Canto: Hino do Bicentenário https://www.youtube.com/watch?v=0GHITukkIHc Sistema Preventivo de Dom Bosco: Nosso modelo de agir Em todos os tempos e lugares Dom Bosco desperta admiração e encanto. Na casa salesiana é comum ouvir a frase de Dom Bosco: “Não basta amar o jovem, é preciso que ele saiba que é amado”. Mas quando falamos no amor que Dom Bosco tem pelos jovens podemos pensar: Como podemos viver e agir como Dom Bosco? Ele é certamente o nosso modelo! Ele nos ensina que para ajudar o outro é preciso primeiro deixar claro o quanto o queremos bem. “O meu sistema? Simplicíssimo: deixar aos jovens plena liberdade de fazer o que mais lhes agrada. O problema é descobrir neles germes de boa disposição e procurar desenvolvê-las.” (Dom Bosco) Na educação é importante mostrar ao outro que se quer bem: chamar pelo nome, olhar nos olhos com ternura, dizer a palavra certa, na hora certa e do jeito certo. Interessar-se pelo outro, ganhar o coração e a confiança para Deus. Ambientação: No centro da sala colocar uma imagem de Dom Bosco, fotos do grupo, três arcos com as palavras: Razão, Religião, Amorevolezza (conforme imagem) Acrescentar também pela sala as palavras oratório, Oficinas, estudos, leituras católicas e boa imprensa, Colégios e escolas profissionais, Paróquias, Grupos. Razão - Na prática, como Dom Bosco vivia o seu sistema de educação dos jovens? Como ele vivia o Sistema Preventivo? Religião Vamos conhecer o encontro com Miguel Magone: Amorevolezza Recortar o texto e distribuir entre o grupo...desafiar o grupo para “remontar o texto”. Miguel Magone (1845-1859) Oração: Iluminação Bíblica: Bom Pastor – Jo 10, 27-30 Oremos: São João Bosco, Pai e mestre da juventude, que tanto trabalhastes pelo bem dos pequenos e pobres alcança-nos a graça de, também nós, vivermos unidos a Deus. Mostra-nos o caminho do bem, ensina-nos o amor ao trabalho, aos estudos, a Jesus Sacramentado, a Maria Auxiliadora e a Igreja. Amém! D. Bosco narra o seu o encontro com Miguel Magone: «Numa noite de Outono, encontrava-me na estação de Carmagnola, e devia esperar pelo trem para voltar a Turim. O relógio já havia tocado 19h00, o tempo estava nublado, uma densa neblina transformava-se em chuva fina e fria. Tudo contribuía para que as trevas fossem muito densas, a ponto que a distância de um passo não se conseguia ver uma alma viva. A luz da estação tinha uma claridade tão fraca que se perdia na escuridão. Só um grupo de jovens com muito barulho e agitação chamava a atenção, ou melhor, ensurdecia os ouvidos dos “espectadores”. Só se ouvia: “espera”, “apanha”, “corre”, “agarra esta”, “apanha aquele” serviam para ocupar os pensamentos dos que iam viajar. Entre aquelas vozes identificava-se uma que sobressaia das outras, tão - Ainda tem pai? nítida que dominava todas as outras. Era uma voz de “capitão”, repetida pelos colegas e seguida por todos. Assim, nasceu em mim um desejo de conhecer aquele que com tanto ardor e prontidão sabia liderar e controlar tamanha confusão. Encontro-os reunidos à volta daquele que era o guia. Com dois saltos lanço-me para o meio deles. Todos fugiram assustados; fica um só, que se aproxima e apoiando as mãos nas cinturas com ar imperioso, cabeça erguida começa a falar: Enquanto estávamos nestes discursos, os outros rapazes, que se tinham dispersado, um a seguir ao outro, aproximaram-se e reuniram-se à nossa volta. Depois de uma palavrinha a um e a outro, voltei-me de novo para Miguel: -Quem é você que vem inter- - Meu bom Miguel, você tem quantos anos? romper e atrapalhar os nos- Tenho 13 anos. sos jogos? - Eu sou um seu amigo. - O que quer de nós? - Já se confessou alguma vez? - Oh, sim! – diz sorrindo. - Quero, se você aceitar, divertir-me e falar com você e - Já fez Santa Comunhão? com os seus companheiros. - Sim já fiz e já recebi mais algumas vezes. Mas quem é você? Eu não o - Aprendeu alguma profissão? conheço. - Já lhe disse, sou um seu - Aprendi a profissão de não fazer nada! amigo: desejo me recrear com você e com os seus - Então até agora o que tem feito? companheiros. E você, quem - Fui à escola. é você? - Eu? Quem sou? Eu sou... – - E que ano você fez? diz com voz grave e sonora – Miguel Magone, o general - A Terceira classe. do grupo. - É claro que tenho vontade. Esta vida de garoto da rua não me agrada nada. - Não, o meu pai já morreu. Alguns dos meus colegas já estão na prisão, e eu temo o mesmo para mim, - E mãe? mas que devo fazer? O meu pai morreu, a minha mãe é pobre, quem é - Sim, a minha mãe ainda é viva que me vai ajudar? e trabalha para um patrão, e faz o que pode para dar um pouco - Esta noite faz uma oração fervorode pão a mim e aos meus irmãos sa a Deus Pai que está no céu; mas que a fazemos, continuamente, reza de coração, confia n’Ele; Ele desesperar. providenciará para mim, para você e para todos. - O que quer fazer no futuro? Naquele momento o sino da estação - É preciso que eu faça alguma sinalizava a última chamada e eu decoisa, mas não sei o quê. via partir. Esta franqueza das coisas, unido a um discurso assim ordenado, fez-me perceber quanto perigo estava eminente para aquele jovem, assim lançado naquele caminho. - Toma! Toma esta medalha, e amanhã vai ter com D. Ariccio, teu vicepároco e diz-lhe que o padre que lhe deu esta medalha gostaria de ter algumas informações quanto ao seu comportamento. - Meu bom Magone, você tem vontade de abandonar esta vida de rua e aprender alguma profissão, ou então continuar a estudar? Miguel recebeu a medalha com respeito e perguntou: - Mas qual é o seu nome, de onde você é? Conhece D. Ariccio? Magone fazia estas e outras perguntas mas eu não pude responder, porque tinha de subir rapidamente para a carruagem e voltar a Turim. - Se tem boa vontade, recomendo que não me coloque em confusão toda a casa! - Oh, mas esteja tranquilo que não vou desiludir. Dois colegas meus já estão O rapaz pela curiosidade, rapi- na prisão… damente foi ter com D. Ariccio. O vice-pároco compreendeu logo - Bom ânimo, então. Diz-me só uma quem era o padre e no dia se- coisa: Você gosta mais de estudar ou guinte escreveu-me uma carta aprender uma profissão? com algumas informações: Magone, Miguel é um rapaz volú- - Estou disposto a fazer o que quiser, vel, agitado, perturba na Igreja e mas se me deixa escolher, prefiro esna escola, foi expulso da escola, tudar. difícil de controlar e controlar-se, mas é bom de coração e simples - Pensando em estudar, o que tem em nos costumes. mente para quando terminar os estudos? Mesmo assim D. Bosco enviou para Miguel Magone uma carta - Se um vagabundo… - começou a dide aceitação no seu Oratório. zer e baixou a cabeça. Poucos dias depois, vejo-o apa- - Continua… o que queres dizer: se um recer diante de mim, correndo vagabundo… ao meu encontro: - Se um vagabundo pudesse tornar-se - Eis-me aqui! Eu sou o Miguel muito bom para ser padre, eu queria Magone que o senhor encontrou ser padre. na estação de Carmagnola. - Veremos o que um “vagabundo” sa- Eu sei tudo, meu bom amigo. berá fazer!!! Comece a estudar: mas Vieste de boa vontade? quanto ao ser padre ou outra coisa, isso dependerá de teu progresso no - Sim, sim, boa vontade não me estudo, do teu comportamento moral e falta. dos sinais de chamado ao sacerdócio. Sugestão para utilização do roteiro além da dinâmica de organizar a história: - Desafiar os jovens a apresentar em forma de teatro após a montagem - Propor para ser apresentado para comunidade Poesia: O SALTIMBANCO DO SENHOR Tu eras filho de um trabalhador O Saltimbanco do Senhor Filho da terra, das estações, Filho das semeaduras e das colheitas. Quem nunca sofreu Fica fechado na miséria. Para colher, é preciso semear. João Bosco, tu deste tudo. Meus irmãos, meus amigos, Com uma só alma e um só coração. Vossa vida é um vestuário para oferecer ao Senhor. Deus marchará junto de vós no meio do caminho E assim até o fim dos tempos. Sob o sol, em meio a poeira, Confiante na bondade do Pai. Pilar no meio dos pequenos, Dos órfãos, dos abandonados, Quando os trigais estão mortos e secaram, Tu rezaste a Imaculada. Com dois grãos para quatro espigas Deus deu sentido à tua vida. Entre as mãos da Senhora Mãe dos pobres que perdoa, Tu confiaste teu futuro: Tu és o lenho de seu navio Colinas do país de Asti, Lembrai-vos dele por muito tempo Os pés nos tamancos de madeira O coração repleto de grande alegria. Conclusão: A iluminação bíblica inicial nos traz a figura do Bom Pastor, aquele que se coloca à disposição para orientar e vigiar suas ovelhas. O Bom Pastor também se coloca à serviço daquelas ovelhas que estão perdidas. Cada ovelha tem seu valor e é reconhecido pelo Bom Pastor. Na vida de Dom Bosco, ele buscou muitas ovelhas perdidas. Miguel Magone é um grande exemplo dessa doação de Dom Bosco pelos jovens que muitas vezes são vistos como perdidos. O Sistema Preventivo de Dom Bosco continua vivo até hoje e nos mostra como seguir no serviço de pastores. O Sistema Preventivo: se propõe a ajudar a cada um a melhorar a si mesmo nas três forças que dizia Dom Bosco: na razão, que quer dizer, no enfrentar a vida; na religião, que quer dizer no conhecimento de Jesus Cristo e na sua fé; no amor, que quer dizer, a capacidade de relações e inserção numa comunidade eclesial. O pensar e o agir de Dom Bosco nos dá um referencial para o nosso atuação com os jovens ainda hoje.