IGREJA BATISTA GÊNESIS Série: CRISTIANISMO VIVO Grupos Pequenos Batista Gênesis Lição 2 – PARA QUE SERVE A TENTAÇÃO? TEXTO BÍBLICO: “Amigos, quando as lutas e aflições os atingirem em cheio, saibam que isto é um presente especial. Vocês verão como a fé será fortalecida e como terão forças para continuar até o fim. Por isto não desistam facilmente. Esta perseverança ajudará a amadurecer e a desenvolver plenamente o caráter de vocês” (Tg 1.2-4 – Biblia “A Mesagem”). Ponto Saliente: O triunfo sobre a tentação é a maior e mais intensa guerra que ele terá que vencer. Para conhecer e pensar: Tentado, não cedas! Ceder é pecar (Pv 1.10). A grande lição de Jó é a vitória sobre a tentação (Jó 1.9-11). A tentação serve para que conheçamos a nós mesmos (Dt 8.2-3). Jesus também foi tentado (Mt 4.3). Objetivos deste estudo Aprender a separar tentação de provação Conhecer que a tentação não tem origem divina Reconhecer os benefícios de cada vitória sobre as tentações Conteúdo: O grande problema da tentação é o seu poder absorsor de todas as nossas atenções. Um grande segredo do nosso triunfo sobre a tentação é a “vigilância”. Estamos cultuando a vitória em qualquer tempo e a qualquer custo na nossa geração, e por isto deixamos de perceber a importância que as pressões exerceram nos cristãos primitivos. Estamos esquecendo a lição que os crentes primitivos nos deram sobre a importância da resistência cristã (Tg 4.7), o fortalecimento na fé produzido através da nossa vitória sobre cada luta, e o refinamento do nosso caráter quando resistimos a travessia dos desertos da vida. Parece que faltamos a esta aula. Tudo isto tem sido substituído pela cultura dos cultos motivacionais, de frases de efeito tais como: O culto da vitória, pare de sofrer, a vitória é sua em nome de Jesus. Nada pode tomar o lugar do aprendizado da nossa resistência e vitória sobre as lutas e tentações desta vida. A tecnologia e o avançar da ciência tem colaborado para que o sofrimento tenha sido em muito minimizado na nossa geração. A verdade é que ela colaborou com tantos avanços e produziu tantos confortos que aos poucos fomos sendo induzidos ao culto da satisfação pessoal. A própria teologia da prosperidade é um agente reprodutor desta visão. Muitos têm sido iludidos com a filosofia enganosa de que podemos viver sem atravessar sofrimentos. Como resultado deste aprendizado é que não temos sido fortalecidos para enfrentar os infortúnios e os acasos da vida. Lógico, por trás de tudo isto está Satanás, aqui inimigo de Deus e um estrategista paciente da nossa queda. Ovacionamos os triunfos dos nossos heróis. Cultuamos momentos épicos da bíblia, como a vitória de Davi contra Golias, a resistência dele sobre a tentação de matar Saul que lhe Transformando Vidas Através do Amor perseguia de forma infame, o passar pela fornalha de fogo ardente de Hananias, Misael e Azarias, o abrir de mar de Moisés, a vitória sobre leões famintos de Daniel, mas quando chega a nossa hora de enfrentar pressões, dizemos: “Para trás de mim Satanás!” Não existe vitória sem vencedor, e não existe vencedor sem que batalhas sejam ganhas. Agora queremos ter em nosso meio herói sem lutas, desejamos vitórias sem pressões, nos tornamos ávidos consumidores da vida mansa, da sombra e da água fresca. Será que não estamos querendo viver no ambiente do conto da dona carochinha de Monteiro Lobato? Tentação ou prova, como queira, elas existem e todos passam por elas. Elas são um teste. Já viu alguém ser aprovado sem passar por testes? E elas não existem para produzir a queda do homem, nós temos uma base bíblica que nos lembra isto: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (I Coríntios 10: 13). A própria vida terrena de Jesus é uma grande prova de que ela pode ser vencida, e Ele asseverou isto quando nos ensinou: (João 16:33) - “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. É uma palavra de alento e tanto. No conhecimento dela podemos caminhar em segurança, sabendo que o sistema do mundo está montado para atrair o crente, para nos tirar da presença de Deus. As duas grandes armas de prevalência para construção do nosso triunfo foram descritas por Jesus aqui: Manutenção da paz e do bom ânimo. De fato, ficar afobado, perder a paciência e o controle das emoções no meio de uma guerra nos levará à beira do precipício e da queda. A nossa confiança é que temos um intercessor, um sumo sacerdote perfeito, que intercede por nós nestas horas e delimita a intensidade e o calor das provas e tentações pelas quais pelo efeito do pecado que habita no mundo, temos todos nós que passar. Isto por si só já sustenta o nosso bom ânimo. Do mesmo modo que o fogo refina o ouro, as provas refinam o crente. O cristão passa pelas provas e tentações para ser refinado, para aprender a confiar e depender de Deus, para ser aperfeiçoado, para ser usado no reino de Deus. O trilho da nossa vitória já foi nos dado por Deus: (I Pedro 5:7) – “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. Em um dos sermões mais belos que já foi pregado neste mundo, o sermão do monte, Jesus desenvolve sua oratória tomando como base o gozo produzido pelo sofrimento quando se é atravessado e vencido. Ele recorre frequentemente ao “bem aventurados sois quando”. Podíamos nos sentir sufocados a cada ciclo de uma nova pressão que ali é exposta, mas isto não acontece porque para cada pressão ele nos entrega uma promessa de consolo e livramento, uma recompensa de vitória para o que atravessa sem claudicar as fases difíceis da vida. Tiago (1.13-15) nos ministra sobre as origens das tentações. Primeiro ela é humana, portanto plenamente possível de ser vencida. A questão aqui é que somos atraídos por aquilo que desejamos, e o problema é que sinalizamos para Satanás os nossos pontos frágeis com o nosso comportamento. Portanto, o segredo é fortalecer áreas frágeis, jejuar por regiões identificadas como frágeis em nossas vidas, vigiar, evitar a nossa exposição sobre elas. O texto bíblico é claro em nos avisar que somos atraídos e enganados justamente pelo nosso desejo de consumar aquilo que ainda estava na esfera do desejo (v. 14). A tentação só gruda como chiclete se a malícia humana produzida pela semente do pecado que habita em nós não for interceptada a tempo. O segredo é o controle das emoções, é passar cadeado da oração constante nas portas frágeis da nossa vida. Transformando Vidas Através do Amor O texto de Tiago responde uma pergunta sobre a origem da tentação, quando afirma: (Tg 1.13) – “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”. Talvez isto não seja significativo para você, mas muitos esmorecem por pensar que Deus é quem produz tentações. Muitos fazem a maior confusão entre provação e tentação. Não podemos esquecer o cognome do adversário de Deus: “tentador”. É proveniente dele as tentações. Já as provações são naturais da vida, e muitas delas acontecem com a permissão de Deus. E por que Deus não nos priva de passar por elas? Porque elas são uma fábrica de dependência e de crescimento do crente. Talvez a melhor resposta que possa dar aqui está na letra bela e inspirada da música “Rompendo em Fé”, do Diante do Trono: “Cada vez que a minha fé é provada, Tu me das a chance de crescer um pouco mais. As montanhas e vales, desertos e mares Que atravesso me levam prá perto de Ti”. Este é o grande benefício, elas nos levam para mais perto de Deus. Conclusão Existem pelo menos quatro grandes propósitos para as tentações. O primeiro é, sem dúvida, o refinamento da nossa fé. A fé cresce nas horas de crise, e robustecida nos impulsiona a um estado pleno de fidelidade a Deus. Hananias, Misael e Azarias, acerca da proposta do rei de adorarem seus deuses, disseram: “Deus nos livrará da fornalha de fogo ardente, e ainda que não nos livre nós não negaremos nossa fidelidade a Ele (Dn 3:17-18). Você entendeu? É fé incondicional. É fé ele livrando, e fé sem livrar. O bom é que livrou, não os livrou da fornalha, mas livrou “na” fornalha. O segundo propósito é fortalecer nossa capacidade de esperar, ser constante e ficar firmes nas horas difíceis da tentação, das aflições e tribulações (Rm 5:3; 2 Co 6:4). Enrustidas atrás destas fases difíceis da vida estão sempre às setas inflamadas do tentador. Em terceiro lugar, o propósito passará sempre pelo aperfeiçoamento do nosso caráter e o testemunho do nosso comportamento. A cada vitória sobre as tentações vamos adquirindo experiência contra o inimigo, vamos amadurecendo espiritualmente e aprendendo a usar de forma eficaz as armas espirituais que Deus nos entregou: (Efésios 6:11) - “Revestivos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. Em Jó aprendemos a quarta motivação. A nossa vitória sobre a tentação cala e silencia a voz do acusador. Não foi ele quem disse que havia consumado a sua obra maligna de transformar toda humanidade em seres infiéis a Deus? Ora, na vitória de Jó sobe as tentações que suas provações produziram, sua voz silenciou. Perceba que ele aparece diante de Deus duas vezes, ambas para acusar o homem, mas onde está sua voz depois da espetacular vitória de Jó? Silenciou. Recomendamos a leitura de: Em um livro muito especial sobre o tema, James Houston compila três obras de John Owen quando aborda em “O triunfo sobre a tentação” três temas da sua teologia prática: A mortificação do pecado nos crentes, da tentação como algo que Deus não impede porque ela produz crescimento, e a natureza, o poder, o engano e a prevalência do pecado que habita o Interior do homem. Esta obra nos fala através dos séculos e nos chama a recuperarmos os conceitos de pecado e de responsabilidade individual que temos se desejarmos ter uma vida cristã vitoriosa. Leia... é espetacular. Transformando Vidas Através do Amor