Revista de Biologia e Ciências da Terra
ISSN: 1519-5228
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Universidade Estadual da Paraíba
Brasil
Moreira Batista, Ana Maria; Patrício Neto, Graziella
Estudo dos cílios
Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 2, núm. 2, segundo semestre, 2002, p. 0
Universidade Estadual da Paraíba
Paraíba, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50020201
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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA
ISSN 1519-5228
Volume 2 - Número 2 - 2º Semestre 2002
Estudo dos cílios
Ana Maria Moreira Batista, Graziella Patrício Neto
RESUMO
Os cílios possuem aparência capilar e estão presentes nas superfícies de muitas células
animais e vegetais que servem para mover fluido sobre a superfície da célula, ou para
impulsionar a (remo) células filhas através de um fluido. Nos seres humanos, por
exemplo, as células epiteliais que recobrem o trato respiratório têm cada uma, uns
duzentos cílios que pulsam em sincronia para impulsionar a mucosidade da garganta para
eliminação. Os cílios são pequenos e aparecem em grande número na célula, a principal
função dos cílios é locomoção da célula; através do batimento desta estrutura celular. São
originados pelos centríolos e constituídos por túbulos de proteínas, coberta por uma
membrana denominada membrana ciliar, que é uma continuação da membrana
plasmática. Os cílios são considerados centríolos modificados e alongados, a sua base é
chamada de Cinetossomo ou Corpúsculo basal, são formados por nove grupos e dois
microtúbulos periféricos e um grupo de dois microtúbulos centrais.
Palavras - chave: cílio, locomoção ciliar e centríolo.
ABSTRACT
The eyelashes possess capillary appearance and they are present in the surfaces of many
animal and vegetable cells that are to move fluid on the surface of the cell, or to impel the
(I row) cells daughters through a fluid. In the human beings, for instance, the cells
epiteliais that recover the breathing treatment have each a, about two hundred eyelashes
that you/they pulse in sincronia to impel the mucosity of the throat for elimination. The
eyelashes are small and they appear in great number in the cell, the main function of the
eyelashes is locomotion of the cell; through the beat of this cellular structure. They are
originated by the centríolos and constituted by túbulos of proteins, covered by a
membrane denominated ciliary membrane, that it is a continuation of the plasmatic
membrane. The eyelashes are considered modified centríolos and prolonged, his/her base
is called of Cinetossomo or basal Corpuscle, they are formed by nine groups and two
outlying microtúbulos and a group of two central microtúbulos
Key – words: eyelashes, many and centriolos.
Introdução
Em muitas estruturas biológicas, as proteínas são simplesmente componentes de
moléculas maiores. Assim como qualquer máquina, muitas proteínas formam partes de
estruturas que só funcionam quando todos os componentes estão montados. O cílio é o
As estruturas responsáveis pela mobilidade celular são constituídas por pequenos
apêndices, especialmente diferenciados, que variam em número e tamanho. Se não
escassos e longos recebem o nome de flagelos, ao passo que se são numerosos e curtos
são denominados cílios, ou seja; os cílios e flagelos se diferenciam em quantidade, no
movimento, na célula presente não podendo ambos estar presentes na mesma célula.O
cílio tem poder de regeneração e seu movimento é produzido pela curvante do seu
axonema o qual é composta por microtúbulos que estão modificados e dispostos num
padrão, cujo aspecto curioso e diferente foi uma das revelações mais extraordinária no
ínicio da microscopia eletrônica que servirão como base para o estudo mais profundo
desta estrutura.
Composição do cílio
Um cílio se compõe de um grupo de fibras recoberto por uma membrana que recebe o
nome de axonema. Um axonema contém um anel de 9 microtúbulos duplos que rodeiam
os microtúbulos centrais. Cada dupla exterior compõe-se de um anel de 13 filamentos
(Subfibra A) fundidos em um conjunto de 10 filamentos (Subfibra B) os filamentos dos
microtúbulos se compõem de proteínas chamadas alfa e beta tubulina. Os 11
microtúbulos que compõem o axonema se matem unidos com 3 tipos de conectores: as
subfibras
A estão unidas aos microtúbulos centrais por uns raios radiais; as duplas exteriores
adjacente estão unidas mediante uns elances compostos por uma proteína sumamente
elástica chamada nexina; e os microtúbulos centrais estão unidos por uma ponte de
elance. Finalmente, cada subfibra A leva dois braços, um braço interior e um braço
exterior contendo ambos a proteína dineína.
Mobilidade ciliar
Os cílios ocorrem em grandes números na superfície celulares dos ciliados e lhes confere
grande velocidade de deslocamento em meio aquático. Os cílios são arranjados em
grandes fileiras alinhadas longitudinalmente. O complexo sistema de microtúbulos
originado dos corpos basiais conecta os cílios de uma fileira e interconectam fileiras
adjacentes de cílios. Desta forma os cílios apresentam um batimento coordenado e
sincronizado.
Os batimentos sincronizados dos cílios criam uma força hidrodinâmica contra a
viscosidade da água resultando na propulsão da célula.
O batimento ciliar é uma forma exaustivamente estudada de movimento celular. Os cílios
são apêndices finos, semelhantes a cabelos com 0.25 micrometros de diâmetro, contendo
no seu interior um feixe de microtúbulos; estende-se a partir da superfície de muitos tipos
de células e são encontrados na maioria de espécies de animais,l protozoários e algumas
plantas inferiores. A função primária dos cílios consiste em movimentar fluido sobre a
superfície celular ou deslocar células isoladas através de um fluido. Os protozoários, por
exemplo, usam os cílios tanto para coletar partículas de alimentos como para locomoção.
Nas células epiteliais que revestem o trato respiratório humano, uns números gigantescos
de cílios (109/cm2 ou mais) limpam as camadas de muco contendo partículas de poeira e
células mortas em direção à boca onde serão engolidas ou eliminadas. Os cílios também
auxiliam no deslocamento do óvulo pelo oviduto, e uma estrutura relacionada, o flagelo
impulsiona os espermatozóides.
Figura 1 mostrando as diferenças de um movimentos entre os cílios e o flagelo.
Áreas ciliadas se curvam em ondas unidirecionais coordenadas (Fig 1). Cada cílio se
move com um movimento de chicote; uma batida para frente; na qual o cílio se estende
totalmente golpeando o liquido circundante, seguida por uma fase de recuperação, na
qual ele retorna à sua posição original com um movimento de enrolamento que minimize o
arrasto viscoso.
Os ciclos dos cílios adjacentes são quase sincrônicos criando um padrão ondulatório de
batimento ciliar que pode ser observado ao microscópio (Fig. 2).O movimento do cílio é
produzido pela curvante do seu núcleo chamado axonema, é composto por microtúbulos
e suas proteínas associadas que se projetam a distancias regulares ao longo do seu
comprimento. Enquanto cada membro do par de microtúbulos individuais ( o par central) é
um microtúbulo completo, cada um dos pares externos é um microtúbulo completo, cada
um dos pares externos é composto por um microtúbulo completo e outro parcial, mantidos
unidos, compartilhando uma parede formado por um anel de 13 subunidades enquanto o
túbulo incompleto parece possuir somente 11
Figura 2. Célula ciliada
Dineína ciliar
Os microtúbulos possuem proteínas com diversificadas funções, algumas servem para
manter os feixes de túbulos unidos de pontes transversais. Outras geram a força que
dirige o movimento de curvatura, enquanto outras formam um sistema de revezamento
ativado mecanicamente que controle o movimento de modo a produzir a forma de onde
desejada. A mais importante dessas proteínas é a dineína ciliar, cujas cabeças interagem
com microtúbulos adjacentes e geram uma força de deslizamento entre eles. Devido as
múltiplas pontes que mantém unidos os pares de microtúbulos adjacentes, o que seria um
movimento de deslizamento entre microtúbulos livres, transforma-se em movimento de
curvatura do cílio.Tal como a dineína citoplasmática, dineína ciliar possui um domínio
motor que hidrolisa ATP e se move ao longo de um microtúbulo na direção de sue
extremidade "menos", e uma cauda que transporta a carga que, neste caso, é um
microtúbulo adjacente. A dineína ciliar é consideravelmente maior do que a dineína
citoplasmática, tanto no tamanho de suas cadeias pesadas como no número e na
complexidade de suas cadeias polipeptídicas menores. A cauda da dineína (em vermelho)
ciliar liga-se somente ao túbulo A e não ao túbulo B, possui estrutura levemente diferente
(Fig.3) .
Figura 3. Diagrama das partes constituintes do cílio
Conclusão
Os cílios crescem a partir de Corpúsculos Basais que estão intimamente relacionados
com os Centríolos.Os corpúsculos basais possuem a mesma estrutura dos centríolos
que são encontrados embutidos no centro dos centrossomos das células animais. De
fato, em alguns organismos, os corpúsculos e os centríolos parecem ser funcionalmente
interconversíveis: por exemplo, durante cada mitose da Chlamydomonas, os flagelos são
reabsorvidos e os corpúsculos basais se movem para o interior da célula e inserem-se
nos pólos do fuso. Os centríolos e os corpúsculos basais são estruturas cilíndricas, com
0,2 um de largura e 0,4 um de comprimento.
Nove grupos de três microtúbulos, fundidos em tripletes, formam a parede do centríolo e
cada triplete se inclina para dentro como as lâminas de uma turbina ( Fig.4 ). Tripletes
adjacentes ligam-se ao longo de seu comprimento a intervalos regulares, enquanto raios
protéicos podem ser vistos em micrografias eletrônicas irradiando-se para fora de cada
triplete a partir de um núcleo central, formando um padrão semelhante a uma rode de
carroça
(Fig 5). Durante a formação ou a regeneração de um ci1io, cada par de
microtúbulo do axonema se forma a partir de dois dos microtúbulo do triplete do
corpúsculo basal e, desta forma, a simetria característica de 9 elementos é preservada.
Não se sabe como o par central se forma no axonema; essa estrutura não é encontrada
nos corpúsculos basais.
Desenho esquemático da vista
lateral de um corpúsculo basal,
Micrografia eletrônica de uma secção transversal de
constituído por nove tripletes de
dois corpúsculos basais no córtex de um
microtúbulos. A estrutura de um
protozoário.
centríolo é essencialmente a
mesma.
Figura 5. Micrografia do corpúsculo basal (à esquerda) e esquema de sua vista lateral.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
JUNQUEIRA, L.C., Biologia Celular e Molecular. 6ed. São Paulo: 1997. 117 p.
ALCANO, E. I. Fundamentos da microbiologia. 2ed. São Paulo: 1996. 235 p.
Disponível em: http//: www.cilioseflagelos.com.br., acessado dezembro de 2002.
Disponível em: http//: www.ihendrix.com.br. , acessado dezembro de 2002.
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