Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria,
Instituto Politécnico de Leiria
1º RELATÓRIO
SITUAÇÃO A NÍVEL URBANO
Equipa Técnica:
João Pedro Cruz da Silva
Luísa Maria Silva Gonçalves
Nuno Eduardo Norte Pinto
Andreia Sofia Matias Martins Pereira
ÍNDICE DE TEXTO
1.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 4
2.
CENTRAL DE TRANSPORTES................................................................................................................. 6
2.1
LOCALIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO ......................................................................................................... 6
2.2
CARACTERIZAÇÃO GERAL ....................................................................................................................... 7
2.2.1
Zonas de Embarque ......................................................................................................................... 7
2.2.2
Serviços de apoio aos utentes .......................................................................................................... 9
2.3
ENQUADRAMENTO INTERMODAL ........................................................................................................... 10
2.4
CONCLUSÕES.......................................................................................................................................... 10
3.
TRANSPORTES COLECTIVOS .............................................................................................................. 11
3.1
TRANSPORTE RODOVIÁRIO..................................................................................................................... 11
3.1.1
Serviço Expresso............................................................................................................................ 11
3.1.2
Serviço Interurbano....................................................................................................................... 13
3.1.3
Serviço Urbano.............................................................................................................................. 16
3.2
TRANSPORTE FERROVIÁRIO ................................................................................................................... 18
4.
PARAGENS ................................................................................................................................................. 19
4.1
METODOLOGIA UTILIZADA NO LEVANTAMENTO .................................................................................... 19
4.2
INFORMAÇÃO RECOLHIDA E ANÁLISES EFECTUADAS .............................................................................. 20
4.3
MATERIAL INFORMATIVO....................................................................................................................... 21
4.4
EQUIPAMENTO ....................................................................................................................................... 22
4.4.1
Paragens Urbanas......................................................................................................................... 22
4.5
ENQUADRAMENTO NA REDE VIÁRIA ...................................................................................................... 25
5.
ANÁLISE DA REDE DE TRANSPORTES URBANOS ......................................................................... 31
5.1
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 31
5.2
LINHAS URBANAS .................................................................................................................................. 32
5.2.1
Linha 1........................................................................................................................................... 33
5.2.2
Linha 2........................................................................................................................................... 38
5.2.3
Linha 3........................................................................................................................................... 41
5.2.4
Linha 4........................................................................................................................................... 45
5.2.5
Linha 5........................................................................................................................................... 50
5.2.6
Linha 6........................................................................................................................................... 54
5.2.7
Linha 7........................................................................................................................................... 58
5.2.8
Linha 8........................................................................................................................................... 63
5.3
ANÁLISE COMPARATIVA DAS VÁRIAS LINHAS URBANAS ....................................................................... 68
5.3.1
População Abrangida por Linha ................................................................................................... 68
5.3.2
Cobertura Temporal ...................................................................................................................... 71
5.3.3
Acessibilidade aos Equipamentos Urbanos................................................................................... 72
6.
MOBILIDADE ............................................................................................................................................ 77
6.1
ENQUADRAMENTO ................................................................................................................................. 77
6.2
METODOLOGIA ....................................................................................................................................... 78
6.3
ZONAMENTO .......................................................................................................................................... 79
6.4
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL..................................................................................................... 81
6.4.1
Caracterização .............................................................................................................................. 81
6.4.2
Análise de Mobilidade ................................................................................................................... 86
6.5
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAS UTILIZADORES ....................................................................................... 91
7.
CONCLUSÕES ........................................................................................................................................... 97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 100
ANEXO 1 – INQUÉRITOS REALIZADOS ................................................................................................... 101
ANEXO 2 – HORÁRIOS DAS LINHAS URBANAS..................................................................................... 102
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
i
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 2.1 - ENQUADRAMENTO DA CENTRAL RODOVIÁRIA NA ÁREA URBANA DE LEIRIA ..................................... 6
FIGURA 2.2 - CONFIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA DA CENTRAL RODOVIÁRIA ............................................................... 7
FIGURA 3.1 - REDE FERROVIÁRIA .......................................................................................................................... 18
FIGURA 4.1 - RECOLHA DE DADOS SOBRE AS PARAGENS E INSERÇÃO NO SIG........................................................ 20
FIGURA 4.2 - PARAGEM EM PLENA VIA .................................................................................................................. 26
FIGURA 4.3 - PARAGEM COM RESGUARDO ............................................................................................................. 26
FIGURA 4.4 - PARAGEM SEGREGADA ..................................................................................................................... 26
FIGURA 4.5 - EXEMPLO DE UMA PARAGEM EM PLENA VIA NUMA VIA DE DISTRIBUIÇÃO LOCAL (REPRESENTADAS A
VERMELHO) ...................................................................................................................................................... 28
FIGURA 4.6 – EXEMPLO DE UMA PARAGEM EM PLENA VIA NUMA VIA DISTRIBUIDORA PRINCIPAL (REPRESENTADAS A
AZUL) .............................................................................................................................................................. 28
FIGURA 5.1 - FLUXOGRAMA DE ANÁLISE À REDE DE TRANSPORTES PÚBLICOS ....................................................... 31
FIGURA 5.2 - LINHAS URBANAS NA CIDADE DE LEIRIA .......................................................................................... 33
FIGURA 5.3 - PERCURSO DA LINHA 1 ..................................................................................................................... 34
FIGURA 5.4 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 1 ..................................................... 35
FIGURA 5.5 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 1 .................................................. 36
FIGURA 5.6 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 1........................................................................ 37
FIGURA 5.7 – PERCURSO DA LINHA 2..................................................................................................................... 38
FIGURA 5.8 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 2 ..................................................... 39
FIGURA 5.9 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 2................................................... 40
FIGURA 5.10 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 2...................................................................... 41
FIGURA 5.11 - PERCURSO DA LINHA 3.................................................................................................................... 42
FIGURA 5.12 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 3.................................................... 43
FIGURA 5.13 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 3................................................. 44
FIGURA 5.14 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 3...................................................................... 45
FIGURA 5.15 - PERCURSO DA LINHA 4.................................................................................................................... 46
FIGURA 5.16 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 4.................................................... 47
FIGURA 5.17 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 4................................................. 48
FIGURA 5.18 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 4...................................................................... 49
FIGURA 5.19 - PERCURSO DA LINHA 5.................................................................................................................... 50
FIGURA 5.20 - SENTIDOS DE TRÂNSITO DA LINHA 5 ............................................................................................... 51
FIGURA 5.21 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 5.................................................... 52
FIGURA 5.22 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 5................................................. 53
FIGURA 5.23 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 5...................................................................... 54
FIGURA 5.24 - PERCURSO DA LINHA 6.................................................................................................................... 55
FIGURA 5.25 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 6.................................................... 56
FIGURA 5.26 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 6................................................. 57
FIGURA 5.27 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 6...................................................................... 58
FIGURA 5.28 - PERCURSO DA LINHA 7.................................................................................................................... 59
FIGURA 5.29 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 7.................................................... 60
FIGURA 5.30 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 7................................................. 61
FIGURA 5.31 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 7...................................................................... 62
FIGURA 5.32 - PERCURSO DA LINHA 8.................................................................................................................... 64
FIGURA 5.33 - DENSIDADES VERIFICADAS NUM CORREDOR DE 600M À LINHA 8.................................................... 65
FIGURA 5.34 - DENSIDADES POPULACIONAIS A 300M DAS PARAGENS DA LINHA 8................................................. 66
FIGURA 5.35 - NÚMERO DE PASSAGENS NAS PARAGENS DA LINHA 8...................................................................... 67
FIGURA 5.36 - POPULAÇÃO NUM CORREDOR DE 600M ÀS LINHAS VERSUS POPULAÇÃO A 300M DAS PARAGENS .... 68
FIGURA 5.37 - POPULAÇÃO MÉDIA POR PONTO DE PARAGEM EM CADA LINHA ....................................................... 69
FIGURA 5.38 - POPULAÇÃO ABRANGIDA NUM CORREDOR DE 600M POR KM DE LINHA ........................................... 70
FIGURA 5.39 - COBERTURA TEMPORAL DAS PARAGENS E DENSIDADES POPULACIONAIS ........................................ 72
FIGURA 5.40 - LINHAS E EQUIPAMENTOS URBANOS ............................................................................................... 73
FIGURA 6.1 - ZONAMENTO DO CONCELHO DE LEIRIA ............................................................................................. 80
FIGURA 6.2 - ZONAMENTO DA ZONA URBANA DA CIDADE DE LEIRIA ..................................................................... 81
FIGURA 6.3 - ESTRUTURA ETÁRIA DOS UTILIZADORES ACTUAIS ............................................................................ 82
FIGURA 6.4 - DISTRIBUIÇÃO OCUPACIONAL DOS UTILIZADORES ACTUAIS.............................................................. 82
FIGURA 6.5 - MODO DE TRANSPORTE NO ACESSO AO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICOS .................................... 83
FIGURA 6.6 - FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DOS TRANSPORTES PÚBLICOS.............................................................. 83
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
ii
FIGURA 6.7 - MOTIVO DE VIAGEM.......................................................................................................................... 84
FIGURA 6.8 - TÍTULO DE VIAGEM ........................................................................................................................... 84
FIGURA 6.9 - DISTRIBUIÇÃO DAS ORIGENS E DOS DESTINOS NA ZONA URBANA...................................................... 88
FIGURA 6.10 - DISTRIBUIÇÃO DO GRAU DE LIGAÇÃO ............................................................................................. 90
FIGURA 6.11 - ESTRUTURA ETÁRIA DOS UTILIZADORES POTENCIAIS ...................................................................... 92
FIGURA 6.12 - DISTRIBUIÇÃO OCUPACIONAL DOS UTILIZADORES POTENCIAIS ....................................................... 92
FIGURA 6.13 - MODO DE TRANSPORTE ANTES DESTA VIAGEM ............................................................................... 93
FIGURA 6.14 - MODO DE TRANSPORTE DEPOIS DESTA VIAGEM .............................................................................. 93
FIGURA 6.15 - FREQUÊNCIA DE REALIZAÇÃO DESTA VIAGEM ................................................................................ 94
FIGURA 6.16 - NECESSIDADE DE TRANSPORTES AO LONGO DA SEMANA ................................................................ 94
FIGURA 6.17 - GRAU ESTIMADO DE SATISFAÇÃO GLOBAL SOBRE O SISTEMA DE TRANSPORTES PÚBLICOS ............. 95
FIGURA 6.18 - ADESÃO AO SISTEMA DE TRANSPORTES PÚBLICOS .......................................................................... 96
ÍNDICE DE FOTOS
FOTO 4.1 - EXEMPLO DE UM ABRIGO TIPO CML .................................................................................................... 24
FOTO 4.2 - EXEMPLO DE UM ABRIGO TIPO JCDECAUX ........................................................................................... 24
FOTO 4.3 - EXEMPLO DE UM MASTRO DE SINALIZAÇÃO DE PARAGEM .................................................................... 25
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1.1 - PEÇAS DESENHADAS DO PRESENTE RELATÓRIO .................................................................................. 5
TABELA 3.1 - REDE NACIONAL DE EXPRESSOS - ALGUNS DADOS .......................................................................... 11
TABELA 3.2 - FREQUÊNCIA DOS EXPRESSOS EM LEIRIA ........................................................................................ 13
TABELA 3.3 - FREQUÊNCIA DAS CARREIRAS INTERURBANAS ................................................................................. 15
TABELA 3.4 - FREQUÊNCIA DAS CARREIRAS URBANAS EXISTENTES ....................................................................... 17
TABELA 4.1 – QUANTIDADE DE PARAGENS DE AUTOCARRO COM EQUIPAMENTO INFORMATIVO SEGUNDO AS
LINHAS URBANAS ........................................................................................................................................... 21
TABELA 4.2 - MATERIAL INFORMATIVO NAS PARAGENS URBANAS ........................................................................ 22
TABELA 4.3 - EQUIPAMENTO EXISTENTE NAS PARAGENS URBANAS ....................................................................... 22
TABELA 4.4 – QUANTIDADE DE PARAGENS DE AUTOCARRO COM EQUIPAMENTO AS LINHAS URBANAS ................. 23
TABELA 4.5 - TABELA 4.5 - TIPO DE PARAGEM SEGUNDO O SEU ENQUADRAMENTO NA REDE VIÁRIA .................... 29
TABELA 4.6 - TIPO DE PARAGEM SEGUNDO AS LINHAS URBANAS........................................................................... 29
TABELA 4.7 - TIPO DE PARAGEM SEGUNDO O SEU ENQUADRAMENTO NA REDE VIÁRIA POR LINHA ........................ 29
TABELA 5.1 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS DIVERSAS LINHAS ..................................................................... 70
TABELA 5.2 - PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS COLECTIVOS SEGUNDO AS LINHAS URBANAS ....................................... 74
TABELA 6.1 - GRAU DE SATISFAÇÃO DOS UTENTES SOBRE O SISTEMA DE TRANSPORTES PÚBLICOS ....................... 85
TABELA 6.2 - GRAU DE SATISFAÇÃO DOS UTENTES SOBRE A CENTRAL DE TRANSPORTES ...................................... 86
TABELA 6.3 - NÚMERO DE VIAGENS TOTAIS POR LINHA ......................................................................................... 86
TABELA 6.4 - DADOS DE VIAGENS POR ZONA URBANA ........................................................................................... 87
TABELA 6.5 - AVALIAÇÃO DO SERVIÇO POR UTILIZADORES POTENCIAIS................................................................ 95
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
iii
1. Introdução
Refere-se o presente relatório à primeira fase do estudo “Mobilidade no Concelho de
Leiria”. Pretende-se nesta fase efectuar a caracterização dos aspectos mais relevantes
associados à mobilidade na zona Urbana de Leiria. A fase seguinte, a tratar no segundo
relatório deste estudo, aborda a mesma temática mas a uma escala concelhia e regional.
No que se refere à estruturação este documento é composto por sete capítulos incluindo a
presente introdução.
No capítulo dois efectua-se uma caracterização da actual Central de Transportes, localizada
na zona central da cidade de Leiria, sendo abordadas questões inerentes ao funcionamento
deste equipamento. São descritos os serviços existentes, nomeadamente, no que concerne
às diversas possibilidades de deslocação oferecidas, sendo também abordada a questão da
interligação modal da Central de Transportes.
Os transportes oferecidos, ao nível concelhio, no que se refere ao serviço expresso,
interurbano e urbano são apresentados no capítulo três.
O capítulo quatro, é dedicado ao estudo das situações inerentes às zonas de interface peãotransporte público do sistema de transportes, ou seja das paragens de autocarro. Foram
apenas inseridos e comentados os dados referentes às paragens urbanas pelas razões já
supracitadas. É igualmente de salientar, que a gestão da informação recolhida no decurso
do levantamento efectuado a este sub-sistema foi efectuada recorrendo a um Sistema de
Informação Geográfica (SIG). Esta metodologia tem a vantagem de gerar uma poderosa
ferramenta de suporte a diversas análises bem como da gestão e manutenção de todo o
sistema. Por conseguinte, é recomendável que a base de dados e SIG agora formados sejam
objecto de actualizações periódicas de modo a não desperdiçar o trabalho levado a cabo.
O capítulo cinco tem como objectivo efectuar uma avaliação das linhas urbanas
nomeadamente no que se refere à sua adaptação às características de ocupação territorial
da cidade de Leiria. Recorrendo às potencialidades do SIG elaborado são assim analisados
os percursos, frequências e localização das paragens face às características de ocupação
territorial da cidade de Leiria e às necessidades de mobilidade local.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
4
No capítulo seis são expostos os resultados e tendências inferidas a partir dos resultados
dos inquéritos realizados aos actuais utilizadores dos transportes públicos, bem como aos
potenciais utilizadores. Estes dados, permitem avaliar e identificar os aspectos positivos e
negativos do actual sistema de transporte urbano.
Este relatório é encerrado com o capítulo sete no qual são expostas as principais
conclusões decorrentes das diversas análises efectuadas neste estudo.
Para além do presente texto que conjuntamente com os anexos compõem as peças escritas
este relatório inclui igualmente as peças desenhadas constantes da Tabela 1.1.
Tabela 1.1 - Peças desenhadas do presente relatório
Número
Título
1
Linhas Urbanas de Transporte Colectivo Existentes
2
Linha Urbana N.º 1
3
Linha Urbana N.º 2
4
Linha Urbana N.º 3
5
Linha Urbana N.º 4
6
Linha Urbana N.º 5
7
Linha Urbana N.º 6
8
Linha Urbana N.º 7
9
Linha Urbana N.º 8
10
Densidade Populacional/Número de Passagens de
Autocarros
11
Origens e Destinos de Viagem a Nível Concelhio
12
Grau de Ligação Funcional a Nível Concelhio
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
5
2. Central de Transportes
2.1 Localização e Enquadramento
A Central de Transportes de Leiria situa-se no centro da cidade, num dos principais
núcleos comerciais da zona urbana, a Avenida Heróis de Angola. Trata-se de uma rua de
sentido único com duas vias de trânsito com uma circulação automóvel diária significativa.
Esta Avenida pode considerar-se como sendo uma via distribuidora local. Este
enquadramento viário traz algumas desvantagens pois implica o acesso de volumes
elevados de autocarros a uma zona que tendencialmente está vocacionada para privilegiar a
acessibilidade e a vivência urbana.
A central é ladeada por dois parques de estacionamento de superfície, ambos tarifados e de
duração limitada. Existe, ainda, nas suas imediações, um parque de estacionamento
subterrâneo tarifado (Figura 2.1).
Figura 2.1 - Enquadramento da Central Rodoviária na área urbana de Leiria
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
6
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2
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Figura 2.2 - Configuração esquemática da Central Rodoviária
2.2 Caracterização Geral
2.2.1 Zonas de Embarque
São doze as zonas de embarque, indicadas na Figura 2.2, pelo n.º 7, distribuídas de acordo
com os seguintes destinos
1. Rede Nacional de Expressos
2. Rede Nacional de Expressos
3. Rede Nacional de Expressos
4. Fátima / Praia da Vieira / Tomar
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
7
5. Alcobaça / Caldas da Rainha / Marinha Grande / Nazaré / Monte Real / Peniche /
Torres Vedras
6. Albergaria dos Doze / Colmeias / Vermoil
7. Batalha / Mira d’Aire / Porto de Mós / Torres Novas
8. Maceira Liz / Pataias / Porto Carro
9. Bidoeira / Janardo / Marrazes / Milagres
10. Caranguejeira / Espitel / Memória
11. Figueira da Foz / M. Ondas / Guia
12. Conqueiros / Grou / Moita da Redonda
As zonas de embarque encontram-se devidamente assinaladas por meio de painéis
informativos.
O número de estacionamentos demarcados para autocarros são doze, coincidindo com o
número de zonas de embarque e de linhas servidas (Figura 2.2, n.º 8). No entanto, podem
estacionar em paralelo mais dois autocarros numa das duas portas de saída.
São duas as zonas de espera agregadas às zonas de embarque, uma relativa às linhas 1 a 6 e
outra relativa às linhas 7 e 12. A primeira caracteriza-se por apresentar um espaço
deficitário, com mobiliário insuficiente e bastante degradado (Figura 2.2, n.º 7). O piso está
em mau estado de conservação e o espaço tem iluminação insuficiente. A segunda zona é
recente ou foi sujeita a obras de beneficiação. Deste modo, o mobiliário está em boas
condições, bem como o piso. O espaço é bem iluminado por meio de luz natural. O passeio
para os passageiros é bem dimensionado. Ambas as zonas têm cerca de 18 metros de
extensão.
De realçar que toda a central é fechada, inclusivé a zona dedicada aos autocarros, causando
frequentemente uma concentração elevada de gases poluentes provenientes dos motores
em funcionamento dos veículos. O ambiente fechado também proporciona uma maior
concentração de ruído resultante dos motores dos autocarros. O espaço caracteriza-se,
ainda, por ter iluminação insuficiente.
Outra situação a referir é a falta de qualidade de som da informação prestada aos utentes,
que gera situações potenciais de confusão por parte dos utilizadores.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
8
2.2.2 Serviços de apoio aos utentes
As casas de banho são pouco iluminadas, com limpeza deficiente e em estado de
conservação razoável (Figura 2.2, n.º 10). Prevêem o acesso a pessoas com mobilidade
condicionada e dispõem de casa de banho própria.
O bar apresenta iluminação artificial insuficiente (Figura 2.2, n.º 9). O espaço não permite
a colocação de mesas e cadeiras. O mobiliário e piso existentes encontram-se em mau
estado de conservação.
O quiosque localiza-se contíguo ao acesso de entrada dos autocarros. A segregação dos
espaços é feita com o recurso a um passeio estreito e pilaretes, ligados por meio de
correntes metálicas. Este apresenta uma área reduzida.
As bilheteiras encontram-se no acesso directo dos utentes à Central Rodoviária. São três
bilheteiras que para além de prestarem o serviço de venda de bilhetes e de passes, dispõem,
ainda, do serviço de informações diversas. Existe, ainda, um balcão afecto ao serviço de
expedição de encomendas. O espaço oferece ainda algumas cadeiras de apoio (Figura 2.2,
n.º4) para situações de espera. Não existe informação afixada nas paredes. No entanto a
Central dispõe de folhetos informativos relativos a cada carreira existente para
fornecimento ao público quando solicitado.
A sala de espera localiza-se junto às bilheteiras. O mobiliário (cadeiras e caixotes do lixo)
estão em bom estado. O pavimento do piso encontra-se bastante danificado. O espaço tem
cerca de 12 cadeiras à disposição dos utentes, o que parece, à primeira vista, insuficiente.
No entanto estes lugares nunca se encontram lotados. Esta situação, deve-se ao facto de
provavelmente não existir a percepção da informação oral prestada pelo operador
(condições sonoras débeis conforme anteriormente referido) e das zonas de embarque e de
espera disporem de uma oferta de cadeiras razoável. Existem, ainda, dois painéis
informativos, um relativo ao serviço de Expressos entre o Algarve e Leiria e, outro,
relativo à informação das zonas de embarque. Relativamente às condições de luminosidade
e arejamento, trata-se de uma área bem iluminada (luz natural complementada com luz
artificial) e bem arejada por meio das portas de acesso directo ao exterior.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
9
2.3 Enquadramento Intermodal
A integração com os vários modos de transporte é satisfatória sendo de assinalar que dado
que a Central Rodoviária se sita no centro da cidade, existe, também, uma boa integração
com o modo pedonal.
Por outro lado, os parques de estacionamento limítrofes que permitem uma integração com
o transporte individual é menos favorável em virtude de se tratarem de estacionamentos de
utilização onerosa e de duração limitada.
No que respeita aos táxis, a integração é satisfatória, dado que existe no mesmo parque de
estacionamento uma praça para cerca de dez veículos.
2.4 Conclusões
Da análise efectuada no presente capítulo podem ser sintetizados os seguintes aspectos:
•
A localização central facilita a interligação com o modo pedonal. No entanto tem,
igualmente uma vertente negativa dado que “traz” para uma zona central da cidade
todo o tráfego gerado, designadamente, pelos serviços expressos e interurbanos;
•
Não existem nas proximidades da central locais de estacionamento que possam
fomentar deslocações intraurbanas do tipo Park and Ride;
•
Relativamente às instalações e serviços de apoio colocados à disposição dos utentes
verifica-se que estes podem ser alvo de melhoria de modo a melhorar o
funcionamento do sistema;
Como sumula do exposto pode referir-se que seria vantajoso para os utentes, operadores do
transporte publico e para o funcionamento da rede viária da cidade de Leiria a deslocação
da Central de Transportes para um local inserido junto a uma via de distribuição principal
que ofereça boas condições de acessibilidade à rede viária de âmbito nacional e que
disponha de um espaço de estacionamento vocacionado para longas durações.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
10
3. Transportes Colectivos
3.1 Transporte Rodoviário
3.1.1 Serviço Expresso
Este serviço é assegurado pela Rede Nacional de Expressos, que cobre todo o país.
“A Rede Nacional de Expressos surgiu em 1995, com a missão de assegurar o transporte público de
passageiros e mercadorias entre as principais cidades e vilas de Norte a Sul de Portugal.
Actualmente, com uma rede de concessões de 42 mil quilómetros, a Rede Nacional de Expressos
assegura a ligação entre centenas de destinos, várias vezes ao dia, garantindo um elevado padrão de
qualidade e segurança, o que a torna preferida por milhões de passageiros.”1.
As viaturas utilizadas neste serviço estão em bom estado de conservação e têm um ou dois
andares com uma lotação de 53 a 63 lugares sentados.
De referir que a Rede Nacional de Expressos tem entre os principais accionistas a
Rodoviária do Tejo. Na Tabela 3.1 são apresentados os principais indicadores da Rede
Nacional de Expressos.
Tabela 3.1 - Rede Nacional de Expressos - alguns dados
Principais Indicadores
N.º Viaturas
2001
200
2
33452
2
4212
Km. percorridos (10 )
N.º Passageiros (10 )
2
Vol. Negócios (esc. 10 )
30170
Fonte: www.rede-expressos.pt
777/
6
/
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
11
A rede de expressos abrange destinos como Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Évora,
Famalicão, Lisboa, Porto, Santarém, Viseu, entre outros. As linhas que servem
directamente Leiria são:
1. Coimbra – Leiria - Torres Novas – Santarém – Évora
2. Abrantes – Leiria – Coimbra – Porto – Guimarães
3. Coimbra – Leiria
4. Aveiro – Figueira da Foz – Leiria – Lisboa
5. Braga – Porto – Coimbra – Leiria – Fátima – Lisboa
6. Leiria – Lisboa
7. Leiria – Rio Maior – Lisboa
8. Braga – Porto – Leiria
9. Braga – Porto – Coimbra – Leiria – Faro – Vila Real de S.to António
10. Braga – Porto – Coimbra – Leiria – Peniche
11. Leiria – Caldas da Rainha – Lisboa
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
12
Tabela 3.2 - Frequência dos expressos em Leiria
Expresso/Frequência
Dias úteis
Sábados
Domingos
Feriados
Coimbra – Leiria - Torres Novas –
Santarém – Évora
Évora - Santarém – Torres Novas Leiria – Coimbra
Abrantes – Leiria – Coimbra – Porto
– Guimarães
Guimarães - Porto – Coimbra –
Leiria – Abrantes
Coimbra – Leiria
3
3
3
3
3
3+1(de 01/10 a
30/06)
3
1
1
1
1
1
1
1
1
9+1(de 01/07 a
15/09)
9+1(de 01/07 a
15/09)
9+1(de 01/07 a
15/09)
9+1(de 01/07 a
15/09)
9+1(de 01/07 a
15/09)
8+1(de 01/07 a
15/09)
3
3
8+1(de 01/07 a
15/09)
9+1(de 01/07 a
15/09) +1 (de
01/10 a 30/06)
3
3
3
3
3
11
10
11
12
11
11
12
10
14
16
9
7
7+2(de 01/07 a
15/09)
11
13
9
7
7+2(de 01/07 a
15/09)
10
15
7
6
6+2(de 01/07 a
15/09)
Leiria – Porto - Braga
10+1(de 01/07 a
15/09)
10+1(de 01/07
a 15/09)
Braga – Porto – Coimbra – Leiria –
Faro – Vila Real de S.to António
Vila Real de S.to António– Faro–
Leiria– Coimbra– Porto - Braga
Braga – Porto – Coimbra – Leiria –
Peniche
Peniche – Leiria – Coimbra – Porto
– Braga
Leiria – Caldas da Rainha – Lisboa
Lisboa - Caldas da Rainha - Leiria
3+3 (de 01/07 a
15/09)
4+2 (de 01/07 a
15/09)
5
3+3 (de 01/07
a 15/09)
4+2 (de 01/07
a 15/09)
4
9
15
7
8
6+2(de 01/07 a
15/09) +2(de
01/10 a 30/06)
8+1(de 01/07 a
15/09) +2(de
01/10 a 30/06)
2+3 (de 01/07 a
15/09)
4+2 (de 01/07 a
15/09)
4
2+3 (de 01/07 a
15/09)
4+2 (de 01/07 a
15/09)
4
6
5
5
5
7
7
3
3
3
3
3
3
Leiria - Coimbra
Aveiro – Figueira da Foz – Leiria –
Lisboa
Lisboa Leiria – Figueira da Foz –
Aveiro
Braga – Porto – Coimbra – Leiria –
Fátima – Lisboa
Lisboa - Fátima – Leiria - Coimbra –
Porto - Braga
Leiria – Lisboa
Lisboa – Leiria
Leiria – Rio Maior – Lisboa
Lisboa - Rio Maior - Leiria
Braga – Porto – Leiria
3
3
9+1(de 01/07 a
15/09)
Fonte: Rodoviária do Tejo
A rede de expressos oferece uma frequência bastante satisfatória quer nos dias úteis quer
aos sábados, domingos e feriados.
3.1.2 Serviço Interurbano
O serviço interurbano assegura a ligação entre a cidade de Leiria, as freguesias exteriores à
zona urbana e os concelhos vizinhos.
A tipologia de veículo utilizada é o autocarro regular com uma lotação de 53 lugares
sentados.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
13
Existem cerca de 30 linhas interurbanas. São elas:
1. Colmeias – Leiria
2. Lagoa da Pedra – Leiria
3. Leiria – Vermoil (Estação)
4. Leiria – Santiais
5. Bidoeira de Cima – Chãs – Leiria
6. Casal do Pilha – Leiria
7. Leiria – Milagres
8. Leiria – Porto Carro
9. Cruz da Légua – Leiria
10. Leiria – Pataias
11. Coudiceira – Leiria
12. Leiria – Vale da Bajouca
13. Grou – Leiria
14. Leiria – Vieira de Leiria
15. Leiria – Marinha Grande
16. Leiria – Praia da Vieira
17. Figueira da Foz – Leiria
18. Alcobaça – Leiria
19. Leiria – Torres Vedras
20. Leiria – Peniche
21. Leiria – Torres Novas
22. Batalha – Leiria
23. Leiria – Santarém
24. Leiria – Cardosos – Ourém
25. Leiria – Espite – Ourém
26. Espite – Leiria
27. Leiria – Tomar
28. Leiria – Batalha - Porto de Mós
29. Leiria – Reguengo de Fetal – Porto de Mós
30. Monte Redondo – Vieira de Leiria
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
14
Tabela 3.3 - Frequência das carreiras interurbanas
Carreira/Frequência
Dias úteis
Colmeias – Leiria
Leiria - Colmeias
Lagoa da Pedra – Leiria
Leiria - Lagoa da Pedra
Leiria – Vermoil (Estação)
Vermoil (Estação) - Leiria
Leiria – Santiais
Santiais - Leiria
Bidoeira de Cima – Chãs – Leiria
Leiria – Chãs – Bidoeira de Cima
Casal do Pilha – Leiria
Leiria - Casal do Pilha
Leiria – Milagres
Milagres - Leiria
Leiria – Porto Carro
Porto Carro - Leiria
Cruz da Légua – Leiria
Leiria - Cruz da Légua
Leiria – Pataias
Pataias - Leiria
1
1
1
1
1
3
3
3
3
6
8
4
4
1
1
3
2
Dias úteis
períodos
escolares
2
1
2
2
3
3
2
3
6
5
5
2
5
4
2
4
Coudiceira – Leiria
Leiria - Coudiceira
Leiria – Vale da Bajouca
2
2
1
Vale da Bajouca - Leiria
2
1
Grou – Leiria
Leiria - Grou
Leiria – Vieira de Leiria
Vieira de Leiria - Leiria
Leiria – Marinha Grande
4
3
5
6
21
1
2
3
3
2
Marinha - Grande Leiria
22
2
Leiria – Praia da Vieira
Praia da Vieira - Leiria
Figueira da Foz – Leiria
Leiria - Figueira da Foz
Alcobaça – Leiria
5
10
8
8
10
5
1
1
Leiria - Alcobaça
7
-
Leiria – Torres Vedras
Torres Vedras - Leiria
Leiria – Peniche
Peniche - Leiria
Leiria – Torres Novas
Torres Novas - Leiria
Batalha – Leiria
Leiria - Batalha
Leiria – Santarém
Santarém - Leiria
Leiria - Cardosos - Ourém
Ourém - Cardosos – Leiria
Leiria – Espite – Ourém
Ourém - Espite – Leiria
Espite – Leiria
Leiria - Espite
5
9
2
2
3
3
4
5
2
4
2
1
1
1
1
3
3
4
2
2
1
2
2
2
7
6
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
Dias úteis
Sábados
férias
excepto
escolares
feriados
1
2
1
1
1
1
1
1
1
3
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1 + 1 (de 01/07
a 14/09) +1 (
de 16/09 a
30/06)
2
2 (de 01/07 a
14/09)
1
1 (de 01/07 a
14/09)
1
1
2
1
1 + 2 ( de
16/09 a 30/06)
1
1 + 3 ( de
16/09 a 30/09)
4
1
-
1
1
7
5
2
1
1
1
1
3
1
2
-
1
2
1
1
1
1
1
Domingos e
feriados
2(de 01/07 a
14/09)
1 (de 01/07
a 14/09)
3
2 + 1 ( de
16/09 a
30/06)
3
3
7+1(de
01/07 a
14/09)
5+1(de
01/07 a
14/09)
1
2
1
-
15
3
3
3
4
3
Dias úteis
períodos
escolares
4
4
3
2
4
Dias úteis
férias
escolares
2
1
1
3
Sábados
excepto
feriados
-
2
4
2
-
-
-
3
6
-
4
6
5 (de 01/07 a
14/09)
2 (de 01/07 a
14/09)
5 (de 01/07
a 14/09)
3 (de 01/07
a 14/09)
Carreira/Frequência
Dias úteis
Leiria – Tomar
Tomar – Leiria
Leiria – Batalha – Porto de Mós
Porto de Mós – Batalha - Leiria
Leiria – Reguengo de Fetal – Porto de
Mós
Porto de Mós– Reguengo de Fetal –
Leiria
Monte Redondo – Vieira de Leiria
Vieira de Leiria – Monte Redondo
Domingos e
feriados
-
Fonte: Rodoviária do Tejo
De acordo com o quadro acima verifica-se que a oferta aos domingos e feriados é quase
nula. Também aos sábados existe uma frequência de carreiras pouco significativa.
Observando a frequência entre os dias úteis – períodos escolares e dias úteis – férias
escolares, constata-se que existem muitas carreiras vocacionadas para o transporte escolar.
3.1.3 Serviço Urbano
O serviço urbano estabelece a ligação entre os principais equipamentos/serviços e áreas
residenciais do perímetro urbano de Leiria.
As tipologias de veículos utilizadas neste serviço abrangem o autocarro regular e o miniautocarro com capacidade de cerca de 53 e 22 lugares sentados, respectivamente.
Existem actualmente oito linhas urbanas. São elas:
1. Largo 5 de Outubro – Ponte da Pedra
2. Mercado Novo – Largo 5 de Outubro
3. Mercado – Centro de Saúde – Azoia – Mercado
4. Mercado – Marrazes – Gândara – Mercado (circuito fechado)
5. Largo 5 de Outubro – Vidigal
6. Largo 5 de Outubro – Mercado Novo
7. Quinta de S.to António – ESTG (períodos escolares)
8. Marrazes – ESTG (períodos escolares)
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
16
Tabela 3.4 - Frequência das carreiras urbanas existentes
1
2
3
4
5
6
7
8
Linha/frequência
Largo 5 de Outubro – Ponte da
Pedra
Ponte da Pedra - Largo 5 de
Outubro
Mercado Novo – Largo 5 de
Outubro
Largo 5 de Outubro - Mercado
Novo
Mercado Novo – Centro de Saúde
– Azoia – Mercado Novo
Mercado Novo – Marrazes –
Gândara – Mercado Novo – Largo
5 de Outubro
Gândara – Marrazes – Mercado
Novo – Largo 5 de Outubro
Largo 5 de Outubro – Vidigal –
Escola José Saraiva
Escola José Saraiva – Vidigal Largo 5 de Outubro
Mercado Novo – Vidigal
Vidigal – Mercado Novo
Largo 5 de Outubro – Touria
Touria – Largo 5 de Outubro
Largo 5 de Outubro – Mercado
Novo
Quinta de S.to António – ESTG
(períodos escolares)
ESTG - Quinta de S.to António
(períodos escolares)
Quinta de S.to António – ESTG
(férias escolares)
ESTG - Quinta de S.to António
(férias escolares)
Marrazes – ESTG (períodos
escolares)
ESTG - Marrazes (períodos
escolares)
Marrazes – ESTG (férias
escolares)
ESTG - Marrazes (férias escolares)
Dia útil
21
Sábados
13
22
12
12
8
12
9
11
9
19
13
4
4
16
-
17
-
10
6
6
3
3
7
12
-
11
-
6
-
7
-
10
-
10
-
8
-
7
-
Fonte: Rodoviária do Tejo
Relativamente à frequência das carreiras existentes, a linha n.º 1 é a que apresenta a maior
frequência diária tanto nos dias úteis como nos sábados (
Tabela 3.4). Apenas as linhas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 dispõem de horários aos sábados. De salientar
que não existe transporte urbano aos domingos e feriados.
As questões relativas ao serviço urbano serão novamente abordadas em maior
profundidade no capítulo 5.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
17
3.2 Transporte Ferroviário
A cidade de Leiria é servida pela Linha do Oeste da rede ferroviária nacional. Esta linha
caracteriza-se pelo baixo volume de tráfego rodoviário actual, com uma oferta de ligações
de carácter nacional praticamente inexistente, o que reduz muito a atractividade este modo
de transporte no contexto da mobilidade da cidade.
Apenas existem 6 ligações diárias de carácter regional entre a cidade de Leiria e a cidade
das Caldas da Rainha, registando-se igual número de ligações do mesmo tipo para a cidade
da Figueira da Foz. Em termos de ligações nacionais, existe uma única ligação semanal do
serviço inter cidades para Lisboa, ao Domingo à noite, o que é insignificante. Além disso,
uma viagem ferroviária de Leiria para Coimbra pode demorar cerca de 2 horas, devido aos
transbordos a efectuar, o que corresponde ao dobro do tempo que a viagem rodoviária do
serviço de expressos oferece.
A localização da linha e da estação da Refer, que se encontra ilustrada na Figura 3.1,
constitui igualmente um factor dissuasor da utilização deste modo de transporte, uma vez
que esta se encontra a mais de 2 km do centro da cidade.
Figura 3.1 - Rede ferroviária
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
18
4. Paragens
4.1 Metodologia utilizada no levantamento
Para o levantamento da informação relativa às paragens dos transportes públicos, recorreuse a um equipamento de GPS (Global Positioning System) com uma precisão em termos
planimétricos da ordem dos 0,3 m a qual é perfeitamente suficiente dado que, se pretende
materializar as paragens com uma entidade do tipo ponto na cartografia de suporte ao
estudo. É de referir que o software do equipamento permite a configuração de uma série de
parâmetros a adquirir referentes à caracterização de cada paragem (como por exemplo a
existência ou não de horários). Deste modo a informação relativa à sua posição geográfica
é guardada conjuntamente com as características da paragem num mesmo ficheiro. A
transferência de toda esta informação para a base de dados do SIG é um processo simples e
célere que pode ser executado no final de cada sessão. Esta metodologia revelou-se
bastante eficiente e fiável, relativamente ao método mais tradicional, de utilizar em campo
o papel como suporte de informação e transferir manualmente em gabinete o trabalho para
a base de dados. É também importante referir que para o transporte e operação do
equipamento é apenas necessário um operador. O levantamento foi complementado com
uma recolha fotográfica digital, igualmente inserida no SIG, permitindo uma identificação
mais personalizada de cada paragem bem como o esclarecimento posterior de eventuais
duvidas sobre o seu estado.
A Figura 4.1 ilustra o processo de recolha de informação relativamente a uma paragem
sendo igualmente visível a georeferenciação da informação correspondente ao
levantamento efectuado.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
19
Figura 4.1 - Recolha de dados sobre as paragens e inserção no SIG
4.2 Informação recolhida e análises efectuadas
Sendo reconhecido que as paragens constituem a zona de interface modal mais importante
do sistema de transportes públicos, foram registadas, no processo de recolha de dados,
várias características que as definem. Estas foram separadas segundo três vertentes:
equipamento de apoio ao utente, material informativo e enquadramento na rede viária.
Como equipamento de apoio ao utente considerou-se a existência de abrigo (sendo
especificado o seu tipo), mastro sinalizador de paragem e assento para espera dos
passageiros. Após a recolha desta informação e sua inserção no SIG foi possível elaborar
quadros resumo que permitem avaliar rapidamente a situação global da qualidade da infraestrutura ao nível da identificação da paragem e do conforto oferecido aos usuários,
identificando os pontos menos positivos que devem ser melhorados em futuras
intervenções ou a sua distribuição espacial.
Em termos de material informativo considerou-se a existência ou não de horários e de
mapas dos percursos a efectuar pelas diversas linhas de transporte urbano. A existência
deste tipo de indicações revela-se pertinente para os utilizadores do sistema. Permite, por
exemplo, programar com maior facilidade viagens que utilizem várias linhas ou planear as
várias deslocações a efectuar num dia. Esta informação é também importante como forma
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
20
de divulgação dos serviços oferecidos promovendo deste modo a utilização dos transportes
colectivos a utilizadores pontuais.
Outro dos aspectos assinalados foi o enquadramento das paragens na rede viária. Este é um
ponto importante a ter em conta dado que tem uma influência preponderante em vários
vertentes destacando-se, de entre estas, a segurança pedonal e a interferência no fluxo de
veículos com a consequente influência no nível de serviço oferecido pela via em causa.
Deste modo é essencial utilizar o tipo de paragem mais apropriado em função da
classificação hierárquica da via e também do tráfego pedonal esperado. A recolha de dados
efectuada classificou as paragens segundo três tipos: em plena via, com resguardo e
segregadas.
No total foram identificadas 199 paragens urbanas 85 das quais com carreiras urbanas e
interurbanas.
É de salientar que para este trabalho foi essencial a colaboração dos funcionários da
Rodoviária do Tejo na localização das paragens.
4.3 Material Informativo
Relativamente ao material informativo existente nas paragens foi efectuado o seu
levantamento tendo sido registados a existência ou não de horários e mapas das linhas. A
Tabela 4.1 apresenta, para cada linha, a quantidade de paragens de autocarro, em termos
percentuais, que dispõem de equipamento informativo.
Tabela 4.1 – Quantidade de paragens de autocarro com equipamento informativo segundo as linhas urbanas
1
2
3
Linha
4
5
6
7
8
(Valores em percentagem)
Horário
Mapa
sim
6.7
11.8
9.1
4.8
5.5
13.6 11.4
7.5
não 93.3 88.2 90.9 95.2 94.5 86.4 88.6 92.5
sim
3.3
8.8
9.1
2.4
5.5
18.2
5.7
7.5
não 96.7 91.2 90.9 97.6 94.5 81.8 94.3 92.5
A Tabela 4.2 apresenta os valores obtidos sobre o material informativo existente nas
paragens de autocarro que servem as linhas urbanas.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
21
Tabela 4.2 - Material informativo nas paragens urbanas
Número Percentagem
Horário
Mapa
sim
8
4.0
não
191
96.0
sim
7
3.5
não
192
96.5
Pela observação das tabelas anteriores é notório que a situação a este nível está longe de
ser a ideal pois na maioria das paragens não é possível aos utentes do sistema, ou à
população em geral, ter indicações sobre o seu modo de funcionamento. Este factor
reflecte-se negativamente no potencial de captação de novos utilizadores.
4.4 Equipamento
4.4.1 Paragens Urbanas
Na Tabela 4.3 estão sintetizados os valores obtidos sobre o equipamento existente nas
paragens que servem carreiras urbanas.
Tabela 4.3 - Equipamento existente nas paragens urbanas
Número Percentagem
CML
34
17.1
JCDecaux
49
24.6
Sem abrigo com mastro
25
12.6
Sem abrigo e sem mastro
91
45.7
Com assento
58
29.1
Sem assento
141
70.9
Com abrigo
Abrigo
Assento
De acordo com a tabela anterior, é de destacar que uma percentagem bastante elevada de
paragens (45,7%) não dispõe de abrigo ou sequer de um mastro de sinalização (Foto 4.3).
Por outro lado a percentagem de paragens que não dispõem de qualquer tipo de abrigo (ver
Foto 4.1 e Foto 4.2 ) é de 58,3%.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
22
Tabela 4.4 – Quantidade de paragens de autocarro com equipamento as linhas urbanas
1
2
3
Linha
4
5
6
7
8
(Valores em percentagem)
CML
10.0
8.8
24.2
16.7
13.7
18.2
2.9
9.4
JCDecaux
40.0
26.5
36.4
31.0
23.3
50.0
42.9
45.3
Sem abrigo com mastro
6.7
14.7
6.1
9.5
19.2
18.2
11.4
15.1
Sem abrigo e sem
mastro
43.3
50.0
33.3
42.9
43.8
13.6
42.9
30.2
Com assento
43.3
32.4
39.4
38.1
23.3
63.6
42.9
49.1
Sem assento
56.7
67.6
60.6
61.9
76.7
36.4
57.1
50.9
Com abrigo
Abrigo
Assento
Pela observação da Tabela 4.4 verifica-se que as paragens pior equipadas são as servidas
pelas Linhas 2 e 5, nas quais as percentagens de abrigos são baixas. Por outro lado, as
melhor equipadas são as paragens servidas pela Linha 6.
Em resumo, a situação a este nível apresenta uma margem para progressão significativa,
sendo essencial que se melhorem as condições oferecidas aos usuários do sistema de modo
a aumentar os níveis de conforto e potencial de captação de utilizadores.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
23
Foto 4.1 - Exemplo de um abrigo tipo CML
Foto 4.2 - Exemplo de um abrigo tipo JCDecaux
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
24
Foto 4.3 - Exemplo de um mastro de sinalização de paragem
4.5 Enquadramento na Rede Viária
O enquadramento das paragens na rede viária é um aspecto essencial a ter em conta dado
que tem uma influência preponderante em vários vertentes importantes destacando-se, de
entre estas, a segurança pedonal e a interferência no fluxo de veículos. Deste modo é
essencial utilizar o tipo de paragem mais apropriado em função da classificação hierárquica
da via e também do tráfego pedonal esperado.
Na recolha de dados efectuada, as paragens foram classificadas segundo três tipos: em plena
via, segregadas e com resguardo. As Figuras 4.2, 4.3, e 4.4 ilustram a classificação considerada.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
25
Figura 4.2 - Paragem em plena via
Figura 4.3 - Paragem com resguardo
Figura 4.4 - Paragem segregada
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
26
Em termos de aplicabilidade, o primeiro tipo, paragens em plena via, (Figura 4.2) é
adequado a paragens localizadas em vias em que a acessibilidade local e vivência urbana
sejam mais relevantes do que a mobilidade dos veículos. Ou seja têm uma aplicação
preferencial em vias de acesso local sendo igualmente aceitáveis em vias distribuidoras
locais. A sua utilização em vias de distribuição principal terá de ser encarada como
situação a evitar, dado que este tipo de vias deverá ser direccionado para garantir elevados
níveis de mobilidade aos veículos, o que é incompatível com autocarros a sair e a tentar
entrar na via periodicamente. Outro aspecto fundamental a considerar é o da segurança
pedonal. Atendendo às velocidades habitualmente praticadas em vias de distribuição
principal, é necessário e fundamental que seja garantida a segurança dos utentes dos
transportes públicos nas fases de entrada e saída pelo que as paragens em plena via devem
ser evitadas nestas circunstâncias.
Relativamente às paragens com resguardo (Figura 4.3), pode referir-se que estas
constituem uma solução intermédia de entre as consideradas anteriormente. Podem
apresentar uma gama de variação elevada em função das dimensões e formato da zona de
resguardo. Permitem que o autocarro possa parar sem interromper o fluxo de veículos, mas
têm como desvantagens o seu maior custo relativamente às anteriores quer em termos
construtivos como na maior ocupação de espaço. Em termos de funcionamento, têm ainda
o inconveniente da utilização do resguardo ficar dependente da geometria das inserções de
entrada e saída e da “boa vontade” dos motoristas. Em termos de aplicabilidade face à
hierarquia da via em que se inserem, pode referir-se que este tipo de paragens é adequado a
vias de distribuição local sendo também aceitável em vias de distribuição principal. A sua
aplicação em vias de acesso local não oferece problemas mas é, geralmente, desnecessária
podendo adoptar-se, nestas circunstâncias, uma simples paragem em plena via.
O outro tipo de paragens considerado são as do tipo segregado (Figura 4.4). São,
basicamente, idênticas às anteriores residindo a diferença na materialização de uma
separação, geralmente em lancil, entre a zona de paragem e a via adjacente forçando assim
o autocarro a libertar a via de circulação de faixa de rodagem. Têm como campo de
aplicação preferencial as vias de distribuição principal. A sua utilização em outros tipos de
vias é obviamente possível, mas revela-se em geral desnecessária.
Com base nos dados recolhidos no levantamento de campo e com as operações SIG de
análise espacial foi possível efectuar uma caracterização quantitativa em termos do tipo e
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
27
enquadramento das paragens na rede viária. As Figuras 4.5 e 4.6 ilustram exemplos de
paragens em plena via numa distribuidora local e numa distribuidora principal.
Figura 4.5 - Exemplo de uma paragem em plena via numa via de distribuição local (representadas a vermelho)
Figura 4.6 – Exemplo de uma paragem em plena via numa Via Distribuidora Principal (representadas a azul)
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
28
As tabelas 4.5, 4.6 e 4.7 contêm os dados referentes à caracterização efectuada.
Tabela 4.5 - Tabela 4.5 - Tipo de paragem segundo o seu enquadramento na rede viária
Número Percentagem
Vias Distribuidoras
Principais
Vias Distribuidoras
Locais
Vias de Acesso Local
Plena via
29
14,6
Resguardo
9
4,5
Segregado
2
1,0
Plena via
120
60,3
Resguardo
24
12,1
Segregado
0
0,0
Plena via
12
6,0
Resguardo
3
1,5
Segregado
0
0,0
Tabela 4.6 - Tipo de paragem segundo as linhas urbanas
1
2
3
Linha
4
5
6
7
8
(Valores em percentagem)
Plena via
60,0
73,5
72,7
83,3
71,2
81,8
71,4
69,8
Resguardo
33,3
26,5
27,3
11,9
28,8
18,2
28,6
30,2
Segregado
6,7
0,0
0,0
4,8
0,0
0,0
0,0
0,0
Tabela 4.7 - Tipo de paragem segundo o seu enquadramento na rede viária por linha
1
2
3
Linha
4
5
6
7
8
(Valores em percentagem)
Vias Distribuidoras
Principais
Vias Distribuidoras
Locais
Vias de Acesso
Local
Plena via
20,0
0,0
12,1
4,8
11,0
40,9
8,6
15,1
Resguardo
6,7
0,0
3,0
0,0
6,8
4,5
0,0
5,7
Segregado
6,7
0,0
0,0
4,8
0,0
0,0
0,0
0,0
Plena via
40,0
61,8
60,6
66,7
60,3
40,9
57,1
43,4
Resguardo
23,3
23,5
21,2
9,5
19,2
9,1
22,9
20,8
Segregado
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Plena via
0,0
11,8
0,0
11,9
0,0
0,0
5,7
11,3
Resguardo
3,3
2,9
3,0
2,4
2,7
4,5
5,7
3,8
Segregado
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
29
Como seria expectável a maior parte das paragens são em plena via variando os valores
entre 60% para a Linha 1 e 83,4% para a Linha 4.
Da análise das tabelas anteriores, podemos também verificar que existe um conjunto de
situações que devem ser objecto de análise local de modo a determinar ou se podem ser
melhoradas. Assim, destacam-se as 29 paragens em plena via inseridas em Vias
Distribuidoras Principais que, à partida, indiciam uma situação incorrecta e que poderá ter
reflexos negativos quer para a capacidade da via onde se inserem quer para a segurança do
peões. Pela análise por linhas (Tabela 4.7 - Tipo de paragem segundo o seu enquadramento
na rede viária por linha7) verificamos que a linha 6 tem a maior percentagem de situações
deste tipo.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
30
5. Análise da Rede de Transportes Urbanos
5.1 Introdução
Recorrendo às potencialidade do SIG elaborado no decurso deste estudo, nomeadamente
no que concerne à sua capacidade para realização de múltiplas análises espaciais
conjugando vários tipos de informação, foram realizadas diversas análises com os
seguintes objectivos:
•
•
•
•
•
Detecção de zonas mal servidas pelos TP;
Avaliação da procura potencial de uma linha de transporte colectivo;
Quantificar a população servida por cada uma das paragens;
Avaliação da cobertura temporal de cada zona da cidade;
Avaliação da acessibilidade aos principais equipamentos urbanos.
O fluxograma constante da Figura 5.1 resume a metodologia adoptada indicando os dados
de base utilizados nas diversas análises.
Input
Output/Objectivo
Paragens
Isócronas 5 min
paragens
Percursos
Isócronas 5 min
percursos
Localização de Zonas
Mal Servidas Pelos TP
Quantificar a população
servida por paragem
Rede Viária
Equipamentos
Censos 2001
Mapas
Temáticos
Quantificar a procura
potencial de um percurso
Densidade
populacional
Adequação dos
servidos aos pólos
geradores de viagens
Figura 5.1 - Fluxograma de análise à rede de transportes públicos
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
31
A avaliação da população abrangida por cada paragem, a menos de cinco minutos, foi
efectuada recorrendo a uma análise do tipo buffer e posterior intersecção com a informação
da densidade populacional. Foi adoptado para o buffer um raio de 300m o que equivale a
uma velocidade pedonal de 1m/s (valor habitual para este tipo de analises). Com esta
abordagem é possível, detectar zonas com uma cobertura deficiente ou, por exemplo,
determinar quais as paragens que eventualmente necessitam de mais espaço e maiores
infra-estruturas de apoio aos utentes.
De forma a avaliar o potencial de captação de cada linha, bem como estabelecer com este
indicador uma relação com a população servida por linha e que acede com facilidade ao
sistema, foi identificada uma faixa de 600m de largura, centrada no percurso de cada linha.
O número absoluto de passagens em cada uma das paragens foi igualmente analisado. Sob
este ponto de vista é de esperar que as paragens localizadas junto a zonas com densidade
populacional elevada ou junto a grandes pólos geradores de viagens tais com zonas
comerciais ou equipamentos colectivos tenham um número mais elevado de passagens. De
igual forma paragens que sirvam mais do que uma linha urbana devem estar melhor
servidas sob este ponto de vista. Este tipo de analises permite a identificação de zonas que
na prática apresentam pouca flexibilidade e consequentemente uma pior cobertura em
termos de número de viagens oferecidas.
O percurso das linhas urbanas deve ter também em conta a localização dos principais pólos
geradores de viagens. Deste modo foram incluídos nos mapas temáticos elaborados os
principais equipamentos colectivos urbanos cuja localização foi cotejada com os percursos
e periodicidade das várias linhas urbanas. No caso de equipamentos cuja utilização
pressupõe normalmente fluxos concentrados de utentes tais como escolas, foi dada
particular atenção à compatibilidade entre os diversos horários.
5.2 Linhas Urbanas
Na Figura 5.2 pode observar-se o percurso das oito linhas urbanas operadas actualmente na
cidade de Leiria bem como a localização dos principais equipamentos existentes. Em
termos gerais, todas as linhas têm um traçado comum na zona central da cidade, junto à
central de transportes, divergindo de seguida, a maioria das linhas, para um percurso de
configuração aproximadamente radial até às zonas mais periféricas da zona urbana. No
pontos seguintes efectua-se uma análise mais pormenorizada a cada uma das linhas.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
32
Figura 5.2 - Linhas urbanas na cidade de Leiria
5.2.1 Linha 1
A Linha 1 tem início no Largo 5 de Outubro e após abarcar a zona central da cidade de
Leiria num percurso circular segue para Norte a partir da Estrada da Estação até à
localidade da Ponte da Pedra na EN 109 (ver Figura 5.3). Tem uma extensão total de 10
Km e dispõe ao longo do seu percurso de 30 paragens. A população total a 300m das
paragens desta linha é de 5122 habitantes enquanto que a população total existente num
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
33
corredor de 600m é de 6595 habitantes. Pode, por conseguinte, concluir-se que 77,6% da
população está a menos de cinco minutos de uma paragem o que é um valor adequado.
Figura 5.3 - Percurso da Linha 1
Para além dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, a Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, a Escola Secundária
Domingos Sequeira, o Colégio de N. S. Fátima, o Orfeão de Leiria, a superfície comercial
LIDL, o Mercado Municipal, o Centro Hospitalar de S. Francisco, a Câmara Municipal de
Leiria, o Tribunal, o Centro Regional da Segurança Social e a Estação de Caminho de
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
34
Ferro. A Escola Superior de Educação de Leiria, Escola Secundária Francisco Rodrigues
Lobo e a Escola Preparatória D. Dinis ficam a cerca de 500m.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada no Bairro dos Capuchos, Bairro das Almuinhas, Sismaria e na Ponte da Pedra (ver
Figura 5.4).
Figura 5.4 - Densidades verificadas num corredor de 600m à Linha 1
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
35
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando as Figura 5.4 e Figura 5.5. Pode, assim, constatar-se que as paragens
se localizam, em geral, nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
principais equipamentos geradores de viagem ao longo do percurso da linha. A distância
máxima entre paragens de autocarro é de 1286m e 40% destas têm uma distância inferior a
300m.
Figura 5.5 - Densidades populacionais a 300m das paragens da Linha 1
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
36
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.6), constata-se que esta não
é uniforme em toda a linha. Assim, verifica-se que o percurso situado entre o Largo 5 de
Outubro e a Sismaria tem uma maior frequência enquanto que o percurso da Sismaria até à
Ponte da Pedra apresenta uma periodicidade bastante menor.
Figura 5.6 - Número de passagens nas paragens da linha 1
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
37
5.2.2 Linha 2
A Linha 2 tem início no Mercado Novo e após abarcar a zona central da cidade de Leiria num
percurso circular segue para Sul passando pela Cruz D’ Areia até à localidade de Telheiro
(Figura 5.7). Apresenta uma extensão total de 7 Km e dispõe ao longo do seu percurso de 31
paragens. A população total a 300m das paragens desta linha é de 5238 habitantes enquanto que
a população total existente num corredor de 600m é de 6483 habitantes podendo-se concluir que
80,8% da população está a menos de cinco minutos de uma paragem verificando-se, assim, uma
taxa de cobertura elevada.
Figura 5.7 – Percurso da Linha 2
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
38
Os principais equipamentos abrangidos por esta linha, para além dos equipamentos
colectivos situados na zona central de Leiria, são, entre outros, o Colégio da Cruz da Areia,
a Escola Secundária Domingos Sequeira, o Colégio de N. S. Fátima, o Orfeão de Leiria, o
Centro Hospitalar de S. Francisco, a superfície comercial LIDL, o Mercado Municipal, a
Câmara Municipal de Leiria, o Tribunal, o Centro Regional de Segurança Social, o
Estabelecimento Prisional de Leiria e o Regimento de Artilharia n.º 4. A Escola Secundária
Francisco Rodrigues Lobo, a Escola Preparatória D. Dinis e a Escola Superior de Educação
de Leiria ficam a cerca de 400m.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada no Bairro dos Sargentos, Bairro de S. Bartolomeu e Cruz da Areia (ver Figura 5.8).
Figura 5.8 - Densidades verificadas num corredor de 600m à Linha 2
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
39
Pela análise da Figura 5.9 pode constatar-se que as paragens se localizam nas zonas de
maior densidade populacional e na proximidade dos principais equipamentos geradores de
viagem ao longo da linha. A distância máxima entre paragens de autocarro é de 1006m,
sendo que, 80.6% destas possuem uma distância inferior a 300m.
Figura 5.9 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 2
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.10), constata-se que este é
uniforme em toda a linha, com excepção da zona central da cidade. Este facto verifica-se
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
40
porque a linha tem percursos distintos na ida e na volta determinados pelas regras de
trânsito vigentes.
Figura 5.10 - Número de passagens nas paragens da linha 2
5.2.3 Linha 3
A Linha 3 tem início no Mercado Novo e segue na direcção Noroeste para o Alto do
Vieiro, Azoia, Brogal e Parceiros (ver Figura 5.11). No sentido oposto passa pelo Centro
de Saúde e, apenas num horário por dia útil, pela Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
41
Dr. António José Saraiva, sita na Cruz da Areia. Tem uma extensão total de 17 Km e
dispõe ao longo do seu percurso de 33 paragens de autocarro. A população total a 300m
das paragens desta linha é de 5063 habitantes enquanto que a população total existente
num corredor de 600m é de 6819 habitantes podendo-se concluir que 72,2% da população
está a menos de cinco minutos de uma paragem verificando-se, por conseguinte, uma
grande cobertura.
Figura 5.11 - Percurso da linha 3
Os principais equipamentos abrangidos por esta linha, para além dos equipamentos
colectivos situados na zona central de Leiria, são, entre outros, o Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques, as superfícies comerciais AKI e Continente, o Mercado de Sant’Ana, o
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
42
Mercado Municipal, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, a Escola do 2º e
3º Ciclos do Ensino Básico Dr. António José Saraiva, as Residências do Instituto
Politécnico de Leiria, a Escola Preparatória D. Dinis, a Escola Secundária Francisco
Rodrigues Lobo, a Escola Superior de Educação a Câmara Municipal de Leiria, o Tribunal
e o Centro Regional de Segurança Social.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada em Parceiros, Brogal, Bairro do Capuchos, Bairro dos Sargentos, Quinta de S.
Bartolomeu e Cruz da Areia (ver Figura 5.12).
Figura 5.12 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 3
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
43
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.12 e a Figura 5.13. Verifica-se que as paragens se
localizam nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos principais
equipamentos geradores de viagem ao longo da linha, à excepção do Colégio da Cruz da
Areia. A distância máxima entre paragens de autocarro é de 2050m, sendo que 45.5%
destas, estão a uma distância inferior a 300m.
Figura 5.13 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 3
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
44
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.14) constata-se que este é
relativamente constante em toda a linha, com excepção da zona central da cidade, onde
existe uma maior frequência.
Figura 5.14 - Número de passagens nas paragens da linha 3
5.2.4 Linha 4
A Linha 4 tem dois percursos, ambos, com início no Largo 5 de Outubro e após abarcar a
zona central da cidade de Leiria num percurso circular, o percurso A segue para Norte
servindo as localidades da Quinta da Matinha, Quinta do Amparo, Quinta do Bispo,
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
45
Marinheiros, Marrazes, Rego de Àgua e de Gândara dos Olivais (ver Figura 5.15). O
percurso B segue para Norte servindo as localidades de Quinta da Matinha, Quinta do
Amparo, Quinta do Bispo, Marinheiros e retorna em circuito fechado ao Largo 5 de
Outubro. Tem uma extensão total de 12Km e dispõe ao longo do seu percurso de 43
paragens de autocarro. A população total a 300m das paragens desta linha é de 5100
habitantes enquanto que a população total existente num corredor de 600m é de 6573
habitantes podendo-se concluir que 77,6% da população está a menos de cinco minutos de
uma paragem.
Figura 5.15 - Percurso da linha 4
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
46
Para além dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, a Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, a Escola Secundária
Domingos Sequeira, o Colégio de N. S. Fátima, o Orfeão de Leiria, a Escola de Marrazes,
a superfície comercial LIDL, o Mercado de Sant’Ana, o Mercado Municipal, o Centro
Hospitalar de S. Francisco, o Mercado Municipal, a Câmara Municipal de Leiria, o
Tribunal e o Centro Regional da Segurança Social. A Escola Superior de Educação de
Leiria, a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo e a Escola Preparatória D. Dinis
ficam a cerca de 500 metros.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada em Rego de Àgua, Marrazes, Quinta do Bispo, Quinta da Matinha, Quinta do
Amparo e o Bairro dos Capuchos (ver Figura 5.16).
Figura 5.16 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 4
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
47
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.16 e Figura 5.17. Pode, assim, constatar-se que as
paragens se localizam nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
principais equipamentos geradores de viagem ao longo da linha. Existe apenas uma zona
com elevada densidade populacional não servida, situada entre as localidades de Marrazes
e Rego de Água. Neste caso existe uma distância intra-paragens de cerca de 900m. A
distância máxima entre as paragens de autocarro é de 1032m e 74.4% destas têm uma
distância inferior a 300m.
Figura 5.17 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 4
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
48
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.18), constata-se que esta é
díspar ao longo da linha. Verifica-se que o percurso entre o Largo 5 de Outubro e
Marrazes, ou seja, o percurso B (ver Figura 5.15) tem uma maior frequência enquanto que
o percurso entre Marrazes e a Gândara dos Olivais apresenta uma periodicidade bastante
menor.
Figura 5.18 - Número de passagens nas paragens da linha 4
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
49
5.2.5 Linha 5
A Linha 5 engloba três percursos distintos (ver Figura 5.19 e Figura 5.20). O percurso A
(Figura 5.19, azul claro) tem início no Mercado Novo, passando pelo Largo 5 de Outubro,
Bairro dos Anjos, Pousos, Casal dos Matos, Touria, Vidigal, S. Romão e Largo 5 de
Outubro. No percurso inverso passa por Guimarota, S. Venâncio, Ponte da Pedra, Vidigal,
Touria, Casal dos Matos, Pousos, Bairro dos Anjos e Largo 5 de Outubro. O Percurso B
(Figura 5.19, azul escuro) começa no Largo 5 de Outubro e desenvolve-se para Sudeste,
passando por Quinta do Paraíso, Guimarota, S. Venâncio, Ponte da Pedra, São Romão
retornando ao Largo 5 de Outubro. O percurso C (Figura 5.19, vermelho) têm início no
Largo 5 de Outubro e após abarcar a zona central da cidade de Leiria num percurso circular
segue para Sul em direcção à Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Dr. António José
Saraiva na Cruz da Areia.
Figura 5.19 - Percurso da linha 5
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
50
Figura 5.20 - Sentidos de trânsito da linha 5
Tem uma extensão total de 22Km e dispõe ao longo do seu percurso de 73 paragens. A
população total a 300m das paragens desta linha é de 6699 habitantes enquanto que a
população total existente num corredor de 600m é de 8062 habitantes podendo-se concluir
que 83,1% da população está a menos de cinco minutos de uma paragem o que é um valor
elevado.
Para além dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, o Centro Hospitalar de S. Francisco, o Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques, o Hospital Distrital de S.to André, a Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino
Básico Dr. António José Saraiva, a Escola Secundária Domingos Sequeira, o Colégio de N.
S. Fátima, o Orfeão de Leiria, a Escola Superior de Enfermagem de Leiria, as Residências
do Instituto Politécnico de Leiria, a Escola Profissional de Leiria, as superfícies comerciais
LIDL e Intermarché, o Mercado de Sant’Ana, o Mercado Municipal, a Câmara Municipal
de Leiria, o Tribunal e o Centro Regional da Segurança Social. A Escola Superior de
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
51
Educação de Leiria, Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, a Escola Preparatória
D. Dinis e a Escola Secundária Dr. Correia Mateus ficam a cerca de 500m de distância.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada no Bairro dos Capuchos, Bairro dos Anjos, Olhalvas, Pousos, Casal dos Matos,
Touria, Vidigal, Guimarota, Quinta do Paraíso, Bairro dos Sargentos, Quinta de S.
Bartolomeu e em Cruz da Areia (ver Figura 5.21).
Figura 5.21 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 5
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.21 e a Figura 5.22. Deste modo, constata-se que as
paragens se localizam nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
principais equipamentos geradores de viagem ao longo da linha. Apenas a zona entre a
Cruz da Areia e o Rego Travesso, caracterizada por uma densidade habitacional elevada e
pela existência do Colégio da Cruz da Areia, não dispõe de paragens de autocarro. A
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
52
distância máxima entre paragens de autocarro é de 1811m, sendo que 61,2% destas estão a
uma distância inferior a 300m.
Figura 5.22 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 5
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.23), constata-se que esta
não é uniforme ao longo da linha. Assim, verifica-se que o percurso situado entre o largo 5
de Outubro e a Cruz da Areia tem uma menor frequência, enquanto que o percurso entre a
Quinta do Paraíso e o Mercado Novo oferece uma maior periodicidade.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
53
Figura 5.23 - Número de passagens nas paragens da linha 5
5.2.6 Linha 6
A Linha 6 tem um percurso único com início no Largo 5 de Outubro em direcção ao Bairro
dos Anjos, Olhalvas, Vale Sepal e Andrinos (ver Figura 5.24). Tem uma extensão total de
8 Km e dispõe ao longo do seu percurso de 22 paragens de autocarro. A população total a
300m das paragens desta linha é de 5937 habitantes enquanto que a população total
existente num corredor de 600m é de 7131 habitantes podendo-se concluir que 83,3% da
população está a menos de cinco minutos de uma paragem.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
54
Figura 5.24 - Percurso da linha 6
Para além dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, o Hospital Distrital de S.to André, a Escola Superior de
Enfermagem de Leiria, a Escola Secundária Dr. Correia Mateus, o hipermercado
Intermarché, o Mercado de Sant’Ana e o Mercado Municipal.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada no Bairro dos Anjos, Olhalvas, Andrinos, Vale Grande e Vale Sepal (ver Figura
5.25).
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
55
Figura 5.25 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 6
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo da linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.25 e a Figura 5.26. Pode, assim, constatar-se que as
paragens se localizam nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
principais equipamentos geradores de viagem ao longo da linha. A distância máxima entre
paragens de autocarro é de 840m e 40,9% destas têm uma distância inferior a 300m.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
56
Figura 5.26 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 6
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.27), conclui-se que este é
uniforme em toda a linha.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
57
Figura 5.27 - Número de passagens nas paragens da linha 6
5.2.7 Linha 7
A Linha 7 tem dois percursos distintos, ambos, com início na Quinta de S.to António. O
primeiro segue na direcção do Largo 5 de Outubro, passando pelo Bairro dos Anjos, Bairro
dos Sargentos, Quinta de S. Bartolomeu, Alto do Vieiro, Bairro dos Capuchos, Quinta da
Matinha e pela Quinta do Bispo. O segundo passa pela Quinta do Bispo, Quinta da
Matinha, Bairro dos Capuchos, Bairro dos Sargentos e pelo Alto do Vieiro, fazendo o
percurso inverso (ver Figura 5.28). Tem uma extensão total de 10Km e dispõe ao longo do
seu percurso de 35 paragens de autocarro. A população total a 300m das paragens desta
linha é de 7664 habitantes enquanto que a população total existente num corredor de 600m
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
58
é de 9173 habitantes podendo-se concluir que 83,6% da população está a menos de cinco
minutos de uma paragem.
Figura 5.28 - Percurso da linha 7
Para além, dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, o Centro Hospitalar de S. Francisco, o Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques, a Escola Secundária Domingos Sequeira, o Colégio de N. S. Fátima, o
Orfeão de Leiria, as Residências do Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de
Educação de Leiria, a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, a Escola Preparatória
D. Dinis, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, as superfícies comerciais
LIDL e Continente, o Mercado de Sant’Ana, o Mercado Municipal, a Câmara Municipal
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
59
de Leiria, o Tribunal, o Centro Regional da Segurança Social e o Estabelecimento Prisional
de Leiria.
Em termos de densidade populacional ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é mais
elevada no Bairro dos Sargentos, Quinta de S. Bartolomeu, Bairro dos Anjos, Bairro dos
Capuchos, Porto Moniz, Quinta de S.to António, Quinta da Matinha e na Quinta do Bispo
(ver Figura 5.29).
Figura 5.29 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 7
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
60
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.29 e a Figura 5.30. Deste modo, constata-se que as
paragens localizam-se nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
principais equipamentos geradores de viagem ao longo da linha. A distância máxima entre
paragens de autocarro é de 1793m e 94,3% destas, estão a uma distância inferior a 300m.
Figura 5.30 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 7
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
61
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.31), conclui-se que esta não
é uniforme em toda a linha. O trajecto Quinta de S.to António – Quinta do Bispo – Bairro
dos Sargentos, Alto do Vieiro regista uma maior frequência, dado que este é comum a os
dois percursos da linha. De realçar que a paragem de autocarro contígua à Escola Superior
de Tecnologia e Gestão de Leiria regista o maior número de passagens de autocarro porque
esta, devido às características físicas da rede viária local, serve os dois sentidos de trânsito.
Figura 5.31 - Número de passagens nas paragens da linha 7
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
62
5.2.8 Linha 8
A Linha 8 engloba três percursos, que estabelecem a ligação entre as localidades de
Marrazes e Alto do Vieiro (ver Figura 5.32). O percurso A inicia em Marrazes servindo as
localidades de Marinheiros, Vale Sepal, Olhalvas, Bairro dos Anjos, Largo 5 de Outubro,
Bairro dos Sargentos, Alto do Vieiro, São Romão, Quinta do Paraíso, Olhalvas, Vale
Sepal, Marinheiros e de Marrazes. O percurso B começa em Marrazes seguindo pelas
localidades de Marinheiros, Vale Sepal, Olhalvas, Bairro dos Anjos, Largo 5 de Outubro,
Quinta do Paraíso, S. Romão, Alto do Vieiro, Bairro dos Sargentos, ‘Nova Leiria’ e
novamente Marrazes. Por fim, o percurso C principia em Marrazes servindo as localidades
de Marinheiros, Vale Sepal, Olhalvas, Bairro dos Anjos, Largo 5 de Outubro, Quinta do
Paraíso, S. Romão e de Alto do Vieiro, fazendo o mesmo percurso no sentido de trânsito
inverso. Tem uma extensão total de 17Km e dispõe ao longo do seu percurso de 53
paragens. A população total a 300m das paragens desta linha é de 8239 habitantes
enquanto que a população total existente num corredor de 600m é de 10728 habitantes
podendo-se concluir que 76,8% da população está a menos de cinco minutos de uma
paragem o que é um valor adequado.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
63
Figura 5.32 - Percurso da linha 8
Para além dos equipamentos colectivos situados na zona central de Leiria, são abrangidos
por esta linha, entre outros, o Hospital Distrital de S.to André, o Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques, a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, a Escola Preparatória
D. Dinis, a Escola Superior de Educação de Leiria, a Escola Superior de Tecnologia e
Gestão de Leiria, a Escola Superior de Enfermagem de Leiria, a Escola Secundária Dr.
Correia Mateus, as Residências do Instituto Politécnico de Leiria, a Escola Profissional de
Leiria, a Escola de Marrazes, os hipermercados Continente e Intermarché, Mercado de
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
64
Sant’Ana, a Câmara Municipal de Leiria, o Tribunal, o Centro Regional da Segurança
Social e o Estabelecimento Prisional de Leiria.
Em termos de densidade populacional, ao longo do seu percurso, verifica-se que esta é
mais elevada no Bairro dos Sargentos, Bairro dos Anjos, Quinta do Paraíso e Vale Grande
(ver Figura 5.33).
Figura 5.33 - Densidades verificadas num corredor de 600m à linha 8
A localização das paragens face às densidades verificadas ao longo linha pode ser
analisada comparando a Figura 5.33 e a Figura 5.34. Pode, assim, constatar-se que as
paragens se localizam nas zonas de maior densidade populacional e na proximidade dos
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
65
principais equipamentos geradores de viagem ao longo da linha. De registar que o troço
entre a Quinta da Matinha e Marrazes, com cerca de 1km e densidade populacional
significativa, não dispõe de paragens de autocarro. A distância máxima verificada entre as
paragens de autocarro é de 2698m, sendo que 69,8% destas, estão a uma distância inferior
a 300m.
Figura 5.34 - Densidades populacionais a 300m das paragens da linha 8
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
66
Ao analisar o número de passagens nas paragens (ver Figura 5.35), constata-se que esta é
relativamente uniforme em toda a linha, com excepção do troço entre o Largo 5 de
Outubro – ‘Nova Leiria’ - Marrazes que regista uma menor periodicidade.
Figura 5.35 - Número de passagens nas paragens da linha 8
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
67
5.3 Análise Comparativa das várias linhas Urbanas
Efectua-se neste sub capítulo uma análise comparativa entre as várias linhas que fazem
parte do sistema de transportes urbanos de Leiria. Esta análise incidiu mais concretamente
nos seguintes aspectos:
•
População abrangida por cada uma das linhas;
•
Concentração média da população a 300m das paragens;
•
Número de paragens por linha;
•
Análise da distribuição espacial das paragens;
•
Tempos de percurso médios das linhas;
•
Cobertura temporal dos transportes públicos da zona urbana;
•
Acessibilidade aos equipamentos urbanos.
5.3.1 População Abrangida por Linha
De forma a avaliar o posicionamento espacial das paragens bem como o potencial de
procura de cada linha tendo em conta a distribuição espacial da população foi elaborado o
seguinte gráfico.
População num corredor de 600m às linhas versus população a 300m
das paragens
12000
População
10000
8000
População num corredor de 600m às Linhas
População a 300m das Paragens
6000
4000
2000
0
1
2
3
4
5
Linhas Urbanas
6
7
8
Figura 5.36 - População num corredor de 600m às linhas versus população a 300m das paragens
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
68
A população abrangida por cada linha varia entre os 6483 habitantes e os 10728 habitantes
respectivamente para a linha 2 e linha 8. Pela observação da Figura 5.36 pode inferir-se
que o quociente entre a população a 300m das paragens e a população existente num
corredor de 600m ao longo das diversas linhas é elevado apresentando valores que variam
entre os 74,3% registados na linha 3 e os 83,5% na linha 7. Destes valores pode concluir-se
que o potencial de captação de população das paragens em termos de densidade
populacional é elevado ou seja que o acesso ao sistema é, deste ponto de vista, fácil.
População média por pontos de paragem
600
População
500
400
300
200
100
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Linhas
Figura 5.37 - População média por ponto de paragem em cada linha
Pela observação da Figura 5.37 pode inferir-se que na linha 3, a concentração média da
população a 300 m dos pontos de paragens2 é superior apresentando um valor médio de
525 habitantes por paragem. Ao contrário, as linhas 4 e 5 apresentam números inferiores à
média apresentando valores da ordem dos 200 habitantes. Comparando com o gráfico da
Figura 5.36 pode salientar-se que a linha 8 embora seja a que apresente uma maior
população potencial, regista uma média de população por paragem inferior às linhas 1, 2,
3, 6 e 7. Com esta análise pode inferir-se que o percurso da linha 8 abrange zonas de menor
densidade populacional.
2
As paragens opostas na faixa de rodagem (que servem os dois sentidos da linha) foram consideradas como
sendo um único ponto de paragem.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
69
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Figura 5.38 - População abrangida num corredor de 600m por km de linha
Analisando a população abrangida num corredor de 600m por km de linha verifica-se (ver
Figura 5.38) que as linhas 2, 6 e 7 são as que apresentam uma maior concentração da
população por extensão unitária de linha, registando um valor de 891 habitantes/km para a
linha 6, 916 para a linha 2 e 917 para a linha 7. Ao contrário as linhas 3 e 5 apresentam
valores inferiores à média registando valores da ordem dos 400 habitantes/Km.
Tabela 5.1 - Características principais das diversas linhas
1
2
3
4
5
6
7
8
percurso (km)
linha urbana
8
7
17
12
22
8
10
17
total de paragens por linha urbana
30
31
33
43
73
22
35
53
total de pontos de paragem por linha urbana
18
19
23
27
42
18
23
34
distância média entre paragens (m)
444
368
739
444
524
444
435
500
distância mínima entre paragens (m)
235
207
101
87
86
186
91
162
distância máxima entre paragens (m)
1286
1006
2050
1032
1811
840
1793
2698
número de paragens com distância inferior a 300m
percentagem de paragens com distância inferior a 300m
tempo do percurso na hora de ponta da tarde (min.)
12
25
15
32
45
9
33
37
40,0%
80,6%
45,5%
74,4%
61,6%
40,9%
94,3%
69,8%
43
15 a 17
33
38
38
26 a 28 42 a 60
Pela observação dos dados anteriores (Figura 5.37, Figura 5.38 e Tabela 5.1) pode inferirse que a linha 3 apesar de registar o valor mais elevado da média de população por
paragem, tem um valor relativamente baixo no que se refere à população por km de linha.
Verifica-se igualmente que a percentagem de paragens com distância inferior a 300m é dos
mais baixos e que a distância média entre paragens nesta linha é de 739m sendo esta a
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
70
67
maior distância comparativamente às outras linhas. Pelo exposto, pode conclui-se que a
localização das paragens na linha 3 se apresenta apropriada devendo conduzir a um
encurtamento do tempo de percurso e a uma melhor eficiência global da linha.
Relativamente à linha 5 pela observação dos dados acima referidos pode constatar-se que
embora apresente o maior percurso (22Km) e o maior número de paragens (73), a média de
população por paragem e por km de linha é dos mais baixos. A população total abrangida
por esta linha é bastante elevado sendo a terceira linha que neste aspectos apresenta
maiores valores. Este facto é explicado pela sua maior extensão. Esta linha apresenta à
partida índices de rentabilidade mais baixos devendo ser alvo de reanálise nomeadamente
no que concerne à localização das paragens.
No que se refere ao número de paragens com distância inferior a 300m, constata-se que as
linhas número 2 e número 7 apresentam os valores mais elevados com 80,6% e 94,3%
respectivamente.
5.3.2 Cobertura Temporal
Na Figura 5.39 pode observar-se a cobertura temporal das diversas paragens bem como a
densidade populacional da zona urbana. Pode inferir-se da análise desta figura que
globalmente todas as zonas periféricas têm um número reduzido de passagens com
excepção da zona da Sismaria e Gândara, Morro do Lena e Marrazes. Considerou-se como
sendo um número reduzido um valor inferior a 20 passagens diárias.
A zona central da cidade delimitada a sul pela Av. da Comunidade Europeia a este pela
zona do Hospital Distrital de Leiria, a norte pela nova Leiria e a oeste pelo IC2, apresenta
uma frequência mais elevada de passagens registando valores superiores a 21. O valor
máximo é registado pela paragem localizada junto à central de transportes com 221
passagens.
Comparando as densidades populacionais com o número de passagens verifica-se que as
zonas de Pousos, Cruz da Areia, Telheiro e Vidigal, apresentam um número de passagens
pouco consentâneo com as densidades locais.
Relativamente à cobertura territorial das linhas é de assinalar que a zona de Pinheiros
localizada dentro do perímetro urbano e apresentando uma densidade populacional
assinalável não dispõe de nenhum serviço de transportes públicos urbano. Por outro lado a
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
71
zona da Barosa no limite sul do aglomerado urbano tem igualmente uma população
significativa e não é coberta pela actual rede de transportes urbanos.
Figura 5.39 - Cobertura temporal das paragens e densidades populacionais
5.3.3 Acessibilidade aos Equipamentos Urbanos
A Figura 5.40 e Tabela 5.2 contêm a informação referente ao percurso das várias linhas
bem como a cobertura conferida pela rede de transportes públicos aos vários equipamentos
urbanos.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
72
Figura 5.40 - Linhas e equipamentos urbanos
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
73
Tabela 5.2 - Principais Equipamentos colectivos segundo as linhas urbanas
LINHA
URBAN
A
ZONA(
S)
EQUIPAMENTOS
ESCOLAS
SERVIÇOS
SAÚDE
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional da Segurança Social
. Estação de Caminho de Ferro
. G. N. R.
. P. S. P.
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional de Segurança Social
. Estabelecimento Prisional de Leiria
. Regimento de Artilharia n.º 4.
. G. N. R.
. P. S. P.
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional de Segurança Social
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. Centro Hospitalar de
S. Francisco
. Escola Secundária Afonso Lopes Vieira
. Escola Secundária Domingos Sequeira
. Orfeão de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Colégio de N. S. Fátima
. Estádio
Municipal
. Complexo
Municipal de
Piscinas
. LIDL
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
- Mercado Sant’Ana
. Centro Hospitalar de
S. Francisco
. Colégio da Cruz da Areia
. Escola Secundária Domingos Sequeira
. Orfeão de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Colégio de N. S. Fátima
. Estádio
Municipal
. Complexo
Municipal de
Piscinas
. LIDL
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
. Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques
. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Leiria
. Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Dr.
António José Saraiva
. Residências do Instituto Politécnico de Leiria
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Escola Secundária Afonso Lopes Vieira
. Escola Secundária Domingos Sequeira
. Orfeão de Leiria
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Preparatória D. Dinis
. Colégio de N. S. Fátima
. Escola de Marrazes
1
. U01
. U02
. U03
. U09
. U10
. U11
2
. U01
. U07
. U09
. U14
3
. U01
. U07
. U08
. U15
. U16
4
. U01
. U02
. U03
. U09
. U10
. U11
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional da Segurança Social
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. G. N. R.
. P. S. P.
. Junta de Freguesia de Marrazes
. Centro Hospitalar de
S. Francisco
5
. U01
. U05
. U06
. U07
. U09
. U13
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional da Segurança Social
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. G. N. R.
. P. S. P.
. Junta de Freguesia de Leiria
. Centro Hospitalar de
S. Francisco
. Hospital Distrital de
S.to André
. Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
DESPORTO
. Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Dr.
António José Saraiva
. Escola Secundária Domingos Sequeira
. Orfeão de Leiria
. Escola Superior de Enfermagem de Leiria
. Residências do Instituto Politécnico de Leiria
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
74
. Estádio
Municipal
. Complexo
Municipal de
Piscinas
. Estádio
Municipal
. Complexo
Municipal de
Piscinas
COMÉRCIO
POPULAÇÃO
(corredor de
600m)
6595 hab.
6483 hab.
. AKI
. Continente
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
. centro comercial D. Dinis
. Mercado Sant’Ana
. LIDL
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
. centro comercial Terraços do
Lis
. Mercado Sant’Ana
6819 hab.
. LIDL
. Intermarché
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
. Mercado Sant’Ana
8062 hab.
6573 hab.
LINHA
URBAN
A
ZONA(
S)
SERVIÇOS
SAÚDE
. Bombeiros Municipais
6
. U01
. U04
. U06
. U12
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. P. S. P.
. Junta de Freguesia de Leiria
. Bombeiros Municipais
. Hospital Distrital de
S.to André
7
. U01
. U03
. U07
. U08
. U09
. Centro Hospitalar de
S. Francisco
. Centro de Saúde
Dr. Gorjão Henriques
8
. U01
. U03
. U04
. U06
. U07
. U08
. U11
. U12
. U13
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional da Segurança Social
. Estabelecimento Prisional de Leiria
. Mercado Municipal
. Central rodoviária
. G. N. R.
. P. S. P.
. Junta de Freguesia de Leiria
. Câmara Municipal de Leiria
. Tribunal
. Centro Regional da Segurança Social
. P. S. P.
. Junta de Freguesia de Leiria
. Estabelecimento Prisional de Leiria
. Bombeiros Municipais
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
. Hospital Distrital de
S.to André
. Centro de Saúde Dr.
Gorjão Henriques
EQUIPAMENTOS
ESCOLAS
DESPORTO
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Secundária Dr. Correia Mateus
. Escola Profissional de Leiria
. Colégio de N. S. Fátima
. Escola Superior de Enfermagem
. Escola Secundária Dr. Correia Mateus
. Escola Secundária Domingos Sequeira
. Orfeão de Leiria
. Residências do Instituto Politécnico de Leiria
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Leiria
. Colégio de N. S. Fátima
. Escola Superior de Educação de Leiria
. Escola Secundária Dr. Correia Mateus
. Residências do Instituto Politécnico de Leiria
. Escola Superior de Enfermagem de Leiria
. Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
. Escola Preparatória D. Dinis
. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Leiria
. Escola Profissional de Leiria
. Escola de Marrazes
75
. Estádio
Municipal
. Complexo
Municipal de
Piscinas
COMÉRCIO
. Intermarché
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
. Mercado Sant’Ana
. LIDL
. Continente
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
centro comercial (Av. Mq.
Pombal)
. Mercado de Sant’Ana
. Continente
. Intermarché
. centro comercial Maringá
. centro comercial 2000
. centro comercial (atrás do
Maringá)
centro comercial (Av. Mq.
Pombal)
. centro comercial Terraços do
Lis
. Mercado de Sant’Ana
POPULAÇÃO
(corredor de
600m)
7131 hab.
9173 hab.
10728 hab.
Verificando a cobertura espacial dada pelas várias linhas urbanas aos principais
equipamentos colectivos da cidade de Leiria pode concluir-se que na generalidade a
situação é correcta. Do ponto de vista temporal os equipamentos localizados na zona
central são os mais privilegiados com um número elevado de passagens de várias linhas.
Os equipamentos localizados nas zonas periféricas têm uma cadencia de passagens
bastante menor. Este facto dificulta o acesso ao equipamentos situados em zonas mais
periféricas como, por exemplo, o Hospital de Santo André. No caso específico deste
importante equipamento existem três linhas que asseguram o seu acesso pelo que a
população abrangida por outra linha que não essas terá de efectuar previamente viagem
múltipla. Este facto é à partida perfeitamente aceitável pois não seria exequível nem lógico
que todas as linhas pudessem servir este equipamento. No entanto, dada a menor
frequência de passagem nas zonas periféricas e a escassez de informação disponível para
os utentes sobre horários e percursos (questão já abordada no capítulo 4) torna este tipo de
deslocações muito pouco convidativas.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
76
6. Mobilidade
6.1 Enquadramento
Uma das componentes principais do presente estudo centra-se na caracterização dos
padrões de mobilidade actuais associados ao transporte público no concelho de Leiria.
Para atingir este objectivo foram considerados alguns parâmetros que permitem ilustrar as
características mais significativas da mobilidade, como sendo o tipo de viagens, os motivos
principais de viagens e a identificação dos utentes do serviço de transportes públicos.
Foram considerados três tipos de análises:
1. Caracterização das viagens e dos utentes actuais;
2. Identificação das necessidades de mobilidade futura;
3. Quantificação dos volumes de passageiros transportados.
O principal objectivo da primeira análise é determinar uma matriz de viagens para o
transporte público urbano, através da identificação das origens e dos destinos das viagens
realizadas ao longo de um dia. Esta análise pretende ainda caracterizar o utente actual, as
viagens em transportes públicos realizadas, o grau de satisfação com o serviço prestado,
bem como com a infra-estrutura que o apoia – central de transportes e rede de paragens e
abrigos.
A segunda análise tem por objectivo identificar viagens que são potencialmente
transferíveis para o modo de transporte público, bem como avaliar o nível de atracção
deste sistema a potenciais utentes.
A terceira análise efectuada permite caracterizar os fluxos de viagens nas diversas linhas,
conduzindo à obtenção do valor global diário de viagens realizadas. Este indicador é ainda
fundamental para a primeira análise, uma vez que permite extrapolar a amostra que resulta
dos inquéritos para o universo de utentes que recorrem ao serviço de transportes públicos
da cidade.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
77
Os inquéritos cujos resultados são apresentados neste documento foram realizados em
Junho e Setembro de 2004, nos últimos dias do período escolar de 2003/04 e no reinício
das aulas do ano lectivo em curso, que em Leiria decorreu de uma forma próxima do
normal.
Devido à realização do campeonato europeu de futebol 2004, e às diversas obras que
decorriam no centro da cidade e que, no início de Junho, obrigavam a alterações
significativas na configuração dos percursos das linhas urbanas, a dimensão da amostra
que foi possível obter era reduzida. Por este motivo, optou-se pela realização de novas
secções de inquéritos em Setembro, no início do ano lectivo, dado as viagens relacionadas
com a actividade escolar terem um peso muito significativo no total das viagens.
6.2 Metodologia
Foram realizados dois tipos de inquéritos: inquéritos aos utilizadores actuais do sistema de
transportes públicos e inquéritos aos utilizadores potenciais do mesmo.
Para os utilizadores actuais, foram realizados inquéritos aos utentes nas principais paragens
da rede urbana de transportes públicos, paragens essas que são comuns a todas as 8 linhas
que compõem a rede urbana. Os inquéritos decorreram nas zonas de espera das paragens,
opção que resulta do facto de os utentes terem, nesta fase da viagem, algum tempo
disponível para responder às diversas perguntas.
Para os utilizadores potenciais foram escolhidos locais da rede pedonal da cidade
suficientemente afastados das grandes paragens da rede de transportes públicos, para que a
influência dos utentes deste sistema fosse minimizado nas respostas obtidas.
Os locais seleccionados foram:
•
Praça Rodrigues Lobo;
•
Escola Superior de Tecnologia e Gestão;
•
Jardim Luís de Camões;
•
Rua de S. Francisco (junto ao C. C. Maringá);
•
Rua Engenheiro Duarte Pacheco.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
78
Por último, importa referir o período de inquérito: a opção centrou-se na hora de ponta da
tarde, compreendida entre as 17:00 e as 20:00.
A escolha do período ideal para a realização de inquéritos teve em consideração a elevada
importância que as viagens pendulares, do tipo casa-emprego e casa-escola, teriam no total
das viagens analisadas. Desta forma, sendo a recolha de dados efectuada no final do dia, a
adesão dos cidadãos ao inquérito tenderia a ser maior, uma vez que os tempos de espera do
utente na paragem são mais folgados que no início do dia, devido ao cumprimento de
horários obrigatórios.
A quantificação de viagens realizadas pelas diversas linhas foi aferida recorrendo a
contagens no interior dos veículos, durante os circuitos realizados na hora de ponta da
tarde, período que foi utilizado para a realização dos inquéritos.
O procedimento consistiu em distribuir fichas identificativas da paragem de entrada, uma
por cada passageiro, recorrendo a dois contadores, um localizado à entrada do veículo para
a distribuição das fichas e outro localizado à saída do mesmo, para recolha das fichas por
paragem de saída. O conjunto dos dados de todas as linhas irá servir para identificar o
factor de extrapolação para os dados de origens e destinos obtidos por via dos inquéritos
aos actuais utilizadores.
6.3 Zonamento
Para a constituição de uma matriz origem/destino é necessário considerar um zonamento
para o território em causa.
O zonamento deverá ter em conta as características de ocupação do território, bem como a
sua delimitação administrativa, e consequentemente a sua divisão estatística, que permita a
relação, à posteriori, dos dados obtidos através dos inquéritos com a informação
demográfica relevante para este tipo de estudos.
Na Figura 6.1 e Figura 6.2 é representado o zonamento adoptado para o concelho de Leiria.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
79
Figura 6.1 - Zonamento do concelho de Leiria
Para o concelho foram consideradas como zonas as suas freguesias, com excepção da zona
urbana da cidade de Leiria, que foi subdividida em 18 zonas distintas. Temos assim 28
zonas não urbanas e 18 zonas dentro do perímetro urbano da cidade de Leiria.
Esta divisão tem por base o princípio da homogeneidade de ocupação do território, bem
como a existência de equipamentos ou zonas comerciais/industriais que constituam
grandes geradores/atractores de viagens.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
80
Figura 6.2 - Zonamento da zona urbana da cidade de Leiria
6.4 Diagnóstico da situação actual.
Os inquéritos realizados aos utentes actuais do sistema de transportes públicos tiveram por
finalidade a recolha de informação que se pode agrupar em dois tipos: informação relativa
à caracterização da população, recorrendo a alguns indicadores simples, e informação
relativa às viagens interceptadas.
Na secção 6.4.1 vamos analisar as características da população estudada, apresentando os
diversos parâmetros tidos em conta. Na secção 6.4.2 será feita a análise relativa aos
padrões de mobilidade associados a esta população.
6.4.1 Caracterização
O primeiro parâmetro avaliado foi a estrutura etária dos utentes actuais do serviço de
transportes públicos urbanos do concelho. Como se constata da análise da Figura 6.3, o
peso da população activa entre os utentes é maioritário, com 69% de respostas. Os
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
81
estudantes (menos de 19 anos) representam 26% das respostas, embora muitas das
respostas entre os activos correspondam, com elevada probabilidade, a estudantes com
mais de 19 anos, a frequentar o ensino superior.
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#8
8
9:
8
#
+
# %
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##8
Figura 6.3 - Estrutura etária dos utilizadores actuais
Este facto é corroborado pela distribuição da amostra pelo tipo de ocupação, ilustrada na
Figura 6.4, em que 50% das respostas correspondem a estudantes. De notar que a soma dos
estudantes com os empregados representa 90% das respostas, o que indicia a importância
das viagens pendulares.
#8
#8
8
"
# 8
'
"
(
8
Figura 6.4 - Distribuição ocupacional dos utilizadores actuais
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
82
Analisando agora aspectos relacionados com as viagens interceptadas, é de notar que o
modo pedonal é o modo maioritariamente escolhido para as viagens complementares, de
acesso e após a utilização do sistema de transportes públicos, como é possível verificar na
Figura 6.5. É possível ainda constatar uma ligeira importância das viagens em transporte
público antes da utilização das carreiras urbanas, o que indicia alguma importância dos
transbordos dentro do modo transporte público.
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1
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8
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1
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Figura 6.5 - Modo de transporte no acesso ao sistema de transporte públicos
Quanto à frequência da viagem, na Figura 6.6 é possível verificar a importância das
viagens realizadas em dias úteis, sendo que as respostas relativas aos fins-de-semana
correspondem apenas a 1% do total.
#8
*8
8
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(
8
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% 8
Figura 6.6 - Frequência de utilização dos transportes públicos
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
83
Um facto já referido anteriormente está relacionado com a expectativa relativa à elevada
importância das viagens pendulares. De acordo com a análise da Figura 6.7, é notória essa
importância, representando o conjunto de viagens emprego+aulas 81% do total de viagens.
8
8
8
8
8
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8
8
Figura 6.7 - Motivo de viagem
A Figura 6.8 ilustra a importância dos bilhetes pré-comprados na distribuição do tipo de
bilhete utilizado nas viagens. O número significativo de passes (29%) indicia um elevado
número de viagens regulares.
+8
8
%8
<
+8
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8
Figura 6.8 - Título de viagem
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
84
A Tabela 6.1 apresenta os valores relativos à avaliação do serviço prestado por parte dos
utentes actuais. Foi solicitado aos inquiridos que avaliassem os parâmetros constantes da
tabela, classificando-os entre três hipóteses, Bom, Satisfatório e Insatisfatório. Os valores
correspondentes à coluna “sem informação” ilustram os inquéritos incompletos devido à
entrada dos utentes para os autocarros.
É importante salientar alguns aspectos nesta análise:
O único aspecto avaliado positivamente é a facilidade de obtenção dos títulos de
transporte.
A qualidade dos abrigos e a qualidade dos veículos apresentam-se como dois aspectos
a melhorar, uma vez que o nível de respostas insatisfatórias assume uma importância
elevada. O mesmo se passa para o tempo de espera nas paragens e para o cumprimento
dos horários das carreiras por parte do prestador do serviço.
Tabela 6.1 - Grau de satisfação dos utentes sobre o sistema de transportes públicos
Parâmetros avaliados
bom
razoável
insatisfatório
s/
informação
Período de funcionamento
24%
48%
26%
3%
Tempo de espera na paragem
12%
47%
39%
3%
Preço
8%
55%
34%
3%
Informação sobre o serviço
23%
46%
29%
3%
Qualidade dos abrigos e das
paragens
21%
40%
36%
3%
Qualidade dos autocarros
16%
49%
32%
3%
Facilidade de aquisição dos títulos de
transporte
58%
31%
7%
4%
Cumprimento do horário
15%
45%
37%
4%
Quanto à avaliação da central de transportes, apresentada na Tabela 6.2, é importante notar
que a qualidade dos veículos é novamente classificada como pouco satisfatória. O conforto
proporcionado pela infra-estrutura é o aspecto pior qualificado nesta análise. Por outro
lado, o período de funcionamento e a informação dos serviços é avaliada como
razoável/bom.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
85
Tabela 6.2 - Grau de satisfação dos utentes sobre a central de transportes
Parâmetros avaliados
bom
razoável
insatisfatório
s/ informação
Período de funcionamento
24%
51%
10%
15%
Conforto de espera pelo autocarro
10%
46%
29%
15%
Qualidade dos veículos
13%
46%
26%
15%
Percursos
19%
51%
14%
16%
Informação dos serviços
21%
44%
19%
16%
6.4.2 Análise de Mobilidade
A realização de uma análise da matriz origem/destino das viagens realizadas em transporte
público é fundamental para se compreender os padrões de mobilidade associados a este
modo de transporte na cidade de Leiria.
Com os resultados obtidos nos inquéritos aos actuais utilizadores do serviço, no que toca à
identificação dos diversos pares de origem/destino para as várias viagens, foi possível
constituir a matriz acima mencionada, relacionando a amostra (obtida das respostas dos
inquéritos válidos, num total de 378) e a população estudada, contabilizada na realização
das contagens nos veículos.
Na Tabela 6.3 são indicados os valores para o número total de viagens para cada linha,
discriminados pela hora de ponta da tarde e o dia todo. Estes valores foram determinados
no pressuposto de que a hora de ponta da tarde, período para o qual foram realizadas
contagens, constitui 35% do valor global de viagens diárias em transportes públicos, que é
um valor de referência.
Tabela 6.3 - Número de viagens totais por linha
Linha
1
Hora de Ponta
222
Dia
634
2
3
4
72
62
107
27
140
81
48
206
176
304
77
399
231
137
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
5
6
7
8
86
Ao somatório dos valores diários totais para as 8 linhas, 2164 viagens, corresponde o
universo de utentes sobre o qual incide este estudo.
O factor de extrapolação pretendido é determinado fazendo corresponder o número de
inquéritos válidos realizados ao valor da dimensão do universo da amostra, sendo que este
factor assume o valor de 5,72 viagens.
A partir dos valores das viagens extrapoladas, é representada na Figura 6.9, a distribuição
das viagens por zona da área urbana da cidade de Leiria. Os dados referentes aos valores
de viagens estão compilados na Tabela 6.4. Esta figura encontra-se ainda representada na
sua totalidade na peça desenhada n.º 11, presente em anexo.
Tabela 6.4 - Dados de viagens por zona urbana
Zona
U08
U14
U01
U04
U10
U07
U13
U11
U02
U06
U12
U03
U05
U09
U16
U15
U18
Freguesia
População
(hab)
Parceiros
Barreira
Leiria
Marrazes
Marrazes
Leiria
Leiria
Marrazes
Marrazes
Pousos
Pousos
Marrazes
Pousos
Leiria
Parceiros
Azoia
Barosa
Origens
(viagens)
1689
857
9131
2091
3492
3702
1081
4633
4912
2240
1692
4908
1890
297
772
828
148
521
23
784
40
97
126
6
103
114
63
17
46
23
6
0
0
0
Destinos
(viagens)
183
103
326
160
229
200
86
189
194
46
51
149
40
0
6
6
0
Grau de
Ligação
(viagens/
1000hab)
417
147
122
96
93
88
85
63
63
49
41
40
33
19
7
7
0
Em relação às origens das viagens, representados na Figura 6.9, pelos círculos de cor azul,
há uma concentração de origens de viagens em três zonas da cidade: centro da cidade,
Parceiros e Marrazes.
A importância do centro da zona urbana de Leiria é notória, destacando-se ao apresentar o
valor mais alto (784 viagens com origem nesta zona). Este facto está directamente
relacionado com o facto de o estudo incidir sobre a hora de ponta da tarde, registando-se
uma grande quantidade de viagens de retorno a casa.
A zona da freguesia dos Parceiros U08 apresenta igualmente valores elevados de geração
de viagens, facto que resulta da conjugação de três factores: a localização da Escola
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
87
Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria, um dos principais
geradores de viagens do concelho, a densidade da ocupação habitacional, crescente devido
a novos loteamentos que estão a ser construídos na área, e a proximidade do centro da zona
urbana, que torna as viagens mais curtas e, portanto, mais propícias ao uso dos transportes
públicos.
Figura 6.9 - Distribuição das origens e dos destinos na zona urbana
O conjunto das zonas que pertencem à freguesia dos Marrazes surge também como um
importante pólo de geração de viagens, perfazendo cerca de 400 viagens com origem
nestas zonas. Este valor elevado está directamente relacionado com a densa ocupação
habitacional destas zonas, associada à existência de diversos equipamentos de ensino e à
localização de diversas empresas.
No que respeita à avaliação das zonas na perspectiva do número de destinos, representado
na Figura 6.9 através das manchas das zonas, constata-se a existência de um padrão
diferente, com uma maior dispersão dos destinos pelas várias zonas em causa. Esta
tendência é consonante com o facto de se avaliar a hora de ponta da tarde, resultando das
viagens de retorno a casa.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
88
A zona central da cidade apresenta-se como o maior destino das viagens, que resulta do
forte peso desta zona em termos de oferta de serviços e densidade habitacional.
As zonas que se localizam na freguesia dos Marrazes surgem também como os principais
destinos de viagens. Aliás, considerando as zonas referidas agregadas na freguesia que
integram, esta apresenta-se como o principal destino de viagens na zona urbana, facto que
resulta directamente do peso desta freguesia em termos populacionais (a freguesia tem
cerca de 20000 habitantes). Dentro da freguesia dos Marrazes destacam-se as da Quinta da
Alçada/Bairro das Almuínhas, do Rego d’Água e da Gândara dos Olivais, resultado da
forte ocupação habitacional (zonas U02 e U10) e dos equipamentos escolares.
A zona dos Parceiros U08 e a zona da freguesia da Barreira que se encontra dentro da zona
urbana (zona U14) apresentam valores de destinos elevados, associados à forte ocupação
habitacional.
Há que referir, ainda, o caso das zonas correspondentes à freguesia da Barosa, e da zona da
freguesia da Azoia, que integra a zona urbana de Leiria, que apresentam, respectivamente,
valores nulos e baixos de viagens de destino.
No caso da Barosa, a proximidade deste lugar à zona urbana central, bem como o seu
carácter de fronteira entre os municípios de Leiria e Marinha Grande, que cada vez mais se
constitui como um grande eixo de interligação urbana, são factores que potenciam maiores
níveis de mobilidade. A inexistência de transportes públicos urbanos que sirvam estas
zonas funciona como um entrave à prossecução destes objectivos, contribuindo para
acentuar o carácter periférico deste lugar.
No caso da Azoia, o baixo valor de viagens registado na zona referida, caracterizada pela
concentração de empregos em sectores de actividade ligados à indústria e aos serviços,
parece resultar da deficiente ligação e ao tipo de via que serve a zona (o IC2, que funciona
como via colectora com um elevado tráfego de atravessamento e níveis perigosos de
sinistralidade para os peões, modo no qual os utentes dos transportes públicos acedem a
este sistema).
Para analisar os níveis de mobilidade associados a cada zona, no contexto das ligações
urbanas de transportes públicos que servem a zona urbana de Leiria, foi utilizado um
indicador que relaciona o número de viagens com a população residente.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
89
Este indicador, o Grau de Ligação, expresso em viagens por 1000 habitantes, pretende
ilustrar o número de viagens em transporte público geradas por cada milhar de habitantes
de cada uma das zonas em análise. Os valores deste indicador, constantes da Tabela 6.4 e
representados na sua distribuição geográfica na Figura 6.10, permitem relacionar de uma
forma directa os valores totais de viagens geradas com a população residente, sendo este o
principal factor de geração de viagens.
Figura 6.10 - Distribuição do grau de Ligação
Numa análise mais aprofundada, destaca-se pelo seu valor elevado do grau de ligação –
417 viagens por 1000 habitantes – a zona U08, localizada na freguesia dos Parceiros. Este
resultado é consequência directa da localização da ESTG, já mencionada como um dos
principais geradores de viagens da zona urbana de Leiria, associado a um valor intermédio
de população residente para esta zona.
O mesmo se verifica para a zona U14, na freguesia da Barreira, que apresenta um grau de
ligação de 147 viagens por 1000 habitantes, e que corresponde a uma pequena área
predominantemente residencial, com um elevado valor de viagens com destino na zona.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
90
A zona central da cidade, pelo seu carácter fortemente urbano anteriormente descrito, e
como resultado de ser a principal zona no que toca ao número de origens de viagens, surge
com um valor do grau de ligação de 122 viagens por 1000 habitantes.
Para as restantes zonas que compõem a área urbana da cidade de Leiria verifica-se a
existência de 4 conjuntos de valores para o grau de ligação, indiciando comportamentos
idênticos em termos de mobilidade associada ao transporte público urbano. O conjunto
formado pelos lugares dos Marrazes, Marinheiros, Quinta da Alçada e Gândara dos
Olivais, na freguesia dos Marrazes, e da Guimarota e Cruz d’Areia, na freguesia de Leiria,
apresentam valores da ordem das 70 a 90 viagens por 1000 habitantes. O tipo de ocupação
predominantemente residencial destas zonas, com elevados índices de ocupação, indicia
uma tendência semelhante em termos de mobilidade.
Num nível inferior, com valores do grau de ligação da ordem das 50 viagens por 1000
habitantes, surgem as zonas da freguesia dos Pousos e da zona U03 da freguesia dos
Marrazes. Estas zonas apresentam tipos de ocupação semelhantes, embora com
afastamentos do centro da cidade diferentes.
Por fim, surgem as zonas já referidas da freguesia da Azóia e da freguesia da Barosa, casos
que da análise feita anteriormente, resultam baixos índices de ligação à cidade de Leiria.
6.5 Identificação de potencias utilizadores
A análise produzida para os utilizadores potenciais foi semelhante àquela apresentada para
os utilizadores actuais.
Quanto à distribuição etária da amostra, representada na Figura 6.11, é interessante notar
que esta é em tudo semelhante à distribuição etária dos utentes actuais do serviço.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
91
%8
#8
8
8
9:
#
+
# %
; : %#
##8
Figura 6.11 - Estrutura etária dos utilizadores potenciais
Quanto à ocupação dos inquiridos, a importância dos estudantes é idêntica à sua
importância entre os utentes actuais. Os empregados e os reformados têm importâncias da
mesma ordem de grandeza da situação actual (ver Figura 6.12).
88
#8
"
# 8
'
8
"
(
8
Figura 6.12 - Distribuição ocupacional dos utilizadores potenciais
Foram avaliados os modos de transporte utilizados antes (Figura 6.13) e depois (Figura
6.14) da viagem interceptada. O modo pedonal é o mais utilizado na viagem anterior ao
inquérito; no entanto, apresenta valores inferiores à soma das respostas “automóvel como
condutor” e “automóvel como passageiro”.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
92
# 8
#8
44%
43%
8
#8
8
8 #8
8
#8
12%
8
#8
1%
0%
mo to rizada
bicicleta
8
auto mó vel co mo auto mó vel co mo
co nduto r
passageiro
pé
0%
0%
co mbo io
táxi
Figura 6.13 - Modo de transporte antes desta viagem
Já na viagem após o inquérito, o modo automóvel, nas suas duas vertentes é o principal
modo de transporte escolhido, registando-se uma perda ligeira da importância das repostas
do modo pedonal.
# 8
#8
44%
8
38%
#8
8
8 #8
8
16%
#8
8
#8
1%
8
auto mó vel co mo auto mó vel co mo
co nduto r
passageiro
mo to rizada
1%
0%
bicicleta
pé
co mbo io
0%
táxi
Figura 6.14 - Modo de transporte depois desta viagem
No que toca à frequência das viagens interceptadas, como se pode constatar da análise da
Figura 6.15, esta é muito elevada nos dias úteis, o que indica a importância das viagens
pendulares no total das viagens analisadas. Este factor pode ser um bom indicador da
capacidade de se promover a transferência modal destas viagens.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
93
% 8
54%
# 8
8
8
8
8
15%
13%
11%
8
6%
1%
8
to do s o s dias úteis
3 a 4 vezes
2 a 3 vezes
1vez
raramente
s/ info rmação
Figura 6.15 - Frequência de realização desta viagem
A Figura 6.16 apresenta a distribuição temporal, ao longo de vários períodos da semana,
das necessidades de transportes por parte dos potenciais utentes. As horas de ponta dos
dias úteis são os períodos mais solicitados, embora os fins-de-semana também apresentem
valores significativos.
#
35
34
31
24
#
21
21
8
14
#
11
#
dia útil 6 - 10h
dia útil 10 - 17h
dia útil 17 - 20h
dia útil apó s as
20h
sábado manhã
sábado - tarde
domingo manhã
do mingo - tarde
Figura 6.16 - Necessidade de transportes ao longo da semana
Foi solicitada uma avaliação global do sistema de transportes públicos por parte dos
inquiridos. As respostas foram, como se pode verificar na Figura 6.17, genericamente
satisfatórias.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
94
+8
+8
( 1
( 1
8
> (
?&
8
Figura 6.17 - Grau estimado de satisfação global sobre o sistema de transportes públicos
No entanto, quando foi solicitada a avaliação de parâmetros concretos do funcionamento
do sistema, cujos resultados constam da Tabela 6.5, o horário das carreiras, o tempo de
espera nas paragens e o período diário de funcionamento do serviço de transportes públicos
surgiram como fortes factores insatisfatórios e dissuasores da adesão destes cidadãos ao
serviço.
Tabela 6.5 - Avaliação do serviço por utilizadores potenciais
Parâmetros avaliados
bom
razoável
insatisfatório
s/
informação
Preço
13%
43%
25%
20%
Horário da carreiras
6%
33%
43%
18%
Tempo de espera
9%
39%
32%
19%
Percurso/itinerário
18%
43%
20%
19%
Período de funcionamento
9%
38%
35%
19%
Informação sobre serviço
19%
38%
24%
18%
Qualidade dos abrigos
12%
46%
25%
18%
Qualidade dos veículos
15%
38%
28%
18%
Por fim, a adesão ao sistema de transportes públicos será elevada entre os utilizadores
potenciais, como se pode constatar da análise da Figura 6.18.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
95
8
8
&
$
%#8
> (
?&
+8
Figura 6.18 - Adesão ao sistema de transportes públicos
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
96
7. Conclusões
Este estudo, de caracterização do sistema de transportes públicos da cidade de Leiria,
permitiu enquadrar e ter um melhor conhecimento das várias vertentes do sistema e que
poderão fundamentar futuras opções a tomar. No decurso da elaboração do estudo, foi
constituindo um SIG contendo todos os dados relevantes tais como percursos, localização e
características principais das paragens e horários. Este aspecto é particularmente
importante dado que, constitui um trabalho de base que será fundamental para a futura
manutenção e gestão eficaz dos diversos componentes do sistema.
No que se refere à actual central de transportes, localizada na Av. Heróis de Angola,
verificou-se que o seu enquadramento na rede viária actual não é o mais adequado dado
que, induz um tráfego significativo numa zona central da cidade o que se traduz num
menor nível de serviço nas vias afectadas e maiores níveis de poluição sonora e
atmosférica numa zona central da cidade. De igual forma a inexistência de parques de
estacionamento, vocacionados para longa duração, constitui também um óbice a esta
localização. Por último as condições oferecidas aos utentes em termos de instalações e
serviços de apoio são limitadas pelas suas características físicas. Nesta conformidade, a
construção de uma nova central de transportes com uma melhor inserção na rede viária de
âmbito nacional, e que corrija os pontos negativos anteriormente mencionados, seria
vantajosa para a eficiência global do sistema.
Com base na análise efectuada às paragens de autocarro, existentes na zona urbana da
cidade de Leiria, verificou-se que a informação facultada aos utentes, designadamente
horários e mapas indicativos dos percursos, é bastante escassa. De facto, registou-se uma
percentagem muito baixa de paragens que dispunham desse tipo de informação. De igual
forma, verificou-se uma percentagem elevada de paragens sem mastro identificativo e sem
abrigo. Consequentemente o acesso e utilização do sistema por parte de utilizadores não
habituais é dificultado face à inexistência de material de apoio nas paragens. No que
concerne ao enquadramento das paragens na rede viária a situação é globalmente aceitável,
no entanto, foram detectadas algumas situações que devem ser objecto de reanálise.
Enquadram-se neste grupo as paragens em plena via inseridas em vias de distribuição
principal.
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
97
As diversas análises levadas a cabo no capítulo 5, permitiram caracterizar com rigor a
abrangência espacial e temporal dos conjunto das linhas urbanas que compõem o sistema
da transportes públicos da cidade de Leiria. Desta abordagem resultou a noção que, salvo
algumas excepções, a cobertura espacial é bastante satisfatória, quer em termos
populacionais quer aos principais equipamentos urbanos, sendo, por conseguinte, o acesso
ao sistema facilitado deste ponto de vista. Verificaram-se, assim, percentagens bastante
elevadas de população que tem acesso a uma paragem com um percurso pedonal de
duração inferior a cinco minutos. No que se refere ao percurso dos transportes públicos,
constatou-se que as diversas linhas têm um percurso comum na zona central tendo
posteriormente uma configuração aproximadamente radial. Em termos de cobertura
temporal verifica-se que as zonas periféricas são, deste ponto de vista, penalizadas
relativamente ao núcleo central da cidade, tendo um número baixo de passagens de
autocarro ao longo do dia. As opções dos utentes quando pretendem aceder a uma zona
localizada fora da zona central são, assim, restringidas de forma significativa. Este facto,
aliado à falta de informação relativa a horários e percursos, constitui um factor limitativo à
utilização do serviço por parte de utentes não habituais, dado que a percepção da
articulação entre as várias linhas não é clara. A situação é ainda agravada pelo facto de
algumas linhas terem percursos alternativos em função dos horários o que contribui,
igualmente, para dificultar a percepção da lógica de funcionamento do sistema. De modo a
melhorar a interligação entre as diversas linhas e tornar consequentemente o sistema mais
eficaz, será de equacionar a introdução de uma linha de configuração circular exterior ao
perímetro central com o objectivo de reforçar as possibilidades de mobilidade dos utentes
entre as várias linhas existentes de configuração radial.
Os inquéritos realizados quer aos utentes actuais do sistema quer aos potenciais
utilizadores revelaram alguns dados interessantes para a caracterização dos sistema. Assim,
registaram-se percentagens elevadas de estudantes e empregados o que está em
consonância com o elevado número de viagens pendulares verificadas. Foi também
realçada a importância do modo pedonal como suporte à viagens realizadas em transporte
público. Em termos de funcionamento geral do sistema, verificou-se que a satisfação
global dos utentes se situa em níveis razoáveis sendo o custo de utilização considerado
aceitável. No entanto, de acordo com a maioria dos inquiridos, a qualidade dos abrigos e
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
98
viaturas, tempos de espera e o cumprimento dos horários são aspectos a melhorar. Tendo
em conta o aumento de viagens de caracter lúdico é igualmente de equacionar a oferta de
transporte nos fins de semana. Esta necessidade foi realçada por um conjunto apreciável de
utilizadores.
Por último é importante referir a necessidade de conjugar eventuais intervenções no
sistema de transportes com uma política mais restritiva na oferta e gestão dos
estacionamentos na cidade por forma a diminuir, de forma efectiva, o número de veículos
privados que habitualmente acedem à zona urbana. Assim, os estacionamentos centrais
deverão ser de duração limitada e de custo mais elevado. Os estacionamentos periféricos
tendencialmente terão um menor custo e uma maior duração máxima sendo, por
conseguinte, um incentivo à utilização dos transportes públicos nas zonas centrais da
cidade. Nos parques periféricos pode ser adoptada uma estratégia de tarifa integrada
abrangendo o estacionamento e a viagem de autocarro (Park and Ride) constituindo, assim
mais um incentivo à utilização do transporte público nas zonas centrais.
Leiria, Novembro de 2004
Os Coordenadores do Estudo:
João Pedro Cruz da Silva
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
Luísa Maria Silva Gonçalves
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Referências Bibliográficas
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White, Peter 2002 – Public Transport: Its Planning Management and Operation, Fourth
Edition – Spun Press, New York
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
100
Anexo 1 – Inquéritos Realizados
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
101
Anexo 2 – Horários das Linhas Urbanas
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
102
Peças Desenhadas
Mobilidade no Concelho de Leiria - 1º Relatório
103
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MOBILIDADE NO CONCELHO DE LEIRIA