode não
reduzir significativamente as
concentrações de prata até os níveis
extremamente baixos que devem ser
obedecidos. Sem um bom controle da
taxa de fluxo e sem uma manutenção
adequada do sistema, podem ocorrer
variações aleatórias nas
concentrações de prata no efluente. É
relativamente caro refinar a lama de
prata proveniente dos cartuchos e,
freqüentemente, a prata recuperada
praticamente não compensa os
gastos com os materiais e
equipamentos usados para coletá-la.
A decisão de usar MVRs depende da
4
eficácia desejada em relação à
recuperação da prata e dos
regulamentos para despejos que
devem ser obedecidos. Alguns
regulamentos limitam o despejo de
ferro, podendo limitar também o uso
de MRCs.
PRECIPITAÇÃO
A precipitação pode remover a prata
das soluções ricas neste metal,
reduzindo-a a níveis extremamente
baixos. Quando aplicada de forma
adequada, os níveis podem ser
reduzidos até taxas baixas de ppm
(parte por milhão). Até
recentemente, a precipitação não era
amplamente usada como técnica de
recuperação de prata. Os agentes
tradicionalmente usados de
precipitação eram os sais de metais
alcalinos de sulfeto (sulfeto de sódio,
sulfeto de potássio, etc.) que formam
sulfeto de prata em solução; o
sulfeto de prata é removido por
filtragem.
A falta de aceitação em relação ao
processo de precipitação-filtragem
do sulfeto de prata pode ser
atribuída basicamente a dois fatores:
• Deve-se medir a concentração de
prata com precisão antes de se
adicionar o sulfeto, a fim de se
evitar tanto uma dosagem
excessiva quanto a emissão de gás
tóxico de sulfeto de hidrogênio.
Até recentemente, não havia
nenhuma técnica de análise fácil e
disponível para se medir a
concentração de prata antes do
tratamento.
• É difícil filtrar o precipitado de
sulfeto de prata, pois ele causa
obstruções no filtro. A
desprateação do sulfeto é mais
eficaz em instalações centralizadas
quando feita por uma equipe
treinada.
Outros procedimentos de
precipitação geralmente envolvem a
conversão da prata na solução para
um estado metálico através da adição
de compostos redutores fortes como
boroidretos. Estas técnicas são mais
Unidade de Recuperação da Prata KODAK SR-2000
Filtro
Tanque de
Coleta de
Efluente
Parte
A
Parte
B
Visão com
Corte Transverso
Bobinas dos Reatores
Para o Despejo
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
eficazes quando usadas por
companhias de serviço de solução ou
em instalações de tratamento
centralizadas que contam com uma
equipe de técnicos. Há sérias
questões em relação à segurança que
devem ser levadas em consideração
ao se manusear substâncias químicas
como boroidretos.
A Eastman Kodak Company
desenvolveu uma tecnologia de
precipitação para a recuperação da
prata nas próprias instalações. Esta
técnica de precipitação da prata
utiliza uma substância química
chamada Agente de Recuperação da
Prata KODAK (KODAK SRA). O
KODAK SRA produz um composto
insolúvel de prata mais fácil de ser
filtrado do que o sulfeto de prata. Em
muitos processos, os níveis de prata
podem ser reduzidos de forma
confiável e consistente até uma média
de menos ppm. Despejos
consistentemente pequenos de prata
e custos reduzidos são algumas das
vantagens do KODAK SRA.
Unidades comerciais encontram-se
disponíveis para várias aplicações.
Entres estas unidades, encontram-se
as que são exclusivamente projetadas
para grandes instalações de
processamento fotográfico e a
Unidade de Recuperação da Prata
KODAKSR-2000. A KODAK SR-2000
foi projetada para despratear até
75 galões por dia de soluções de
processamento fotográfico ricas em
prata em pequenas instalações como
minilaboratórios.
TROCA DE ÍONS
A troca de íons diz respeito à
substituição de um íon em uma
solução por um outro ligado a uma
grande molécula de polímero. O uso
mais comum de troca de íons é um
processo de geração de água doce. O
sistema de geração de água doce
basicamente consiste em uma coluna
de resina e em um tanque contendo
Sistema de Tratamento de Água de Lavagem Típico Utilizando Troca de Íon
Excedente de Soluç
es
õ
Ricas em Prata
(1.000 a 12.000 mg/L)
-
Excedente de
Água de Lavagem
(0,1 a 10 mg/L)
Coluna de
Troca de Íons
+
Corrente
Tanque de
Armazenamento
-
+
Cátodo
Ânodo
De 200 a
500 mg/L
Recuperaç
ão
Eletrolítica da Porç
ão
Excedente de
Lavagem e
Soluç
es
õ
Desprateadas
Dosadas
(Cerca de 20 mg/L)
Controlador de Condutividade
e Bomba de Dosagem
uma solução de sal usada para
regeneração da resina. O polímero, ou
resina, em forma de pequenas
partículas colocadas dentro das
colunas, é escolhido devido à sua
afinidade com certas substâncias
químicas dissolvidas que devem ser
removidas da solução.
Esta resina é tratada ou “ativada”,
tendo todos os seus pontos de troca
preenchidos por um íon de troca, como
o cloro ou o sódio, durante o ciclo de
regeneração. À medida que a solução a
ser tratada é passada pela coluna
preenchida pela resina, ela libera o seu
íon de troca, trocando por um outro de
maior preferência. No gerador de água
doce, esse íon pode se tornar um íon de
endurecimento da água, como, por
exemplo, o cálcio. Na água servida
proveniente do processamento
fotográfico, ele pode ser um complexo
de tiossulfato de prata.
A troca de íons funciona melhor
com soluções diluídas, tais como
água de lavagem. Geralmente, este
processo é usado quando se precisa
tratar águas de lavagem, a fim de se
alcançar limites de prata muito
baixos determinados nos
regulamentos. Um sistema bem
controlado de troca de íons pode
remover de 0,1 a 0,5 ppm de prata.
Infelizmente, instalações de
processamento fotográfico menores
<1 mg/L
para Despejo
podem não ser capazes de colocar em
funcionamento um sistema eficaz de
troca de íons devido ao espaço, custo
e experiência técnica necessários
neste processo.
A fim de tratar soluções mais
concentradas, pode-se combinar
água de lavagem e soluções
eletroliticamente desprateadas, e
tratá-las com troca de íons. As
soluções concentradas, depois da
recuperação primária da prata, são
dosadas e colocadas no tanque de
água de lavagem, a fim de manter
uma condutividade na lavagem de
cerca de 2000 a 2500 µScm
(microseimens por centímetros). Se o
nível de tiossulfato chegar a ser muito
alto, ele competirá pelos pontos de
troca na resina, resultando em uma
capacidade baixa e em passagem da
prata pela coluna.
Há duas situações de troca de íons
que diferem apenas quanto à etapa de
regeneração, onde a prata é removida
dos pontos ativos na resina.
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
5
• Regeneração por Elução —
Quando a coluna de troca de íons
está esgotada (ex., incapaz de
absorver qualquer prata
adicional), uma solução
concentrada de tiossulfato (hipo)
é passada através da coluna e
coletada separadamente. Esta
hipossolução separa a prata das
partículas de resina e a retira da
coluna. A seguir, a solução de
tiossulfato é desprateada
eletroliticamente. O excesso de
tiossulfato é enxaguado da
coluna, estando então pronto para
remover mais prata. Pode-se
guardar a solução de regeneração
de tiossulfato e usá-la novamente.
• Regeneração In-Situ — Quando a
coluna de troca de íon está
esgotada, uma solução diluída de
ácido sulfúrico é passada pela
camada de resina (não use ácido
nítrico). O ácido decompõe o
complexo de prata-tiossulfato
preso na resina. Um dos
subprodutos desta decomposição
é o sulfeto de prata, uma forma
extremamente insolúvel deste
metal, que é precipitado dentro da
própria partícula de resina. Os
pontos de troca da resina são
liberados para uma recuperação
futura da prata, enquanto o sulfeto
de prata permanece nas partículas.
Cada ciclo de regeneração utiliza
uma nova porção de ácido
sulfúrico diluído (2% por volume)
como regenerador. O regenerador
usado deve ser neutralizado antes
de ser descartado. Eventualmente,
começa a haver uma queda na
capacidade da resina, que passa a
precisar de regenerações mais
freqüentes. Quando for necessário
substituir a resina, remova a usada
e envie-a para refinação. Coloque
uma nova camada de resina na
coluna e ative-a através da
regeneração.
Os sistemas de troca de íons
produzem água relativamente limpa
que pode, em alguns casos, ser
reciclada através do sistema. Com
6
alguns recursos adicionais para
ajudar a reduzir o crescimento
orgânico e possivelmente destruir a
hipossolução (tiossulfato), a troca de
íon é a base para a maioria das
tecnologias de reutilização de água
de lavagem. É preciso ter um cuidado
excepcional para se manter as
propriedades de longa duração do
filme ou do papel quando estes são
processados com água de lavagem
recirculada.
OSMOSE INVERSA
A osmose inversa é um processo de
concentração através do qual os íons
são mantidos em um lado de uma
membrana semipermeável, enquanto
se permite que a água passe pela
membrana. Pode-se então tratar o
concentrado para se recuperar a prata.
Ainda mais do que no caso da troca de
íons, o custo, a manutenção e o espaço
necessário tendem a fazer com que esta
tecnologia não possa ser usada pela
maioria das instalações de
processamento fotográfico.
DESTILAÇÃO E
EVAPORAÇÃO
Estes são exemplos tradicionais de
técnicas de concentração. As duas
técnicas básicas são:
• Destilação — O efluente do
processamento fotográfico é
captado em um recipiente e
aquecido para que a água
evapore. Em alguns aparelhos, a
solução é realmente fervida e o
vapor é condensado. Em outros, a
solução simplesmente é aquecida
e lançada na atmosfera (por um
ventilador) para liberar a
umidade em evaporação. Apesar
de alguns equipamentos serem
capazes de produzir um bloco
sólido a partir dos efluentes, a
quantidade de energia necessária
para isso pode ser proibitiva, e os
efluentes de fotoprocessamento
tendem a liberar um odor forte e
desagradável. Uma autorização
para lançamentos de emissões
atmosféricas pode ser necessária
para se usar este tipo de
equipamento.
• Evaporação — A destilação a vácuo,
ou evaporação a baixa temperatura,
é um processo através do qual um
vácuo é retirado do recipiente
contendo os efluentes de
processamento fotográfico. Com
uma pressão suficientemente baixa,
a solução ferverá e o vapor d’água
será retirado do recipiente,
condensado e coletado. Estes
evaporadores geralmente podem
reduzir o volume do efluente em
até 90%, mas a despesa inicial com o
equipamento é relativamente alta.
A tecnologia de evaporação pode
ser útil onde não houver acesso
disponível a esgotamento sanitário
público ou quando os limites
regulamentais para a prata forem
tão rigorosos que exijam o
transporte de efluentes ricos em
prata para longe das instalações.
Ainda há necessidade de se tratar o
concentrado para a remoção da
prata. O vapor d’água coletado
conterá alguns materiais orgânicos,
um pouco de amônia e,
possivelmente, um pouco de sulfito.
Em alguns casos, ele pode servir
como água reutilizada para soluções
fixadoras novas ou para bleach-fix.
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
COMPARAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE RECUPERAÇÃO DA PRATA E TRATAMENTO
COM ÁGUA DE LAVAGEM
Eletrólise
Terminal
Eletrólise de
Recirculação em
Linha
Substituição
Metálica
Precipitação de
Sulfeto
Precipitação
KODAK SRA
Troca de Íons
(apenas para
águas de
lavagem)
Concentração
Inicial Típica de
Prata
2.000 a 12.000
mg/L
500 a 7.000
mg/L
Variável
Variável
> 250 mg/L
< 30 mg/L
Concentração
Final Típica de
Prata
50 a 250 mg/L
Ajustável geralmente 250 a
1.000 mg/L
0,5 a 15 mg/L
0,1 a 1,0 mg/L
0,3 a 1,5 mg/L
0,1 a 1,0 mg/L
Soluções
Tratáveis
Maioria das
soluções ricas em
prata
Soluções
Maioria das
Maioria das
Maioria das
Fixadoras em
soluções ricas em soluções ricas em soluções ricas em
certos processos
prata
prata
prata
Águas de
lavagem e
soluções muito
diluídas contendo
hipo
Custo de Capital
US$ 2.000 a
US$ 30.000
dependendo do
local e da
sofisticação do
equipamento
US$ 1.500 a
US$ 8.000
dependendo do
local e da
sofisticação do
equipamento
US$ 50 a
US$ 3.000
Precisa de um
tanque e de um
sistema de
bombeamento
para proporcionar
melhores
resultados
Custo
Operacional
Baixo
Baixo
Alto
Médio
Médio
Alto
Vantagens
Pode produzir
> 90% de prata
pura
Minimiza a
passagem de
prata para
lavagem
subseqüente;
reduz taxas de
reforço
Pode ser
relativamente
barato
Baixa
concentração de
prata constante
Baixa
concentração de
prata constante
Oferece baixa
concentração de
prata para águas
de lavagem
Desvantagens
Concentração
final de prata
relativamente
alta; geralmente
precisa de
“tratamento
residual”
(recuperação
secundária)
Difícil saber
quando se deve
Precisa de
Pode precisar de
fazer a
cuidados
ajustes
substituição;
profissionais a fim
eletrônicos;
despeja ferro,
de evitar
precisa de sistema
limitada devido a
liberação de
de tratamento
certos regulamentos gases perigosos;
terminal
difícil de filtrar
para esgotamento
sanitário
No momento não
se encontra
disponível para
todos os
processos
Cara; precisa de
manutenção
especializada
Grandes
instalações de
processamento
fotográfico e
minilaboratórios
Grandes
instalações de
processamento
fotográfico
Aplicação
Todas as
Todas as
instalações de
instalações de
processamento
processamento
fotográfico, exceto fotográfico,exceto
laboratórios
laboratórios muito
pequenos
pequenos
Todas as
instalações de
processamento
fotográfico
US$ 2.000 a
US$ 10.000
Equipamento
padrão não está
disponível
US$ 3.000 a
US$ 75.000
dependendo do
nível de
automação
US$ 10.000 a
US$ 100.000
Companhias de
serviço de
soluções
A Tecnologia de Recuperação da Prata para Instalações de Processamento Fotográfico • J-227(PB)
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MAIORES INFORMAÇÕES
Se você tiver perguntas sobre o meio ambiente ou
sobre segurança em relação aos produtos ou
serviços da Kodak, entre em contato com Kodak
Environmental Services no seguinte número de
telefone 1- 585-477-3194, entre 8:00 e 17:00 (horário
da Costa Leste).
A Kodak também mantém uma linha direta
sobre saúde funcionando durante 24 horas por dia
para responder qualquer pergunta sobre o
manuseio seguro de substâncias químicas usadas
na fotografia. Se você precisar de informações
sobre saúde em relação aos produtos Kodak, ligue
para 1-585-722-5151.
Os produtos e serviços descritos nesta publicação
podem não estar disponíveis em todos os países. Fora
dos Estados Unidos, entre em contato com o seu
representante Kodak local, ou com o seu fornecedor
habitual de produtos Kodak.
A Kodak possui várias publicações para ajudá-lo
com informações sobre os seus produtos,
equipamentos e métodos. Para obter uma lista das
publicações da Kodak, peça uma cópia de KODAK
Publication No. L-1, Kodak Index to Photographic
Information, e envie US$ 1,00 com o seu pedido
para Eastman Kodak Company, Department 412-L,
Rochester, New York 14650-0532.
As seguintes publicações encontram-se
disponíveis junto aos revendedores de produtos
Kodak. Você também pode encomendá-las
diretamente para a Kodak usando o formulário de
pedidos encontrado em KODAK Publication
No. L-1.
J-210
Sources of Silver in Photographic Processing
Facilities
J-211
Measuring Silver in Photographic Processing
Facilities
J-213
Refining Silver Recovered from Photographic
Processing Facilities
J-214
The Regulation of Silver in Photographic
Processing Facilities
Faxback System do Kodak Information Center
- Disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana Muitas das publicações de apoio técnico podem ser enviadas
para você por fax pelo
Kodak Information Center. Ligue para:
1-800-242-2424, ramal 33
Se você tiver alguma pergunta sobre os produtos da Kodak,
ligue para a Kodak.
Ou entre em contato com a Kodak on-line:
http://www.kodak.com/
Esta publicação foi impressa em papel reciclado contendo 50 por cento de fibra e 10 por cento de material após o uso feito pelo consumidor.
KODAK EASTMAN KODAK COMPANY • ROCHESTER, NY 14650
A Tecnologia de Recuperação da Prata
para Instalações de Processamento Fotográfico
KODAK Publication No. J-227(PB)
Kodak e “e” são marcas registradas.
7-98
Impresso nos E.U.A.
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