1 Prevalência das queixas músculo-esqueléticas no puerpério imediato da Maternidade Ana Braga-Manaus-AM Cassiane Santos da Silveira1 [email protected] Claúdia de Oliveira² Pós-graduação em Fisioterapia um Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia- Faculdade Ávila Resumo O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de caráter exploratóriadescritiva com abordagem quali- quantitativa, cujo objetivo consistiu em verificar a prevalência das queixas músculo- esqueléticas no puerpério imediato, o perfil dessas puérperas e discutir sobre a atuação do fisioterapeuta nesse período. O estudo foi realizado na Maternidade Ana Braga instituição pública do Amazonas. Participaram 483 mulheres em puerpério imediato. Os dados foram coletados por meio de entrevista após o aceito do termo de consentimento livre e esclarecido. A análise das entrevistas possibilitou identificar que 71,1% das pacientes referiram dor lombar como o local de maior frequência de dor, mas a região cervical foi a de maior intensidade de dor. Na análise sociodemográfica a faixa etária foi de 13 a 43 anos, quanto à profissão 56,5% do lar, 46,2% ensino fundamental incompleto, 50,5 % natural de Manaus, 53,8% união estável. Ao analisar os antecedentes obstétricos e parto, o vaginal foi de 62,7% e em 34% foi realizado episiotomia, sendo que 83,6% realizaram pré-natal numa média de 04 a 06 consultas. Concluiu-se que se faz necessário conhecer o perfil das nossas mulheres para podermos atuar de uma maneira mais abrangente e efetiva tanto no pré-natal, parto e pós-parto. Palavras-chave: Prevalência; Puerpério Músculo-esquelético. 1. Introdução Manaus, capital do Amazonas, é uma cidade com aproximadamente 1.800.000 habitantes, localizada na região Leste do Estado, Brasil, com uma quantidade imensa de migrantes e imigrantes diariamente. A Maternidade Ana Braga (MAB), referência da zona Leste da cidade e uma das maiores maternidades da região Norte do Brasil é uma instituição Estadual além de se caracterizar como um hospital - escola, a qual recebe alunos de graduação e pós-graduação de diversas áreas. Nela se atende também pacientes de todas as regiões da capital, inclusive de outros municípios do interior do Estado, sendo referência para gestantes de alto risco. Em 2011, a média mensal na Maternidade Ana Braga foi de 750 partos, sendo 481 (64%) partos normais e 269 (36%) partos cesáreos, num total de 8.999 partos no ano. No primeiro trimestre de 2012 a quantidade de partos normais foi de 1.395 (67,8%) e 661 de cesariana (32,15%). No intuito de reduzir o desmame precoce, incentivando o aleitamento materno, utilizando o método canguru como técnica rotineira, a Maternidade Ana Braga recebeu o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde, estando pactuada para a redução da mortalidade materno-infantil. De acordo com diversos estudiosos o puerpério é o nome que se dá ao período após o parto, onde as modificações anatômicas, fisiológicas, mecânicas, sistêmicas e locais ocorridas ___________________________ 1 Pós - graduanda em Fisioterapia em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia. ²Orientadora: Doutoranda em Medicina (Obstetrícia e Ginecologia), Universidade de São Paulo, USP. 2 durante a gravidez no organismo da gestante retornam ao seu estado pré-gravídico. É um período de grandes modificações corporais e psíquicas, ele se divide em três: o imediato, que é considerado logo após o parto até o 10° dia, o tardio do 11° ao 45° dia e o remoto do 46°dia até a fisiologia materna voltar ao estado antes da gestação. A ação do profissional da saúde após o parto é essencial, pois a mãe pode apresentar queixas de origem músculo-esquelética. Este acompanhamento se torna de grande relevância para a saúde integral do binômio mãe-filho. É de extrema importância conjugar a segurança de obter bons resultados com o bem-estar para a mulher e o recém-nascido, respeitando os direitos constituídos. Faz-se necessário que a puérpera tenha um atendimento que lhe proporcione segurança e conforto neste evento, a parturição, que além de fisiológico é também biossocial, cultural, social, emocional e afetivo. No puerpério é muito importante que se detecte as queixas, o que mais incomoda essas mães, pois as repercussões da forma como esse período é vivido, não repercutem só na puérpera, mas também no seu filho, na família e na sociedade. Neste contexto, o profissional fisioterapeuta pode intervir sobre vários aspectos da função e do movimento humano, pois é capaz de avaliar, prevenir e tratar as queixas músculoesqueléticas. Desta forma, poderá amenizar queixas, proporcionar bem-estar e melhorar a qualidade de vida da puérpera, conduzindo o retorno eficaz e rápido as suas atividades de vida diária. Hoje, no intuito de prevenir complicações no período pós-parto, diminuir o tempo de internação e o tempo de recuperação, a assistência fisioterapêutica no pós-parto tem função de favorecer os recursos corporais de cada puérpera e oferecer técnicas e procedimento terapêuticos que resultem numa melhor apropriação de si mesma, pelo bom uso do corpo, pois é no puerpério imediato onde ocorrem as mais importantes alterações fisiológicas do estado puerperal. O desconforto músculo-esquelético é real e precisa ser mais valorizado tanto pela mulher quanto pelo profissional de saúde, deixando de considerá-lo como uma consequência normal do ciclo gravídico-puerperal para buscar estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Dessa forma, contribuir-se-á para o bem-estar da mãe e do bebê, condição essencial ao aleitamento materno e à saúde materno-infantil. Cabe ao profissional do movimento, ajudar a puérpera minimizar queixas, aliviar o quadro álgico, diminuir as tensões, orientar quanto às posições adotadas no seu dia a dia, nos seus movimentos e afazeres no intuito de sempre incentivar que a postura correta seja adotada. A vontade da puérpera em estar bem para dar os devidos cuidados ao seu bebê envolve fatores fisiológicos, psicológicos, culturais e também o auxílio da equipe. Fatores como o manejo da condução do processo de ser mãe e de voltar ao estado não gravídico, a habilidade pessoal de lidar com o medo e ao mesmo tempo com a incapacidade de atender ao seu filho, contribuem para a necessária assistência que o fisioterapeuta fornece a essas mulheres, e assim a satisfação com o parto e a maternidade fica mais positiva. A fisioterapia obstétrica trabalha na qualidade de vida com condutas específicas tanto para gestantes, parturientes, quanto para puérperas. Mesmo não havendo preparação da gestante no pré-natal e da parturiente no trabalho de parto, a atuação do fisioterapeuta obstetra nas estruturas osteomioarticulares no puerpério, favorece o organismo como um todo, de uma forma global, psico e fisiologicamente. Em Junho de 2000 o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa de Humanização no Prénatal e Nascimento (PHPN), sendo sua principal estratégia assegurar a melhoria do acesso, da cobertura, da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério, às gestantes e ao recém-nascido na perspectiva dos direitos de cidadania. 3 Um dos aspectos fundamentais da humanização requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde, organização da instituição de modo a criar um ambiente acolhedor, tratamento respeitoso, diálogo com a usuária, além da gentileza e boa educação na relação entre instituição e seu consumidor, e adotar condutas hospitalares que rompam com o isolamento imposto à mulher. Conforto físico, cuidado personalizado, atenção imediata às suas necessidades, orientação, cuidado apropriado fornecido pelos profissionais, o reconhecimento de suas necessidades por eles, que eles respondam às suas dúvidas, privacidade, suporte psicológico, bom-humor, dedicação e preocupação da equipe, são os aspectos que as mulheres mais valorizam dentro de uma maternidade. Com esta pesquisa foi possível esclarecer e apontar a prevalência das queixas músculoesqueléticas, entre outras, das mulheres da Amazônia no período de pós-parto imediato que encontravam-se internadas na maternidade Ana Braga, além de analisarmos suas características sócio-demográficas. Divulgar a importância do trabalho do fisioterapeuta obstétrico que ainda é desconhecido e/ou pouco esclarecido tanto pelas usuárias, comunidade em geral e na própria equipe multidisciplinar, transcrevendo sobre a atuação do fisioterapeuta no pós-parto imediato. É importante conhecer o perfil das puérperas para obtermos informações e direcionarmos a melhor abordagem preventiva e terapêutica. Poderemos desta forma proporcionar apoio sistemático e organizado para que a mulher consiga adaptar-se com mais facilidade à nova realidade que segue ao nascimento, no intuito de também proporcionar menor e melhor tempo de recuperação no período do pós-parto. 2. Fundamentação teórica O puerpério pode se caracterizar por sentimentos ambivalentes como: euforia e alívio; experiência do parto e nascimento do filho saudável – aumentando a autoconfiança; desconforto físico – inerente ao tipo de parto; medo de não conseguir amamentar – ansiedade quando o leite demora a aparecer e ingurgitamento das mamas; sentimentos de decepção com o filho – pelo sexo ou aparência física; medo de não ser capaz de cuidar e responder as necessidades do bebê e não ser uma boa mãe. (STRAPASSON, 2010). Estima-se que a morbidade materna no puerpério atinja 5% a 10% das mulheres. É um período o qual exige uma série de cuidados que dizem respeito ao estado físico e mental da mulher, cuidados com repouso e deambulação, alimentação, eliminações vesical, intestinal e de lóquios, cuidados com a mama e com a musculatura do assoalho pélvico e ainda a preparação para a alta hospitalar quando serão orientadas a retirada dos pontos ou cuidados com a episiotomia, o período de abstinência sexual, o retorno às atividades de vida diária, à revisão pós-parto e ainda o planejamento familiar (MATTOS, 2008). Espera-se que a assistência à mulher em maternidade seja segura, que garanta a cada uma delas os benefícios dos avanços científicos. Durante os primeiros dias do pós-parto, a maioria das mulheres experimenta dores. É preciso investir no acompanhamento puerperal, pois, além de possibilitar conforto e segurança às mulheres, permite identificar e debelar precocemente às complicações comuns no puerpério. O acompanhamento da mulher no pós-parto exige também exame físico diário, de modo a avaliar as alterações fisiológicas que ocorrem no puerpério, preparar a mulher para cuidar de si e do recém-nascido e detectar possíveis complicações. Para muitas mulheres, todo esse processo de mudanças gera sentimentos de medo, angústia e insegurança que as tornam dependentes do cuidado e atenção de outra pessoa (ALMEIDA, 2008). Após o parto as mudanças fisiológicas e psicológicas se apresentam em um dinamismo muito acelerado, onde a mulher assume vários papéis, de mulher, mãe, esposa, nutriz e paciente (SILVA, 2009). 4 São muitas as queixas das puérperas e estão relacionadas à alteração de vários sistemas como músculo-esquelético, respiratório, circulatório, mamário, urinário, dentre outros (GARCIA, 2007). Diversos são os desconfortos nesta fase: flatulência, dor no local da incisão cesariana ou de perineal, constipação intestinal, cólicas abdominais, IU, posturas antálgicas, fraqueza abdominal devido à diástase do músculo reto abdominal. O desconforto músculo-esquelético é frequentemente atribuído à sobrecarga física que está relacionada aos cuidados com o bebê e à amamentação (CASSOL, 2008). Vários trabalhos vêm mostrando que a dor abdominal e lombar é fato real que se observa em puérperas de parto normal e parto cesárea, sendo neste tipo de parto mais acentuado o quadro álgico. Baracho (2002) ainda expõe que o sistema gastrointestinal deve retornar ao normal até o 4º dia após parto. A constipação é um problema bastante frequente na gestação e que pode persistir no puerpério, devido à diminuição dos movimentos peristálticos e redução da mobilidade das pacientes, resultando em cólicas abdominais, aparecimentos de hemorróidas e prejuízo da qualidade de vida materna (SANTANA, 2011). As queixas de dor no local da incisão são muito comuns (GARCIA, 2007). A puérpera deve ser estimulada a exercitar-se precocemente conforme recomendações do American College of Obstetricians and Gynecologists (RETT, 2008; ALMEIDA, 2005). Baracho (1999) argumenta que todas as mulheres logo após o parto deveriam ser acompanhadas pelo fisioterapeuta, objetivando uma melhor recuperação. Infelizmente, a participação fisioterapêutica pós-parto é restrita a um número mínimo de maternidades. O atendimento deveria ser individual, sistematizado com avaliação no primeiro momento, atendimentos diários durante a hospitalização. No ato da alta deveriam ser orientadas a retornar ao serviço da fisioterapia ambulatorial, após 30 dias, dando assim continuidade ao trabalho dado inicialmente no puerpério imediato (GARCIA, 2007). Quando comparadas a outras faixas etárias, a gravidez na adolescência é considerada de alto risco, e as complicações que esta pode gerar antes, durante e no puerpério imediato, tais como anemia, toxemia gravídica, desproporção cefalopélvica, carência nutricional, infecção do trato urinário, trabalho de parto prolongado, pode ocasionar um aumento na incidência de partos cesariana, resultado da imaturidade de seu organismo em receber uma gestação. Já em mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, também ocorre risco significativamente maior em relação a complicações na gestação e puerpério. Dentre estes podemos citar: risco de hipertensão induzida pela gravidez; maior suscetibilidade para diabetes; eventos tromboembólicos; parto cesárea; mortalidade fetal e neonatal e aumento de riscos para trissomias (MATTOS, 2008). A evacuação espontânea é difícil nos primeiros dias, devido à diminuição da ingestão de alimentos, dos músculos abdominais e perineais impotentes e à inibição antiálgica, a presença de desconfortos musculares de maior acometimento da região lombo-sacro que pode ser relacionada ao aumento do peso, à acentuação das curvaturas da coluna vertebral e às adaptações fisiológicas iniciadas com a gestação. Podendo estes perdurar no período puerperal e continuar a interferir na rotina da puérpera e, consequentemente, em sua qualidade de vida. Sendo assim, a intervenção fisioterapêutica precoce favorece relaxamento muscular, melhora consciência corporal permitindo menor ingestão de analgésico (MATTOS, 2008). Os exercícios físicos são muito importantes para puérperas com depressão leve ou melancolia, os exercícios pós-natais promovem melhora da resistência física, diminui a fadiga e recupera a autoconfiança. São importantes dentro do tratamento técnicas de relaxamento. Vários são os métodos utilizados, devendo sempre estar associado à respiração profunda reduzindo o estresse, ansiedade e todas as consequências físicas que elas acarretam. Programa de exercícios auxilia no retorno rápido a condições pré-gravídicas e evita problemas futuros, como IU, má postura, motilidade gastrointestinal reduzida, diminuição da força abdominal, tendinites, entre outras (BELEZA, 2009). 5 Especialmente durante a primeira semana, é uma fase dinâmica de desafio para a mãe, onde o corpo sofre várias e rápidas mudanças, queixas podem ser a vários níveis: a nível abdominal, muscular e articular, na região perineal, das mamas, sobretudo nos membros superiores e na região dorso-lombar, e desconfortos relacionados com a eliminação intestinal (PIMENTA, 2011). A biomecânica diafragmática pode alterar-se devido à ação da progesterona e do crescimento uterino, gerando um padrão respiratório deficiente que pode se manter no puerpério imediato. Neste período é comum a presença de edema, especialmente em membros inferiores, devido alterações hemodinâmicas que ocorrem no puerpério (DOMINGUES, 2004). É do 1° ao 10° dia após o parto que ocorrem as maiores alterações nas mamas, inicialmente com a sucção do RN é liberado o colostro, rico em fatores imunizantes, e em torno de 3 a 4 dias de puerpério o leito é produzido, dependendo do estímulo gerado pela sucção do RN (REZENDE, 2003; DIFIORI, 2000; MESQUITA, 1999). O fisioterapeuta atua no puerpério imediato na recuperação, prevenção e tratamento de alterações nos diversos sistemas músculo-esquelético: reeducar a função respiratória, estimular o sistema circulatório e prevenir tromboses, restabelecer a função gastrintestinal, promover analgesia da região perineal e da incisão da cesariana, retomar o condicionamento cardiovascular, reeducar a musculatura abdominal e oferecer orientações sobre posturas corretas, amamentação e nos cuidados com o bebê (BELEZA, 2009). Além de minimizar as dores e desconfortos do período puerperal (MARTINS, 2011; DOMINGUES, 2004; MESQUITA, 1999). Estudo feito por Reis e Patrício (2005) em Santa Catarina, relata que no contexto da parturição, cuidados simples como: escutar, dar atenção, atitude, promover o bem-estar e conforto das pessoas envolvidas, fortalecer os direitos da mulher em trabalho de parto e após seu parto, contribuem para que a mulher se desenvolva como agente promotor de sua própria vida e da vida de seu filho. Bo et al (1996), evidenciaram que as mulheres no período pós-parto necessitam de motivação e acompanhamento efetivo do fisioterapeuta para maior eficácia dos exercícios. Eles estudaram o efeito do fortalecimento do assoalho pélvico (AP) após o parto em 132 mulheres, divididas em grupo exercício (GE) e grupo controle (GC). O GE realiza treinamento com profissionais e o GC recebe orientação para a realização dos exercícios do AP em casa. Os autores apontam aumento da força dos músculos do AP em ambos os grupos, porém significativamente maior no GE. Pesquisadores como Baracho (2007) e Mesquita et al (1999), relatam em seus estudos que no puerpério imediato deve ser iniciado um programa completo de exercícios de reforço e alongamento para abdome, costas e membros inferiores, juntamente ao programa diário da paciente. O Brasil vem apresentando, nos últimos anos, uma das mais elevadas taxas de cesáreas do mundo (27,1%) no período de 1994 a 1996. Na Austrália, a taxa de cesariana subiu de 17 para 23% em 10 anos. Esse fenômeno foi reportado também na Itália, onde a taxa de cesariana subiu de 11,2 para 33,2% em 20 anos. Na América Latina, Belizán et al destacaram aumento da taxa de cesárea no Chile (40%) (ZIMMERMMANN, 2009). Mattar e colaboradores (2007) comentam que o uso rotineiro da episiotomia não reduz o risco de trauma perineal severo (lacerações de 3º e 4º graus), não previne lesões no pólo cefálico fetal e nem melhora os escores de Apgar. Além disto, promove maior perda sangüínea e não reduz o risco de incontinência urinária de esforço, dispareunia e dor perineal após o parto (GARCIA, 2007). Segundo Kisner e Colby (1998, p.608), a reabilitação de cesariana e parto vaginal é basicamente (JUSTI, 2002). 6 Existem vários problemas nas mulheres durante o puerpério imediato, sendo estes, causadores de incômodos que podem dificultar o contato com o bebê, como as fissuras e mamilos planos que podem até impedir à amamentação, além de outros problemas que podem retardar as atividades de vida diária, trabalho e a vida sexual (JUSTI, 2002). A dor lombar costuma ocorrer em virtude das alterações posturais da gravidez, aumento da frouxidão ligamentar e da diminuição da função abdominal, alongamento excêntrico por meio de posturas parcialmente estáticas (OKAZAKI, 2002; BARACHO, 2007; CRUZ, 2008). A dor, sem dúvida, é o sintoma mais frequentemente relatado pelas puérperas e, neste período é caracterizada como aguda, causando limitações nos movimentos, na deambulação e nas mudanças de postura no leito, além de dificultar o vínculo entre a mãe e o recém-nascido. Assim, com o intuito de amenizar essas e outras complicações no pós-parto e facilitar o retorno da mulher as atividades da vida diária e sexual, a fisioterapia atua por meio de uma avaliação específica da puérpera e utilização de recursos próprios que vem sendo investigados de maneira intensiva e cujo uso tem sido respaldado pela literatura científica. Dentre os principais recursos fisioterápicos disponíveis para utilização no puerpério destacam-se a crioterapia, a eletroterapia, especialmente com o uso de eletroestimulação nervosa transcutânea (ENT) e a cinesioterapia, a qual inclui a movimentação precoce, o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP), dos músculos abdominais, os exercícios respiratórios, posicionamento no leito, entre outros. Os principais objetivos da utilização desses recursos são: promover analgesia no local das incisões, reestabelecer a função intestinal, reeducar a função respiratória, estimular o sistema circulatório, reeducação dos músculos abdominais, favorecer a orientação postural, orientações gerais em relação aos cuidados com as mamas, cuidados com o bebê. Todos esses benefícios são extremamente importantes para garantir conforto e melhora da condição física da puérpera para a amamentação e os cuidados gerais com o recém-nascido (SANTANA, 2011; BELEZA, 2009). Utilização da TENS pode constituir mais um recurso analgésico, bastante viável, pela simplicidade, praticidade e viabilidade econômica, para o controle da dor em mulheres submetidas à cesariana (MELO, 2006). Melo et al (2006) trazem dados em seu trabalho que demonstram resultados na redução da dor superficial e ao redor da sutura cirúrgica com utilização do TENS (GARCIA, 2007). Exercícios de Kegel para fortalecimento do assoalho pélvico e também para a musculatura acessória (PARENTE, 2007). Balanço pélvico reforça musculatura abdominal e reduz a lordose lombar (FARIA, 2008). A cinesioterapia (CT) é uma técnica fisioterapêutica de baixo custo, fácil adesão, boa reprodutibilidade. Ela tem como objetivo a reeducação e restauração da parte musculoesquelética oferecendo melhores condições e qualidade de vida para a mulher. A CT pelviperineal é direcionada a estática pélvica e uroginecológica, oferecendo melhores condições para as continências urinária, fecal e sexual (OLIVEIRA, 2006). Na Europa, França e Noruega, a CT é utilizada de forma rotineira nos serviços de seguimento pré-natal e no puerpério, como forma de prevenção das disfunções dos músculos do assoalho pélvico (MAP). No Brasil, esse método ainda não faz parte da rotina obstétrica (OLIVEIRA, 2006; MORKVED, 2003; BOURCIER, 1986). A intervenção fisioterapêutica através de fortalecimento de assoalho pélvico reduz as chances da paciente sofrer incontinência urinária no período pós-parto mesmo em parto do tipo fórceps, ventosas ou em caso em que o bebê é grande pra a idade gestacional (PARENTE, 2007; AFONSO, 2000). Os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico devem ser iniciados logo após o parto vaginal, assim como os exercícios aeróbicos (BIM, 2002). Em 70% das grávidas há dor lombar e semanas após parto permanecem com fatores residuais do problema, efeito tardio da relaxina sobre a coluna. A dor pode ser também cervical e dorsal 7 interferindo gravemente na qualidade de vida da nova mãe, nessa época tão importante (CRUZ, 2008; FARIA, 2008; BIM, 2002; KISNER, 1996; THONSON, 1994; AFONSO, 2000). Parece que a fisioterapia no puerpério imediato é capaz de contribuir para a redução da diástase do músculo reto abdominal (DMRA) mais precocemente. Para testar essa hipótese, Mesquita et al (1999) realizaram um estudo que investigou se a intervenção fisioterapêutica com reeducação respiratória associada a exercício isométrico da musculatura abdominal no puerpério imediato seria capaz de reduzir a DMRA mais rapidamente. Observou-se que as pacientes do grupo controle (n=25) exibiram redução de 5,4% na DMRA 18 horas após o parto, enquanto que as pacientes submetidas à intervenção fisioterapêutica (n=25) mostraram redução de 12,5% no mesmo período (p<0,001, com intervalo de confiança de 99%). Com esses resultados os autores confirmaram a hipótese inicial (SANTANA, 2011). Steen et al, na Inglaterra, realizaram um estudo randomizado e controlado com 120 mulheres submetidas ao parto vaginal instrumentalizado com o intuito de avaliar a ação do gelo no trauma perineal e comparar os resultados obtidos com a compressa com gelo e a almofada de gel resfriada. Os resultados mostraram que houve redução significativa na intensidade da dor e edema perineal após 48 horas do parto, especialmente no grupo que utilizou a almofada de gel (SANTANA, 2011). Oliveira (2006) realizou ensaio clínico controlado e randomizado com o objetivo de comparar a eficácia da bolsa de gelo no alívio da dor perineal após o parto normal em sessões de 10, 15 e 20 minutos de duração. Foram incluídas 114 puérperas que referiram dor perineal. Houve melhora significativa da dor perineal após aplicação do gelo, nos três grupos analisados (SANTANA, 2011). Num estudo realizado por Rett (2008) foi verificado que a grande maioria das puérperas realizava contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico, mas não foram avaliadas as queixas urinárias nesse momento. Sabe-se que a gravidez, o trabalho de parto e o parto podem provocar efeitos negativos na função dessa musculatura e favorecer o aparecimento de IU em cerca de 38% das puérperas, porcentagem que se eleva para 45% em multíparas. Recomendados por inúmeros órgãos nacionais e internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Academia Americana de Pediatria, Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde, o aleitamento materno é benéfico à mãe e ao recém- nascido (SILVA, 2009). Conforme relatado por Silva (2009), as puérperas possuem conhecimento sobre a importância do aleitamento materno, porém, muitos fatores influenciam para o desmame precoce: retorno ao trabalho, desinteresse, mitos, dor nas mamas e falta de orientação no pré-natal. 3. Metodologia Esta é uma pesquisa com abordagem metodológica quali-quantitativa, do tipo exploratóriodescritiva. Os sujeitos da pesquisa constituíram-se de 483 puérperas, sendo 303 de parto vaginal e 180 de cesariana. O estudo teve início após a autorização do comitê de ética interno do local a ser realizado a pesquisa com análise dos prontuários das puérperas que seriam submetidas à entrevista a fim de fazermos as inclusões e exclusões dos 151 leitos. Todas as mulheres submetidas à pesquisa receberam um termo de consentimento, que relata sua concordância com relação à participação da pesquisa, sendo seu nome mantido em sigilo. As entrevistadas foram puérperas de pós-parto imediato, com entrevista realizada à beira do leito, durante seu período de internação, nas dependências do alojamento conjunto da MAB por um período de 14 dias do mês de Abril de 2012. Para que a puérpera identificasse a intensidade e localização da dor, foi utilizada a escala de dor análogo-visual adaptada de Mcgill e Melzack associada à figura de mulher em posição anatômica região cervical, dorsal e lombar e a escala visual analógica 8 (EVA) varia de 0 a 3, onde 0 correspondendo a sem dor; 1 considerando dor leve; 2 considerando dor moderada e 3 considerando dor grave. As puérperas poderiam relatar mais de uma queixa, desta forma foi possível registrar e analisar as queixas do pós- parto imediato, estabelecendo coerência e cientificidade no trabalho. Os dados foram apresentados por meio de gráficos e tabelas de freqüências, onde se calculou as frequências absolutas simples e relativas para os dados qualitativos. Na análise dos dados quantitativos, quando a variável apresentava distribuição normal ao nível de 5% de significância, foi calculada média e desvio-padrão (DP), sendo que na rejeição da hipótese de normalidade foi calculada a mediana. Na análise da dor ainda foi calculado o Intervalo de Confiança ao nível de 95% (IC95%). Na comparação das médias foi aplicado o teste da Análise de Variância (ANOVA) e o teste de Tukey. Já na análise da associação foi aplicado o teste do qui-quadrado de Pearson, sendo que na impossibilidade de aplicar o teste de Pearson utilizou-se o teste exato de Fisher. O software utilizado na análise foi o programa Epi-Info versão 5.3 para Windows, que é desenvolvido e distribuído gratuitamente pelo CDC (www.cdc.org/epiinfo). O nível de significância fixado para aplicação dos testes foi de 5%. 4. RESULTADOS Variáveis (n = 483) fi % < 20 150 31,1 20 – 30 245 50,7 30 – 40 82 17,0 ≥ 40 6 1,2 Idade (anos) Média ± DP Intervalo 23,6 ± 6,2 13 – 43 Cor Branca 184 38,1 Não branca 299 61,9 4 0,8 223 46,2 Escolaridade Não alfabetizado Fundamental incompleto Fundamental completo 17 3,5 Médio incompleto 108 22,4 Médio completo 105 21,7 Superior incompleto 20 4,1 Superior completo 6 1,3 244 50,5 239 49,5 80 16,6 União estável 260 53,8 Solteira/Divorciada 143 29,6 273 56,5 Naturalidade Manaus Demais municípios Estado civil Casada Profissão Do lar 9 Estudante 87 18,0 Doméstica 23 4,8 Agricultora 10 2,1 Autônoma 9 1,9 Manicure 9 1,9 Vendedora 6 1,2 Outros 66 13,6 fi = freqüência absoluta simples; DP = Desvio-padrão Tabela 1. Distribuição segundo a frequência dos dados sóciodemográficos das pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 De acordo com a análise dos dados das 483 mulheres entrevistadas, foi verificado na tabela 1 que 50,7% das puérperas tinham entre 20 e 30 anos de idade, sendo que 31,1% eram menores de 20 anos, a cor não branca prevaleceu com 61,9%, 46,2% delas tinham ensino fundamental incompleto, 50,5% eram natural de Manaus, 53,8% vinham de uma união estável e 56,5% eram do lar e 18% eram estudantes. Variáveis (n = 483) fi % ≤ 02 312 64,6 03 a 05 139 28,7 06 a 08 28 5,8 > 08 7 1,4 Número de filhos Mediana 2,0 Q1 – Q3 1,0 – 3,0 Intervalo 1 – 12 Tipo de parto Vaginal 303 Cesariana 62,7 180 37,3 404 83,6 ≤ 03 39 9,7 04 a 06 237 59,0 07 a 09 99 24,6 > 09 27 6,7 Realizou pré-natal Número de consultas de pré-natal (n = 402) Média ± DP 5,9 ± 2,0 Intervalo 3 – 15 164 53.59 < 2.500 gramas 49 16,4 ≥ 2.500 gramas 250 83,6 Fez episiotomia (n=303) Peso do recém nascido (n = 299) Média ± DP Intervalo 3.151,1 ± 747,7 690 – 5.240 fi = freqüência absoluta simples; DP = Desvio-padrão; Qi = quartil 10 Tabela 2. Distribuição segundo a frequência dos dados dos antecedentes obstétricos e parto das pacientes no puerpério imediato e dados dos RNs (recém-nascidos) amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus AM, 2012 Conforme demonstrado na tabela 2, num intervalo entre 01 e 12 filhos a média da quantidade de filhos neste grupo foi 02. Quanto ao tipo de parto o vaginal foi de 62,7%, sendo que em 34% foi realizado a episiotomia, 83,6% realizaram pré-natal numa média de 04 a 06 consultas e dos 299 RNs que se sabia o peso, esse variou de 690 a 5.240 gramas, sendo 83,6% maior ou igual a 2.500 gramas. Das 483 puérperas 81 não realizaram pré-natal. Gráfico 1. Distribuição segundo a frequência das pacientes no puerpério imediato amostradas com doença crônica na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 Doenças (n = 483) fi % Hipertensão 20 4,1 Asma 19 3,9 Gastrite 4 0,8 Diabetes 3 0,6 Outras 13 2,7 fi = freqüência absoluta simples Tabela 3. Distribuição segundo a frequência das doenças crônicas em pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 No gráfico 1 e tabela 3 nos é demonstrado que das 483 puérperas imediatas internadas na Maternidade Ana Braga 12,2% somente relataram ser portadoras de doença crônica e a hipertensão arterial foi a de maior número com 4,1% e com uma diferença mínima a asma ficou com 3,9%. Quanto às outras foi citado problemas na tireoide, epilepsia, diabete melitus, raquitismo, hérnia umbilical, hipotensão, hepatite, gastrite e câncer. Variáveis (n = 483) fi % 156 32,3 Ansiosa 180 37,3 Tranqüila 281 58,2 Medo 22 4,5 160 33,1 Sente-se cansada Estado Presença de inchaço nas pernas 11 Constipação intestinal 270 55,9 Dificuldade para levantar do leito 218 45,1 Dificuldade para caminhar 200 41,4 Escolheu o tipo de parto 16 3,3 Amamenta no peito 413 85,5 fi = freqüência absoluta simples Tabela 4. Distribuição segundo a frequência do estado físico, emocional e das variáveis clínicas das pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 De acordo com a tabela 4 o cansaço fez parte de 32,3% das pacientes quanto ao seu estado físico. Ao analisar o estado emocional das puérperas, a maioria estava tranquila, 37,3% encontravam-se ansiosa e 4,5% com medo. A tabela 4 também nos mostra as variáveis clínicas das pacientes, 55,9% tinham constipação intestinal, a maioria 45,1% tinha dificuldade para levantar do leito e 41,4% para caminhar. Quanto ao edema em membros inferiores 33,1% o apresentou. Quanto ao aleitamento materno ao peito 85,5% das puérperas imediatas estavam amamentando. Das mulheres que não amamentavam no peito, três (4,3%) estavam com o filho na UTI. Gráfico 2. Distribuição segundo a frequência das pacientes no puerpério imediato com dor amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 O gráfico 2 nos ilustra que 41,6% das puérperas tinham relato de dor. Escore de Intensidade da dor (n = 128) fi % 0 a 2 (Leve) 20 15,6 3 a 7 (Moderada) 35 27,3 8 a 10 (Intensa) 73 57,0 Média ± DP Intervalo 7.1 ± 3,0 1 – 10 fi = freqüência absoluta simples; DP = desvio-padrão Tabela 5. Distribuição segundo a frequência da intensidade da dor nas pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 Segundo é descrito na tabela 5, a intensidade da dor sentida pelas puérperas foi a intensa a qual na escala visual analógica (EVA) equivale a valores de 8 a 10. 12 Gráfico 3. Distribuição segundo a frequência do local da dor nas pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 Escore de Intensidade da dor 12 p = 0, 037 (ANOVA) 11 10 9 8,92 8 7,56 7 6,71 6 5 a ab b Cervical Dorsal Local da dor Lom bar Letras distintas indicam diferença estatística ao nível de 5% (Tete de Tukey). Gráfico 4. Distribuição segundo a média do escore de intensidade da dor em relação ao local citado pelas pacientes no puerpério imediato amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 No gráfico 3 visualizamos que o local onde as puérperas imediatas mais referiram sentir dor foi a região lombar com 71,1% das pacientes, porém o gráfico 4 constata diferença estatística (p = 0,037) na comparação do escore de intensidade da dor em relação ao local, onde se pode observar que o escore da dor cervical foi maior que a lombar. Dor Variáveis (n = 483) Sim fi Não % fi % Total Sente-se cansada <0,001 Sim 95 60,9 61 39,1 156 Não 106 32,4 221 67,6 327 0,447 Estado Ansiosa 73 40,6 107 59,4 180 Tranqüila 116 41,3 165 58,7 281 Medo 12 54,5 10 45,5 22 Presença de inchaço nas pernas p* 0,041 13 Sim 77 48,1 83 51,9 160 Não 124 38,4 199 61,6 323 0,073 Constipação intestinal Sim 122 45,2 148 54,8 270 Não 79 37,1 134 62,9 213 Dificuldade para levantar do leito <0,001 Sim 128 58,7 90 41,3 218 Não 73 27,5 192 72,5 265 Dificuldade para caminhar 0,001 Sim 116 58,0 84 42,0 200 Não 85 30,0 198 70,0 283 0,860** Escolheu o tipo de parto Sim 7 43,8 9 56,2 16 Não 194 41,5 273 58,5 467 0,124 Amamenta no peito Sim 166 40,2 247 59,8 413 Não 35 50,0 35 50,0 70 0,108 Fez episiotomia Sim 60 36,6 104 63,4 164 Não 141 44,2 178 55,8 319 Tipo de parto <0,001 Vaginal 103 34,0 200 66,0 303 Cesariana 98 54,4 82 45,6 180 fi = freqüência absoluta simples; * Teste do qui-quadrado de Pearson; ** Teste exato de Fisher. Valor de p em negrito itálico indica associação estatística ao nível de 5% de significância Tabela 6. Distribuição segundo a frequência das variáveis clínicas e do parto das pacientes no puerpério imediato em relação à ocorrência de dor, amostradas na Maternidade Ana Braga, AM, 2012 A tabela 6 expressa a correlação das variáveis clínicas e parto com a dependente dor. Indica que das mulheres que tinham dor 60,9% também estavam cansadas, 48,1% tinham edema nos membros inferiores, 58,7% tinham dificuldade para levantar do leito, 58% tinham dificuldade para caminhar e 54,4% era de cesariana. Queixas (n = 483) fi % Dor na incisão cirúrgica 55 11,4 Dor na barriga 22 4,6 Dor de cabeça 17 3,5 Tontura 13 2,7 Dor nos braços 7 1,4 Dor nas pernas 7 1,4 Dor nas mamas 4 0,8 Outras 17 3,5 fi = freqüência absoluta simples. 14 Tabela 7. Distribuição segundo a frequência das outras queixas de dor nas pacientes no puerpério amostradas na Maternidade Ana Braga, Manaus – AM, 2012 Na tabela 7 está descrita as outras queixas referidas pelas puérperas imediatas, sendo a de maior porcentagem a dor na incisão cirúrgica, a qual englobou tanto a incisão da cesariana quanto a incisão da episiotomia. Seguida da dor na barriga, ou seja, na região abdominal que ficou com 4,6% das queixas. As outras queixas relatadas que juntas ficaram com 3,5% foram: dor no peito, dor nas costelas, fraqueza, dor nos ombros, dor no quadril e gripe. 5. Discussão As características sócio-demográficas da população estudada mostraram predomínio de mulheres jovens, não brancas, com baixo grau de escolaridade, com união estável, do lar, precedentes de Manaus. Isso é esperado nessa população, pois a Maternidade localiza-se em uma região de periferia da cidade, a qual é caracterizada pela ocupação através de invasões, que começaram a ocorrer a partir da implantação da Zona Franca, já na década de 1970. Todos os bairros apresentam graves problemas de infra-estrutura, que se somam ao estado de pobreza de grande parte de seus habitantes. A Zona Leste é composta em média por 11 bairros, essa região tem uma população superior aos 600.000 habitantes. A média de idade das puérperas deste estudo foi de 23 anos, sendo que 31% delas foram menores de 20 anos. Concordando com Rett (2008), Garcia (2007) e Domingues (2004), em que a média de idade também foi de 23 anos, e que este último também teve um alto índice de menores de 20 anos. Discordando de Zimmermmann (2009) e Strapasson (2010), em que a maioria foi acima de 30 anos. Relatou Garcia (2007), no que se refere a faixa etária superior a 35 anos, em nosso país, a porcentagem é menor, como mostrou nosso estudo, no entanto maior em países europeus com parturientes na faixa etária entre 30 a 45 anos. Quanto a cor, este estudo evidenciou que a maioria era não branca, o que concorda com Almeida (2008) e Domingues (2004), e discorda com Oliveira (2006) e Abrão (2001) em que a cor branca foi a maioria, onde os estudos foram realizados na região Sudeste do Brasil. O nível de escolaridade ficou baixo nas puérperas deste estudo, assim como foi apontado no estudo de Almeida (2008) e Domingues (2004) que tiveram ensino fundamental incompleto, já Strapasson (2010), obteve em sua pesquisa o ensino superior na maioria das puérperas e Silva (2009), a maioria foi de superior incompleto. Esse estudo concordando com Domingues (2004), que identificou que 70% das puérperas eram de outros estados, metade delas são de fora de onde foi realizado o parto, mas Rett (2008), 85% eram da própria cidade. Mais da metade das entrevistadas neste estudo tinham união estável, o que foi verificado também por Almeida (2008), Cassol (2008), Almeida (2005) e Domingues (2004). Já Abrão (2001), a metade delas eram solteiras, Rett (2008), identificou que mais da metade eram casadas de fato. A maioria das puérperas eram do lar, também foi assim nos estudos realizados por Abrão (2001), Almeida (2005) e Rett (2008). Para Cassol (2008) e Domingues (2004) a maioria trabalhava fora de casa. Conforme mostram os resultados de estudos realizados por Junges (2010) e outro realizado por Strapasson (2010), em ambos a quantidade de filhos era um por mãe, no entanto, Abrão (2001) identificou que a maioria tinha mais que 04 filhos. Já neste estudo a média ficou entre os estudo acima, 02 filhos. Em relação ao tipo de parto, 63% foi vaginal, o mesmo ocorreu com Rett (2008) e Azevedo (2002). Porém, Strapasson (2010), 100% dos partos foi cesárea, e também ocorreu na grande maioria nos estudos de Junges (2010), Cassol (2008), Oliveira (2006) e Abrão (2001). Tendo o Brasil lugar de destaque nesse cenário, apresentando uma das maiores taxas de cesárea, 15 sendo este índice maior na medida em que aumenta o nível socioeconômico da mulher independente do risco obstétrico, isso foi confirmado no estudo de Strapasson (2010). Os estudos concernentes descrevem a ocorrência de grande maioria de partos vaginais, sendo que Sampselle et al (1998) referem 82% de partos vaginais e Morkved et al (2003), 92%, citados por Oliveira (2006). A realização do pré-natal foi 84% das puérperas desta pesquisa, e também um pouco acima dessa média Domingues (2004). No entanto, Junges (2010), teve em 100% de suas pacientes o pré-natal realizado. Silva (2009), apenas a metade realizou o pré-natal. Cerca de 20% das mulheres realizaram 06 consultas de pré-natal nos 02 anos estudados no Brasil a partir de dados gerados pelo SISPRENATAL/DATASUS (SERRUYA, 2004). De acordo com Mattos (2008) estudos apontam que a não realização do pré-natal ou um prénatal com um número de consultas insuficientes aumentam o risco de complicações puerperais imediatas. Em um estudo realizado por Domingues (2004), 246 puérperas de parto vaginal internadas na Maternidade Leila Diniz (RJ), a média de consultas em 59% delas foi de 06 o qual nosso estudo concorda, entretanto essa é a média a qual foi preconizada pelo Ministério da Saúde. Oliveira (2006) teve em sua pesquisa 100% de episiotomia, sendo que a realização de episiotomia em alguns Serviços de gestantes de alto risco e em hospitais-escolas é rotina. O mesmo ocorreu com Faria (2008), já contrastando com este estudo o qual teve metade das puérperas de parto normal com episiotomia. Abrão (2001) identificou que 70% dos recém-nascidos tinham a média de peso de 2500g a 3500g, o que foi também evidenciado nesta pesquisa, diferente de Cassol (2008) que o peso variou de 3500g a 5500g. A hipertensão foi um dos achados de maior relevância na pesquisa de Zimmermmann (2009), a qual foi vista também neste estudo nos 13% que relataram ter alguma doença crônica. O cansaço atingiu menos da metade das puérperas, o que difere de Faria (2008) em que 74% delas tinham esse sintoma. Quanto à ansiedade, o resultado desse estudo concorda com Abrão (2001) e Cruz (2008), onde ela foi citada pelas pacientes. Já a grande maioria sentia-se tranqüila, o que ocorreu também com Cruz (2008). Entretanto o medo foi pouco apontado neste estudo e no de Abrão (2001), entretanto no estudo de Cruz (2008) ele foi apontado em 42% das puérperas. Quando comparamos a presente pesquisa com o estudo de Cruz (2008) e Zimmermmann (2009), verificamos que a incidência de edema em membros inferiores em seus trabalhos foi alta, parecido com este trabalho ficou Faria (2008) e Martins (2011) e contrastando com estes, o de Garcia (2007) o qual teve pouca incidência. Relatou-se nesta pesquisa que mais da metade das puérperas apresentavam constipação, concordando com isso outro estudo realizado por Justi (2002) e por Santana (2011) demonstraram o mesmo, uma alta incidência de mulheres constipadas. O que discorda dos trabalhos de Abrão (2001) e Faria (2008). Citado em Justi (2002), Gant et al (2000, p.473) afirmam que atualmente para a constipação puerperal é fundamental a deambulação precoce e dieta regular, ocorrendo a restauração do normalidade intestinal, tanto de pós –parto normal quanto cesareana. algumas situações que também podem causar dificuldades para evacuar, como a compressão do sigmóide pelo útero puerperal, as lesões contusas de vísceras envolvidas nos fenômenos parturitivos, o relaxamento da musculatura abdominal e perineal, e as episiotomias. Faria (2008) identificou que 70% das puérperas tinham dificuldade para levantar do leito, o mesmo ocorreu neste trabalho onde 45% delas tinham essa dificuldade, o que estava relacionado com o tipo de incisão cirúrgica, cansaço após o parto. A dificuldade para deambular também foi citada neste estudo o que concorda com Garcia (2007), o que pode estar relacionado ao tipo de parto, incisão cirúrgica. 16 Quanto à escolha do tipo de parto apenas 3,3% opinaram quanto a esse fator. O aleitamento materno ocorreu conforme o esperado, a grande maioria, 85,5%, devido a maternidade ser amigo da criança e vivenciar diariamente o incentivo e orientações quanto a amamentação. Das que não estavam amamentando, 4,3%, os seus filhos estavam na UTI, mesmo assim elas faziam a coleta do leite para eles. A dificuldade para amamentar foi descrita por Martins (2011), mas que após a fisioterapia as mães relatavam mais segurança ao amamentar e sentiam-se mais animadas. Zimmermmann (2009) observou que 14% das puérperas amamentavam, mas que entre o 7º e 10º dia esse número subia para 90%. A dor é um sintoma muito relatado pelas pacientes, das 483 pacientes deste estudo, 203 sentiam algum tipo de dor. Assim também nas pesquisas de Justi (2002) e Faria (2008) relataram dor. A dor intensa foi a mais apontada. Sendo o local de maior dor intensa foi a cervical, porém a região lombar foi a mais citada quanto ao local que mais ocorria a dor. No entanto, Garcia (2007) descreveu pouca dor lombar em suas puérperas. Cassol (2008) relatou dor moderada na lombar, seguida da cervical e dorsal, o que para Cruz (2008) concordou com nosso estudo, sendo a lombar (72%) a região mais acometida pela dor, seguida da dorsal 22% e 6% cervical. A revisão da literatura voltada para esse tema indica alta prevalência de dor relacionada às incisões da cesárea e perineais (episiotomias), constipação intestinal, IU, DMRA e depressão pós-parto. Declercq et al (2008) demonstraram que dor é o sintoma mais frequentemente relatado no puerpério. Das mulheres que foram submetidas ao parto cesárea, 79% apresentaram dor na incisão por até dois meses e 18% persistiram com dor por até seis meses após o parto. Entre as pacientes que tiveram sua gestação resolvida por parto vaginal (em 68% dos partos vaginais assistidos, 63% dos partos com episiotomia e 43% sem episiotomia), a dor perineal esteve presente em 48% dos casos e em 2% esse sintoma persistiu até o 6º mês de puerpério (SANTANA, 2011). Diante da verificação das outras queixas a dor nas incisões cirúrgicas tanto da cesárea quanto da episiotomia, foi a mais citada, seguida da dor na região abdominal (na barriga), cefaléia, dor nas pernas e braços. Concordando com este estudo, Santana (2011), Martins (2011), Strapasson (2010), Garcia (2007), Justi (2002), Faria (2008) tiveram uma alta incidência de dor nas incisões cirúrgicas. Há relatos no estudo de Abrão (2001) e Mattos (2008) de cefaléia e de dor nas pernas e na barriga (20% em ambos locais) no estudo de Faria (2008). Ambos os grupos (cesárea e normal) no estudo de Justi (2002) referem maior queixa de dor no local de suas incisões, o parto normal com a episiotomia (73,64%) e a cesárea com a incisão cirúrgica (75%). 6. Conclusão Pode-se concluir que muitas são as queixas no pós-parto imediato, não só músculoesqueléticas. A dor é uma variável de grande freqüência nesse período. A região lombar é a mais acometida, no entanto, a cervical é a de maior intensidade de dor, por ser uma região anatômica que centraliza as tensões do corpo e também por ser solicitada demasiadamente nessa fase. Mesmo que o tempo em que foi realizado o trabalho tenha sido curto, foi possível verificar na estatística geral da maternidade, no seu dia-a-dia, que há uma enorme demanda de mulheres vindo ter seus filhos diariamente nesta instituição. O ritual da parturição para umas é a primeira vez quanto que para outras já passa da quarta experiência, mas para todas elas sempre é um momento ímpar, único, pois, toda gestação, todo parto, todo filho é diferente do outro, é um novo ser que vem ao mundo. A maioria das mulheres realizou o pré-natal, mas mesmo assim elas ainda estão chegando muito desinformadas; fica uma dúvida: será que o serviço básico de saúde está dando conta da rotina que tem que ser realizada para dar um pré-natal de qualidade e não somente de 17 quantidade? O parto normal foi o mais realizado entre as parturientes, e entre os bebês nascidos a maioria obteve um peso dentro do considerado bom e normal. O aleitamento materno é realizado pela grande maioria das usuárias, onde esse gesto é um grande avanço para a saúde materno-infantil. Neste momento tem que ser mais incentivado que ela continue amamentando fora dali e que se possível for integrar a família nesta empreitada, até porque nesse estudo verificou-se que grande parte das mulheres tem companhia e estão a maior parte do tempo em casa, ou seja, não trabalha fora. Mulheres sentem-se fortemente influenciadas por aspectos culturais, referindo a relevância da opinião de familiares e profissionais da saúde; as experiências próprias em aleitar; a influência dos padrões estéticos de beleza, e a construção de laços afetivos entre mãe e filho por meio do aleitamento materno, o que condiciona culturalmente a figura da boa mãe como aquela que amamenta. Estes resultados passam a constituir um rol de informações importantes para o planejamento das ações em saúde no puerpério imediato dentro de uma maternidade. É no contato diário com as puérperas que vemos a sua realidade, suas necessidades, suas queixas, suas dificuldades, em fim seu universo de ser mãe, ter alguém que depende de você e ao mesmo tempo você precisa de alguém para ficar bem. Algo muito importante em descrever, mas que não foi objetivo neste estudo, é saber o grau de satisfação dessas mulheres quanto ao atendimento, atenção dada a elas. Conforme descrito na literatura, a maioria das puérperas referiu insatisfação com o cuidado dispensado pela equipe de saúde durante hospitalização na maternidade e de sua permanência no Alojamento Conjunto. O atendimento individualizado se faz necessário, pois existem grandes particularidades entre as queixas das puérperas. Desta forma, é possível conhecer a demanda inicial, das mulheres que chegam para ter seus filhos e que precisam, também, ser o foco do momento, o que possibilita melhor planejamento das ações e consequente maior eficácia nos serviços prestados à essa população. Diante das queixas existentes no puerpério imediato encontrado neste estudo permite que os fisioterapeutas reorganizem suas atividades dentro deste estágio puerperal, atuando nas diversas faixas etárias, nas alterações relacionadas ao ciclo gravídico-puerperal e causas externas, quanto nas patologias crônicas. De acordo com os autores levantados, para garantir a integralidade da mulher no âmbito sociocultural, ambiental, assistencial da parturição a fim de amenizar e prevenir o estresse inerente ao processo, assim como o desconforto, o medo e a dor, promovendo uma assistência humanizada e integral é necessário repensar e assumir uma nova postura profissional na assistência obstétrica. No período pós-parto, a atuação fisioterapêutica é de extrema importância, visto que possibilita minimizar as consequências fisiológicas e morfológicas que marcam esse período, também atua proporcionando o bem-estar da puérpera, amenizando suas queixas e melhorando a sua qualidade de vida, garantindo assim um retorno rápido e máximo da função muscular comprometida prevenindo modificações fisiológicas indesejáveis. Deste modo, as alterações biomecânicas e fisiológicas durante a gestação, as franquezas musculares prévias pré-existente de cada parturiente, os danos durante o parto de terminações nervosas da musculatura do assoalho pélvico, entre outras, podem trazer desconfortos, dores, disfunções cinético-funcionais próprios dessa fase, mas com os recursos fisioterapêuticos utilizados no puerpério imediato têm a finalidade de minimizar e/ou tratar, promovendo alívio dos desconfortos, reduzindo assim os custos hospitalares, uma vez que diminui o tempo de internação e a utilização de fármacos pelas pacientes, promovendo um retorno ao estado prégravídico mais rápido evitando deste modo agravamento de distúrbios mais graves como 18 incontinência urinária e fecal, prolapso uterino, flacidez da musculatura abdominal, herniações, fraqueza da musculatura de membros inferiores, marcha antálgica e anserina persistente. Estes recursos não farmacológicos disponíveis além de aliviar as queixas existentes, promovem melhor adaptação da mulher à nova realidade corporal que segue o nascimento de seu filho, sendo esta uma abordagem de baixo custo, sem efeitos colaterais e tem demonstrado bons resultados. 7. Referências Bibliográficas ABRÃO, ACFV; MARTON, ES. Perfil das puérperas e recém-nascidos atendidos no centro de assistência e educação em enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Acta Paul Enf, v.14, n.02, maio/ago, 2001. AFONSO, E. Dificuldades da mulher no Puerpério e apoio nesse período. 2000, disponível em: www.scielo.com.br. ALMEIDA, NAM; OLIVEIRA, VC. Estresse no processo de parturição. Rev Eletrônica de Enfermagem, v.07, n.01, p.87-94, 2005. ALMEIDA, MS; SILVA, IA. Necessidades de mulheres no puerpério imediato em uma maternidade de Salvador, Bahia, Brasil. Rev Esc Enferm USP 42 (2):347-54, 2008. ALMEIDA, NAM; SOUSA, JT; BACHION, MM; SILVEIRA, NA. 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Marque os locais de dor nas figuras abaixo |___| (1) Cervical (2) Dorsal (3) Lombar Outro local de dor e/ou outra queixa: ________________________________________________________ Escolaridade |___| (1) Não freqüentou escola (2) 1º grau incompleto (3) 1º grau completo (4) 2º grau incompleto (5) 2º grau completo (6) Superior incompleto (7) Superior completo Natural de |___| ( 1 )Manaus ( 2 )Itacoatiara ( 3 )Iranduba ( 4 )Rio Preto da Eva ( 5 )Presidente Figueiredo (6) Manacapuru (7) Novo Airão (8 ) Careiro Várzea ( 9 )Careiro Castanho ( 10 )Tefé ( 11 )outra 22 Estado Civil |___| ( 1 )casada ( 2 ) união estável ( 3 ) solteira ( 4 ) viúva ( 5 ) divorciada N° de filhos |____| Tipo de parto |___| ( 1 )vaginal ( 2 )cesariana Realizou pré-natal |___| ( 1 ) sim ______consultas ( 2 ) não Fez episiotomia |___| ( 1 )sim ( 2 )não Peso do Recém-nascido:______________ Possui doença crônica |___| ( 1 )sim, qual?____________________(2 )não Sente-se cansada |___| ( 1 )sim ( )pouco( )médio( )muito ( 2 )não Estado |___| ( 1 ) ansiosa ( 2 ) tranqüila ( 3 ) medo Há presença de inchaço (edema) em pernas (MMII) |___| ( 1 )sim( 2 )não Tem constipação intestinal |___| ( 1 )sim ( 2 )não Tem dificuldade para levantar do leito |___| ( 1 )sim ( 2 )não Tem dificuldade para caminhar |___| ( 1 )sim ( 2 )não Você escolheu o tipo de parto |___| ( 1 )sim; motivo?______________( 2 )não Amamentas ao peito |___| ( 1 )sim ( 2 )não, porquê?_________________________ 23 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do projeto: Prevalência das queixas músculo-esqueléticas no puerpério imediato da Maternidade Ana Braga- Manaus- AM Você esta sendo convidada para participar de uma pesquisa. O pós-parto pode trazer algumas dificuldades em realizar movimentos e isto pode levar você a ter dores. A fisioterapia pode lhe ajudar neste período prevenindo e tratando estas dores. O objetivo desta pesquisa é identificar se você tem estes problemas. Para isto você terá que preencher um questionário. Este estudo é muito importante, pois a partir dele, medidas de tratamento e melhoria para a sua qualidade de vida poderão ser direcionadas. É dada a você a garantia à liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo sem qualquer prejuízo para você. Não há despesas pessoais para os participantes em qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada a participação. Se existir qualquer despesa pessoal, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. A pesquisadora compromete-se utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa. O nome da paciente será mantido em sigilo. Eu,________________________________________________, documento em mãos: RG e/ou CPF____________________, domiciliada na cidade de _________________, encontro- me internada após o meu parto na Maternidade Ana Braga, aceito por livre espontânea vontade participar da pesquisa ‘‘Prevalência das queixas músculoesqueléticas no puerpério imediato da Maternidade Ana Braga-Manaus- AM a ser realizada pela fisioterapeuta Cassiane Santos da Silveira, RG: 9074573461, locada nesta mesma Maternidade, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado. A qualquer momento do estudo, você poderá falar com a pesquisadora, para esclarecimento das eventuais dúvidas. A fisioterapeuta Cassiane Santos da Silveira pode ser localizada pelo telefone: 9988-5227. Manaus, ____ de_____________ de 2012. ____________________________________________ Assinatura da usuária