CONDOR M. Ê . C. - Muséu \iriper\a\ C A S A C L Á U D I O DE S O U Z A Reg. Geral Reg. n.° / ^ l.o 9 Lo CONDOR OPERA LYRICA EM I R E Z POESIA A RI O MUSICA ACTOS PE CANTI PK D à K B O S Ü Ü M E 3 HU S EU IMPERIAL | Divisão de Documenta;? Histórica Traducção de G. LOSCAR Propriedade do Maestro em lodos os pai^eM rz G . 5*?. é> b 8 ?roc ; W6/5t PREÇO 1 s ooo ÚNICO DEPOSITO NO E S T A B E L E C I M E N T O DO EDITOR ARTHUR DEMARCHI MILÃO Condor è o nome phantastico do chefe dos salteadores da esteppa. Encantado pela belleyi deslumbrante da Rainha de Saniarcanda ousa penetrar no sagrado santnario da soberana, ainda que tal profanação lhe custasse a vida. A severa sultana, surpresa pela audacia do dido, hesita em pronunciar ban- a sua sentença de morte. A população se revolta para vingar o insidio feito às leis pelo perdão da Côndor, ditos, se mala. Rainha. para salval-a do furor dos seus súb- PERSONAGENS Odalea, rainha de Samarcanda Soprano ilrain: Zuleida, m ï c de Condor . . Meio soprano Adin, pagem da rainha . . . Soprano brilhante Condor, chefe salteador. . . Tenor drain: Almazor, astrologo . . . . Baixo Il Mufti 2 * Baixo COROS Favoritas — Senhores — P o v o . COMPARSAS Guardabosques — Soldados — Favoritas # Pagens — U lemas. Acção em Samarcanda e arrabaldes Século X V I I . 1 > r i 11 i e i r < > — A _ o t o — 0 JARDIM RESERVADO DA RAINHA A direita (*) em linha obliqua o Palacio real com terraço coberto com tenda de purpura. — Do terraço se derramam para o jardim duas magestozas escadas em direcção contraria. — No fundo unia muralha baixa separa o jardim da grande floresta. — Kntre grupos de palmas e flores se levantam diversos repuxos de agua. — A esquerda, no estremo proscênio, entre elegantes palmas, uma Rale real, onde a rainha costuma repousar. — Linda manha de primavera. — Vegetação esplendida. V SCENA. A o l e v a n t a r d o p a t i n o A d i n e s t i s e n t a d o c m um b a n q u i n h o , d e f r o n t e d o t e r r a ç o da K a i n l i a , atinando a cithara. ADIN. N o reino das flores — brilhante e íestozo Eleva-se às nuvens — repuxo forinozo... Mas nunca orvalha uma modesta liar Q u e junto á borda Langue de amor! O (Quebra-se unia c o r d a da citliara) Pobre de mim... Quebrou-se a corda... E acompanhar Nào posso assim! (Procurando ( • ) D i r e i t a e e s q u e r d a da platea. repor a corda) 10 CONDOR A h ! ah! está prompta... e posso continuar... (rcpiliiulo a canção) Suave perfume — suspiros, lamentos, Lhe manda a florzinha — coitada, em tormentos... Mas a soberba, Indifferente, De amar nào sente... A corda vibra, A nota è assim... Melhor p'ra m i m ! (breve (continuando pausa) tristemente) Cahiram as folhas — e o vento arrastou Levando o veneno... — e a fonte s e c c q u L A historia è trafica?... E séria ou cómica?... X à o sei... (N\-bie ponto algumas Favoritas a p p a r c c c m A d i n , d e s p a r a m c m a l l c j j r c rib.wla). no terraço FAVORITAS da rainlhi, o, apontando para («to terraço) A h ! ah! ah! ah! A I ) I X (tingindo naó as ver) Lâ estão as vespas... J á percebi... querem se divertir!.. Prompto também ja estou... para me rir! (A! Favoritas dcsccn» ao jardim. — Outra lautas entram allegrcnicnte por varias lados) 1° ACTO FAVORITAS (zombando de I I Adin) Olha! olha o pagemzinho... C o m o está tào bonitinho!.. OUTRAS FAVORITAS C o m o ê gracioso Mesmo vaidoso... • Nem sò um olhar Elie nos da... Olha! que ar De Adin-bachá! A O IN ( s c (Scrquc.,ndo atTastando-sc das Adi«> Favoritas) Perdem seu tempo virem contra mim... Nào sou centelha... Nào sou jasmim... Sc continuam perseguir-me assim Certo que a abelha V o s pungirá! F À \ O R l I AS ( c m grande visada) Adin-bachá... vem cà... nào te zangar! A h ! ah! ah! a h ! ADIN ( a parte) Se eu nào tivesse T à o curtas azas Talvez podesse Bem alto voar! ( X * oste instante alguns giiardahosques, vindo do parque, atravessam a scena a corsa p r e c i p i t o z a e d c a o p a r e c e m , p a s s a n d o p o r b a i x o da e s c a d a d o P a l a c i o R e a l , — A d i u m a n d a un g r i t o de s u r p r e / a . T o d o s se v o l v e m p a r i o f u n d o ) . / 12 A D IN Ccus! que será?! ( O u v e - s e internamente um s o m r o u c o e s i n i s t r o . — No terraço apparece Almazor). FAVORITAS De perigo è o signal! ALGUMAS (opontando para Almazor. Triste é Almazor... OUTRAS Porque? OUTRAS N o v a fatal ! II A SCENA. Os precedentes: Odalea, mui Vo\ de longe. A l m a z o r , logo mais ALMAZOR (firme, n o meio do t e r r a ç o , olhando para um p o n t o fixo da floresta). Alguém se avança c tenta do santuario A s portas profanar! FAVORITAS. v li um temerário! ADIN. K um louco, um barbaro! ALMAZOR. T e m o r nao t e m ! Io ACTO 13 ODALEA. (apparcccndjô agitada no terraço faltando A A l m a z o r ) Q u e dizes tu!.. N ' e s t e asilo sagrado Quem ò o mortal que seja tão ouzado De penetrar?!. ALMAZOR. ( a parte, olhando sempre para o s fundos) Mas clle avança c vem... li corajoso, è destimido... è forte... Vem, como a fúria, desafiando a morte! ( O d i i l c a d e s c e Ao j a r d i m p e l a e s c a d a F a v o r i t a s . — A l m a z o r fica s e m p r e a p a s s o s l e n t o s s* e n c a m i n h a a t e c o r t e . — A s F a v o r i t a s lhe a b a n a m Al)IN d o p r o s c é n i o a c o m p a n h a d a dc p a g e n s e o u t r a s no t e r r a ç o olhando para a floresta. — A rainha, a r e d e r e a l o n d e s e s e n t a , a t o r n e a d a da s u a os leques. partC> contemplando estasiado a rainha que passa). Sublime appariçao! diva ideal... T u cs d aurora o astro celestial! T u és a ilor Q u e ainda cm botão Não sente a sublime aura d ' a m o r ! O DALI: A (languidamente). Entre odorozas flores N o celestial fulgor A minh'alma suspira... li não conhece amor! Al)IN ( c o n galanteria a Odalea). Sobre teus sonhos, os astros 110 ccu, Muito eloquentes são... mas do que eu... CONDOR 14 ODALEA (risonha) Dc sonhos falias, quando tudo c calmar Sc o corpo dorme... dorme assim minh'alma! ADIN (alTastando-se triste). Quanto es feliz!... ODALEA. Feliz níío és também ADIN A doce aureola — do teu favor È o forte escudo — do teu cantor... ODALEA (gracejando) A h ! ah! comprehcndo... — as abelhinhas Pungem-te sempre— as orelhinhas... FAVOR ITAS (interrompendo) Elie ê quem punge... O DA L h A (fmgendo severidade) Seria verdade? ADIN. Sào brincadeiras... — sào poesias... Primeiras armas — da mocidade... Dc quem só quer — rir c cantar... (,A,in) r ACTO FAVORITA i Sempre ironia... — Al)IX interrompendo). mordacidade... favoritas). Mas e boa musica — que faz dançar! VOZ DF LONGE (V Águia misterioza Qjiie fendes terra e mar... Tu es diva e formoza Mas nao sabes amar! ODALEA (dando a t t e n a o . canto) Nào e illuzào... ouço uma voz cantar!.. ALMAZOR ( d e s c e n d o .1 e s c a d a c d i r i g i n J o - b c A K u i n h a ) . Passou ja a porta do jardim sagrado... CORO. Suplicio ao temerário, ao arrojado, Q u e ousou do casto asilo a lei violar! VOZ DE LONGE <«»«* p««*®)- Se o ninho teu fadado X à o me c dado tocar, A Deus roubando as azas QjLiero comtigo voar! ODALEA (saltando cm pc agitada c risoluctu, dominando a scena). ' l o d o s retirem-se d'este lugar... Quero sozinha o malvado affrontar! 6 CONDOR AD1N. O teu desejo è lei... ALMAZOR (a parte) Fatalidade!.. TODOS (ritiraiido-se c murmurando). Sozinha... aqui!... OUTROS. Porque?! TODOS Temeridade ! (todos abandonam a seenu). IIP S C E N A . Odcilea foço Condor. o ODALIiA (so). Meu Deus... que arcana força hoje de mim Se apoderou !... Pela primeira vez 11'esle jardim Sozinha estou... D'aquella voz o eclio mysterioso Bem ouvi... (pausa, olhando a o r e d o r de O h ! silencio pavoroso!.. (agitando-se cada vez mais) Porque palpita e treme o coraçào?.. si) Io 17 ACTO Seria fraqueza em mim?., terror? O h nào: (rcbolucta) Venha, se avance o reo profanador! ( O d a l c a câ a l g u n s p a s s o s p a r o o f u n d o da s c e n a . — V e n d o a o l o n g e um c s t r a n g e i r « se rc.iahe para o p r o s c é n i o . — Appareco C o n d o r que s c a v a n ç a c o m franqueza c a l i e i o s p ê s da r a i n h a ) . CONDOR. ( c o m enthusiasnio). Oh diva celestial! astro de amor... His-nic à teus pés... eu te comtemplo emlim!.. O D A LÜA ( s e ve rame nlc) Quem es? quem te inspirou tanta violência? .A CONDOR (sempre calorosamente) Febre fatal... o amor que sobre mim Domina sempre e nào posso vencer! O meu delicto — eu sei — Nào tem clemencia!. E mesmo assim quiz vir... ODALEA. • Para que fim CONDOR. S ó para ver-te ainda... e... aqui morrer!.. ODALLA (surpresa, acccntuando as palavras). S ó para ver-me ainda, dises tu? E quando aos olhos teus appareci Pela primeira vez, fóra d'aqui? (pausa) CONDOR CONDOR ( c o m cspressSo inspirât;»). Do sacro rito era o solemne dia... Entre odorosos lirios, Palmas e mil ilorcs... pompa e fulgor!. Ardiam sagrados cirios... N o immenso templo tudo era esplendor! Eis que ao soar das tubas imponentes Marcham galhardamente os elefantes, E, após da esquadra em armas reluzentes, O s cavalleiros, povo.... e mil infantes!.. Do alto da quadriga, Guiando pares de leões possantes, Bella e sublime auriga o Eras o sol que a turba dominava! Meu Deus! que esplendideza!... Era o fulgor de Allah O ( l u e , sobre ti radiando, inda augmentava A celestial belleza! Me parecia sonhar... E m tanta luz, no sublime ideal... A appariçào, o encanto celestial Nascia do teu olhar! ODALl-A Arreda, ó desgraçado... Es um louco... (violcntcmcntc). Io ACTO 19 CÔNDOR. S i m ! louco por amor!.. ODALEA. Dc mim, do povo no justo furor, Desprezo e morte vieste merecer! (apontando para o Palacio) Lá estão já cem punhaes sobre o teu peito Fazendo o alvo... T u vaes perecer! CÔNDOR (risolucto). Aqui, a teus pés, de amor, quero morrer... Mas nào por mào de algozes... O teu braço > real só tem direito De me ferir! (apresenundo-lhe o pnnhal) ODALEA (encruzando os braços desdenhosamente). Jamais!., ritira, ó barbaro, O fúnebre punhal... Aqui a sultana com sua mao só fére Quem cila odeia... ou quem puder amar! CONDOR (» parte) Dcosa cruel! divindade fatal, O teu desprezo é fogo que me inflamma... Se nào queres manchar o teu punhal, A o menos nào deshonres quem te ama! 2 0 CONDOR ODALEA. (a parte agitada c commovida ) O s olhos seus, no terrível olhar, Mandam faíscas que fitar n u m átimo Nào sou capaz!... S o f f r o da pena qu'elle aqui me faz!.. (sempre a parte c com anciã crescente) Mas Deus m' inspire... A sentença real Qual deve ser?.. D o perdão... ou feral? (depois de b r e v e hesitação) Nào!.. que elle fuja... (a Condor, com repentina resolucçlo) A rainha offendida Poderá condcmnar-tc sem perdão... Mas... antes... foçe... o CONDOR (surpreso e risolucto) Eu fugir? O h ! não! VOZES DIZ .LONGE. V i v o relampago Brilhou no céo... Vamos tiral-a Das mãos do rco! ODALEA. Affasta-te... CONDOR (firnic). Nào posso... (Adin, Almazor, F a v o r i t a s , Soldados, r o m p e m s o b r e a s c e n a . — C o m um « e s t o da todos param, admirados, no fundo da scena). rainha Io 2I ACTO CORO. Eil-osL TODOS. — E salva! O D A L E A (dominando a sccna c apontando para Condor). O rco profanador, bem vedes... lâ!... E um louco... nada mais... Perdoado está!.. ADIN, ALMAZOR, SOLDADOS (apontando para Còndor). Um doido? — Um inspirado?.. — Um impostor? FAVORITAS. Um feiticeiro?.. OUTRAS. Um bruxo?.. TODOS. — E um salteador! 22 CONDOR CONDOR. (só, no proscénio comtemplando Odalea che pela sua c o r t e . parte subindo as e s c a d a s e acompanhada O h ! etherea visão... O h ! deusa celestial!.. T u me abandonas triste o coração... Em sonho divinal! Quadro. — Cahe Irnlaincnlc o Panno HM DO Io ACTO. S e ^ i i n c L o A _ e t o A M E S Q U I T A DE OMAR A ' esquerda, quasi de prospecto, o templo occupa unia terça parte da scena. — A direita, de um lado, palácios e jardins. — No centro, sempre nos fundos, grupos de palmas, flores et. et. — E m grande distancia planura clie se perde de vista. — Terreno ondulado. I' SCENA. ( A o levantar do pasmo o p o v o , c m g r u p o , discute t u m u l t u o s a m e n t e L)c r e p e n t e a v a n ç a s o b r e o p r o s c ê n i o ) P O V O — 110 f u n d o da s c e n a . (Ia* parle). Mentes... — Nào! — SIM! — Q u e m sabe? — Ali! maldiçào! $ — Quem vio? — EU! — NÓS! — lodos! — O salteador Perdoado foi!... — P o r quem? — Por ella! — — Q u e loucura... — Foi pcor... — Horror! Humilhação! 2 4 CONDOR POVO Pirlc) Salvo, impune, elle aqui esta Livremente em nossa terra!... POVO (M- Partc) — È um satan!.. — Faremos oguerra! — Mar J e sangue correra! (Zuleida appurccc no fundo, c, ouvindo o tumulto do Povo sc esconde entre o s bosques para e s c u t a r ) A nossa lei — o louco audaz Assim violou!.. Da religião — a santa paz Contaminou! (Todos proronipeudo con ira convulsa) E o infame restara sem punição? — A rainha perdoou!.. — E o povo?.. — Não! VOZ INTERNA torrc mesquita, annunciando). A alba no horizonte já apparece... E hora! ide, fieis — todos á prece... (O echo ao longe responde voz. - O tumulto sc calma á pouco c o t » lentamente no templo . Á pouco, c o POVO 11° 25 ACTO II a S C E N A . Zuleida loço mais Condor. o ZULEIDA. ( s ó , s a h i n d o do b o s q u e e a c c o m p a n h a n d o com o o l h a r o p o v o que entra no templo) Gente cruel, atroz... cm teu furor Queres tirar a vida A ' qugm c victima de louco amor! Malvada ê a lei, deshumano è o idolo Que tanta ira Hoje te inspira! Mas antes que clle victima aqui seja As tuas choupanas eu liei de incendiar!.. Sua màe cu sou e venho p' ra o salvar! Desde as margens do Cáspio, Pelo escuro caminho, Correndo, como louca, oh! ccus! que horror! Aqui cheguei cm fim T e n d o por guia sò o materno amor! E agora... o que fazer?., rogar talvez Devo à sultana? (com í m p e t o de o r g u l h o feroz A h ! não!.. Com altivez Diante da deusa que hoje aqui vira Q u c 1*0 fallar... («imando-sc) Sim! salvo elle será! com doce êxtase meditando, c o m o quem sonha futuras felicidades N ó s plantaremos a nómade tenda Entre as flores da terra onde nascemos... 26 CONDOR Repousaremos na floresta horrenda... Luz, dos astros do ceo, receberemos! E , ao voltar do campo, T i n t o de sangue... asperso de suor... P ó z o fulminio lampo, Eu gozarei do seu filial a m o r ! O h como então — feliz no pranto Meu coração — se innundarà... Dos verdes annos — o doce encanto A s suas caricias — recordará! Ouve-se rumor interno. — Z u l c i d a v o l t a - s e p a r a o s f u n d o s cia s e e n a . E i l - o que chega... ouso affrontai* apenas O deslumbrante olhar!.. (se ritira, e s c o n d e n d o - s e ( C o n d o r c h e g a á Cavallo, a r m a d o de l a n ç a e e s c u d o . CONDOR — p o r e n t r e al U m seu guarda fiel o flores) segue) (Ao guarda). Arma c corcel Por pouco à ti confio... (o g u a r d a parte c o n d u z i n d o o c a v a l l o c as a r m a s de (a p a r t e , v i n d o a t è o proscénio) O louco amor ( l u e me devora, em Odalca, cruel, S ó o odio contra mim produz... Ilorror! (com o r g u l h o feroz, c o m o uma invocação) O campos! Ó montanhas! • N i n g u é m mais sobre vós Não vé passar veloz Còndoi 11° 27 ACTO Fendendo o ar, rápido, o rei das águias? Ninguém de mim ja mio treme de horror N a floresta, ao rugir do ledo feroz?... Pois um e outro eu sou: — sempre Condor! ZULEIDA (avançando-se). T e encontro cmfim, ó amigo... CONDOR (con desdem) Olà, quem vem? ZULEIDA. N;to me conheces mais?., lixa-me bem!.. CONDOR (pensativo). F singular!., como a sua voz, anciosa," Recorda a minha infância mysteriosa! (llxando-a) O h ! ceus! Zuleida aqui? ZULEIDA. grande expansão,. T u a màe eu sou... Que n'este seio um dia te alimentou! Fugindo, de noite — da selva silenta, Descanço em cavernas — te dava de dia... O faro illudindo — da fera sedenta — Poupava o teu sangue — ao perigo fugia... CONDOR o i l ! tempos de angustias — de pranto, de dor!.. Mas hello crescias — galhardo campeão... T u tinhas da tigre — luzenta o valor... A audacia da aguia — a força do leão! CONDOR (arrogante) Ah! sim., bem me lembro — mas,em campo aberto, O joven leão tentava o deserto... ZULlilDA. Fugiste de mim... o CONDOR. Ingrato... infiel... O ZULRIDA. N o v ô o selvagem... o CONDOR. D o livre corcel!... VOZIiS DU L O N G li campo). Soccorro á rainha! a CONDOR (assustado prestando ouvido). Cens! cila em perigo?! ZULHIDÀ Mc foges?.. tentando impedir o passo à Condor . 11° 29 ACTO CONDOR (risolucto). Adeus! ZULEIDA. T e perdes!.. CONDOR (fanaticamente). O mãe: A humanidade inteira cede e corre, Serva do amor.... A m o r do qual se morre! ( F o g e r a p i d a m e n t e e d e s a p p a r e c e p o r d e t r a i d o t e m p l o . — Poucos» i n s t a n t e s d e p o i s v e - s e C ò n d o r a t r a v e s s a r o s f u n d o s da s c e n a , .1 g a l o p e , a r m a d o d e l a n ç a e e s c u d o ) . III a S C E N A . A R a i n h a , Adin, A l m a z o r , il Mufli, loço o mais Condor e Zuleida. O CORTEJO ( O p o v o que campo, c da s c e n a . povo em RI:AL, — POVO — SOLDADOS. e s t a v a d e n t r o da m e s q u i t a s a h e , a s s u s t a d o p e l o s g r i t o s d e s o c c o r r o n o forma grupos na porta do templo, fixando c a p o n t a n d o pata o s fundos O Multi, c o m sua c o r t e , a p r e s e n t a - s e na porta do t e m p l o a t o r n e a d o do alvoroço. POVO (II" parte). Um çrito de susto — soou na floresta... Talvez em perigo è a rainha... POVO (11* parte). O h ! que festa! VOZES DE MULHERES (no campo). Soccorro soccorro!.. Algumas m u l h e r e s do p o v o , vindo do c a m p o , e n t r a m e m s c e n a c m d e s o r d e m e tadas. — F o g o depois a p p a r e c e A d i n , a p r e s s a d o , dirigindo-se do Muftt. assus- 30 CONDOR MLTTÍ Adi"). O que foi? que acontece? ADIN (agitado). Uma turba selvagem T e n t o u , violenta, roubar a rainha!.. MUFTÍ. H a sultana? ADIN. Deve A coragem O De um desconhecido cavalleiro A salvação! POVO ( n u ' reprimindo a cólera . , Allah queria p u n i l - a L VOZES (Jc longe). Ilosanna! è salva! % MU1 ; TI (olhando para o J á se avisinha... POVO campu. O cortejo real (murmurando com ironia;. A corte da rainha! ( C h e g a o c o r t e j o da r a i n h a , c o m p o s t o d c c a v a l l e i r o s A rainha è conduzida «m palanquim,. E um triste funeral l a v o i i t a s , Pagens, Soldado , Povo. IIo CORO ACTO GERAL fingimento). Salve Odaléa! Sempre bclla tu es, sublime Dea! A rainha desce do palanquim}. ODALHA. (agiwda). O meu libertador, no susto apenas Eu pude ver... (Ao Ailin (pausa) Faz que elle se apresente.... ADIX (i^ira interrogando á todos . O cxclso hcroc... o grande cavalleiro, Sc aqui se acha, faça um passo à frente!.. ( t o d o s se íNi nguem ^r.. \T * (á A l m a z o r , c o m retrahemr) tina ironia Então certo que és tu o guerreiro!.. CORO (fixando a rainha). Olha! a rainha como triste esta... O h ! como c pallida... — Porque sera? ODALEA (a parte - confusa Mc treme o peito e um presentimento Minh' alma opprime... Sinto-me rca... n'este acontecimento E x p i o um crime! Da morte horrenda um homem me salvou... Q u e m quer que sej' elle, grata lhe sou! ( U m a t u r b a de s o l d a d o s a c c o m p a n h a C o n d o r , desarmado, que nao oppoe resistencia). 32 CORO vohando-sc para o fundo La vem? — E ' elle, o bárbaro! — Elie, quem? TODOS. — E' MUI Tl Condor! (apontando para Côndor). Eis o terrível chefe — da Turba Negra! CORO. — 1 [orror! A LM AZOR. Do. santuario real — foi elle o invasor! ODALHA (interrompendo . E um louco!.. TODOS. — È um salteador! 7 T u r T n 4 /.LLniDA e n t r a n d o r a p i d a m e n t e , d i r i g i n d o - s e á rainha c pura C ò m i o r ) . apontando O heroe que te salvou — a q u i presente esta... Eil-o... grande, soberbo — o filho de A m u r a t h ! TODOS (admirados). l : ilho do grande E m i r o ? — 33 ALGUNS. Q u e m pôde garantir? ODALKA P*rlc com supremo enthrisiasmo). A h ! bem se ve que aquelles olhos d ' Á g u i a Da baixa plebe não podian sahir! (murmurando e reprimindo a commoç3o) O sangue dos prophetas, par do meu, Nas vêas elle tem... A vida elle salvou-me... ingrata! e eu Tratei-o com desdem! Ah n'este instante eu sinto quanto pesa O meu manto real... Paliar quizera... a palavra está presa Por arcano feral! CÔNDOR ( a parte, com esaltaçSo). A Victoria foi minha! e forte eu canto O himno vencedor... Ate no tumulo, frio e sem pranto, Gloria à C o n d o r ! CORO GERAL. O h ! D e u s ! que horror!.. Cada um, de sangue, hoje sequioso está!.. E m seu furor Quasi arrebenta a tempestade já! 4 CÒNDOR CONDOR (chcgándo-sc rcspeitozanicnte à rainha). A v e , o Deusa, Imperatriz! N ' e s t e dia, sublime e forte O teu martyr é feliz... Feliz da honroza morte! O astro de amor seja comtigo, emlim, T e acorde o céu quanto negaste á m i m ! ODALEA. Diante d'elle aqui estou, fraca mulher... F u g i o - m e o animo... perdi o poder! ZULEIDA (i parte). A h i ! pobre mãe! o teu pranto, tua voz È suftocada pela ira feroz! POVO. (arrojando-se contra Côndor erguendo o braço armado). povo a cólera conter quem p ô d e ? ZULEIDA (mandando um grido). ODALEA tdcfcndcudo.o). Arreda! fora!.. POVO (surpreso c retraiodo-sc). T u o defendes ? I I 35 A C T O o ODALEA Sim! (dominando a scena) Da minha guarda E m iro aqui o proclamo! POVO M o a l v o r o ç o g e r a l , f u g i n d o p a r a os f u n d o s nando Odalca). da s e e n a cm completa desordem, abando- O h ! horror! Emiro... um vil, um salteador? ALMAZOR (* parte à rainha). Te perdes... ODALEA. Não ! POVQ (dos fundos, em grupo). Elie e um génio infernal! ADI M parte, desesperado). Loucura! MUFTI. Infamia! ALMAZOR. Por esse impostor Perdes o trono... a tua coroa real!.. CONDOR ODALEA (desafiando o povo). Venha! quem ousa o meu peito ferir? ZULEIDA (4 Côndor). Foge... filho... CONDOR. (n3o dando ouvidos \ Zuleida c a j o c l h a n d o - s c a o s pés de Odalea). T e amo... POVO longe e no paroxismo da faria). Morte á Condor! Quadro. — Cabe rapidamente o panno. MM DO IIo ACTO. T e r c e i r o A . e t o CHALET REAL CONTÍGUO A SAMARCANDA V A R A N D A A B E R T A A BORDA DO LAGO. A* pouca distancia, para 1;\ do lago, a cidade. — Esplendida noite de luar. I* S C E N A . ODALKA (entrando agitada). O d i o ! revolta! guerra! desacatos... T u d o prefiro, antes que o abbandono De homens ingratos! o (senta-se cm um sof;l, murmurando tristemente c olhando cm tomo de si) T u d o ò silencio... Vejo ninguém... Minh'alma soffre... e amor?., amor nào v e m ! (agitando-se) O h ! céus! que digo! — perdi a razao? (con impulso de grande paixão) Sonho fatal, febre que me devora! O meu real orgulho lucta em vão... o Vencida eu fui... preso è meu coraçao! VÓZ DE ADIN (áe fóra). Um dia, sultana altiva, S ó de si tinha /elo... E o coração de gelo... 28 CÔMDOR Mas ao olhar fogoso De um salteador guerreiro Ella pasmou! A pomba-rola pelo feiticeiro Se appaixonou! ODALEA. (prestando ouvido Ào canto do pagem c murmurando). Terrível trovador! N o coração tu lês a minha dor! (Adin interrompe a cançlio). S i m ! tens razao... a imagem sua fatal Sobre minh'alma impera. Elie triumpha... A lueta c desigual 1 (phantasticando) Vejo-te sempre, em fantastico sonho, Diante de mim, cheio de louco ardor... Vejo-te sempre!., e, em vez d ' u m céo de amor Abandonada estou, em chãos medonho! O h ! tu, que tens as azas do gigante, Porque não levas-me, ò audaz amante, Pelo espaço sem fim... E là, de amor feliz, viver assim?... Mas ahi! cruel, A mim roubaste a paz... deixando o fel!... IIIo 39 ACTO II a S C E N A . Odalea, A l m a z o r , Adin, espiando por de tra\ das columnas. ALMAZOR. (entrando allcgrenicnte e cumprimentando a rainha) O s planetas saúdam Em ti, rainha, o astro superior!.. ODALEA (cufadada). Mentes ! ALMAZOR (mortificado, a parte). Posso mentir? ODALEA (severamente). Adulador... Do alto cume, até o abysmo horrendo Pouca distancia passa... (sahe lançando olhares de desprezo) ALMAZOR (confuso c murmurando). Não comprehendo... ADIN (saltando rapidamente em scena). Mentes! mentes! ALMAZOR. Que. queres tu dizer? 40 CONDOR ADIN í c o n l vivacidade infantil). Q u e o escripto è claro... e tu nào sabes ler! A L M A VÁ ) R (eow a Afectada severidade). Cala-te! cala-te... porque foliar De altos mistérios do sagrado véo?.. Segredos taes só pertencem ào cco... Xinguem pôde nem deve interrogar! ADIN (sempre petulante). Então não viste — cila, em delírio — Convulsamcnte — chorar e rir?... Pois eu bem vi.... A LM AZOR (apontando para a camcra real;. Rapaz... não proseguir.. Olha que alguém, de là, te pôde ouvir... ADIN (corno a cima). Da multidão de estrellas, no fulgor, Não vistes um anjinho, Allegre e bonitinho A seta de ouro sobre cila apontar? IIIo ACTO ALMA/,OK 41 (fingindo surprcza). Que queres tu dizer?.. ADIN (rindo-sc). Q u e era... o amor! AL M AZOR. T u és creança... e vives p'ra brincar... ADIN. A vida humana è assim... Quero cantar! III a S C E N A . A p p a r e c e m , n o s f u n d o s da s c e n a , Z u l c i d a c C o n d o r . Z u l c i d a t e n t a c i n s i s t e p a r a atTastar o filho d o palacio). A 1)1 N voltando-sc). Sào elles... olha! olha!.. A L M A ZO R (vohando.se também). A h ! maldição! CONDOR 4 2 ZULEIDÀ Foge d'aqui, meu (insistindo c o m filho... CONDOR Condor). foge... (risolucto). NàO ! O meu dever è estar onde a rainha Corre perigo... ZULEIDA. E tu, aguia mesquinha, Força não tens para roubal-a? CONDOR. O h ! sim!.. Bem quizcra... ALMAZOR (« Còndor).' C o m tal temeridade Ouzas trazer aqui, diante de mim, Essa plebea mulher?.. CONDOR, (severamente). Cala-te, louco... Aqui commando... e como authoridade Nada respondo à quem vale... bem pouco! 43 A L M A Z O 11 A DIN. (aparte). Do salteador A prepotência H insuportável Humiliação 1 ADIN (olhando para A nova amante A (rindo-sc Que o grande Emiro quiz aqui trazer Aimaxor). A h ! ah!., o gavião, Com sua clemencia, Sempre arranhou! 1: um excitante A s risadinhas que não sei contcr! ZULEIDA (aCòndor). (sempre com petulante A humiliação À o insultador Foi bòa lição! Que a nobre deusa, no proprio h r , (a Z u l c i d a ) . Tal aventura possa tolerar? Não è prudencii Contra o impostor Levar a mão!.. Parece incrível! ZULEIDA. (a C o n d o r , c o m t e r n u r a . ^. . , e Aos dois pombinhos, seducçÃo, recor- dando Odalea). T 1 Verás, no encanto do amor, Cahir d'ella o soberbo véo... Dormirás no teu leito de flor Terás por tenda o ceo! CÔNDOR malícia) Seria possível CONDOR . Condor). (com . . , bntre os carinhos, S'ella apparece... oque acontecerá?.. Tragicomedia... A h ! ah! ah! ali! desolado). ALMAZOR. Oh! sonho de louco desejo J-i vejo desapparecer... H assim só me resta o ensejo De aos pés d'ella morrer! ZULEIDA. T u desesperas quando è em teu poder Viver de amor! CÔNDOR. O leão feroz, no triste padecer Perde o ardor! (a parte c concentrado) No horizonte uma nuvem escura D c m á u a 8ouro Appareceo... Certo è que n'este mundo nada dura.. A estrclla de ouro Ja se escondeo! 44 CONDOR ZULKIDA (afflictissima). Vem, filho... ou entào aqui fico comtigo... CONDOR (fingindo ceder). Impossível... parte... logo eu te sigo... ZULKIDA. A o alvorar, lâ fora, com os meus T e espero... nào tardar... Adeus!.. CONDOR. Adeus! C ò n d o r a c o m p a n h a Zuleida ate os fundos. — Adin e A l m a z o r , ritirados e m um a n g u l o d o p r o s c é n i o , e s t ã o m u r m u r a n d o e f a z e n d o g e s t o s de i r o n i a e d e s p r e z o . — C o n d o r , v o l t a n d o a o p r o s c é n i o impde, c o m g e s t o i m p e r i o s o , \ A l m a z o r e Adin de se r i t i r a r da v a r a n d a . — A d i n e A l m a z o r p a r t e m . — H n t r a O d a l e a . ULTIMA SCENA. Odalea e Condor. ODALEA. A quem ameaças ? — CONDOR. — A o servo traidor, Ridículo e falso... — À o adulador!... ODALEA. (fingindo p r e o c u p a r - s e de s e n t i m e n t o diverso) li isso que importa?.. — o meu coraçao Vive hoje na dor... — por outra razão!.. 45 CONDOR A h ! falia... tc escuto... (admirado). — OI) A L E A (chcgando-sc quasi a Còndor). — S i m ! fixa-me bem... Sito estes os olhos que — tu amas tanto? CONDOR Q u e vejo! choraste?... (fixando-a). — ODALKA. — Bem ves... foi o pranto Q u e a face magoando... — ja cores nào tem!.. CÔNDOR (»gitando-se). Alguém te offcndco?.. — ODALKA. — Não... — fez-me chorar!... CONDOR. Quem foi esse infame, — que cu quero matar?.. ODALKA. Pois mata-me então... — a rea sou eu, Sou eu quem tal crime — feroz commcttcu! CONDOR, (confuso). Que dizes! tuas phrases — me opprimem... 1« ODALEA. Do amor Fui victima insana... Succumbo na dor!.. CONDOR. ( a P art e» catí;V v e z n,ais confuso Fatal vertigem, o senso m'inflamma... De horrenda chamma Rodeado estou... (fixando Odalca vivamente Rainha... ODALKA rctraliindo-se repentinamente). Homem fatal... Afasta-te... CONDOR (assustado). Porque ? ODALEA. ( c o m crescente exaltação). O s olhos teus Mandam faíscas de fogo infernal... Basta.., ja não resisto mais... Arreda... Foge da minha vista!.. CONDOR (desesperado). A lavareda D o inferno engole-me, com taes palavras! Do exelso cume, o mais alto do mundo, Me precipitas no abysmo profundo! ! humildemente, abatido) IIIo 47 ACTO Qual c o meu crime entào? A h ! se pudesses ver do coração A s lagrimas de dor... o Prantos que minh'alma por ti de amor Verte... e suflfoca!.. Podesse ao menos por tuas mãos aqui Morrer glorioso!.. li assim, longe de ti, Desesperado, pelo teu desprezo, Condor sò a morte invoca! (quasi risoluao) Parto... mas nào amaldiçoar-me... Adeus! i (dà a l g u n s p a s s o s v a c i l l a n t e s p a r a partir) ODALEA. (fazendo um supremo esforço entre o orgulho c o amor, csclama com a força irresistível. L o u c o ! não vês que eu também por ti Ardo de a m o r ? ! A CONDOR (voltando-se, no auge do transporte). ( l u e dizes! tu me amas? ODALEA (abraçando-o). A l i ! S i m ! te amo... te a m o ! CONDOR. E posso crer? ODALEA (com todo o enthusiasmo). Crê n'este amplexo... que os lábios em ílammas A phrase corta, sem tudo dizer!! 48 CONDOR (comtemplando-a, como cm adoraçJo). A h ! contemplar T e posso emfim, Como um devoto ardente ao pé do altar! ODALEA. (com ternura). Emfim mirar Posso-te assim, Como quem mira a aurora ao despertar! % VOZES DE LONGE. — Morte â Condor!.. — Ao louco! — A o favorito... ODALEA (escutando assustada). Nào ouves tu o rumor?... CONDOR. Fatal... sanguinolenta! ODALEA li a revolta (tremendo). O h ! qual terror! 49 Meu Deus! perdido estás!.. CONDOR (irado N í o . . . sobre a turba Eu vou saltar c o m o a tigre feroz... (risolueto) Vem... fujamos!... ODALEA. Fugir ?.. (prende C o n d o r por uma cidade mao conduzindo-o ào terraço do fundo c apontando para a encendiada) O u v e s ? . , é a voz Do povo irado... là s'ergue o clamor!... Vês o medonho f u m o ameaçador?... CONDOR F Samarcanda em (terrorisado). flamma!: ODALEA. C é u s ! que horrof! CONDOR A P m c vindo sobre i scena desesperado). A ' pavoroso fim, um Deus cruel Mc condemnou... Feroz destino, — o de tragar o fel Quem tanto amou!... / 5° ODALEA. (no fundo da sccna, espavorida voltada para a cidade em flammas) Fhantasma horrendo é aquelle mar de f o g o Devastador... A turba insorge... O h ! nem pranto nem rogo Salva o amor!.. VOZES I)E FORA (™"'to Vizinhas á varanda . F o g o ào palacio! CONDOR (risolucto). Venham! ODALEA. Ai de mim! CONDOR (rcsolucio). A aguia real te salva e morre.... assim! (fere o coraçUo e cahe). ODALKA (manda um grido de dôr). Ah! POVO K SOLDADOS. (rompendo armados sobre a scena) Vingança! ODALEA ("o -»»gc da desesperação . Fúrias! IIIo ACTO POVO 51 (avistando C o n d o r por terra). Morto c C o n d o r ! O D A L E A ( a p a n h a n d o o punhal de C ò n d o r ) . Viva ainda estou... matem-me! SOLDADOS. Nunca! POVO. (retrahindo-sc). Horror! Quadro. — Cahe rapidamente o panno. S i a b . l i p o - l i t . A. Demarchi - Milano. Antonio Sciesa 4 . I í i. PREÇO l $ 0 0 0 Estabelecimento Arthur Demarchi - Milão