APEC Assessoria Pedagógica 0800 72 LIVRO ou 0800 72 54876 e [email protected] blog AF_VAYAN_PORTUGUES CAPACurvas.indd 2 7/2/13 5:54 PM “Vão e ensinem” IDENTIDADE E MISSÃO DA ESCOLA CATÓLICA NA MUDANÇA DE ÉPOCA, À LUZ DE APARECIDA Tradutor: Vitor Hugo Mendes VAYAN_PORTUGUES 001A002.indd 1 8/22/12 1:44 PM Edição e epígrafes Herminio Otero Desenho Amparo Hernández (Estúdio SM) Capa Carmen Corrales (Estúdio SM) Diagramação Grafilia SL Fotografias Olivier Boé; Miguel Ángel Montero; PHOTODISC; COMSTOCK IMAGES; 123RF Tradutor Vitor Hugo Mendes © CELAM 2011 Carrera 5A No. 118-31 - A.A. 51086 Bogotá DC, Colômbia [email protected] http://www.celam.org © Ediciones SM 2011 Carrera 85K, No. 46 A - 66, Oficina 502. Complejo logístico San Cayetano – Bogotá, Colômbia VAYAN_PORTUGUES 001A002.indd 2 8/22/12 1:44 PM APRESENTAÇÃO O desafio de formar discípulos e missionários Quando os bispos latino-americanos e caribenhos se reuniram em Aparecida para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (2007), manifestaram que o grande desafio é “mostrar a capacidade da Igreja para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo” (DA 14). Para vencer esse desafio, os bispos propuseram, entre outras coisas, realizar uma Missão Continental que fosse como um despertar do espírito missionário de todos os batizados. Para colocar em prática essa definição, o CELAM projetou, para o período 2007-2011, um Plano Global que leva o mesmo título do Documento Final de Aparecida: “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para que nossos povos, nEle, tenham vida”, e que tem como iluminação bíblica o texto de João 14, 6: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. O Departamento de Cultura e Educação do CELAM, por sua parte, através da Área de Educação Geral e Média, traçou o objetivo de promover nos centros educacionais católicos, autênticos processos de discipulado missionário a fim de fortalecer a identidade e a missão da escola nessa mudança de época à luz de Aparecida. O documento que colocamos para consideração dos educadores é, sem dúvida alguma, um apoio para responder ao desafio apresentado à Igreja hoje: formar discípulos missionários de Jesus que levem a Boa Nova a todos os campos da sociedade. No Plano Global do CELAM 2011-2015 estamos reafirmando a oferta de uma Vida plena em Jesus Cristo para todos e todas, que no campo da educação se traduz em uma formação de qualidade focada na pessoa, ajudando-os a crescer nos valores do Reino e possibilitando a vida em comunidade, em um espírito de serviço e entrega generosa, de forma tal que contribua com a construção de uma sociedade solidária e participativa. 3 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM Agradecemos a Dom Juan Vicente Córdoba, Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia que, durante o período 20072011, foi o bispo responsável pela Área de Educação Geral e Média do CELAM, pela coordenação desse trabalho de reflexão em todo o Continente. Esperamos que tanto os educadores, em seus diferentes âmbitos, como pais de família, docentes, diretores, pessoal administrativo ou alunos, aproveitem essas orientações pastorais que, se colocadas em prática no mundo acadêmico, serão uma valiosa ferramenta para que se viva na comunidade educacional uma Vida plena em Jesus. Dom Santiago Silva Retamales Bispo Auxiliar de Valparaíso, Chile Secretário Geral do CELAM 4 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM PRÓLOGO Evangelizar a partir da tarefa educacional Frente aos desafios que a educação católica vive na América Latina e no Caribe no contexto da pós-modernidade, onde se vive em um mundo de secularização, de relativismo moral e ético, de subjetividade, de ausência de Deus e de uma antropologia reducionista que privilegia os sentimentos e as emoções, que mesmo sendo uma dimensão importante do ser humano, não podem prescindir da razão e do espírito, a Seção de Educação Geral e Média do CELAM, consciente de sua missão iluminadora e orientadora, apresenta esta contribuição para que a Escola Católica assuma o dever de evangelizar na sua tarefa educacional. A Assembleia Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida, Brasil, pediu à Igreja, que peregrina nessa parte do mundo em estado permanente da missão, que formasse discípulos missionários de Jesus, para que nEle todos tenham vida. A Missão Continental é, então, a realização pastoral da exortação dos bispos para que se leve a cabo a Nova Evangelização nessa nova época, que requer novos agentes, meios, métodos, projetos educacionais e novas estruturas. A pastoral da educação deve explicitar o implícito do Evangelho, anunciando e vivendo Jesus Cristo com veemência e clareza, descobrindo a ação criadora, salvadora e santificadora de Deus na constituição e nas estruturas do ordenamento científico e académico. O currículo não será apenas integral, mas também evangelizador, em toda a gestão educativa. Este documento pretende que a Missão Continental se faça realidade na Escola Católica através de linhas de ação e propostas concretas, ajudando a levar em frente a evangelização a partir do mundo da educação. Oferecemos esse guia às comunidades educacionais da América Latina e do Caribe para que, ao assumirem a instrução dos 5 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM senhores bispos em Aparecida, tenhamos um caminho simples, claro e pedagógico de como efetivar a Missão Continental na Escola Católica. O magistério dos bispos oferece uma privilegiada oportunidade para que os agentes de formação da Escola Católica promovam e construam a comunidade eclesial, unificando critérios e linhas de ação em tom de comunhão missionária, para conduzir a comunidade educativa à sua identidade de discípula missionária de Jesus Cristo – o Caminho, a Verdade e a Vida. Agradecemos aos senhores bispos presidentes dos departamentos de educação das conferências episcopais, aos seus representantes, aos especialistas e aos peritos que colaboraram nesse trabalho de quatro anos. Este documento, que não pretende ser mais do que um simples guia, auxiliará diretores de escolas católicas e aqueles que trabalham nos centros de formação a partir da fé a conduzir e acompanhar suas comunidades educacionais rumo à realização da Missão Continental. Agradecemos à OEI (Organização dos Estados Ibero Americanos), às Edições SM e à editora PPC pela sua generosa colaboração para a elaboração desse documento. Valorizamos sua participação, que será de grande proveito para a Missão Continental nas Escolas Católicas da América Latina e o Caribe. Colocamos nas mãos de Jesus Cristo, o Mestre por excelência, nossas escolas católicas e suas comunidades educacionais. Pedimos ao Senhor que nos assista a todo momento no cumprimento de nossa missão de formar discípulos missionários seus, a quem nos encomendou educar. Pedimos a Maria Santíssima, a Estrela da Evangelização, que nos coloque com seu Filho Jesus. + Juan Vicente Córdoba Villota, SJ Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia. Responsável pela Seção de Educação Geral e Média do CELAM (2007–2011) 6 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM PÔR EM PRÁTICA A MISSÃO CONTINENTAL NA ESCOLA VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM Pôr em prática a Missão Continental proposta em Aparecida 01. Este documento pretende ajudar a responder o chamado dos bispos da América Latina e do Caribe, para que as comunidades educacionais católicas e quem trabalha no âmbito da educação a partir do Evangelho coloquem em prática a Missão Continental proposta em Aparecida. Trata-se de: “confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários…, homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito.” (DA 11) Orientações para uma autêntica conversão pastoral 02. Frente aos desafios que a mudança de época apresenta para a educação católica na América Latina e no Caribe, o CELAM, à luz de Aparecida e no contexto da Missão Continental, anseia dar orientações para uma conversão pastoral autêntica. Tanto S.S. Bento XVI quanto os bispos da América Latina e o Caribe lembram que nesse continente se vive “uma particular e delicada emergência educativa.” (DA 328) Atualizar a identidade da Escola Católica 03. Para isso, nessa nova época é necessário atualizar, reforçar ou resgatar a identidade da Escola Católica, na qual, através da transmissão sistemática e crítica das ciências, do saber e das culturas, Jesus Cristo seja conhecido, amado, seguido e anunciado com ardor, como o homem perfeito e fundamento de tudo, em quem todos os valores humanos encontram sua plena realização, para promover e transformar o sentido da existência, para pensar, querer e agir segundo o evangelho. (DA 335, 337) Assumir o compromisso evangelizador 04. Formar para humanizar, libertar e construir sociedades e mundos novos continua sendo uma proposta fundamental da educação nos tempos que correm, mas que, na educação católica, adquire sua plenitude quando assume explicitamente o compromisso evangelizador. Favorecer um processo de formação integral 05. A meta da Escola Católica é favorecer um processo de formação integral e permanente sobre as bases de uma antropologia cristã que conduza “ao encontro com Jesus Cristo vivo, Filho do Pai, irmão e amigo, Mestre e Pastor misericordioso, esperança, caminho, verdade e vida” (DA 336). E é essa dignidade a que eleva e enobrece a pessoa humana com deveres e direitos para a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a partir da perspectiva do Evangelho. 8 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 8 11/28/11 11:12 AM 06. É parte fundamental da educação formar para a vida em todas as suas manifestações, especialmente a do ser humano, da sua concepção até sua morte natural. Para isso, é necessária uma nova epistemologia iluminada pela ética e pelo respeito pela pessoa que aborde a ciência e os diversos saberes, desde a multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Defender e promover a vida exige um diálogo respeitoso que harmonize todos os discursos: o científico, o tecnológico, o ético e moral, o político, o cultural e o religioso. (DA 123, 124, 464) Nova epistemologia iluminada pela ética 07. Essa nova maneira de encarar o compromisso da educação e a função das escolas católicas para uma nova época requer a conversão de professores, famílias e comunidades educacionais. A explicitação do Evangelho deve se fazer presente na constituição e estrutura do ordenamento científico e acadêmico, bem como em toda a produção e transmissão da cultura. (DA 337, 338) Conversão das comunidades educativas 08. Nesse contexto urge aprofundar e esclarecer o papel de discípulos missionários de todos os agentes da Escola Católica para trabalharem juntos na mesma linha pastoral: estudantes, pais de família, docentes, diretores e equipes de direção, sacerdotes e religiosos, pessoal administrativo e de serviço, e ex-alunos. Trabalhar juntos na mesma linha pastoral 09. Devemos reconhecer e acolher o profundo compromisso e o esforço educacional contínuo que realizam bispos, sacerdotes, religiosos e leigos em cada uma das dioceses da América Latina e do Caribe, e o trabalho responsável de diretores, docentes e pessoal administrativo e de serviço na educação de inúmeros estudantes que vão às escolas católicas do Continente, bem como a significativa presença dos pais de família que acompanham, respaldam e ajudam a construir um sólido projeto de educação institucional, que, na Escola Católica, deve ser considerada um trabalho pastoral. (DA 346) Acolher o esforço e o compromisso educacionais 10. Esse é um documento elaborado por bispos e secretários executivos da Área da Educação das diversas Conferências Episcopais da América Latina e o Caribe. Seu conteúdo responde a um processo de reflexão em que, ouvindo a palavra de especialistas, os participantes expuseram seu pensamento, observações, experiências e propostas em cada um dos encontros realizados: Colômbia (2007); Uruguai (2008); Paraguai (2009); Santo Domingo (2010) e Nicarágua (Maio 2011). Motivar uma profunda renovação da Escola Católica 9 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM A convocatória, organização e animação de cada um desses encontros ficou a cargo do Departamento de Educação e Cultura do CELAM, através de sua seção de Educação Geral e Media. Portanto, este documento expressa as diretrizes dos Bispos da América Latina e do Caribe para motivar no Continente uma profunda renovação da Escola Católica e atualização de sua identidade (DA 337) e assim, em tanto centro de evangelização, “assuma sua função de formadora de discípulos missionários em todas as suas instâncias”. (DA 338) Acompanhar as transformações dos sistemas educacionais 11. Este material se suma aos valiosos documentos sobre educação produzidos pela Igreja nos últimos tempos e que têm sido trabalhados explicitamente como fonte e referência. Ao mesmo tempo, pretende acompanhar as transformações realizadas nos sistemas educacionais do Continente e do mundo. Interlocutores: as comunidades educacionais 12. Tem como interlocutores todos os que trabalham no campo educacional (formal e não), especialmente as comunidades educacionais católicas. E também homens e mulheres de fé que trabalham em outras escolas e que querem compartilhar com todos a riqueza da educação iluminada pelos princípios evangélicos. A voz da escola 13. O documento coleta a experiência e vivência da escola, a voz silenciosa de tantos educadores, estudantes e pais de família que, no dia a dia, se comprometem com uma autêntica formação de discípulos missionários, a riqueza teórica das reflexões e o magistério da Igreja. As partes do documento 14. O documento consta de três partes: 1. Contextualização da Escola Católica na mudança de época. 2. Educação e Escola Católica. 3. A Missão Continental de Aparecida nos agentes da Escola Católica. Valor da educação nas escolas católicas 15. Não se pode desconhecer o valor quantitativo e qualitativo da educação e das escolas católicas em todos os países do Continente, que atendem a todos os níveis educacionais e aos diversos setores sociais, especialmente os mais carentes, a fim promover a educação como instrumento de humanização, socialização e evangelização. Uma quantidade significativa de educadores sacerdotes, religiosos e leigos oferecem seu profissionalismo e sua vocação a crianças, adolescentes e adultos, e compartilham suas responsabilidades com pais de família e com a sociedade. 10 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 10 11/28/11 11:12 AM 16. A Escola Católica, como discípula missionária, deve estar em estado de missão permanente. O documento final de Aparecida – cuja leitura e estudo são imprescindíveis – aponta: “Assumimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente, que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário. Necessitamos desenvolver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente. Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos em novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança.” (DA 362) Ficar em estado de missão permanente 17. Colocamos nas mãos de Jesus Cristo Mestre e de Maria, a Estrela da Evangelização, a Escola Católica de América Latina e do Caribe que busca caminhos autênticos de evangelização para as crianças e os jovens de nossos povos. Busca de caminhos autênticos de evangelização 11 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11 11/28/11 11:12 AM VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 12 11/28/11 11:12 AM CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA CATÓLICA NA MUDANÇA DE ÉPOCA VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM Fragmentação e crise de sentido 18. Em Aparecida, os bispos indicam: “Os povos da América Latina e do Caribe vivem hoje uma realidade marcada por grandes mudanças que afetam profundamente suas vidas.” (DA 33) Hoje, na opinião dos bispos, fica difícil perceber a unidade de todos os fragmentos dispersos que resultam da informação que coletamos. (…) “Quando as pessoas percebem essa fragmentação e limitação, costumam sentir-se frustradas, ansiosas, angustiadas. A realidade social parece muito grande para uma consciência que, levando em consideração sua falta de saber e informação, facilmente se crê insignificante, sem ingerência alguma nos acontecimentos, mesmo quando soma sua voz a outras vozes que procuram ajudar-se reciprocamente. Essa é a razão pela qual muitos estudiosos de nossa época sustentam que a realidade traz inseparavelmente uma crise do sentido. Eles não se referem aos múltiplos sentidos parciais que cada um pode encontrar nas ações cotidianas que realiza, mas ao sentido que dá unidade a tudo o que existe e nos sucede na experiência.” (DA 36-37) Mudança de época cultural 19. Nesse sentido, os bispos identificam ainda outros aspectos: “Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus. (...) Surge hoje, com grande força, uma sobrevalorização da subjetividade individual. (...) Deixa-se de lado a preocupação pelo bem comum para dar lugar à realização imediata dos desejos dos indivíduos, à criação de novos e muitas vezes arbitrários direitos individuais…” (DA 44) Complexidade cultural e cultura globalizada 20. Por outro lado, a riqueza e a diversidade cultural dos povos da América Latina e do Caribe se tornam evidentes: “Existem em nossa região diversas culturas indígenas, afroamericanas, mestiças, camponesas, urbanas e suburbanas. (...) A essa complexidade cultural se deveria acrescentar também a de tantos imigrantes europeus que se estabeleceram nos países de nossa região. Essas culturas coexistem em condições desiguais com a chamada cultura globalizada. Elas exigem reconhecimento e oferecem valores que constituem uma resposta aos antivalores da cultura que se impõem através dos meios de comunicação de massas: comunitarismo, valorização da família, abertura à transcendência e solidariedade.” (DA 56-57) 14 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 14 11/28/11 11:12 AM 21. Apesar da “perda do sentido” e da “sobrevalorização da subjetividade individual” não se podem deixar de reconhecer aspectos positivos segundo também apontam os Bispos em Aparecida: “Entre os aspectos positivos dessa mudança cultural aparece o valor fundamental da pessoa, de sua consciência e experiência, a busca do sentido da vida e da transcendência. Para dar resposta à busca mais profunda do significado da vida, o fracasso das ideologias dominantes permitiu que a simplicidade e o reconhecimento do fraco e do pequeno na existência surgissem como valor, com grande capacidade e potencial que não podem ser desvalorizados. Essa ênfase na apreciação da pessoa abre novos horizontes, onde a tradição cristã adquire renovado valor, sobretudo quando a pessoa se reconhece no Verbo encarnado que nasce em um estábulo e assume uma condição humilde, de pobre.” (DA 52). Aspectos positivos da mudança cultural 22. Frente a essa realidade, os mesmos Bispos em Aparecida sustentam. “A América Latina e o Caribe vivem uma particular e delicada emergência educativa. Na verdade, as novas formas educacionais de nosso continente, impulsionadas para se adaptar às novas exigências que se vão criando com a mudança global, aparecem centradas prioritariamente na aquisição de conhecimentos e habilidades e denotam claro reducionismo antropológico, visto que concebem a educação preponderantemente em função da produção, da competitividade e do mercado. Por outro lado, com frequência, elas propiciam a inclusão de fatores contrários à vida, à família e a uma sadia sexualidade. Dessa forma, não manifestam os melhores valores dos jovens nem seu espírito religioso; menos ainda lhes ensinam os caminhos para superar a violência e se aproximar da felicidade, nem os ajudam a levar uma vida sóbria e adquirir as atitudes, virtudes e costumes que tornariam estável o lar que venham a estabelecer, e que os converteriam em construtores solidários da paz e do futuro da sociedade.” (DA 328) Emergência educativa frente à mudança global 15 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM Linhas de ação: identificar, revisar e gerar estratégias 23. Esta realidade nos obriga a formular as seguintes linhas de ação para as instituições e os diversos atores da educação nas escolas: 1. Identificar e descrever na própria realidade escolar (e no seu contexto) os sinais e as manifestações da mudança de época. 2. Revisar e atualizar o Projeto de Educação Institucional da Escola Católica à luz dos desafios da mudança de época na própria realidade e formular os compromissos que dele decorrem. 3. Gerar estratégias para que a comunidade conheça e aprofunde o documento de Aparecida e a missão continental à que somos chamados pelos nossos pastores. 16 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM EDUCAÇÃO E ESCOLA CATÓLICA VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM Uma educação de qualidade 24. A educação, para ser tal, deve ser uma educação de qualidade à qual tem direito, sem distinção, todos os estudantes de nossos povos; por isso, é necessário insistir no autêntico fim de toda escola. É chamada a se transformar, antes de mais nada, em lugar privilegiado de formação e promoção integral, mediante a assimilação sistemática e crítica da cultura, fato que consegue mediante um encontro vivo e vital com o patrimônio cultural. “Isso supõe que tal encontro se realize na escola em forma de elaboração, ou seja, confrontando e inserindo os valores perenes no contexto atual. Na realidade, a cultura, para ser educativa, deve inserir-se nos problemas do tempo no qual se desenvolve a vida do jovem. Dessa maneira, as diferentes disciplinas precisam apresentar não só um saber por adquirir, mas valores por assimilar e verdades por descobrir.” (DA 329) Um novo modelo de escola 25. Não podemos desconhecer que, como produto da modernidade, a escola pode evidenciar desajustes a respeito da moral, dos valores e dos costumes dos novos estudantes que habitam as grandes cidades e os territórios da nossa América. O esforço dos técnicos e pesquisadores, de quem tem decisões políticas e dos educadores é redefinir e criar um novo modelo de escola que responda às demandas atuais de seus interlocutores, às expectativas das famílias e que facilite o compromisso de cada um dos seus diretores e docentes. Isso é particularmente peremptório nos setores mais carentes, porque frente a uma estrutura escolar que consegue atraí-los, contê-los e oferecer possibilidades reais de promoção terminam fora do sistema e, geralmente, excluídos e às margens da sociedade. A inclusão não deveria acontecer sem operar verdadeiras transformações no interior das escolas e com o apoio político e econômico da sociedade. Nesse sentido, a Igreja, que soube dar forma à escola no auge da modernidade, deveria virar pioneira na hora de definir os novos formatos que os tempos reclamam. Pôr em destaque a dimensão ética e religiosa da cultura 26. Os bispos de Aparecida resumem: “A educação humaniza e personaliza o ser humano quando consegue que este desenvolva plenamente seu pensamento e sua liberdade, fazendo-o frutificar em hábitos de compreensão e em iniciativas de comunhão com a totalidade da ordem real. Dessa maneira, o ser humano humaniza seu mundo, produz cultura, transforma a sociedade e constrói a história.” (DA 330) 18 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 18 11/28/11 11:12 AM “Constitui responsabilidade estrita da escola, enquanto instituição educativa, destacar a dimensão ética e religiosa da cultura, precisamente com o objetivo de ativar o dinamismo espiritual do sujeito e ajudá-lo a alcançar a liberdade ética que pressupõe e aperfeiçoa a psicológica. Mas não se dá liberdade ética, a não ser na confrontação com os valores absolutos dos quais dependem o sentido e o valor da vida do ser humano.” (DA 330) 27. Esta concepção integral da educação – educação que incorpora todas as dimensões do ser humano e que encontra na verdade revelada e na pessoa de Jesus Cristo sua plenitude – requer uma escola com uma clara identidade católica. A escola não é uma instituição formal que simplesmente satisfaz a obrigatoriedade e a universalidade proclamadas pelos estados modernos e reforçadas pelas transformações dos últimos tempos. Toda escola, para ser tal, deve ser um âmbito de crescimento efetivo de todos seus membros e não só um cumprimento formal de prescrições. Embora não representem a totalidade da educação, nem excluam outras propostas e outros agentes ou atores responsáveis, as escolas católicas constituem um lugar de privilégio para a maturidade da personalidade de cada um dos seus estudantes e a possibilidade de definir um projeto de vida centralizado na pessoa de Jesus. Uma escola com clara identidade católica 28. A educação católica deve ser uma proposta de qualidade em educação e em pastoral. Tem como propósito a orientação e animação de todos os processos acadêmicos e de formação dos membros da comunidade educacional à luz dos princípios evangélicos e dos documentos da Igreja. Orientar e estimular os processos acadêmicos e de formação 29. No projeto educacional da Escola Católica, Jesus Cristo é o fundamento, em quem todos os valores humanos encontram sua realização plena e sua unidade. Esse projeto não somente é elaborado e divulgado, mas sim é vivido em corresponsabilidade, ou seja, compromete a todos os membros da comunidade educacional. Desta forma, Jesus Cristo revela e promove o sentido novo da existência e a transforma, capacitando o homem e a mulher para viver uma vida nova, ou seja, para pensar, querer e agir segundo o Evangelho, fazendo das bem-aventuranças a norma de sua vida. Atuar segundo o Evangelho 19 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM Currículo evangelizador 30. O desafio da Escola Católica é fazer presente a tarefa evangelizadora no mais próprio de seus afazeres, a transmissão curricular. A Escola Católica exige um currículo evangelizador para conformar uma comunidade capaz de anunciar e desenvolver de forma orgânica e sistemática, desde seus diversos componentes e âmbitos (projeto educacional, ambientes, convivência, setores de aprendizados, planos e programas, práticas pedagógicas, regulamentos, experiências, etc.), as atitudes e competências reveladoras daqueles valores propostos por Jesus Cristo no Evangelho. Desse modo, todo educador, a partir do específico de sua profissão docente, deve oferecer um serviço para a evangelização de seus estudantes, sendo corresponsável com a missão da Igreja. Assim, os grandes objetivos da Escola Católica são anunciados diariamente, de forma orgânica e sistemática, nos diferentes âmbitos do currículo e, por tanto, pela totalidade dos agentes educadores. Riqueza educativa da Igreja 31. A riqueza da educação continental reflete o esforço histórico e contínuo da Igreja, que, através de múltiplos agentes, plantou escolas e educação em cada uma das nações do continente e nos mais diversos territórios. A riqueza não só é quantitativa (número de instituições, de docentes, de estudantes, de exalunos e de famílias associadas), mas também qualitativa (pela variedade de obras, carismas e interlocutores). A partir dessa riqueza dupla é necessário pensar e projetar a Missão Continental de Aparecida, porque há uma potencialidade comum, um esforço de todos, comprometidos pelos mesmos princípios. E essa fecundidade educacional é também uma fonte de recursos para promover um Continente diferente: a defesa da vida, construção de famílias mais estáveis, participação cidadã responsável, sistemas democráticos evoluídos, qualidade de vida, construção de sociedades mais justas, inclusão de vastos setores da população, a vigência real, coerente e comprometida dos valores do Evangelho. Resgatar a identidade católica 32. Todas as escolas católicas devem tender a uma verdadeira conversão à luz de Aparecida, onde Jesus Cristo seja o centro. “Devemos resgatar a identidade católica de nossos centros educativos por meio de um impulso missionário corajoso e audaz, de modo que chegue a ser uma opção profética plasmada em uma pastoral da educação participativa.” (DA 337) 20 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 20 11/28/11 11:12 AM 33. Nesse processo de conversão, muitas escolas católicas, entre elas, algumas de reconhecida trajetória e merecido prestígio em cada um dos países do continente, devem rever seus projetos educacionais e responder ao novo chamado da Igreja, porque nem sempre o lugar que ocupam na sociedade e na educação tem como suporte e fundamento os valores do evangelho em todas suas dimensões, nem uma proposta pastoral comprometida com a força da verdade. Cresceram e conquistaram reconhecimentos, negociando as demandas do mercado, obedecendo políticas incompatíveis com os critérios educativos da igreja e sem uma clara definição a respeito dos valores e a cultura contemporânea, perdendo a identidade católica e missionária. Essas instituições se desentenderam – nos feitos – de vastos setores da população que requerem de sua atenção e de sua presença educativa e evangelizadora. Revisar os projetos educacionais 34. Esta conversão exige uma nova pedagogia. A Escola Católica trabalha com uma pedagogia atualizada que sabe beber das fontes mais purificadas e dos pensamentos mais críticos, e que não teme articular toda a força da renovação no conhecimento e na ciência com as riquezas da educação cristã e do Evangelho. Os novos discursos educativos não devem ser rejeitados, mas, sim, incorporados à luz dos princípios da pedagogia cristã. Por isso, a Escola Católica advoga por oferecer uma pedagogia onde se debatam os temas da agenda educativa de nosso tempo, onde os pensamentos novos sejam gerados e aceitos, mas, ao mesmo tempo, seja anunciada a Verdade que nos propõe a mensagem revelada e o magistério da Igreja. São seus diretores e docentes os que devem crescer nessa síntese de fé e ciência. Uma nova pedagogia 35. A pedagogia de Jesus é o caminho para que a comunidade educacional ajude as novas gerações a elaborarem seu projeto de vida pessoal e comunitário. Como se desprende do diálogo de Cristo ressuscitado com os discípulos de Emaús (Lc 24), a Escola Católica deve pôr em prática uma pedagogia do encontro, do discernimento, do acompanhamento e do testemunho. A pedagogia de Jesus 36. Esta pedagogia de Jesus é a do Mestre: – que se aproxima existencialmente do outro; – que sabe se adaptar aos processos pessoais (pedagogia da humildade e da paciência); – que reconhece e valoriza a riqueza e a experiência dos outros; 21 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 21 11/28/11 11:12 AM – que manifesta uma atitude de escuta; – que instrui; – que educa na liberdade responsável; – que acompanha na definição do projeto existencial; – que – em cada comunidade – descobre e desfruta da multiplicidade e diversidade dos talentos e carismas pessoais; – que ensina iluminando com a Palavra e o testemunho de vida. Educação na fé de forma integral 37. Em síntese: A Escola Católica é chamada a realizar sua transformação conforme a exigência apresentada em Aparecida quando aponta: “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária.” (DA 370) Nesse sentido, a Escola Católica deve deixar de ser uma escola com pastoral (ou seja, que se define como católica somente por atividades religiosas e litúrgicas isoladas e pontuais) para ser uma escola em pastoral. Esta escola desenvolve a educação na fé de maneira “integral e transversal em todo o currículo, levando em consideração o processo de formação para encontrar a Cristo e para viver como discípulos e missionários e inserindo nela verdadeiros processos de iniciação cristã”. (DA 338). Missão eclesial da Escola Católica 38. Finalmente, em estreita ligação ao supramencionado, está a dimensão eclesial da Escola Católica. Ela não é uma característica justaposta, mas parte fundamental de sua identidade (EC 11). Daí decorre sua necessária inserção na pastoral orgânica paroquial e diocesana, e a urgência de promover nas comunidades paroquiais e diocesanas um sentido de responsabilidade pela educação e a escola. (EC 12). 22 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 22 11/28/11 11:12 AM Linhas de ação: Elaborar o projeto educativo e revisar a prática pedagógica 39. Para concretizar o apresentado até momento propomos as seguintes linhas de ação: 1. Revisar ou elaborar ou projeto educativo para certificar se contém práticas curriculares evangelizadoras à luz dos critérios de Aparecida. 2. Implementar um currículo evangelizador em sintonia com o projeto educativo institucional. 3. Avaliar se a escola consegue atingir um nível de qualidade tal consiga um desenvolvimento integral de todos e cada um de seus estudantes. 4. Revisar o funcionamento das Escolas Católicas em todos seus afazeres e motivar a conversão das comunidades educativas para que sejam verdadeiras discípulas missionárias. 5. Revisar as práticas pedagógicas, à luz da pedagogia de Jesus Mestre. 6. Avaliar em que grau a comunidade avança na construção de uma Escola Católica em pastoral. 7. Fomentar a relação das escolas católicas com as paroquias e as dioceses, para promover a pertença viva à Igreja como Povo de Deus e participar nos planos pastorais diocesanos. 23 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 24 11/28/11 11:12 AM A MISSÃO CONTINENTAL DE APARECIDA NOS AGENTES DA ESCOLA CATÓLICA VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM Evangelizar a partir do mundo educacional 40. A Missão Continental é um chamado de nossos pastores a todos os católicos e pessoas de boa vontade da América Latina e do Caribe, o qual deve ser atendido por todas as instâncias pastorais da Igreja Católica. A Escola Católica não está à margem desse chamado; pelo contrário, tem de atender a este convite com responsabilidade e entusiasmo por ter a mesma essência de sua missão, que é evangelizar a partir do mundo educacional. Comprometer-se com esta tarefa evangelizadora 41. Na Escola Católica, todos os agentes da comunidade educacional devem ser sujeitos e protagonistas dessa missão continental. Por isso, propomos algumas reflexões e linhas de ação para que cada um desses agentes se comprometa com essa tarefa evangelizadora no dia a dia, considerando seu papel de educador e sua identidade cristã. EDUCADOR DIRETOR Liderança do educador diretor 42. Entendemos por educador diretor quem tem a responsabilidade de dirigir e gerir a instituição, ou seja: reitor, vice-reitor, diretores e membros de equipes diretoras. São líderes que acompanham e orientam quem faz parte da comunidade educacional no desenvolvimento do projeto educativo da instituição. Nesse sentido, e considerando o espírito da Missão Continental, o educador diretor católico deve exercer uma liderança que estimule a essência pastoral na escola. Modelo de identidade: a imagem do Bom Pastor 43. A imagem evangélica do Bom Pastor, que busca e cuida de cada uma de suas ovelhas e não tem medo de dar a vida por elas, é um modelo da identidade do educador diretor católico. (Jo 10, 11-16 e Lc 15, 3–7). Como o Bom Pastor, o diretor é aquele que assume a missão de liderar, conduzir, administrar, gerir e cuidar de sua comunidade educacional; terá uma preocupação especial em buscar a ovelha perdida e devolvê-la com amor ao rebanho. 44. Na Escola Católica, esta realidade exige que o educador diretor opte claramente por liderar a ação evangelizadora na comunidade educacional, a fim de que ela seja uma autêntica discípula missionária. Líder da ação evangelizadora Perfil do educador diretor 45. O educador diretor, que pode ser um sacerdote, um religioso, uma religiosa ou um leigo, por seu papel de liderança, responsabilidade e importância na comunidade educacional e na sociedade civil, deve necessariamente adequar-se a um perfil que contemple características íntegras de maturidade humana e espiritual, bem como aptidões administrativas e pedagógicas. 26 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM 46. A maturidade humana tem a ver com uma alta capacidade de assumir a frustração, sem perder a compostura nem entrar sérios estados de descontrole; resiliência, que confere equilíbrio emocional e psíquico com capacidade suficiente de autocontrole para administrar as emoções na tomada de decisões pessoais, sociais e comunitárias frente a situações de alta complexidade. Essas pessoas devem ser capazes de iniciar relações pessoais e sociais independentes e produtivas, sem dar espaço a condutas desequilibradas causadas pelo trato difícil com pessoas conflituosas e imaturas. A afirmação anterior será impossível se a imaturidade do indivíduo não permitir uma aceitação objetiva de si mesmo, com suas qualidades e defeitos, o que o abre o caminho para a aceitação dos demais, com paciência e compreensão. Suas decisões serão livres, responsáveis e autônomas, buscando sempre a iluminação por valores objetivos, éticos e morais. Maturidade humana: aceitação de si mesmo e dos demais 47. A maturidade pessoal lhe dará precisão naquilo que se faz, ou seja, com uma determinada capacidade de gestão, consegue-se conquistar os objetivos propostos, esquivando-se dos obstáculos que surgirem, sem atropelamentos e imposições, em clima de diálogo e resguardando seu dever de decidir. A perseverança, a paciência e a tolerância serão seus aliados para que sua gestão não perca o rumo. Ter capacidade de gestão 48. Como um bom líder, terá autoridade perante os membros de sua comunidade por comprovação de sua maturidade e da sua forma de agir, transformando-o em referência e conquistando o apreço, o afeto, a valorização e o respeito dos que o rodeiam. Autoridade perante os membros de sua comunidade 49. Uma pessoa com esse perfil de maturidade humana criará um ótimo clima de convivência escolar com alto desempenho produtivo, grande interesse de participação, compromisso e pertencimento institucional, o que será o ambiente ideal para a formação íntegra dos estudantes. Criar um ambiente propício para a formação 50. A maturidade espiritual é o conhecer, o amar e o seguir a Jesus Cristo em seu sacrifício de morte e ressurreição, de modo que seu estilo de vida condiga com os valores do Evangelho. A oração, a vida sacramental e sua delicada caridade cristã no convívio com os outros O ajudaram a agir em prol dos mais fracos e necessitados em suas diversas expressões a partir de sua missão educadora. Maturidade espiritual: estilo de vida coerente com os valores do evangelho 27 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM As condutas do educador diretor inspiradas no Evangelho Profissionais muito bem preparados Profissionais muito bem preparados 51. Suas condutas se inspirarão no Evangelho e condirão com os princípios da moral cristã católica que, por sua vez, servirão de exemplo para toda a comunidade educacional. 52. As competências administrativas e pedagógicas do educador diretor são o conjunto de qualidades, atitudes e habilidades para a condução da comunidade educacional para a conquista dos objetivos institucionais. A visão e a missão institucional, ou seja, o sonho e a tarefa, respectivamente, exigem de pessoas capacitadas conhecimentos essenciais que dizem respeito ao planejamento, direção e controle de uma organização educacional. Daí, derivam: • A relevância de sua idoneidade para dirigir, planejar e avaliar os processos institucionais; • Uma boa administração dos recursos humanos, materiais e pedagógicos; • A abertura a necessidades pessoais e comunitárias em uma atitude de ouvinte; • A capacidade de organização e trabalho em equipe; • Complementando os outros itens, conhecimentos e desenvolvimento adequado das competências para o cuidado do currículo e da avaliação educacional. Uma formação profissional sólida do educador diretor implica necessariamente não apenas na capacidade de estimular toda a comunidade educacional com sua liderança efetiva frente às metas institucionais, mas implica também na orientação do desenvolvimento curricular da escola com criatividade e de forma atual. 53. Nos centros educacionais pertencentes a instituições religiosas ou diocesanas, deve-se cuidar para que o pessoal ordenado que ocupa cargo de docente diretor atenda à formação administrativa e pedagógica que lhes é exigida. Na grave “emergência educacional” em que vivemos, a condução pedagógica da comunidade escolar exige profissionais muito bem preparados para enfrentar os desafios de hoje. 28 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 28 11/28/11 11:12 AM EDUCADOR DOCENTE 54. A tradição educacional da igreja construiu uma figura do educador inspirada em muitas passagens das Escrituras Sagradas. No Antigo Testamento, Javé, em várias ocasiões, toma a iniciativa de ir ao encontro do povo eleito para acompanhá-lo pedagogicamente para que a vida tenha sentido. Por outro lado, vários textos evangélicos que retratam a vida de Jesus expressam seu estilo pedagógico e o mostram como modelo de um verdadeiro e autêntico mestre. A partir dessa perspectiva, ao refletir sobre a pessoa do educador docente, é bastante válido levar em consideração a pedagogia de Jesus retratada no encontro com os peregrinos de Emaús. Nesta aproximação intencionada, a pedagogia de Jesus é caracteriza nos seguintes feitos: • A acolhida: se aproxima e se interessa pelo que conversam no caminho; • O discernimento: explica rapidamente as Escrituras e faz um acréscimo à formação, explicando o que acontece; • O acompanhamento: permanece com eles ao entardecer, ficando ao lado deles quando a esperança de desvanece; • Suscita nos discípulos o testemunho: infunde neles uma força que os enche de esperança e os leva ao encontro com outros. A educação de nosso tempo, atenta às mudanças sofridas tanto pelos adultos quanto pelas novas gerações, exige uma pedagogia com essa índole. Pedagogia de Deus e pedagogia de Jesus 55. No contexto da pedagogia já caracterizada, o educador docente de nossas comunidades educacionais deve se destacar pelos seguintes feitos: • Amor pedagógico, motor de toda a sua prática educacional e demonstração vocacional, dá forma ao exercício de sua profissão; • Sábio e respeitoso acompanhamento do estudante em função de seu crescimento e desenvolvimento integral; • Anseio de excelência profissional, sempre buscado através do aperfeiçoamento contínuo; • Conhecimento e manuseio das novas tecnologias a serviço da educação e formação das novas gerações; Feitos do educador docente na promoção dos valores do Evangelho 29 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM • Preocupação por viver e crescer em sua fé à luz de uma autêntica espiritualidade cristã, o que o permitirá dar testemunho de seu seguimento à Pessoa de Jesus, despertando nos outros o desejo de encarnar o discipulado missionária que surge do encontro pessoal com Jesus Cristo. Dessa forma, o educador docente será um instrumento importante para que, além dos seus alunos, todos os integrantes da comunidade educacional promovam a partir dela os valores do Evangelho que tornam possível uma convivência social mais justa, fraterna, pacífica, solidária e responsável. Maturidade humana e espiritual do docente 56. Somente pessoas sãs e maduras podem servir de guia para sujeitos em crescimento. Por isso, é importante que haja uma seleção diligente e criteriosa dos docentes das escolas católicas. Junto com as exigências próprias de seu compromisso de fé, a maturidade humana e espiritual do docente nestas comunidades educacionais implica em: • Um cuidado de sua própria pessoa e capacidade de acolher o outro; • Capacidade de se aproximar do estudante, adaptando-se à idade, mas com maturidade e sem perder sua condição de docente; • Equilíbrio psicológico para controlar seus impulsos, emoções e demonstração de sentimentos; • Autoestima equilibrada, aceitação de si mesmo, com qualidades e defeitos; • Capacidade de gerar confiança através de uma liderança aberta e democrática; sensibilidade perante todos os seres humanos; • Simplicidade e criatividade; • Competência intelectual; • Coerência e transparência nas relações humanas e em suas práticas pedagógicas. Relação do docente com os estudantes 57. Além disso, é fundamental levar em consideração que o educador docente é chamado a refletir seu compromisso de fé, que surge da vocação cristã através do exercício da docência e que, indubitavelmente, implica em uma relação interpessoal com seus alunos; relação esta que certamente ultrapassa a mera transmissão de conhecimentos. Sobre isso, o magistério da Igreja afirma: “Na Escola Católica, ‘os educadores cristãos, como pessoas e como comunidade, são os primeiros responsáveis por criar o peculiar estilo cristão’. A docência é uma atividade de 30 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 0 11/28/11 11:12 AM extraordinário peso moral, uma das mais altas e criativas do homem: Com efeito, o docente não escreve sobre uma matéria inerte, mas sobre a própria alma dos homens. Por isso, a relação pessoal entre educador e aluno adquire um valor de extrema importância, que não se limita a um simples dar e receber. Além disso, é necessário ser cada vez mais consciente de que os docentes e educadores vivem uma vocação cristã específica e têm uma participação também um tanto específica na missão da Igreja e «que deles depende, sobretudo, o que as escolas católicas possam realizar seus propósitos e iniciativas.” (EC 19) PESSOAL TÉCNICO-PEDAGÓGICO, ADMINISTRATIVO E DE SERVIÇOS 58. Todo integrante da comunidade escolar tem uma responsabilidade educacional. Para a Escola Católica, todo o pessoal da comunidade escolar – não docente, docente e docente diretor – deve cooperar ativamente – a partir de seus papéis e funções específicas – no processo de formação dos estudantes. Seu profissionalismo, cooperação e respeito aos alunos e suas famílias são exigências fundamentais para o sucesso de um ambiente educacional que permita o desenvolvimento de todas as capacidades de crianças e jovens a que se propõe a escola. Cooperar ativamente no processo de formação dos alunos 59. A Escola Católica deve cuidar para que todo o pessoal técnico-pedagógico, administrativo e de serviços que trabalha na comunidade educacional atenda também às características, qualidades e critérios de maturidade já mencionados. Deve-se ter uma preocupação especial com aqueles que têm um contato frequente e direto com os alunos. O trabalho desses profissionais deve ser acompanhado com diversos tipos de capacitação e aperfeiçoamento para transformá-los em agentes atuantes nas comunidades educacionais. É dever também da Escola Católica cuidar do crescimento na fé de cada um deles, sabendo também que seu testemunho é uma importante ação educativa. Cuidar do pessoal técnico-pedagógico, administrativo e de serviços 31 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 1 11/28/11 11:12 AM ESTUDANTES Mudança de épocas: modificações nas condutas das pessoas 60. A mudança de época traz consigo importantes modificações nas condutas de consumo de todos: “A avidez do mercado descontrola o desejo de crianças, jovens e adultos. A publicidade conduz ilusoriamente a mundos distantes e maravilhosos, onde todo desejo pode ser satisfeito pelos produtos que têm caráter eficaz, efêmero e até messiânico. Legitima-se que os desejos se tornem felicidade.” (DA 50) Nessa mudança de épocas, não se pode deixar de reconhecer que “as novas gerações são as mais afetadas por esta cultura de consumo em suas aspirações pessoais profundas”. “Crescem na lógica do individualismo pragmático e narcisista, que desperta nelas mundos imaginários especiais de liberdade e igualdade. Afirmam o presente porque o passado perdeu relevância diante de tantas exclusões sociais, políticas e econômicas. Para elas, o futuro é incerto. Assim mesmo, participam da lógica da vida como espetáculo, considerando o corpo como ponto de referência de sua realidade presente. Têm nova atração pelas sensações e crescem na grande maioria sem referência aos valores e instâncias religiosas.” (DA 51) Conhecer as culturas jovens e ir ao encontro delas 61. Frente a esta realidade da juventude, a Escola Católica deve ter uma preocupação especial em conhecer as culturas juvenis e ir ao encontro delas com a mensagem do Evangelho. Diferente disso, constata-se que a tarefa evangelizadora é persistente no uso de “linguagens pouco significativas para a cultura atual e, em particular, para os jovens”. “Muitas vezes as linguagens utilizadas parecem não levar em consideração a mutação dos códigos existencialmente relevantes nas sociedades influenciadas pela pós-modernidade e marcadas por amplo pluralismo social e cultural.” (DA 100 d) A Escola Católica “É chamada a se transformar, antes de mais nada, em lugar privilegiado de formação e promoção integral, mediante a assimilação sistemática e crítica da cultura, fato que consegue mediante um encontro vivo e vital com o patrimônio cultural. Isso supõe que tal encontro se realize na escola em forma de elaboração, ou seja, confrontando e inserindo os valores perenes no contexto atual.” (DA 329) 32 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 2 11/28/11 11:12 AM 62. Os estudantes devem ter um protagonismo significativo na Escola Católica. Ela deve ser um espaço em que, justos, os jovens possam expressar suas ideias, encontrando também espaços para sua expressão. Somente com o diálogo entre as culturas juvenis e a cultura escolar, será possível realizar uma verdadeira educação. “Na realidade, a cultura, para ser educativa, deve inserirse nos problemas do tempo no qual se desenvolve a vida do jovem. Dessa maneira, as diferentes disciplinas precisam apresentar não só um saber por adquirir, mas valores por assimilar e verdades por descobrir.” (DA 329) Neste processo de escutar e dialogar com os estudantes, a Escola Católica deve velar por uma educação de qualidade, com igualdade e inclusão, para que, em igualdade de oportunidades, os jovens possam progredir em seus estudos, ingressando no mundo de trabalho e desenvolvendo seu projeto de vida. (DA 65) Tudo isso se transforma em um imperativo moral mais urgente ao tomar consciência de que se vive no contexto de uma sociedade da informação e do conhecimento. Escutar e dialogar com os estudantes 63. Os estudantes esperam obter da Escola Católica ferramentas para se desenvolverem adequadamente na sociedade em constante mutação em que vivem. Em seus educadores, buscam formação para exercerem com responsabilidade a liberdade nesse mundo de tanto relativismo; anseiam por uma educação cidadã, que lhes permita participar da sociedade de forma crítica e reflexiva; e querem ser educados na experiência da solidariedade e do diálogo intercultural para enfrentar adequadamente um mundo repleto de individualismo e de invisibilidade de tudo o que é diferente. A juventude clama por encontrar testemunhos de vida, modelos que iluminem seu caminhar, e esperam que seus processos de formação os ajudem a descobrir o sentido da vida. Frente a esse clamor da juventude, Jesus é a resposta a todas as demandas juvenis. Jesus Cristo, “eleva e enobrece a pessoa humana, dá valor à sua existência e constitui o perfeito exemplo de vida. É a melhor notícia, proposta pelos centros de formação católica aos jovens.” (DA 335) Jesus: resposta a todas as demandas juvenis 33 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM Pais de família O valor da família 64. Mesmo quando a mudança de épocas gera crises familiares, a instituição familiar, de acordo com o magistério da Igreja, continua tendo como modelo a família de Nazaré. Por outro lado, independentemente de suas diversas configurações, não se deve desconhecer, que em seu seio, a pessoa descobre com maior clareza os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus. “Deus ama nossas famílias, apesar de tantas feridas e divisões” (...). Tanto que “Muitos vazios de lar podem ser atenuados através de serviços prestados pela comunidade eclesial, família de famílias.” (DA 119) Através da família, recebe-se o dom da vida, a primeira experiência do amor gratuito e da fé. “O grande tesouro da educação dos filhos na fé consiste na experiência de uma vida familiar que recebe a fé, a conserva, a celebra, a transmite e dá testemunho dela. Os pais devem tomar nova consciência de sua alegre e irrenunciável responsabilidade na formação integral dos filhos.” (DA 118) Missão da família na sociedade e na Igreja 65. Além disso, em nosso meio há circunstâncias especiais: “A família é um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos e caribenhos e é patrimônio da humanidade inteira. Em nossos países, parte importante da população está afetada por difíceis condições de vida que ameaçam diretamente a instituição familiar. Em nossa condição de discípulos e missionários de Jesus Cristo, somos chamados a trabalhar para que tal situação seja transformada e a família assuma seu ser e sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja.” (DA 432). A Escola deve ter consciência de que a realidade socioeconômica e cultural da família é um fator poderoso de explicação do sucesso escolar dos estudantes; não obstante, essa situação não é desculpa para seus resultados acadêmicos, se não um desafio para a criatividade e profissionalização possibilitam reverter a situação. Pais, os primeiros educadores 66. Os pais são os primeiros e principais educadores: “Pelo fato de haver dado a vida aos filhos, os pais assumiram a responsabilidade de oferecer a eles condições favoráveis para seu crescimento e a séria obrigação de educá-los. A sociedade precisa reconhecê-los como os primeiros e principais educadores. O dever da educação familiar, como primeira 34 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM escola de virtudes sociais, é de tanta transcendência que, quando falta, dificilmente pode ser suprida. Esse princípio é irrenunciável.” (DA 339) Os filhos têm o direito de poder contar – sempre que possível – com o pai e com a mãe para que cuidem deles e os acompanhem até a plenitude da vida. 67. Não obstante, o direito inalienável da família na educação de seus filhos, um importante vínculo histórico entre a família e a escola, continua sendo o respaldo necessário para o desenvolvimento de todas as escolas. As mudanças sociais, familiares, estudantis e escolares enfraqueceram esse vínculo nas últimas décadas, de modo que é absolutamente necessário restabelecê-lo. Sem a família, a escola perde seu respaldo: seus ensinamentos não têm onde serem processados, reforçados e, por fim, internalizados. Pelo contrário, a família desvinculada à Escola pode ser onde o que é passado pelos professores, seus ensinamentos e valores são debatidos, questionados, negados e até eliminados. “A tarefa educacional valoriza sinais e tradições e precisa de lugares críveis: antes de tudo a família, com seu papel peculiar e irrenunciável.” (Bento XVI, Emergência educacional) Restaurar o vínculo entre a família e a escola 68. Para educar, especialmente no seio familiar, é necessário que os pais e educadores não renunciem à sua tarefa em relação a seus filhos e/ou alunos, de corrigi-los, adverti-los e orientá-los; mas, também, e de uma forma muito especial, de acompanhálos na definição de seu projeto de vida e de amadurecimento da fé. Não se trata apenas de um grande amor aos filhos e alunos, mas, sim, de querê-los bem e de querer o bem que os favorece no crescimento humano e cristão. A tarefa dos pais e educadores EX-ALUNOS 69. Os ex-alunos são os egressos das escolas católicas que levam as riquezas do ensino e da vivência da comunidade escolar na qual estudaram. Os ex-alunos, após entrarem para o nível superior ou para o mercado de trabalho, têm seus modos de vida e formas de inserção na sociedade transformados em um importante referencial da qualidade do trabalho de formação empreendido pela Escola Católica. Por isso, os ex-alunos devem ser atuantes na comunidade educacional, não apenas porque colaboram com ela em muitos projetos, mas, sim, porque contribuem para melhorar a qualidade do trabalho educacional ao compartilhar seu olhar crítico e suas propostas de renovação. Parte ativa da comunidade educacional 35 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM Atualizar o compromisso de sua missão 70. A Escola Católica, em seu contato permanente com os ex-alunos, deve manter um vínculo vivo com eles. Não basta celebrar a nostalgia do passado. Deve-se manter um contato que permita que os ex-alunos, através da escola, aprofundem e atualizem o compromisso e a coerência que os mantenham fiéis à missão e à conversão proposta por Aparecida. A Escola Católica deve se ver como uma importante responsável pelo discipulado missionário de seus ex-alunos. Linhas de ação: Avaliar, formar, protagonizar 71. Esta realidade nos obriga a formular as seguintes linhas de ação: a. Avaliar se os Educadores Diretores exercem sua tarefa com a devida maturidade humana e cristã, e se sua liderança é própria de uma autoridade que estimula e acompanha o crescimento de todos; b. Implementar planos de reciclagem e/ou formação para que todos os Educadores Diretores, inclusive os ordenados e ordenadas que desempenha essa tarefa, estejam devidamente preparados e profissionalmente formados para o exercício da função que desempenham; c. Gerar instâncias de avaliação, encontros de reflexão sobre a prática docente e cursos de formação à luz da Pedagogia de Jesus, o Mestre, aquele que vai ao encontro, ajuda a discernir, acompanha e suscita o testemunho aos discípulos de Emaús; d. Envolver todo o pessoal técnico-pedagógico, administrativo e de serviços nos trabalhos pastorais de educação da Escola; e. Rever o perfil de seleção, assim como seu cumprimento, de todo o pessoal diretor, docente, técnico-pedagógico, administrativo e de serviços que trabalha na comunidade educacional, a fim de garantir que cada um deles atenda às características, qualidades e critérios de maturidade necessários para trabalhar em uma Escola Católica; f. Estabelecer em cada comunidade educacional um plano de formação permanente que favoreça o aperfeiçoamento do corpo docente e não docente, obtendo-se as atualizações necessárias que possibilitem o avanço proposto na qualidade do ensino; 36 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM g. Cuidar para que o pessoal ordenado responsável pelas tarefas de direção nos centros educacionais que pertencem a instituições religiosas ou diocesanas tenha a formação administrativa e pedagógica necessária; h. Conhecer a realidade dos jovens e aprender a vê-la com os olhos da juventude, assumindo-a como ponto de partida do processo educacional; i. Permitir que o estudante seja o protagonista na escola, proporcionando a ele uma experiência de formação; certamente, isso exige acompanhamento e reflexão de tudo o que for experimentado; j. Promover entre os pais de família o exercício dos direitos e das obrigações na educação de cada um de seus filhos; k. Criar propostas de formação dos pais de família a fim de fortalecer sua presença e participação ativa na educação dos filhos; l. Promover a presença de ex-alunos na comunidade educacional das escolas católicas, proporcionando formação permanente e intervenção como agentes nos projetos e na missão da escola; m. Incorporar a avaliação dos ex-alunos às práticas da escola, funcionando como uma importante referência da qualidade do trabalho educacional que é feito nela. 37 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM CONCLUSÃO Em sua tarefa evangelizadora, a Igreja Católica conta com a educação como um instrumento potente e pertinente à sua missão, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo através da Escola Católica e do trabalho de educadores católicos em outras instituições educacionais que não professem explicitamente a religião. A responsabilidade de evangelização não se restringe aos diretores ou aos dirigentes pastorais das escolas, mas, sim, divide-se igualmente entre toda a comunidade educacional, sendo ela mesma discípula missionária de Jesus Cristo – o Caminho, a Verdade e a Vida. O documento que acabamos de apresentar como instrumento guia para levar e vivenciar a Missão Continental na Escola Católica, por exortação feito pelos Senhores Bispos da América Latina e do Caribe em Aparecida, nos mostrou de forma pedagógica o espírito, o conteúdo e a metodologia de como atualizar e viver esta responsabilidade. O esforço empreendido pela Seção de Educação Geral e Média do CELAM nos proporcionou uma aproximação prática e real às responsabilidades de cada um dos agentes da comunidade educacional, a fim de que seja levada à prática a nova evangelização em nossos meios. A clareza da identidade da Escola Católica no mundo de hoje e os desafios que a nova época lhe impõe ajudam a acompanhar de perto as ameaças, os critérios e as linhas de ação que devem ser adotadas pelos diretores, professores, pessoal administrativo e de serviços gerais, bem como os pais e estudantes dos centros educacionais na vivência da Missão Continental. Pedimos que os diretores das escolas se aprofundem neste instrumento, socializando-o e compartilhando-o com suas comunidades. Assim, a comunhão eclesial, pouco a pouco, passa por uma reciclagem e passa a ser vivida, de modo que instituições e seus integrantes se identifiquem como discípulos missionárias de Jesus Cristo. 38 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 8 11/28/11 11:12 AM A Missão Continental é um dom de Deus para a Igreja peregrina na América Latina e no Caribe. Em contrapartida, é uma tarefa de cada um de nós que, unidos a Cristo pelo Batismo e enviados a evangelizar pelo Crisma, com a vocação específica de educadores, devemos assumi-la com paixão para acompanhar nossos estudantes no processo de transformá-los em discípulos missionários de Jesus Cristo. Com a ajuda de Deus e da intercessão da Santíssima Virgem Maria, unamo-nos aos esforços da Igreja empreendendo uma atitude de conversão pastoral e de comunhão eclesial, como nos pede Aparecida, deixando de ser uma pastoral de conservação para ser uma pastoral realmente missionária. 39 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 11/28/11 11:12 AM GLOSSÁRIO Atitudes Predisposições ao trabalho; mostram-se no indivíduo que “está disposto e preparado para”, “está sempre aberto a”, “se coloca voluntário a”, “está interessado em”. São respostas habituais, estáveis, seguras que temos em nosso desempenho cotidiano. É um estado neural e mental que gera uma resposta imediata – de acordo com determinados valores – mediada pela experiência (hábito, exercício). É uma conduta que se torna habitual e, para isso, exige uma progressividade (desenvolvimento no tempo), uma iluminação intelectual (conhecer, saber) e vontade (querer). Carismas Dons especiais que o Espírito Santo derrama sobre a Igreja para o reavivamento da fé nas diversas comunidades eclesiais. Através desses dons peculiares, o Espírito convoca e anima diversos setores da Igreja – em especial, associações de leigos, ordens religiosas e congregações –, para o cumprimento da tarefa missionária, que se expressa através do trabalho pastoral, da nova evangelização e da missão ad gentes. CELAM Conselho Episcopal Latino-Americano. É um organismo de comunhão, reflexão, colaboração e serviço criado pela Santa Sé a pedido do Episcopado Latino-Americano, servindo como sinal e instrumento do afeto colegial, em comunhão com a Igreja Universal. Agrupa todos os bispos da Igreja Católica da América Latina e do Caribe. Sua constituição formal se deu em 1955 pelo Papa Pio XII, e sua sede se localiza em Bogotá, Colômbia. O CELAM realiza suas Assembleias Ordinárias a cada dois anos, além das Reuniões Anuais de Diretores, Secretários Gerais de Conferências Episcopais e da Coordenação de atividades pastorais. Sede: Bogotá D.C. Colombia Carrera 5a No. 118-31 A.A. 51086 (57 1) 587 9710 [email protected] http://www.celam.org 40 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 40 11/28/11 11:12 AM Comunidade educacional Conjunto de pessoas que formam a escola, convocados e reunidos pelo mesmo fim: a educação. Cada um assume seu papel e sua função e, juntos, buscam a formação, a promoção e o amadurecimento humana e espiritual de todos os seus membros. A comunidade não é igual à soma de seus membros, mas, sim, um projeto comum animado pelo mesmo espírito. Conferência Episcopal Instituição de caráter permanente que congrega todos os bispos de um país ou de um território mai amplo (como no caso das Antilhas). As primeiras Conferências organizadas foram as da Colômbia (1908) e do México. O Concílio Vaticano II formalizou sua existência no decreto Christus Dominus (38); depois, Paulo VI, no motu proprio Eclesiae sanctae (1966), e João Paulo II, no motu proprio Apostolos suos (1998) definiram sua natureza e sua autoridade magisterial. Os bispos se reúnem periodicamente em Assembleias e se organizam em Comissões para tratar de temas relacionados ao estudo da realidade, ao discernimento à luz do Evangelho e à definição de linhas de ação para uma evangelização que responda aos sinais dos tempos atuais. Conversão pastoral Consiste em abandonar antigas estruturas pessoais, institucionais e eclesiais para criar novas estruturas que mantêm a fidelidade à tradição, mas sabem dialogar com os novos tempos. Implica em sair da comodidade do que sempre se está acostumado a fazer para começar a fazer o que deve ser feito, mesmo que implique em maior compromisso e esforço. Currículo e projeto institucional Toda atividade educacional e de formação de uma escola gira em torno de um projeto curricular e de uma organização institucional que gerencia as intervenções e responsabilidades de cada um dos agentes. Enquanto o projeto institucional ordena o funcionamento da Instituição, definindo seus princípios, seus 41 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 41 11/28/11 11:12 AM fins, o papel de seus agentes, as prioridades e os critérios de funcionamento, o projeto curricular ordena e orienta à mesma essência da escola: a transmissão sistemática da cultura e dos valores vigentes. Currículo evangelizador Desenvolvimento dos conteúdos culturais que são ordenados, sistematizados e sequenciado para facilitar a transmissão no decorrer dos diversos níveis do sistema educacional, mas que, mantendo a fidelidade aos conhecimentos e ao saber, constrói e comunica os valores do Evangelho em uma síntese ativa entre cultura, fé e vida. Se, além disso, o currículo for considerado como a totalidade das atividades educacionais de uma escola, sua linguagem total deve transpassar a relação entre fé, cultura e vida. Documento de Aparecida Documento conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no Brasil, em maio de 2007. • O documento traz uma introdução, uma conclusão e três partes: a) A vida de nossos povos hoje (Ver); b) A vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários (Julgar); c) A vida de Jesus Cristo para nossos povos (Atuar). • O título do documento é Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos nEle tenham vida, tendo como iluminação bíblica o texto de João 14, 6: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. • Com a aprovação dos bispos latino-americanos e caribenhos conferida no dia 30 de maio de 2007, hoje, é o documento que orienta a ação pastoral da Igreja no Continente. 42 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 42 11/28/11 11:12 AM Documentos anteriores ao de Aparecida Em cada Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano é redigido um documento que recebe o nome do lugar onde foi realizada a reunião. Há documentos mais conhecidos e difundidos que outros: • DOCUMENTO DO RIO DE JANEIRO (1955); • DOCUMENTO DE MEDELLÍN (1968); • DOCUMENTO DE PUEBLA (1979); • DOCUMENTO DE SANTO DOMINGO (1992); Educação íntegra Educação que se propõe a oferecer um desenvolvimento em todas as dimensões constitutivas da pessoa, obtendo paulatinamente, não apenas a aquisição sistemática da cultura, mas a maturidade da pessoa e o desenvolvimento harmonioso de todos os elementos constitutivos do ser humano. A educação íntegra é o pressuposto necessário para que, além de escola, ela seja uma Escola Católica. Escola missionária Fiéis aos novos tempos e à presença de novos sujeitos, e iluminados pelas palavras de Aparecida, a escola deixa de ser um lugar passivo e a espera de quem deseje se empenhar para educar e se transformar em um agente ativo que – como o Bom Pastor – sai à procura das ovelhas, especialmente das perdidas, das rebeldes, das impedidas pela desigualdade das condições socioeconômicas ou por vários tipos de vícios e desvios. A escola carrega esses necessitados sobre seus ombros e os coloca em uma posição privilegiada. Evangelização É a missão da Igreja: anunciar as Boas Novas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (DA 29). É a proclamação do Evangelho com o objetivo de atrair todos a Cristo e à Sua Igreja. De maneira específica, implica em levar a revelação cristã a pessoas e culturas ainda não receberam o Evangelho. Ou, também, aos lugares dessacralizados ou secularizados, que precisam de um novo anúncio da Palavra de Deus. 43 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM Identidade da Escola Católica São características específicas que transformam instituições, ações e agentes em uma escola; especificamente, em uma Escola Católica. A identidade implica no reconhecimento dos próprios membros da comunidade (interior) e no reconhecimento e na identificação por parte da sociedade e de outras instituições (exterior). Sem identidade, a Escola Católica reproduz as características de qualquer escola, mesmo que seja dirigida ou administradas por pessoas da Igreja. Inclusão / exclusão Categorias sociais que refletem as relações estabelecidas pelos sujeitos ou indivíduos entre si e com a sociedade, e entre a sociedade com cada um desses sujeitos ou indivíduos. Enquanto os incluídos são aceitos pela sociedade e podem usufruir de todos os direitos, os excluídos são aqueles que, por diversas razões, não podem participar ativamente da vida socioeconômica, mesmo que formalmente tenham todos os direitos. As instituições e os processos de socialização reforçam ou ajudam a acabar com essa divisão. Indicadores Toda ação, tarefa ou compromisso deve ter um instrumento de revisão e controle em sua formulação. Os indicadores mostram se o trabalho – neste caso, a educação e a escola – se ajusta às regulamentações e, idealmente, ao que foi pré-estabelecido e acordado. Mostram ainda as tendências de progresso, estacionamento ou retrocesso. Os indicadores de “boas práticas” permitem pré-estabelecer o que é desejável em termos programa ou de projetos, a fim de avaliar as diferentes etapas de cada projeto. Interdisciplinaridade Recurso metodológico e epistemológico que mescla as práticas e suposições das disciplinas afins. Ou seja, a interdisciplinaridade supõe um maior grau de integração entre as disciplinas. Supõe também a existência de um conjunto de disciplinas conexas entre 44 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 44 11/28/11 11:12 AM si, e com relações definidas, que não podem ser desenvolvidas de forma isolada, dispersa ou fracionada. Linhas de ação Propostas de trabalho enunciadas através de uma formulação concreta dos compromissos pessoais e institucionais. São definidas de forma direta e permitem implementar os projetos necessários para pôr em prática ideias e princípios. Missão Etimologicamente, significa “ato de enviar”, mas, em termos gerais, consiste em confiar a alguém uma tarefa, uma função, um fim determinado. No âmbito religioso e, em especial, entre os cristãos, a missão é um compromisso ativo quanto ao anúncio da Palavra de Deus e da verdade a todos os homens. Os missionários eram e são aqueles que assumem a missão: saem de sua zona de conforto para anunciar o Evangelho em outros lugares. A Igreja é chamada a repensar profundamente e a rever com firmeza e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. (DA 11) Missão Continental Como um dos principais resultados da Conferência, os bispos convocaram o povo católico latino-americano e caribenho a iniciar uma grande Missão Continental, como um novo Pentecostes, que os impulsione a ir, de maneira especial, em busca dos católicos afastados e dos que não conhecem ou sabem muito pouco sobre Jesus Cristo, reforçando a fé que hoje existe no continente americano mediante um novo e dinâmico impulso evangelizador. A Missão Continental é um tempo de graça para a Igreja peregrina na América Latina e no Caribe, uma ocasião de conscientização de sua autêntica vocação cristã. É uma Missão permanente, única e variada, que expressa a vontade da Igreja de ser discípula e missionária de Cristo a fim de transmitir aos demais a alegria da fé no atual processo de mudança pelo qual toda a sociedade está passando. 45 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM Multidisciplinaridade Consiste em agregar várias disciplinas, agrupando seus esforços para a solução de um determinado problema. É uma mescla não integradora de várias disciplinas, na qual cada uma delas conserva seus métodos e suposições sem mudar ou desenvolver outras disciplinas na relação multidisciplinar. Profissionais envolvidos em uma tarefa multidisciplinar assumem relações de colaboração com objetivos comuns. Novos areópagos O termo é usado no documento de Aparecida (DA 492), mas João Paulo II falou sobre os “novos areópagos”, onde é urgente anunciar o Evangelho, com uma linguagem compreensível e convincente, assim como fez São Paulo na capital grega ao apresentar aos atenienses o “Deus desconhecido”. O Areópago era o lugar público (praça) dos anúncios, debates e discussões dos cidadãos da polis. Hoje, há diversos lugares em que se faz isso, especialmente: os meios de comunicação de massa, Internet, redes sociais virtuais, etc. Novos tempos A leitura profética e a interpretação dos “sinais dos tempos” nos mostram que estamos vivendo em uma época com características inéditas e repleta de várias riquezas e contradições, de grandes agregações e de ameaças sub-humanas, de afirmação de diversos direitos e destruição da vida. O Documento de Aparecida traz uma análise detalhada em seu Capítulo 2 (33-101). Pastoral Se a função da Igreja é a de seguir o exemplo de Jesus, como o bom pastor que cuida de cada uma das ovelhas e do rebanho, a pastoral define a tarefa da Igreja e de seus pastores: anunciar o evangelho e cuidar dos vários rebanhos que estão lhes foram confiados. Embora todas as ações possam ser pastorais, costumase distinguir os diversos setores que implicam em várias tipos de pastoral e metodologias (entre elas, a pastoral da educação e a escolar).. 46 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM Pós-modernidade Designação adotada pelas ciências sociais e pela filosofia a partir da década de 1980 para se referir à crise da modernidade e da ruptura de seus princípios fundamentais. Suas principais características são: o relativismo, o subjetivismo, a quebra dos grandes relatos, a confusão nos valores, a negociação dos princípios morais (crepúsculo do dever), a cultura do simulacro e a substituição das estruturas sólidas por sociedades, instituições e princípios líquidos. Transdisciplinaridade Processo cognitivo e metodológico que exige o respeito à interação entre os objetos de estudo de diferentes disciplinas, obtendo-se a transformação e a integração de suas respectivas contribuições a fim de formar um todo lógico e coerente. Propõe um princípio da unidade do conhecimento que vai além das disciplinas. Valores Valor é uma propriedade das realidades objetivas, ideais ou possíveis; uma qualidade de certas formas do ser e do agir pelas quais alguns são mais ou menos apreciados, desejados, realizados, preferidos ou postergados. Embora conhecido, o valor é algo vivido, que o sujeito descobre e sente em seu interior frente ao que o rodeia e frente a si mesmo. É também uma qualidade que descobrimos fazer parte dos objetos que apreciamos (bens), com a capacidade de despertar em nós sua vivência. Os valores – na medida em que são devidamente esclarecidos e hierarquizados – são princípios que nos permitem orientar nosso comportamento em função de nossa realização pessoal. São crenças fundamentais que nos ajudam a preferir, apreciar e optar por alguma coisa ou comportamento em detrimento de outro. Além disso, são fonte de satisfação e plenitude. 47 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 4 11/28/11 11:12 AM ÍNDICE APRESENTAÇÃO: O desafio de formar discípulos e missionários .. 3 INTRODUÇÃO: Pôr em prática a Missão Continental na Escola... 7 1. Contextualização da Escola Católica na mudança de época.. 13 2. Educação e Escola Católica .............................................. 17 3. A Missão Continental de Aparecida nos agentes da Escola Católica .......................................................................... 25 • Educador diretor .......................................................... 26 • Educador docente ........................................................ 29 • Pessoal técnico-pedagógico, administrativo e de serviços.. 31 • Estudantes ................................................................... 32 • Pais de família .............................................................. 34 • Ex-alunos ..................................................................... 35 CONCLUSÃO ....................................................................... 38 GLOSSÁRIO ......................................................................... 40 MATERIAIS DE CONSULTA .................................................... 48 MATERIAIS DE CONSULTA DOCUMENTO FINAL DE APARECIDA BENTO XVI: DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO CONCÍLIO VATICANO II: GRAVISSIMUM EDUCATIONIS RELATÓRIO DELORS A IDENTIDADE DA ESCOLA CATÓLICA A ESCOLA CATÓLICA NOS UMBRAIS DO TERCEIRO MILÊNIO EDUCAR JUNTOS PALESTRAS 48 VAYAN_PORTUGUES 00 A048.indd 48 11/28/11 11:12 AM APEC Assessoria Pedagógica 0800 72 LIVRO ou 0800 72 54876 e [email protected] blog AF_VAYAN_PORTUGUES CAPACurvas.indd 1 7/2/13 5:54 PM