ANAIS DO
A Terapia Comunitária Integrativa no enfrentamento da
violência, dependência e estresse.
1
FICHA CATALOGRÁFICA
Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária Integrativa (1.:2015: Ouro Preto MG).
Anais do VIII Congresso Brasileiro e V Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa - A Terapia
Comunitária Integrativa no Enfrentamento da Violência, Dependência e Estresse, de 16 a 19 de setembro de 2015 –
Promoção ABRATECOM e Realização Polo Formador MISC MG e (Misc dos Vales e CAIFCOM).
105 Páginas
É permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
Produção, distribuições e informações:
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Edição – Assessoria de Editoração, Diagramação e Arte Final: ???
Coorganização e supervisão do Anais: Comissão Cientifica do CDC ABRATECOM
Ressalva: Os artigos aqui exibidos foram publicados na íntegra e não passaram por revisão, já que os textos são de
inteira responsabilidade de seus autores.
2
Anais do VIII Congresso Nacional e V Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa
A Terapia Comunitária Integrativa no Enfrentamento da Violência, Dependência e Estresse.
Realizado em Ouro Preto, de 16 a 19 de Setembro de 2015.
PRESIDENTE DE HONRA
Dr. Adalberto de Paula Barreto
COMISSÕES:
DIRETORIA EXECUTIVA DA ABRATECOM
Maria Lucia de Andrade Reis - Presidente
Selma Hinds – Vice Presidente
Maria Aurea Bittencourt Silva – 1ª secretária
Ana Paula de Farias Fernandes – 2ª secretária
Catalina Baeza – 1º. Diretor de Comunicação
José Orivaldo Simonetti – 2ª Diretora de
Comunicação
Cláudia Villarino – 1ª Tesoureira
Raquel Abreu – 2ª Tesoureira
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente do VIII Congresso Brasileiro de
TCI: Maria Lucia de Andrade Reis
Presidente do V Encontro do Internacional
de TCI: Henriqueta Camaroti
Presidente do IV Encontro de Pesquisa em
TCI: Marilene Grandesso
COMISSÃO EXECUTIVA
Presidente: Marlene Rodrigues Gomes da Silva
Vice-Presidente: Maria Cristina Vasconcelos
Teixeira
Primeira Secretária: Mirian Conceição Moreira
Alcântara
Segunda Secretária:Maria Aurea Bittencourt Silva
Comissão de Finanças:José Galvão da Silva Flávio
Primeiro Tesoureiro:Maurino Bertoldo Silva
Segunda Tesoureira:Claudia Villarino
COMISSÃO DE ACOLHIMENTO
Elaine da Conceição Almeida;Alzilene
Aparecida de Assis; Maria Cornélia Carvalho
Santos; Maria da Glória Silva de Oliveira;
Maria Valéria Melo Franco; Luciana Andrade
Machado; Marly Nádia Fernandes; Rosa
EixosVieira
temáticos:
Sandra
Martins; Kareísla Medeiros
COMISSÃO DE SAÚDE E BEM ESTAR
Gabriela Teixeira Vieiras;
Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
COMISSÃO SECRETARIA E RECEPÇÃO
Mônica Souza
COORDENADORES DOS POLOS DE MINAS GERAIS
Doralice Otaviano – Afinando a Vida
Maria Lúcia Andrade Reis – CAIFCOM/Sul de Minas
Marlene Rodrigues Gomes da Silva – MISC Minas
Maurino Bertoldo Silva – Misc dos Vales
Mirian Conceição Moreira Alcântara – Polo de Cuidado
de Belo Horizonte
Rute Antônia Moreira – Polo de Cuidado de Carbonita
COMISSÃO CIENTÍFICA
Marli Olina de Souza
Ana Carolina Teixeira Santos; Cecilia Ayres
Carvalho; Edna Malheiros; Goreti Cruz; Josefa
Emilia Lopes Ruiz Paganini; Mari Elaine Leonel
Teixeira; Maria Djair Dias; Maria de Oliveira
Ferreira filha; Maria Líndia Elói Luz; Mauro Elias
Mendonça; Morgana Ortega
COMISSÃO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Rute Antônia Moreira; Aparecida de Lourdes de
Almeida Souza
COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Marta Maria Cruz; Sonia Maia; Ivanete Aparecida
dos Santos; Luanda Menezes
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Luciano Carneiro de Lima
Greice Mendes; Rolando Lazarte; Susana Balsa
COMISSÃO DE CULTURA
Marinete da Silva Morais; Padre Almir Molina;
Catarina
Ângela de Fátima; Julia Aparecida de Brito Cardoso;
Maria Arlete Santos; Onair Zorzal Correia Junior
COMISSÃO DE DECORAÇÃO
Maria da Conceição Pereira Amorim; Lorena Pereira
Amorim; Marina Rodrigues Gomes Lopes; Gildo
Rodrigues Gomes
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EIXOS TEMÁTCOS
I.
A TCI na promoção da inclusão social;
II.
A TCI na construção de vínculos solidários;
III.
A TCI na promoção dos direitos humanos;
IV.
A TCI no enfrentamento das dependências e no cuidado de si;
V.
A TCI na redução do estresse na escola, na saúde e no trabalho.
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Anais do VIII Congresso Nacional e
V Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa
A Terapia Comunitária Integrativa no Enfrentamento da Violência, Dependência e Estresse.
Realizado em Ouro Preto, de 16 a 19 de setembro de 2015.
SUMÁRIO
Apresentação ...........................................................................................................09
Palavras do Criador da Terapia Comunitária Integrativa ..................................................................11
Resumos das Conferências .............................................................................................................13 e 14
1. A Promoção dos Direitos humanos e o enfrentamento da violência.............................................13
2. Pedagogia do Amor .................................................................................... ...............................14
Resumos dos Minicursos ................................................................................................................15 a 29
1. Introducción a las Prácticas Colaborativas-Dialógicas.......................................................................15
2. Lo Único y Especial de cada Encuentro Terapéutico ……………………………… ………16
3. Oficina de Mini Estandarte do Reinado do Rosário .......................................................................... 17
4. Essências florais no dia a dia ........................................................................................................24
Resumo dos Simpósios ...................................................................................................................30 a 32
1. A Terapia Comunitária Integrativa no Município de Santos...............................................................30
2. Criar vínculos entre pessoas de culturas diferentes: A Terapia Comunitária Integrativa superando o
diferencial cultural entre a França e outros povos....................................................................... ....32
Resumos das Oficinas..................................................................................................................... 33 a 38
1. Vivenciando os 6 pilares da autoestima e integrando corpo e mente ...........................................33
2. O cuidado na ressignificação da vida diante da doença e adversidades.........................................34
3. Musicoterapia, dinâmicas e brincadeiras .....................................................................................35
4. Jogo de Espelhos ...................................................................................................................... 36
Resumos Vivências..........................................................................................................................39 e 40
1. Centramento do corpo e da mente .................................................................................... 39
2. Comunidade cuidando de si mesma” - Massagem Comunitária ........................................... 39
3. Trabalho prático de reeducação da consciência...........................................................................40
Resumos dos trabalhos inscritos na categoria de Comunicações Orais............................................. 41 a 75
Mesa 1: A TCI na promoção da inclusão social
1. O curso de formação em TCI DE Cuiabá/MT: a experiência local........................................ 41
2. A implementação da TCI no Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte: ampliando redes
solidárias para a promoção da saúde. .....................................................................................42
5
3. Espaço gente: Terapia Comunitária Integrativa......................................................................43
4. A TCI como prática integrativa complementar em saúde pública..........................................44
5. Terapia Comunitária Integrativa: interface Saúde/Educação/Assistência social....................45
Mesa 2 – A TCI na construção de vínculos solidários
1. Aplicação da TCI e das dinâmicas de resgate da autoestima como ferramentas para semear a
solidariedade e desenvolver a autonomia na sociedade..........................................................46
2. Dinâmica vivencial: massagem comunitária dos pés. ............................................................47
3. Terapia Comunitária Integrativa na escola. ............................................................................48
4. Rodas de TCI em um horto florestal municipal: importantes conexões..................................49
5. Comunidade e gasodutos: ressignificando histórias de vida através da TCI .........................50
Mesa 3 – A TCI na construção de vínculos solidários
1. Resiliência e empoderamento pessoal: um estudo de caso em TCI........................................51
2. TerapiaComunitária Integrativa: um instrumento humanizador no Centro de Saúde Alto Vera
Cruz.........................................................................................................................................52
3. Os giros da roda: relatos apreciativos de participantes da TCI do Instituto Noos que
instituíram encontros pós-Roda, consequencia da integração social que as rodas propiciam.53
4. Terapia comunitária integrativa: estratégias de enfrentamentos biopsicossociais..................54
5. Sustentabilidade sócio-emocional: arteterapia no contexto das capacitações e associada à
comunicação não violenta ......................................................................................................55
Mesa 4- A TCI na promoção dos direitos humanos
1. Implantação da TCI em centro de referência especializado de assistência social no Distrito
Federal ....................................................................................................................................56
2. Terapia Comunitária Integrativa: instrumento de humanização ao adolescente infrator .......57
3. A TCI em situações de emergências e desastres ....................................................................58
4. Rodas de tci com as mães da UTI neo: ah, se o mundo inteiro pudesse nos ouvir.................59
5. Rodas vinculantes (TCI) como espaço de inclusão no contexto universitário........................60
Mesa 5- A TCI no enfrentamento das dependências e no cuidado de si
1. A TCI e vivências do cuidando do cuidador como metodologia na abordagem sistêmica da
penalização .............................................................................................................................61
2. A TCI no programa “deixando de fumar sem mistérios” .......................................................62
3. Coaching na comunidade e resiliência ...................................................................................63
4. A TCI no contexto da enfermagem especializada ..................................................................64
5. A TCI que transforma julgamento em compreensão: o caso de uma escola pública no interior
da Paraíba ...............................................................................................................................65
Mesa 6 – A TCI na redução do estresse na escola, na saúde e no trabalho.
1. Ser terapeuta comunitário: um desafio de formação descentralizada no sertão da Paraíba....66
2. Prevalência e fatores associados ao afastamento por morbidade psiquiátrica entre servidores
municipais, Goiânia-Goiás, 2010 ...........................................................................................67
6
3. O resgate do tratamento magnético e o legado de Mesmer ....................................................68
4. A escuta do sensível: o cuidar de si e dos outros a partir de danças circulares e diálogo ......69
5. A TCI no enfrentamento do estresse e do adoecimento no trabalho docente ........................70
Mesa 7 = A TCI no enfrentamento da violência, dependência e estresse.
1. A TCI como instrumento de cuidado no matriciamento em saúde mental nas UBS: juntos
cuidando do futuro da saúde mental.......................................................................................71
2. Cuidar de quem cuida: uma experiência da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro..............72
3. A terapia comunitária como um caminho para a minimização/compensação de impactos
ambientais................................................................................................................................73
4. Relato de experiência em TCI a partir da formação da primeira turma no Vale Do
Jequitinhonha...........................................................................................................................74
5. A TCI refletindo nos modos de fazer gestão em saúde ..........................................................75
Resumos dos trabalhos inscritos na categoria de Posteres.............................................................76 a 102
1) Tecendo a paz: relato de uma experiência em delegacia da mulher ...................................... 76
2) A TCI como proposta para um grupo mulheres em área de vulnerabilidade social................77
3) A contribuição da TCI nos terreiros de matriz africana .........................................................78
4) ''Seja feliz, diga não a depressão'': a TCI no combate a depressão nas comunidades atendidas
pela Unidade de Saúde Lauro De Freitas, do Parque São Paulo ........................................... 79
5. Grupo de apoio a perdas irreparáveis: trajetórias possíveis ...................................................80
6. Fala que eu te escuto: relato de experiência das rodas realizadas pelas alunas do curso de TCI
em Teresina-PI ......................................................................................................................81
7. Conteúdo simbólico de Rodas de TCI: uso da ferramenta iramuteq ..................................... 82
8. Dependência química: acolhendo o sofrimento familiar ........................................................83
9. A TCI, conquistando espaços e promovendo encontros ........................................................ 84
10. As Rodas de TCI e as vivências terapêuticas para o resgate da autoestima em pessoas com
sofrimento mental ....... ..........................................................................................................85
11. A TCI na proteção social de famílias e indivíduos em situação de dependência química .... 86
12. A TCI auxilia no enfrentamento da violência, dependências e estresse ............................... 87
13. A TCI para a recuperação do dependente químico: uma contribuição do enfermeiro .......... 88
14. Contribuições da TCI para o crescimento e autoconsciência de adolescentes dependentes
químicos ................................................................................................................................89
15. Reduzindo benzo com a TCI no Córrego do Jenipapo .......................................................... 90
7
16. Resgate da autoestima: cuidando do cuidador com servidores da autarquia municipal de
saúde de Londrina .................................................................................................................91
17. A TCI: um olhar para si ..................................................................................................... 92
18. A TCI em sala de aula: espaço de fala e escuta ....................................................................93
19. A TCI como estratégia da atenção primária em um centro integrado de educação pública..94
20. Avaliação do impacto da TCI com professores e funcionários de duas escolas públicas no
Programa Saúde na Escola (PSE) no RS ..............................................................................95
21. Professor, sua voz é importante. Nós te reconhecemos! ...................................................... 97
22. A TCI no enfrentamento do estresse e do adoecimento no trabalho docente ...................... 98
23. Trabalhando com segredos: “afinal, o que é que eu preciso contar?” Contando o milagre sem
contar o santo ou o santo sem contar o milagre ....................................................................99
24. Roda de TCI: uma estratégia de enfrentamento da Síndrome de Burnout em um Centro
Integrado de Ensino Público ................................................................................................100
25. Cuidando de quem cuida: professores em foco ...................................................................101
26. Utilização de dinâmicas de resgate da autoestima em profissionais de saúde: porque quem
cuida também merece ser cuidado! .................................................................................... 102
Resumo das atividades artísticas ................................................................103 e 104
1. Espaço gente – Terapia Comunitária Intgrativa ......................................103
2. Seu Zequinha entrou na Roda.................................................................. 104
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Apresentação
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) criada em 1987, surgiu da prática do Professor de
Medicina Social, da Universidade Federal do Ceará, doutor em Psiquiatria e Antropologia,
Adalberto de Paula Barreto, a partir de seu trabalho realizado na comunidade de Pirambu, em
Fortaleza – Ceará.
A TCI é um cuidado exercido com alteridade pelos membros de uma comunidade perante
os problemas que nela se apresentam, sob a orientação do Terapeutas Comunitários.
Alteridade significa ter a capacidade de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos
seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Está contido no termo alteridade o fenômeno de que a
existência e razão do eu é dependente do outro.
O Terapeuta Comunitário é o profissional capacitado para conduzir a TCI. A formação de
Terapeutas Comunitários e a instalação de grupos de TCI se dão através dos Polos Formadores,
existentes em, praticamente, todos os Estados do território brasileiro e em diversos países da
América Latina, Europa, África.
A ABRATECOM - Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa, é a instituição
responsável pela normatização e expansão da TCI, no Brasil e a cada dois anos, promove a
realização de um Congresso, com o propósito de criar um espaço para aprendizado, relacionamento
e partilha de experiências dos Terapeutas Comunitários, bem como a partilha de experiências com
todas as áreas que fazem interface com essa prática.
Neste ano, Minas Gerais, foi escolhido para sediar o VIII Congresso Brasileiro e V
Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa e a cidade de Ouro Preto apresentou-se
adequada, pelo seu contexto histórico e cultural.
Assim, nestes quatro dias, entre 16 e 19 de setembro de 2015, convido a todos os
Congressistas a estarem com sua atenção voltada para o tema do Congresso: “A Terapia
Comunitária Integrativa no enfrentamento da violência, dependência e estresse” e para os cinco
eixos temáticos:
I.
A TCI na promoção da inclusão social;
II.
A TCI na construção de vínculos solidários;
III. A TCI na promoção dos direitos humanos;
IV. A TCI no enfrentamento das dependências e no cuidado de si;
V.
A TCI na redução do estresse na escola, na saúde e no trabalho.
Os objetivos estabelecidos para esse Congresso são:
1) Criar espaço para reunir Terapeutas Comunitários e outros pesquisadores visando partilhar e
refletir sobre as estratégias que emergem nas Rodas de TCI para o enfrentamento da
violência, dependência e estresse;
2) Dialogar sobre as estratégias que favorecem a construção de vínculos solidários e que
promovem a inclusão social e as práticas dos direitos humanos;
3) Oferecer as vivências, como formas de cuidar de si;
4) Apresentar o relato das experiências desenvolvidas pelo sistema terapêutico da TCI para
redução do estresse na escola, na saúde e no trabalho;
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5) Possibilitar o fortalecimento dos trabalhos desenvolvidos pelos Polos Formadores/Polos de
Cuidado e dos Terapeutas Comunitários;
6) Buscar, através do desenvolvimento do programa proposto, despertar em cada participante a
dimensão humana, relacional, social, profissional, espiritual, como dimensões complexas que
se interagem e favorecem a emergência do equilíbrio dinâmico.
7) Incentivar a renovação constante da prática da TCI, evitando a sua fossilização em
mecanicismos repetitivos.
8) Estimular gestores e profissionais para a implantação da TCI nos programas e serviços
prestados a indivíduos, famílias e comunidades, implementando a realização do Curso de
TCI.
9) Favorecer a aproximação e o intercâmbio entre os Terapeutas Comunitários e entidades
voltadas à prática, ao estudo e à pesquisa sobre a TCI e o tema do Congresso;
10) Promover o intercâmbio entre países que desenvolvem a TCI.
Dentre as atividades propostas para atingir estes objetivos foi possibilitado aos Terapeutas
Comunitários e outros profissionais a apresentação dos relatos de suas experiências, que serão
apresentados nas categorias de Pôsteres ou Comunicação oral.
Alem dos trabalhos inscritos, a programação do Congresso consta de Mini-cursos,
Conferências, Simpósios, Oficinas, Vivencias do Cuidando do Cuidador, Roda de TCI, Show
musical, atividades culturais e Rodas de Conversas.
Consta, ainda, na programação, a realização do IV Encontro de Pesquisa em Terapia
Comunitária Integrativa. Neste congresso, esta atividade tem o propósito de sensibilizar,
especialmente, os Terapeutas Comunitários para a importância de se apropriar dos resultados de sua
prática, gerando novos conhecimentos. O tema desse Encontro de Pesquisa é “O Terapeuta
Comunitário como produtor de conhecimento”.
Foi disponibilizado para os Congressistas um Espaço de Cuidado com massagens, florais e
outros métodos. Favor se informar, no local - Espaço Sabará -, sobre como usufruir desses recursos.
A proposta do Congresso é que o conteúdo estudado, durante esses quatro dias, possa gerar
novas percepções.
Desejamos nesta oportunidade, agradecer aos Conferencistas e Convidados por terem
aceitado o convite para fazer parte da história deste Congresso. Cada um, partilhando a sua
experiência dentro de sua área específica, contribui para ampliar nossas percepções, gerando novos
saberes.
Agradecer, também, aos Terapeutas Comunitários e outros profissionais que prepararam seus
trabalhos para apresentação nas categorias de Pôsteres ou Comunicação oral.
Agradecemos, especialmente, as Instituições e profissionais que nos apoiaram.
Por fim, a você congressista, por manter a firmeza na decisão de participar deste Congresso.
Desejamos boas vindas a todos!
Marlene Rodrigues Gomes da Silva
Presidente da Comissão Executiva do
VIII Congresso Brasileiro e V Congresso Internacional de
Terapia Comunitária Integrativa
[email protected]
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Palavras do Criador da Terapia Comunitária Integrativa
Nós Terapeutas Comunitários do Brasil e de outros países, estamos nos reunindo pela oitava
vez, para refletirmos sobre nossas ações e compartilharmos nossas experiências. Desta vez, teremos
como tema central uma reflexão sobre a Terapia Comunitária Integrativa no enfrentamento da
violência, dependência e estresse.
Todo ser humano nasce incompleto e por isso, necessita do outro para viver. Esta falha inata,
que podemos chamar de “precariedade sadia”, é o motor da construção dos vínculos inter-humanos,
familiares e sociais. « Os seres humanos, livres e iguais em direito, nascem e permanecem precários
ao longo de suas vidas, a medida em que eles absolutamente precisam dos outros para viverem » (1)
Esta precariedade saudável nos lembra que precisamos ser protegidos em nossa
fragilidade, acolhidos com afeto, respeitados em nossa singularidade, reconhecidos em nossa
diferença, apoiados em nossa ação, valorizados pelo que somos e não pelo que produzimos.
O crescimento econômico, defendido pela Política neoliberal, é obtido atualmente por
meios pouco humanos, que causam imensos sofrimentos; tem destruído recursos socioculturais, e
tornado as pessoas mais dependentes e menos autônomas; tem fragilizado os princípios da vida: a
confiança em sí mesmo, nos outros e no futuro, bem como, provocado o empobrecimento da
capacidade de agir. (2)
A política neoliberal que domina o mundo pela sua avidez, pelo lucro, não oferece
nenhum horizonte social promissor e tem provocando efeitos psicossociais graves na sociedade.
Tem se tornado numa máquina de excluir e concentrar riquezas, aumentando o número de pobres e
os excluindo da partilha de bens, gerando frustrações e violências.
Pelo excesso de competitividade e de avidez de lucros, da pilhagem e da
contaminação dos recursos naturais indispensáveis à vida, essa ideologia, atinge os indivíduos, a
família e os grupos humanos.
Tudo isso tem ocasionado fraturas nos vínculos humanos e fragilizando-os em um
contexto marcado pela competitividade, desconfiança e insegurança, gerando uma “precariedade
pervertida”, “negativa”, agravando o quadro da saúde mental.
Precisamos estar atentos, como cuidadores, para não transformarmos a “precariedade
saudável” em “precariedade doentia”, agravando o quadro de desespero, gerando sofrimentos.
Se na vida saudável já precisamos uns dos outros, na doença e no sofrimento, precisamos
ainda mais. Na doença, o individuo fica ainda mais vulnerável, gerando uma total dependencia do
cuidador, que pode infligir ao paciente um sofrimento ainda maior do que sua própria doença.
Porisso, nós Terapeutas Comunitarios, precisamos estar atentos para não gerar uma precariedade
doentia que transforma o outro em um objeto de nossa intervenção.
É verdade que o cuidado se situa no campo da precariedade, da vulnerabilidade. Não
podemos esquecer que cada participante da Roda de TCI é um parceiro ativo e que ele dispõe de
recursos pessoais, familiares e culturais de suma importância em seu processo de superação das
dificuldades.
Descobrimos que a precariedade, está também em nossos modelos, em nossa visão de
mundo. É a consciencia destas limitações, que nos leva a pedirmos apoio aos colegas, a termos uma
11
ação interdisciplinar e nos cuidarmos. Dai porque os congressos oferecem oportunidades para nos
enriquecermos com a experiência de outros colegas em outros contextos.
Numa sociedade cada vez mais individualista e excludente, provoca efeitos psicossociais,
que comprometem simultaneamente o individuo e o vínculo social e atingem a saúde mental de
todos. Uma sociedade que exclui e impede as pessoas de exercer suas potencialidades naturais e
culturais, tornamdo-as mais frágeis, vulneráveis e dependentes. Este sentimento de incapacidade, de
descrença em seus próprios potenciais reforça a marginalização dos indivíduos dentro do corpo
social e os conduz a auto-boicotes e violencias fratricidas.
Este contexto tem forte potencialidade a tornar os humanos enlouquecidos pela angustia e
incertezas no que se refere aos vinculos sociais e atinge as bases simbólicas das culturas e das
pessoas.
.
Somos uma pluralidade étnica afro-indígena-europeu-asiática. Esta pluralidade é uma
riqueza para toda a sociedade brasileira. Querer impor apenas uma maneira de ver e cuidar seria de
uma pobleza imensa. Talvez o espirito predador do colonizador ainda precisa ser trabalhado, quando
pretendemos acolher o sofrimento do outro.
A maioria das vezes, a relacão de ajuda é baseada numa relacão vertical onde ha um
especialista que doa e um indivíduo que recebe. Ora, esta atitude priva o profissional da
extraordinaria riqueza do saber adquirido pela experiência de vida de cada um, sobretudo daquela
pessoa que vive grande dificuldade.
Paulo Freire, no campo da educacão,(3) nos lembra que toda aprendizagem é uma
construcão comum e que não se pode realmente aprender, se não aprendemos alguma coisa com o
outro. Nossa experiencia com a Terapia Comunitaria Integrativa nos mostra que ocorre a mesma
coisa na relacão de ajuda. Na arte de cuidar como na arte de educar, existe uma circularidade. Eu
ensino e eu aprendo com o outro.
Neste momento de partilha de experiencia vamos guardar a simplicidade como vetor destes
encontros. A Complicação é um instrumento de poder, que deseja impor sua superioridade
afirmando que seu saber é tão complexo que o outro deve submeter a si. A simplicidade nos permite
abandonar, se livrar do poder sobre os outros para poder ser com os outros. A simplicidade nos
permite resgatar o essencial - ‘menos papel em torno do bombom’.
Precisamos encontrar em cada um de nós a criança interior, resgatar a sabedoria tradicional
de nossos antepassados. Teorizar pouco e sempre a partir da experiência vivenciada. A
aprendizagem não consiste em acrescentar complexidade aos conhecimentos, mas ao contrario,
desnudar-se.
Desejo a cada congressista, que aproveite esta oportunidade para agregar valor a sua prática.
Estamos reunidos para compartilhar experiencias do que se vive e não impor aos outros o que se
sabe.
Adalberto Barreto
Fortaleza 27 de agosto 2015
12
RESUMO DAS CONFERÊNCIAS
A Promoção dos Direitos humanos e o enfrentamento da violência
Elza Machado de Melo.
Tema da Conferência: A Promoção dos Direitos humanos e o enfrentamento da violência
A literatura sinaliza a multicausalidade e complexidade da violência, relacionando-a a problemas sociais,
emocionais, psicológicos e cognitivos, os quais se manifestam geralmente em associação ao uso de
substâncias psicoativas, abuso de álcool e outras drogas, ou ainda à iniciação prematura da atividade sexual.
Nunca é demais iniciar com a afirmação de que a violência é hoje um dos maiores problemas de saúde
pública, no Brasil e no mundo. Também é conhecido que esta situação, apesar de grave, constitui apenas o
que se chama de “ponta de iceberg”, pois, muitos números ainda são invisíveis.
Um processo histórico complexo que perpassa ao longo do tempo, a violência é ainda culturalmente
naturalizada sendo necessário pensar nas considerações gerais e específicas que se alimenta, reproduzem e a
potencializam.Portanto, a violência existe e não pode ser considerada uma fatalidade ou uma abstração.
Estas especificidades dão ênfase a casualidade complexa da violência e despertam o olhar daqueles que
sensibilizados se dispõe debruçar diante deste desafio e articular ações e programas para o enfrentamento
deste problema como propõem este Congresso de Terapia Comunitária integrativa- TCI.
O caminho defendido por mim é apostar no fortalecimento das relações humanas, acredito que a violência
brota de relações enfraquecidas pela individualidade e da fragilidade dos laços afetivos.
Temos utilizado, para discussão da violência, a Teoria da Ação Comunicativa, de Jurgen Habermas, cuja base
é o entendimento linguístico ou acordo racional entre sujeitos - ou o processo racional de obtenção deste
acordo - mediado pela linguagem no seu uso comunicativo cotidiano, a fala. O que está em jogo nesse acordo
é exclusivamente a força das razões apresentadas, portanto, o argumento, e, exatamente por isso, por não
envolver nenhuma coerção, a relação que se estabelece é de intersubjetividade – todos os atores envolvidos se
reconhecem como sujeitos.
Pensar numa rede de serviços que presta atenção de qualidade a sujeitos e coletivos, é pensar em uma rede
que para além da intervenção assistencial á vítima, se articula integralmente, transversalmente e estabeleça
diretrizes que favoreçam a redução de condição de violência.
Coordeno um Projeto de “Atenção Integral á Saúde da Mulher em Situação de Violência” junto a Ministério
da Saúde, na UFMG intitulado Para elas, por elas, por eles e por nós. Este tem como estrutura central
capacitar profissionais de referência no atendimento ás vítimas por meio de cursos e seminários em todo país
e avaliar o impacto que os processos de capacitação terão sobre esta rede. A metodologia da TCI esteve
presente em alguns destes processos favorecendo a promoção da qualidade de vida, e o aumento da
autonomia dos sujeitos envolvidos.
Vislumbro uma rede fortalecida, comprometida em favor da vida e de uma cultura de paz, composta por
profissionais aprimorados na excelência do cuidado integral frente cada caso.
Médica, Sanitarista, Mestre em Ciência Política e Doutora em Medicina Social. Professora da Faculdade de
Medicina da UFMG – Departamento de Medicina Preventiva e Social. Coordenadora do Mestrado
Profissional de Promoção de Saúde e Prevenção a Violência DMPS/FM/UFMG. Coordenadora do Núcleo de
Saúde e Paz/UFMG.
13
“Pedagogia do Amor”
www.robertocarloscontahistoria.com
Embaixada do País das Maravilhas
Trajetória
Roberto Carlos Ramos é uma exceção nas estatísticas brasileiras. Viveu dos 06 aos 13 anos de idade
longe da família como interno da FEBEM. Analfabeto, usou drogas e roubou nas ruas de Belo
Horizonte. Teve 132 fugas registradas no seu prontuário e foi considerado "um caso irrecuperável".
Mas ao contrário do que acontece com milhões de crianças e adolescentes em situação semelhante,
não caiu na marginalidade. Aos 13 anos foi adotado por uma francesa que se negou a acreditar que
uma criança como ele pudesse ser um caso perdido.
Marguerit Duvas provou que estava certa. Com ela, Roberto aprendeu a ler e a escrever, a falar
francês e, principalmente, a dar e receber afeto. Aprendeu a ter autoestima e autoconfiança. Na
França, descobriu a arte de contar histórias. De volta ao Brasil, se formou em Pedagogia e acabou se
tornando o que ele mesmo define como o Embaixador do País das Maravilhas.
Objetivo:
Cada vez mais tem aumentado o número de pessoas que buscam ajuda na área emocional. A
insatisfação tem permeado as relações humanas em tal nível, que a tal palavra “felicidade” parece
cada vez mais fazer parte das palavras oníricas e não reais.
“Motivação”, esta é a palavra de ordem que mais tem sido falada ultimamente. Mas a pratica ás
vezes se distância da nossa realidade a tal ponto que chegamos a falar até em falta de sorte. Mas,
alguém um dia encontrou a receita de fabricar a sorte e ao contrario de muitos, parou de chorar e
passou a vender lenços. Aí está a proposta da “Pedagogia do Amor”, que tem contagiado jovens e
adultos. Porque tem como princípio a confiança e o resgate do humano. O conteúdo básico é saber
que a dignidade humana nunca está totalmente perdida, principalmente quando os esforços estão
regados pelo amor e pela paz.
“O paraíso não se perdeu totalmente! É possível reconstruí-lo”! ““Por esta palestra e outros
trabalhos de motivação humana, o prof. Roberto Carlos Ramos foi escolhido pela ABA (Associação
Brasileira de Anunciantes) para a campanha” O melhor do Brasil é o Brasileiro”.
Publico alvo:
Professores, educadores, estudantes, terapeutas, empresários, vendedores, jogadores, funcionários de
empresas, pais de família e pessoas que acreditam ou querem acreditar que “O impossível existe”.
• Tempo de duração:
01h30min (uma hora e trinta minutos).
Material técnico:
Som que atenda adequadamente ao espaço e microfone.
14
RESUMO DOS MINICURSOS
Introducción a las Prácticas Colaborativas-Dialógicas
Sylvia London, M.A., LMFT
[email protected]
“Como pueden los terapeutas crear el tipo de conversaciones y
relaciones que inviten a cada uno de los participantes a acceder a sus
fortalezas, recursos y creatividad para encontrar posibilidades donde
parecían no existir” Anderson, (1997)
El enfoque Colaborativo Posmoderno conceptualiza a la terapia como una oportunidad para generar
relaciones colaborativas y conversaciones dialógicas. El énfasis está en los sistemas humanos como sistemas
lingüísticos capaces de generar múltiples significados a través de los cuales las personas pueden organizar sus
narrativas y sus relaciones.
Los resultados terapéuticos se optimizan cuando el cliente y el terapeuta experimentan un sentido de agencia
en la transformación de sus narrativas, significados, conductas, pensamientos y sentimientos
A través de presentaciones teóricas, ejercicios experienciales, discusiones y entrevistas en vivo, este taller
invita al participante a conocer las premisas de la filosofía colaborativa posmoderna y sus aplicaciones en
diversas culturas y contextos.
Sylvia London
Terapeuta, consultora, docente, coach
Es co-fundadora del Grupo Campos Elíseos en la Ciudad de México, docente del Houston Galveston
Institute , Asociada del Taos Institute y miembro del patronato de la Certificación Internacional en Prácticas
Colaborativas. Pionera en la introducción y tropicalización de las prácticas colaborativas-dialógicas en
México y Latino-america. Conferencista y tallerista nacional e internacional, autora de artículos y capítulos
de libros.
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Titulo: Lo Único y Especial de cada Encuentro Terapéutico.
Irma Rodríguez J. M.A.
Centro de Atención a la Comunidad CAC y Grupo Campos Elíseos, México
Las Prácticas Colaborativas y Dialógicas (Anderson 1990, ) consideran cada encuentro terapéutico
como una oportunidad para conversar de una manera única e irrepetible. Desde ésta perspectiva el
Centro de Atención a la Comunidad (CAC) ubicado en una comunidad marginada de la Ciudad de
México ofrece servicios de terapia breve sin necesidad de cita y el de grupos terapéuticos para
mujeres (Mujeres en Diálogo) y jóvenes (Jóvenes en Diálogo).
En este taller compartiremos las experiencias únicas de nuestros encuentros con los usuarios(as) del
CAC e invitaremos a los participantes a identificar y compartir lo único e lo irrepetible de cada uno
de los encuentros terapéuticos que facilitan y de cada una de las comunidades con las que colaboran.
Palabras claves: Diálogo, único, comunidad.
16
Mini Estandarte do Reinado do Rosário
Deolinda Alice dos Santos - Pesquisadora e Consultora de Cultura Mineira
Carga Horária: 4h de aulas teórico/prática
Público alvo: Participantes do Congresso de Terapia Comunitária Integrativa e demais interessados na
preservação e conservação do patrimônio histórico material da religiosidade mineira.
Objetivo geral: Conhecer os aspectos históricos e culturais da religiosidade da Comunidade do Reinado do
Rosário na área de mineração.
Objetivos específicos:
- Diferenciar a iconografia sacra do Reinado do Rosário como Patrimônio Material.
- Identificar os aspectos históricos da chegada da devoção de Nossa Senhora Rosário na área de mineração
pelos negros e afros descendentes.
- Conhecer as manifestações culturais típicas e festejos em honra dos santos do Reinado de Nossa Senhora do
Rosário em Minas Gerais.
- Saber como valorizar, preservar e divulgar o Patrimônio Material e Imaterial da religiosidade da
Comunidade do Reinado do Rosário.
Conteúdo Programático
I- Introdução
1.1. Conceitos gerais da arte barroca e neoclássica na produção de imaginárias do Reinado do Rosário.
1.2. Aspectos gerais da história da vida e devoção dos santos do Reinado do Rosário.
1.3. Origens históricas dos estandartes
II- Confeccionar os estandartes
- Identificar os materiais que podem ser utilizados.
- Identificar as gravuras religiosas.
- Executar a produção do estandarte.
III- Conceito de Compra e venda
- custo, capital investido, preço de venda e lucro.
Técnicas pedagógicas:
- Aulas expositivas ilustradas e demonstração.
Recursos didáticos:
- equipamento de som e para uso de Power point; Flip chat com pincel azul, preto e vermelho. Texto
informativo de 5 páginas; Papel e caneta para anotações
Avaliação
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- construir um estandarte
- Apresentá-lo para exposição pública.
Texto informativo para ser distribuído para os participantes da Oficina
Ciclo do Rosário
O Ciclo do Rosário tem início em 15 de agosto e encerra seus festejos em novembro. Em Minas, as
dificuldades de deslocamento e o pequeno número de padres no século XVIII fizeram com que ocorressem
festejos de Nossa Senhora do Rosário fora deste período. Estes festejos fora do período citado são
considerados festas acíclicas. São essas festas que agregam maior valor a atividade turística em Minas, a
exemplo dos festejos realizados em São Sebastião do Paraíso e Conceição do Mato Dentro no período de 30
de dezembro a 1° de janeiro. No Serro, eles ocorrem no primeiro domingo de julho, em Belo Horizonte o
Reinado do Rosário começa no segundo domingo de maio, no bairro Concórdia.
Em todas as cidades históricas são encontradas igrejas ou capelas construídas com financiamentos
das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e dentro delas está a imaginária de devoção negra: Santa
Ifigênia, Santo Elesbão, São Benedito e Santo Antônio de Categeró.
Iconografia:
Santa Ifigênia – usa o hábito de Carmelita e porta uma igrejinha em uma das mãos. A Ela pede-se ajuda para
se conseguir comprar a casa própria.
Santo Elesbão – usa o hábito agostiniano e, sob um de seus pés, está a cabeça de um rei branco,
simbolizando o poder.
São Benedito – usa o hábito franciscano, tem flores como adereços ou, então, um saco na mão. A Ele se pede
ajuda e abundância na alimentação. Usa-se colocar um pouquinho do primeiro café coado em uma
canequinha, colocá-la na prateleira mais alta da cozinha, e, depois, oferece-la a São Benedito pedindo-lhe
fartura.
Santo Antônio de Categeró – usa o hábito franciscano e carrega uma criança branca nos braços,
simbolizando a conquista do espaço.
A devoção a São Benedito é mais comum no Sul de Minas e em São Paulo e norte do estado do Espírito
Santo. Os festejos em sua homenagem acontecem em maio, junho e final de dezembro. A Festa de São
Benedito mais famosa em todo o Brasil acontece em Aparecida, São Paulo, no primeiro domingo após a
Páscoa.
Grande
parte
das
Guardas
de
Congado
mineiras
participa
desse
evento.
Em Minas Gerais, os Irmãos do Rosário ainda mantêm muita fé e se dedicam arduamente na realização dos
festejos, preservando assim, com todas as dificuldades, importantes tradições do povo mineiro.
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História da origem Festa de Nossa Senhora do Rosário em Minas Gerais
A Festa de Nossa Senhora do Rosário celebra a vitória dos cristãos na Batalha de Lepanto, em 7 de outubro
de 1571, durante a qual as forças do Islão foram derrotadas sob a proteção da Virgem do Rosário,
acontecimento que motivou uma comemoração especial pela liturgia da Igreja por determinação do Papa
Gregório XII.
Desde o início da colonização brasileira, a Igreja Católica ensinou que os festejos religiosos deveriam ter a
novena, a missa cantada, a benção do Santíssimo, o Te Deum – cerimônia de ação de graças - e a procissão.
Esta determinação valia para qualquer tipo de Irmandade, Confraria ou Ordem Terceira de qualquer que fosse
a classe social. O missal vinha do Vaticano com as orações, ofícios e regras de como realizar o ritual.
Na Colônia, os administradores portugueses definiram que os negros, alforriados ou não, deveriam se
organizar em Irmandades ou Confrarias enquanto grupos sociais. A Igreja Católica, por sua vez, definiu que a
devoção desses grupos deveria ser a Nossa Senhora do Rosário. Desde suas origens, na África, os negros já a
conheciam. Outros vieram a conhecê-la aqui, através da catequização. Em Minas Gerais, a Irmandade de
Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi fundada no início do século XVIII, com a finalidade de
atender as necessidades sociais, religiosas, jurídicas e de saúde dos negros. Assim, sabe-se que, desde 1713,
os negros se organizaram em Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com estatutos
registrados, para receberem a prestação de serviços oferecidos por elas. Para uma Irmandade se auto
sustentar, os irmãos negros deveriam pagar uma taxa mensal como a de qualquer outra irmandade de brancos
ricos, brancos pobres ou mulatos.
Fundação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos na área de mineração.
- 1708 – em São João del Rei
- 1713 - no Distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto
- 1713 – em Sabará
- 1715 – Ouro Preto na Paróquia do Pilar
- 1728 – na cidade do Serro
- 1782 – Paracatu
Fonte:http://portugaldominicano.blogspot.com.br/2012 11 01 archive.html
Em Ouro Preto, contam que Chico Rei (1743?) financiou a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário com
grandes ofertas. Têm-se notícias dos festejos do dia 6 de janeiro, com a presença do Chico Rei do Congo, em
Vila Rica.
Mas, para participarem da Irmandade, todos os negros tinham de pagar uma espórtula. A primeira taxa era
paga em ouro em pó todo dia 1º de Janeiro, quando tomavam posse na Irmandade. Geralmente, os irmãos do
Rosário e os iniciantes se reuniam em frente à casa de Chico Rei, de onde saía o cortejo em direção à Igreja
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de Nossa Senhora do Rosário dos Negros de Antônio Dias. Eles subiam a ladeira de Santa Ifigênia até à
Igreja levando o precioso metal espalhado em suas respectivas carapinhas (cabelos crespos) e dançando a
dança das taieiras. Depois, entravam no templo e lavavam a cabeça, deixando o ouro para Nossa Senhora do
Rosário nas pias de água benta.
Não é de admirar que os senhores doassem a seus escravos o valor correspondente à espórtula em ouro em
pó. Na verdade, os senhores faziam até questão de levar seus escravos a se ingressarem na Irmandade de
Nossa Senhora do Rosário, pois, lá, eles seriam controlados pelos severos estatutos, logo, não aquilombariam,
não roubariam, não criariam tumultos na senzala, não brigariam entre tribos e nem criariam confusões nos
seus dias de folga. Vale lembrar que o negro era um bem relativamente caro. Além do imposto per capita
pago pelo senhor, este ainda arcava com os alimentos, roupas e remédios. Os negros, sobretudo os da
mineração, sofriam severos acidentes e muitos deles ficavam inválidos, representando pesados encargos para
seu senhor. Era na Irmandade que eles recebiam assistência social em casos de doenças e acidentes graves
que os impediam de continuar trabalhando na mineração. Consequentemente, era comum o senhor entregar o
escravo aleijado ou doente à Irmandade para que ela lhe desse a devida assistência. Portanto, era na
Irmandade que os negros eram assistidos e, sempre que conveniente abandonados pelos senhores.
Fundação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
- 1708 – em São João del Rei
- 1713 - no Distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto
- 1713 – em Sabará
- 1715 – Ouro Preto na Paróquia do Pilar
- 1728 – na cidade do Serro
Os jesuítas escolheram a devoção a Nossa Senhora do Rosário para os negros porque a iconografia da Virgem
com o rosário nas mãos lhes lembrava da deusa Afã ou Ifã, cujo sacerdote responsável utilizava as sementes
de uma palmeira para jogá-las como búzios para ficar sabendo do futuro dos devotos. A imagem de Menino
Jesus que a Nossa Senhora carrega tem significado especial, pois os negros, desde então, valorizavam a
procriação e a maternidade. Logo, não foi difícil convencê-los a seguir a devoção a Nossa Senhora do
Rosário. Este é o verdadeiro por que da Igreja Católica ter definido ser a devoção a Nossa Senhora do
Rosário a ideal para os negros, dentre as inúmeras devoções e iconografias de Nossa Senhora- Maria Mãe de
Jesus.
As Guardas de Moçambique ou as Guardas de Catopés de Minas Gerais contam uma bela história sobre a
chegada da imagem de Nossa Senhora do Rosário ao Brasil. Ela teria ficado agarrada em um banco de areia,
após o naufrágio de um navio que a transportava para uma capela de negros no litoral nordestino. Os padres,
ansiosos à beira da praia, pediram aos marinheiros que fossem buscá-la. Dispostos, eles foram até o local,
mas não conseguiram retirá-la devido ao peso e à profundidade em que se encontrava. Os padres, então,
20
recorreram aos caboclos e aos índios - exímios nadadores e conhecedores do mar tropical - que ali estavam a
recolher parte da carga do navio que era jogada na praia pelas ondas. Esses sim, com dificuldade,
conseguiram trazê-la e colocá-la na capela que havia sido construída em sua homenagem.
Mas, para a surpresa de todos, no dia seguinte, a imagem reapareceu no mesmo banco de areia. Quando os
padres olharam para um canto da praia e viram os negros assentados humildemente a contemplar a cena, e
sem o poder de opinarem sobre o fato, é que se deram conta de que haviam encomendado a imagem para a
devoção deles. Logo, perceberam também que a eles caberia o direito de retirar a imagem do banco de areia e
transportá-la para a capela. Os negros, então,
levantaram-se, rezaram, cantaram e bateram seus
tambores. Depois, pediram licença às águas, entraram no mar e, com todo o respeito, tiraram a imagem com a
maior facilidade, sem ao menos sentir o peso. Enfim, levaram-na para a capela, de onde nunca mais teria
saído.
Restam, portanto, várias interrogações cujas respostas ainda carecem de pesquisas mais aprofundadas em
documentos históricos das diversas Irmandades de Nossa Senhora do Rosário de Minas Gerais. As pesquisas
realizadas não são suficientes. Ainda há muito, a saber. Já que procediam de diferentes regiões do continente,
resta saber se os negros de todas as tribos que vieram da África para o Brasil já conheciam Nossa Senhora do
Rosário e os outros santos de sua devoção como São Benedito, Santo Elesbão e Santa Ifigênia.
COMPOSIÇÃO DO REINADO DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
O Reinado de Nossa Senhora do Rosário é composto pelo Rei Congo e pela Rainha Conga, ambos perpétuos.
Em outras épocas, aparecia, no Reinado de várias cidades, a figura da Rainha Ginga – Njinga Nbandi Rainha de Angola, falecida em 17 de dezembro de 1663. Ela era defensora da autonomia do seu reinado
contra os portugueses, debatendo-se constantemente com os sobados vizinhos (governo de um povo ou de
pequenos Estados africanos), inclusive o Sobado de Cariongo, que era circunscrição de Luanda (atual
Angola).
Hoje, na maioria das cidades mineiras, prevalecem os Reis e Rainhas Congas Perpétuos, os Reis e Rainhas
Festeiros do Rosário, e ainda, os Reis e Rainhas de Promessa, com seus respectivos embaixadores, mucamas,
príncipes e princesas puxados pelas Guardas de Congado locais e convidadas. Em 1674, a coroação dos Reis
de Congo - denominação comum que abrangia sudaneses e bantus - já era um ritual comum realizado pela
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Recife. Documentos históricos comprovam
que, já naquela época, essa Irmandade havia coroado Antônio Carvalho e Ângela Ribeiro como Reis Congos.
(Arquivo da Prefeitura de Recife – Arquivos 1º e 2º - Diretoria de Documentação e Cultura – 1949/1950).
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Manifestações culturais que ocorrem durante os festejos:
Dentre as manifestações culturais de caráter erudito da Festa do Rosário, acontecem: a novena, a ladainha, a
missa, as matinas e a procissão. Por outro lado, as principais manifestações de religiosidade da festa,
resguardadas as suas particularidades regionais, ocorrem na seguinte ordem:
Ornamentação típica – A mais comum é feita com bambu, papel crepom e de seda.
Levantamento de Mastro - Existem várias lendas relacionadas a esta manifestação.
Espetáculo Pirotécnico – Geralmente o guarda da bandeira e do mastro é responsável por esta manifestação.
Boi do Rosário – É típica brincadeira do Boi da Manta, comum nos festejos do Rosário em vários lugares.
Culinária típica – A composição das mesas do café, do almoço e dos doces varia de região para região.
Alvorada – Compreende música e fogos pela madrugada, alertando a população para os festejos.
Reinado do Rosário – Em cada cidade a participação do Reinado tem suas características, mas, em geral, a
Guarda de Moçambique ou de Catopés, com sua cantoria e ritual de saudação aos Reis do Rosário, vai “tirálos” de suas respectivas casas. Há localidades em que as demais guardas vão buscar os juízes e juízas
(elementos da Irmandade) e todo esse grupo se encontra em uma determinada área da cidade. Um longo
cortejo formado pelas Guardas de Congado visitantes e fiéis segue em direção à igreja onde será celebrada a
missa principal da festa.
As Guardas de Congado, também conhecidas como Ternos de Congado ou Corte de Congado, são:
Moçambique, Catopés, Congo, Caboclos, Marujada, Vilão e Candombe. De acordo com a região, podem-se
observar denominações às Guardas de Congo ou Catopés acrescidas de um adjetivo, segundo sua função no
Cortejo do Reinado. São exemplos: os Catopés -Tamboril (Dores do Indaiá) e Corte do Penacho (Bom
Despacho). Encontram-se ainda guardas com curiosas histórias de conversão como: os Caiapós (típicas do
Sul de Minas) e as Tapuiadas (predominam na região de Paracatu, que infelizmente está se perdendo, nos
limites de MG e GO).
Artesanato Típico – Está presente nas prendas das barraquinhas, na decoração das janelas das casas para a
procissão passar, nos bordados das roupas dos personagens participantes e nos instrumentos de percussão
utilizados pelas Guardas de Congado, criados com mimo e labor.
Nos Festejos do Rosário em Belo Horizonte surgiu a Missa Conga organizada por antropólogos, civil e
eclesiástica como o Padre Massoti, Padre Nereu, Padre Antônio Gonçalves e Romeu Sabará da Silva. Em
conversa com Capitães de Guarda, os estudiosos organizaram a Missa Conga de acordo com os interesses
das Irmandades do Rosário local.
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Histórias dos santos homenageados nos estandartes
1-Nome do Santo – São Benedito
Data de comemoração: 31/03 em Minas Gerais predomina os festejos em sua homenagem do mês de
maio a julho. Mas é lembrado em todos os festejos em homenagem a Virgem do Rosário.
Origem: São Benedito nasceu em 1526 em São Filadelfo. Era filho de escravos extremamente piedoso.
Quando
criança,
foi
alforriado
pelo
professor
siciliano
Manasseri.
Foi eremita, mais tarde participou da Ordem Franciscana Menores da Observância no Convento de Santa
Maria de Jesus, onde foi recebido como leigo. Lá exerceu a função de cozinheiro. Desde quando estava vivo
já operava milagres, pois, possuía o dom da ciência, da sabedoria, foi mestre da Escritura e tornou-se
excelente conselheiro.
Por causa de sua conduta, em 1578, dirigiu o noviciado com prudência e muito amor. Ao terminar o tempo do
cargo de Guardião, São Benedito voltou a ser cozinheiro, o que lhe agradava muito mais. Faleceu em 4 de
abril de 1589.
Cores de destaque: marrom e branco, adereço flores coloridas.
Protetor dos cozinheiros e manter a fartura na cozinha.
2- Nome do Santo – Santa Efigênia
Data de comemoração: 21 de setembro. Mas é lembrada em todos os festejos em homenagem a
Virgem do Rosário.
Os devotos a procuram para ajudar a compra da casa própria.
Padroeira das Corporações da Polícia Militar e dos Batalhões do Exército que atuaram em Ouro Preto.
Origem: Nasceu na Etiópia, no continente africano, na região da Núbia.
Santa Efigênia filha do rei da Etiópia, Eglipo, e da rainha Ifianassa, foi pedida em casamento pelo príncipe
que sucederia o trono do rei Eglipo.
A jovem princesa da Núbia fora convertida pelo apóstolo São Mateus. Doou todos os seus bens e seguiu a
vida atendendo aos pobres, defendendo as mulheres que eram perseguidas pelos casamentos forçados,
louvando a Deus e não quis se casar.
O príncipe que ia esposá-la pediu a São Mateus que intercedesse a seu favor junto à princesa. Como houve a
recusa do apóstolo ele mandou executá-lo.
Santa Efigênia mandou construir um santuário em memória a São Mateus.
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ESSÊNCIAS FLORAIS NO DIA A DIA
Nadir Vilela
Patricia do Carmo Teixeira
Neste artigo vamos tentar responder algumas perguntas frequentes sobre a Terapia
Floral. Estes vidrinhos, que vemos uma atriz tirar da bolsa em uma novela, e tomar umas gotinhas.
Quase todo mundo conhece. Com frequência trata-se do Rescue remedie do Bach. Mesmo que não
se saiba quem ou que é o Bach, as pessoas tem usado esta essência de uso geral criada por ele.
Acreditamos no sucesso desta modalidade de terapia por ela ser alicerçada nos princípios de
simplicidade e acessibilidade e, ou seja: usar floral é FÁCIL e ECONÔMICO.
A família, a escola e o trabalho são os ambientes em que atuamos socialmente. Neles
encontramos os desafios para a nossa expressão pessoal. Nesse exercício social vamos encontrar o
sucesso ou as frustrações. Quando se tem sucesso está tudo bem, mas na hora que alguma coisa dá
errado e a frustração vem, podemos encontrar a violência em vários níveis, brigas, discussões,
violência física, bullying, etc. Dai chegam as “gotinhas”. Elas promovem o bem estar e o
realinhamento dos corpos sutis. O corpo físico relaxa, a circulação energética melhora a
comunicação e a calma voltam a funcionar. Você está em estado de perceber a si mesmo e o outro.
Desta maneira pode-se reestabelecer a harmonia nos relacionamentos, melhorando as relações
domésticas, no trabalho e na escola. Esta terapia ajuda a todos, confortando e fortalecendo as
pessoas que estão passando por problemas físicos, emocionais ou mentais.
O criador desta pesquisa sobre as essências florais foi o médico e homeopata inglês Dr.
Edward Bach, que desenvolveu este trabalho de 1928 a 1936, ano em que faleceu. Dai o nome de
Remédios de Bach ou Bach remedies. A terapia floral abriu uma possibilidade NOVA de curar e
harmonizar estados psicoemocionais com preparados simples, de baixo custo, fácil de ser utilizado e
sem riscos de intoxicação. Um remédio que até hoje intriga cientistas e pesquisadores pela sua
simplicidade e eficiência. A busca de explicações cientifica para o funcionamento dos Florais ainda
é um desafio no meio acadêmico. Atualmente são preparadas essências florais em vários países.
A utilização das essências florais cresceu e contribui de forma significativa, com
benefícios em inúmeras áreas:
24
• Na área de assistência social, podem ser instrumentos valiosos, no trabalho de apoio,
aumentando a autoestima e resgatando valores morais, éticos e cívicos, junto a indivíduos, famílias,
grupos.
• Na educação formal e informal facilita o aprendizado, estimulando e resgatando o
potencial criativo e intelectual de crianças, adolescentes e adultos.
• Na psicopedagogia, ajuda na reintegração das pessoas com dificuldades de
aprendizado, aumentando a confiança e desenvolvendo capacidades.
• Na psicologia, oferece apoio ao processo psicoterapêutico, através da harmonização e
equilíbrio de processos do inconsciente.
• Na área da saúde, são instrumentos eficazes para os profissionais harmonizar as suas
próprias emoções, pensamentos e atitudes, possibilitando um melhor atendimento. Também para
ajudar diretamente os pacientes.
• Nas empresas, incrementando a integração, cooperação, produtividade, criatividade e
bem estar do grupo que se expressa na melhor qualidade de vida e na produtividade.
• Com os animais, auxiliando o reequilíbrio quando em sofrimento ou com distúrbios
comportamentais.
As essências florais são soluções aquosas preparadas a partir de flores, que em sua
composição não apresentam traços químicos das plantas que as compõe, mas as suas características
energéticas e vibracionais. Atuam principalmente nos corpos sutis, refletindo os seus efeitos no
corpo físico. As essências florais não são consideradas remédios ou medicamentos e não possuem
contra indicação.
Esta definição das essencias vibracionais, esta bem apresentada em um documento
elaborado em outubro de 1998, realizado pela união dos produtores, distribuidores de essências
vibracionais, sindicatos e terapeutas, e entregue ao Ministério da Saúde. O objetivo era liberar a
venda das essências florais nas farmácias, uma vez que havia uma ação equivocada da Vigilância
Sanitária em todo o Brasil com relação ao uso e venda das essencias vibracionais. Este texto define
com objetividade uma essência vibracional da qual a Essencia Floral faz parte.
“Define-se essência vibracional como o preparado natural, artesanal, que traz registrado
em seu conteúdo o padrão vibracional de uma ou diversas manifestações da Consciência originária
da Natureza, que entram em ressonância com o campo da Consciência de pessoas, grupos,
coletividades, animais, ambientes e ecossistemas, agindo como princípio catalisador que ativa os
25
processos de expansão e transformação da consciência, despertando seus talentos, virtudes e
potenciais latentes, e resultando na restauração da paz, harmonia e equilíbrio. Pela sua própria
natureza vibracional, as Essências Vibracionais não têm impacto direto sobre a bioquímica do corpo,
como tem os alimentos, medicamentos farmacêuticos ou drogas psicoativas. Elas não são
medicamentos e não substituem com estes meios, sem interferir na ação dos mesmos, pois não
possuem princípios ativos de natureza material. Elas atuam por ressonância vibratória entre campos
mórficos. Apesar de serem utilizadas prioritariamente na forma de gotas a serem ingeridas, sua
indicação para terceiros não se configura como prescrição de medicamentos, podendo então sua
indicação ser habilitada a profissionais de quaisquer áreas, desde que capacitados profissionalmente
para fazê-lo”. (Ofício SVS/GABIN/ Nº 479/98).
O Floral pode ser utilizado por qualquer pessoa ou ser que esteja necessitando de se
adaptar e harmonizar. Por exemplo, bebês, crianças, adolescentes, idosos, gestantes, pessoas com
necessidades especiais, animais e plantas. Os principais problemas tratados com as essências florais
são casos de estresse, traumas, depressão, medo, insônia, angústia, pânico, autoexterminio, vícios,
TPM, menopausa, andropausa, e muitos outros problemas relacionados com o nosso psiquismo e
que podem dar origem às doenças físicas. As essências florais podem ser utilizadas na forma oral
(sublingual), uso tópico (nos chakras ou local afetado) e ambiental (na forma de spray ou
vaporizador). A terapia floral não substitui um atendimento ou tratamento médico. No caso de uma
emergência médica, como suporte, pode-se iniciar o uso do floral para diminuir a tensão e o trauma.
Para a escolha das essências o terapeuta é importante por sua grande experiência, e pode
ajudar muito em alguns casos, mas não é indispensável. De acordo com Dr. Edward Bach, todas as
famílias deveriam ter um conjunto de essências florais para o seu uso. Portanto, para seleção das
essências, além do conhecimento técnico da terapia floral pode ser importante o uso da intuição ou
de outro processo energético como a radiestesia, técnicas de cinesiologia ou o baralho das flores
para proceder a uma escolha mais adequada. A escolha aleatória e inconsciente pelo próprio usuário
também costuma ser bastante eficiente. Neste caso a lei da atração faz o trabalho necessário.
O tempo de tratamento varia de caso para caso; sendo que algumas pessoas sentem
resultado instantaneamente, enquanto outras levam mais tempo para perceber suas melhoras. As
essências da Nona Essêncya têm apresentado resultados terapêuticos muito rápidos e profundos.
Várias circunstâncias contribuem para isso. O clima e as características geológicas da região e das
plantas e o fator humano.
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No mundo existe uma enorme multiplicidade de sistemas florais, cada um com as suas
flores e plantas. Existem também essências vibracionais feitas com a energia de animais e plantas do
mar, de animais da terra, aves, rochas e minerais. Sobre o assunto do uso de diferentes essências de
flores e outras essências vibracionais indicadas para o mesmo problema, também conhecemos estas
peculiaridades nos tratamentos com fitoterapia, farmacologia e outros sistemas de cura, onde
existem muitos produtos com a mesma finalidade. Uns proporcionam cura para uma pessoa e outro
para outra, apesar de ambas estarem passando por problemas semelhantes. Com o trabalho da
Terapia Floral, as causas que desencadeiam os problemas podem ser diversas e as essências que os
vão trabalhar, devem ser escolhidas após analisar a necessidade de cada indivíduo, a origem
emocional do problema e a característica energética de cada essência.
Nas pesquisas do sistema Nona Essêncya, com inspiração no Rescue Remedie do Dr.
Bach, surgiram misturas de varias flores para ajudar a curar desequilíbrios mais complexos. Com o
passar do tempo também se combinou as essências das flores com os elixires de rochas e minerais.
As fórmulas que nasceram tinham um efeito catalizador e potencializador nos tratamentos. Elas
agiam mais rápidas e mais intensamente. Esta é uma característica que faz as essências serem muito
especiais. Os nomes das Fórmulas Compostas também visam facilitar a escolha das essências, que é
feito pelo nome do tema a ser tratado. Isso no dia a dia é muito prático porque a fórmula já está
pronta e é muito eficiente!
A Nona Essencya apoia varios projetos sociais. Vamos citar um de grande importância
pelos resultados e pela duração do projeto. Em 1999 foi implantado em, Brasilia – DF, na Escola
Classe 214 Sul um projeto com uso de Essências Florais, administrado pela professora e terapeuta
Patrícia do Carmo Teixeira. Visava estreitar os laços entre a escola, os alunos e a família, através do
reequilíbrio físico e emocional da comunidade envolvida. As essências eram doadas pela
pesquisadora Nadir Vilela, criadora deste sistema.
A dinâmica consistia de uma palestra explicativa, seguida de entrevista com os
participantes que demonstrassem interesse no processo terapêutico. Foram também utilizados
questionários iniciais e quinzenais para acompanhamento, avaliação e registro histórico do
desenvolvimento de cada indivíduo. O público alvo era constituído de pré-adolescentes e
adolescentes na faixa de 11 a 18 anos, vindos da periferia da cidade. Muitos de lares
desestruturados, com problemas emocionais, econômicos e sociais que repercutiam nos baixos
27
resultados de aprendizagem, na falta de concentração, incrementando a baixa autoestima, a
irritabilidade, a agressividade e outros vícios.
A terapia floral foi aplicada durante onze anos, com um atendimento médio de 60 alunos
por semestre, gerando um número de aproximadamente 1.200 alunos atendidos durante todo o
projeto. Concluiu-se que a terapia com Florais traz resultados positivos e que, dependendo do
indivíduo apresenta resultados mais rapidos. Tivemos sucesso na aplicação de situações de
ansiedade, irritabilidade, agressividade, insegurança e baixa autoestima e diminuição dos vícios de
forma geral.
Em vista de serem os relatórios de caráter confidencial, disponibilizamos alguns
depoimentos prestados por educadores, alunos e familiares participantes deste projeto. Seguem
alguns casos relatados:
F. L. de S., participou como professora, mãe e presidente do Conselho Escolar
•
como professora – “Quando uso o floral é porque estou com um nível de estresse muito
alto. Além da sensação de bem-estar, tranquilidade, calmaria, houve momentos em que senti
mudança de humor e um “ânimo” (energia) para o trabalho e demais atividades do dia-a-dia.
Também notei que minha concentração ficou mais focada, centrada e meu raciocínio mais
rápido.”
•
como mãe - “O J. F. (5 ª série A) sempre foi muito ansioso e por asma ficava irritado,
inseguro, desmotivado, devido as medicações que tomava e também à falta de ar nos pulmões.
Ao começar a tratamento com florais, vi que ele ficou mais tranquilo, mais alegre e confiante o
que melhorou sua autoestima e motivação para executar suas tarefas escolares. Além de
diminuir sua irritabilidade.”
•
Como conselheira escolar – “O trabalho que a professora Patrícia desenvolve aqui na
escola, com relação ao uso de florais, é muito positivo, pois trabalhamos com uma clientela
muito difícil, sendo muitos desfavorecidos na área econômica e familiar, vivenciando além de
sua fase (adolescência) conflitos interiores e exteriores: agressividade, formação de grupos
(rixas, indisciplina, desmotivação, autoestima baixa e outros). Ao ser atendido o aluno também
recebe apoio psicológico, o que enriquece muito o tratamento. ” Caso família -
•
Mãe- M.A.F - Desempregada; sem profissão; recém separada do marido; sofreu muitos
maus tratos no casamento e os filhos presenciaram. Sem amigos, sem dinheiro, baixa
28
autoestima, sente muito medo, nervosa, irritada, não consegue dormir. Mudou para um
apartamento pequeno e não se adaptava, teve que mudar os filhos da escola particular para
pública; os filhos não aceitavam a nova situação; brigavam muito; chegou a apanhar do filho
mais velho (14 anos) - Num primeiro momento foram administradas essências florais para
acalmar e diminuir o estresse. Após 15 dias retornou à escola pedindo mais florais e dizendo
que já conseguia viver melhor dentro da nova casa, e já tentava diálogo com os filhos. Pensava
em fazer algum curso para ter uma profissão. Começou o curso de manicure, continuou
tomando os florais até o final do ano. Pouco tempo depois relatou que estava se sentindo mais
equilibrada, trabalhando e já fazia planos para o futuro. O relacionamento com os filhos estava
bem melhor.
•
Filho 1 - D.F.C. (12anos) – 6ª série - Vivendo a separação dos pais, estava confuso,
muito calado. Conflitos na escola com os colegas e muito desligado dos estudos. Após 4 meses
de uso das essências florais relatou que estava centrado e não tinha mais conflitos com os
colegas. –
•
Filho 2 - R.F.C (14anos)– 7ª série - Agressivo tanto com os colegas, quanto com a mãe
(chegando ao ponto de espancá-la), irritado, revoltado com a separação dos pais, culpava a mãe.
Desatento na aula: não conseguia se concentrar. Tomou as essências florais até o final do ano,
ficou mais calmo e mais compreensivo com a mãe e o irmão.
Referencias bibliograficas:
Cerrado - Os Florais do Planalto Central para a harmonia do homem - Nadir Vilela - Nona Essencya
Ofício SVS/GABIN/ Nº 479/98) Brasil – Brasília, 23 de outubro de 1998
A Flora Nacional na Medicina Doméstica - A. Balbach; Ed. A Edificação do Ser.
As Essências Florais de Minas, Síntese para uma Medicina de Almas - Breno Marques da Silva,
Ednamara Vasconcelos e Marques; Ed.Luz Azul
As Plantas Mágicas (Botânica Oculta) - Paracelso; Ed. Hemus.
Cura Quantica - Dr. Deepack Chopra; Ed. Best Seller.
Medicina Vibracional - Richard Gerber; Ed. Cultrix.
Plantas que ajudam o homem - Dr. José Caribé e Dr. José Maria Campos - Ed. Cultrix/Pensamento
Plantas Medicinais Brasileiras - Conhecimentos Populares e Científicos - Edvard Rodrigues de
Almeida - Ed. Hemus
29
RESUMO DOS SIMPÓSIOS
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO MUNICÍPIO DE SANTOS
Maria Anunciação de Jesus Lourenço
A Terapia Comunitária Integrativa, no município de Santos, iniciou-se em 2006 com a capacitação de profissionais
a partir de investimento da Prefeitura Municipal e disponibilizado para diferentes secretarias e serviços
conveniados com o poder público. Neste primeiro momento foram capacitados cerca de 80 Terapeutas
Comunitários, que deram início às rodas em diversos locais da cidade: Unidades de Saúde: Básica, Saúde Mental,
Especialidades; Assistência Social: CRAS, CREAS, Centros Comunitários, Centro da Juventude, ONG’s. Naquele
momento inicial, o principal objetivo era oportunizar que a rede fosse sendo solidificada por meio de um
instrumento de inclusão, e que os profissionais envolvidos pudessem atuar em suas comunidades visando estreitar
os vínculos familiares e comunitários. Em 2009, ocorreu nova formação de mais 80 profissionais.
Atualmente, dentro da Prefeitura Municipal, apenas os profissionais ligados à Secretaria de Saúde realizam rodas
de TCI, pois em virtude do impedimento posto aos assistentes sociais pelo Conselho Federal de Serviço Social a
Prefeitura, por meio da Secretaria de Administração orientou a Secretaria de Assistência Social e limitar o uso
dessa ferramenta pelos profissionais assistentes sociais.
A Terapia Comunitária Integrativa apresenta uma nova maneira das pessoas olharem para si mesmas, valorizarem
as suas competências, resgatando a sua autoestima e o seu projeto de vida. A valorização da experiência pessoal de
cada um é posta no centro desta caminhada de recuperação da identidade humana.
A Terapia Comunitária Integrativa enquanto ferramenta, por si só traz em seu bojo a inclusão social, o estímulo ao
protagonismo de modo contundente e ao mesmo tempo suave. As políticas públicas cidadãs e inclusivas
perseguem esses objetivos, contudo, a vontade política do gestor de cada área sempre pode, ou não, garantir a
realização das rodas e o desenvolvimento desse instrumento técnico.
O investimento na manutenção, no formato de intervisões frequentes, se apresenta hoje como sendo fundamental,
uma vez que os próprios terapeutas necessitam de estímulo para seguirem atuando, precisam de cuidados.
A Secretaria de Saúde vem investindo na consolidação do SUS, planejando suas ações a partir da realidade do
município, buscando a humanização e a participação da comunidade, ampliando a linha de cuidado e prevenção
dos agravos à saúde coletiva.
DEPOIMENTOS OBTIDOS NAS RODAS REALIZADAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DE SANTOS.
O IMPACTO DA FORMAÇÃO DA TCI PARA OS PROFISSSIONAIS
30
 “Me tornei mais acolhedora, com melhores condições para abraçar, beijar, sem medo de deixar de
ser profissional. Adquiri maior amplitude do sofrimento humano.... melhorei minha autoconfiança,
na minha capacidade de me relacionar, acolher e atender as necessidades dos pacientes.” R.V. S.
 “A filosofia da TCI reafirmou minha forma de trabalhar com grupos, na perspectiva do acolhimento, da
partilha da dor e da beleza da vida.” F.A.M.
 “Motivação numa perspectiva de trabalho humanizado, um olhar ampliado para o indivíduo. Me vejo
mais tolerante, procurando compreender melhor minha relação com os outros.”R. S. O.
O IMPACTO DA TCI NAS UNIDADES DE SAÚDE
 “Melhora no relacionamento entre os funcionários.” D.S.M.
 “Início de quebra de preconceitos, que antes eram bem visíveis.” C.A.A.
 “Está havendo um maior reconhecimento da TCI na unidade, aumentando o número de
encaminhamentos”. F.A.M
 “Alguns profissionais tem ampliado a capacidade para ouvir o paciente.” R.V.S
O IMPACTO DA TCI PARA OS USUÁRIOS
 “Este grupo proporciona um alívio das tensões.”
 “Com a fala dos colegas da TCI, pude tomar certas decisões na minha vida.”
 “A gente pode falar sem medo porque somos acolhidos neste grupo.”
 “Gosto da TCI porque tenho a oportunidade de me expor e de ser ouvido sem cobrança.”
 “Na TCI, tem dia que eu ensino e tem dia que eu aprendo.”
DESAFIOS PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TCI NO SUS
 Mobilização mais efetiva da população – busca de novas estratégias
 Sensibilização das Equipes (mudança de paradigma – integralidade do olhar na saúde)
 Motivação permanente dos terapeutas
 Inserção da TCI na lógica de “produção/financiamento do SUS”
 Sistematização dos dados para subsidiar o planejamento das ações nos territórios
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Criar vínculos entre pessoas de culturas diferentes: A Terapia Comunitária Integrativa superando o
diferencial cultural entre a França e outros povos
Dra Nicole Hugon
Resumo
Alguns valores são fundamentais para a cultura francesa como a laicidade e o sentido da universalidade. Estes
valores nasceram nas lutas do povo francês pela liberdade, igualdade e fraternidade e contra a influência da
Igreja. Por exemplo, em locais públicos as pessoas ficam chocadas quando alguém usa símbolos muito
visíveis de sua religião. Estes valores, tão profundos na nossa cultura tem lados positivos e negativos, um
deles é a baixa tolerância com as diferenças culturais. Nosso modelo propõe a integração na comunidade
nacional, através da Escola da República, cada cidadão usufruindo os mesmos direitos consagrados na
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Porém, este modelo, nesta época de globalização, gera
muitos problemas, sobretudo pela migração de muitas pessoas de diferentes origem, cujos valores são muito
diversos, especialmente aqueles relacionados aos símbolos religiosos usados em espaços públicos. Algumas
pessoas rejeitam esses sinais explícitos da cultura dos outros povos e sentem como se fosse uma forma de
“colonização”, ameaçando destruir nossa cultura e gerando sentimentos de medo e raiva que alimentam os
partidos extremistas. Por outro lado, as pessoas de origem estrangeira se consideram excluídas da cidadania
francesa, por causa das desigualdades sociais e da pressão para adotar os valores locais e esquecer os seus.
Este conflito cultural em um contexto de crise econômica está fragmentando a nossa sociedade. A Terapia
Comunitária Integrativa (TCI) nos oferece um espaço de diálogo, onde as pessoas de qualquer origem ou
cultura, podem encontrar o outro em sua humanidade independente das diferenças. Nestes espaços de fala e
escuta, podemos criar novos vínculos, onde cada um pode oferecer aos demais seus tesouros culturais: é um
espaço de miscigenação pacífica. Através de algumas experiências, vamos apresentar nossa reflexão sobre o
importante papel da TCI em nosso país e as dificuldades no desenvolvimento dessa metodologia.
32
OFICINAS
Vivenciando os 6 pilares da auto estima e integrando corpo e mente
JOSEFA EMÍLIA LOPES RUIZ
MORGANA MÚRCIA ORTEGA
TAÍSA BORGES DE SOUZA.
Identificação: “A autoestima é uma necessidade humana”( Nathaniel Branden). Essa modalidade de
trabalho, em grupo, permite troca de experiências e crescimento individual e grupal. Quando um
indivíduo está consciente de suas potencialidades, assim como de suas limitações estará mais
próximo de sua essência. Conseqüentemente, é possível ser mais assertivo, desenvolver trabalhos
em equipe que favoreçam a complementaridade de esforços e ações no sentido da unidade dos
trabalhos em grupo.
Objetivos: Favorecer o resgate da auto-estima e da qualidade emocional dos participantes, por
meio de reflexões teóricas e vivenciais sobre os seis pilares da Autoestima, segundo Nathaniel
Branden, buscando uma conexão com a história de vida dos participantes; identificar
habilidades, capacidades e potencialidades que precisam ser trabalhados e/ou desenvolvidos;
favorecer sentimentos de confiança, motivação, persistência e ajuda na identificação e superação
de fragilidades, com vistas a atuação prática dos terapeutas comunitários.
Desenvolvimento: Serão utilizadas técnicas de dinâmicas de grupo para sensibilização e
aquecimento do grupo e preparo dos conceitos relacionados a auto-estima e seus 6 pilares. Em
seguida serão montados pequenos grupos de trabalho que deverão discutir os diversos pilares da
auto-estima, fazer associações do tema com sua história de vida para socializar ao grupo e
depois fazer apresentação da síntese da discussão ao grande grupo. Deverão também elaborar
“decretos” de cada um dos pilares como prática incorporativa de um novo processo de mudança.
No final os participantes serão conduzidos a uma vivência corporal seguida de relaxamento para
integrar corpo e mente.
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CONFECÇÃO DE TRABALHOS E PINTURA EM GESSO – O cuidado na ressignificação da
vida diante da doença e adversidades
JEAN CRISTOPHER SANCHES
Cada indivíduo tem um processo de criação particular e as diferenças são sempre respeitadas, portanto
através desta oficina terapêutica, estimularemos de forma singular nossas habilidades e criatividade h a
oficina de Pintura e Modelagem em Gesso, pois ela não visa somente a estética das produções, mas a
recuperação da possibilidade de cada um criar livremente para, através dos símbolos que vão surgindo pouco
a pouco, mapear suas limitações, relaxar e ativar seus núcleos sadios, fortalecendo assim o seu processo de
individuação, ou seja, a apropriação de si mesmo e coletivo. Ao trabalhar a forma plástica externa, vão se
elaborando e polindo as formas internas, num diálogo pessoal que leva aos poucos a uma ampliação de
consciência e mudança de atitudes, e neste processo durante a oficina surge uma fonte de observação
produtiva para a promoção, preservação e recuperação da criatividade outrora perdida. Na pintura, como
técnica utilizada no Gesso, será permitida exercitar novas maneiras de olhar a nos mesmos e a tudo o que nos
rodeia. É um dos caminhos mais interessantes para organizar e transformar sentimentos.
Materiais necessários (e ambiente): Água potável: deve ser sempre limpa. Bacia de plástico: deve ser de
plástico ou borracha, para facilitar a sua limpeza.
Batedor: poderá ser uma colher, garfo, espátula (qualquer tipo de misturador de metal).
Gesso em pó: deve ser o stucco (normal, usado na construção civil), de boa qualidade e recentemente
fabricado. As grandes lojas de materiais de construção são o melhor lugar para comprar pela alta rotatividade
de estoque.
Tinta para artesanato de varias cores; Pinceis e verniz.
Ambiente Sala arejada que tenha acesso a água corrente
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Musicoterapia, dinâmicas e brincadeiras.
Doralice Otaviano
Este Workshop visa através da musicoterapia, dinâmicas e brincadeiras restabelecer laços de rede de ajuda
humanitária e o aprendizado a conviver com as diferenças, sendo que nossa proposta é a de convidá-los a
conhecerem e vivenciarem a música, dinâmicas e brincadeiras associando-a ao movimento corporal, a voz e a
expressão, reconhecendo o corpo como instrumento sonoro- musical que se revela na comunicação humana.
A combinação da música e da fala na expressão única do canto transmite e eleva os sentimentos a um nível
que a palavra unicamente não pode atingir.
O homem ao cantar expressa por meio da música seus sentimentos e emoções e ao ouvir a música abre seus
canais de comunicação acessando seu potencial criativo e encontrando soluções para seus entraves.
A utilização da música com um olhar terapêutico em busca de qualidade de vida nos permite “ouvir” o
conteúdo dos sentimentos, das emoções e também digeri-los. Ao cantarmos e nos movimentarmos criamos
um movimento energético que pode ser partilhado auxiliando a respiração e diminuição de ansiedade.
Desenvolvimento
As oficinas serão ministradas por 2 psicólogos, as vivencias a serem realizadas terão como objetivos:
Resgatar a identidade cultural; Promover a Sensibilização e a escuta dos próprios sentimentos; Desenvolver a
liberdade de expressão, a espontaneidade e a capacidade lúdica, Promover a identificação e a empatia com os
outros; Desenvolver habilidades de interpretação e comunicação de ideias e sentimentos;
aceitação das
diferenças étnicas das pessoas que habitam o espaço.
Tempo: 2 horas - Espaço: sala onde ampla – Material: aparelho de som
Profissionais: Doralice Otaviano e Daniel Cortex Palacios
Doralice Otaviano – Psicóloga (FAPA- 2000) Especialista em Musicoterapia – (FPA-2004) Terapeuta
comunitária (INTERFACI 2006) Cuidando do Cuidador (MISC CEARÁ – UFC 2009) Especialista em
terapia de casal e família (UNIFESP2012) Doutora em terapia de família (CAIFCOM 2015) Cantora (A
Quatro Vozes)
Daniel Palacios - Psicólogo (UNIP), Especialização em Dependência Química (PROAD- UNIFESP),
Especialização em Musicoterapia (FMU), Instrutor de Capoeira (Academia de Capoeira São Bento Pequeno).
Thaisa Borges: Psicóloga do CENPE/UNESP/Araraquara, Especialista em Terapia de Família e Casais,
Consteladora Sistêmica, Analista em Psicossomática Sistêmica, Terapeuta Comunitária e de Autoestima.
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Jogo de Espelhos
Ana Maria Oliveira de Carvalho – Assistente Social, Terapeuta Comunitária
Maria Anunciação de Jesus Lourenço – Assistente Social, Terapeuta Comunitária
Maria del Pilar Ferrer Camara – Assistente Social, Terapeuta Comunitária
Material: De acordo com o número de inscritos (um espelho para cada dois inscritos), caixa de som
(reprodução de CD ou pen drive com a gravação especial), música especial para movimentação dos
participantes.
Ambiente: Preferencialmente ambiente fechado que tenha comunicação com área externa (viabiliza uma
percepção melhor de diferentes realidades).
Número máximo de participantes: Entendem as profissionais que aplicam esta dinâmica, que um número
maior que 50 pessoas podem estender o tempo de aplicação da oficina, pois a apreciação traz uma riqueza
grande ao grupo e encurtar o tempo de expressão empobrece a experiência. Partilhar é fundamental!
Tempo de duração da primeira etapa: Aproximadamente 6 minutos para cada componente da dupla, assim
sendo o tempo de aplicação desta etapa é de em média 20 minutos, considerando o tempo gasto para
organizar o grupo – quanto maior mais tempo – dar as instruções gerais e proceder a troca de papéis.
A segunda etapa (Apreciação dos participantes) deve durar no máximo uma hora.
Vale ressaltar que, durante a apreciação se deve permitir que o maior número de participantes possa
expressar as sensações vivenciadas. Em grupos grandes de 40 até 50 participantes pode-se solicitar que caso
alguma sensação vivenciada já tenha sido apresentada por um elemento do grupo, que os demais acresçam
apenas sentimentos novos, para que não ocorram muitas repetições.
Importante que dentre os aplicadores desta dinâmica, dois possam registar os pronunciamentos, para que
possam efetuar o editorial final.
Sugere-se assim que esta dinâmica possa ser aplicada por no mínimo três pessoas, a fim de garantir uma
qualidade na observação e no registro (pode ser interessante fotografar as etapas da dinâmica e do relatório)
Tempo total: 1h e 30minutos.
Aplicação:
A dinâmica possibilita uma visão bem particular e peculiar para cada pessoa. Traz a reflexão de como
enxergo realidades novas e do que é real e virtual.
O espelho oportuniza ver uma imagem refletida, que apesar de conhecida, nos é apresentada sob um novo
ponto de vista, que em geral nos passa despercebido. Superar medos, aprender a caminhar numa nova
realidade que parece ser totalmente virtual pode auxiliar a cada um a tentar compreender a visão do outro,
do entorno e perceber que nada é totalmente imutável.
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Vale lembrar que para as pessoas que sofrem de labirintite esta dinâmica deve ser desenvolvida por um
período menor, ou seja, apenas o tempo de uma canção de até 5 minutos (a primeira etapa), pois assim
diminui o risco de vertigem. Outra boa alternativa para aqueles que têm labirintite muito forte, é ofertarlhes caleidoscópios, possibilitando ao expectador muitas visões diferentes e também se encantar sem sair
do lugar!
Primeira etapa:
Formar um grande círculo de mãos dadas e fornecer ao grupo as instruções.
Pedir que formem duplas.
No primeiro momento um dará apoio ao que caminhar com o espelho, tomando cuidado para não conduzir,
apenas auxiliar para que o outro não tropece ou caia, mas sem interferir na escolha do caminho.
O que no primeiro momento tem o espelho nas mãos, deve apoiá-lo embaixo das narinas e ao iniciar a música
deve apenas olhar para o espelho tendo-o como referencial para se deslocar. Deve evitar tirar os olhos do
espelho, nem para os lados e nem para cima, para que possa realmente compreender a visão completamente
nova do ambiente, tanto o interno quanto o externo.
O comando deve dar ênfase ao que está vendo.
O que você está vendo? No primeiro momento o participante deve ouvir esta pergunta umas cinco vezes e
caminhar calmamente de um lado para o outro, procurando não conversar com o seu parceiro, apenas
sentindo, observando para compartilhar no momento posterior.
O apoiador, por sua vez, evita falar, perguntar, limita-se a apoiar gentilmente o outro na sua caminhada.
Nesta etapa é importante que o Facilitador conduza o grupo com doçura perguntando: Como vejo esta
realidade? É possível que esteja vendo isso mesmo? Em minha vida quantas vezes minha mente me enganou?
Quantas coisas que pensei ter visto, mais tarde me dei conta de que não era bem aquilo? Tenho sempre
certeza de que meu ponto de vista é o único certo? Tenho convicção de que somente eu sei o caminho pelo
qual as pessoas devem caminhar? Como as pessoas podem não ver tão claro quanto eu algumas coisas?
Após as duplas caminharem pelo ambiente interno, sem retirar os olhos do espelho devem se deslocar para o
ambiente externo, com cuidado, pois a sensação de sair do ambiente interno para o externo é de que a pessoa
está caindo, em queda livre, principalmente quando enxergam o céu, a sensação é de voar... (falar da
importância da confiança, de se recordar de quem é, de se lembrar do que já vira antes, ou seja, de que o
vácuo é apenas uma impressão, de que não vai cair!), da importância de acreditar em si e de confiar no apoio.
Perguntar como faz quando tem dúvidas, retrocede em seu parecer? Segue adiante? Tem foco no que acredita
conhecer?
No ambiente externo o Facilitador relembra - O que você está vendo agora?
 Todo o movimento deve ser feito preferencialmente em silêncio, porque em geral o grupo aprecia o
tom lúdico do Jogo e quer falar muito, rir.
Duas músicas tocam durante toda a caminhada (no ambiente interno e no externo).
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Ao finalizar as músicas pedimos que o grupo permaneça em silencio, que todos procurem guardar em
suas mentes os sentimentos e sensações, pois é antes de tudo uma experiência sensorial.
As duplas se abraçam agradecendo o apoio e passam então a trocar as posições, quem foi conduzido
passa a ser condutor e o outro passa a caminhar com o espelho.
Segunda Etapa:
Ao final da primeira etapa, depois que todos vivenciaram o caminhar com o espelho, ainda em
silencio devem sentar-se num círculo e aí sim, um por vez pode dizer o que viu, como se sentiu sendo
apoiado, o que pôde refletir sobre seus pontos de vista, o que mudou na sua percepção do espaço e de
si diante do cenário.
Como superou os medos? Como sentiu a experiência?
Muitos apontam que conseguem se ver andando pelas paredes (externas especialmente), mesmo
sabendo que isso não é possível.
Esta dinâmica oportuniza de forma lúdica que as pessoas vejam ângulos diferentes de ambientes
conhecidos e que nunca foram reconhecidos dessa forma. Vai além quando as pessoas percebem que
na vida devem ampliar a visão e que uma situação pode ser apreciada de ângulos diferentes. Permite
reconhecer o território e as nossas percepções de um modo completamente novo e inspirador.
No grupão, esta segunda etapa acolhe a partilha, onde todos podem relatar suas experiências
(inclusive aquelas que ficaram sentadas olhando os caleidoscópios – o Polo pode adquirir cinco
modelos distintos, assim, todos poderão ver cada um e relatar suas sensações).
Esta dinâmica foi vivenciada por *Adriana Bispo de Araujo, durante o Curso ‘Transformação de
Focalizadores em Jogos Cooperativos’. As Facilitadoras foram Magda Vila e Paula Falcão, durante o
2º Festival de Jogos Cooperativos, em Taubaté-SP, setembro de 2001. (*que a reproduziu nas
formações realizadas pelo Polo Roda Viva Santos).
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RESUMO DAS VIVÊNCIAS DO CUIDANDO DO CUIDADOR
1. Centramento do corpo e da mente:
Autora. Liliana Beccaro Marchetti
Polo Formador. TCendo.sp – ensino e desenvolvimento
O Centramento do corpo e da mente é uma vivencia que busca o equilíbrio pessoal. Tem como objetivo
conhecer e desbloquear os pontos energéticos do corpo humano por onde circula a energia vital. Usando o
recurso das cores, que vão do vermelho, para o laranja, passa pelo amarelo, então o
verde,
daí o azul-claro e o azul-escuro até o lilás, como se
fossem
um arco-íris e aproveitando os seus simbolismos
podemos desenvolver e criar novas possibilidades
para a
integração pessoal. Adicionando a medicina
chinesa, o corpo humano tem 7 pontos de energia
que,
quando estão bloqueados, acometem as pessoas de
problemas de saúde, tais como dores de cabeça,
depressão, gastrite, cansaço. Então, esta vivencia
proporciona uma oportunidade de conseguir o
equilíbrio e se entender um pouco melhor e
amadurecer.
&&&&&&&&&&&&&&
2. “A Comunidade cuidando de si mesma” Massagem
Comunitária
Cecília Ayres de Carvalho
Após alguns minutos de trabalho corporal (alongamento, movimento das articulações e abraços), os
participantes têm a oportunidade de cuidarem do outro e serem cuidados através do toque. Receber e
dar apoio e cuidado, promover a diminuição das tensões corporais, relaxar. Essa é uma condição
para que possamos ter momentos de interiorização e encontro conosco mesmos.
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TRABALHO PRÁTICO DE REEDUCAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
INSTITUIÇÃO POLO CUIDAR - SE São Luís
ANA MARIA GOMES SOARES
PERLUCY DOS SANTOS
INTRODUÇÃO Os órgãos dos sentidos são grandes responsáveis pelas diferentes sensações que
experimentamos. Graças a eles podemos enxergar, ouvir, sentir o gosto e o cheiro das coisas, tocar e
sentir objetos. COMO TAMBÉM PERCEBER SE UM AMBIENTE ESTÁ AGRADAVEL OU NÃO,
SE POSSUI SONS IRRITANTES, SE O CHEIRO É GOSTOSO, SE O SABOR DOS ALIMENTOS É
BOM OU RUIM. Varias ALTERAÇÕES quer físicas ou mentais (da nossa historia de vida) podem
alterar o nosso ver, sentir, perceber, experimentar e expressar. Podemos dar o novo sentido as nossas
historias de vidas se reducarmos os nossos órgãos sensoriais.
OBJETIVOS favorecer o aprendizado de vivências para mudanças das alterações sensoriais.
MÉTODO
- Solicitar ao grupo caminhar tranquila e livremente pela sala, em silêncio, sentindo o seu corpo, procurando
perceber com clareza o que vê, escuta, cheira, procurando não esbarrar outros.
- Ainda em silêncio, o participante deve indagar a si mesmo sobre o que vê ou percebe externamente, E sobre
o que sente diante de tudo isso, Depois, deve focalizar sua consciência no que esses estímulos despertam em
seu corpo, se é prazeroso ou não.
- Pare em frente a uma pessoa, ainda em silencio. Permita-se vê-la, senti-la; permitir-se ser visto, ser olhado,
ser percebido. Sem tirar seu olhar no olhar, no ver do outro, pergunte a si mesmo sobre o que está sentido
diante de tudo isso.
Feche seus olhos por alguns segundos, baixe a cabeça, e olhe dentro de si Dê-se conta de suas sensações
internas, avalie suas percepções.
- Repita a experiência com outro parceiro e, em seguida, com um terceiro.
Após avaliar suas percepções, sensações e impulsos de ação ou expressão, pergunte a si mesmo sobre o que
deseja agir ou expressar.
- Repita a mesma experiência com outro parceiro, e depois com outro.
ANA MARIA GOMES SOARES Polo Cuidar se de São Luís
[email protected]
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RESUMO DOS TRABALHOS SELECIONADOS PARA A CATEGORIA DE
COMUNICAÇOES ORAIS
A TCI na promoção da Inclusao Social
CURSO DE FORMAÇÃO EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA DE CUIABÁ– MT: A
EXPERIÊNCIA LOCAL
Maria Aparecida Correia Milhomem
Rosa Lucia Rocha Ribeiro
Introdução: Em 2008 foi realizado o 1º curso de formação em Terapia Comunitária Integrativa (TCI) em
Mato Grosso. As rodas de TCI ocorriam com maior frequência na Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), através de projeto de extensão da Faculdade de Enfermagem coordenado por docentes e terapeutas
comunitárias (TCI). As rodas de TCI na UFMT despertou a necessidade de formação de mais terapeutas
comunitários.
Objetivo: Relatar a experiência do processo de formação da 1ª turma de TCI em Cuiabá-MT.
Metodologia: Relato de experiência.
Resultados: O I Curso de Formação em TCI de Cuiabá foi iniciado em novembro de 2014 com o módulo
presencial de 100 horas, das 240 horas totais do curso. A condução foi de 3 docentes da Universidade Federal
da Paraíba, com o apoio de duas docentes da UFMT. O término está previsto após intervisões trimestrais e
realização de 30 Rodas por TCI. 28 pessoas participaram do curso: 3 docentes da UFMT, 1 docente da
Universidade Estadual de Mato Grosso, 2 profissionais técnicas da UFMT, 12 estudantes de graduação
(Psicologia, Enfermagem e Música), 1 estudante de pós-graduação, 6 profissionais da rede de saúde mental, 1
técnico da saúde do município de Peixoto de Azevedo, 1 técnica do Hospital Universitário. Os TCI em
formação estão executando rodas de TCI em vários locais, tais como: comunidades terapêuticas de Cuiabá e
de Barra do Garças, campus da UFMT de Cuiabá e do Araguaia, supermercados, Sindicato dos Trabalhadores
da UFMT, igrejas, Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, Unidades de Saúde da Família de Cuiabá e em
Chapada dos Guimarães, Centros de Atenção Psicossocial, Hospital Universitário Júlio Muller, Casa do
Estudante Universitário, Casa de Saúde Indígena, escolas, creches e Horto Florestal Municipal. Todas as
rodas de TCI estão sendo registradas pelos terapeutas comunitários em formação em formulário próprio.
Discussão: Destaca-se o Horto Florestal de Cuiabá, onde se localiza a unidade do Programa de Práticas
Integrativas e Complementares em Saúde (/PICS), que tem a frequência das Rodas semanalmente. Os relatos
dos terapeutas em formação, bem como das pessoas que participam das rodas têm sido muito estimulantes e
têm demonstrado os benefícios trazidos pelo curso de TCI. Esta roda já se constitui como uma das principais
atividades do PICS, induzindo à ampliação dos atendimentos em homeopatia e fitoterapia. Muitos
participantes relatam continuar frequentando assiduamente e trazendo outras pessoas, por sentirem-se
acolhidas e melhoras no estado de saúde, principalmente a saúde mental.
Considerações Finais: Este curso promoveu uma onda de ampliação das possibilidades na rede de atenção à
saúde no município. Considerando os benefícios da TCI, julga-se importante a continuidade de formação de
mais terapeutas comunitários, bem como futuramente a instalação de um polo formador local.
Palavras Chave: Terapia Comunitária Integrativa, Redes de Atenção à Saúde, Práticas Integrativas em Saúde.
41
A IMPLEMENTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR NO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS-BH): AMPLIANDO REDES SOLIDÁRIAS PARA A PROMOÇÃO
DA SAÚDE
MIRIAN ALCÂNTARA
MARTA CRUZ
MARIA CARMEM DE CARVALHO MELO
Introdução
Implementar a Terapia Comunitária Integrativa no Sistema Único de Saúde (SUS-Belo Horizonte).
Objetivos: Implementar na rede SUS a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) como estratégia que
desenvolve o protagonismo dos sujeitos para encontrar caminhos de promoção da sua saúde. A TCI propõe
reforçar a rede de apoio e socialização, criar espaços de inclusão e valorização da diversidade resgatando a
herança cultural e a história pessoal do sujeito, valorizando as experiências de vida para busca de alternativas
na construção da cidadania social. Metodologia: Promover mudanças fundamentadas em três atitudes básicas:
acolhimento respeitoso; formação de vínculos e empoderamento das pessoas. Segundo Ministério da SaúdeMS, 2007, a TCI se insere na saúde em diferentes classes sociais, profissões e raças, englobando agentes
comunitários de saúde, profissionais da Estratégia de Saúde da Família, com ação conjunta e complementar.
À partir das competências das comunidades, enfatiza a necessidade da busca de ressignificação para vida e
fortalecimento das redes sociais. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) prevê subsidiar os profissionais
para lidar com os sofrimentos e demandas psicossociais, para melhorar este nível de atenção conforme o MS,
2007. Planeja capacitar mais 50 profissionais e preparar-se para o credenciamento como Polo Formador em
TCI junto a Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa para ampliação de atuação. Resultados:
Em 2008, SMSA de Belo Horizonte, realizou o Curso de formação em TCI para 41 trabalhadores. Em 2010,
criou a coordenação de TCI. Em 2013 construiu projeto para nova formação de terapeutas. Em 2014
construiu Plano de Ação Estratégico utilizando critérios de estratificação de risco de adoecer e morrer da
população por meio de estudo do Índice de Vulnerabilidade de Saúde alinhados aos registros de violência
para a implementação da prática. Discussão: A SMSA tem qualificado os profissionais, a partir de uma visão
sistêmica que permite lidar com demandas psicossociais, ampliando sua atuação na comunidade e
impactando positivamente na saúde da população. Apresenta intervenções por meio da distribuição
propositiva de terapeutas comunitários na rede para o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde.
Conclusão: Acredita se que a aplicação da TCI no território pode ser considerada um grande valor estratégico
de gestão, bem como, de impacto positivo na saúde da população, pois, tem sido utilizada como uma das
estratégias de reorientação dos serviços sendo que contribui para a mudança do paradigma centrado na
doença; valoriza os determinantes sociais da saúde; o envolvimento multiprofissional e intersetorial; a
inclusão social; o fortalecimento da cidadania.
Palavras chaves: atenção á saúde, qualificação profissional, gestão da prática.
42
ESPAÇO GENTE-TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA
GISELAINE MARIA ERMEL HERREIRA
MARA BEATRIZ DE OLIVEIRA EGGERT
ELENIZE DALLA SANTA WEBER
MARTA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
O município de campo Bom situa-se no vale dos sinos e fica cerca de 50 km de Porto Alegre, se destaca pela
ciclovia, festas populares e pelo povo alegre e trabalhador. É uma cidade inovadora e diferenciada que
acredita em sua comunidade. Diferentes manifestações culturais refletem a influencia de diversas etnias que
povoaram esta região principalmente a germânica. A Terapia comunitária integrativa tem se mostrado um
excelente recurso para lidar com o sofrimento decorrente da exclusão social, pobreza e violência que atingem
comunidades inteiras em nosso país. É um procedimento terapêutico de fácil acesso e viável para grandes
grupos. Devido as pessoas estarem interiorizadas com seus problemas, muitas vezes adoecendo devido a sua
solidão e não tendo com quem conversar. Isto nos fez pensar em criar espaços onde as pessoas pudessem
colocar oque lhes faz perder o sono causando úlceras gástricas por calarem-se na sua dor. Surge então o
Espaço Gente onde as pessoas através da Terapia comunitária integrativa são acolhidas calorosamente e
partilham suas histórias de vida e experiências e onde cada indivíduo é doutor de sua dor. Tem como objetivo
criar um espaço saudável onde as pessoas buscam soluções e superações dentro da sua comunidade. Reforçar
a autoestima individual e coletiva das pessoas, acreditar que cada indivíduo é capaz de tornar-se mais
autônomo e menos dependente e de evoluir como pessoa, valorizar o papel da família e da rede de relações de
que participa e convive. Atingir toda a comunidade Campobonense, sensibilizar os profissionais de saúde da
rede publica para construir nossa rede de apoio. A terapia comunitária integrativa pode ser realizada nos
lugares em que as pessoas vivem ou frequentam no seu cotidiano, como: praças parques, locais fechados. O
publico alvo são pessoas de diferentes níveis socioeconômicos e culturais e de diferentes faixas etárias.
Temos desde adolescentes até pessoas idosas, população de distintos contextos éticos. Conclusão: Desde
outubro de 2014 a Terapia Comunitária Integrativa está sendo desenvolvida, já podemos sentir as mudanças
de comportamento a medida que as pessoas trocam suas experiências. Vemos gradativamente o crescimento
das mesmas e também como terapeutas comunitários estamos crescendo a medida que as rodas de conversas
acontecem. Temos como resultado o envolvimento da comunidade e o empoderamento das pessoas
resolvendo seus conflitos na própria comunidade, avaliamos como positivo pois é uma forma sem custos de
envolver as pessoas e a comunidade onde cada pessoa é o doutor da sua dor.
Palavra chave-espaço gente terapia
43
A TCI (TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA) COMO PRÁTICA INTEGRATIVA
COMPLEMENTAR EM SAÚDE PÚBLICA
EVA SOLANGE ROSA DE OLIVEIRA
KELLEN GUEDES CARDOSO,
DAFNE SCHÄFER,
PRISCILA BÜTEMBENDER
O presente trabalho se propõe a fazer uma leitura pormenorizada do percurso histórico que levou a
mudança de paradigmas no conceito de saúde, fundamentado nas Cartas de Promoção à Saúde do Ministério
da Saúde Ministério da Saúde (2002.56 p.: il. (Série B. Textos Básicos em Saúde) para que se tenha a
compreensão de como chegamos à política de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (portaria
nº971, de 3 de maio de 2006) e, através desta, a incorporação da Terapia Comunitária Integrativa como uma
ferramenta de saúde pública. Este evento proporcionou a disseminação da formação em TCI como estratégia
de Educação Permanente aos trabalhadores da Atenção Básica também nos municípios do RS, oportunizando
às autoras deste trabalho realizarem a formação e a experimentação desta estratégia no município de Maratá
(RS), cujo relato faremos após a fundamentação teórica.
Os fenômenos que escapavam a normalidade da cultura eram explicados conforme os discursos
dominantes da época, os quais estavam perpassados por leituras míticas, religiosas ou por conhecimentos
empíricos, do senso comum.
Mario Fleig, na apresentação do livro Psicanálise e Sintoma Social menciona: “Lacan, a partir do seu
conceito de discurso, tomado como estrutura constituinte do social e, por isso, determinante do sintoma,
inaugura uma forma própria de elaborar “uma patologia das comunidades culturais”.
A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde, realizada em Alma-Ata, URSS, de 6 a 12
de setembro de 1978 tornou-se um marco divisor sobre o conceito de saúde, pois reafirma enfaticamente que
a saúde é um direito humano fundamental e a mais importante meta social mundial, cuja consecução requer a
ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde.
No Brasil, o Sistema único de Saúde foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado
pela lei 8080/90(lei Orgânica da Saúde) e nº 8142/90 com a intenção de alterar modificar a situação de
desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer
cidadão. Propõe-se a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democratizando as informações
relevantes para que a população conheça seus direitos e riscos a sua saúde.
Pela necessidade de normatização das experiências existentes no SUS, o Ministério da saúde aprovou
a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNCIC) no SUS, contemplando as áreas de
homeopatia, Plantas medicinais e Fitoterapia, medicina tradicional Chinesa/Acupuntura, Medicina
Antropofásica e o Termalismo Social - Crenoterapia, promovendo a institucionalização destas práticas no
Sistema Único de Saúde.
Neste contexto a TCI inseriu-se no Sistema único de Saúde (SUS) desde o ano de 2008, como uma
prática integrativa de cuidado essencial da rede de atenção básica a saúde e vem se expandindo a cada dia nos
espaços comunitários de forma exitosa e inovadora.
44
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: INTERFACE SAÚDE/EDUCAÇÃO/ASSISTENCIA
SOCIAL
MARTA CRUZ
LUANDA MENEZES RODRIGUES
MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA FERNANDES.
INTRODUÇÃO: O ponto de partida foi a aproximação da saúde com a escola pública de ensino fundamental
por meio de reuniões com a equipe de saúde família de um Centro de Saúde de Belo Horizonte e Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS), Núcleo Intersetorial Regional (NIR). O NIR tem como objetivo
promover a intersetorialidade e a descentralização das ações de inclusão social; identificar e definir
estratégias para o acompanhamento das famílias beneficiárias dos Programas e Serviços Sociais do
Município, com prioridade para as famílias que descumprirem as condicionalidades do Programa Bolsa
Família, ou que se encontra em situação de vulnerabilidade e risco social; articular o trabalho em rede para
atendimento de famílias em alta vulnerabilidade. Assim, a TCI foi identificada como uma abordagem para as
demandas e necessidades trazidas nessas reuniões, articulando serviços da rede a fim de responder a este
contexto. OBJETIVO: Mostrar a terapia comunitária integrativa na interface saúde/educação/assistência
social na construção do trabalho em rede. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência baseado na
preparação das rodas de Terapia Comunitária Integrativa, desenvolvidas com alunos de uma Escola do
Município de Belo Horizonte; utilizou-se de reuniões com serviços da rede para articulação das rodas. Foram
3 anos de reuniões que delineou nas quatro últimas a terapia comunitária integrativas como abordagem para o
grupo alvo: crianças e adolescentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Construiu-se o projeto “Terapia
Comunitária Integrativa na Escola” com a inclusão da Associação Paroquial Arquidiocesana (ASPA). O
trabalho foi validado pelo grupo do NIR, Centro de Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP).
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A articulação a partir da saúde funcionou como instância transversal na
elaboração do projeto, buscando sua potencialização na qualificação do trabalho na rede de serviços,
pactuando-se coletivamente as necessidades e estratégias de atuação, os fluxos de integração, a ampliação de
ações de qualificação do trabalho e protegendo os profissionais do isolamento. Percebe-se uma rede mais
eficaz e objetiva, com cooresponsabilização dos pontos da rede, gestão participativa de casos e assistência na
perspectiva da clinica ampliada. REFERENCIAS: BARRETO AP. Terapia Comunitária Passo a Passo. 3ª
ed.Fortaleza:LCR;2008.
45
A TCI na construção de Vinculos Solidários
APLICAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E DAS DINÂMICAS DE RESGATE DA
AUTOESTIMA COMO FERRAMENTAS PARA SEMEAR A SOLIDARIEDADE E DESENVOLVER A
AUTONOMIA NA SOCIEDADE.
KARINE OLIVEIRA GOMES
Introdução:
Combater a diferença é um ato de dominação e de empobrecimento da humanidade. A Terapia Comunitária
Integrativa (TCI) e as dinâmicas de resgate da autoestima foram criadas para proporcionar um encontro do
indivíduo consigo e com os valores de sua cultura. O objetivo deste trabalho é discutir os fatores que
permeiam a aplicação da TCI e das dinâmicas de resgate da autoestima em diversos cenários. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, que abrange o período entre 2008 a 2015, sobre a realização de rodas de
TCI e dinâmicas de resgate da autoestima em múltiplos ambientes (serviços de saúde, espaços comunitários e
universidade) de Minas Gerais (Paula Cândido e Patos de Minas) e da Bahia (Vitória da Conquista). O
público-alvo variou entre profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), estudantes
(ensino básico e universitário) e professores. Resultados e Discussão: Há 11 anos me formei nutricionista,
atuei no SUS por 4 anos e optei, em seguida, pela área da educação. A maneira como os profissionais de
saúde tratavam os usuários sempre me incomodou, tanto que busquei estratégias para tentar mudar a
realidade em que estava inserida. Foi quando conheci a TCI e comecei a aplicá-la no âmbito do SUS. Embora
a experiência tenha rendido frutos, o resultado foi insuficiente para tornar o ambiente dos serviços de saúde
mais acolhedor e humanizado. Portanto, ingressei no ensino superior, esperando que a aplicação destas
ferramentas na formação de novos profissionais de saúde seria mais eficiente. Timidamente fui inserindo os
princípios da TCI nas aulas e atividades de pesquisa e extensão. Incentivei os estudantes a identificarem suas
características positivas e negativas, visando promover o autoconhecimento. Em paralelo, adotei uma postura
mais compreensiva e passei a exercer o reforço positivo com maior frequência. Não foi possível mensurar
quantitativamente o impacto deste trabalho, contudo, diversos efeitos positivos foram observados no
comportamento dos participantes. De forma geral, a oportunidade de partilhar o sofrimento em um ambiente
acolhedor propicia ao indivíduo a capacidade de expandir sua visão sobre os problemas e amplia as
habilidades para o enfrentamento. Ao mesmo tempo, a promoção do autoconhecimento influenciou
positivamente a convivência entre os participantes. Observou-se maior tolerância e alteridade entre os
indivíduos, expressas pela repreensão do julgamento precipitado e pelo respeito às diferenças de opiniões e
preferências de qualquer ordem. Vale ressaltar que o desconhecimento sobre a proposta e a influência de
ordem religiosa foram fatores dificultadores para a aplicação das técnicas. Conclusões: a promoção do
autoconhecimento proporcionada pela TCI e dinâmicas de resgate da autoestima são estratégias que
melhoram a convivência e podem ser usadas como ferramentas para semear a solidariedade e desenvolver a
autonomia na sociedade.
Palavras-chave: apoio social, acolhimento, resiliência.
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DINÂMICA VIVENCIAL: MASSAGEM COMUNITÁRIA DOS PÉS
MARIA GORETI DO NASCIMENTO ANDRADE
DELMA MARIA OLIVEIRA DIAS DELFINO
INÁCIO ANDRADE TORRES
Introdução:
As dinâmicas vivenciais do Curso Cuidando do Cuidador oferecem “a perspectiva de superação dos
bloqueios ligados à interiorização da incapacidade e da descrença de si mesmo” (BARRETO, A. de P.).
Inspirados nas Técnicas de Resgate da Autoestima na Comunidade e especialmente no ritual do lava-pés, cuja
dinâmica foi vivenciada em um Curso de Renascimento, realizado no Ceará, em 2010, decidimos criar uma
vivência de cuidado para os pés, que pudesse ser aplicada separadamente e/ou para antecipar o ritual do lavapés. Objetivo: apresentar uma Dinâmica Vivencial para o cuidado de si e do outro. Metodologia: para
elaborar o roteiro da vivência, foram seguidos todos os passos do Manual Cuidando do Cuidador, como:
título, objetivo, material, duração, número de participantes, procedimentos, roteiro da fala do terapeuta e
partilha. E, como referências: o roteiro do ritual do lava-pés, os Manuais do Curso Cuidando do Cuidador e o
de Decodificação da Linguagem Corporal, de autoria do Dr. Adalberto Barreto, além da experiência em
vivências de biodança, dos conhecimentos em dinâmicas de grupo e de uma técnica de aquecimento:
“caminhar com as partes dos pés”. Para realizar a vivência foram utilizados: o roteiro construído, o CD de
relaxamento (do Curso Cuidando do Cuidador), a música Intermissão de Coeur de Pirate, creme hidratante,
vendas, colchonetes, água, baldes, bacias e toalhas. Resultados: A Massagem Comunitária dos Pés, como
ficou assim denominada a vivência, foi aplicada em caráter experimental, antecipando o ritual do lava-pés,
em três encontros de cuidados e com alunos de TCI. Na partilha, avaliando-se a dinâmica, os participantes
afirmaram que o resultado foi muito bom e aprovou a aplicação, tanto para a massagem dos pés isoladamente,
como a junção das duas partes. Discussão: A vivência construída atende aos propósitos das técnicas de
resgate da autoestima que oferece “possibilitar à comunidade, cuidar de si própria, através do apoio dos
próprios comunitários para a promoção da vida e prevenção das tensões corporais”. Considerações finais: o
estudo realizado para a elaboração desta vivência procurou atender ao desafio lançado pelo Dr. Adalberto de
P. Barreto no Manual: Cuidando do Cuidador, quando fala que “não se trata, pois, de um conteúdo e técnicas
prontas, mas de uma obra aberta para reflexão e reconstrução”. Com esta proposta esperamos ter contribuído
para a construção de mais uma Técnica de Cuidado.
Palavras chave: Vivência; Cuidado; Pés.
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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA ESCOLA
LUANDA RODRIGUES
MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA FERNANDES
MARTA MARIA DA CRUZ
Introdução
Nas rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) que ocorreram no bairro Califórnia no período de 2007 a
2012 presenciamos o resgate cultural de uma comunidade sofrida, desacreditada de sua história, que luta e
começa a visualizar sua competência, percebendo que pode contar com o outro e ter o controle de sua vida.
Foi através desta experiência que se propôs iniciar as rodas de terapia na escola.
Objetivos
Contribuir para o enfrentamento da violência dentro da escola, com diversas frentes e parcerias: Centro de
Saúde, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e
Núcleo Intersetorial Regional (NIR). Aproximar a rede de serviços do município: educação, saúde e
assistência. Garantir um espaço dentro da escola para adolescentes discutirem “valores humanos”.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência baseado nas rodas de Terapia Comunitária Integrativa semanal,
desenvolvidas com alunos de uma Escola do Município de Belo Horizonte. Utilizou-se dinâmicas de grupo
para trabalhar a integração dos adolescentes. Foram 15 rodas semanais com 15 adolescentes de 10 a 13 anos
que fazem parte do NIR, frequentes na escola com baixo rendimento escolar, comportamento agressivo,
alguns em cumprimento de medida socioeducativa e estrutura familiar fragilizada (pais alcoólatras e/ou
usuários de drogas).
Resultados
Os temas mais apontados nas rodas foram: sexualidade, violência, perda de ente querido, bullying na escola,
abandono/rejeição, injustiça e preconceito. A partir disso emerge no grupo: protagonismo juvenil, motivação
para outros encontros, apropriação dos adolescentes de serviços ofertados pelas redes de apoio,
fortalecimento de vínculos, pactuação de paz na escola registrada em documento, melhoria das relações de
participantes das rodas com a comunidade escolar e qualificação da abordagem do educador ao aluno.
Apontada a necessidade de rodas com pais e educadores.
Conclusão
A experiência aponta para alternativas de enfrentamento da violência na escola, promover a cultura da paz na
escola e favorecer espaço privilegiado para reflexão dos valores humanos. As rodas realizadas foram
entendidas como uma alternativa para o enfrentamento das adversidades vividas pelas crianças/adolescentes
que encontraram nelas um espaço de acolhida. Espera-se que as crianças/adolescentes tenham nas rodas um
espaço para falarem de seus desafetos, dores e angustias e através da vivencia de cada um, aprenderem e
superarem problemas.
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RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM UM HORTO FLORESTAL MUNICIPAL:
IMPORTANTES CONEXÕES
MARIA APARECIDA CORREA MILHOMEM
Introdução:
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um procedimento terapêutico de caráter preventivo em saúde
mental, fomentador de cidadania e que permite a construção de redes solidárias. Esta foi desenvolvida pelo
psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto, docente de Medicina Social da Universidade Federal do Ceará,
reconhecido internacionalmente e divulgador da técnica por vários estados brasileiros, desde 1987. Esta foi
incorporada oficialmente pelo Ministério da Saúde em 2008 como estratégia de promoção da saúde e
prevenção do adoecimento, principalmente o mental. Em Mato Grosso aconteceu o 2º Curso de Formação em
TCI em Mato Grosso, onde eu fui participante. Desde então faço Rodas de TCI em vários locais, mas um em
especial merece destaque, o Horto Florestal Municipal, localizado no perímetro urbano, com a presença da
flora e fauna típica matogrossense. Acredita-se que o ambiente seja acolhedor por sua natureza exuberante e
convidativa à reflexão, condição importante para conexões e o desenvolvimento da TCI.
Objetivo: Relatar a experiência da realização de Rodas de TCI em um Horto Florestal.
Metodologia: trata-se de um relato de experiência.
Resultados: Atividade é realizada semanalmente desde novembro de 2014, pois esta passou a integrar o
Programa de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no município de Cuiabá-MT. Os
participantes das rodas são pessoas convidadas por terapeutas, encaminhadas de serviços de saúde, que foram
ao horto para realizar outro atendimento do PICS como a consulta homeopática, que viram reportagens na
mídia local sobre o serviço e/ou que estão em visita ao horto no momento da roda. O dia de realização das
Rodas são ensejadas ao cuidado da saúde mais ampliado, com possibilidade de realização de trilha na mata
com guia ambiental, visita ao viveiro de plantas medicinas, degustação de chás e doação de mudas de
diversas plantas. A formação de rede de apoio se dá no convívio e contato com pessoas de várias partes da
cidade e de experiências de vida de diferentes pessoas.
Conclusões: A realização de rodas de TCI em um horto florestal e dentro de um PICS converge para a
necessidade do homem interagir com seu ecossistema e construir vínculos solidários, pois outras práticas
complementares de saúde também amplia as possibilidades de cuidado. As possibilidades de consolidação da
TCI neste local é certa e promissora para a atenção integral à saúde no Sistema Único de Saúde. As conexões
possíveis são infinitas do ponto de vista biopsicossocial.
Palavras Chave: Terapia Comunitária Integrativa, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, Vínculo
solidário.
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COMUNIDADE E GASODUTOS: RESSIGNIFICANDO HISTÓRIAS DE VIDA ATRAVÉS DA TCI
KAREN ARAGAO
DANIELLE DANTAS
Introdução
A fim de uma melhor compreensão na complexa teia da dinâmica social comunitária, em consonância com a
atuação corresponsável, e ainda visando o desenvolvimento sustentável das comunidades, este projeto está
sendo desenvolvido na comunidade engenho Goiabeira, no município de Jaboatão dos Guararapes - PE, área
de influência direta do gasoduto Nordestão. Nesta comunidade constataram-se impactos relacionados às
atividades de transporte dutoviário que mudaram a dinâmica social desta localidade.
Objetivo: Minimizar os impactos negativos do transporte de gás natural e colaborar com o desenvolvimento
sustentável da comunidade local
Metodologia: Seis meses de Rodas semanais de Terapia Comunitária Integrativa (TCI).
Resultados
Diante das peculiaridades da TCI acreditamos que o presente projeto piloto contribuiu para minimização de
impactos negativos como medo, insegurança e violência decorrentes das atividades de transporte dutoviário;
para a integração entre empresa e comunidade; para um melhor conhecimento da dinâmica social da
comunidade e para configuração de impacto positivo das atividades de transporte dutoviário o que vem a ser
um salto qualitativo no tratamento de impactos socioambientais.
Discussão
A partir do momento que é iniciado a implantação de um empreendimento em uma determinada localidade,
inicia-se também um relacionamento entre as pessoas e a empresa. Sabe-se também que as relações e o
espaço são modificados com a chegada deste elemento novo que passa a ser parte efetiva desta realidade
comunitária.
Esta nova configuração social demanda a criação de um relacionamento pautado no reconhecimento da
necessária complementaridade, amorosidade e no cuidado com as pessoas, a partir da perspectiva que:
“cuidar é mais que um ato; é uma atitude, portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa
uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”
(BOFF).
Desta forma verificou-se como instrumento estruturante para a construção proposta a TCI.
Considerações Finais
A terapia comunitária integrativa tem a capacidade de ser o elo entre empresa e pessoas [pessoas e pessoas].
Ou seja, buscamos com isso integrar, fazendo entender que somos a empresa da comunidade (“comumunidade”), ao mesmo tempo em que rompe com a ideia de separatividade existente entre as mesmas.
Isto quer dizer integração, ser parte de, estar em igualdade e diversidade. O contrário disso impõe barreiras,
gera conflitos, distanciamento e desigualdade. Esta ideia de reconhecimento pode ser alcançada a partir da
construção de terra fértil para o desenvolvimento humano, base sólida para o desenvolvimento local o qual
envolve empresa e comunidade em uma relação circular, de construção do conhecimento coletivo,
reconhecedora das potencialidades e desafios de ambas as partes.
Palavras Chave: Impacto, Social.
Referências
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária: passo a passo. 4º edição revista e ampliada, fortaleza:
Gráfica LCR, 2008.
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RESILIÊNCIA E EMPODERAMENTO PESSOAL: UM ESTUDO DE CASO EM TERAPIA
COMUNITÁRIA INTEGRATIVA
RAQUEL VIANA DE AVELAR
INTRODUÇÃO:
O presente estudo de caso trata da participação nas rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) de um
cidadão de 50 anos, filho adotivo, diabético, depressivo, cuidador da mãe de 94 anos. Por sua vez, viúva,
confinada no domicílio, em tratamento por hipertensão, diabetes, síndrome do pânico e depressão, assistida
pelo projeto “Maior cuidado”. Há relatos de que na infância e juventude era torturado e dominado pela mãe.
Sua vida se desenvolveu em função dela. Trabalhou como vigilante e interrompeu há cinco anos para cuidar
de sua mãe e não se casou. OBJETIVO: descrever a experiência exitosa de empoderamento por meio da TCI.
METODOLOGIA: Realizou-se estudo de caso sobre a terapia comunitária integrativa e o empoderamento
pessoal, com descrição da experiência de modo a definir os principais obstáculos de enfrentamento da
situação e os elementos de empoderamento adotado pelo cidadão. Iniciou sua participação quinzenal nas
rodas de TCI em 2013 relatando que “devia sua vida e os seus cuidados a mãe que o adotara”, mas naquela
ocasião “seu maior desejo era se matar”. Participou das rodas de TCI durante aproximadamente oito meses,
por duas vezes neste período teve seu tema escolhido nas rodas. RESULTADO E DISCUSSÃO: quanto ao
enfretamento da situação, nas visitas domiciliares percebeu-se mudança em seu comportamento como, por
exemplo, passou a fazer algumas escolhas; em alguns momentos, permite ser ajudado no cuidado com a mãe.
Quanto aos elementos de empoderamento/resiliência, observa-se que há cuidado com a casa, ele se apresenta
com aparência pessoal melhor cuidada: cabelo aparado, barba feita e passou a tomar banho. Em seu discurso
informal dizia compreender que poderia cuidar da mãe, mas não se esquecer, só agora aos 50 anos é que
percebeu ser possível cuidar-se e amar-se, reconhecendo seu próprio valor. Assim, segundo VYGOTSKY
(2001) nenhuma forma de comportamento é tão forte quanto aquela ligada a uma emoção. Por isso, se
quisermos suscitar no outro as formas de comportamento de que se necessita ter, devemos sempre de nos
preocupar como que essas reações deixam vestígios emocionais no decorrer da vida. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: Ao final das rodas o participante conseguiu perceber que seu problema era legitimo. Contudo,
entendeu que necessitava cuidar de si. Após dois anos de participação nas rodas e em acompanhamento
domiciliar pelo Agente Comunitário de Saúde, sabe-se que mantém a conquista de um estado saudável de
convivência com a mãe, cuidado consigo mesmo, porém ainda há outras conquistas necessárias para melhorar
seu bem estar biopsicossocial que superam os cuidados básicos com o corpo e o ambiente, como por exemplo
avançar no cuidado para a condição crônica em saúde mental e diabetes. REFERÊNCIAS: VYGOTSKY, LS.
Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001. BARRETO A. Terapia comunitária passo a passo.
3ed. Fortaleza: LCR; 2008.
51
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA UM INSTRUMENTO HUMANIZADOR NO CENTRO
DE SAÚDE ALTO VERA CRUZ
IVANIL MENDES MARTINS
INTRODUÇÃO: O Bairro Alto Vera Cruz, região Leste de Belo Horizonte, é considerado área de risco muito
elevado de vulnerabilidade social. O bairro é assistido por um Centro de Saúde, com cinco equipes de saúde
da Família (ESF); a rede local conta com vários parceiros. O território é de risco elevado por causa dos
condicionantes sociais, violência urbana, e conflitos com trafico de drogas. A Terapia Comunitária
Integrativa no modelo coparticipativo, se apoia na competência das pessoas, sendo que cada pessoa é
chamada a participar falando de sua experiência, a escuta é centrada no sujeito. Humanização pode ser
compreendida como o desenvolvimento de habilidades, para realizar atividades, para preservar a saúde e a
integridade humana, ou seja, sobreviver. OBJETIVOS Reforçar a autoestima individual e coletiva;
redescobrir e reforçar a confiança em cada individuo, diante de sua capacidade de evoluir e de se desenvolver
como pessoa. METODOLOGIA: As rodas de terapia foram realizadas com grupos setoriais, sendo
programadas no colegiado gestor local. A metodologia foi apresentada para a comunidade no Conselho Local
de Saúde, que considerou de fundamental importância para a comunidade. Os agentes de saúde participaram
em segundo momento, onde foi possível também romper as diferenças do grupo. Outros grupos envolvidos:
tabagismo do NASF (Núcleo de apoio de Saúde da família), grupos operativo das equipes de Hipertensos e
diabéticos, e de mulheres da saúde mental. As rodas foram registradas nos sistema de gestão do Município, o
trabalho teve inicio em 2011. RESULTADO: O impacto da TCI apresentou resultados diferentes para cada
grupo, mas no coletivo, melhorou a satisfação dos trabalhadores e o relacionamento da comunidade com a
unidade, foi evidenciado a mudança do paradigma dos sujeitos, saindo da posição de paciente, assumindo se
usuário, com autonomia de participação no processo saúde- doença. O centro de saúde passou a fazer
acolhimento centrado no sujeito. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A terapia pode ser reconhecida como um
instrumento de humanização, uma vez que fortalece os princípios do SUS, e rompe as barreiras das
diferenças sociais, diminuindo as desigualdades.
Palavra chave: Terapia Comunitária Integrativa, humanização, grupo,
52
OS GIROS DA RODA: RELATOS APRECIATIVOS DE PARTICIPANTES DA TERAPIA
COMUNITÁRIA INTEGRATIVA DO INSTITUTO NOOS QUE INSTITUÍRAM ENCONTROS PÓSRODA, CONSEQUÊNCIA DA INTEGRAÇÃO SOCIAL QUE AS RODAS PROPICIAM.
IANE FRANCO
CINTIA RANGEL
JULIANA CAETANO
SANDRA MARA LOPES
MARIA BEATRIZ COSTAMILAN
ANA AMELIA MARQUES
Este trabalho tem como objetivo registrar os diversos olhares dos participantes das rodas de terapia
comunitária integrativa do Instituto Noos, que vem sendo realizadas desde 2008 em Botafogo (Zona Sul do
Rio de Janeiro), sobre as respectivas experiências.
Os relatos apresentados foram colhidos numa reunião informal com participantes da roda de Terapia
Comunitária Integrativa (TCI), que passaram a realizar, semanalmente, encontros após as rodas, às quartasfeiras, no melhor estilo carioca: sentados à mesa de um barzinho em uma esquina próxima ao Instituto Noos.
Neste encontro, os participantes refletem sobre a TCI, em um formato bem carioca, demonstrando o
cumprimento de importantes objetivos da TCI: a formação de rede e o fortalecimento dos vínculos solidários.
Neste trabalho, adotamos uma metodologia qualitativa na realização e análise das entrevistas semi–
estruturadas, captadas em vídeo, com seis (6) participantes da roda pós-roda da TCI do Instituto NOOS, são
eles: Theo, Lucilia, Alexandre, Gloria, Sergio e Jorge.
Nossa ideia foi fazer uma colagem de relatos, tendo como base as mesmas perguntas feitas para cada
participante. Essas perguntas foram apresentadas em formatos de cartelas, que nos permitiu conduzir e
costurar os depoimentos no vídeo. Nem todos os relatos de todas as perguntas foram incluídos, fizemos uma
seleção das respostas mais interessantes, com o objetivo de evitar repetições e usar a multiplicidade de
respostas para extrair a melhor riqueza de visões complementares possível.
A participação nas rodas de TCI é um processo no qual cada membro traz consigo as próprias experiências
que são compartilhadas com os demais membros, proporcionando assim uma enriquecedora troca de
vivências e criação e fortalecimento de redes.
Nestes giros da roda, frutos da integração social que as rodas propiciam, apelidados de pós-roda pelos
participantes, (assim como são chamados de pós-praia, os diversos programas sociais no Rio), pudemos
constatar a formação de vínculos solidários de cunhos sociais, assistenciais e afetivos como mostraremos no
decorrer deste trabalho.
53
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTOS
BIOPSICOSSOCIAIS.
MARIA INES SANTOS MELLO
CIOMARA REGINA MARCONDES DOMINGUES ALVES
INTRODUÇÃO
Este artigo buscou investigar a TCI, como ferramenta no auxílio do desenvolvimento de estratégias de
enfrentamento dos problemas biopsicossociais, auxiliando a Atenção Básica à implantação dos pressupostos
das diretrizes de humanização do SUS como: resolutividade, equidade, acesso, autonomia, solidariedade e
cidadania.
OBJETIVOS - A valorização da TCI fez renascer uma medicina mais humanizada, respeitando a diversidade
cultural dos múltiplos contextos da população, as diversidades territoriais, a miscigenação étnica e social.
METODOLOGIA - A revisão integrativa, por se tratar de estudo com coleta de dados a partir de
levantamento bibliográfico, proporciona conhecimentos significativos para a realização deste artigo. Os
artigos utilizados, em sua maioria, propuseram seus conteúdos baseados em pesquisa qualitativa, através de
material empírico, utilizando como ferramentas, entrevistas semiestruturadas e anotações registradas, a partir
de encontros de “rodas” de terapia comunitária integrativa.
RESULTADOS - Artigos: Descrevendo a contribuição que a Terapia Comunitária Integrativa apresenta e
suas repercussões; no cotidiano da comunidade, das pessoas; nos cuidados da saúde mental; na melhoria da
qualidade de vida; nos serviços de Saúde Pública; nos centros de atenção psicossocial; em ambulatórios
universitários; como recurso de abordagem do problema do abuso do álcool; como instrumento de
sensibilização na pratica e formação de profissionais diversos; na prática relatada pelos profissionais da rede
SUS; nos relatos de experiência de implantação da TCI , entre outros.
DISCUSSÃO – A TCI é caracterizada como um espaço de promoção de encontros interpessoais e
intercomunitários onde se procura partilhar experiências de vida e sabedoria de forma horizontal e circular,
objetivando a valorização das histórias de vida dos participantes, a restauração da autoestima e da confiança
em si, a ampliação da percepção dos problemas e possibilidades de resolução a partir das competências
locais. Tem como base de sustentação o estímulo para construção de vínculos solidários e a promoção da
vida. É uma prática destinada à prevenção na área da saúde e ao atendimento de grupos heterogêneos,
promovendo a construção de vínculos solidários por meio de uma rede de apoio social. CONSIDERAÇÕES
FINAIS - Verificou-se que a TCI sendo uma estratégia terapêutica de tecnologia leve de cuidado, baixo
custo, sistêmica, circular, horizontal, por meio do trabalho em grupo, constitui um espaço de fala, escuta,
reflexão e troca de experiências, criando situações entre os participantes de busca de soluções para os
conflitos pessoais e com a família. Atua na promoção da saúde biopsicossocial, previne o sofrimento
emocional das pessoas e comunidade, trabalha a reabilitação e a inclusão social, pois, constrói redes de apoio
social.
PALAVRAS CHAVE: assistência à saúde comunitária.
54
SUSTENTABILIDADE SÓCIO-EMOCIONAL ARTETERAPIA NO CONTEXTO DAS CAPACITAÇÕES
E ASSOCIADA À COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA A. M. F. R. M. CENTRO DE ENSINO,
PESQUISA E ATENDIMENTO DO INDIVÍDUO, FAMÍLIA E COMUNIDADE - CAIFCOM
ANA MARIA FAGUNDES DA ROCHA MARQUES
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido junto ao grupo de educadores e trabalhadores sociais da Prefeitura – Fundação
de Assistência Social e Cidadania (FASC), e com os profissionais da rede conveniada com vivências e
práticas adequadas aos temas por eles escolhidos. O objetivo foi conectar a Arteterapia com a Comunicação
Não Violenta como ferramentas de enfrentamento nas relações conflituosas e de violência. Além da parte
teórica contou com atividades de autoconhecimento, autoestima sendo a Comunicação Não-Violenta o
instrumento que desenvolve a habilidade de permanecermos humanos em situações de conflitos, estresse e
violência sinalizando a valorização pessoal e do semelhante nas inter-relações pessoais e profissionais.
Utilizando-se da Arteterapia e da Comunicação Não Violenta podemos imprimir em nosso cotidiano as
transformações que sempre desejamos que o outro fizesse e que pode iniciar por nós em uma cultura de Paz.
O trabalho foi realizado utilizando a metodologia da Arteterapia para sensibilizar a importância da
Comunicação Não Violenta no cotidiano profissional bem como no pessoal (Workshop específico) nos
encontros de capacitação dos educadores e trabalhadores da área social da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre no ano de 2010. Participaram tanto os profissionais da rede própria, Prefeitura Fundação de
Assistência Social e Cidadania (FASC), quanto os profissionais da rede conveniada.
A Comunicação Não Violenta é um processo, um método de comunicação, porém em um nível mais
profundo, pois nos auxilia a focarmos nossa atenção em nossas necessidades e nas necessidades do outro
tendo como resultado a solução de conflitos de forma pacífica.
DESENVOLVIMENTO
Utilizamo-nos de materiais expressivos para a capacitação com o propósito de sensibilizá-los, para o
Desenvolvimento Humano de Criatividade e Sensitividade.
As abordagens foram realizadas em atividades didáticas - vivenciais, alternando entre atividades práticas e
conexões teóricas relativas ao tema trabalhado.
Espaço de sensibilização, acolhimento, vínculo, cuidado, reflexão, com a expectativa de que tais práticas
possam ser incorporadas e multiplicadas no cotidiano. Método de ação: Objetivo, Acolhimento,
Desenvolvimento, Encerramento. Os temas foram sucessivamente: Vínculo, Acolhimento, Criança,
Adolescente e Família, A Arte da Comunicação Não Violenta.
RESULTADO
A avaliação final demonstrou a necessidade da criação de grupos de Desenvolvimento da Criatividade e
Sensitividade para os educadores e aprofundar o conhecimento da Comunicação Não-Violenta pelos mesmos.
Nossa proposta é estender aos Terapeutas Comunitários bases da Comunicação Não Violenta utilizando
também a Arteterapia.
Com a Comunicação Não Violenta e a Arteterapia é possível a melhora significativa da qualidade de vida
estimulando a construção vínculos solidários, o enfrentamento de dependências e o cuidado de si e do outro,
redução de estresse trabalhando para a promoção dos direitos humanos.
55
A TCI na promoção dos Direitos Humanos
IMPLANTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM CENTRO DE REFERÊNCIA
ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO DISTRITO FEDERAL
DORALICE OLIVEIRA GOMES
ELLEN STEFANY DE CASTRO LUCAS
CÍCERO FERNANDO BARBOSA DA SILVA
Introdução:
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma abordagem à saúde comunitária desenvolvida pelo Prof.
Adalberto Barreto da Universidade Federal do Ceará. Na TCI compartilham-se dificuldades e superações do
cotidiano e possibilita a criação e o fortalecimento de redes de apoio social.
A TCI implantada em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) no Distrito
Federal em 2014 teve parceria com entidades governamentais e não governamentais.
A equipe implantou a TCI no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
(PAEFI) do CREAS. O CREAS é uma entidade pública do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e
destina-se a indivíduos e famílias em situação de risco pessoal ou social por violação de direitos. O PAEFI
visa o estímulo ao convívio familiar e comunitário, a mobilização e fortalecimento das redes sociais de apoio
e o acesso das famílias às políticas públicas.
Objetivo:
Apresentar a TCI como estratégia de intervenção psicossocial.
Metodologia:
•
Estudo de orientação metodológica qualitativa baseada nas TCI realizadas entre março de 2014 a
maio de 2015, totalizando 18 encontros. As rodas tiveram, em média, 20 pessoas, em torno de 17 adultos
entre 25 e 55 anos e 3 adolescentes.
•
Registro escrito das rodas, conforme as etapas da TCI: acolhimento, contextualização,
problematização e encerramento; acrescido de conduta social.
Resultados
Os temas das rodas foram categorizados em sofrimentos e conquistas. Sofrimentos: relacionamento com os
filhos (filhos evadidos da escola, uso de drogas, exploração sexual, agressividade); relacionamento com
cônjuge (alcoolismo, detenção); relacionamentos comunitários (julgamento pelos vizinhos); relação com si
mesmo (depressão, luto, medo, sobrecarga, saúde, culpa); questões econômico-sociais (dificuldades
financeiras e de alimentação, condições precárias de moradia). As expressões de conquistas: liberdade,
comprar a casa própria, filho voltar a estudar, apoio recebido nas rodas.
Nessa experiência houve, após as rodas, divulgação de vagas de emprego, estágios e cursos; agendamentos
para atendimentos psicossociais no CREAS e acesso às políticas públicas.
Discussão
A participação regular das famílias nas rodas de TCI evidenciou adesão à proposta. As rodas contribuíram
com os objetivos do PAEFI, tais como: o convívio comunitário, a criação de rede de apoio e o fortalecimento
dos vínculos familiares num contexto de acolhimento e não julgamento.
Os resultados fazem-nos acreditar que essa metodologia contribui para que as vivências de sofrimento
possam ser colocadas em comum e, com isso, reforçar a saúde comunitária.
Considerações finais
A realização das rodas no contexto da assistência social oportunizou trocas de experiências potencializadas
por uma escuta qualificada de assistentes sociais e psicólogos que faziam encaminhamentos e orientações
após os encontros.
Palavras chave
Assistência Social - Terapia Comunitária Integrativa - psicossocial
56
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: INSTRUMENTO DE HUMANIZAÇÃO AO
ADOLESCENTE INFRATOR
VERALICE CARDOSO CAMPOS
INTRODUÇÃO
A Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC) é o Órgão responsável por coordenar, no âmbito do
Estado da Bahia, a execução da política de atendimento ao adolescente acusado ato infracional. Faz parte
Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente (CIAA).
Mediante a prática de atendimentos na Unidade do PRONTO ATENDIMENTO da FUNDAC, observou-se
que familiares e demais pessoas envolvidas com os adolescentes infratores ao serem informados sobre a
ocorrência do ato infracional e apreensão policial, ficam desorientados frente ao aguardo das definições
judiciais. Gerando estresses, pela situação constrangedora perante os familiares e sociedade. Existe o temor
diante da incerteza quanto à medida judicial; o receio da reincidência; o sentimento de culpa por considerar
que falharam na educação dada.
OBJETIVO GERAL
Oferecer um espaço de escuta com caráter humanizador, onde adolescente infrator, seus responsáveis e
demais pessoas envolvidas possam compartilhar seus sentimentos de forma igualitária, cujo resultado possa
contribuir com a construção da cidadania desse adolescente.
METODOLOGIA
A nucleação do grupo para participação da TCI é feita com os usuários que aguardam atendimento na
recepção do CIAA, são convidados de forma espontânea pelas Terapeutas Comunitárias para uma sala
especifica.
RESULTADOS
A TCI acontece desde maio/2005, existe um estudo perfazendo um total de 40 sessões no período de um ano,
foram utilizados questionários antes das Sessões de TCI com duas perguntas sobre a humanização do
atendimento nos Órgãos que compõem o CIAA, foi feita uma sondagem de opinião sobre o que é tratamento
humanizado.
DISCUSSÃO
O sentido de humanização da TCI torna-se evidenciado ao constatar a estranheza de alguns participantes
referente ao modo de serem bem acolhidos, tratados como sujeitos de direitos. Os relatos de bem-estar, após
as sessões, potencializam a valia da TCI, principalmente ao ser considerado que as tensões emocionais ainda
não foram superadas, frente aos destinos judiciais dos seus filhos, mesmo assim relataram se sentirem
aliviadas.
A TCI por ser fomentadora da cidadania permite construir redes solidárias de promoção da qualidade de vida,
mobilizando recursos do próprio meio em que estão inseridos os indivíduos e a comunidade conforme
orientações do Manual do Terapeuta Comunitário de Barreto. Na concepção de Rich (2003), humanizar é
tratar as pessoas levando em conta seus valores e vivências como únicos, evitando discriminações. É
preservar a dignidade do ser humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados positivos da TCI aplicada no Pronto Atendimento da FUNDAC, foram expressados
depoimentos espontâneos dos participantes e também pelos profissionais do CIAA.
Diante de tal êxito, o PA incorporou no planejamento estratégico a TCI como uma ferramenta indispensável
no atendimento psicossocial eficaz, ampliando as possibilidades de um acolhimento humanizado.
PALAVRA-CHAVE: Adolescente Infrator, Família, Humanização
57
A TCI EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS E DESASTRES
LUIZ HENRIQUE DE SÁ
Introdução
Vamos nos ater nas consequências para a saúde. Em 2005, realizada pela Organização das Nações Unidas, na
cidade de Kobe, na província de Hyogo, Japão, foi aprovado o chamado Marco de Ação de Hyogo (MAH)
para o período de 2005/2015 com o tema “O aumento da resiliência das nações e das comunidades diante de
um desastre” (ONU, 2013).
De forma geral podemos caracterizar as consequências para a saúde dentro da variabilidade do tempo: em um
primeiro momento entre horas e dias se produzem a maior parte dos feridos leves e graves e mortalidade,
entre dias e meses encontramos as doenças transmissíveis, podendo intensificar as doenças não transmissíveis
em pacientes já acometidos por estas, especialmente, a hipertensão, entre meses e anos os impactos na saúde
se relacionam às doenças não transmissíveis, especialmente, os transtornos psicossociais e comportamentais
(grifo nosso), as doenças cardiovasculares, desnutrição e a intensificação de doenças crônicas.
Objetivos
O objetivo principal de nossa proposta é demonstrar que por ter determinadas características e perseguir
determinados objetivos (Barreto 2010) a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma proposta de trabalho
adequada nos contextos de Emedes.
Metodologia
Propomos como método inicial uma revisão bibliográfica integrativa. Tivemos a oportunidade de participar
do primeiro curso “Agentes Locais em Desastres Naturais” capitaneado pela FIOCRUZ com a colaboração
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense e Defesa Civil estadual e
federal. Durante a fase seguinte do curso, fase de multiplicação nas três cidades envolvidas, apresentamos a
proposta de realizar rodas de TCI com alunos dessa fase de multiplicação, nossa proposta foi aceita e
realizamos as rodas com os alunos e ao final do curso aplicamos uma avaliação de reação. As respostas
apontam na direção da adequação da TCI.
Resultados que o trabalho possa colaborar para que a TCI seja adotada oficialmente pela Defesa Civil em
todo o país trilhando um caminho paralelo ao que vem sendo construído junto ao Ministério da Saúde (MS),
incluindo a TCI como recurso para a saúde da população.
Discussão
É fato que somente depois do ocorrido na região serrana do Rio de Janeiro passou-se a pensar em prevenção,
antes disso a ação dos governos e da Defesa Civil era apenas de socorro e reconstrução.
Se pudermos Levar a TCI até as comunidades já identificadas como mais vulneráveis podemos desenvolver
pessoas mais resilientes, comunidades mais resilientes e com uma integração comunitária maior, mais
capazes de exercerem seus direitos como cidadãos.
Considerações finais
Considerando que o trabalho não se encontra pronto e temos até agora esse resumo que nos aponta para uma
direção, esperamos poder apresentar alguns achados outros quando aprofundarmos os temas.
Palavras-chave: Terapia – Comunidade – Desastres.
58
RODAS DE TCI COM AS MÃES DA UTI NEO: AH, SE O MUNDO INTEIRO PUDESSE NOS OUVIR...
MARIA BETANIA
INTRODUÇÃO
Tornar-se uma mãe de um recém-nascido de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) causa
diversas emoções tanto na mãe com em toda a família. Geralmente as estas se preparam durante a gravidez
para ter um filho “normal” sendo isto entendido como: criança com peso esperado, rosado, e de tempo.
Quando esta situação ocorre de forma contraria e inesperada, como é o nascimento prematuro de uma criança
os pais, apresentam sentimentos de incerteza quanto ao presente e ao futuro de seu filho, sentimentos que,
também, envolvem as suas próprias perspectivas de vida. OBJETIVO: relatar à experiência vivenciada
utilizando às rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI), numa casa de apoio as mães da UTIN.
MÉTODO: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa do tipo relato de experiência. Utilizaram-se as
rodas de TCI, com as mães da UTIN, na Casa da Mamãe Feliz, uma casa de apoio que faz parte de uma
maternidade da área metropolitana do RN, no período de abril de 2014 a junho de 2015. A casa tem
capacidade para acolher 10 mães. As rodas de TCI foram realizadas tanto com as mães recém-chegadas e as
mais antigas. RESULTADOS: O tempo em que as mães passam na casa contribuiu para que estas relatassem
nas rodas como principais inquietações: saudades da família, medo do desconhecido e da morte, e angústia
dentre outros. Como proposta para enfrentar os desafios de vivenciar o papel de mãe da UTIN, estas trazem a
fé como companheira de estadia na casa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TCI tornou-se uma ferramenta de
escuta cuidadosa das mães da UTIN, que apresentam fragilidades devido as situações de prematuridade dos
filhos. Neste sentido, torna-se importante realizar novos estudos sobre rodas de TCI com as mães de crianças
na UTIN, já que ainda é escassa os estudos em relação a essa temática na área enfermagem.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia comunitária: passo a passo. 3. Ed. Fortaleza: LCR, 2008. v. 1.
MONTEIRO, Maria Adelane Alves; PINHEIRO, Ana Karina Bezerra; SOUZA, Ângela Maria Alves e.
Grupo de apoio: relações interpessoais entre puérperas com filhos recém-nascidos hospitalizados. Acta paul.
enferm., São Paulo , v. 21, n. 2, 2008 .
SOUZA, Helenilza Carvalho de. Estudo sobre o estresse de pais que têm bebês na UTI neonatal / Aracaju:
[s.n.], 2007. 33p.
Palavras- chave: Terapia Comunitária Integrativa. Enfermagem. Mães de UTIN.
59
Rodas vinculantes (TCI) como espaço de inclusão no contexto universitário
Rosaura Gutiérrez Valerio de May;
Elisa López; Eluzinete Pereira;
Eduardo Campaña;
Sandra Soria e Thomas May
Introdução
A Amazônia equatoriana é uma região com altos níveis de pobreza, baixo grau de formação acadêmica,
conflitos socioculturais, bem como socioambientais. A Universidade Estatal Amazônica (UEA), com sede em
Puyo, Província de Pastaza, foi estabelecida no ano de 2002 como o primeiro centro universitário estadual de
educação superior nesta região. Com o apoio do Polo Muyumpa-Centro de Formação em Terapia
Comunitária Integrativa no Equador, desenvolveu-se um programa de Terapia Comunitária Integrativa nessa
universidade, chamado “Rodas Vinculantes”, estendendo-se até o setor de educação secundária. Aqui estão
relatadas as primeiras experiências com estudantes universitários.
Objetivos
Fazer um diagnóstico dos principais problemas que os estudantes e docentes apresentam no âmbito educativo.
Promover espaços para falar e escutar no contexto educativo.
Promover redes de apoio solidário.
Metodologia
Na UEA, entre janeiro e julho de 2015, foram realizadas 13 rodas com estudantes, entre a primeira e oitavas
séries, e também de um curso de nivelação. O número total de participantes foi de 272 (161 mulheres e 111
homens). Em dois cursos foram celebradas várias rodas em sequência, sendo que o número de beneficiários
foi menor (aproximadamente 200). De forma geral, os professores não participaram das rodas, com algumas
exceções.
Para a realização das rodas seguimos o modelo da TCI. Em todas as rodas, no final, perguntou-se aos
participantes “o que estou levando da roda?” Imediatamente, depois de terminar a roda, convidamos aos e às,
que desejassem anotar suas experiências. As respostas foram organizadas em categorias, resultando 05
elementos repetitivos, dos quais calculamos a porcentagem com a que foram nomeados.
Resultados
Sem exceção, os e as participantes compartiram experiências positivas. 42.3% mencionaram que é um espaço
para conhecer possíveis soluções de problemas comuns e para o crescimento pessoal. 39.4 % relataram que se
alivia a carga dos problemas e baixam os níveis de estres, e 29.4% indicaram que se permite conhecer melhor
os companheiros e as companheiras. Finalmente, 15,6% expressaram que não é fácil falar diante dos
companheiros e das companheiras de problemas pessoais. Os temas relacionados à distância da família de
origem e das relações familiares em geral, foram eleitos com bastante frequência, tema que se encaixa na
categoria de sofrimento psíquico.
Discussão
Apesar de que as culturas amazónica e andina terem fama de usar pouco a comunicação aberta e direta, no
contexto das rodas foi possível conseguir que os e as jovens começassem a falar de seus problemas pessoais e
a identificarem que outros estudantes têm os mesmos problemas. Isso era percebido como um alívio de uma
carga, e pode-se esperar que a TCI tenha impactos positivos dentro do sistema de educação universitário.
Considerações finais
Os resultados obtidos demonstram que se pode esperar que as rodas vinculantes sejam um método muito
valioso, que tem um impacto positivo na saúde integral dos e das estudantes, ajuda a melhorar o rendimento
acadêmico e a reduzir a quantidade de evasão escolar, promovendo a inclusão.
Palavras-chave: Inclusão/redes solidárias, inter- culturalidade, educação superior.
60
A TCI no enfrentamento das dependências e no cuidado de si.
A TCI E VIVÊNCIAS DO CUIDANDO DO CUIDADOR COMO METODOLOGIA NA ABORDAGEM
SISTÊMICA DA PENALIZAÇÃO E SAÚDE NA DEPENDÊNCIA QUÍMICA. PROJETO MODELO EM
MINAS GERAIS.
LORENA PEREIRA AMORIM
ONAIR ZORZAL CORREIA JUNIOR
A problematização sobre o uso de drogas na atual conjuntura brasileira tem delineado caminhos
diversificados e orientadores a novas diretrizes que divergem de uma política de ordem punitiva e
interventiva por parte do Estado. O entendimento do usuário de drogas enquanto sujeito de direitos, tem
levado cada vez mais uma concepção de acompanhamento que diverge do intuito penal e aproxima das
lógicas da saúde coletiva. Nesse caminho, o artigo 28 da atual Lei de Drogas (Lei 10.216/2006) desde sua
efetivação tem ponderado novos recursos para o acompanhamento do sujeito autuado por uso de substâncias
ilícitas, dentre essas medidas destacasse a participação em grupos operativos como forma de
responsabilização. Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo analisar a utilização da Terapia
Comunitária Integrativa e das Vivências do Cuidando do Cuidador como metodologias de trabalho nesses
grupos. Para isso buscou-se a realização de uma análise qualitativa dos relatórios finais dos três grupos
operativos realizados pelo MISC-Minas entre os anos de 2014 e 2015, que constavam de atividades divididas
em quatro encontros que foram ministrados semanalmente na cidade de Governador Valadares. Os encontros
tinham temáticas variadas, todavia eram conduzidos por meio das premissas presentes nos pilares da TCI,
sendo todos os coordenadores Terapeutas Comunitários formados. Inicialmente percebe-se que a nova
metodologia acarretou um estranhamento por parte dos participantes que esperavam se submeter a uma
simples palestra. Com uma abordagem mais aberta sobre o tema percebeu-se ao longo do processo uma maior
abertura as questões que permeavam o uso de drogas, além de promover um melhor entendimento do sujeito
sobre si e sobre sua participação na ordem social. Nota-se também que a atenção transdiciplinar presente na
condução das oficinas, notadamente, psicológica, legal, artística e social, promoveu caminhos para a
conscientização e rompimento de planos subjetivos para sua efetivação em processos concretos. Por fim,
percebeu-se que a metodologia advinda da Terapia Comunitária Integrativa, dentro da sua
transdisciplinaridade e visão sistêmica, possibilitou a efetivação de recursos para os participantes de uma
melhor condução de sua vida pessoal, profissional e relacional, ampliando o seu repertório de estratégias de
conscientização em relação à álcool e outras drogas, que ultrapassaram, de forma positiva, a esfera da
penalização legal. A abordagem prática da TCI na substituição da pena dos assistidos por uso de drogas
atingiu os princípios e objetivos dos direitos humanos enquanto ferramenta de abordagem no programa
realizado.
TCI- PENALIZAÇÃO- SAÚDE
61
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO PROGRAMA “DEIXANDO DE FUMAR SEM
MISTÉRIOS”
MONICA LEVY ALMEIDA SOUZA
INTRODUÇÃO: “Deixando de fumar sem mistérios” é um programa do Ministério da Saúde, baseado na
terapia cognitivo e comportamental, cujo objetivo é ajudar seus integrantes a pararem de fumar. Nesse
contexto, entendeu-se que a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) seria uma potente estratégia metodológica
de cuidado ao dependente de tabaco em tratamento no programa. A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é
definida como espaço de partilha, regras precisas, permitindo a partir de uma situação problema emergir um
conjunto de estratégias de enfretamento para as demandas de sofrimentos psicossociais, focando na troca de
experiências num clima de tolerância, liberdade, protegidos de projeções e desejos de manipulação
(BARRETO, 2008). OBJETIVOS: Potencializar o programa antitabagismo com a prática da TCI; refletir
sobre os avanços desta proposta no que concerne à demarcação de outros problemas de saúde que emergiram
nesse contexto. METODOLOGIA: Trata-se de relato de experiência das Rodas de TCI no Programa
“Deixando de fumar sem mistérios”. Foi realizado no Centro de Saúde Noraldino de Lima/Distrito Sanitário
Oeste/Belo Horizonte. A Coleta de dados ocorreu de fevereiro a abril de 2015. Como instrumento para coleta
de dados: análise documental (prontuário eletrônico e livro de registro dos encontros). Os participantes foram
32 pessoas fumantes. RESULTADOS: das 32 pessoas fumantes inscritos para o momento de sensibilização:
23 compareceram na primeira sessão; 18 permaneceram nas quatro sessões subsequentes; finalizou-se com 14
participantes, os quais estão participando das sessões de manutenção. RESULTADOS: As rodas de TCI
foram inseridas a partir da segunda sessão. Observou-se que, com a oferta da TCI houve maior interação dos
participantes: Enquanto que o programa favoreceu a abordagem ao fumante, a TCI favoreceu ao acolhimento
e à escuta da pessoa que fuma; ajudou a essas pessoas a falarem do seu contexto de vida e proporcionou uma
abertura para outros assuntos. Dentre os temas mais debatidos nas rodas de TCI com esse grupo foi possível
identificar que além do tabagismo, há outra (s) carga (s) de morbidade (s) presentes na vida dessas pessoas,
dentre elas: DM, DPOC, SM, HAS. CONCLUSÃO:
Ao final das quatro sessões, entrou-se no período de manutenção, cujo número de sessões precisa ser definido
respeitando-se a demanda do grupo, mesmo contrariando as diretrizes do MS. Até momento, 4º mês de
acompanhamento e tratamento medicamentoso, os 14 se mantém-se abstinentes. A TCI aliada ao programa
antitabagismo tem permitido uma ampla compreensão da dependência ao tabaco por parte do profissional. A
TCI tem colaborado para potencializar a compreensão da pessoa do que seja a sua dependência.
62
COACHING NA COMUNIDADE E RESILIÊNCIA
MONICA BOTELHO MOREIRA DE DEUS DE FARIAS
INTRODUÇÃO
Nas ações encontrados no MISMEC PROJETO 4 VARAS, foi possível observar o processo de sofrimento e a
escolha consciente para sair dele das pessoas que vivem na comunidade. Mas, a questão era o que fazer do
potencial adormecido destas pessoas em busca de bem estar e felicidade?
O coaching como ação resiliente surgiu como uma resposta a essa questão. As pessoas tinham sonhos e
objetivos, mas não sabiam o que fazer ou como fazer para alcançá-los, muitas vezes os ignoravam por achar
que não era possível realizá-los.
Coaching é o processo que identifica o Estado Atual através de uma completa anamnese, para posteriormente
buscar identificar os objetivos e a meta final do indivíduo onde a pessoa quer efetivamente chegar.
Conhecendo os fatores impeditivos e facilitadores, traça-se um plano de ação para levar o cliente do ponto
inicial ao ponto desejado, mobilizando o hemisfério esquerdo do cérebro em direção às mudanças e
conquistas e usar completamente o hemisfério direito, na mesma direção e intensidade. Integrando assim,
razão e emoção em prol das metas e objetivos estabelecidos. Permitindo, assim, que uma pessoa lide com
seus próprios problemas, vencer obstáculos e não ceda à pressão de situações adversas sem entrar em surto
psicológico.
OBJETIVOS
Construir nos clientes um estilo de vida abundante em todas as áreas de sua vida, promovendo o bem estar e a
felicidade do indivíduo, tanto na área pessoal quanto na profissional;
METODOLOGIA
Foram convidadas cerca de 100 pessoas para viver o processo ao longo de 10 semanas, as quais faziam parte
da TCI no MISMEC - Projeto 4 e foram divididas em 3 turmas.
A metodologia utilizada foi a do Coach Integral Sistêmico, onde se substitui crenças limitantes por crenças
que fortaleçam e que criem uma nova realidade interna. É SISTÊMICO, por considerar que onde a vida
conjugal em situação ruim influencia negativamente a vida profissional que por sua vez prejudica a vida
financeira, e assim por diante.
RESULTADOS
O movimento que o coaching trouxe à vida dos coachees fez toda a diferença no grau de percepção de
felicidade.
DISCUSSÃO
O processo de coaching proporcionou aos coachees um profundo autoconhecimento, o qual permitiu-lhes
aumentar a performance pessoal e profissional no desempenho de suas atividades; selecionar sua rede social;
entender sua profissão como missão poderosa e não apenas como uma forma de ganhar dinheiro; fazer as
pazes com o passado; aumento extremo da autoconfiança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Coaching permitiu aos Coachees perceberem que o sentimento de felicidade surge quando a vida está em
um prazeroso movimento. Movimento esse que está de acordo com os valores de cada um; que tenha
significado emblemático e; que os faça sentir-se engajados no que se está fazendo. Notou-se, ainda, que a
felicidade não é predeterminada. Nossas escolhas contam para sermos felizes ou não.
PALAVRA CHAVE: Coaching na comunidade. Resiliência. Autorresponsabilidade.
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A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO CONTEXTO DA ENFERMAGEM ESPECIALIZADA
MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA FERNANDES
INTRODUÇÃO
A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte iniciou, em 2009, um processo de qualificação e valorização da
enfermagem da atenção primária. As gerências do serviço de enfermagem especializado convocaram a gestão
do trabalho a colaborar na valorização dos seus. Em 2014, disparou-se a qualificação para este serviço com
identificação de um processo de trabalho denso, isolamento profissional, cristalização de fazeres no
cotidiano. OBJETIVO: Discutir a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) como estratégia de aproximação
para a enfermagem do serviço especializado. Incentivar pactuações de trabalho em equipe.
METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência do Núcleo de Educação Permanente do Distrito
Noroeste da Secretaria de Saúde /PBH. Foram realizadas seis reuniões preparatórias com a formação de um
comitê coordenador que identificou temas para trabalhar: motivação, eu e o outro - relações no trabalho e na
vida, o trabalho da Enfermagem – onde estamos inseridos, e proporcionar rodas de TCI. Foram necessárias
quatro turmas para cada tema, totalizando 44 servidores. Período de realização dos encontros previsto foi de
março a agosto de 2014. A estratégia utilizada foi a roda de conversa, seguindo a metodologia da terapia
comunitária integrativa: Acolhida, contextualização, problematização, estratégias de enfrentamento e
agregação. Primeira etapa focou nas rodas de conversa com os temas pactuados com as turmas. Na segunda
etapa ofertou-se quatro rodas de TCI. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao final da primeira etapa: formou-se
grupos de trabalho para a condução do seminário de encerramento. Criaram grupo de whatsapp.
Apresentações constaram de dinâmicas, clips e histórias retratando a avaliação de contexto onde apontam que
a responsabilidade é coletiva e não pode passar para o outro, a acolhida precisa existir até mesmo no conflito,
aprendizagem é a soma do eu antes e o eu depois, há qualidades e deficiências em uma equipe em diferentes
proporções entre as pessoas, trabalho é uma rede biopsicossocial. Na realização das rodas, segunda etapa, os
temas foram: momento de expectativas; raiva por perceber a desatenção no trabalho, culpa, falhas e
desempenho técnico; frustração com a enfermagem, expectativa com dor no pé, relação conflituosa com mãe
e tristeza, revolta com o tratamento a um deficiente visual, revolta com dois pesos e duas medidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observa-se que o contexto de trabalho se apresentava confuso e que no
decorrer do tempo a visão deste se transformava para contexto de tensionamentos da equipe de enfermagem
entre si e entre a gestão. Esta compreensão por parte de vários, favoreceu de forma bastante produtiva o
rodízio dos servidores. A enfermagem toma iniciativa de começar a construir seus protocolos de
procedimentos. Concluem que os encontros abastecem as equipes de mais energia. A TCI foi a estratégia de
aproximação provocando empatia, compaixão e criando laços solidários no trabalho.
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A TCI QUE TRANSFORMA JULGAMENTO EM COMPREENSÃO: O CASO DE UMA ESCOLA
PÚBLICA NO INTERIOR DA PARAÍBA
DELMA MARIA OLIVEIRA DIAS DELFINO
Delfino, D. M. O. D. ; Andrade, M. G. N. ; Dias, M. D3; Delfino, J. D. D4.; Silva, D. M. da5; Sousa, A. A
de6.
Introdução: A sala de aula deve ser um espaço prazeroso de aprendizagem. Em algumas escolas públicas essa
aprendizagem tem sido prejudicada, por conta da indisciplina de crianças influenciadas pelo modo de vida em
suas famílias e comunidades. Nesse cenário, há desigualdade de oportunidades, abandono, dependências
químicas, prostituição e consequentemente a desestruturação familiar. Aliando-se às precárias condições de
trabalho dos professores, esta situação interfere no processo de ensino e aprendizagem e na saúde mental de
todos. Objetivo: Relatar no contexto da TCI, histórias de vidas que sensibilizaram professores para a
formação de vínculos mais afetivos entre professores e alunos. Metodologia: Em uma escola pública de
Cajazeiras (PB), em uma turma do Pré Escolar II e em outra do 2º ano do Ensino Fundamental, foram
realizadas 06 rodas de TCI, que contou com um total de 20 a 25 alunos por turma, com idades entre 05 e 12
anos e com a participação dos professores das turmas. Para um bom acolhimento e apropriação das regras da
TCI, utilizou-se cantos e outras atividades. Para a escolha do tema e as etapas seguintes foram desenvolvidas,
em cada roda, três dinâmicas de aquecimento. Utilizou-se: CDs próprios para crianças, micro system, câmera,
papel ofício, lápis grafite e coloridos, água e lanches. Resultados: As crianças relataram espontaneamente
seus sofrimentos em relação à desestruturação familiar provocada pela violência doméstica, o abandono e uso
de drogas. Na problematização, trouxeram pérolas de superação como, a fé em Deus, o apoio dos avós e dos
amigos para vencerem todos os tipos de violência e o abandono por parte dos pais. Os relatórios de
apreciação das rodas, apresentados nas reuniões departamentais, trouxeram as narrativas das crianças que
sensibilizaram os professores de toda a escola, para uma maior compreensão dos comportamentos em sala de
aula. Discussão: Em todas as etapas da TCI as crianças manifestaram satisfação e na conotação positiva
declararam-se felizes, sempre desejosas de participarem da próxima roda. As professoras elogiaram as
crianças pelos relatos corajosamente apresentados e falaram das lições que levavam ao conhecerem a
dinâmica das famílias. Considerações finais: A realização das rodas de TCI na escola contribuiu para:
melhorar a socialização das crianças, fortalecer os vínculos entre professores e alunos, através da
transformação da atitude de julgamento, em olhar compreensivo e afetuoso, por parte dos professores e,
consequentemente, maior atenção nas atividades escolares e menor carga de estresse durante as atividades em
sala de aula, repercutindo na saúde mental.
Palavras Chave: Crianças abandonadas; Olhar compreensivo; Educação.
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A TCI na redução do estresse na escola, na saúde e no trabalho
SER TERAPEUTA COMUNITÁRIO/TCI: UM DESAFIO DE FORMAÇÃO DESCENTRALIZADA NO
SERTÃO DA PARAÍBA
ANA CAROLINA DE SOUZA PIERETTI
BRENA STEFANI MEIRA ACIOLY DE SOUSA
MARIA GORETI DO NASCIMENTO ANDRADE
INÁCIO ANDRADE TORRES
Introdução: A formação em Terapia Comunitária Integrativa/TCI ainda está em crescimento no Nordeste. Ela
fundamenta-se na resiliência, no pensamento sistêmico, pedagogia de Paulo Freire, teoria da comunicação,
antropologia cultural e no conceito de resiliência. Objetivo: relatar uma experiência de formação
descentralizada, de terapeutas comunitários, que vem ocorrendo no sertão da Paraíba. Metodologia:
Atendendo demanda de um Projeto de Extensão em TCI, na UFCG, Campus de Cajazeiras (PB), o Polo
Formador MISC/PB aceitou o desafio de capacitar uma turma de TCI em 2014. Inscreveram-se 20 alunos: 19
das cidades paraibanas de Cajazeiras, Piancó, João Pessoa e Campina Grande e 01 do Rio de Janeiro. A turma
compôs-se de trabalhadores e de alunos da área da saúde, professores, religiosos e líderes comunitários. O
Curso cumpre o protocolo do Conselho Deliberativo e Científico/CDC/ABRATECOM e continua em
execução. Dois módulos foram facilitados no Hotel Brejo das Freiras, de São João do Rio do Peixe (PB) e as
intervisões vêm sendo realizadas em Cajazeiras. Resultados: Concluídos os dois módulos, os alunos
iniciaram-se no desenvolvimento de rodas de TCI nos locais onde estão inseridos: Centros de Atenção
Psicossociais, Unidades Básicas de Saúde, Escolas, Instituições de Ensino Superior, Instituições de Longa
Permanência para idosos, Grupo de Mulheres Mastectomizadas e outros. A necessidade de dispersão da
turma estimulou os alunos para enfrentarem o desafio de ser terapeutas. As experiências locais tem mostrado
ser a TCI importante ferramenta de enfrentamento ao estresse nos locais referidos. Discussão: Considerando a
situação dos alunos, o Polo descentralizou as atividades do Curso, da seguinte forma: 05 alunos de João
Pessoa e 01 de Campina Grande, encaminhados para João Pessoa (PB); 04 alunos do curso de Medicina para
Fortaleza (CE); 01 aluna de Residência Médica para Recife (PE) e 01 para o Rio de Janeiro (RJ). Todos
foram orientados/encaminhados para os Polos das referidas cidades, para complementarem a formação. Em
Cajazeiras (PB), permanecem 08 alunos, sendo 06 da própria cidade; 01 de Piancó (PB) e 01 de Jardim do
Seridó (RN), proveniente de uma turma de João Pessoa. Desistiram do Curso 04 alunos (20%).
Considerações finais: Os novos terapeutas seguem realizando as rodas de terapia em diferentes cenários do
estado, contribuindo para que as pessoas possam adquirir mais autonomia no enfrentamento de seus
problemas e promovendo resiliência. Até o presente existem determinação e afinidade da turma para com a
TCI, comprovando-se que um Curso, mesmo descentralizado, é capaz de unir pessoas e promover uma
capacitação de qualidade e competente para promover a saúde reduzindo a carga de estresse na escola, na
saúde e no trabalho onde acontecem as rodas de TCI.
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PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS AO AFASTAMENTO POR MORBIDADE
PSIQUIÁTRICA ENTRE SERVIDORES MUNICIPAIS, GOIÂNIA-GOIÁS, 2010.
MAURO ELIAS MENDONÇA
ANA LÚCIA M LEÃO
MARILIA DALVA TURCHI
Introdução: Os transtornos mentais (TM) apresentam alta morbidade e carga elevada nos anos vividos com
incapacidade, reduzindo a qualidade de vida e produzindo grande impacto socioeconômico. Objetivo: O
objetivo do estudo foi estimar a prevalência e potenciais fatores associados ao afastamento por morbidade
psiquiátrica em servidores municipais na cidade de Goiânia-Goiás, no ano de 2010. Metodologia: Estudo
transversal censitário vinculando variáveis sociodemográficas e ocupacionais do Sistema de Recursos
Humanos com registros de licenças concedidas pela Junta Médica do município. Foi realizada análise
descritiva e exploratória dos dados e análise multivariada para investigar fatores associados ao afastamento
por TM. Nível de significância p 5%. Resultados: Entre os 20.535 servidores, 5.028 (24,5%) tiveram pelo
menos uma licença, sendo 801 desses licenciados por morbidade psiquiátrica. No total foram concedidas
9.101 licenças, das quais 1.569 por TM. Os afastamentos por TM representaram 17,2% das licenças e 15,9%
dos servidores afastados. A duração das licenças por TM foi 15 dias em 75% dos servidores, sendo superior
nos homens. A prevalência de TM foi de 39,0 servidores licenciados/1.000 servidores ativos, com 76,4
licenças/1.000 servidores ativos. As maiores prevalências de TM, entre as mulheres, foram evidenciadas nos
cargos de educação e saúde e entre os homens, na fiscalização. Os transtornos de humor (25,4/1000) e
neuróticos (16,9/1000) apresentaram as maiores prevalências, com alta comorbidade entre ambos. A
prevalência de TM, independente de outras variáveis analisadas, foi superior entre as mulheres, em servidores
com nível fundamental ou superior de escolaridade e entre os casados. Em relação ao trabalho, após ajuste
por variáveis de confusão, observou-se uma maior prevalência de TM em servidores com duplo vínculo,
tempo de serviço 3 anos (estágio probatório) e na faixa de 11 a 20 anos. Houve ainda associação com a
natureza do cargo de ocupação. Discussão: No presente estudo, a prevalência de TM foi superior, em mais de
seis vezes, à encontrada nos trabalhadores do regime geral da previdência social no país (Barbosa-Branco et
al. 2012). Os resultados confirmam a relevância dos TM na saúde dos servidores e trazem subsídios para
impulsionar medidas de promoção, vigilância e atenção à saúde mental do servidor. Considerações Finais:
Aponta-se a necessidade de aprofundar no estudo dos fatores psicossociais associados à alta prevalência de
morbidade psiquiátrica no setor público e às diferenças de gênero e ocupação, bem como o desenvolvimento
de intervenções, que visem o empoderamento das estratégias de enfrentamento e a redução do estresse, com
ênfase nas mulheres trabalhadoras do cuidado na saúde e educação, onde a Terapia Comunitária Integrativa
se coloca como uma importante abordagem. Palavras chave: prevalência, transtornos mentais, servidores.
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O RESGATE DO TRATAMENTO MAGNÉTICO E O LEGADO DE MESMER
LORENA PEREIRA AMORIM
MARCELO LOPES MARTINS BORGES
ANTÔNIO MARCOS ROLDÃO
WESLEY GOMES FERREIRA
JOSÉ HUMBERTO GONÇALVES PEREIRA.
A prática terapêutica do Mesmerismo através da fluidoterapia vem sido utilizada nas mais variadas queixas e
reclamações num público de ambos os sexos e todas as idades, com ou sem diagnóstico médico, na Região do
Vale do Aço. O tratamento magnético não se limita ao hipnotismo. A terapia magnética pode ser feita
paralelamente ao tratamento médico convencional.
O objetivo é o resgate da prática mesmérica, com enfoque na fluidoterapia através do passe magnético e
magnetização da água em que os atendidos são tratados em dois momentos: individual e em grupo.
O primeiro momento, em grupo, é utilizado o modelo da roda de TCI no qual se apresenta os alicerces
teóricos da Terapia Comunitária Integrativa, utilizando um texto previamente escolhido onde é retirado o
mote. Na sequência, Individualmente, os assistidos são atendidos na cabine de passes de acordo com a
necessidade auferida através do tato magnético. O Trabalho é realizado na casa espírita GEC- Grupo Espírita
Caridade, localizado em Ipatinga/MG. Os atendidos são submetidos a um cadastro e todas as etapas do
atendimento são controladas por fichas e entrevistas de forma individual.
Os resultados são os mais variados possíveis, desde a cura completa, alívio dos sintomas e há raríssimos
casos de abandono do tratamento.
Trabalha-se a permuta energética. O passe magnético utiliza-se a bioenergia, denominada à época por
Mesmer de Magnetismo Animal, que se trata da energia particularizada pela natureza do homem, com maior
ou menor eficácia, influenciada pelas correntes eletromagnéticas, incluindo a mental, que embora elétrica, é
menos ponderável na esfera na física.
Sabe-se que um dos grandes legados do estudo de Mesmer foi abrir a porta do inconsciente, a partir da
influenciação e sugestão hipnótica sonambúlica que permitiram a posteridade trilhar os caminhos da
psicanálise, psicologia e ciências afins. Contudo, o resgate do tratamento mesmérico, através da aplicação da
bioenergia pelo passe usando o recurso da roda da TCI em grandes grupos, trás a baila, enormes
possibilidades terapêuticas aliviando stress, dores, doenças, por vezes desprezadas pela medicina
convencional.
Palavras chave - Mesmerismo – Magnetismo- Bionenergia.
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A ESCUTA DO SENSÍVEL: O CUIDAR DE SI E DOS OUTROS A PARTIR DE DANÇAS
CIRCULARES E DIÁLOGO
DULCINÉIA DE FÁTIMA FERREIRA
ADRIANA ROSMANINHO CALDEIRA
Introdução
O trabalho aqui apresentado aconteceu no período de 2010 a 2015 no interior do estado de São Paulo. Período
que pudemos ver, de forma escancarada, nas telas das televisões, nas redes sociais, nas escolas e até nas
famílias a banalização da vida, a superficialidade dos vínculos afetivos, a naturalização do sofrimento
humano. Neste cenário, em que tudo parecia perdido, ouvimos a pergunta, que Zigmund Bauman fez em seu
livro Vida Líquida: Como tornar este mundo um pouco mais hospitaleiro para os humanos? Investimos no
cuidar do educador.
Objetivos
- Reafirmar a educação como espaço de encontros humanos que necessita de cuidado.
-Criar possibilidades para a experiência da escuta e acolhida de modo a reduzir o nível do estresse na escola
-Acordar o corpo vibrátil dos educadores de um possível estado de coma e ampliar a potência da vida
presente em cada educador
Metodologia
Trata-se de experiências com educadores/gestores cursos que se organizaram a partir do princípio da
Educação Popular, do cuidar de si e do outro. Realizamos uma cartografia das vivências que contribuíram
para a redução do nível de estresse dos envolvidos. Os encontros ocorreram municípios do interior do estado
se São Paulo, sendo eles Várzea Paulista (2010), Sorocaba (2011) e Pilar do Sul (2014). Os encontros tiveram
como procedimento dançar em roda... dialogar, experienciar a escuta...o cuidar de si e dos outros. Foi um
convite a fazer da vida uma obra de arte.
Discussão e resultados
Muitas pessoas estão adoecendo dentro das escolas, passando por um estado de enfraquecimento da potência
do agir, sofrem uma espécie de intoxicação de um veneno que pode a qualquer momento vir a se espalhar e
contaminar tudo. Sueli Rolnik nos fala de um “corpo vibrátil” em coma, à beira de um colapso.
Inspirados no curso Cuidando do cuidador, os debates de Foucault sobre o cuidar de si, e a potencialidade das
danças circulares na composição de novos territórios existenciais realizamos cursos de formação a partir do
princípio do cuidado. Inicialmente os corpos estavam duros e rígidos... com as danças, as músicas, poesias,
filmes, textos e diálogos a experiência da escuta sensível de si e do outro, brechas se abriram nos corpos.
Pelas fissuras foram passando o desejo de viver com mais alegria e charme. Aquele corpo vibrátil em coma,
que se escondia atrás das normas e verdades absolutas são convocados pelo movimento... Com o tempo e ao
seu tempo a vida homogeneizada, embrutecida vai se deslocando para novos territórios existenciais...
Considerações finais - É visível a mudança de postura das pessoas. São diversos depoimentos que revelam a
potencialidade dos encontros pensados a partir do principio do cuidado como possibilidade de redução do
estresse na escola.
Palavras chave – educação, princípio do cuidado, dança circular.
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A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE E DO
ADOECIMENTO NO TRABALHO DOCENTE
MAURINO BERTOLDO
CINARA ALINE FREITAS
RALPH CASTRO
ELIETE PEREIRA RODRIGUES
Atualmente, há um aumento das responsabilidades dentro da escola, onde o professor assume cada vez mais
inúmeros papéis, inclusive àqueles que antigamente eram exercidos pela família, precisando ter uma postura
de equilíbrio em diferentes situações. Hoje, sobre seus ombros, os professores suportam e tentam carregar o
duro peso da responsabilidade de ser visto, pela sociedade, como o único ser capaz de determinar a
prosperidade ou a marginalização do aluno. A grande maioria dos estudos, além de relacionar as condições de
trabalho e o adoecimento do professor, concluem que as transformações ocorridas na organização social e no
trabalho docente, da década de 90 até hoje, permitem classificar esta atividade no Brasil como uma profissão
de risco e insalubre. Pensando o adoecimento docente como fruto ou produto também das relações e das
condições de trabalho, tanto a saúde como o adoecimento do professor podem ser melhorados ou agravados,
conforme o grau de dedicação coletiva no sentido de humanizar o trabalho. Este estudo procurou verificar se
a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) pode ser utilizada como instrumento de avaliação das condições do
trabalho docente, tanto em Uberaba quanto no Brasil. Foram realizadas dez (10) sessões de TCI em dez (10)
escolas da rede municipal de Uberaba-MG com intenção de apontar os principais problemas, sentimentos e
estratégias de enfrentamento dos professores. Fazendo uma leitura do cenário brasileiro, é possível perceber
uma inversão de valores, ou seja, a lógica capitalista de produtividade, cobrança e baixo custo, quanto
utilizada no controle do ensino, oprime e desmotiva os envolvidos diminuindo seu desempenho profissional.
Relacionando os dados das sessões de TCI com as informações de pesquisas sobre a temática saúde e
adoecimento docente, é possível apontar a TCI como ferramenta tanto de avaliação, quanto de enfrentamento
das principais causas de adoecimento docente no Brasil.
Palavras-Chave: Trabalho Docente. Saúde do professor. Terapia Comunitária Integrativa.
70
A TCI no enfrentamento da violência, dependência e estresse
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO INSTRUMENTO DE CUIDADO NO
MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NAS UBS: JUNTOS CUIDANDO DO FUTURO DA SAÚDE
MENTAL.
RINALDO ALVES BATISTA
RESUMO: Este estudo é um relato de experiência da terapia comunitária integrativa como instrumento de
cuidado no matriciamento em saúde mental desenvolvido pelos terapeutas de um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) tipo III, nas unidades básicas de saúde (UBS) no município de João Pessoa/PB.
OBJETIVO: Incentivar, estimular e oferecer apoio na criação de novas estratégias de cuidado ao portador de
transtorno mental e dependente químico. METODOLOGIA: Formação de um grande circulo, para que todos
falem e reflitam as dificuldades no cuidado a pessoa com transtorno, possibilitando estratégias de
enfretamento, a transcrição dos relatos é realizada através de encontros semanas e fichas informativas das
rodas de TCI, apresentação de slide da Nova Rede de Saúde Mental do município. RESULTADOS: O Apoio
Matricial e as rodas de TCI tem sido um regulador de fluxo, que permite entender e diferenciar os casos que
realmente precisam ser atendidos pela atenção especializada e os casos que podem ser acompanhados pela
atenção básica, respeitando a singularidade de cada usuário. Assim por sua proximidade com a família e
comunidades, as equipes de saúde da família apresentam-se como um recurso estratégico para o
enfrentamento de importantes problemas. DISCUSÃO: De acordo com a literatura esses encontros viabiliza a
conexão entre os serviços primário, secundário e terciário em saúde, além de poder ter alcance nos diversos
setores, visando um acolhimento integral ao cidadão, que envolve não só sua saúde física, mas também a
psíquica e social. CONSIDERACÕES FINAIS: Observamos que a TCI é um instrumento valoroso que torna
possível a comunicação, estimula a participação, promove a valorização do individuo, reforça a autoestima,
valoriza o papel da família e das redes de cuidado, estabelecendo vínculos dos profissionais com
usuários/familiares/comunidade. Portanto, inovadores dispositivos de cuidado devem ser utilizados,
suscitando novas práticas e maneiras onde os profissionais devem apropriar-se para desenvolverem uma
assistência de maneira integral, rumo à reabilitação psicossocial e à construção de cidadania do portador de
sofrimento mental, e ainda buscar conhecimento para dar suporte aos seus familiares.
PALAVRAS CHAVES: Terapia Comunitária Integrativa; Matriciamente; Saúde Mental.
71
CUIDAR DE QUEM CUIDA: FORTALECENDO FAMÍLIAS NUMA EXPERIÊNCIA DA PREFEITURA
DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
ARETUSA ANA SILVA PAULA
INTRODUÇÃO
O Projeto “Cuidar de Quem Cuida – Fortalecendo Famílias” está sendo desenvolvido nos 47 Centros de
Referência de Assistência Social/CRAS, enquanto estratégia metodológica de acompanhamento grupal,
voltadas para as famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família/PAIF, na cidade do Rio de
Janeiro. Através de metodologia da Pedagogia da Autonomia e sua implementação é feita de forma
padronizada e inovadora no município.
A proposta visa reforçar nos territórios, a articulação em rede, que possam medir o impacto social na redução
das vulnerabilidades sociais, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, o acesso aos direitos à
cidadania.
OBJETIVO GERAL
•
Desenvolver uma metodologia de trabalho grupal com as famílias, visando a articulação no território
dos CRAS de redes de desenvolvimento sustentável, que possam reforçar projetos emancipatórios, sua
mobilização e participação comunitária, dentro de uma cultura de paz e cuidado integral, numa abordagem
transdisciplinar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•
Fortalecer habilidades e competências;
•
Valorizar o espaço grupal, tendo como foco a construção e trocas de saberes, de convívio com as
diferenças, a partir de suas necessidades e vulnerabilidades.
•
Construir relações dialógicas e participativas, a partir das diversidades territoriais e socioculturais.
METODOLOGIA
O projeto está sendo desenvolvido por meio de grupos, com média de 25 participantes, a partir de diagnóstico
das famílias em cada CRAS, através de abordagem dialógica e de construção de autonomia, numa ambiência
participativa, de cuidado integral e trocas de vivências.
RESULTADOS EM 2014
•
26.480 famílias participantes
•
2.212 Encontros/ 47 CRAS
DISCUSSÃO
Valorização do espaço grupal como troca de saber, vivências, autoestima e convívio com as diferenças, que
segundo o Professor e Dr. Adalberto Barreto é fundamental no desenvolvimento da Terapia Comunitária
Integrativa. Essa troca foi avaliada por 91% dos participantes, como sendo um dos resultados que mais se
destacaram, coerente também com a Pedagogia da Autonomia, na visão de Paulo Freire. Outro indicador
importante avaliado por 87% dos participantes, diz respeito ao fortalecimento dos vínculos e mudança das
relações familiares, acolhendo as diferentes formas de olhares e escutas, numa abordagem transdisciplinar e
transcultural, traduzido pelo que é preconizado pelos serviços socioassistenciais, da Política Nacional de
Assistência Social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção de projetos emancipatórios e de transformação social por parte das famílias passa
necessariamente pelas ações coletivas do PAIF, onde o “Cuidar de Quem Cuida – Fortalecendo Famílias”,
pôde fazer a diferença por meio de grupos compartilhados de experiências e saberes, respeitando as
diferenças de um aprendizado coletivo.
PALAVRAS CHAVES: AUTOESTIMA/ AUTONOMIA/ TRANSDISCIPLINARIDADE
72
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO UM CAMINHO PARA A
MINIMIZAÇÃO/COMPENSAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
DANIELLE DANTAS
KAREN ARAGAO
Introdução
Em 1986 o Conselho Nacional de Meio Ambiente instituiu através de sua resolução N.º 01, a Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA), bem como a obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para empreendimentos potencialmente causadores de danos ao meio
ambiente. Porém a aplicabilidade deste processo demonstra-se frágil e insuficiente para abarcar a
complexidade ambiental.
Objetivo: Apresentar a terapia comunitária integrativa como uma nova abordagem no contexto da avaliação
de impacto ambiental
Metodologia: Rodas de terapias comunitárias integrativas semanais na comunidade de Engenho Mercês,
impactada pelas obras do Complexo Industrial de Suape.
Resultados
Inicialmente as rodas foram espaço de encontros comunitários para que as problemáticas pudessem ser
faladas, discutidas, como uma forma de desabafo coletivo diante da sistêmica violação de direitos humanos.
A partir do fortalecimento do grupo, da construção de uma relação de confiança em meio a muitos conflitos,
a comunidade caminha para a formação de uma associação de mulheres.
Discussão
O processo do licenciamento ambiental não vem alcançando principalmente a perspectiva das relações
humanas, esta afirmativa é confirmada pelo caráter não participativo que envolve as diversas etapas de
desenvolvimento da AIA.
Consoante com a necessidade da participação ativa e qualificada da população impactada a TCI emerge como
uma nova abordagem no contexto da AIA. Ela possibilita a inserção do outro através do cuidado, é capaz de
identificar as problemáticas coletivas, sendo uma efetiva metodologia de diagnóstico participativo. É capaz
de integrar todos os atores envolvidos no processo de avaliação, e de coletivamente apresentar alternativas
para as problemáticas levantadas, além de possibilitar a construção efetiva das soluções propostas e ser ainda
uma ferramenta de avaliação das práticas e programas implementados para a compensação e minimização de
impactos.
Considerações Finais
Ressalta-se, de acordo com Aragão (2013), que os impactos ambientais das atividades modificadoras do
ambiente são mais percebidos pelos setores menos favorecidos da população, os erros das previsões das
avaliações de impactos implicam na falta do reconhecimento de importantes aspectos para o meio antrópico,
legitimando a convivência da população com problemas causados pelos empreendimentos e potencializando
a vulnerabilidade social. Sendo assim, a aplicação da TCI apresenta-se de forma inovadora por possibilitar a
realização de um processo de AIA participativo e qualificado, cumprindo com os aspectos legais, ao mesmo
tempo em que potencializa o protagonismo comunitário e a busca pela minimização/compensação dos
impactos ambientais reais.
Palavras Chave: impacto, social.
Referências
ARAGÃO, Karen J. L., Impactos Ambientais da Operação de Gasodutos no Meio Antrópico, Dissertação
apresentada ao Programa de Pós–Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (mestrado) – UFPE,
CFCH, 2013.
73
FORMAÇÃO DA PRIMEIRA TURMA NO VALE DO JEQUITINHONHA.
APARECIDA DE LOURDES ALMEIDA SOUZA
RUTE ANTÔNIA MOREIRA
RICARDO ANDRÉ CORREIA
VALDIRENE FERREIRA
Introdução:
Os estudos e reflexões são resultados das experiências produzidas a partir da formação da 1ª turma de TCI
realizada no Vale do Jequitinhonha em 2012/2013 e prática em 2014. A TCI insere-se neste contexto como
parte integrante das atividades sociais desenvolvidas em rede, com proposta de favorecer o desenvolvimento
das competências pessoais por meio da integração comunitária promovendo o resgate da dignidade e da
cidadania.
Objetivo: Socializar a experiência da TCI no Vale Jequitinhonha e Integrar o protocolo da TCI como
Tecnologia Social.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória realizada a partir de dados quantitativos de 432
formulários de rodas de TCI com crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos nos municípios Carbonita,
Diamantina, Minas Novas, Turmalina, Veredinha e Serro. Para dinamizar o processo criou-se um banco de
dados, considerando nº rodas, profissionais envolvidos, nº beneficiários por faixa etária, local de realização,
temas apresentados, temas escolhidos e estratégias de enfrentamento. A análise qualitativa das
potencialidades fundamenta-se nos pilares teóricos da TCI á luz do Guia de Terapia Comunitária Passo a
Passo.
Resultados: Os resultados apontam às principais inquietações e potencialidades dos indivíduos e
comunidades frente aos desafios do cotidiano, crescente participação nas rodas de TCI, indicadores de
fortalecimento das redes solidárias, dos vínculos comunitários, autocuidado e empoderamento pessoal. As
reflexões sobre a TCI enquanto Tecnologia Social coadunem com os ensinamentos de Barreto, que diz “Este
modelo se apoia na competência das pessoas. Quem tem problemas tem, também, soluções”. Discussão: A
mobilização de varias organizações possibilitou a prática e formação de grupos, que juntos buscam soluções
para os problemas cotidianos e materializam os pressupostos teóricos da TCI. Barreto (2008) diz, a rede
social é a base de sustentação do trabalho da TCI, uma vez que é no contexto social que as vulnerabilidades
são estabelecidas, sejam elas da ordem da saúde, segurança, educação, trabalho, conflitos emocionais e
familiares. A reflexão da TCI como instrumento de intervenção social se alinha aos princípios da tecnologia
social ao agregar valores a pessoa e grupos melhorando a qualidade de vida. Tecnologia Social é o conjunto
de técnicas e metodologias desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população, que representam
soluções para a inclusão social e melhoria das condições de vida (ITS, 2004).
Considerações Finais: Podemos inferir que o pressuposto da TCI se apresenta para os participantes como uma
possibilidade de tecnologia de agregação social. O estabelecimento gradual da consciência social leva os
indivíduos à tomada de consciência da origem e das implicações sociais de seus conflitos e do sofrimento,
sobretudo, do descobrimento de suas potencialidades terapêuticas, transformadoras da condição humana.
Palavras Chaves: Terapia Comunitária Integrativa, Tecnologia Social, Rede Solidária.
74
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA REFLETINDO NOS MODOS DE FAZER GESTÃO EM
SAÚDE
LUCIANO CARNEIRO DE LIMA
MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA FERNANDES
INTRODUÇÃO: A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um espaço onde se procura compartilhar
experiências de vida e sabedorias de forma horizontal e circular. A TCI vem atraindo profissionais de saúde,
enquanto metodologia que tem dado algumas respostas nos âmbitos pessoal e coletivo da população e dos
trabalhadores da saúde. Assim, gerentes de serviços de saúde, ainda timidamente, começaram a demandar a
TCI para os serviços. OBJETIVO: Analisar a TCI e suas repercussões nos modos de fazer gestão em saúde.
METODOLOGIA: Foram realizadas 4 rodas de TCI em dois serviços da Secretaria de Saúde Belo Horizonte
no período de 2013 a 2015. Duas dessas rodas foram realizadas com trabalhadores de um serviço de Saúde
Mental e as outras duas realizadas com trabalhadores de um Centro de Saúde, ambas com a presença das
gerentes. Posteriormente, à realização das rodas, aplicou-se um questionário, que foi um combinado prévio
com as duas gerentes. O questionário foi o instrumento para coleta de dados e foi respondido por meio
virtual. A identidade dos sujeitos foi preservada. RESULTADOS: A gerente (1) apontou que a roda de TCI
colaborou para a identificação de pontos nos quais poderia qualificar-se como gestora e com isso
experimentar um novo modo de fazer a gestão, ilustrando com a fala: “Refleti que em muitas situações agi
com parcialidade, posição que, agora, vejo que atrapalha muito o exercício da gestão”. A gerente (2), por sua
vez, considerou que a roda repercutiu de forma positiva. Corrobora afirmando que “A roda também nos
colocou numa posição democrática de igualdade, rompendo possíveis barreiras, emergindo desse encontro
forças e fraquezas, tristezas e alegrias, dores e consolos. Portanto enquanto gestora foi uma experiência muito
rica, um momento de maior aproximação e maior compreensão dos que estão ao nosso lado”. DISCUSSÃO:
Os depoimentos desses gerentes indicaram para a qualificação de seus modos de fazer gestão nos serviços de
saúde e em contextos diferenciados da atenção. Os relatos reforçam que numa gestão a reflexão sobre o modo
de fazê-la é pertinente e pode tomar um caráter de um continuum, pois, a roda possibilitou que percebessem a
necessidade de mudanças de postura no trabalho do gestor do serviço de saúde. A escuta, por meio da roda,
provocou reflexões e as histórias contadas com método, durante as rodas, contribuíram para seu modo de
fazer enquanto gestoras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TCI é uma metodologia potente para vários âmbitos
de abordagem de pessoas, mas restrita a alguns espaços de atuação. Contudo, nesse contexto de gestão nos
serviços de saúde, aponta para possibilidades de qualificação do gestor que esteja aberto a experimentação e
transformação de prática, inovando seu modo de fazer.
Palavras chave: gestão, Terapia Comunitária Integrativa, serviços de saúde.
75
RESUMO DOS TRABALHOS SELECIONADOS PARA A CATEGORIA DE
POSTERES
EIXO I
TECENDO A PAZ: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM DELEGACIA DA MULHER
CLARISSA MOREIRA ENDERLE
Este trabalho consiste no relato da experiência de implantação rodas de Terapia Comunitária Integrativa
(TCI) com mulheres vítimas de violência doméstica em uma delegacia especializada no atendimento de
mulheres vítimas de violência e seu objetivo precípuo consiste em proporcionar uma reflexão sobre as
possibilidades da aplicação das rodas de TCI entre vítimas de violência doméstica no interior de uma
delegacia especializada. O projeto de implantação, intitulado “Teias da Paz”, foi efetivado durante o ano de
2014, tendo ocorrido 30 encontros, cujo objetivo foi promover o desenvolvimento gradual de consciência
social e autonomia, bem como, construir redes de solidariedade capazes de pacificar as relações sociais. Foi
utilizado o relato da experiência de implantação das rodas, bem como o estudo de um caso, no qual se
acompanha a evolução pessoal de uma participante assídua nos grupos. A discussão foi realizada a partir dos
feedbacks que os participantes emitiram na etapa de encerramento, conforme registrado nas fichas
preenchidas após o final de cada roda. As palavras mais encontradas nos registros foram: justiça, fé, coragem,
força, esperança, luz, desabafo, autoestima e confiança. Foram também documentados relatos como: “eu vim
pensando que o meu problema era o maior do mundo, e vi gente com problema muito maior que o meu!”
(sic.) e “Eu percebi que os outros só fazem com a gente aquilo que a gente permite” (sic.), relatos estes que
demonstram que as mulheres, ao ouvirem o depoimento uma das outras, passam a deixar de verem a si
mesmas como vítimas passivas da violência, conscientizando-se de seu papel como agentes de sua própria
história de vida. Os relatos indicam também que o grupo cumpriu sua tarefa de prestar acolhimento e
conforto, diminuindo o sofrimento psíquico das participantes. Constatou-se nesta pesquisa que a delegacia da
mulher é um local privilegiado, no que tange ao acesso das vítimas, por ser um dos primeiros órgãos para os
quais as mulheres se dirigem. Por outro lado, a condução das rodas se revelou um trabalho complexo,
exigindo muita habilidade por parte do terapeuta para lidar com o elevado grau de ansiedade das
participantes, que, quase invariavelmente, encontravam-se ali por vivenciar um momento de crise e conflitos
intensos. Neste trabalho, o fenômeno da violência foi discutido sob o ponto de vista teórico do paradigma da
segurança cidadã e os achados demonstram que a TCI é um instrumento eficaz de promoção de segurança
pública por atuar na raiz das conflitualidades e fortalecer as relações humanas.
Palavras-chaves - violência, delegacia, gênero
76
A TCI COMO PROPOSTA PARA UM GRUPO MULHERES EM ÁREA DE VULNERABILIDADE
SOCIAL
Ivanil Mendes Martins
INTRODUÇÃO: O Bairro Alto Vera Cruz, região Leste de Belo Horizonte, é considerada área de risco muito
elevado de vulnerabilidade social. A área consta de 30.186 habitantes, com 8.362 domicílios. O bairro é
assistido por um Centro de Saúde (CS) com cinco equipes de saúde da Família (ESF). Pontos negativos:
violência urbana relacionada às drogas; gravidez na adolescência; evasão escolar. A TCI é uma metodologia
que proporciona o encontro entre as pessoas para que conheçam melhor a si e à comunidade em que vivem, e
juntos busquem alternativas para lidar com os problemas do cotidiano. OBJETIVO: Favorecer o
desenvolvimento comunitário, prevenindo e combatendo as situações de desintegração das mulheres e de
suas famílias, bem como prevenir também os casos de violência e abuso contra as mulheres, através da
restauração e fortalecimento dos laços sociais. METODOLOGIA: A metodologia da TCI foi apresentada para
equipes da unidade, também para o conselho local de saúde. As rodas foram programadas de acordo com
agenda da unidade. As mulheres foram encaminhadas pelas equipes e pela psicologia, sendo elas: portadoras
de sofrimento mental, vitimas de violência domestica, idosas deprimidas. Os encontros tinham duração de 2
horas, vários assuntos foram abordados nas rodas (violência, relações, perdas, morte, famílias). O registro das
rodas foi realizado no sistema de gestão. RESULTADO: Os encontros proporcionaram a formação da
identidade do grupo, as mulheres relataram mudança de conduta frente sua realidade, a equipe
multiprofissional acompanhou o grupo. CONSIDERAÇÕES: o grupo de mulheres apontou a necessidade de
criação de uma oficina de artesanato para ajudar no processo do tratamento, foi criada oficina terapêutica de
artesanato, espaço de aprendizagem e geração de renda
Palavra chave: Terapia Comunitária Integrativa, gênero, grupo.
77
A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NOS TERREIROS DE MATRIZ
AFRICANA
EDILSON GOMES
Contribuição da Terapia Comunitária Integrativa nos Terreiros de Matriz Africana
O referente trabalho tem como base os princípios da Terapia Comunitária Integrativa de reforçar a dinâmica
interna de cada indivíduo para que esse possa descobrir seus valores, reforçar a autoestima e favorecer o
desenvolvimento comunitário e estimular a participação para dinamizar as relações sociais. O Núcleo de
prevenção às DST/HIV e AIDS do Ilê Asé Omo Ayê casa de culto de Matriz Africana localizado na cidade
de Araruama no Rio de janeiro, em parceria com a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileira e Saúde, que
vem desenvolvendo oficinas com os próprios membros da casa, com objetivo de capacitar e multiplicarem
informações sobre DST/HIV/Aids e Cidadania para povo de Terreiros de Matriz Africana. A referida
experiência acontece desde de 2011, em média de 34 membros diretos e 340 pessoas indireta, com oficinas de
prevenção e promoção da saúde, com distribuição de materiais educativos, distribuição de preservativos para
comunidades de Terreiros e para comunidade local. O grande diferencial nas oficinas realizadas foi a
implantação das Rodas de Terapia Comunitária Integrativa que inovou o trabalho dentro Terreiro que é um
espaço de partilha e de experiências de vida e sabedorias de forma horizontal e circular através de encontros
interpessoais e intercomunitários, objetivando a valorização das histórias de vida dos participantes aonde teve
grande êxito nas histórias de vidas e sofrimento vivido pela comunidade. As rodas de terapia comunitária
integrativa tem como base a prevenção de forma coletiva e Integrativa e teve um grande aprendizado para
comunidade de Terreiro e contribuindo para o controle social. O grande desafio foi criação da rede de agentes
multiplicadores permanentes de DST/Aids. A perspectiva do Núcleo é estabelecer uma relação e parceria
com os serviços públicos de saúde, e realizando Rodas de Terapia Comunitária Integrativa itinerante nos
Terreiros da cidade dessa forma dando continuidade as ações do núcleo e com os Terreiros da região.
PALAVRAS CHAVES: Terapia comunitária integrativa – Prevenção - Multiplicadores
78
''SEJA FELIZ, DIGA NÃO A DEPRESSÃO'' A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO
COMBATE A DEPRESSÃO NAS COMUNIDADES ATENDIDAS PELA UNIDADE DE SAUDE DO
PARQUE SÃO PAULO, DE LAURO DE FREITAS.
KATIA SILVA
Introdução:
“Depressão” Quem já não ouviu falar nela nesses tempos modernos? Segundo dados estatísticos da OMS,
cerca de 10% da população mundial padece desse mal. No nosso país isso contabiliza, aproximadamente, 18
milhões de brasileiros. A depressão é classificada pelo CID-10 (código internacional de doenças) e pelos
manuais de psiquiatria como uma doença no sentido estrito do termo, mais especificamente, classificada
como um transtorno afetivo (ou do humor). Pode-se definir depressão como um quadro caracterizado por
alterações orgânicas e psíquicas globais, gerando alterações no afeto (significado emocional que atribuímos
às nossas vivências) do indivíduo, mudando sua forma de valorizar a vida e de encarar a realidade, um estado
crônico de depressão gera um sentimento de tristeza profunda, mal estar físico geral, sensação de vazio, perda
da capacidade de sentir prazer e, principalmente, falta total de energia. Bem sabemos se tratar de uma doença
grave, pois pode levar ao suicídio ou então transformar os dias daquele que sofre desse mal em um verdadeiro
inferno em vida.
Objetivos:
Por este motivo surgiu a ideia em nossa unidade de Saúde de criarmos o grupo "SEJA FELIZ, DIGA NÃO A
DEPRESSÃO" por percebermos que uma parcela da comunidade atendida passava por situações depressivas,
o grupo foi criado para orientar, e sobre tudo apoiar aos pacientes da comunidade acometidos de processos
depressivos, como forma de apoio as outras terapias ao qual o paciente possa está inserido (psicólogo, medico
clinico) em nossa unidade de saúde.
Metodologia:
O método utilizado é a roda de terapia, e os pacientes são identificados no atendimento com a psicóloga e em
consulta com outros profissionais que identifique a condição de sofrimento do paciente e demanda aberta
(para aqueles que desejem fazer parte da terapia) e este é encaminhado a fazer parte do grupo.
Resultados:
Os resultados alcançados foi a diminuição da incidência de pacientes com depressão em nossa comunidade,
melhora da autoestima dos idosos e estimulo ao autocuidado.
Discussão:
A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido
patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem
combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento, e a terapia comunitária integrativa tem uma
metodologia, que é o trabalho em grupo (rodas de terapia) onde as pessoas ficam em contato com outros
relatos de sofrimento. O interessante é que ao escutar o outro falando muitas vezes a pessoa se dá conta de
quantos recursos tem para a vida que não percebia.
Considerações Finais:
A terapia comunitária integrativa ajuda o indivíduo a compartilhar o sofrimento diminuindo a tensão e pode
atuar positivamente na redução do estresse e das doenças psicossomáticas.
79
EIXO II
GRUPO DE APOIO A PERDAS IRREPARÁVEIS - TRAJETÓRIAS POSSÍVEIS
GLÁUCIA REZENDE TAVARES
ISABELLA SILVA RIBEIRO
Não é comum encontrar espaço para acolher e amparar pessoas enlutadas, oferecendo um ambiente propício
para que se expressem e elaborarem seus lutos pela perda de entes queridos. É frequente que o processo do
luto seja visto como estado depressivo, e o tratamento medicamentoso como único caminho. Nossa intenção é
apresentar uma alternativa que se tem mostrado eficaz: o grupo de reflexão. Relatar a experiência de
dezesseis anos de um grupo de apoio, no acolhimento e acompanhamento a enlutados, proporcionando um
ambiente propício para troca de experiências que favoreçam a elaboração saudável das perdas e dos lutos. Por
meio de reuniões mensais, os participantes relatam suas experiências, sob a coordenação de um profissional
habilitado para o trabalho com enlutados, incentivando a escuta e o apoio, compartilhamento de sentimentos,
dificuldades, recursos. O grupo é aberto, não sendo obrigatória a participação em todas as reuniões. Não há
restrição de participação por tipo de perda ou por faixa etária do falecido. A divulgação é feita “boca a boca”,
ou seja, quem participa comenta com outras pessoas os resultados, fazendo surgir outros interessados. Há
também divulgação na mídia e indicação provenientes de médicos e de psicólogos. Os participantes relatam
bem estar a cada participação nas reuniões, sentindo-se menos solitários em sua dor e compreendidos por
quem também vivenciam os mesmos desafios pelos quais estão passando. Uma verdadeira rede de apoio é
estabelecida ao redor do enlutado, incluindo encontros além das reuniões, contatos telefônicos,
confraternizações em datas especiais, entre outros. Com isso, há redução significativa dos efeitos negativos
da perda física, emocional, profissional, social e espiritual, tendo sido observados muitos processos de
crescimento nessas mesmas esferas. O grupo, que teve início modesto com 12 casais que perderam filhos,
cresceu e se expandiu fundando grupos afiliados em outras dez cidades do Brasil e em Nova York,
contabilizando aproximadamente cinco mil participantes enlutados. Essa rede de acolhimento teve início em
Belo Horizonte (MG), em 1988, com os encontros promovidos por Gláucia e Eduardo Tavares com outros
pais enlutados. Nessas reuniões a troca de experiências facilita o processo de aceitação da morte e das perdas,
não como punição, ou sofrimento desmedido, mas como um fenômeno de referência real. Aceitar essa
referência é se dispor a prosseguir, transformando a dor da saudade e da ausência física em memória e
gratidão. Os encontros trazem a possibilidade de exprimir e compartilhar as emoções e do exercício de
receber e dar afeto. Abrem-se possibilidades para sair do sofrimento desmedido, favorecendo a elaboração de
um novo sentido para o viver. Essa metodologia tem se mostrado de grande abrangência e de suma
relevância, facilitando o processo de luto por meio do apoio mútuo e nos parece que será proveitosa a
inclusão desse trabalho em Ouro Preto.
Palavras chave: Luto – Acolhimento – Pesar
80
FALA QUE EU TE ESCUTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DAS RODAS REALIZADAS PELAS
ALUNAS DO CURSO DE TCI EM TERESINA-PI
MARIA DO SOCORRO DE ALMEIDA CHAVES SOARES CHAVES
MARIA DO Ó CUNHA MARREIROS
MARIA DO AMPARO NUNES DE CARVALHO SILVA
MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA GOMES DA SILVA
MARIA NATIVIDADE BRITO LEAL
MARIA DE JESUS OSTERNES LIMA
NARCIZO DE SOUZA CHAGAS
Introdução:
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um método de Prática Integrativa e Complementar (PNPIC/MS)
desenvolvido na Atenção Primária em Saúde em Teresina. Atua como tecnologia leve de cuidado, promotora
de qualidade de vida. Realizada em forma de roda na qual os participantes tem a oportunidade de
compartilhar seus problemas e angústias sob a condução de uma equipe de terapeutas. Importante ferramenta
de promoção à Saúde no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Objetivos: relatar a experiência das Rodas
de Terapia realizadas pelas alunas do Curso de TCI que atuam na Estratégia Saúde da Família com enfoque
na caracterização dos participantes e nos temas/problemas referidos visando construir vínculos solidários.
Metodologia: estudo descritivo, tipo relato de experiência, desenvolvido por meio de 21 rodas de terapia,
realizadas no período de janeiro a julho de 2015, em diversos espaços especialmente nas Unidades Básicas de
Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS), nas Zonas Norte, Sul e Sudeste da cidade. Outros locais:
churrascaria, residência, empresa de ônibus, igreja, penitenciária e associação de moradores. Cada roda foi
planejada pelas alunas do curso, de acordo com a realidade do ambiente e dos usuários. Os dados foram
coletados ao final do encontro para a subsequente análise e respectivas apreciações. Os resultados obtidos
foram digitalizados em planilha do programa Microsoft Office Excel 2010 e interpretados por meio de
frequências absolutas e percentuais. Resultados e discussões: a amostra foi constituída por 512 pessoas das
quais 83,6% (428) do sexo feminino, 16,4% (84) do sexo masculino; dentre estes, 3% (15) são crianças, 1%
(6) são adolescentes, 72% (370) adultos e 24% (121) idosos. Quanto aos temas propostos destacaram-se:
conflitos familiares, álcool e outras drogas, violência, trabalho (desemprego e sobrecarga de trabalho), perda
de
entes
queridos
e
outros
tipos
de
conflitos.
Nas
estratégias
de
enfrentamento:
fortalecimento/empoderamento pessoal, buscar ajuda religiosa ou espiritual, cuidar e se relacionar melhor
com a família, buscar ajuda profissional (serviços públicos) e lazer como ouvir músicas. Diante dos
resultados, a TCI confirma ser um espaço de acolhimento para partilha de sabedoria de vida, de sofrimentos
vivenciados no cotidiano, de escuta, reflexão e construção de vínculos solidários criando uma rede de apoio
social. Considerações Finais: Foi possível perceber na roda de terapia um espaço de acolhimento, vinculação
e resiliência capaz de exercitar o hábito de falar e ouvir com atenção.
Palavras-chaves: Terapia. Estratégia Saúde da Família. Acolhimento.
81
CONTEÚDO SIMBÓLICO DE RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: USO DA
FERRAMENTA IRAMUTEQ
SANDRIANE KALAMAR MARTINS
ALLAN KARDEC DE LIMA
TAÍSA ADAMOWICZ
FABIANA SÁ REGIS DOS SANTOS
CHAYANNE FEDERHEN
RANGEL RAY GODOY
MILENE ZANONI DA SILVA VOSGERAU
Introdução:
Quando uma abordagem alopática não resulta nos benefícios esperados, identificados em ensaios clínicos,
alguns pacientes são aconselhados a buscar terapias integrativas e complementares, tais como a Terapia
Comunitária Integrativa. Objetivos: Investigar os conteúdos linguísticos resultantes de rodas de TCI com
pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde e classificar os principais temas que emergem nessas
rodas. Método: O grupo estudado foi composto por usuários, de ambos os sexos, do Ambulatório de Saúde
Mental do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que participaram das rodas de
TCI. De caráter quali-quantitativa, a coleta de dados da pesquisa ocorreu durante o ano de 2014. Os discursos
de 14 rodas de TCI foram transcritos e analisados com auxílio do software IRAMUTEQ, que possibilitou a
realização das estatísticas textuais e classificação hierárquica descendente para decisão, através de análise de
conteúdo dos principais temas presentes no corpus. Resultados: As principais temáticas que emergiram das
falas dos participantes das rodas de TCI foram classificadas segundo conteúdo lexical considerado
estatisticamente significativo. No discurso foi identificada 5568 ocorrências e 1054 formas. A partir dos
termos selecionados pelo programa, os pesquisadores destacaram os de maior relevância a partir do contexto
das falas. Foram observadas 6 classes, as quais apresentaram percentual de participação no corpus e os
termos significativos respectivamente: classe I, 22,4%, termos aqui, perceber, sentir, aceitar, viver e
melhorar; classe II (14,9%), termos ansiedade, preocupação, trabalho e universidade; classe III (18,7%),
termos cansado, trabalhar, triste, crise e agitado; classe IV (13,4%), termos melhor, difícil e cuidar; classe V
(15,7%), termos medo, dor, peito, corpo e mente; classe VI (14,9%), termos venho_encaminhada, depressão,
medicamento e tratamento. Discussão: A história clínica reportada pelos pacientes demonstra a frustração
com um modelo de saúde que foca na doença. A exteriorização dos sentimentos trouxe temáticas que tocam
sentimentos íntimos e intensos de cada paciente, o que trouxe, para parcela dos participantes, melhora de
sintomas de ansiedade e depressão após a participação das rodas. Considerações finais: A proposta de
utilização do software Iramuteq foi considerada satisfatória pelos pesquisadores, pois demonstrou capacitada
de análise prévia e identificação do conteúdo simbólico das falas dos participantes das rodas de TCI, o que
proporcionou o melhor entendimento do conteúdo das rodas e a sua consequente avaliação de efetividade.
82
DEPENDÊNCIA QUIMICA: ACOLHENDO O SOFRIMENTO FAMILIAR
SILVANIA SERAFIM SILVA PINTO
INTRODUÇÃO:
Ao ofertar rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) como terapeuta ou coterapeuta, deparamo-nos
com o tema do sofrimento familiar em relação à dependência química, o qual foi desvelado na perspectiva da
mãe de dependente. Esse tema tem sido veiculado na instituição (Secretaria de Saúde), porém, com insipiente
apropriação do cuidado à família e ao dependente químico. OBJETIVO: Discutir a TCI como estratégia de
cuidado às famílias na situação de dependência química e o amparo ofertado pela rede de apoio.
METODOLOGIA: Trata-se de relato de experiência de uma Agente Comunitária de Saúde (ACS), terapeuta
comunitária que realizou rodas de TCI no ano de 2014 num Centro de Saúde do município de Belo
Horizonte. Foram 16 rodas, das quais participaram em média oito cidadãos, totalizando um publico de 128
pessoas atendidas em um Centro de Saúde. Seguimos a metodologia proposta pela TCI: acolhida, fala do
terapeuta, escolha do tema, contextualização, estratégias de enfretamento do problema, conotação positiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Indicação da rede de serviços públicos de saúde para tratamento da
dependência química pelo próprio participante. Mãe e filho constroem um itinerário terapêutico a partir dessa
informação. Buscam o atendimento da psicologia e seguiu-se com o encaminhamento para o CERSAM-AD.
O filho, dependente químico, aceitou o tratamento. Observa-se a resiliência do usuário e familiares. O apoio
familiar foi determinante, ressaltado pelo vinculo mãe-filho, vinculo da mãe com as rodas (grupo). Ao longo
do tempo, a mãe relatou que o filho encontrava-se abstinente, junto à esposa e filho, retornou ao trabalho e
vem mantendo uma vida social saudável. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A estratégia de enfretamento foi uma
das mais potentes nessas rodas ao indicar a rede de serviços públicos de saúde para tratamento da
dependência química. Este relato aponta a necessidade de análise da oferta e contexto da TCI na construção
coletiva de abordagens à dependência química na atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde de Belo
Horizonte. È importante destacar que um tema contundente e uma estratégia potente de abordagem ainda não
foi descoberta por essa instituição, sendo que vários projetos sobre a temática, álcool e outras drogas estão em
discussão no SUS-BH, mas não teve valorização da TCI até o momento. A Atenção Primária à Saúde do
município ainda não dá conta da abordagem deste usuário/família e também parece não ter apropriação da
potencialidade da TCI.
REFERÊNCIAS:
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária: passo a passo. 3. ed. rev. e ampl. Fortaleza: Gráfica,
LCR, 2008.
FERNANDES, M.T.O. et al. Terapia comunitaria: metodología innovadora para la salud primaria en Brasi.
Evidentia. 2011 abr-jun; 8(34)
83
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA, CONQUISTANDO ESPAÇOS PROMOVENDO
ENCONTROS
Maria Alves de Oliveira Moreira¹
Maria Teresinha de Oliveira Fernandes²
INTRODUÇÃO:
A terapia comunitária integrativa, na nossa prática desde a formação, foi implementada na casa dos usuários
porque o Centro de Saúde estava em reforma. Passado um tempo fomos atuar numa escola da área de
abrangência, Centro de Apoio à Comunidade, depois em igrejas e até num bar, constituindo-se de forma
itinerante, conquistando espaços e promovendo encontros entre trabalhadores-usuários-serviço. Por fim,
chegamos ao Centro de Saúde Noradino de Lima, quando estabelecemos uma agenda sistemática com a
oferta do serviço. Desde então, as rodas não pararam mais de acontecer e tem atendido a pessoas em diversas
situações. OBJETIVOS: Discutir a roda terapia comunitária integrativa e formas de inserção na comunidade
e no serviço de saúde. METODOLOGIA: Relato de experiência a partir da vivência de uma ACS enquanto
coterapeuta desde a formação em terapia comunitária integrativa pela Secretaria de Saúde de Belo Horizonte.
Atualmente, a roda de terapia está incluída na agenda dos profissionais do centro de saúde que são enfermeira
e ACS, terapeutas. As rodas acontecem todas as quartas feiras no horário de 15:00, no centro de saúde. A
roda conta sempre com as duas terapeutas: uma exercendo a função de terapeuta e a outra de coterapeuta. O
público participante conta em media com 15 pessoas sendo adultos, crianças, jovens e idosos que aproveitam
cada encontro para refletirem as dificuldades do cotidiano na família, no trabalho e na comunidade. Os
principais temas relatados são: morte, abandono, desemprego, conflito familiar, medo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A escuta e o acolhimento tornam o momento potente para a superação e a
melhora da autoestima, independente do espaço onde as rodas acontecem. As músicas utilizadas nas rodas
passaram a fazer parte do cotidiano dos trabalhadores do Centro de Saúde, o que os aproxima melhorando
suas interações. Nas rodas tem sido feitos trabalhos manuais a partir das habilidades dos participantes que
compartilham saberes, cultura e arte. Acontecem encaminhamentos para outros serviços a partir de
necessidades que emergem nas rodas. As rodas tem contemplado a celebração da vida, (comemoração de
aniversários) e datas festivas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A importância da terapia comunitária integrativa
vem conquistando espaços promovendo encontros entre sujeitos trabalhadores e usuários. No entanto, os
terapeutas precisam se empenhar em conquistar espaços extras comunidades e extras pares. O grande desafio
é conquistar espaços junto a gestão para institucionalizar a estratégia e favorecer formação enquanto ação
potente para a promoção da saúde na Atenção Primária.
BIBLIOGRAFIA
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária: passo a passo. 3. ed. rev. e ampl. Fortaleza: Gráfica,
LCR, 2008.
84
AS RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E AS VIVÊNCIAS TERAPÊUTICAS PARA
O RESGATE DA AUTOESTIMA EM PESSOAS COM SOFRIMENTO MENTAL.
JOSELIA COIMBRA DE SOUZA
SANDRA FERREIRA DE MENEZES
Introdução:
As Unidades Básicas de Saúde acarretam um extenso número de pessoas em sofrimento mental, situações: de
autoextermínio, abandono familiar, não reconhecimento da dedicação empreendida na família, transtornos de
ansiedade herdados ou adquiridos, doenças advindas do uso/abuso ou convivência com usuários de drogas ou
entorpecentes, sofrimentos pela perda de pessoas queridas, recusa e revolta em tratamentos clínicos.
Objetivo: Acompanhar os participantes nas situações de fragilidade diante da vida e seu desenvolvimento
humano a partir das ações planejadas para resgate da autoestima e acolhimento humanizado na atenção
primária de saúde. Metodologia: O Núcleo de Apoio a Saúde da Família-NASF, contou com dois terapeutas
comunitários que integraram ações sistemáticas. Articularam a TCI e Vivências Terapêuticas para beneficiar
a saúde dos usuários do SUS referenciados pela UBS nas reuniões de matriciamento, pelos eventos na igreja,
pela TV local e pelas redes sociais do Município. Um trabalho permanente, inserido na programação anual
das UBS que ocorreu semanalmente desde o segundo semestre de 2014, quando contou com 21 pessoas, entre
adultos e idosos. A cada encontro intercalou-se a TCI com um tipo de Vivência Terapêutica, na sequência:
(Tarô dos Índios, Tremelique, Centramento do Corpo e da Mente, a comunidade cuidando de si (Massagem
Comunitária), O Sol e a Lua- Trabalhando o Olhar Crítico e o Olhar Compassivo, Trabalhando a Integração
do Masculino e Feminino, Pulsação da Vida e o Túnel do Amor e da Confiança. Em 2015, realizamos uma
reunião de avaliação e programação, dentro de uma proposta de Planejamento Participativo. A programação
passou a conciliar as TCIs e as Vivências Terapêuticas acima descritas, acrescidas de orientações
uroginecológicas por fisioterapeuta do NASF, dança, bingo, pic-nic, comemorações e cantigas populares. Os
dados referentes aos grupos realizados a partir de marco de 2015 foram lançados como atividade coletiva no
E-SUS, em média 22 pessoas. Resultados: acentuadas melhoras e mudanças de comportamento foram
reveladas: abandono do isolamento, integração a vizinhança, mudanças benéficas na família/trabalho,
diminuição e reavaliação de medicamentos, maior domínio da ansiedade e reconhecimento da forca interior.
Discussão: Os participantes em maioria se mantiveram no grupo durante o ano, poucos saíram e outros
participaram eventualmente. O pároco local além de divulgar nos eventos, encaminha pessoas. Considerações
finais: O questionário “Checando a autoestima” foi inicialmente aplicado, mas faltou entendimento dos
participantes nas questões, estamos construindo formas de registrar o desenvolvimento de cada participante.
Palavras Chaves: comunidade, saúde mental, desenvolvimento.
Referências
Barreto, Adalberto. Manual Cuidando do Cuidador: Resgate da Autoestima na Comunidade. Formação de
Multiplicadores em Técnicas de Resgate da Autoestima na Comunidade.
EIXO IV
85
A TCI NA PROTEÇÃO SOCIAL DE FAMILIAS E INDIVIDUOS EM SITUAÇÃO DE DEPENDENCIA
QUIMICA
CARLA VALERIA SOARES VITA SOARES VITA
MARIA MARLEY ROCHA LEITE
DALVA ANTONIA DE CASTRO GALDINO
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA-TCI FOI IMPLANTADA EM PIRAPORA EM 2008 NO
ESPAÇO INTERSETORIAL DO CEAD- CENTRO DE ACOLHIMENTO NO USO ABUSIVO DO
CRACK, ALCOOL E OUTRAS DROGAS NA CIDADE DE PIRAPORA MG COMO O APOIO DO
MISMEC MINAS. COM A ATUAÇÃO NA CIDADE DE TRÊS TERAPEUTAS COMUNITÁRIAS O
GRUPO FUNCIONA TODA TERÇA FEIRA ÀS 19 HORAS E HOJE É UM ESPAÇO QUE NOS
PERMITE A CONSTRUIR REDES SOCIAIS E SOLIDÁRIAS ENTRE OS FAMILIARES E OS
PROFISSIONAIS CONTRIBUINDO PARA A PROTEÇÃO SOCIAL DOS INDIVIDUOS E SEUS
FAMILIARES OFERECENDO-LHES ACOLHIMENTO, CONVIVÊNCIA E SOCIALIZAÇÃO DE
FAMÍLIAS E INDIVIDUOS QUE ENCONTRAM-SE VULNERÁVEIS DECORRENTES DO USO
ABUSIVO DO ÁLCOOL, CRACK E OUTRAS DROGAS. NAS RODAS DE TCI OS TERAPEUTAS
COMUNITARIOS PROCURAM NORTEAR SEU DESENVOLVIMENTO VALORIZANDO AS
CRENÇAS E HERANÇAS CULTURAIS E O SABER PRODUZIDO DAS VIVÊNCIAS E
EXPERIÊNCIAS DE VIDA DE CADA INDIVIDUO, EMPODERANDO SEUS MEMBROS NESTE
ESPAÇO DE INTERAÇÃO, RESTAURANDO SUA AUTO-ESTIMA E SUA AUTOCONFIANÇA,
CONTRIBUINDO
NAS
ENCORAJANDO-OS
A
POSSIBILIDADES
ENFRENTÁ-LOS
PARA
DE
SOLUÇÃO
FORMA
DE
NATURAL
SEUS
E
PROBLEMAS
NECESSÁRIA.
E
OS
PARTICIPANTES VÃO CONSTRUINDO NO SEU DIA A DIA, LAÇOS SOLIDÁRIOS E DE APOIO
FAVORECENDO ASSIM O FORTALECIMENTO DE VINCULOS FAMILIARES QUE MUITAS VEZES
ENCONTRAM-SE FRAGILIZADOS FORTALECENDO OS LAÇOS COMUNITÁRIOS QUE SE
INTEGRAM SOLIDARIAMENTE. A OPORTUNIDADE DE EXPRESSAREM SEUS SENTIMENTOS
EM UM GRUPO QUE TEM OS MESMOS ANSEIOS, MEDOS E DÚVIDAS EM UM AMBIENTE LIVRE
DE JULGAMENTO, ONDE A HISTÓRIA DE VIDA DE CADA UM QUE SE INTEGRA A HISTÓRIA
DE VIDA DO OUTRO FAVORECE O DESENVOLVIMENTO DOS VALORES E POTENCIAIS DA
COMUNIDADE GERANDO ASSIM UM GRANDE FATOR DE PROTEÇÃO SOCIAL. ESTE ESPAÇO
DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA SE INTEGRA A REDE DE SERVIÇOS OFERTADOS PELO
SISTEMA UNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL POR MEIO SECRETARIA MUNICIPAL DA FAMILIA E
POLITICAS SOCIAIS DA CIDADE DE PIRAPORA /MG, EM GESTÃO COMPARTILHADA COM O
CONSEP - CONSELHO COMUNITARIO DE SEGURANÇA DE PUBLICA DESTA CIDADE
ENCONTRANDO ASSIM NA COMUNIDADE A FORÇA PARA SUPERAÇÃO DE SUAS
VULNERABILIDADES SOCIAIS E ENFRENTAMENTO DAS DORES E DO VAZIO QUE EXISTEM
NA ALMA DOS DEPENDENTES QUIMICOS E DE SEUS FAMILIARES.
86
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA (TCI) NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA,
DEPENDÊNCIAS E ESTRESSE.
MARIA SOLANGE DE OLIVEIRA LIMA
ZILDA APARECIDA DOS SANTOS
Introdução:
O município de Apucarana é localizado na região Centro Norte do estado do Paraná, segundo o IBGE
120.919 habitantes. Atualmente a estratégia de Saúde da Família conta com 38 equipes traduzindo em 100%
da cobertura da população territorial. Oferece serviços interdisciplinares em conjunto com o Núcleo de Apoio
à Saúde da Família composto por quatro equipes. Objetivos: avaliar queixas, angustias, estresse, ansiedade,
incentivando a reflexão de problemas, resgatando a autoestima, e valorizando o ser humano, a família e o
cuidador através da comunicação entre diferentes formas e saberes nos diversos níveis culturais.
Metodologia: A terapia comunitária integrativa é realizada por Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s),
formados em terapia comunitária integrativa pela 16º Regional de Saúde. São trabalhados dois grupos, um no
bairro Interlagos (em uma varanda residencial) e outro no distrito de Caixa de São Pedro (no salão
comunitário), situados na cidade de Apucarana, as reuniões tem duração de uma hora e trinta minutos e
ocorrem quinzenalmente. O tema é escolhido pelos integrantes do grupo valorizando a escuta e o diálogo,
usando dinâmicas e músicas com expressão corporal. Os temas abordados com maior frequência são:
estresse, família, drogas, depressão entre outros. Trabalha-se também com a massoterapia em complemento
da terapia comunitária integrativa para alívio do estresse. Resultados: O espaço da terapia traduz alegria e
descontração junto ao acolhimento, destacamos experiências positivas de superação em relação às
dificuldades, com o vício, álcool e drogas, a valorização da vida, o aprendizado à escuta, o fortalecimento do
grupo, a confiança nas pessoas e na humanidade, em expor problemas comuns entre eles. Discussão: Segundo
o Professor Adalberto Barreto, quando a boca cala os órgãos falam, por tanto através da terapia é possível
auxiliar no tratamento de distúrbios como a depressão e outros através da troca de experiências realizada nas
rodas de terapias comunitária integrativas. Considerações finais: Sendo assim a terapia comunitária
integrativa tem ajudados aos participantes à conquistar uma melhor qualidade de vida.
Palavras chave: Terapia comunitária integrativa, dependências, autoestima.
87
TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA PARA A RECUPERAÇÃO DO DEPENDENTE QUÍMICO:
UMA CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO
MARLICE VIEIRA DE CASTRO
PEDRO HENRIQUE DOS SANTOS MESSIAS
FRANCISCA MARTA SOUZA CAVALCANTE
Resumo
INTRODUÇÃO- Estão sendo criados vários serviços para o tratamento das dependências químicas. Nesta
realidade encontra-se a Terapia Comunitária Integrativa como espaço de reabilitação e reinserção social.
OBJETIVO- Este estudo tem como objetivo identificar as contribuições da terapia comunitária integrativa
para a recuperação do dependente químico. METODOLOGIA- Trata-se de um estudo exploratório-descritivo
com uma abordagem qualitativa, realizados com 18 dependentes químicos, em um município do Ceara.
Utilizou-se um roteiro de entrevista. RESULTADOS- Emergiram cinco eixos teóricos: Alivio de sofrimento,
fortalecimento de vínculos, partilha de experiências, Mudanças de comportamento, Resgate da autoestima,
revelando que a Terapia Comunitária Integrativa representa uma estratégia de enfrentamento da dependência
química, possibilitado a melhora da autoestima e reinserção social do usuário na comunidade. DISCUSSÃOPara se ter um conhecimento mais amplo desta realidade, realizou-se um levantamento do perfil
socioeconômico dos participantes da terapia comunitária integrativa: Neste perfil considerou-se de grande
relevância as seguintes variáveis: sexo, estado civil, idade, grau de escolaridade. O estudo mostra que 94%
dos participantes da terapia comunitária integrativa são do sexo masculino. Em relação ao grau de
escolaridade observou-se que 50% apresentam ensino fundamental completo/incompleto e 50% apresentam
ensino médio incompleto/completo, nenhum apresenta ensino superior completo/incompleto. Em relação ao
estado civil nota-se que 61% são solteiros. A Terapia Comunitária Integrativa, incentiva a expressão dos
sentimentos e emoções em um ambiente de confiança, pois se trata de um ambiente onde não há julgamento
das falas, fazendo com que os participantes tenham vontade de expressar seus sentimentos, o que ajudar a
aliviar o sofrimento dos mesmos, pois quando a boca fala, os órgãos saram... CONSIDERAÇÕES FINAIS-A
Terapia Comunitária Integrativa vem se apresentando como uma tecnologia de cuidado, que visa preencher a
grande lacuna que existe em relação ao tratamento dos dependentes químicos, por meio do trabalho em
grupo. Neste cenário, a TCI é uma estratégia com um grande potencial para o cuidado, pois é possível
observar que os dependes químicos sentiram-se acolhidos, aprenderam a compartilhar os problemas e
alegrias, adquiriram confiança em si e no outro, sendo as rodas um espaço de esperança, alívio de angústias,
de autopercepção, entre outros tantos verbalizados ao final de cada roda.
Palavras chaves: Terapia Comunitária Integrativa, dependente químico.
88
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA PARA O CRESCIMENTO E
AUTOCONSCIÊNCIA DE ADOLESCENTES DEPENDENTES QUÍMICOS
MARLICE VIEIRA DE CASTRO
PEDRO HENRIQUE DOS SANTOS MESSIAS
FRANCISCA MARTA SOUZA CAVALCANTE
INTRODUÇÃO:
As drogas tornaram-se um problema de saúde pública que vem adquirindo relevância nacional e
internacional, tendo em vista o elevado número de dependentes químicos, especialmente adolescentes e
adultos jovens. Diante disso, se faz necessário o desenvolvimento de estratégias que contribuam para a
conscientização do dependente químico, quanto aos prejuízos ocasionados pelas drogas para que assim, haja
a vontade de parar. A terapia comunitária integrativa é uma estratégia para o enfrentamento das inquietações
do cotidiano na medida em que se constitui em um espaço de promoção da saúde, por meio da
conscientização para adolescentes dependentes químicos, aliviando anseios, através da fala, escuta e partilha
de experiências de vida. A comunidade onde vivem esses adolescentes torna-se importante quando laços nãosanguíneos interferem em seus pensamentos e atitudes que estimulam a usar drogas ou não. OBJETIVO:
Utilizar a terapia comunitária integrativa, como estratégia para o crescimento e autoconsciência de
adolescentes dependentes químicos em uma comunidade de Fortaleza-CE. METODOLOGIA: Trata-se de
uma pesquisa ação, com adolescentes dependentes químicos de uma comunidade carente de Fortaleza-CE,
realizada no período de outubro de 2014 a abril de 2015. Os encontros com os adolescentes aconteciam duas
vezes por semana, em uma sala cedida pelo centro de atenção psicossocial que abrange a comunidade e lá
realizamos com os jovens: rodas de conversa sobre temas relacionados a saúde e trabalhos manuais com
materiais recicláveis, que retratam a vida que eles gostariam de ter, estimulando-os a se conscientizar da
mudança. Os facilitadores da atividade são uma terapeuta comunitária e dois enfermeiros. RESULTADOS:
Os adolescentes e equipe envolvida experimentaram algo novo. Um encontro com potencialidades. No relato
de um dos adolescentes ele disse que nunca tinha imaginado que gostasse de fazer trabalhos manuais, e
detalhe ele tinha inteligência para isso, a chamada inteligência cinestésica, citada pelo teórico Gardner. Em
outro emocionante relato, uma jovem disse que havia seguido esse caminho das drogas, por em casa não tinha
oportunidade de expor seus pensamentos e nos grupos conseguia falar, sentia-se "segura para abrir seu
coração." CONCLUSÃO: A terapia comunitária integrativa é uma estratégia que atua na promoção da saúde,
como uma influência construtiva em torno do conhecimento para obter qualidade de vida. Dessa forma,
acreditamos que o vínculo dos adolescentes dependentes químicos com o serviço de saúde é fundamental,
pois, propicia aos mesmos o exercício da cidadania, conferindo-lhes maior autonomia no cuidado da saúde e
permitindo que seus direitos de fala, argumentação e escolha sejam respeitados.
Palavras-chave: Adolescente. Dependência química. Enfermeiro.
89
REDUZINDO BENZO COM A TCI NO CORREGO DO JENIPAPO
GABRIEL PEREIRA
MARISETE VIEIRA
ISABELA VIRGILIO
Introdução:
Este é um relato da experiência de um ano de trabalho, com realizações de rodas de terapia
comunitária integrativa, desenvolvida no município de Recife, PE- Brasil especificamente na comunidade do
Córrego do Jenipapo, uma iniciativa pioneira em Terapia Comunitária Integrativa junto com a Equipe de
Saúde da Família, mesmo antes do fechamento de convenio com o Ministério da Saúde no ano de 2009, para
implantação da mesma nas ESF’s.
Objetivos:
Avaliar e fortalecer as praticas de linha de cuidado em promoção e recuperação da saúde nos
aspectos: mentais sociais e comunitários, coordenar a linha de cuidado com as pessoas, redirecionar o modo
de fazer saúde, empoderar o individuo ao autocuidado e a manutenção da saúde coletiva dos usuários desta
comunidade.
Metodologia:
A equipe que no período de 12 meses, tendo seu inicio em junho de 2008, realizou um total de 143
rodas de Terapia Comunitária Integrativa, com uma media de 12 (doze) participantes por rodas de conversas,
beneficiando um total de 1716 usuários do sistema publico de saúde, na comunidade do córrego do jenipapo,
no município de Recife. Ao final de cada roda foi preenchido um questionário de avaliação dos Temas e
números de participantes das rodas. Antes preparado o local e material de avaliação, de acordo com
disponibilidade de espaço físico, data e hora.
Resultados obtidos:
Após avaliar os questionários das rodas onde foram elencado por temas e local, foi percebido que 79 % delas
realizadas em endereço fixo e 21% em locais variados dentro da própria comunidade. 43 % tiveram seus
temas relacionado com conflitos familiares 40% com Alcoolismo e 17% com o abandono. Um Estudo
posterior realizado com uma Farmacêutica junto a central de distribuição de medicamentos do distrito
sanitário 3 foi percebido uma redução em 13,93 % no uso de Benzodiazepínicos (Diazepan) geral nesta
comunidade, mas devido a demora dos sistemas de informação nos relatórios do sistema da farmácia da
família este estudo só pode ser finalizando em junho de 2011. E não poderão ser retirados de forma impressa,
pois o mesmo não dispunha desta opção, apenas opção visual em tela.
Considerações finais:
Este trabalho foi realizado com algumas dificuldades, tais como: falta de espaço físico no prédio da
USF, pois o mesmo era muito pequeno e não dispunha de uma única sala que abrigasse confortavelmente
mais que 5 pessoas, o espaço mais utilizado foi o conselho de moradores e casas dos próprios usuários,
horários inconstantes de inicio para as rodas, tivemos também algumas facilidades como: boa aceitação da
população em participar das rodas, a grande oferta de locais para a realização das rodas e a grande
colaboração entre os profissionais, as associações locais, os grupos focais e grande parte da população.
Terapia Comunitária Integrativa - Redução de Benzo- Experiência no Jenipapo
90
RESGATE DA AUTOESTIMA - CUIDANDO DO CUIDADOR COM SERVIDORES DA AUTARQUIA
MUNICIPAL DE SAÚDE DELONDRINA
JUCELEI PASCOAL BOARETTO
CLAUDIA MARCELA FAZENDA
1 INTRODUÇÃO
O presente projeto tem o intuito de resgatar a autoestima dos servidores municipais da saúde do SUS,
bem como, aliviar o estresse que a carga diária do trabalho acaba acumulando em cada um. Nasceu a partir da
estratégia utilizada dentro da Terapia Comunitária Integrativa, da qual, o município faz parte desde 2002. Em
nosso município já foram formadas quatro turmas de terapeutas comunitários, todos servidores (as) da saúde.
Como durante o curso de terapia comunitária integrativa são utilizadas vivências para resgate da autoestima,
a presente ideia foi se fomentando: por que não aplicar as vivências fora do contexto do curso de formação?
Se as vivências proporcionam bem estar aos participantes, se auxiliam na redução do estresse e,
consequentemente proporcionam uma autoestima elevada, seria um ganho aplicá-las para os servidores como
um “Cuidado a quem cuida”.
Assim surgiu a ideia de aplicar o Cuidando do Cuidador semanalmente em nosso município, dando
oportunidade dos servidores que cuidam de tantos pacientes e, até mesmo, cuidam de outros servidores, terem
um espaço para si. O ambiente acolhedor, as dinâmicas/vivências aplicadas, seguidas após da partilha e de
uma roda de Terapia Comunitária Integrativa, tem demonstrado que todos se sentem mais valorizados.
Sabemos que a saúde não é apenas a ausência da doença, mas um bem estar físico, mental e social.
Assim, nossa prefeitura investe no bem estar de seus servidores (as), com o objetivo de promover saúde e
prevenir doenças.
Como citado anteriormente, todos os servidores (as) da saúde de nosso município estão envolvidos,
ou seja, são nossa clientela neste processo de resgate da autoestima e redução do estresse. Abrangemos todos
os nossos servidores (as) da saúde e, com isso, suas famílias e seus locais de trabalho, pois quando a mudança
acontece em um ser humano, ela é capaz de mudar seu contexto de vida.
Semanalmente realizamos vivências de Resgate da Autoestima em nosso auditório, com capacidade para 30
servidores (as) em cada vez. Além disso, também realizamos as vivências nos auditórios dos Prontos
Atendimentos (UPAs) para os servidores (as) que trabalham no período noturno. Uma vez que cada vivência
dura em média 2 (duas) horas e, a roda de Terapia Comunitária Integrativa 1 (uma) hora; é mais vantajoso
deslocar dois servidores para o local destes servidores (as) do que, gerar hora extra ou, inviabilizar o projeto
por falta de horário compatível para todos.Este projeto tem potencial para abranger não somente os (as)
servidores (as) da saúde do SUS; pois os depoimentos após, tem sido motivadores para continuarmos com
este projeto em 2015 e, ampliá-lo cada vez mais. Talvez ampliando para outro local, pois atualmente
utilizamos o auditório da Villa da Saúde, com capacidade para 30 servidores (as) em cada vivência. Assim
como dentro do SUS, outros setores sempre atuam com sobrecarga de estresse: a educação e a administração
direta são exemplos disto.
Palavras Chaves: Autoestima- estresse -TCI
91
TCI UM OLHAR PARA SI
NIARA CABRAL ISERHARD
Experiência na cidade de Santa Maria/RS onde foi realizado o curso de Terapia comunitária Integrativa nos
funcionários do SUS devido a sensibilização da tragédia ocorrida em 2013 da Boate Kiss vitimando 242
pessoas foi causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava
na casa noturna. A imprudência e as más condições de segurança ocasionaram a morte de mais de duas
centenas de pessoas. Essa formação com os princípios do Adalberto Barreto que desenvolve o cuidado de si é
uma ferramenta que o profissional consegue ser cuidado e cuidar do outro desenvolvendo as rodas de TCI
passo a passo e aplicando a metodologia Paulo Freire. A terapia sistêmica é uma abordagem onde tudo está
dentro do sistema em uma visão geral, em movimento, tudo se completa, um completa o outro. O profissional
se sente seguro e cuidado com as rodas de terapia onde é uma construção de saberes e uma troca rica em
conhecimento e prática.Os funcionários do SUS sentem-se muito próximos dos usuários onde convivem
diariamente com seus sofrimentos e dificuldades de acesso ao tratamento onde Gastão coloca que é
importante rodas para haver uma conexão e sintonia entre usuários e profissionais de iguais para iguais. Essa
experiência é rica em trocas e cuidados de um com o outro. É um sentimento de cumplicidade e um
tratamento eficaz onde os sentimentos são expostos e aliviado com o espaço onde é construído e respeitado
pela comunidade. Cada roda tem um significado diferente por ser única e diversificada pelo grupo que atua.
"Quando a boca cala os órgãos falam e quando a boca fala os órgãos saram." (Barreto)
Como enfermeira e capacitado como terapeuta comunitária tenho ferramentas para tem um olhar diferente no
meu cuidado e no cuidado do outro.
Quando os gregos preconizam o cuidado de si, na verdade, refere-se ao cuidado da alma, como espaço para o
pensamento, para a reflexão, o diálogo, o encontro com o semelhante. (Maturama, 2000). Logo, cuidar de si,
ocupa-se de si, ocupa-se da alma, implica que o indivíduo tenha a uma melhor compressão da sua relação
com os outros e do mundo que circunda. Em últimas instâncias, cuidar de si significa conhecer-se (Focault,
1984).
Como terapeuta comunitário, certamente você trabalhará os temas luz e sombra, tanto com a pessoa a ser
atendida, como no grupo e como você mesmo. A sombra é parte reprimida de nós mesmos. Necessária a ser
reconhecida, percebendo os alcances e limites da realidade em si.
Palavras Chaves: Dialogo – Reflexão- Cuidados
92
EIXO V
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM SALA DE AULA: ESPAÇO DE FALA E ESCUTA
CARMEN SILVIA MARTINS
CÉLIA REGINA ASCENÇO
ELIZABETH ALCKMIN RAMOS NOGUEIRA
LUCIANA DE OLIVEIRA FERREIRA
O presente trabalho discorre sobre o desenvolvimento de rodas de Terapia Comunitárias Integrativas
realizadas desde o ano de 2010 com os alunos das escolas municipais da cidade de Pindamonhangaba-SP.
Objetivamos apresentar o trabalho que vem sendo realizado com crianças de 09 a 12 anos, enfatizando os
recursos adotados pelas terapeutas, bem como as estratégias de enfrentamento, trazidas pelas crianças
participantes, aos problemas vividos. A metodologia adotada para a realização das rodas pode ser delineada
da seguinte maneira: cada roda foi realizada com alunos matriculados em salas de 5º ano do Ensino
Fundamental. Foram adotados os passos da TCI, incluindo, no momento da apresentação do tema, a contação
de uma história, lançando mão de recursos como: fantoches, avental ilustrado, música, dedoches, vídeo etc. A
observação das terapeutas recai sobre a forma como as crianças reagem à problemática das histórias, fazendo
pontes entre seus problemas e aqueles vistos na trama. O mote gerado a partir de um sentimento
desencadeado pela história leva as terapeutas a identificarem como as crianças, ainda imaturas
emocionalmente, fazem para superar suas dores e sofrimentos. O trabalho iniciou-se no 2º semestre de 2010 e
vem sendo realizado quinzenalmente, de forma sistemática. Os registros de monitoração das rodas
evidenciam que, até junho deste ano, foram realizadas 91 rodas, totalizando a participação de 968 alunos.
Motes como medo, tristeza e raiva foram recorrentes. Considerando a Terapia Comunitária Integrativa como
estratégia de cuidado coletivo e de prevenção da saúde mental, o trabalho com as crianças incentiva a
expressão, o compartilhamento, a organização de ideias, a compreensão dos sentimentos e a busca de
estratégias para solução de problemas e conflitos. A dificuldade em nomear e verbalizar os sentimentos é
superada quando se reconhece, a partir de uma história, por exemplo, que outras pessoas sentem o mesmo e
que, na igualdade, é possível a busca por soluções aos problemas vivenciados. A realização das rodas com
crianças tem nos permitido perceber a importância dos espaços de fala e escuta nos quais as crianças possam
expressar e pensar sobre sentimentos que nem sempre conseguem verbalizar, mas que estão latentes em seu
interior. A troca com os pares permite que percebam, desde cedo, que não estão sozinhas na caminhada, pois
a história de um sujeito ressoa no outro, criando e fortalecendo as redes de comunicação e apoio, resgatando a
autoestima e a identificação com sua cultura e suas raízes, valorizando o sentimento de pertencimento a um
grupo, decisivo para a constituição das identidades de cada ser.
Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Recursos para TCI com crianças. Estratégias de
enfrentamento.
93
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO ESTRATÉGIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM
UM CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PÚBLICA
CLAUDIA MARTINS REBELLO
MARCIA MARIA DE PAIVA GUIMARÃES
A Terapia Comunitária Integrativa como estratégia da atenção primária em um centro Integrado de educação
pública
Autores: Ayala Pinotti, Edilson Raimundo, Emily Ghetti, Gabriela Carvalho, Renan Verissimo, Renata
Parente, Paulo Albino, Rodrigo Amorim, Rogério Ferrari, Suzana Giffoni, Thiago Calais, Viviane Vargas.
Orientadoras: Profª. Claudia Martins Rebello e Marcia Maria de Paiva Guimarães
RESUMO
Introdução: A Síndrome de Burnout (SB) é decorrente de uma excessiva e prolongada exposição a situações
de estresse no ambiente de trabalho, envolvendo três fatores principais, a saber: exaustão emocional, redução
da realização pessoal e despersonalização. Sendo assim, a relevância desse estudo consistiu em abordar a
Terapia Comunitária Integrativa (TCI) como forma de estratégia da atenção primaria junto aos professores
que fazem parte da população alvo, acometida pela síndrome.
Objetivo geral: Demonstrar o uso da TCI como estratégia de intervenção na abordagem a SB.
Objetivos específicos: Sensibilizar os profissionais sobre a importância da implementação da TCI como uma
forma de melhorar a qualidade de vida; Planejar e realizar duas rodas de TCI; Verificar a aceitação dos
participantes em relação à implementação da roda de TCI.
Método: Trata-se s de um estudo empírico, com abordagem predominantemente qualitativa, foi utilizada para
a coleta de dados a observação participante.
Resultados e discussão: Frente à alta prevalência da SB encontrada nos professores pelos alunos, foi realizado
nesse período o processo experimental da TCI na escola, nas datas 29/04/2015 e 6/5/2015, com a presença de
um participante do sexo masculino e seis do sexo feminino na primeira roda e seis do sexo masculino e onze
do sexo feminino na segunda roda. Os principais problemas trazidos pelos participantes para as rodas de TCI
são oriundos de situações bastante diversificadas: os conflitos familiares; preocupações financeiras e tristeza.
As problemáticas trazidas refletem o cotidiano dos professores. Várias estratégias de enfrentamento foram
mencionadas, como sendo as principais: fortalecimento/empoderamento pessoal, buscar redes solidarias,
buscar autocuidado, participar da TCI, cuidar-se e buscar apoio familiar. Durante as rodas de TCI os
professores conseguiram exteriorizar seus sentimentos positivos e negativos, evocando nos participantes uma
representação positiva à socialização e à ressignificação, possibilitando um novo modo de pensar e agir frente
às atitudes e práticas sociais.
Conclusão: Foi observado o impacto positivo, através do depoimento destes profissionais, assim concluímos
que a proposta de implantar a roda TCI neste ambiente de trabalho seria uma estratégia viável para a equipe
de saúde da família do centro de saúde escola Lapa.
Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa, Síndrome de Burnout.
94
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COM PROFESSORES E
FUNCIONÁRIOS DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) NO
RS
Cláudia Buarque
Andréa Eliane Charão de Mattos
Isabela Cristina
Introdução: As situações de estresse na relação professor-aluno e a sobrecarga de demandas
profissionais, sociais e das famílias dos alunos para além do processo de aprendizagem, configuramse como o panorama atual dos professores. Segundo Witter, 2003 os profissionais confrontam-se
com realidades impactantes que lhes exigem alguma solução, podendo levar a sensação de
impotência e um consequente decréscimo na qualidade do processo ensino-aprendizagem. O suporte
social, o desenvolvimento de habilidades de solução de problemas e de sentimentos positivos
contribui para a melhoria da saúde e da satisfação desses profissionais (MURTA, 2004; 2005;
LEITE; LÖHR, 2012). Sendo assim a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), enquanto ato
terapêutico é um instrumento de suporte, fortalecimento e ampliação da capacidade de resiliência de
pessoas e grupos sociais em situações adversas. Promove saúde dinamizando laços e mobilizando
recursos para o fortalecimento de redes, de forma a fomentar que os grupos sociais sejam agentes de
sua própria transformação (BUSS, 2000). Objetivos: Realizar a avaliação do impacto da TCI na
autoestima, na qualidade de vida e resiliência dos professores e funcionários de duas escolas
públicas. Com este trabalho pretende-se também avaliar o grau de satisfação dos professores e
funcionários em relação a TCI. Metodologia: Trata-se de um experimento controlado com avaliação
pré e pós a intervenção de TCI para professores e funcionários de duas escolas da área de
abrangência da UBS Santa Cecília/Hospital de Clínicas de Porto Alegre –Rio Grande do Sul. Foi
oferecida a intervenção da TCI para duas escolas, que entraram no Grupo Intervenção e outras duas
escolas foram mantidas como Grupo Controle. Totalizou-se uma amostragem de 60 indivíduos.
Todos os participantes preencheram a Escala de Autoestima, Qualidade de Vida e Resiliência antes
e após a intervenção. No Grupo Intervenção foram realizados quatro encontros (rodas) de TCI com
duração de 1h15min na Escola 1 e cinco encontros na Escola 2 e no Grupo Controle, Escolas 3 e 4
somente preenchimento das escalas e a avaliação com intervalo de seis meses.
Resultados: Ainda pendente devido à finalização da pesquisa agosto/2015.
Discussão: Muitos caminhos foram percorridos até a realização bem sucedida de cinco rodas de TCI
em uma escola do Grupo Intervenção As escolas do Grupo Controle, que realizaram apenas um
95
encontro referiram e registraram a importância do espaço de compartilhamento, mas optaram por
não fazer mais as rodas de TCI se candidatando a ser Grupo Controle. Alguns participantes do
Grupo de Intervenção da Escola 1 referiram a dificuldade em aceitar a palavra terapia devido ao
medo de exposição; o próprio clima escolar de desunião dificultou a aceitação de um grupo de
conversa como a TCI. Nesta escola houve a sugestão por parte dos participantes que se fizessem
presentes nas oficinas ou palestras, ao invés de um grupo "com música ou abraços". A proposta da
aplicação de três escalas (com duração de preenchimento breve) provocou certo desconforto em
alguns participantes por tratar de temas pessoais. Além disto, quatro encontros parece ser um curto
período para mensurar mudanças em um grupo ou individualmente. Mesmo com certos entraves, a
Escola 1 relatou benefícios e modificações no relacionamento entre professores. A escola 2 mostrou
o desenvolvimento do grupo e relato de modificações pessoais. Considerações Finais:
A
TCI
inseriu-se como ferramenta de um Programa de assessoria às escolas (PSE) já em funcionamento. A
proposta da TCI teve de ser primeiramente apresentada para equipe multidisciplinar que assessora as
escolas e então à equipe diretiva das mesmas; a falta de representantes das escolas nas reuniões de
apresentação e a mudança da equipe que assessora as escolas ocasionou uma relativa perda do
entusiasmo das apresentações iniciais sobre os objetivos e proposta da TCI. Muitas reflexões os
terapeutas comunitários se fizeram a partir deste trabalho: algumas escolas antes de terem um
espaço como a TCI, precisariam de mais assessoria à equipe diretiva para terem maior apoio entre
si? se tivessem assessoria inicialmente ao seu grupo conseguiriam abrir mais espaços de reuniões
para a TCI investindo mais seu tempo, mesmo que sobrecarregados de atividades, como alegado? as
dinâmicas (da fase do acolhimento) devem ser realizadas gradativamente conforme a adesão das
escolas, já que no início alguns professores resistiram a participar de brincadeiras e dinâmicas de
descontração? Realizar rodas fora da escola seria um fator relevante para algumas escolas ,
conforme perfil do grupo, já que no local de trabalho, nem todas as pessoas sentir-se-ão
confortáveis, "seguras", dependendo das relações que o grupo estabelece? Identificou-se a
importância de esclarecer que o grupo oportuniza o falar sobre si, temas que incomodem a pessoa e
não necessariamente sobre temas relacionados ao trabalho, e que isto naturalmente auxiliaria no diaa-dia da pessoa.
Palavras-chave: Práticas de Saúde Complementares e Integrativas, Esgotamento Profissional,
96
PROFESSOR, SUA VOZ É IMPORTANTE. NÓS TE RECONHECEMOS!
LUCIANA FERREIRA
CARMEN SÍLVIA FERREIRA MARTINS
CÉLIA REGINA ASCENÇO.
Devido às exigências sociais a escola passa por transformações em seus pressupostos filosóficos e legais para
a busca de sentido às suas ações, como para justificar a sua existência e importância na constituição do
sujeito, já que o ambiente tem grande valor na construção da identidade. Porém, a cada dia a complexidade se
torna mais nítida nas relações presentes no âmbito escolar e, os professores se mostram angustiados em lidar
com a problemática e, muitas vezes, se sentem sozinhos. Considerando a importância dos professores na
formação de valores e no desenvolvimento da autonomia e da criticidade, como será que podem fomentar
reflexões se a angústia e a solidão são companhias constantes? Atualmente observa-se que o absenteísmo e o
uso de medicamentos pelos docentes vêm crescendo devido à intenção de aplacar seus sofrimentos psíquicos.
Dessa forma, é preciso criar espaços para recuperar a voz perdida dos professores. A ressignificação dos
discursos permite o fortalecimento da autoestima e da construção de redes solidárias. Objetivos: Evidenciar a
importância do espaço de fala e escuta no grupo de professores como forma de compreensão e transformação
de seus sofrimentos psíquicos e o fortalecimento da autoestima e dos vínculos interpessoais. As rodas de
conversa foram realizadas mensalmente desde o segundo semestre de 2011 até o final do ano letivo de 2013
no Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) com onze professoras da Educação de Jovens e Adultos
de cinco escolas públicas do município de Pindamonhangaba, cidade do interior de São Paulo e, até o
momento, sempre que solicitada, nos HTPC dos professores dos demais segmentos (educação infantil e
primeiro ciclo do ensino fundamental – 1º ao 5º ano) e com os diversos agentes escolares (pais, alunos e
funcionários). Músicas, histórias e poesias são potencializadas nas rodas, bem como nas temáticas.
Depoimentos dos participantes e análise dos relatórios feitos ao término de cada roda de conversa auxiliaram
na avaliação e construção dos resultados. A grande maioria dos participantes é do sexo feminino, totalizando
99% das presenças. No período de 2011 a 2013, os motes que mais apareceram nas rodas de conversa foram:
medo, tristeza, impotência, raiva e perda, sendo que a fé, o diálogo, a procura por ajuda especializada, a
aceitação e o apoio de amigos e familiares estão entre as estratégias de enfrentamento mais utilizadas.
Observa-se que redes de apoio foram construídas, em especial, o fortalecimento dos vínculos entre os
professores cujas rodas foram periódicas. Compartilhar experiências possibilita reconhecer-se como autor de
sua história e parte integrante de uma rede, já que as relações são tecidas através da comunicação, cuja
premissa é o falar e o escutar.
Palavras-chave: professores – sofrimento – autoestima.
97
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E
DIAGNÓSTICO DA SAÚDE DE SERVIDORES DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE UBERABAMG: SE O SUJEITO ADOECE SOCIALMENTE POR QUE TRATÁ-LO INDIVIDUALMENTE?
RALPH DE CASTRO
MAURINO BERTOLDO
ELIETE PEREIRA RODRIGUES
CINARA ALINE FREITAS
A categoria docente é exposta a ambientes conflituosos, alta exigência e estresse, o que leva a repercussões
na saúde física e mental e no desempenho destes profissionais. Em levantamento realizado na Secretaria
Municipal de Educação e Cultura de Uberaba-MG (SEMEC), os problemas de saúde mental e
osteomusculares são responsáveis por quase metade de todos os afastamentos. Estes fatores guardam relação
intrínseca ao sistema de trabalho, stress, sobrecarga e baixa qualidade de vida. Esteve (1999) traça uma
sequência de sintomas e quadros clínicos comuns no processo de adoecimento docente, são eles: adoecimento
das vias aéreas superiores; adoecimentos sistema osteomuscular e adoecimento por transtornos mentais, a
mesma escala encontrada no levantamento da SEMEC. Com intuito de dar voz e acolher o sofrimento dos
professores foi aberto um espaço para a realização de sessões de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) em
escolas da rede municipal. Este estudo procura compreender as principais causas de sofrimento dos
professores, segundo a voz, expressão e opinião dos mesmos. Foram realizadas dez (10) sessões de TCI em
dez (10) escolas com a participação de 296 professores e diretores da rede municipal, seguindo a metodologia
descrita no livro “Terapia Comunitária passo a passo” de Barreto (2005). O sistema de trabalho aparece como
a principal causa de estresse e adoecimento. Olhando para a rede de atendimento e suporte à saúde do
professor é possível perceber que o acolhimento ofertado aos professores da rede municipal é eficiente no que
diz respeito ao tratamento do indivíduo, porém deixa a desejar em relação ao acolhimento coletivo. Nesse
sentido, surge a indagação “se o sujeito adoece socialmente por que tratá-lo individualmente?”. Também
chama atenção o fato da ajuda profissional aparecer como a quarta estratégia de enfrentamento dos
problemas. Na hora de enfrentar suas dificuldades, o servidor prefere enfrentá-las sozinho, buscando a ajuda
de amigos, vizinhos, ou a igreja antes de procurar a ajuda profissional. A criação de espaços de partilha, de
identificação com o outro e respeito às diferenças parece ser importante na promoção da saúde da
coletividade e dos indivíduos. Os resultados levam a crer que a TCI pode fazer parte de projetos mais amplos
voltados à compreensão dos sofrimentos coletivos, à saúde do trabalhador e para futuramente contribuir na
elaboração de politicas públicas de instituições de ensino.
PALAVRAS-CHAVE
Saúde Mental. Adoecimento Docente. Terapia Comunitária Integrativa.
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TRABALHANDO COM SEGREDOS: “AFINAL, O QUE É QUE EU PRECISO CONTAR?” CONTANDO
O MILAGRE SEM CONTAR O SANTO OU O SANTO SEM CONTAR O MILAGRE
REGINA CELI PEREIRA DA SILVA
IVANILZA MARTINS RIBEIRO JACINTO
MARLENE DOS SANTOS ALVES
TÂNIA MOSCIATTI
VERA LÚCIA AVELAR SOUZA
SOLANGE RODRIGUES
Introdução – No Município de São Paulo, a violência bate à porta dos serviços de saúde. Nosso trabalho com
a Terapia Comunitária Integrativa – TCI se situa na Região Norte deste Município e atende principalmente os
funcionários desses serviços que em sua grande maioria reside na região.
Objetivos – Discutir como o trabalho com a TCI conseguiu atender os funcionários sem expô-los a riscos.
Metodologia – Nosso grupo já realizou rodas de TCI em 17 UBS e 01 CAPS, sendo que em 05 desses
serviços, recebemos casos que envolviam segredos. Nas intervisões, os terapeutas começaram a refletir sobre
o que estavam utilizando para conduzir as rodas sem saber de detalhe algum da questão trazida pelo
protagonista. A conclusão a que chegaram foi a seguinte: 1. Foco no sentimento. O grupo, quando vota, elege
o sentimento; cada um identifica esse sentimento dentro de sua própria história. 2. A pessoa do terapeuta. O
terapeuta deve saber lidar com a curiosidade e com a angústia diante do não dito; deve direcionar as
perguntas do grupo para respeitar o protagonista em sua impossibilidade de relatar o caso; precisa confiar nas
pessoas, na força saudável de cada um, confiar que elas têm a resposta, só precisam encontrá-la e aceitá-la, às
vezes elas já têm a resposta, mas não querem aceitá-la; saber que cada um é doutor de sua própria história e
pode olhá-la de forma diferente.
Resultados – Nas cinco rodas de TCI, o resultado foi bom e surpreendente: o protagonista saiu aliviado,
agradecido e com saídas para a situação; os participantes saíram aliviados e enriquecidos; uma protagonista
relatou posteriormente como havia resolvido seu problema e estava mais livre e fortalecida; uma participante
se sentiu segura para falar e relatou uma situação de muita violência familiar, dizendo: “todos dizem que
roupa suja se lava em casa, mas eu lavo no rio”. Ela se sentiu segura para falar, sabendo que seu limite seria
respeitado.
Discussão – Foi levantado que o espaço da intervisão leva o terapeuta a um sentimento de pertencimento ao
grupo, o que gera segurança e fortalecimento, e que a prática da intervisão continuada potencializou a
capacidade de cada terapeuta, que já fazia rodas de TCI em seu território, mas que não trocava experiências e
solidariedade com os outros terapeutas da região.
Considerações finais – Esse trabalho nos mostrou como a TCI é uma técnica que cuida de forma delicada,
respeitosa, profunda e segura da comunidade, e como o terapeuta comunitário vai se deixando formar por
essas características.
Palavras chave – Segredo. Cuidado. Violência.
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RODA DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: UMA ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO
DA SÍNDROME DE BURNOUT EM UM CENTRO INTEGRADO DE ENSINO PÚBLICO
MARCIA MARIA DE PAIVA GUIMARÃES
CLAUDIA MARTINS REBELLO
Roda de Terapia Comunitária Integrativa: uma estratégia de enfrentamento da Síndrome de Burnout em um
Centro Integrado de Ensino Público
Autores: Álvaro César Binoti Coimbra, Edson Machado Júnior, Guilherme Freind dos Santos, Mariana de
Sousa Nery, Mariana Pascoto Freitas Pereira, Marianna Caruso Mellone Bloise, Victor Monico Sabdin.
Orientadoras: Profª. Marcia Maria de Paiva Guimarães e Profª. Claudia Martins Rebello
RESUMO
Introdução: Em 2014, foi realizada uma pesquisa no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) José
Pedro Varela, teve como conclusão a prevalência elevada da Síndrome de Burnout, que consiste na exaustão
emocional, caracterizada por sentimentos de fadiga e falta de energia para manter-se em sua atividade laboral.
Tendo em vista a problemática encontrada e a ausência de qualquer tipo de suporte a esses professores que
seja capaz de amenizar tais sintomas, a roda de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) foi apresentada a eles,
como uma estratégia de enfrentamento deste problema. Objetivo geral: Sensibilizar os professores do CIEP
José Pedro Varela, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, em relação à roda de Terapia Comunitária Integrativa.
Objetivos específicos: Apresentar o resultado da pesquisa da prevalência da Síndrome de Burnout aos
professores do CIEP; Esclarecer aos professores o que é uma roda de Terapia Comunitária Integrativa;
Realizar uma roda de Terapia Comunitária Integrativa no CIEP. Método: Trata-se de um estudo empírico,
com abordagem predominantemente qualitativa. Para a coleta de dados, foi utilizada a observação
participante. Resultados e discussão: Para sensibilizar os professores do CIEP José Pedro Varela, foi
realizada uma roda de TCI no local no dia 28 de abril de 2015 das 14:30 às 16 horas. Participaram da roda de
Terapia Comunitária 15 pessoas, sendo 11 do sexo feminino e 4 do masculino. Desses 15, 7 integrantes eram
acadêmicos de Medicina. Os temas propostos abordaram estresse (angústia, raiva, desânimo), conflitos
familiares (marido e mulher, filhos, irmãos), trabalho, depressão e abandono, discriminação e rejeição. O
tema escolhido foi “raiva diante da falta da qualidade das relações do ser humano”. As estratégias de
enfrentamento sugeridas pelos participantes da terapia foram fortalecimento/empoderamento pessoal, buscar
redes solidárias, cuidar e se relacionar melhor com a família e autocuidado. Os professores interagiram e
exteriorizaram seus sentimentos. Conclusão: Dessa maneira, os resultados obtidos em nossa experiência no
CIEP José Pedro Varela podem servir para coadjuvar a elaboração de métodos para prevenir ou atenuar a
Síndrome de Burnout em professores, através de uma ação conjunta entre professores, alunos, instituição de
ensino e de saúde e sociedade, a fim de humanizar o processo de trabalho do docente, na ampla gama de
fatores biopsicossociais no ambiente ocupacional e de relações interpessoais do professor.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout; Roda de Terapia Comunitária Integrativa.
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CUIDANDO DE QUEM CUIDA: PROFESSORES EM FOCO
LUCIANA FERREIRA
CARMEN SÍLVIA FERREIRA MARTINS
CÉLIA REGINA ASCENÇO
ELIZABETH ALCKMIN RAMOS NOGUEIRA
Vivemos um período de profundas modificações sociais que impactam diferentes meios, entre eles, as
escolas. Como consequência, nos deparamos com professores cansados e desestimulados com a ausência de
políticas públicas que garantam boas condições de trabalho. O desânimo, o adoecimento e o número
crescente de ausências e licenças médicas por parte destes profissionais vêm despertando preocupações e
sinalizando que o cuidado para com eles se faz urgente e necessário. Este trabalho apresenta o
desenvolvimento de vivências cuja intenção é buscar o autoconhecimento, subsidiar o resgate da autoestima
entre professores, funcionários das escolas municipais da cidade de Pindamonhangaba-SP e,
esporadicamente, para alunos do curso de Pedagogia de uma instituição de ensino superior do município. Por
meio de encontros semanais, com a duração média de duas horas, os professores submetem-se às dinâmicas
que os conduzem ao reencontro com a própria identidade, valorizando seus potenciais de enfrentamento e
conhecendo meios de cuidarem de si próprios. As propostas de autoconhecimento valorizam a força, a
coragem e a determinação com as quais encaram as situações conflituosas de suas vidas pessoais e
profissionais. As vivências ocorrem em local especialmente preparado, fora do ambiente de trabalho, em
grupos de vinte e cinco a quarenta participantes, atendendo à sequência: formação da roda, aquecimento,
vivência e partilha. Atualmente, somamos cerca de 500 profissionais atendidos desde o 2º semestre do ano de
2012, em vivências sequenciadas ou em atendimentos únicos, em Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo
dos professores (HTPC). A cada vivência realizada percebe-se o alívio dos participantes ao encontrar um
espaço de acolhimento e expressão, dando vazão aos sentimentos e anseios. Por meio de depoimentos
colhidos e avaliação sistemática dos trabalhos, concluímos que o cuidado para com esses profissionais resulta
na mudança de hábitos pessoais que alcançam positivamente o espaço de trabalho, melhorando as relações
interpessoais que lá ocorrem. Sentem-se fortalecidos para as dificuldades diárias, empoderados na tomada de
decisões, confiantes nos momentos de dor, capazes de atuarem seguramente em suas escolas e salas de aula.
Resgatar e manter a autoestima, bem como a busca incessante pelo autoconhecimento, constitui-se em um
exercício íntimo e diário que envolve determinação e respeito a si mesmo e ao outro, já que esse outro não é
mais reconhecido como ameaça. À medida que o indivíduo conhece a si mesmo, relacionando-se de forma
positiva com sua autoestima, descobre novas formas de enfrentamento para seus problemas e melhora sua
capacidade de relacionamento intra e interpessoal. Quando compreende a origem verdadeira dos sentimentos,
pensamentos e concepções torna-se mais fácil a tarefa de manter ou reconduzir hábitos e comportamentos. A
busca por respostas passa a ser encontrada dentro e não fora.
101
UTILIZAÇÃO DE DINÂMICAS DE RESGATE DA AUTOESTIMA EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
PORQUE QUEM CUIDA TAMBÉM MERECE SER CUIDADO!
KARINE OLIVEIRA GOMES
Introdução: O trabalho na área da saúde envolve uma carga de sofrimento elevada e, muitas vezes, expõe os
profissionais de saúde à situações que podem afetar sua autoestima e nível de estresse. Considerando que a
autoestima é um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo que se reflete em uma atitude positiva
ou negativa em relação a si mesmo, é importante avaliar a autoestima e o nível de estresse dos profissionais
de saúde para identificar sua capacidade de enfrentar as adversidades comuns às suas funções. Objetivo: Este
trabalho analisou o impacto das dinâmicas de resgate da autoestima em profissionais de saúde vinculados à
Equipes de Saúde da Família (ESF). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado em 2014, com
profissionais de saúde que atuavam em duas ESF de Vitória da Conquista, Bahia. Utilizou-se a Escala de
Autoestima Rosenberg (EAR) e a Escala de Estresse Percebido (PSS-10) como instrumentos para avaliar,
respectivamente, a autoestima e o estresse. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre
Esclarecido antes de preencherem o questionário individual. Foram realizados três encontros e aplicadas as
seguintes dinâmicas: “Trabalhando o centramento do corpo e da mente”; “O Sol e a Lua: trabalhando o olhar
crítico e o olhar compassivo” e “Túnel do amor e da confiança”, sendo que os profissionais de saúde
preencheram as escalas antes da 1ª e após a 3ª dinâmica. O banco de dados foi construído no software Excel
2010 e os resultados foram avaliados por meio de estatística descritiva e pelo teste t para amostras pareadas,
fixando-se o nível de significância de 5% (p?0,05). Resultados: A amostra foi composta por 13 mulheres,
cuja maioria era adulta, casada, possuía 2º grau completo e trabalhava como agente comunitária de saúde. A
1ª avaliação da autoestima revelou pontuação média de 15,54 para a EAR, com variação individual entre 12 a
18 pontos, enquanto que para o estresse, a média da PSS-10 foi de 19,85 e variou entre 12 a 35 pontos.
Observou-se pequena redução nos valores médios e individuais para ambas as escalas na 2ª avaliação (EAR
entre 10 a 17, com média de 14,77 e PSS-10 entre 9 a 27, com média de 18,46), sugerindo uma ligeira
melhora em relação à autoestima e ao estresse após a aplicação das dinâmicas. Contudo, a diferença
verificada não foi significativa. Discussão: A pontuação das escalas pode variar de 0 a 30, no caso da EAR, e
de 0 a 40 na PSS-10, e, quanto mais próximo de zero for o resultado, melhor será a autoestima e menor será o
estresse percebido pelo indivíduo. Portanto, os profissionais de saúde apresentaram razoável estado de
autoestima e perceberam um moderado nível de estresse nos diferentes momentos. Considerações Finais: É
provável que o período entre as avaliações tenha sido curto para promover impactos significativos, mesmo
assim, foi possível constatar diversos efeitos positivos no comportamento dos profissionais de saúde.
Palavras-chave: autoimagem, pessoal de saúde, acolhimento.
102
RESUMOS ATIVIDADES ARTÍSTICAS
ESPAÇO GENTE- Terapia Comunitária Integrativa
GISELAINE M.E.HERREIRA
Se você estiver chateado
E não tem com quem falar
Não é hora de calar
Então venha participar de um papo bem gostoso
Isto é pra você desopilar
Cura as dores da alma e vai te renovar
E os seus problemas vão amenizar.
Você é seu próprio médico
Nesta terapia comunitária
Que busca ajudar através dos comentários
Do nosso dia a dia
Que regem a nossa melodia.
Todos tem problemas
Mas falar Vale muito apena
Dividir a sua dor
Fará você eliminar o seu rancor
É hora de trocar experiências
Curar as nossas feridas e alegrar a nossa vida
É de graça basta vir, experimente
Pode até se divertir
Invista na sua vida,
Este espaço é para contribuir.
Esta poesia surgiu para chamar a atenção das pessoas que devemos falar dos nossos sentimentos, emoções
pois elas são causa e efeitos da nossa saúde. Neste cotidiano agitado em que o mundo se encontra não há
tempo para as pessoas farem de suas emoções, a pressa de cada dia cala as pessoas deixando a dor o estresse
para trás, vindo ocasionar doenças, conforme é dito na terapia quando a boca cala os órgãos falam, se a boca
fala os órgãos calam. A terapia comunitária integrativa proporciona um espaço em que você é gente onde
poderá falar das suas aflições. A poesia é o chamamento que as pessoas escutam e começam apensar que ali
na sua comunidade está a solução e que as pessoas compartilham suas experiências fazendo a troca e falando
como superaram determinado problema. Espaço Gente é prevenção é amor e é paixão pelo o ser humano, é o
espaço de ouvir, não julgar, pode até brincar, cantar e também chorar, mas tenho certeza que ele vai conseguir
ouvir muitas pessoas e suas cargas contribuir com os compartilhamentos pois o homem sofre da falta de
amor, falta de ser ouvido, muitas vezes só um abraço ajuda, porem ninguém vive sozinho, todos nós
dependemos dos nossos vizinhos. O Espaço Gente desde que começou muitas pessoas ele já acordou para
procurar a solução que está dentro do seu coração.https://youtu.be/XcBrUX-YJKY
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SEU ZEQUINHA ENTROU NA RODA
GABRIEL PEREIRA
Esta versão foi feita para ser cantada a capela, e com ajuda das palmas dos convidados ou participantes, e
com algum instrumento percussivo de cordas preferencialmente, não necessitando o terapeuta saber tocar o
mesmo mas que tenha coordenação motora para dedilhar as cordas e contem 3 estrofes com três refrãos,
embasado na receptividade da Terapia Comunitária Integrativa, na resolução ou convivência de forma
positiva dos problemas,e fechamento de forma carinhosa, tem três momentos, boas vindas, problematização,
e congraçamento ou conotação positiva, seguindo a metodologia do Prof. Adalberto Barreto. Essa é a musica
de nº 07 de varias versões que eu fiz para terapia comunitária integrativa, enquanto formando, pena não ter
mostrado ao homenageado enquanto em vida, mas a que fiz para o professor Adalberto Barreto esta não
perderei a oportunidade de mostrar, estou escrevendo aqui pois não sei ainda qual o email para mandar a
musica, estou aguardando resposta então como vi este espaço, achei pertinente tentar enviar por aqui, pois o
pior da guerra não e perder, e sim não tentar ao menos ir pra batalha.
Seu Zequinha entrou na roda (versão de pai Francisco)
Seu Zequinha entrou na roda
Abrindo seu coração, belelem, bem, bem
Calma lá seu afobado pois seu Zequinha não quer confusão.
(Refrão 1) quando a roda tá começando ele corre logo e vai se chegando,
quando a roda tá começando ele corre logo e vai se chegando,
Seu Zequinha entrou na roda
Abrindo seu coração, belelem, bem, bem
Calma lá seu estressado, pois seu Zequinha não quer confusão.
(Refrão 2) quando eu fico me aperreando a gente senta e vai conversando
quando eu fico me aperreando a gente senta e vai conversando
Seu Zequinha entrou na roda
Abrindo seu coração, belelem, bem, bem
Calma lá seu estressado, pois seu Zequinha não quer confusão.
(Refrão 3) quando o mundo vai se acabando a gente para e vai se abraçando. 2x
Seu Zequinha entrou na roda
(Final) abrindo seu coração, belelem, bem, bem.
104
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ANAIS DO - VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE TERAPIA