Ofertório | Sinais do Teu amor Com mil grãos de oiro brilham as espigas seu perfume enche o ar de alegria esmagados trabalhados vão formar o pão eis aqui Senhor o pão de cada dia. Refrão Pão e vinho são sinais do Teu Amor eis a nossa oferta aceita ó Senhor de mil corações farás nascer um corpo só um corpo só em Ti Teu filho viverá aqui pr’a sempre entre nós. Quantos cachos já maduros ao calor do Sol tempo da colheita festa em toda a terra e da terra a uva escorre o vinho novo eis aqui Senhor o vinho d’alegria. Entrada | Grandes maravilhas Santo Grandes maravilhas Tu criaste pra nós, Por ti desabrocharam flores entre as rochas Grandes maravilhas Tu criaste pra nós, Nos conduziste livres para a nossa terra… E agora podemos cantar, podemos gritar O Amor infinito que abriste pra nós!... Cordeiro de Deus Comunhão | Via de Amor Refrão: Via de Amor És Tu Jesus O pão do Céu Que nos transforma em Ti. Não, não estamos sós sobre esta terra, Pois Tu ficaste entre nós, Para nos saciar És pão da vida E inflamas com o Teu Amor Toda a humanidade. Leitura I | Jonas 3, 1-5.10 Sim, temos o Céu sobre esta Terra Pois Tu ficaste entre nós, Mas nos levas contigo Para a Tua casa, Onde viveremos junto a Ti Toda a Eternidade. Final | Viver a Vida Viver a vida n’alegria e na dor de cada dia: É isto que Deus espera de ti. Viver a vida mergulhado no amor é o teu destino: É isto que Deus espera de ti. Percorrer com outros a tua estrada para Deus, Caminharmos juntos lado a lado. E verás então um céu azul dentro de ti, Um rasto de luz seguir-te-á. /19: | Missa com Universitários | III Domingo T.C. | 25 Jan. 2015 Viver a vida é uma aventura, a mais bela, do amor: É isto que Deus espera de ti. Viver a vida é construir aqui e agora o Paraíso: É isto que Deus espera de ti. Viver para que ao mundo volte a unidade, Porque Deus habita em cada um. E verás então um céu azul dentro de ti, Um rasto de luz seguir-te-á… Um rasto de luz seguir-te-á… www.puporto.org A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar. Jonas entrou na cidade, caminhou durante um dia e começou a pregar, dizendo: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno. Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou. Salmo Responsorial | Salmo 24 (25) Refrão: Ensinai-me, Senhor, os vossos caminhos. Leitura II | 1 Cor 7, 29-31 O que tenho a dizer-vos, irmãos, é que o tempo é breve. Doravante, os que têm esposas procedam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que andam alegres, como se não andassem; os que compram, como se não possuíssem; os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem. De facto, o cenário deste mundo é passageiro. Evangelho | Mc 1, 14-20 Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus. Homilia BREVIDADE E INEXPERIÊNCIA 1. Os tempos (não só o de Paulo mas também o de Jonas e de Jesus) são breves...: “Dentro de quarenta dias Nínive será destruída...” - Jonas; “cumpriu-se o tempo” - Jesus... Na prática Jonas diz que se acabou, Paulo que há pressa, Jesus que já estamos... 2. Assim enquanto os dois últimos deixam entender que não há tempo a perder... Jonas dá já como inevitável o fim catastrófico... Para além disso a pregação de Jonas é a mais breve de toda a história (em hebraico são cinco palavras apenas...) mas das mais eficazes também: com elas converte mais de cento e vinte mil pessoas que ele mesmo já tinha julgado “irrecuperáveis”... Pelo que a eficácia da pregação não depende nem da sua duração nem até também da convicção do pregador (Jonas não estava nada convencido da conversão dos seus ouvintes)... 3. Quem nos dera que os nossos pregadores regressassem à brevidade de Jonas!... Pensarão certamente e com razão... Proponho-vos então como que um “pacto”: que a esse esforço de maior brevidade e concisão da minha parte - que quero assumir como compromisso - façais (façamos… porque eu também sou ouvinte das palavras que pronuncio…) corresponder uma resposta rápida, imediata... na vida... É que nem de uma parte nem de outra há tempo a perder... A Palavra de Deus é simples, exigente e não tolera grandes comentários... Jesus mesmo, ao chamar os primeiros discípulos, não se alarga em explicações detalhadas - parece até saltar as fases intermédias para chegar imediatamente à conclusão: “Vinde comigo”. E eles - Simão, André, Tiago, João - não deixaram passar muito tempo: “Deixaram logo... e seguiram Jesus”... 4. Ele tinha afirmado, de facto, ter-se “cumprido o tempo” - não é o tempo dos relógios ou dos calendários (nem muito menos da meteorologia...)... É o tempo oportuno, a circunstância favorável, a medida justa à qual nada mais há a acrescentar... É o hoje, o agora, o presente... o único momento que tenho para viver e ao qual, frequentemente - como dizia Pascal - pouco ligamos: “antecipamos o futuro como se demorasse demasiado a chegar, quase para apressar o seu curso; ou recordamos o passado para o fazer parar, como se fosse demasiado fugaz. Somos tão imprudentes que vagueamos nos tempos que não são nossos e não pensamos no único que temos realmente nas mãos”. 5. Voltando a Nínive (e introduzindo também o segundo tópico da homilia) a grande sorte dos ninivitas foi a de não serem especialistas. É que o drama de Jonas foi precisamente esse: o de ser especialista das coisas da religião... Por isso, para ele, contava mais a sua doutrina do que as pessoas... E a adesão aos princípios tornava-o desumano, inflexível, agarrado quase exclusivamente a pontos fixos “inamovíveis” que não o deixavam perceber a força de Deus a operar nas pessoas... (Porque nunca acreditou no que Deus lhe tinha mandado pregar... fugiu... mas, depois de uma tempestade, Deus fê-lo regressar... no ventre de uma baleia... continuando mesmo assim a não acreditar...)... Os ninivitas, pelo contrário, são especialistas em diversos vícios e perversões mas incompetentes em assuntos de religião... Mas esta é uma incompetência que lhes permite a fantasia: a de entenderem, por exemplo, que se para a destruição da sua cidade faltavam quarenta dias... a sua conversão podiam-na operar já, hoje... Ou que aquilo que se passou não foi a suspensão de um castigo mas um positivo ato de amor de Deus... Não tinham aprendido em nenhuma escola o que fosse a conversão - inventam-na, por isso, com gestos e posturas justas... Não fogem de Deus - como Jonas - deixam-se olhar (amar) por Ele... 6. Também Paulo, falando como não-especialista (pelo menos em assuntos de “final dos tempos”) dá conselhos precisos: “o tempo é breve” (porque a graça irrompeu no meio do mundo) e, no mundo façam tudo como se... não fizessem... Não se trata de descompromisso ou fuga mas apenas da relativização de tudo face ao único absoluto que é Deus... Porque o cristão é chamado a passar através das coisas mas a não se instalar nelas - porque está projetado mais além... Por isso somos chamados a não ser especialistas da mentalidade dominante do mundo... até para não corrermos o risco de asfixiar... Chamados nem ao desprezo nem à idolatria, nem ao desespero nem ao entusiasmo acrítico, nem à escravidão nem à fuga irresponsável - chamados à liberdade, introduzindo em nossas vidas as notas de caducidade e de transcendência... 7. Pensando bem também os discípulos aceitaram passar da experiência à inexperiência... Percebiam de pesca e de peixes... Mas de “pescadores de homens” nada sabiam (não estava - nem está - na “lista de profissões...) - eram totalmente incompetentes, não-especialistas... Vinte séculos mais tarde alguém (V. Frankl) escreveu que “não se deve nem se pode descobrir de maneira direta a própria identidade. Descobre-se na medida em que nos empenhamos em algo maior do que nós”. Os discípulos não sonhavam sequer conhecer tal afirmação... Mas viveram-na: não opuseram resistência a algo muito maior do que eles e para além da sua própria compreensão... Porque Deus sabe que o homem é capaz de tudo - até de se aventurar no campo da inexperiência...