Saúdo os fiéis aqui presentes e os que nos acompanham pela Televisão. Nesta
celebração incluída nas Bodas de Ouro do Monumento a Crsito Rei bendizemos a Deus
pelos irmãos que o edificaram em acção de graças pela paz e em testemunho da fé em
Deus para o país inteiro. E também damos graças ao Pai que, através da imagem de
Cristo Rei, Seu Filho bem amado, nos abraça com ternura dia e noite.
Dar graças não dispensa a pergunta sobre a actualidade do Santurário. Que pode
Jesus Cristo, representado na grandiosa imagem que encima o Monumento, dar a este
mundo que, na busca legítima do progresso, da felicidade e de paz, tantas vezes
desanima, entra em crise e cai no caos?
Destacarei três mensagens e desafios que nascem do Monumento a partir de três
afirmações de Jesus no Evangelho acabado de ser proclamado.
Na primeira palavra “Como o Pai me amou, também Eu vos amei”, vê-se o
amor de Jesus pelo homem: amor único e grande que nos precede e chama à existência;
amor fiel e renovado em cada dia; amor que enche o coração de esperanças e de alegria;
amor que, ao criar-nos à imagem e semelhança de Deus, dá a cada pessoa uma
dignidade inalienável.
Do alto do Monumento, Cristo revela o mistério do Seu amor a cada homem,
oferece-se para o acompanhar na busca de felicidade e na organização da cidade,
convida-o a deixar-se envolver pelo amor de Deus e previne-o contra a tentaçção de
procurar a vida fora de Deus ou de criar falsos deuses: não será da fuga de Deus que
nascem as crises?
A celebração das Bodas de Ouro do Monumento desafia-nos, pois, a acolher e a
permanecer no amor de Jesus e a oferecê-lo de forma credível, como dom essencial, a
cada homem e à cidade, como o fez a confidente de Jesus, Santa Margaridade Maria de
Alacoque, cujas relíquias estão aqui. Aceitamos o desafio?
Na segunda palavra do Evangelho de hoje: “É este o meu mandamento: que vos
ameis uns aos outros, como Eu vos amei”, Jesus dá-nos o mandamento do amor.
Também no Monumento, Jesus, de braços em crus, nos manda amar. Fá-lo porque
o amor do próximo é essencial à realização do homem e ao progresso harmónico da
sociedade.. Fá-lo porque pela incarnação Deus está presengte em cada homem e
considera feito a Si mesmo o que se faz ao homem. Fá-lo porque o egoísmo corrompe
tudo de dentro para fora: o coração e a mente, as relações entre pessoas e povos e
finalmente as estruturas. A crise que sofremos não tem muito a ver com o egoísmo que
nos impede de descobrir o outro como graça de salvação?
Mas Jesus não dá apenas a Lei do Amor. Amando-nos primeiro, capacita-nos para
amar pondo em nós o Seu amor: um amor capaz de ir até ao fim no propósito de querer
bem, de perdoar, de ajudar, de reinventar a comunhão e a solidariedade; um amor que se
esquece de si para ajudar, que dá o primeiro passo, que sonha novas formas de
organização.
A festa dos cinquenta anos do Cristo Rei desafia-nos, por isso, acultivar o amos
do próximo e a ensiná-lo aos outros, començando pelas crianças e jovens, como algo
essencial a uma vida sadia e a um novo padrão de vida.
Felizes os que cultivam e ensinam o mandamento novo do Amor.
A última palavra do Evangelho que sublinho é esta: “Eu (...) vos escolhi e
destinei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça”.
Jesus, nela, pede aos discípulos que vão pelo mundo e que o encham com os
frutos do Amor de Deus para que os homens tenham vida e alegria em abundância.
Isto mesmo é pedido por Cristo Rei, dia e noite, à Igreja: que vades e deis fruto e
o vosso fruto permaneça.
Esta celebração desafia-nos, pois, a ser na comunhão da igreja um monumento
vivo de Cristo Rei, ou seja, convida-nos a ser testemunhas de Cristo Rei em toda a
parte: testemunhas do amor que encontram em Cristo Ressuscitado; testemunhas
prontas a dar razão da sua fé; testemunhas que dão à cidade humana os frutos da
permanência em Cristo: vida sadia, paz, justiça, alegria, verdade, serviço, perdão e
bondade; testemunhas que se aproximam das pessoas magoadas e injuriadas pela
solidão, doença, fome de sentido, desemprego ou outra pobreza qualquer – e há tanta
gente neste estado! – paara lhes darem esperança verdadeira.
Vamos, os peregrinos de Cristo Rei, ser estas testemunhas?
Vamos trabalhar com novo entusiasmo para que o Santurário seja, mais e mais,
lugar de encontro dom Deus, com os outros, consigo mesmo e com a natureza?
Nossa Senhora veio convidar-nos, como em Fátima, a abrir o coração a Cristo
Rei, de par em par, pela oração e pela conversão sincera.
Alegres pela sua presença e confiantes na sua intercessão digamos-Lhe: Senhora
de Fátima, Mãe de Jesus e mãe nossa, ensina-nos a guardar no coração as palavras de
Jesuse a comungar o Seu Corpo em cada Domingo com tanto fervor que peçamos nEle
e, assim, sejamos testemunhas vivas de Cristo Rei e da capacidade transformadora do
Seu amor, diante dos homens de hoje como o desejaram os construtores do Santurário.
Amén.
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