Lição 7
08 de Agosto a 14 de Agosto
Jesus: O Mestre das Missões
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: II Timóteo 1:8 e 9; Isaías 42:1-9;
Daniel 9:24-27; Lucas 2:8-14; Mateus 10:5 e 6; Atos 1:1-14.
VERSO ÁUREO: “Disse-lhes, pois, Jesus, outra vez: Paz seja convosco;
assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” João 20:21.
DE ACORDO COM AS ESCRITURAS, uma das atividades fulcrais da
Trindade é a missão. Pai, Filho e Espírito Santo estão envolvidos em
salvar a Humanidade. A Sua Palavra começou aquando da Queda e
continua ao longo dos tempos até ao fim. Pai, Filho e Espírito Santo
restaurarão então este mundo redimido à plena unidade com a vontade
divina.
De acordo com os Evangelhos, Jesus passou por uma mudança radical
para a forma humana necessária ao sucesso da Sua missão. Em Jesus
Cristo, o significado da História ocupa o lugar central, e o total da
atividade da missão de Deus torna-se coerente, sendo atendidas as
mais profundas necessidades humanas no sentido de uma existência
significativa.
No Novo Testamento, familiarizamo-nos com a incarnação de Jesus
Cristo. Encontramos aqui o modo como Ele esboça o programa para a
missão, e temos vislumbres da maneira como Jesus Se relacionou com
gente de outras nações, com pessoas de outras convicções religiosas.
Na Palavra de Deus, podemos ver a incrível atividade redentora de Deus
em favor da Humanidade caída.
Ano Bíblico: Isaías 59-62.
SOP: Educação (Livro), (Capítulo) Disciplina, (287)
Jesus no Velho Testamento
Domingo, 09 de Agosto.
“Portanto, não te envergonhes do testemunho do nosso Senhor, nem
de mim, que sou prisioneiro seu, antes participa das aflições do
evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com
uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu
próprio propósito e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos
tempos dos séculos.” II Timóteo 1:8 e 9.
Além de serem textos grandiosos sobre a futilidade da Salvação pelas
obras, estas passagens revelam a natureza eterna da Salvação; mostram
que o plano para a nossa redenção tinha sido formulado há muito,
muito tempo.
Por isso não admira que, ao longo de todo o Velho Testamento, Jesus
Cristo seja revelado de uma ou de outra maneira. Particularmente
convincentes são as profecias, que claramente demonstram que Jesus é,
na verdade, o Messias.
Leia os seguintes textos do Velho Testamento, todos aplicados a
Jesus. Que nos dizem eles sobre Ele e sobre a Sua função enquanto
Messias? Isa. 61:1; Dan. 9:24-27; Isa. 7:14; 9:6; 42:1-9.
O profeta Isaías descreve a missão de Jesus com estas palavras: “Eis aqui
o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em que se compraz a
minha alma; pus o meu espírito sobre ele; juízo produzirá entre os
gentios… Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te
guardarei, e te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios; para
abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os
que jazem em trevas.” Isaías 42:1, 6 e 7.
Dedique um pouco mais de atenção a esta incrível ideia de Cristo, o
Criador, ter assumido em Si mesmo a nossa humanidade e de,
nessa humanidade, ter vivido e morrido como Ele o fez. Que grande
esperança isto lhe traz, num mundo que, em si e por si próprio, não
tem absolutamente qualquer esperança a oferecer?
Ano Bíblico: Isaías 63-66.
O Desejado das Nações
Segunda, 10 de Agosto.
Jesus Cristo é o Senhor tanto da Igreja como do mundo. A Sua vinda
deu cumprimento às expectativas do Velho Testamento quanto a uma
comunidade salva que iria muito além do povo judeu. A vinda de Jesus,
sobretudo o Seu sofrimento e a Sua ressurreição, inaugurou uma nova
era em que a distinção entre Judeus e Gentios, no que concerne o
Evangelho, desapareceu. Jerusalém iria manter-se como o centro, pelo
menos durante algum tempo. Contudo, o ponto de partida já não seria
o templo de Herodes em Jerusalém, mas os Judeus convertidos a Cristo;
estes tinham-se tornado no templo vivo. Estes Judeus cristãos seriam
então o verdadeiro “remanescente” de Israel nesse momento na Igreja
Primitiva, aqueles que eram chamados a levar o Evangelho ao mundo.
Esta proclamação da missão universal de Cristo em todo o mundo,
como Salvador de todas as nações, foi repetida aquando do Seu
nascimento, durante a Sua infância e no momento do Seu batismo.
O que ensinam os seguintes textos acerca da missão universal de
Jesus no mundo?
Lucas 2:8-14
Lucas 2:25-33
Lucas 3:3-6
João 1:29
Não há dúvida de que Jesus veio como Salvador de toda a Humanidade.
Qual é o significado que esta verdade tem para nós no contexto da
missão?
“O espírito missionário necessita de ser reavivado nas nossas igrejas.
Cada membro deve estudar de que modo poderá contribuir para o
avanço da causa de Deus, tanto no seu país como em terras
estrangeiras. Mal se tem realizado nos campos missionários uma
milésima parte do que deveria ser feito. Deus convida os Seus obreiros
a anexar para Si novos territórios. Existem ricos campos de labuta
aguardando pelo obreiro fiel.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a
Igreja, vol. 6, p. 29.
Ano Bíblico: Jeremias 1-3.
Missão para os Judeus
Terça, 11 de Agosto.
“Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.”
Mateus 15:24.
Entre a Sua primeira aparição pública e a Sua crucificação, Jesus
concentrou o Seu ministério quase unicamente em torno dos Judeus,
particularmente na Galileia. O Senhor dirigiu-Se primeiramente a Israel.
Antes da Cruz, há muito poucas mensagens das boas-novas dirigidas
aos Gentios. Aparentemente, Jesus pretendia despertar o povo judeu
para o seu lugar, o seu propósito e a sua função na missão geral de
Deus para a Humanidade perdida. A Israel deveria ser dada a
oportunidade de testemunhar da mensagem de Deus para o mundo.
Leia Mateus 10:5 e 6. Que razão terá levado Jesus a dizer aqui aquilo
que disse? Como entendemos estas palavras no contexto do âmbito
universal daquilo que Cristo veio fazer e no contexto das missões
em geral? Contraste este texto com Mateus 28:19.
Quando se analisam a vida e o ministério de Jesus, devemos dar
atenção a uma clara distinção entre os Seus pensamentos, ideais,
princípios e planeamento, por um lado, e a maneira como Ele realizou
esses propósitos, por outro. Na Sua vida e no Seu ministério do dia-adia, Ele identificava-Se com a cultura judaica, tal como previra o Velho
Testamento a respeito do Messias. Contudo, o impacto da Sua
incarnação foi universalmente aplicável. Mediante a Sua morte e a Sua
ressurreição, Ele levaria sobre Si os pecados do mundo (João 1:29).
Detetamos aqui um princípio bíblico importante quanto ao
estabelecimento da missão. O primeiro passo é dirigido à criação de um
centro que deve constituir uma forte e estável base geográfica e
cultural: Israel e o povo judeu. Depois de isto ter sido alcançado, a
missão deve desenvolver-se para o exterior desse centro, em
ampliações cada vez mais alargadas.
Pense na sua igreja local. Até que ponto segue ela o modelo das
ideias expressas acima – isto é, uma base forte e estável que seja
capaz de fazer trabalho missionário por outros? De que modo pode
evitar-se o perigo que muitas igrejas enfrentam de virem a ser
orientadas para si mesmas, preocupando-se com as suas próprias
necessidades e negligenciando o testemunho e a missão?
Ano Bíblico: Jeremias 4-6.
Missão para os Gentios
Quarta, 12 de Agosto.
Embora Jesus passasse a maior parte do Seu tempo entre os Judeus,
servindo-os no seu contexto cultural, Ele tornou bem claro que os Seus
ensinos, o Seu ministério e a Sua missão eram universais. O Evangelho
deveria ser pregado às nações, tendo Israel como base inicial. A
salvação dos Gentios faz parte do plano de Deus. E foi incorporada nos
ensinos de Jesus.
Em que termos os seguintes ensinos de Jesus indicam a missão para
os povos não judeus?
Mateus 5:13 e 14
Marcos 14:9 Lucas 14:10-24
Mateus 13:36-43
Apesar do facto de Jesus ter ministrado principalmente entre os Judeus,
não há dúvida de que, logo desde o início, a Sua missão foi dirigida ao
mundo inteiro. Logo aquando do Seu batismo, João Batista afirmou-o
claramente: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e
disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. A
palavra mundo (do grego, cosmos) ocorre cerca de cem vezes nos
Evangelhos. Perto de metade da sua ocorrência refere-se ao âmbito
mundial de Jesus como Redentor.
Na parábola que Jesus contou, conforme Lucas 14:16-24, os
convidados apresentaram toda a sorte de desculpas para não
atenderem ao convite. Leia de novo essas desculpas. Num certo
aspeto, nenhuma delas parecia ser irrazoável, pois não? Que
importante lição devemos retirar disto para nós mesmos?
Ano Bíblico: Jeremias 7-9.
A Grande Comissão
Quinta, 13 de Agosto.
Jesus dedicou 40 dias, entre a Sua ressurreição e a Sua ascensão,
principalmente a preparar os discípulos e a Sua Igreja para o
evangelismo mundial. O relato da ressurreição mais bem conhecido e
mais citado é o de Mateus. Contudo, ao longo desse período, houve
outras ocasiões durante as quais o Cristo ressuscitado poderia ter
concedido mais pormenores sobre a comissão evangélica. Houve duas
presenças em Jerusalém, duas na Galileia (uma junto ao Mar de
Tiberíades, outra no cimo do monte) e o encontro relatado em Atos
(Atos 1:1-14).
Há cinco ocasiões estruturais nos Evangelhos e nos Atos em que a
narrativa da Grande Comissão é encarada de vários ângulos: num
monte na Galileia (Mat. 28:16-20); à mesa (Marcos 16:14-16); no
cenáculo (João 20:19-23); na praia (João 21:15-17); no momento em
que Ele foi levado aos Céus (Atos 1:6-9). Que pontos-chave têm em
comum todas estas ocorrências? Sob o poder do Espírito Santo e obedecendo à palavra de Jesus, os
apóstolos rapidamente se espalharam por todo o mundo antigo. Paulo
pregou na margem norte do Mediterrâneo; a tradição diz que Mateus
viajou para a Etiópia e Tomé para a Índia.
Embora com um pequeno começo, e no meio de muita oposição,
mediante a graça do Senhor estes fiéis seguidores foram capazes de
espalhar pelo mundo a mensagem do Evangelho. Quaisquer que
fossem as suas falhas, fraquezas, hesitações, dúvidas e labutas, eles
aceitaram o chamado e trabalharam pela salvação do mundo. Isto é, o
que aprenderam acerca de Jesus, o que receberam de Jesus, isso
tentaram partilhar com outros. Não é exatamente isto ser Cristão?
O que é que já lhe foi concedido em Cristo? De que modo deve a sua
resposta (aquilo que lhe foi concedido em Cristo) influenciar a sua
atitude para com o testemunho e a missão junto de outros?
Ano Bíblico: Jeremias 10-13.
Sexta, 14 de Agosto.
ESTUDO ADICIONAL: De acordo com Mateus, Jesus predisse que “este
evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a
todas as gentes, e então virá o fim” (Mat. 24:14). Ao mesmo tempo, as
Escrituras tornam claro um outro ponto: “Porém, daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu
Pai” (Mat. 24:36). Repare-se também nas palavras de Jesus: “Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo
seu próprio poder” (Atos 1:7).
Assim sendo, embora as boas-novas do Evangelho tenham sido
pregadas e estejam a ser pregadas como nunca antes, e embora
acreditando que a vinda de Cristo será em breve, não devemos enredarnos em datas e especulações sobre datas. “Não nos devemos ocupar
com especulações a respeito dos tempos e das épocas, sobre os quais
Deus não fez revelações. Jesus disse aos Seus discípulos que ‘vigiassem’,
mas não por causa de um tempo definido. Os Seus seguidores devem
estar na posição daqueles que estão atentos às ordens do seu Capitão;
devem vigiar, esperar, orar e trabalhar ao aproximar-se o tempo para a
vinda do Senhor.” – Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Vol. I, p. 189.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
1. Apesar do ensino claro sobre a não marcação de datas para o
regresso de Cristo, dificilmente passa um ano sem que ouçamos
alguma coisa nas notícias a respeito de algum grupo de Cristãos
estar a indicar uma data para o regresso de Cristo. Por que razão,
no seu entender, as pessoas insistem em fazer isto, a não ser que
seja como uma boa técnica para recolher fundos? (Afinal de contas,
se Jesus vai voltar no dia 19 de junho do próximo ano [ou ponha
aqui qualquer outra data que queira], então para que serve agora o
dinheiro?) O que torna tão prejudicial para o testemunho cristão no
mundo o facto de estas datas, ano após ano, se demonstrarem
falsas?
2. Pense nos obstáculos que os crentes cristãos primitivos
enfrentaram nos primeiros anos da missão, sobretudo
considerando que eram tão poucos em número. Quais são alguns
dos obstáculos que enfrentamos na missão, hoje em dia? Que lições
podemos aprender com os êxitos da Igreja Primitiva, capazes de
nos ajudar a fazermos o que tão claramente fomos chamados a
fazer?
Ano Bíblico: Jeremias 14-16.
Comentários de EGW, Leitura Adicional: A obra para hoje –
Evangelismo, pp. 701 e 702; Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, pp. 540 e
541.
Moderador
Texto-Chave: João 20:21.
Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai:
Aprender: A perceber a importância vital que tem uma abordagem
holística da missão que Deus lhe confiou. Sentir: A responsabilidade de ser enviado como embaixador de Cristo
para a missão aqui na Terra.
Fazer: Demonstrar o cuidado de Jesus pelas pessoas, o qual envolve o
físico, o espiritual e o emocional.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: Enviados como Embaixadores.
A. O que é que nos compele a ser embaixadores de Deus para a missão
(II Cor. 5:14)?
B. A nossa missão é continuar a obra de Jesus na Terra (João 20:21). Em
que termos descreve o apóstolo Paulo a missão de Jesus (II Cor. 5:18)?
C. A verdadeira missão holística deve envolver proporcionalmente
dimensões físicas e espirituais. Mateus diz-nos que Jesus olhou para as
multidões com compaixão. Em que outros termos descreve ele o
ministério de Jesus (Mat. 9:35 e 36)?
II. Sentir: Missão Compassiva.
A. Uma missão verdadeira é motivada por amor, não por um
sentimento de obrigação. Que razão levava Jesus a ter compaixão das
multidões (Mat. 9:36)?
III. Fazer: Vir a Estar Envolvidos.
A. De que maneira podemos demonstrar o amor de Jesus no nosso local
de trabalho ou na escola em que andamos?
B. De que maneira podemos tornar as nossas igrejas mais focadas na
comunidade, onde todos os membros estejam envolvidos nalguma
forma de ministério holístico?
Sumário:
Como embaixadores de Cristo, somos chamados a uma missão
abrangente que influencie a vida das pessoas aqui e agora, mas que
também as conduza para a eternidade.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: Marcos 16:15-20.
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: No ministério de
reconciliação levado a efeito por Jesus na Terra, Ele foi um exemplo de
atitude amorosa e envolvente que deve orientar a maneira como
desempenhamos o trabalho missionário hoje em dia.
Só para o Dinamizador: Já houve quem dissesse que Jesus é “Deus
soletrado numa linguagem que os seres humanos consigam entender”.
O apóstolo Paulo diz-nos que Jesus nos deu “o ministério da
reconciliação” (II Cor. 5:18) e que nós somos “embaixadores da parte de
Cristo” (v. 20). Analise esta semana o que significa ser embaixadores de
Cristo na Terra, promovendo o Seu ministério da reconciliação e pondo
em prática a Sua abordagem inclusiva.
Debate Introdutório: Como académico e escritor famoso, C. S. Lewis
tinha uma agenda extremamente preenchida. Ainda assim, apesar das
muitas exigências feitas ao seu tempo, ele respondia pessoalmente – a
maior parte das vezes à mão – aos milhares de cartas que recebia de
todo o mundo. Ele orava pelas pessoas que lhe escreviam, muitas das
quais ele nunca conhecera pessoalmente, e até enviava dinheiro para
aquelas que estavam necessitadas. Por vezes, as pessoas iam
simplesmente até sua casa e ele convidava-as a entrar e oferecia-lhes
um refresco. Contribuía para ajudar estudantes que não conseguiam
pagar os estudos e tornou disponível a sua casa para receber crianças
necessitadas. Houve um rapaz com problemas mentais que durante três
meses foi hospedado em sua casa – e C. S. Lewis ensinou-o
pessoalmente a ler. Lewis foi um homem que ensinou os melhores
estudantes do mundo nas Universidades de Oxford e Cambridge e que
escreveu admiráveis livros em apologia do Cristianismo – mas ele sabia
que, seguindo Jesus, devia não apenas amar por palavras, mas também
por meio de atos (I João 3:18).
Analisem maneiras práticas pelas quais seja possível serem
testemunhas em palavra e em atos.
2º PASSO – ANALISAR!
Só para o Dinamizador: O conceito bíblico das Boas-novas é rico e
multifacetado – com implicações naquilo que Deus está a fazer agora
com o Seu reino aqui na Terra e com aquilo que Ele tenciona fazer no
futuro na nova Terra. Inclui a promessa da Salvação eterna vindoura e a
ação de Deus para a libertação em todas as dimensões da vida, agora.
N. T. Wright fala das “novas transformadoras da justiça resgatadora de
Deus para toda a Criação”. E acrescenta: “Esta é uma definição muito
condensada, e cada uma das suas partes é importante.” – Simply
Christian: Why Christianity Makes Sense (Simplesmente Cristão: A Razão
Por Que o Cristianismo Faz Sentido). Nova Iorque: HarperCollins, 2006,
p. 200. Analise esta semana com a sua Unidade de Ação o âmbito
alargado da missão de Deus no mundo. O que é que ela envolve e o que
é que inclui? Em que áreas é a mensagem da Bíblia boas-novas para
todos os aspetos da nossa vida?
COMENTÁRIO BÍBLICO
I. A Missão Abrangente de Jesus – Parte I
(Recapitule com a Unidade de Ação Isaías 42:1-9.)
Esta profecia messiânica sintetiza a missão abrangente de Jesus. É uma
missão destinada a várias categorias de pessoas: os Gentios, os cegos,
os presos e “os que jazem em trevas”. E é uma missão de libertação –
para trazer justiça, partilhar luz, abrir olhos e libertar cativos.
Esta passagem segue muito de perto a declaração missionária do
próprio Senhor Jesus em Lucas 4:18-21, na qual Ele citou de uma outra
passagem messiânica, em Isaías (capítulo 61). Aqui, uma vez mais, Jesus
mostra-Se envolvido num ministério holístico dirigido aos pobres, aos
presos, aos cegos e aos oprimidos. É um ministério que proclama “boasnovas”, “liberdade” e “recuperação da vista”.
É errado ler a missão de Jesus unicamente em termos físicos – um
Evangelho social para ajudar os pobres, os detidos, os inválidos e os
politicamente oprimidos. Também é errado espiritualizar a missão – ver
aquelas categorias de pessoas como representando aquelas que estão
cegas, presas, empobrecidas ou oprimidas apenas em termos
espirituais. Nesta passagem, aquilo de que Jesus está a falar é de
libertação que é tanto espiritual como física. Jesus traz boas-novas a
todas as dimensões da vida.
Comentando esta passagem em Lucas, Ellen G. White diz: “O nosso
Senhor Jesus Cristo era a majestade do Céu, no entanto Ele veio ao
nosso mundo como médico, curando as doenças físicas e espirituais.” –
The Work for Today (O Trabalho para Hoje), em The Gospel of Health (O
Evangelho da Saúde), 1 de setembro de 1898
Pense Nisto: De que maneiras podemos assegurar-nos de que a nossa
missão de fazer discípulos inclui tanto o cuidado físico como o
espiritual? Como é que evitamos o risco de acabarmos, por um lado, a
pregar unicamente um “Evangelho social” ou, por outro lado, a focar-nos
apenas na salvação individual?
II. A Missão Abrangente de Jesus – Parte II
(Recapitule com a Unidade de Ação Mateus 10:5-8; Marcos 16:1520.)
Lemos nestes versículos parte das últimas palavras de Jesus
aconselhando os Seus 12 discípulos antes de os enviar em trabalho
missionário. Há já vários meses que eles estavam sob a Sua tutela. Ele
tinha-os ensinado e educado e tinha-lhes exemplificado pessoalmente o
seu ministério. Agora, era chegada a hora de porem em prática o que
tinham aprendido.
Jesus disse-lhes que pregassem, curassem os enfermos, ressuscitassem
os mortos, tornassem limpos os leprosos e expulsassem os demónios
(Mat. 10:7 e 8). Repare-se que os discípulos foram “enviados” (v. 5) e foilhes dito para “irem” (v. 7). Não foram instruídos para tentarem atrair
pessoas para algum grande acontecimento. Em vez disso, puseram em
prática o método de Jesus de ir pessoalmente ao encontro das pessoas
onde estas se encontravam.
Mais tarde, depois da Sua ressurreição, Jesus deu instruções aos
restantes 11 discípulos. Disse-lhes que fossem a todo o mundo para
pregarem as Boas-novas, mas, lado a lado com isso, vários sinais e
maravilhas seriam realizados, incluindo a expulsão de demónios e a
cura de doentes (Marcos 16:15-18).
Ellen G. White resume de numa forma muito bonita, em cinco passos, o
método de Jesus para o ministério. Primeiro, o Salvador “misturava-se”
com as pessoas de uma maneira amável e carinhosa. Segundo,
manifestava para com as pessoas “simpatia”. Depois, atendia às suas
“necessidades”, “granjeava-lhes a confiança” e dizia-lhes que O
“seguissem”. Ellen White vai ao ponto de dizer que este método de
ministério é o único que alcançará o “verdadeiro sucesso”. – A Ciência do
Bom Viver, p. 143.
Jesus não Se limitava a pregar às pessoas. Na realidade, Ele dedicava
mais tempo a cuidar das suas necessidades físicas. Para Ele, o ministério
era holístico – um equilíbrio entre o físico e o espiritual.
Hoje em dia, algumas pessoas fazem distinção entre a atenção social e
humanitária, de um lado, e o evangelismo, do outro. Jesus nunca fez
essa separação. Como seguidores de Jesus, daremos às pessoas um
copo de água, mas quereremos também que elas aceitem a Água da
Vida. É claro que devemos ser cuidadosos em garantir que o nosso
interesse e cuidado pelas pessoas não são condicionados pelo facto de
elas virem a tornar-se cristãs. Oramos e trabalhamos para as levarmos a
Jesus, mas continuaremos a amá-las e a interessarmo-nos por elas
independentemente do caminho que escolham.
Pense Nisto: Reflitam sobre cada um dos passos do modelo de
ministério seguido por Jesus: misturar-Se, manifestar simpatia, atender
às necessidades, conquistar a confiança e convidar as pessoas a seguil’O. Pode algum destes passos ser descartado sem consequências?
Porquê? Analise um esforço missionário feito recentemente pela vossa
igreja local e vejam se todos estes elementos do método de Jesus foram
ou não postos em prática. Se não foram, que passos é que se
negligenciaram?
3º PASSO – PRATICAR!
Só para o Dinamizador: Realce junto da sua Unidade de Ação que, no
nosso testemunho, não é suficiente uma atitude intelectual para com as
Boas-novas. O testemunho tem de estar voltado para a vida – para
aquilo que é vital, significativo, urgente para as pessoas. Se não estiver,
não terá qualquer poder, e alguma coisa mais vai ocupar o seu lugar. O
apóstolo Pedro escreveu: “Por isso … estejam atentos e ponham a
esperança no dom que lhes será concedido” (I Pedro 1:13, TIC). As
crenças devem estar associadas à vida. Devemos praticar aquilo em que
cremos. Pedro passou muito tempo da sua vida a agir sem ter o espírito
preparado. Contudo, o Espírito Santo transformou a sua vida e
preparou-o para a ação. Este discípulo dedicou inteiramente a sua vida à
divulgação das Boas-novas do seu maravilhoso Salvador.
Pergunta para Reflexão: Que passos práticos podemos dar para
prepararmos a nossa mente para a ação?
Atividade: Escolha algumas crenças fundamentais dos Adventistas do
Sétimo Dia para um debate na Unidade de Ação. Dependendo do
tamanho da mesma, pode dividi-la em pequenos grupos ou deixar os
membros fazerem parte de um grupo mais alargado. Convide cada
grupo a analisar uma crença fundamental e a debater o modo como a
mesma poderia ser aplicada de forma significativa num evento ou numa
questão atual. Peça a cada grupo que partilhe os respetivos
pensamentos.
4º PASSO – APLICAR!
Só para o Dinamizador: A contrapartida latina para a palavra que Paulo
utilizou para “embaixador” é legatus – uma palavra muito habitual no
mundo romano antigo (II Cor. 5:20). Legados diplomáticos,
comissionados pelo Imperador, representavam-no pessoalmente em
terras estrangeiras. Sempre que Roma conquistava mais um território, o
legado acompanhava o general vitorioso para tratar dos termos da paz,
definir fronteiras e redigir as provisões constitucionais. A sua
responsabilidade era supervisionar o processo de anexar esse novo
território e a sua população aos territórios do Império Romano. Analise
a forma como nós, como embaixadores de Deus, temos o privilégio
maravilhoso de levar pessoas a tornarem-se cidadãos do Seu reino e
membros da Sua família.
Atividade: Convide os membros a imaginarem que estão a “tratar dos
termos” para alguém se tornar Cristão – um membro da família de
Deus. O que é que constaria na lista? Vejam as ideias uns dos outros.
Conclua com um período de oração. Anime cada pessoa a orar pela
presença do Espírito Santo na nossa vida e na nossa Igreja, enquanto
representantes de Cristo na nossa comunidade.